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Turismo de Pernambuco cresce apesar da crise

*Por Maria Regina Jardim Diante de um cenário nacional de retração para o turismo, os pernambucanos têm muito o que comemorar. A Terra dos Altos Coqueiros foi a única a apresentar crescimento no Índice Sazonal de Volume das Atividades Turísticas (Iatur), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A quantidade de turistas que visitou o Estado entre janeiro e outubro do ano passado foi superior 2,6% em relação ao mesmo período de 2015. A Secretaria Estadual de Turismo, Esportes e Lazer aponta que Pernambuco recebeu cerca de 5,5 milhões de visitantes entre janeiro e novembro de 2016. Também registrou 10% mais turistas estrangeiros nos primeiros dois meses do ano passado, quando comparado ao mesmo período de 2015. Um dos motivos desse bom desempenho é reflexo da captação de novas rotas aéreas nacionais e internacionais. Prova disso é a Argentina, que registrou crescimento de 500% no número de turistas após o início do novo voo em março. Outras rotas internacionais conquistadas em 2016 foram Cabo Verde, Uruguai, Itália e EUA. No âmbito doméstico, o grande impulso veio com a instalação do hub (centro de conexões) da Azul em fevereiro. Há um ano, a companhia iniciou a operação de voos regulares para 12 novos destinos a partir da capital pernambucana. Com a oferta de 32 ligações diárias para 24 lugares, o Recife passou a ser a única cidade do Nordeste com voos diretos para todas as demais capitais da região, além de municípios como Jericoacoara e Juazeiro do Norte (CE), Porto Seguro (BA) e Mossoró (RN). Desde a primeira semana de dezembro, a Gol disponibiliza mais de 500 voos extras. O acréscimo ocorrerá até o fim do Carnaval, com rotas exclusivas, sem escalas, para várias cidades do País. Segundo o secretário estadual de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, a estratégia para os próximos meses é conquistar mais trajetos. "Estamos atentos a mercados promissores, como Cuba, Espanha, Chile e Colômbia, além de frequências nacionais", adiantou.   Outra razão importante para as taxas positivas no Estado foi a chegada de empreendimentos hoteleiros na Região Metropolitana do Recife. “Grupos internacionalmente conhecidos, como Marriot, Accor e Meliá aportaram aqui. É importante que renovemos nossa oferta de hospedagem, com equipamentos conhecidos e de ponta”, considera o professor André Durão, vice-coordenador do curso de Turismo da UFPE. A alta do dólar no ano passado também foi um fator benéfico. "Conforme a moeda americana se valoriza, a tendência é aumentar o turismo dentro do País. Isso se deve ao encarecimento de viagens internacionais, que chegam a triplicar seu valor", explica o vice-presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Eduardo Cavalcanti. E as perspectivas para 2017 também são boas. Segundo o governo, espera-se um aumento de visitações de, pelo menos, 5% na temporada de verão, entre dezembro e fevereiro, contabilizando mais de 1,7 milhão de turistas. Essa movimentação deve injetar R$ 2,5 bilhões na economia pernambucana. Governo e trade turístico se preparam agora para fortalecer as ações já implementadas e investir em estratégias para todo território estadual. Através da campanha Pernambuco Coração do Nordeste, por exemplo, uma série de iniciativas foi realizada para promover o Estado. O governo promete, também, ações de implantação, reforma e restauração de equipamentos e vias de acesso a pontos turísticos. Obras como a ampliação do museu Cais do Sertão e a requalificação da Avenida Rio Branco, no Recife, do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, e do aeroporto de Serra Talhada, no Sertão, são algumas das propostas. Além delas, está a implantação da Rota do Cicloturismo do Agreste e do Eixo Cicloviário, que ligará o Marco Zero, na capital, ao Centro Histórico de Igarassu, na RMR. "Temos ações em andamento em todo o Estado. Apesar de acreditarmos que o turismo de sol e mar sempre será o mais atrativo, temos uma riqueza sem tamanho em outras regiões", afirma Carreras. André Durão concorda com a necessidade de incentivar o turista a conhecer outros locais além do litoral. No Recife, por exemplo, o carro-chefe tem sido o turismo de negócios. Há cerca de cinco anos, a cidade recebe eventos nacionais e internacionais, resultado de uma parceria entre a prefeitura e o Recife Convention & Visitors Bureau. “Embora o RCVB tenha um importante e decisivo papel na atração de demanda turística, a capital precisa 'diversificar seu portfólio', considerando seu rico patrimônio histórico e cultural”, alerta o professor. “É preciso trabalhar cada vez mais nossos atrativos e fortalecer uma marca na mente do turista como um destino de riqueza histórica e cultural”. A resposta da prefeitura a essa demanda foram ações de lazer realizadas o ano inteiro no Bairro do Recife. Capitaneada por projetos como o Recife Antigo de Coração, com shows de artistas locais e práticas esportivas; a programação conta ainda com o projeto Olha! Recife, com passeios de catamarã e de ônibus apresentando a cultura e a história da cidade, além da Ciclofaixa de Turismo e Lazer, com vias exclusivas para ciclistas nos domingos e feriados. No ano passado, a capital recebeu cerca de 3 milhões de visitantes, de acordo com dados da Empetur (Empresa de Turismo de Pernambuco), e a perspectiva para este ano é animadora. "Depois de tangenciar os 100% de ocupação no Réveillon, o trade recifense prevê índices acima de 80% para janeiro, que não foi um mês tão bom no ano passado", informa a secretária municipal de Turismo, Esportes e Lazer, Ana Paula Vilaça. O gasto médio individual dos turistas, entre janeiro e novembro, segundo a secretaria, foi de pouco mais de R$ 200/dia, com a permanência calculada entre 6 a 8 dias. O baixo custo de vida é sentido, principalmente, no Carnaval da cidade, festa considerada a mais barata do Brasil pelo site de viagens TripAdvisor. INTERIOR. A taxa de ocupação dos hotéis no interior também registrou bom desempenho e alcançou crescimento de 15% no segundo semestre de 2016. "Uma das principais razões para esse fortalecimento é o que chamamos de turismo corporativo, correspondente a viagens para treinamentos de empresas, congressos, convenções, feiras", explica Eduardo Cavalcanti. O setor

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Reflexões sobre a educação na contemporaneidade

*Por Henrique Nelson da Silva Se convencer uma criança ou adolescente a deixar os seus jogos eletrônicos e redes sociais um pouco de lado para acompanhar o almoço da família é difícil, imagina despertar o interesse desses jovens na escola. A Educação no século XXI exige dos profissionais da área a adoção de atitudes e posturas diferenciadas, e do enfrentamento de problemáticas. Primeiramente, atividade docente requer que os profissionais estejam atentos às mudanças nos usos da linguagem e da tecnologia, na verdade os dois aspectos estão interligados. A tecnologia exige uma comunicação cada vez mais rápida e suscita, ao mesmo tempo os estudantes contemporâneos gozam de um conjunto de informações imensamente maior que há cerca de vinte anos atrás. O grande desafio dos docentes, adequar a linguagem, torná-la dinâmica, dialogar com as tecnologias e explorar uma imensidão de informações sem, contudo, ser superficial. O caminho é se antecipar e usar a tecnologia ao nosso favor sempre que possível. O segundo aspecto refere-se à formação. Este talvez seja um ponto ainda mais sensível aos profissionais da Educação. De modo geral existe uma grande defasagem entre a produção das universidades, e o que está sendo ensinado nas escolas; acompanhar essas produções têm sido um grande desafio em qualquer campo de estudo. Investir em formação é uma tarefa que cabe aos governantes e aos próprios professores, que para isso precisam ter condições materiais para passar menos tempo em sala de aula para poderem estudar. O terceiro aspecto trata-se de uma visão essencialmente instrumental do conhecimento. Cada vez mais busca-se associar os saberes a uma ação produtiva específica. Em outros termos, esses saberes só podem ser reconhecidos se associados imediatamente a um produto. Se por um lado o discurso de que os conhecimentos ensinados precisam ter um sentido para os estudantes, esse discurso tem se tornado perigoso quando o termo sentido está diretamente associado a um objeto, a uma ação palpável, e pior, rentável financeiramente. E neste sentido observamos que os conhecimentos no campo das humanidades têm sido bastante questionados por parte da sociedade. É como se a construção de uma postura crítica, de instrumentos e conceitos não fossem importantes ao ponto de terem os seus lugares consolidados no mundo do conhecimento. E justamente por isso que nas pouquíssimas discussões sobre a reforma na Educação, chegou-se a questionar a permanência da Filosofia e Sociologia no currículo escolar. Aliás, a própria reforma no Ensino Médio já expressa uma perspectiva instrumental do conhecimento. Não temos dúvidas de que precisávamos realizar mudanças, todavia penso ser condenável um encaminhamento que pensa primeiramente no mundo profissional, onde a construção de sujeitos críticos, autônomos e com uma visão de mundo mais ampla devesse ser o objetivo central. Pensamos que um profissional qualificado começa pela construção de um ser humano com maior capacidade de leitura acerca do seu mundo. *Henrique Nelson da Silva é mestre em história e professor do Colégio Patrícia Costa de Olinda Todas as segundas-feiras estamos publicando artigos sobre tendências da educação. LEIA TAMBÉM Educação Cidadã (por Eduardo Carvalho - ABA Global Education) Ensino x Aprendizagem (por Armando Vasconcelos - Colégio Equipe) Navegar é preciso, produzir também (por Jaime Cavalcanti - CBV)

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Mães de filhos com microcefalia reclamam de falta de apoio do estado

Sumaia Villela - Correspondente da Agência Brasil Sem acesso a medicamentos, exames especializados e tecnologias necessárias para o desenvolvimento de seus filhos, famílias cujos bebês nasceram com a Síndrome Congênita do Zika em Pernambuco observam as crianças desenvolverem novas complicações de saúde à medida que vão crescendo. A resposta do poder público, segundo as mães, não chegam na mesma velocidade. As famílias estiveram em uma audiência pública feita nesta sexta-feira (10) pelo Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco para discutir políticas públicas relacionadas à epidemia do Zika Vírus e a Síndrome Congênita do Zika. O evento é um desdobramento de um procedimento administrativo instaurado pelo MPF para apurar o aumento dos casos de microcefalia no país, especialmente em Pernambuco. Em entrevistas à Agência Brasil, elas relatam novos sintomas e reclamam da falta de apoio do Estado. Um problema de saúde observado com mais frequência é a dificuldade dos bebês de engolirem alimentos – a capacidade de deglutição - . Várias relatam que, embora tenham amamentado normalmente ou com alguma dificuldade, seus filhos regrediram e não conseguem mais levar o leite até o estômago. Para nutrir as crianças é preciso instalar uma sonda por meio do nariz ou, em alguns casos, fazer uma gastrostomia para que elas recebam nutrientes com a ajuda de um sistema instalado na barriga. Luhandra Vitória Batista da Silva, de um ano e três meses, foi diagnosticada com Disfagia grave e precisou da gastrostomia. A operação foi feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas os custos relacionados são altos, e a mãe Jusikelly Severino da Silva, 33 anos, afirma que não consegue os insumos necessários na rede pública. Na mochila do bebê ela carregava uma pasta com exames e documentos que atestavam a busca, por meses, dos recipientes e o leite especial para alimentação da menina. Entre os papéis está uma declaração, de 9 de fevereiro, de que a farmácia do Centro de Saúde Bidu Krause solicitou, no dia 17 de novembro do ano passado, o fornecimento do leite tipo “Fortinni”, mas não houve retorno. O documento também atesta a falta de frasco e equipo para a alimentação, via sonda localizada na barriga. A assinatura é da gerente adminstrativa Maria Marilúcia do Nascimento. Procedimentos cirúrgicos Jusikelly faz os cálculos dos gastos com estes elementos a pedido da reportagem. “Uma lata de leite é R$ 48,50, mas são 19 que ela toma por mês. O equipo é R$ 1,90, e ela usa 30 por mês. E o frasco de alimentação é R$ 1, e são 210 no período”, enumera. A moradora do bairro de Teijipió, divisa entre Jaboatão dos Guararapes e Recife, também informa que um equipamento chamado botton, necessário em um futuro próximo para que Luahndra continue a se alimentar, custa R$ 2 mil e não é fornecido pelo SUS. Outras mães sequer conseguem saber se as filhas precisam fazer a operação. Gleyse Kelly Cavalcante, 28 anos, é vice-presidente da União de Mães de Anjos (Uma), uma organização criada pelas próprias mulheres a partir da troca de informações em redes sociais. Hoje são mais de 400 famílias atendidas, segundo a jovem, com assistência jurídica e na busca por doações de fraldas e leite como o prescrito para a filha de Jusikelly. Sua filha Maria Giovanna Santos, um ano e três meses, aguarda desde junho de 2016 que uma vídeo-endoscopia da deglutição (VED) seja marcada, sem sucesso. A demora nos exames especializados, segundo Gleyse, é comum. “Em novembro de 2015 ela fez uma tomografia. O resultado só saiu em março de 2016, quando já era para fazer outra, porque esses bebês precisam ser acompanhados para saber como o cérebro vem se desenvolvendo”, explica. Medicamentos em falta Outro problema comum entre as mães é a falta de medicamentos em farmácias públicas. A mãe de Luhandra contabiliza os remédios e seus custos na rede privada. “O Keppra, para convulsão, é R$ 90; o Losec, de refluxo, R$ 159; o Sabril, de convulsão, R$ 295, e o Domperidona é R$ 20. Eu compro todos eles”, diz. Para isso, Jusikelly conta com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), um programa federal que fornece um salário-mínimo concedido à filha, além de R$ 159 do Bolsa Família. Ela e o marido estão desempregados e pagam aluguel. O Kreppa é um medicamento que, segundo Gleyse, está entre as necessidades principais destas famílias. Muitos bebês apresentaram convulsões difíceis de serem tratadas com medicação regular destinada a pacientes nos primeiros anos de vida. O problema é que, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a substância só é fornecida para pessoas acima de 16 anos, o que impede o fornecimento gratuito para estas crianças afetadas pela Síndrome Congênita do Zika. De acordo com a secretária-executiva de Atenção à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Cristina Mota, “os medicamentos, principalmente no caso do Keppra, a dificuldade maior é que ele não era incorporado pelo Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS]. Foi feita a consulta ao Conitec e num primeiro momento houve uma negativa da incorporação, no ano passado. No último trimestre a gente reiterou a consulta, baseado nos pareces dos neuropediatras locais, que já tinham experiência clínica inclusive com o uso”, afirma. Diante da falta de resposta, segundo Cristina, o Estado decidiu adquirir o medicamento por conta própria, e espera que ao final do primeiro trimeste ele já esteva disponível. Nota do Ministério da Saúde Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que recebeu a demanda da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco sobre o medicamento Keppra, e que o pedido foi encaminhado para avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). “Cabe informar que o órgão entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco para esclarecer alguns questionamentos e, até o momento, aguarda retorno”, diz o texto. Em relação aos exames especializados, a gestora da Secretaria de Saúde de Pernambuco afirmou que as complicações derivadas do Zika Vírus eram desconhecidas pela comunidade científica, o que dificultaria a organização da rede de atendimento de

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Mestres de Nações promovem intercâmbio entre maracatus do Recife

Após 15 anos sob a batuta de Naná Vasconcelos, o histórico encontro de Nações de Maracatus de Baque Virado que abre o Carnaval recifense ganha um novo capítulo: em uma ação inédita, os mestres passaram a ser coadjuvantes nos ensaios umas das outras, ajudando a coordenar e apitar nos ensaios e conduzir os baques. O primeiro destes encontros aberto ao público acontece hoje (13), a partir das 18h30, na sede do Maracatu Estrela Dalva, que fica na Joana Bezerra (vide serviço) Segundo Paz Brandão, coordenadora do encontro das nações no Carnaval, a ação reforça o compromisso unânime assumido pelas nações em não haver substituto para o mestre Naná Vasconcelos, falecido em 2016 e que ficou 15 anos à frente das Nações. "O desafio foi lançado e eles estão fazendo o trabalho na prática, ajudando os colegas na marcação, ensinando baques e ajudando nos ensaios, gerando um clima de harmonia", ressalta, uma vez que, entre as Agremiações, não é raro sentir um clima de leve animosidade devido às disputas inerentes aos concursos do Carnaval. "O intercâmbio dos mestres coloca essa 'tradição' abaixo", pontua O Estrela Dalva - Fundado em 1990, a Nação azul e branca é formada por 30 batuqueiros sob o comando de Marconi Agripino. Ensaio aberto - Maracatu Estrela Dalva Onde: Via Pública, ao lado da estação Joana Bezerra e de frente para a delegacia Horário: 18h30 Contato - Maciel Agripino, presidente (81) 986303696 34470222

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O velho Raul Moraes

“(...) Na alta madrugada o coro ensaiava | Do bloco a marcha Regresso | E era o sucesso dos tempos ideais do velho Raul Moraes (...)” Nesses tão poucos versos, o grande Nelson Ferreira homenageou, na sua Evocação nº 1, Raul Moraes, aquele que está em um dos frevos de maior sucesso, mas que, mesmo assim, poucos sabem dele. Agora, se você está no rol dos que não sabem, nestas poucas palavras vai passar a saber. Para começar, o recifense Raul Moraes nasceu no dia 2 de fevereiro de 1891 e morreu no dia 6 de setembro de 1937. Acabou-se a narrativa? Não. É pelo que ele fez no intervalo entre as duas datas 46 anos demasiadamente breves, que na já falada Evocação o maestro Nelson Ferreira classificou o tempo em que ele viveu como os tempos ideais do velho Raul Moraes. Mas, afinal, quem foi Raul Moraes? Foi um compositor, instrumentista e regente que, graças ao seu talento, ganhou merecido reconhecimento. Músico formado na Alemanha, foi um dos principais compositores de frevo do início do século passado. Era o irmão mais velho do também músico Edgard Moraes, com quem participou de diversos blocos carnavalescos. No começo da carreira foi pianista, tocando nas grandes casas de diversões do Recife, entre elas, o Café Chic Juventude e o Cineteatro Helvética. Depois passou a atuar como pianista da dupla de cançonetistas Os Geraldos, com quem excursionou pelo País, percorrendo-o de norte a sul. No Sul, após apresentar-se em Porto Alegre, foi convidado para ministrar aulas na respeitada Academia de Canto Musical daquela cidade. Aceitou, e gostou tanto daquelas paragens, que lá viveu durante os 10 anos que se seguiram. Estava aclimatado, mas como a força do amor pela cidade onde se nasce e cresce é, muitas vezes, tão grande que se torna incontrastável, ele retornou ao Recife, onde passou a se dedicar integralmente à música. Teve início uma fase de vibrante criatividade, em que ele compôs marchas de Carnaval para inúmeros blocos da cidade, participou de vários festivais de música, trabalhou como maestro na Rádio Clube de Pernambuco, regeu as orquestras dos blocos Pirilampos de Tejipió e o Bloco das Flores e foi sagrado Príncipe das Marchas de Bloco. Aqui, Raul Moraes compôs algumas das suas mais belas melodias. Foram marchas, valsas, hinos religiosos, foxtrotes, dobrados e marchas patrióticas, das quais muitas vieram a ser gravadas por alguns dos maiores nomes da música popular brasileira de então. A canção Na praia, por exemplo, foi gravada na Odeon pelos Turunas da Mauriceia, com o cantor Augusto Calheiros como vocal. Em 1930, Francisco Alves, o Rei da Voz, naquela época o maior cantor do Brasil, gravou as marchas Cruzes...figa pra você e Aguenta quem pode. No mesmo ano, mais 10 das suas composições foram gravadas. Paraguaçu e Zilda Morais gravaram o samba Meu bem vem cá e o maxixe Tá tudo se acabando. Elsie Houston gravou a modinha Por teu amor, por ti. Januário de Oliveira gravou as marchas Eu só gosto é de você e Regresso, e em dupla com Elsie Houston gravou a marcha Tá zangadinha? Tem mais: a canção Rosa do sul foi gravada por Paraguaçu, a marcha Eu só digo a você, por Ildefonso Norat, a canção O beijo, por Abgail Parecis, e o coco Lenhadô, por Stefana de Macedo. Em 1999 a sua Marcha da folia foi gravada por Antônio Nóbrega no CD Na pancada do ganzá e em 2008, teve a música Valores do passado gravada por André Rio, no CD Cem Carnavais. Antes, em 1974, foi lançado pela então existente gravadora pernambucana Rozenblit o LP Edgar e Raul Moraes, contendo algumas das músicas de sua autoria, com destaque para Marcha da folia, Adeus pirilampos, Despedida e Batutas brejeiros, esta feita em homenagem ao Bloco Batutas da Boa Vista.Raul Moraes está presente na discografia brasileira desde 1918 com o samba carnavalesco Iaiá me Diga, gravado por Geraldo Magalhães e lançado pela gravadora Phoenix, hoje inexistente. Você, provavelmente, acaba de conhecer um pouco do compositor, letrista, pianista e arranjador Raul Moraes, um artista pernambucano que produziu um grande repertório de ritmos diversos, que compôs tango, valsa, foxtrote, marcha, frevo de bloco, fado, e que criou, além da música, classificações curiosas para as suas obras, tais como samba carnavalesco, canção regional, cantiga carnavalesca, marcha patriótica.. Adeus pirilampos, Aguenta quem pode, Batutas brejeiros, Cruzes... figa pra você, Despedida, Eu só digo a você, Eu só gosto é de você, Lenhadô, Marcha da folia, Meu bem vem cá, Na praia, O beijo, Por teu amor por ti, Regresso, Rosa do sul, Tá tudo se acabando, Tá zangadinha?, Valores do passado são algumas das suas músicas. Como se vê, trata-se de obra vasta, múltipla, versátil, que embalada nas asas das apresentações de Raul Moraes levou o talento pernambucano a diversos países, a exemplo de Argentina, Alemanha e Portugal. Foi uma criatividade que venceu limites, divisas e fronteiras. Raul Moraes pertenceu a um tempo em que o Carnaval era uma festa do corso, das batalhas de confete e serpentina, de amores que foram infinitos enquanto duraram e de outros tantos que duraram toda a vida, embalados pela beleza e poesia. Foi um tempo em que as letras das músicas não tinham duplo sentido, que simplesmente cantavam o amor e mais pareciam, assim, poemas musicados. Quer um exemplo? Atente para a letra da Marcha da folia e veja por que Raul Moraes está, eternamente, na memória do carnaval pernambucano: Bloco das Flores por onde passa/ Semeia com tal graça ao som de lindas canções/E os esplendores dessa alegria/ Que as almas extasia | E apaixona os corações./Viva a folia do Carnaval | Intensa alegria sem outra igual/Que olvidar faz a dor ferina/E nos ensina a sorrir e amar/Temos na vida só dissabores/Tristezas, amargores e a desilusão final/Mas de vencida o mal levamos/E esqueçamos que sofremos divertindo o Carnaval/ Viva a folia do carnaval|Intensa alegria sem outra igual/Que olvidar faz dor ferina | Que nos ensina a sorrir e amar. *Por Marcelo Alcoforado

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Romance de Alex Bezerra de Menezes tem impeachment como pano de fundo e reflete sobre a ética brasileira cotidiana

Que o Brasil não é para principiantes, todos sabemos. O mais antigo país do futuro parece condenado à eterna esperança de tempos melhores. Sem ordem, sem progresso, o sentimento geral de que nossos governantes não nos representam talvez esconda uma hipótese mais grave: a de que representa, sim, e muitíssimo bem. Fraude explica. Alex Bezerra de Menezes, especialista em Machado de Assis e Alexandre, o Grande, explora aquilo que estamos acostumados a chamar de “alma brasileira” (se é que ela existe) no romance Depois do Fim (Simonsen, 192 páginas, R$49,90). Será que o Brasil de ontem é o Brasil de hoje? Ele mesmo responde: “Acredito que exista no âmago dos valores da sociedade brasileira a resposta para cenários que se repetem. A discussão é polêmica, mas o intuito do livro não é trazer respostas prontas. Ao contrário, todas as respostas serão dadas pelo leitor, que poderá avaliar questões muito profundas sobre a ética cotidiana, nosso senso de valores, o famoso ‘jeitinho brasileiro’ e como estes fatores podem, de maneira assustadora, refletirem-se em toda a estrutura social do Brasil”. O desenrolar da trama se dá entre 1989 e 2003 – período marcado pela implementação da democracia política, pela queda do presidente Collor, pela estabilidade econômica do Plano Real e pela ascensão do presidente Lula –, em duas cidades aparentemente distantes em diversas esferas, mas que retratam um mesmo Brasil: a megalópole São Paulo e a pequena Sirinhaém, em Pernambuco. Um professor medíocre recebe uma suposta herança – um quadro do pintor holandês Frans Post, o primeiro pintor a registrar as Américas, em nosso Nordeste –, mas este é apenas o princípio do fim, pois a obra pictórica esconde um mundo de lendas, imprecisões, lacunas, fofocas e fantasias, reveladoras do real personagem principal do romance, o Brasil. A orelha é assinada pelo professor e historiador Leandro Karnal, na qual afirma que “Nossa moral cediça, nosso arranjos e acertos, nossos compromissos elásticos com a ética constituem parte da fascinante narrativa. Este é o Brasil que a Física Clássica não alcançaria; apenas literatura e seus espelhos podem dar pista do que somos e do que poderíamos ter sido”. Em evento de pré-lançamento para 200 pessoas, ele foi além na reflexão – que pode ser conferida em vídeo com mais de 65.000 visualizações (http://bit.ly/KarnalDepoisDoFim) – e foi também muito elogioso ao texto (“Um autor que nasce pronto”, afirmou) e ao projeto gráfico, que ficou a cargo do estúdio Bloco Gráfico, composto por ex-membros da CosacNaify. Depois do Fim é um romance feito para pensarmos em nosso País. E, acima de tudo, para que o futuro não repita o passado. Sobre o autor Alex Bezerra de Menezes nasceu a 21 de abril de 1972, em Pernambuco. É advogado por formação e ficcionista por devoção. Em 2005 publicou seu livro de estreia, Incandescências, de forma independente. Título: Depois do Fim Texto de apresentação: Leandro Karnal Autor: Alex Bezerra de Menezes Editora: Simonsen ISBN: 978-85-69041-14-6 Número de páginas: 192 Preço: R$49,90 Formato: brochura Capa e projeto gráfico: Bloco Gráfico

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Amcham: 84% das empresas acreditam em redução das incertezas politicas e econômicas

Os empresários e executivos brasileiros estão mais otimistas em relação ao cenário de instabilidade do país e mais confiantes com o novo ano. Para 84% deles, as incertezas políticas e econômicas estarão em quadro mais estável em 2017. É o que aponta pesquisa inédita da Câmara Americana de Comércio (Amcham) com a participação de 326 lideranças de companhias de vários portes e setores da economia. A enquete foi aplicada ontem (8/2), em São Paulo, durante o Seminário Perspectivas Comerciais, Econômicas e Políticas promovido pela Amcham. Para os consultados, apesar da aposta em melhora em relação a 2016, duas grandes incertezas ainda devem ditar a velocidade da recuperação da economia brasileira: a operação Lava Jato e seus desdobramentos (33%) e o quadro fiscal preocupante e ainda dependente de reformas/medidas (28%). Outros fatores citados foram: a crise política e antecipações da corrida presidencial de 2018 (18%); a confiança do consumidor e investidor em níveis piores e crise de segurança mais acentuada em alguns estados (17%); e o cenário externo em virtude da troca de presidência nos EUA e tratativas do Brexit na União Europeia (4%). Indicadores mais positivos em 2017 A grande maioria (95%) dos entrevistados pela Amcham informaram acreditar em resultados comerciais mais positivos em 2017. Sendo que parcela de 88% deles consideram que o ano será de cenário de recuperação, e outros 7% apostam em novo contexto de crescimento expressivo em relação a 2016. Uma fatia de 5% acredita em números comerciais ainda negativos e sem sinais de recuperação. Sobre a recente afirmação do Ministro Henrique Meirelles que “o país sairá da recessão ainda no primeiro trimestre do ano”, 64% dos executivos informaram já constatar algum nível de melhora no humor econômico do país. Sendo 53% com resultados comerciais levemente positivos nesses primeiros 40 dias do ano; e 11% já percebendo uma melhora significativa nos indicadores no comparativo com o mesmo trimestre do ano passado. Outros 36% ainda vivenciam resultados negativos. A recuperação depende de três principais fatores, de acordo com os entrevistados pela Amcham. A maioria (54%) citou como aspecto prioritário o aumento da competitividade da economia, exigindo firmeza na condução das reformas estruturais. Os outros dois pontos citados foram: aumento do consumo, com estímulos ao crédito e retomada da confiança do consumido, sendo mencionado por 32%; e o crescimento das exportações, exigindo uma taxa de câmbio relativamente estável e competitiva para o setor industrial; sendo citado por 14%. No varejo, 69% acreditam também em retomada ainda neste ano. Para 49%, a recuperação acontecerá no segundo semestre, e outros 20% apostam na concretização ainda no primeiro semestre. Outros 27% enxergam recuperação só em 2018. Levando em consideração o cenário de recuperação, três pontos serão prioritários quando se fala em investimentos comerciais da própria companhia: produtividade em processo, produção e equipe (54%); inovação do portfólio de produtos e serviços (26%); e treinamento e capacitação da força de vendas (11%). Avaliação do Governo Temer e reforma trabalhista Decorridos quase nove meses do Governo Temer, 51% dos empresários avaliam como "neutro", ainda exigindo uma maior capacidade da condução das transformações e reformas. Outra parcela de 28% considerou "positivo" os três trimestres da nova presidência e 21% avaliam como "negativo", considerando que a equipe não vem demostrando capacidade de liderar as reformas necessárias. A reforma trabalhista é o aspecto que traz otimismo nos investimentos para 66% dos empresários. Segundo 49%, a modernização da legislação trará impacto em médio prazo, tanto em retomada dos investimentos como também no volume de postos de trabalho. E 17% deles enxergam impactos positivos já no curto prazo, enquanto 34% não enxergam aspectos positivos tanto no curto e médio prazo.

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Componho o que ouço do povo

Se você é um folião certamente já brincou ao som de um frevo composto por J. Michiles. Nascido José Michiles da Silva, o autor de Bom Demais, Me segura senão eu caio e Diabo Louro fala nesta entrevista da sua trajetória musical, que curiosamente começou criando uma versão dos Beatles para o grupo Golden Boys. Você sempre viveu no bairro de Campo Grande? Sou recifense e sempre morei em Campo Grande e arredores (Arruda, Água Fria, Sítio Novo). Quando menino ouvia no rádio os grande autores pernambucanos, como Levino Ferreira, Zumba, Capiba, Nelson Ferreira. Também ouvia Jackson do Pandeiro, Ari Lobo, Luiz Gonzaga. Desde cedo que eu me abri para essa imagem que é a música pernambucana. E já escrevia paródias. Você é sobrinho do cantor Orlando Dias, ele também o influenciou? Ele foi intérprete de grandes sucessos nos anos 60. Cantor romântico. A mãe dele minha avó já cantava, a família toda tem veia artística, tanto é que a gente seguiu esse caminho da arte de compor e de cantar. Eu tenho um neto que é um sucesso, Víctor Santos, que também vem dessa estirpe de grandes autores e cantores. Além de compositor, você também foi professor. Como foi essa experiência? Fiz história na Católica e fui professor de história, matéria que cheguei a ensinar durante um ano. Mas antes de terminar o curso eu já ensinava artes plásticas, pintura, modelagem no barro. Fiz um curso técnico de desenho na antiga Escola Industrial Governador Agamenon Magalhães. Passei a lecionar em 1962 nessa mesma escola, como assessor do grande escultor Edson de Figueiredo, que foi professor também de Abelardo da Hora. Seu primeiro sucesso foi uma versão dos Beatles. Como foi esse início? Cheguei no Rio de janeiro, no dia 2 de janeiro de 1964, depois de 7 dias de viagem. Foi uma viagem histórica: não havia asfalto, tínhamos que descer para quebrar galho de mato, escorar pneu, empurrar o ônibus (risos). Meu tio Orlando Dias morava lá. Naquele ano fiz um bolero que foi gravado pelo cantor Víctor Bacelar. Dois anos depois, o grupo vocal The Golden Boys, gravou a versão que fiz da música I want to hold your hand (Quero afagar tuas mãos) pela etiqueta Odeon e foi um grande passo na minha carreira. Deu até pra ganhar um dinheirinho bom. Como conheceu os Golden Boys? Meu tio era amigo desse pessoal, que morava no Méier, o mesmo bairro onde meu tio residia. Dois anos depois, teve um festival aqui intitulado Uma canção para o Recife, no qual concorri com grandes mestres da música pernambucana – Capiba, Nelson Ferreira, Ariano Suassuna, Luiz Bandeira – e para a minha felicidade ganhei o primeiro lugar com a música Recife manhã de sol, gravada com Marcos Aguiar, grande cantor pernambucano. Depois essa marcha foi regravada por Orlando Dias, Bloco da Saudade, Roberto Miller. No meu CD Asas do Frevo, uma coletânea, lançada em 2007, por ocasião do centenário do frevo, gravei com Maria Bethânia, que fez uma interpretação sublime. Um mês depois ela veio ao Recife, fazer um show no Classic Hall, e me convidou. Ela terminou a apresentação com uma homenagem cantando Recife manhã de sol. Eu nem ia no camarim, porque havia uma multidão por lá. Telefonei para a empresária dela e disse: olhe, diga a Maria Bethânia que eu estou muito agradecido pela homenagem e que deixei um cheiro pra ela. A empresária disse: “não, senhor, ela está te esperando”. Fui ao camarim, abriram caminho pra mim, quando ela me viu disse: “Michiles que coisa linda você me deu!”. Eu disse linda é você com sua interpretação sublime. Nesse CD também tem Daniela Mercury, Chico César, Alceu Valença. Bom demais foi seu maior sucesso? Um dos maiores. Bom demais, gravado em outubro de 1985 para o Carnaval, com interpretação de Alceu Valença. No Réveillon de 1986, Alceu me telefonou, dizendo: “Tás ouvindo? Todas as emissoras tocando o frevo?” Na quarta-feira de cinzas, às 5 horas da manhã, comprei o Jornal do Commercio que trazia estampada a manchete: “Carnaval foi bom demais”, porque só deu Bom demais. Um frevo antológico que já perdura por vários carnavais. Me segura senão eu caio, de 1987, também ficou na história. Depois veio o Diabo louro, que é sucesso até hoje, depois veio Vampira. São frevos cinematográficos: “Levei um trote em plena multidão/ ela me deu um bote/ bem no meu cangote/ e me botou no chão/ naquele alvoroço, mordeu meu pescoço/ parece mentira aquele beijo/ foi um beijo de vampira. Esse frevo eu criei em pleno sábado de Carnaval, estava na sacada do restaurante Mourisco, em Olinda. Lá embaixo a multidão esvoaçada no frevo e, de repente, uma moça deu um bote no pescoço de um cara, caíram os dois no chão. Ele se levantou procurando a moça, mas ela já tinha ido embora. Eu disse: acabo de assistir a um beijo de vampira. Aí, me sentei e comecei a escrever a música. Qual o segredo de suas canções serem sucesso? Sempre digo o seguinte: o difícil é fazer o fácil. O fácil é aquela música que você faz e o povo na primeira audição sai cantarolando. É a música que fica. Esse é o grande tempero. Sou um autor que compõe o que ouço do povo. A emoção que eu sinto do povo eu devolvo ao povo. O gratificante é fazer a sua música na sua intimidade, na sua solidão e de repente ver cair na boca do povo, 1,5 milhão de pessoas cantando sua música no Galo da Madrugada! Além frevo, também compus forró. Elba Ramalho gravou Lua Vadia, gravei com Dominguinhos Estrela Gonzaga, homenagem a Luiz Gonzaga. O primeiro grande sucesso de Novinho da Paraíba foi um forró meu. Com Jorge de Altinho gravei Queimei seu travesseiro. Você vive da sua música? O compositor é sempre garfado, se eu for viver só de música estou roubado. Sou aposentado pela Secretaria de Educação como professor. Eu lecionei 31 anos em sala de aula. Depois participei da campanha de

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Projeto de Lei Anticorrupção tramita na Alepe

O texto-base do Projeto de Lei Estadual Anticorrupção foi apresentado, na última quarta (8), à comissão especial criada na Assembleia Legislativa para tratar do tema. Entre os principais destaques, a proposta aborda o mecanismo do acordo de leniência e cria um Fundo Estadual de Combate à Corrupção. Além de ser encaminhado ao Governo do Estado, responsável pela iniciativa do Projeto de Lei no âmbito do Poder Executivo, será elaborada uma proposição, nos mesmos moldes, tratando das apurações no Poder Legislativo. Com base na Lei Federal 12.846/2013, a proposta visa à responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas envolvidas em atos contra a administração pública. O projeto foi elaborado durante o recesso parlamentar de janeiro por um grupo de trabalho integrado por assessores jurídicos da comissão e técnicos da Consultoria Legislativa da Alepe (Consuleg), da Controladoria Geral do Estado (CGE) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE). O documento contém 74 dispositivos, que estabelecem processos administrativos para apurar os atos ilícitos e responsabilidades. Indica ainda os agravantes e atenuantes para o valor da multa a ser aplicada em caso de sanção administrativa. Entre os fatores para aumento da penalidade estão o valor do contrato superior a R$ 1 milhão, a interrupção na prestação de serviço público ou a paralisação de obra pública. À semelhança das delações premiadas, feitas por pessoas físicas, os acordos de leniência poderão ser firmados por pessoas jurídicas com a CGE, PGE, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de Pernambuco. Se desse acordo resultarem a identificação dos demais envolvidos na infração, obtenção de informações e documentos, além de outras obrigações previstas, a empresa poderá ser beneficiada com a suspensão de ações e procedimentos relacionados aos fatos apurados e redução das penalidades. O presidente da comissão especial, deputado Rodrigo Novaes (PSD), enfatizou que os acordos de leniência vão funcionar nos moldes do que tem sido feito pela Operação Lava Jato. “O projeto cria uma série de instrumentos e ferramentas para que a gente possa dar mais transparência nessa relação do setor privado com o público e no sentido também de identificar os envolvidos em infrações”, acrescenta. A matéria propõe a criação, ainda, de um Fundo Estadual Vinculado de Combate à Corrupção, ao qual serão destinadas receitas provenientes da aplicação da Lei Anticorrupção e de outros convênios e parcerias. Estes recursos serão destinados à estruturação da Secretaria da Controladoria Geral do Estado (SCGE) e ações educativas voltadas para o controle social e o combate à corrupção. A proposição aponta também para o lançamento de um canal estadual de denúncias anticorrupção e de um Código de Ética da Administração Pública Estadual. Encaminhamentos – Ficou definido que, dentro de uma semana, será preparada uma versão do texto para embasar um Projeto de Resolução do Poder Legislativo. Este deve ser entregue à Presidência da Alepe pela comissão no dia 20 de fevereiro. Na mesma semana, deve ocorrer uma reunião da comissão para a entrega do texto-base do Projeto de Lei ao governador Paulo Câmara. Para a relatora da comissão especial, Priscila Krause (DEM), ao coordenar a formulação das propostas, a Assembleia exerce papel de relevância numa discussão “absolutamente atual no País”. “O mais importante do projeto é sua contribuição para fomentar uma cultura de combate à corrupção. Isso precisa acontecer no País, e cada Estado tem que dar a sua contribuição”, avalia. (do site da Alepe)

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Movimentação do penhor da Caixa cresce 11,4%

Uma das modalidades mais tradicionais de crédito movimentou mais recursos em 2016. O penhor da Caixa Econômica Federal emprestou R$ 13,3 bilhões em novos contratos e renovações no ano passado. O valor representa crescimento de 11,4% em relação ao registrado em 2015. De acordo com o banco, o penhor encerrou o ano passado com 633 mil clientes ativos, incremento de 36 mil clientes em relação ao fim de 2015. Um dos fatores que contribuiu para aumentar a liberação de recursos foi o reajuste de até 25% da tabela de avaliação do penhor pelo banco no ano passado, com base no mercado internacional e no câmbio. Com a atualização da tabela, o índice padrão para calcular o valor do grama do ouro subiu de R$ 66 para R$ 76, alta de 15%. No caso do diamante, a valorização média ficou em 25%. As joias são avaliadas com base na qualidade, no teor e no peso e têm o valor convertido em unidades de índice padrão. No penhor o limite de empréstimo pode chegar a 100% do valor da garantia para os clientes com conta salário na Caixa. Para novos clientes ou clientes sem conta salário, a liberação corresponde a 85% do valor avaliado. O empréstimo dispensa avaliação de risco de crédito, podendo ser contratado até por pessoas com o nome negativado. Basta apresentar RG, CPF em situação regular e comprovante de residência em uma das 460 agências especializadas em penhor em todo o país. Com juros de 2,1% ao mês, o penhor pode ser renovado quantas vezes o cliente desejar. Os objetos – joias em ouro, diamante, prata, pérolas e relógios e canetas de valor – ficam sob custódia em cofres da Caixa. O cliente recebe o bem de volta assim que quitar o contrato. (Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil)

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