Arquivos Artigos - Página 3 de 18 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Como a liderança pode se aliar à Inteligência Artificial para maximizar o seu resultado

*Por Jessica Couto A integração da Inteligência Artificial (IA) no ambiente corporativo não é apenas uma tendência, mas uma evolução necessária. A resistência e o preconceito que alguns líderes demonstram em relação ao uso da IA, especialmente com o Chat GPT, refletem uma compreensão ainda inicial sobre o papel e o potencial dessas tecnologias no ambiente de trabalho. Essa reação pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a falta de familiaridade com a tecnologia, preocupações com a substituição humana por máquinas e uma visão limitada sobre a colaboração entre humanos e IA. Contrariamente à expectativa equivocada de que a IA possa substituir completamente as funções humanas, seu verdadeiro valor reside na capacidade de auxiliar, otimizar e complementar as capacidades humanas. Imagine, por um momento, a frustração de perder horas na elaboração de um procedimento operacional padrão, na composição detalhada de descrições de cargos, na criação de resumos de pitch de vendas destinados a capturar a atenção de um cliente em meros 15 minutos, ou na angustiante busca por um lampejo de criatividade em momentos de pressão. Agora, considere como a IA pode aliviar esses fardos, permitindo um foco maior na revisão e busca de melhoria nessas atividades, você poderá ser o revisor de você mesmo, garantindo empatia e senso crítico – qualidades intrinsecamente humanas que esse seu “estagiário” não terá. A IA necessita de contexto específico, instruções claras, especificações e feedback para produzir resultados satisfatórios, elementos que fazem parte do papel da liderança. Enquanto alguns gestores resistem à adoção dessa tecnologia, dedicando um tempo precioso a tarefas que poderiam ser otimizadas, outros se atualizam e se engajam, alcançando melhores resultados e uma qualidade de vida superior. Esses líderes inovadores reconhecem a importância de adaptar suas estratégias para atrair e reter talentos da geração Z, que valorizam o sentido de pertencimento e buscam evitar tarefas repetitivas e desprovidas de valor. A IA pode ser vista como um estagiário extremamente inteligente, disponível 24 horas por dia, sempre pronto e disposto a auxiliar. Embora não tenha todas as respostas, a IA estimula a reflexão e oferece uma vasta gama de dados e informações. Para os líderes, o desafio é superar preconceitos e reconhecer a IA como uma ferramenta valiosa que, quando bem utilizada, pode significar um salto em produtividade e inovação. Portanto, a importância de as lideranças entenderem e abraçarem a IA reside não apenas na otimização dos resultados dos negócios, mas também na promoção de um desenvolvimento profissional sustentável. Ao fazer isso, os líderes não só garantem a competitividade e relevância de suas organizações no mercado atual, mas também cultivam um ambiente de trabalho mais engajado, inovador e satisfatório para todos os envolvidos. *Jessica Couto - Diretora no Grupo Trino e especialista em Liderança e Gestão Empresarial

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Oportunidades e desafios nos investimentos de descarbonização automotiva em PE

*Por Edgard Leonardo A Stellantis prevê investimentos da ordem de R$ 30 bilhões no Brasil para o período entre 2025 e 2030, destes, R$ 13 bilhões, 43% do total, deverão ser investidos diretamente na fábrica do grupo em Goiana, no estado de Pernambuco. Importante destacar que esse é o maior plano de investimentos já anunciado por uma montadora no Brasil e certamente com impacto significativo em nosso estado. A infraestrutura de recarga ainda é incipiente no Brasil e certamente isso contou na hora do grupo realizar seu planejamento estratégico, apontando na direção de investimentos em veículos híbridos e elétricos. Importante lembrar também que a montadora foi a primeira a lançar um carro com versão a álcool no Brasil, em 1979. O Fiat 147 Álcool foi lançado no contexto do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e desempenhou um papel crucial na popularização do etanol como combustível. O Brasil certamente é um país que apresenta uma vantagem competitiva em termos de descarbonização, pois tem a infraestrutura para etanol desde os anos 1980 e cultura de utilizar automóveis movidos a etanol ou flex, além do fato que nossa produção de etanol tem uma pegada de descarbonização maior que de outros países, pois no Brasil (ao contrario dos EUA) usamos biomassa para produzir a eletricidade e o calor necessário ao processo produtivo. Ao combinar a tecnologia dos carros flex associada aos motores elétricos, certamente a Stellantis está apostando na opção mais lógica.Para o Brasil como um todo temos um impacto positivo na manutenção do projeto do automóvel movido a etanol, uma solução mobilidade sustentável e que gera emprego e renda no país e, claramente, em nosso estado. Somos o segundo maior produtor mundial de etanol do planeta, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Outro ponto que merece destaque é a oportunidade para profissionais atuarem diretamente no que existe de mais moderno em termos de tecnologias do setor automotivo. Isso coloca o estado na frente e permite certamente o surgimento de uma nova geração de técnicos especialistas em automóveis elétricos/híbridos, seja pelos treinamentos oferecidos, seja pela atração de novos players pela oportunidade gerada em pesquisa e inovação nas universidades da região, além da própria atração de profissionais especializados. Isso acaba gerando maior difusão do conhecimento e qualificação da mão de obra. Importante que o estado possa finalizar o prometido anel viário que ajudaria a fabricante italiana a escoar sua produção local até o Porto de Suape, destacando que a contrapartida do estado para com a indústria está há pelo menos uma década atrasada. Melhorar a infraestrutura viária, facilitando o movimento não apenas das cargas, mas também das pessoas, certamente contribuirá para fixar os trabalhadores e as empresas fornecedoras e prestadoras de serviço em nosso estado. Estamos diante de uma ótima oportunidade para escolas técnicas e instituições de ensino superior, que precisam ofertar cursos na área de maneira a qualificar a oferta de mão de obra para o setor, lembrando que as oportunidades estão por toda a cadeia produtiva. Temos no estado, além de excelentes instituições de ensino, o Porto Digital, que possui uma miríade de empresas qualificadas e que certamente serão beneficiadas pelo direcionamento estratégico do polo automotivo como um todo. *Edgard Leonardo é economista e professor da Unit-PE

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O assassinato do Padre Antônio Henrique durante a Ditadura Civil-Militar em Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura “PROVA DE AMOR MAIOR NÃO HÁ QUE DOAR A VIDA PELO IRMÃO!” A lista de perseguidos, presos, torturados e mortos durante a ditadura civil-militar (1964-1985) no Brasil é extensa. Muitos jovens perderam as suas vidas na luta pela liberdade e democracia. Outros passaram anos presos, resultado da militância política contra o sistema opressor. Os chamados “crimes” eram classificados como terrorismo, subversão ou atentado contra a soberania nacional. Durante os 21 anos do regime, diferentes ordenamentos jurídicos, a exemplo do Ato Institucional nº 5, garantiam a “legalidade” das atrocidades cometidas pelos militares. Os assassinatos de militantes políticos como Edson Luís de Lima Souto (1950-1968), Fernando Santa Cruz (1949-1974), Vladimir Herzog (1937-1975) ou Manuel Fiel Filho (1927-1976) deixaram marcas profundas na História do Brasil. As circunstâncias dos acontecimentos, a falta de informação para as famílias ou a repercussão internacional direcionaram os olhares do mundo para as violações dos direitos humanos realizadas após 31 de março de 1964. Na longa lista dos crimes políticos, membros da Igreja Católica não estiveram distantes das perseguições e atentados contra a vida. Mesmo após o apoio inicial às propostas da ditadura civil-militar, algumas lideranças católicas se destacaram na oposição ao regime. Dom Aloísio Lorscheider, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Helder Camara, Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Waldyr Calheiros, Dom Pedro Casaldáliga e Dom José Maria Pires são alguns nomes de religiosos que se opuseram às atrocidades dos militares e defenderam a democracia e os direitos humanos. Proibidos de se posicionarem nos meios de comunicação do Brasil, muitos religiosos utilizavam eventos internacionais para denunciar “os clamores do seu povo”. Mesmo que os órgãos ditatoriais não tenham imposto limites para as práticas dos seus servidores, os dirigentes sabiam que prender, torturar ou assassinar uma liderança religiosa provocaria grande repercussão internacional. Por este motivo, instituições e colaboradores dos eclesiásticos foram alvos dos ataques, com o objetivo de silenciar os “bispos vermelhos”. Entre os eventos que marcaram a prática está o assassinato do Padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto (1940-1969), ocorrido na cidade do Recife, em 27 de maio de 1969. O religioso era coordenador da Pastoral da Juventude, com atividades que buscavam a inclusão social, recuperação de jovens em situação de rua e debates sobre os problemas econômicos. Auxiliar de Dom Helder Camara, realizava denúncias sobre a violência praticada pelos militares no cenário nacional. Como posicionamento político, em 1968 celebrou uma missa em memória do estudante Edson Luís de Lima Souto. As suas ações contribuíram para que se tornasse alvo do monitoramento dos militares, inclusive por meio de escutas telefônicas. Com o objetivo de atingir Dom Helder Camara e silenciar as suas denúncias, o Padre Antônio Henrique foi sequestrado na noite de 26 maio de 1969, torturado e morto na madrugada do dia 27 de maio por membros do Comando de Caça aos Comunistas e agentes da Polícia Civil de Pernambuco. O assassinato tinha o objetivo de atingir o arcebispo de Olinda e do Recife e impor o medo entre os seus colaboradores. Durante o período ditatorial, a morte do Padre Antônio Henrique foi tratada pelas autoridades como crime comum. No entanto, com os trabalhos da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Camara, novas interpretações foram apresentadas, com a indicação dos responsáveis pela execução. Para os membros da comissão, durante a década de 1970, os integrantes do SNI (Serviço Nacional de Informação) foram avisados que o crime foi realizado por um grupo de extrema direita em conjunto com a Polícia Civil de Pernambuco. Em parecer enviado ao Ministério Público, constava que participaram do crime os investigadores Rível Rocha, Humberto Serrano de Souza, José Bartolomeu Gibson, Jerônimo Gibson e Rogério Matos. As informações contribuíram para um processo de (re)escrita da História. Com o trabalho de pesquisadores e o acesso às fontes foi possível demonstrar como o religioso se constituiu em mais uma vítima das atrocidades da ditadura civil-militar. Sessenta anos após o início de um dos períodos mais conturbados da História republicana, ainda existem mortes que precisam ser investigadas e famílias que buscam informações sobre seus parentes, tidos como “desaparecidos” políticos. Em um momento que lembramos daqueles que tombaram na luta pela democracia, que possamos continuar exigindo informações sobre um período que marcou negativamente o nosso passado. *Carlos André Silva de Moura é doutor em história e professor da UPE

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O direito de laje, o condomínio urbano simples e os meios para regularizar a informalidade

*Por Tereza Borba Com o adensamento populacional das cidades, associado ao escasso investimento público na produção de moradia e na regularização fundiária ao longo de décadas, são cada vez mais frequentes as tipologias habitacionais da laje e do condomínio urbano simples. Esse último, as vezes chamado de puxadinho, representa a iniciativa da família de construir, no mesmo lote, uma casa ao lado da já existente ou nos fundos, para acomodar a família que vai crescendo, ou como meio de subsistência, com a sua locação. A laje é mais visível, tendo em vista a verticalização das construções. Ambas são alternativas que restam para clamor das famílias inseridas nos números que representam o déficit habitacional, crescente a cada censo do IBGE. Estas tipologias passaram a ser reconhecidas por lei, tendo sido o direito de laje inserido no elenco dos direitos reais, a exemplo da propriedade, no Código de Direito Civil. O objetivo é tutelar a realidade não abrangida por lei anteriormente. A lei que regulamenta a regularização fundiária (lei nº 13.465/17) modificou a forma de parcelamento do solo, estabelecendo novas normas e procedimentos para, entre outras situações, regularizar tais tipologias, possibilitando a abertura de matrícula individualizada para cada imóvel, titulando as famílias ocupantes, perante o Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição imobiliária do imóvel objeto da regularização. Assim, essas situações existentes e consolidadas, que antes figuravam como um problema para a dita “cidade formal”, aquela regida pelas leis que estabelecem as regras de uso e ocupação do solo e os parâmetros urbanísticos para construir e regularizar os imóveis, podem agora ocasionar mais uma modalidade de licenciamento urbanístico na esfera dos órgãos municipais. Para tanto, a municipalidade precisa se preparar para atender essa grande demanda, prevendo um espaço na sua estrutura organizacional e, sobretudo, instalar capacidade técnica e operacional para proceder à análise e ao licenciamento. Com isso, será possível cumprir os requisitos para individualizar a matrícula e obter o registro no âmbito do cartório de imóveis. A abrangência dos instrumentos do direito de laje e do condomínio urbano simples não é específica da regularização fundiária, dessa forma, os imóveis já regularizados, que dispõem de matrícula na serventia registral, podem ser objeto de instituição dos instrumentos jurídicos citados, sendo passível de abertura de matrícula para cada unidade autônoma criada e realizada averbação do fato na matrícula existente. Nos casos das ocupações espontâneas e consolidadas, com maior concentração das situações aplicáveis à instituição da laje e do condomínio urbanos simples, é recomendável e mais ágil regularizar de uma única vez. Para isso, município deve delimitar a poligonal da área e instituir procedimento administrativo de REURB-S (regularização fundiária urbana de interesse social, aplicável às áreas ocupadas predominantemente por população de baixa renda) ou REURB-E (regularização fundiária urbana de interesse específico, aplicável aos casos da população não qualificada como baixa renda). Para o desencadeamento da REURB e o cumprimento das etapas estabelecidas pela lei nº 13.465/17, até a regularização plena, os Municípios precisam constituir uma equipe multidisciplinar, tendo em vista o próprio conceito contido na lei, a saber, a regularização fundiária consiste num conjunto de medidas sociais, jurídicas, urbanísticas e ambientais destinadas à incorporação desses imóveis ao ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes. Com seus imóveis regularizados, as famílias passam a ter segurança jurídica, a garantia de direitos sucessórios e, querendo, podem ofertar garantias para acessar crédito perante os bancos públicos e privados para reformar suas casas ou criar seu próprio empreendimento. Tereza Borba é Advogada, especialista em regularização fundiária.

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Regularizar imóvel reduz riscos e facilita negócios

*Por Filipe Andrade Lima Quem precisa comprar ou vender um imóvel sabe o quanto dificulta ter uma propriedade irregular. Pode ser um terreno, uma casa ou até mesmo um edifício comercial. O fato é que a ausência de regularidade na propriedade dificulta a realização de negócios e reduz consideravelmente o valor do imóvel. Sem falar da perda de benefícios fiscais que deixam de ser concedidos pelo poder público, com isenção ou redução do IPTU ou ITBI, por exemplo. Nessa condição, há ainda a possibilidade de receber multa, não conseguir aprovação de financiamento e pior: perder o imóvel. É importante frisar que, além de registrar, é necessário mantê-lo regular com a documentação e também com os pagamentos dos tributos em dia. Há ganhos maiores e maior liquidez. No Brasil, a propriedade de um imóvel só é garantida quando ocorre o registro. E todo imóvel possui uma matrícula, que mostra se há alguma dívida, compromissos de compra e venda, alteração de propriedade, entre outros. É como um CPF que identifica o imóvel. Por meio dela, é possível fazer uma consulta no município. E graças a novas tecnologias, como o site registradores.org.br, é possível ainda ter acesso à certidão de matrícula para avaliar riscos ou fechar negócios imobiliários. Nele, há diversos serviços disponíveis. A informação é pública e aberta a qualquer pessoa. Ajuda corretores, proprietários de imóveis e também o setor notarial. Um caminho para regularizar um imóvel, sem registro, é localizar os antigos proprietários e formalizar a compra do imóvel no ato de lavratura pública de compra e venda, em um cartório de notas. Outra maneira é procurar um cartório de registro de imóveis na cidade onde o bem está instalado e dar entrada no processo de regularização. Será necessário levar o contrato de compra e venda para a emissão da escritura da propriedade. *Filipe Andrade Lima é tabelião titular do Cartório Andrade Lima.

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O peso dos benefícios fiscais e a corrida aos tribunais

*Por Rodrigo Accioly Os benefícios fiscais de ICMS sempre foram uma das principais estratégias de atração de investimentos industriais para o Estado de Pernambuco e também para o Nordeste como um todo. Entretanto, a atratividade gerada por tais regimes vem perdendo relevância, o que gera uma enorme preocupação quanto ao desenvolvimento econômico do nosso estado. Em primeiro lugar, com a Reforma Tributária aprovada, todo benefício fiscal de ICMS, atual ou futuro, terá como horizonte final o ano de 2032. Porém, já agora em 2024, com a aprovação da chamada “MP das Subvenções” (transformada na Lei nº 14.789/2023), as indústrias e demais empresas incentivadas já tiveram uma redução indireta de 9,25% nos benefícios fiscais recebidos. Isso porque o Governo Federal passou a explicitamente exigir o pagamento de PIS e Cofins sobre o montante das chamadas subvenções (benefícios fiscais) concedidas por qualquer ente estatal. Ou seja: se num determinado mês, uma indústria recebe um crédito de Prodepe de R$100 mil, ela passa, nesse mesmo mês, a ter que recolher R$9,2 mil a título de Pis e Cofins. Sem considerar as mudanças no Imposto de Renda que, a depender da situação, podem gerar um agravamento ainda maior. Por se tratar de uma situação anacrônica, em que um Estado dá com uma mão e a União tira com a outra, diversos contribuintes têm recorrido ao Poder Judiciário para evitar a elevação da carga tributária. Entre as liminares proferidas ainda são raras. Espera-se que o Supremo Tribunal Federal, que já recebeu ações sobre o tema, emita uma decisão e, naturalmente, de forma favorável aos detentores de benefícios fiscais. Por fim, é necessário que os representantes do nosso Estado em Brasília formem uma frente para garantir a competitividade da indústria pernambucana, mediante manutenção de condições que garantam a paulatina redução das desigualdades regionais. *Rodrigo Accioly é sócio da área tributária do escritório Queiroz Cavalcanti Advocacia e consultor legislativo

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Uma história de vida dedicada ao Náutico e ao desporto

*Por Paulo Monteiro Em 1934, o Clube Náutico Capibaribe conquistou o seu primeiro título pernambucano de futebol. Porém, esse não é o único feito memorável de sua história naquela data. No mesmo ano, nascia um dos maiores patrimônios humanos do nosso clube. No dia 20 de abril, nascia Ricardo Breno de Pontes Borges Rodrigues, mais conhecido nos meios esportivos, e em especial na nação Alvirrubra, como Cacá.   Poucos anos depois, com apenas sete anos de idade, começava sua bela e exemplar trajetória no nosso Clube, como atleta infantil de tênis e basquete. Esportes que praticou por muitos anos, sendo campeão em todas as categorias que atuou. Diante do espírito de liderança e capacidade de aglutinar que demonstrou desde criança, tornou-se rapidamente orador e presidente do Núcleo Infantil Alvirrubro, setor responsável por organizar todas as competições infantis dentro do clube. Uma verdadeira escola de formação de líderes. Neste ano, o Náutico completa 123 anos de fundação e, durante sua existência, Cacá - que completa noventa anos no dia 20 de abril – é, até hoje, o único alvirrubro a ocupar seis diretorias distintas no clube. Sendo também o único a ocupar, por nove vezes, o cargo de vice-presidente esportivo. Depois, vice-presidente do executivo por dois mandatos, presidente do executivo, secretário do Conselho Deliberativo e, posteriormente, presidente, sendo o único até hoje reeleito.  Merecidamente, Cacá é o único sócio a possuir os títulos de emérito (pelas conquistas esportivas), benemérito (pelos relevantes serviços prestados) e grande benemérito (pelos relevantes e excepcionais serviços prestados), dividindo, hoje, a honraria de grande benemérito com Américo Pereira, também de grandes, relevantes e excepcionais serviços prestados ao clube. Merece um registro, que desde 1960 Cacá é conselheiro do Náutico, ausentando-se apenas para exercer cargos no executivo. Vários foram os eventos esportivos realizados por Cacá ao longo de sua exemplar trajetória no Náutico. Realizou, durante vários anos, a tradicional Corrida da Fogueira, a segunda mais antiga competição do gênero no país. Promoveu, durante três anos e com o apoio do ex-presidente Luciano Azevedo, seu primo, os Jogos Infantis de Pernambuco, que teve uma repercussão nacional, merecendo voto de elogio e registro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que o Clube Náutico Capibaribe deu uma grande contribuição aos esportes olímpicos brasileiros.  Há quinze anos, quis o destino, por conta de uma enfermidade, que Cacá ficasse privado de sua visão. Porém, em momento algum, tal acontecimento impediu que Cacá continuasse prestando relevantes serviços ao nosso clube. Mesmo sem visão, presidiu várias competições, reuniões solenes e posses de vários presidentes. Mais recentemente, como prova de sua liderança e espírito agregador, liderou um movimento para que o Clube tivesse apenas uma chapa única no conselho deliberativo. Tal movimento contou com nossa contribuição e do ex-presidente Márcio Borba e, pela primeira vez, o Náutico teve numa eleição uma única chapa para o conselho deliberativo. Como reconhecimento pela sua bela e expressiva participação na vida do nosso Náutico, Cacá recebeu uma justa homenagem, sendo dada a sede da Avenida Rosa e Silva o seu nome. Homenagem esta que perpetua a forte e exemplar ligação de sua vida à história do nosso centenário Clube. Sua trajetória de vida e ligação com o desporto não se restringiu ao Náutico. Fora das dependências do clube, exerceu vários cargos como diretor e presidente de federações, tais como: presidente da Federação Pernambucana de Remo, diretor e membro dos conselhos das federações pernambucanas de basquete, ciclismo, aquática. Homenagens também foram muitas, como reconhecimento aos relevantes serviços prestados por onde passou. A dedicação de toda uma vida voltada ao Náutico e ao desporto amador/olímpico rendeu também a Cacá homenagens e comendas de várias federações e confederações. Entre elas, Grande Benemérito da Federação Pernambucana de Remo e de Futebol, Benemérito da Confederação Brasileira de Remo e Benemérito do Remo Brasileiro, Medalha Centenário de Eládio de Barros Carvalho, Medalha Amigo da Marinha, Medalha Joaquim Nabuco concedida pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, Medalha Barbosa Lima Sobrinho concedida pela Associação Brasileira de Imprensa e a Medalha Conde da Boa Vista, concedida pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco.  Em outras entidades esportivas, Cacá também prestou relevantes serviços como Presidente da Federação Pernambucana de Remo, Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Remo e Membro do Conselho Fiscal das Federações Pernambucana de basquete, aquática e de ciclismo.  Além de uma incansável dedicação aos desportos em geral, Cacá é um grande aficionado por relógios, selos, moedas, canetas e xícaras, chegando a ter grandes coleções desses objetos, fazendo parte e recebendo homenagens do Clube Filatélico do Recife, pelo seu trabalho como presidente e da Sociedade Numismática de Pernambuco. Mas sua determinação e incansável capacidade de trabalho e de agregação de pessoas possibilitam ainda a Cacá, apesar dos problemas de saúde e da falta de visão, uma grande motivação para, junto com seu primo e amigo Fernando Azevedo, coordenarem o Terraço Literário, nas tardes de sábado, em sua casa, debatendo sobre temas e literaturas diversas. Aliás, nesse terraço acolhedor, desde 1962, Cacá reúne semanalmente alvirrubros para tratar de assuntos relacionados ao Náutico. Muitas definições importantes foram tomadas, muitos problemas e divergências políticas e pessoais foram resolvidas nesse local, onde só se conspira para o bem. Cacá para mim é uma pessoa diferenciada que sabe olhar para a vida com olhos de quem tem experiência e história suficientes para conseguir extrair o que há de melhor em cada situação. Apesar dos seus noventa anos tem uma disposição e capacidade de aglutinação características da juventude.  É um privilégio conhecer e conviver com ele, compartilhar momentos da minha vida, em especial os momentos relacionados ao nosso amado Clube. Quantas histórias guardadas, quantos momentos marcantes e quanta experiência de vida. São os relatos vivos da história do Náutico, dos esportes em geral, do Recife e do Brasil.  Que bom poder se sentar ao lado dele no seu terraço, ouvir suas histórias e, principalmente, ver como ele vive e acompanha todas as mudanças e avanços de tudo que hoje faz parte das nossas vidas, da vida no nosso clube e da nossa sociedade. Obrigado Cacá por

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A evolução das mulheres no mercado de trabalho empresarial

Uma jornada de resiliência, conquistas e muito por avançar *Por Luciana Almeida A história das mulheres no mercado de trabalho empresarial é uma narrativa de resiliência, determinação e conquistas progressivas. No entanto, essa jornada tem sido marcada por desafios, discriminação de gênero e desigualdade de oportunidades, conforme evidenciado em algumas etapas dessa trajetória. A chegada da Revolução Industrial encontra as mulheres exercendo papéis associados a afazeres domésticos e a trabalhos manuais muito mal pagos. Seguiram por décadas relegadas a tarefas acessórias, subvalorizadas e sub-remuneradas, quando comparadas aos seus colegas masculinos. O que mudou esse panorama, de certo modo, foram as guerras quando, por força de necessidades econômicas, as mulheres foram impulsionadas para o mercado de trabalho. Ainda que em situação de inferioridade em reconhecimento e remuneração, representou uma oportunidade para demonstrarem suas capacidades. O movimento feminista ganhou força ao longo do Século 20, reivindicando direitos civis, igualdade salarial, oportunidades de ascensão profissional e inspirando movimentos sociais e legislações em seu favor. Gradualmente, as mulheres conquistaram algum espaço em setores antes exclusivos dos homens. As disparidades, no entanto, persistiram. A representação das mulheres em cargos de liderança continuou limitada, reflexo de uma cultura enraizada em preconceitos que continuou a impedir o pleno desenvolvimento do potencial feminino. Apenas muito recentemente, houve uma mudança perceptível: as organizações começam a reconhecer o valor da diversidade de gênero, entre outras, e a adotar políticas inclusivas. É constatado em diversas pesquisas que empresas que investem em diversidade e inclusão criam ambientes que favorecem a inovação, a produtividade e o crescimento. Estudos mostram que empresas com uma representação equilibrada de gênero em cargos de liderança tendem a ser mais inovadoras, lucrativas e socialmente responsáveis. Mulheres líderes frequentemente demonstram habilidades de comunicação mais eficazes, capacidade de resolução de problemas, empatia e inteligência emocional, características essenciais em um mundo empresarial cada vez mais diversificado e globalizado. Há diferentes empresas que desenvolvem ações visando a uma equidade de gênero e buscam desenvolver uma cultura nesse setor. Destacam-se, por exemplo, o Prêmio Women’s Empowerment Principles, em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global, uma iniciativa da ONU para mobilizar as empresas para os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). Dentro desse pacto é possível ter acesso a diferentes empresas que apoiam a causa e fazem a diferença nesse setor. No Brasil, a Lei de Igualdade Salarial, promulgada em julho do ano passado, é outro passo no sentido de corrigir lacunas com vistas à promoção da igualdade de remuneração entre mulheres e homens que desempenham funções equivalentes. É, certamente, animador o crescimento de iniciativas para apoiar as organizações a promoverem igualdade de gêneros no ambiente de trabalho. Entretanto, as metas ainda estão distantes de serem alcançadas. Instituição que analisa a composição dos parlamentos em vários países aponta que entre os 192 pesquisados, o Brasil ocupa a posição de número 142 no ranking de participação de mulheres na política. Por outro lado, na liderança das empresas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e da Spencer Stuart, apenas 14% das posições em conselhos de administração e 25% em diretorias são ocupadas por mulheres. Enquanto são celebradas as conquistas das mulheres no mercado de trabalho empresarial, também é essencial reconhecer que somente unindo forças e desafiando os obstáculos culturais constituídos poderemos avançar na direção de um futuro onde a competência, o talento e as habilidades sejam reconhecidos igualmente para todas e todos.

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Novo point da paquera no Recife

Uma crônica bem-humorada para quem continua acreditando no amor Por Manu Siqueira Eu mudei de endereço recentemente. Uma mudança muito esperada e repleta de significados. Mudei a casa, a decoração e meus cabelos. Parece que quando uma mudança vem, ela chega como uma avalanche. Mudamos o CEP várias vezes ao longo da vida. Mudamos de emprego. Mudamos o visual. Mudamos o parceiro amoroso. Mudamos os hábitos. O que antes era importante, hoje não passa de um detalhe insignificante. Isso vale para pessoas também. Em meio à mudança, vivenciei um caos completo. Ainda com o tornozelo quebrado, ergui uma nova morada em poucos dias, apenas com um caminhão de mudança e uma vontade imensa de ser feliz. Recomecei quase do zero: comprei do abridor de garrafas à geladeira nova, que ainda vai chegar. Nessas infinitas idas às lojas de utensílios domésticos, de móveis e armazéns de construção, percebi que esses lugares são recheados de inúmeras possibilidades de encontros. Sim! Eu finalmente descobri que uma ida ao Atacado dos Presentes, no sábado à tarde, pode ser mais interessante que um chopp num barzinho. E que os domingos, na Ferreira Costa, que considero atualmente a minha segunda casa, pode ser um programa ideal para quem gosta de flertar. Não sou especialista na arte da paquera, mas creio que identificar uma pessoa interessante na seção de copos e taças, pode ser, no mínimo, divertido. -“Licença, tudo bem? Você sabe se esta taça é para água ou para suco? Sempre me confundo...” Você pode iniciar um papo assim, despretensiosamente, em meio a um sorriso e uma mexida de cabelo, igual a Mônica Martelli, no filme Minha Vida em Marte, na qual ela usa o cabelo como sua principal arma de sedução. Vai que você encontra um amor entre um espremedor de alho e uma tábua de cortar legumes? A gente nunca sabe, né? Outra dica para quem cansou de usar os famigerados aplicativos de paquera é ir aos supermercados, de preferência à noite ou nos finais de semana. Sempre há um solteiro perdido na seção de chocolates, cervejas e pipocas. Tente ir aos mercados menores, de bairro, geralmente frequentados pela vizinhança. Vai que o amor mora ao seu lado e você não sabe... Li recentemente, em uma matéria, que livrarias e supermercados têm o poder de criar uma cultura de conexão entre pessoas de diferentes estilos de vida e faixas etárias. E eu concordo plenamente com essa possibilidade. Acredito que empresas podem contribuir para combater a solidão e promover encontros entre as pessoas. Em Amsterdã, a marca holandesa Oma’Soep lançou uma campanha para facilitar a interação entre seus clientes. As cestas verdes, por exemplo, indicam que os compradores estão abertos a uma boa conversa durante as compras. No local ainda há folhetos que orientam as pessoas a como iniciar uma conversa. Há, também, um espaço para troca de telefones para futuros bate-papos. A iniciativa foi um sucesso e já começou a ser implementada em outras cidades da Holanda. Por aqui, sigo acreditando que o amor pode nascer entre a seção do repolho e a do leite sem lactose. Mal posso esperar o fim de semana para dar o meu rolê no Atacado dos Presentes e na Ferreira Costa, novamente. Será que a gente se encontra por lá?

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Vanguarda do consumo será marcada por conexões humanas e inovações

*Por Rafael Toscano No panorama movimentado do consumo em 2024, uma narrativa fascinante se desenrola, onde a tecnologia e as marcas convergem, mas o protagonista incontestável é o ser humano. Em um cenário de rápidas evoluções tecnológicas, as marcas se encontram no desafio constante de harmonizar os elementos da inovação e a conexão emocional do cliente/consumidor. Desafiando a solidão digital À medida que a jornada avança, o desafio se torna evidente - a tecnologia, embora conecte, por vezes contribui para a solidão digital. É nesse ponto que as marcas decidem desafiar a norma, tornando-se catalisadoras de encontros reais. Elas criam espaços e produtos que incentivam interações interpessoais genuínas. É um caloroso abraço entre o mundo físico e o digital (Figital). Comunidades compartilhadas, como grupos online de exercícios, tornam-se testemunhas vivas dessa reviravolta, onde as conexões transcendem as telas. Redefinição de antigos valores No coração desta jornada, a definição de valor passa por uma verdadeira metamorfose. Mais do que a relação tradicional entre qualidade e preço, agora inclui elementos como sustentabilidade, conveniência e herança. Exemplos tangíveis surgem em marcas que não apenas produzem, mas constroem confiança através de práticas transparentes e sustentáveis. Aqui, a confiança do consumidor é conquistada não apenas pelos produtos, mas pelo propósito e integridade por trás deles, e é justamente daí o nascedouro da cadeia da nova cadeia de valor. Viver é compartilhar Conforme a jornada se aprofunda, os consumidores descobrem a beleza do compartilhamento. A economia compartilhada, antes explorada pelos millennials, expande-se para abranger não apenas objetos físicos, mas também espaços de trabalho, lazer e moradia. Este movimento reflete um desejo crescente de simplificar, viver com menos e maximizar os recursos disponíveis. Uma nova economia se desenha, baseada na filosofia de compartilhar em vez de possuir. Marcas que marcam O clímax desta jornada ocorre quando os consumidores, imersos em um oceano de opções, são atraídos por produtos que oferecem algo mais do que a praticidade, mas sim, experiências sensoriais distintas, como aromas que evocam memórias afetivas. Empresas que priorizam a experiência do usuário não apenas conquistam a atenção, mas também criam laços duradouros. O Ser Humano no Centro do Palco No fim do túnel, esta jornada revela uma verdade incontestável: mesmo em uma era dominada pela tecnologia e máquinas pensantes, é o ser humano que permanece no centro de todas as decisões. Compreender as complexidades humanas não é uma moda passageira, mas a chave para construir relacionamentos e negócios duradouros. Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que continuam a priorizar a autenticidade e a conexão humana emergem como protagonistas, liderando uma nova era onde a tecnologia e a humanidade dançam em harmonia. Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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