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CDL realiza encontros com candidatos à Prefeitura do Recife

A proposta é apresentar sugestões e demandas do comércio e conhecer as propostas de cada um para o setor. Foto: Pablo Esteves/Divulgação Em setembro, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife) promoverá uma série de encontros com os candidatos à Prefeitura do Recife nas eleições de 2024. Esses encontros têm como objetivo principal apresentar as sugestões, pleitos e demandas do setor varejista, além de conhecer as propostas de cada candidato para o comércio e o Centro do Recife. A CDL Recife busca um diálogo construtivo para fortalecer a economia local. Ao todo, serão realizados cinco encontros reservados entre a diretoria da CDL, representantes do setor e os candidatos, sempre das 9h30 às 11h30, na sede da CDL Recife, localizada na Boa Vista. As reuniões seguirão a ordem definida pelos próprios candidatos: João Campos (PSB) no dia 03/09, Gilson Machado (PL) no dia 04/09, Dani Portela (PSOL) no dia 10/09, Tecio Teles (NOVO) no dia 12/09 e Daniel Coelho (PSD) no dia 17/09. De acordo com Fred Leal, presidente da CDL Recife, esses encontros são fundamentais para ressaltar a importância do comércio na economia da cidade, que é responsável por movimentar o Produto Interno Bruto (PIB), gerar tributos e fornecer matéria-prima a empreendedores. Leal destacou ainda a necessidade de um olhar especial para o Centro do Recife, onde há mais de mil e quinhentas lojas. A proposta é envolver o poder público e a iniciativa privada para fortalecer a economia, gerar empregos, dinamizar o turismo e incentivar a preservação do patrimônio histórico da cidade. “É preciso um olhar especial para o Centro. E é fundamental envolver o poder público e a iniciativa privada para aquecer a economia, gerar empregos, dinamizar o turismo e lazer dos moradores, além de incentivar a moradia e preservação do patrimônio público e histórico da cidade”, afirmou o dirigente. A Revista Algomais fará a cobertura dos encontros. Serviço: Local: CDL Recife, Rua do Príncipe, Boa VistaHorário: 9h30 às 11h30Datas: 03/09 - João Campos; 04/09 - Gilson Machado; 10/09 - Dani Portela; 12/09 - Tecio Teles; 17/09 - Daniel Coelho

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Minha primeira maratona e lições valiosas

O maratonista Eduardo Lôbo conta com exclusividade para a Revista Algomais sobre a sua vivência na Maratona do Rio de Janeiro: “superação” Correr a Maratona do Rio de Janeiro foi uma das experiências mais desafiadoras da minha vida. Foram quatro meses de preparação intensa, combinando treinos de corrida e fortalecimento muscular, recuperação ativa e orientação especializada de um grupo de corrida. Como fisioterapeuta, sabia da importância de uma abordagem ampla para enfrentar os 42 quilômetros pela primeira vez. Durante a preparação, os treinos em grupo se destacaram. Correr em equipe melhora o desempenho, pois o apoio mútuo e a motivação compartilhada aumentam a resistência mental. Além disso, a responsabilidade coletiva estimula a regularidade nos treinos, fator crucial para o sucesso em longas distâncias. A recuperação pós-treino foi outro pilar fundamental. A fisioterapia emprega várias técnicas para acelerar a regeneração e minimizar o risco de overtraining. Um método amplamente utilizado é o recovery, com técnicas como a crioterapia, massagens desportivas e, mais recentemente, o uso da bota de compressão pneumática. Ela é eficaz na redução da dor muscular tardia (DOMS), ao promover a circulação sanguínea, redução de inchaço e aceleração da recuperação dos músculos. Isso me permitiu manter a intensidade dos treinamentos. A fisioterapia também é essencial no fortalecimento muscular para prevenir lesões, melhorar a biomecânica da corrida e otimizar o desempenho. Os programas incluem exercícios específicos capazes de estabilizar articulações, aumentar a resistência e corrigir desequilíbrios musculares, fatores que podem reduzir a incidência de lesões comuns, como canelites e lesões no joelho. Ao cruzar a linha de chegada, uma sensação de realização indescritível. O percurso foi árduo, mas valeu a pena. A experiência reforçou a importância do preparo físico e mental. E mostrou que, com disciplina e as ferramentas certas, todos podem superar seus limites. Se você está pensando em encarar uma maratona, lembre-se: treine em grupo, busque orientação profissional, cuide bem da sua recuperação e acredite em você! Eduado Lôbo, 34 anos, é maratonista, fisioterapeuta e sócio da Forti Reabilitação Funcional. @eduardo.loboarruda | @forti.fisioterapia Faculdade inaugura espaço Gym A direção da Faculdade Pernambucana de Saúde, na Imbiribeira, vai inaugurar, na próxima sexta-feira (30), o laboratório FPS GYM. O espaço tem 800m2 e 60 equipamentos de musculação, bike indoor, alongamento, além de “bancos livres” e salas multifuncionais. Campeonato de Cross Training No dia 14 de setembro de 2024, o Caruaru Shopping será palco do evento de cross training: o Haus Experience (HAUS_EXP). A organização fica por conta do Hausport, marca esportiva do Grupo Rotadomar. Mais informações sobre as inscrições, regulamento, standards e premiação podem ser encontradas no site oficial bit.ly/hausexperience2024 e no Instagram @hausday_. Nova academia em Caruaru A rede de academias SmartFit abriu unidade em Caruaru, desta vez no Shopping Difusora. O espaço é a maior do município com 1200 m².  O local escolhido, o Shopping Difusora, foi estratégico, por ficar no centro de Caruaru e nos arredores dos bairros mais nobres da cidade. A academia conta com salas exclusivas de aula coletiva, áreas de musculação e cardio, e também treinos de FitDance, Smart Cross e Body Combat. Compromisso social da psicologia Ana Bock, presidente do Instituto Silvia Lane Psicologia e Compromisso Social, vai realizar conferência virtual, hoje, às 19h, no auditório do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), na Imbiribeira. O tema abordado será “O compromisso social da Psicologia”, em que a especialista debate sobre os desafios da Psicologia na atualidade, para que sua atuação na sociedade seja ampliada e ela possa ser considerada democrática, ousada e acessível à população. O evento é aberto ao público. Inscrições: https://acesse.one/InscricaoMesPsicologo

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Entrevista com Gisela Abad: "Continuamos sendo o Leão do Norte"

Designer lança livro em que analisa como um animal que não pertence à fauna brasileira tornou-se símbolo da identidade pernambucana, como nas revoluções deflagradas no Século 19. Ao longo do tempo, ele também passou a estampar estandartes de maracatus, escudo de time de futebol e até logomarcas. Quem nasce nesse lindo rincão/Do Norte brasileiro em geral/É hospitaleiro de coração/E tem na luta uma bravura sem igual/Eu sinto orgulho em ouvir/O coração no transporte/Repetir: Eu sou de Pernambuco/ Leão do Norte. O trecho do frevo de bloco Eu Sou de Pernambuco, de autoria do “velho Raul Moraes” demonstra toda a potência simbólica contida na imagem do Leão do Norte para refletir a identidade dos pernambucanos. Destaque-se a “bravura sem igual”, demonstrada nos vários movimentos revolucionários. Presente nos brasões do Estado e do Recife, no escudo do Sport, nos estandartes dos maracatus, nas criações do artesão Nuca, a figura do leão, no entanto, sofreu, ao longo dos anos, mudanças, desde que passou a estampar marcas e produtos. É o que constata a designer Gisela Abad no seu livro Um Leão na Paisagem, que será lançado no sábado (31). “É engraçado, quando o leão vira marca, parece que foi domesticado. É hilário, em algumas delas, ele parece um cãozinho”, constata a designer. Mesmo sendo “domesticado” ao figurar em embalagens de produtos ou logomarca de empresas, o Leão do Norte, segundo Gisela , permanece como representação da identidade pernambucana, denotando coragem e ousadia. “No campo político, o pernambucano continua se representando como o Leão do Norte. Como Estado, a gente ainda se coloca e diz mesmo: “Eu sou Leão do Norte!”, assegura a designer. Como surgiu a ideia de pesquisar a simbologia do Leão do Norte? Em 2004, a Fundação Gilberto Freyre digitalizou um acervo de marcas e rótulos registrados pela Junta Comercial de Pernambuco do ano de 1876 até 1926. A 2Abad (sua empresa de design) criou a imagem para esse projeto e foi quando eu tive contato com essas marcas fenomenais, que representam quase um marco inaugural do design pernambucano. Então, quando eu entrei no mestrado em 2008, me lembrei desse acervo e resolvi me debruçar sobre ele. Quando cataloguei, vi que a maior parte das marcas eram representadas por animais e, entre esses animais, em primeiro lugar sobressaía o elefante e, em segundo lugar, o Leão do Norte. Eu analisei as marcas registradas, mas ao pesquisar em jornais, é possível encontrar farmácias, tinturarias, vassouras, bolachas, vários comércios e produtos que utilizam a figura do Leão do Norte e que não foram registradas. E aí me perguntei por que tanta marca de Leão do Norte, se nem é um animal da fauna brasileira? E por que o pernambucano é conhecido como Leão do Norte? Bom, sabemos que, geograficamente Pernambuco fazia parte da região Norte e depois passou a ser Nordeste. A leitura também pode ser feita a partir do brasão de Duarte Coelho, mas outras províncias também tinham brasões e isso não as fez ser golfinho do Sudeste, por exemplo. Só o fato de estar no brasão de Duarte Coelho não é suficiente, é apenas um fator que começa no que eu chamo da paisagem semiótica. Então, que coisa tão forte é essa em termos de signo que passa a representar os pernambucanos ou Pernambuco e que salta para as marcas? E quando ela salta, como se comporta? Quando desenhamos os vetores do nosso Leão do Norte, percebemos que ele é insurreto, corajoso, bravio, ele não se curva. E esse brasão de Duarte Coelho já existia desde que ele veio de Portugal? Não. Ele só recebe o brasão em 1545, perto de falecer. Ele não era uma figura de nobreza, a mulher dele, dona Brites, era. Inclusive ela acabou se tornando nossa governadora porque ele voltou para Portugal e ela ficou aqui. Ela era um Leão do Norte, ficou sendo governadora por mui- to tempo com o brasão do leão. Também havia outros tipos de leão. Certamente, o leão de Judá tem um papel nessa identificação do pernambucano como Leão do Norte, mas não encontra- mos desenhos dele em lugar nenhum por causa da perseguição aos judeus. Também havia o brasão da família de Nassau, que é o da Casa de Orange, que tem três leões. Além desses, também tem o Leão Coroado, personagem da Revolução de 1817, que tinha uma careca redondinha – como uma coroa – mas não havia ilustração, quadro ou representação dele. Não existe sequer uma descrição física do Leão Coroado, só se sabe que ele tinha essa tonsura na cabeça. Existe também o leão de São Jerônimo que, no sincretismo com a África, é Xangô, um orixá muito forte. E São Jerônimo é aquele santo, reza a lenda, que, no século 3 depois de Cristo, tirou uma farpa da pata de um leão, que ficou domesticado. O leão também é bastante representado no Maracatu, não é? O Maracatu, na verdade, começa como nação, depois vira uma manifestação de grupo, de dança, de festa carnavalesca, e você encontra uma quantidade enorme de maracatus representados por leões: tem Leão Mimoso, Leão Formoso e o Maracatu Leão Coroado, que é um dos mais antigos. Algo curioso que descobri recentemente é que há muitas figuras de leões na região de Carpina pois, antes de ter este nome, entre as décadas de 30 e 40 do século passado, Carpina se chamava Floresta dos Leões. Por que o Leão do Norte virou rótulo? Como se deu esse processo dele enquanto marca? Fala-se muito da união dos brasileiros com portugueses, mas há alguns pontos históricos em que essa relação desanda e, no Século 19, foi bem grave, porque enfrentávamos um grande declínio econômico, já existia a separação entre Brasil e Portugal e não nos sentíamos confortáveis com os portugueses tomando conta do nosso mercado. Assim, a denominação de Leão do Norte era usada para o filho da terra ou para a própria terra, Pernambuco. Então, ao colocar o nome Leão do Norte numa padaria, o proprietário está dizendo: sou pernambucano, sou da terra.

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Quais as oportunidades para Pernambuco no cenário do Nordeste?

Em palestra do projeto Pernambuco em Perspectiva, realizada pela Algomais e pela Rede Gestão, o superintendente da Sudene, Danilo Cabral anunciou que a região vai crescer acima da média nacional, mas o Estado precisa de união e mobilização para aproveitar os investimentos *Por Rafael Dantas | Fotos: Tom Cabral O PIB do Nordeste está reagindo e promete voltar a crescer acima da média nacional. Em um contexto de aumento dos investimentos federais na região, além de grande interesse privado nos setores de energia e infraestrutura, o Estado tem oportunidades visíveis para construir um novo ciclo de desenvolvimento. No evento de agosto do projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, realizado pela Revista Algomais e pela Rede Gestão, o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destacou alguns dos principais potenciais de crescimento mas revelou também o cenário preocupante de redução do protagonismo dos pernambucanos na economia regional. Os nove Estados da região Nordeste respondem por 13,8% do Produto Interno Bruto do Brasil (ano de 2021, último com números divulgados), embora abriguem cerca de 26,9% da população brasileira, segundo o Censo 2022. Apesar dessa disparidade, várias consultorias projetam um crescimento econômico na região superior à média nacional nos próximos anos. A Tendências, por exemplo, estima que o Nordeste terá um avanço anual de 3,4% entre 2026 e 2034, superando a expectativa média de 2,5% para o Brasil no mesmo período. Danilo Cabral ressaltou a elevação do volume de investimentos destinados à região, como o FNE (Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste) e o FDNE (Fundo do Desenvolvimento do Nordeste). Enquanto o primeiro tem R$ 39 bilhões, dividido em 20 linhas de crédito, o segundo em 2023 liberou R$ 2,46 bilhões e atualmente detém um orçamento de R$ 1,1 bilhão. Esses números e um conjunto de outros programas e parcerias da instituição revelam uma nova vitalidade da Sudene, que ainda é pouco conhecida pela sociedade. Há ainda diversos outros instrumentos de incentivo ao desenvolvimento regional em andamento dentro da superintendência. “É preciso desconcentrar o crescimento do País (entre as regiões) e dentro do Nordeste, também, porque ficou muito centralizado na beira do mar. É preciso levar para o interior e consolidar um conjunto de cidades policêntricas, com crescimento que transborda para os municípios próximos. Em Pernambuco, por exemplo, Serra Talhada é uma cidade com essa característica. Quando ela cresce, a borda do Pajeú cresce também”, afirmou Danilo Cabral. Além de uma melhor distribuição geográfica do crescimento do País, com foco na redução das desigualdades, o superintendente destacou ainda uma preocupação acerca do tipo desse desenvolvimento. O foco de atração de investimentos e de criação de novos polos deve ser conectado com as tendências globais. “Os eixos com que queremos atuar dialogam com a pauta do mundo de hoje. Queremos um desenvolvimento sustentável, que trabalhe a inovação, o meio ambiente, a infraestrutura, a educação e o desenvolvimento social e produtivo, além da capacidade de governança”, destacou Danilo Cabral. Essas diretrizes estão no Plano Regional do Desenvolvimento Nordeste que orienta as políticas e projetos da instituição. INDÚSTRIA NO HORIZONTE DA REGIÃO O novo ciclo de desenvolvimento do Nordeste deve ser puxado pelo setor industrial, segundo a Consultoria Tendências. A estimativa é que o PIB Industrial cresça 4,3% entre 2026 a 2034. Muito dessa estimativa vem dos anúncios feitos pelo Governo Federal com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Nova Indústria Brasil. Em ambos a Região tem um papel de destaque, com boas parcelas do orçamento. No PAC, do total de R$ 1,7 trilhão previsto, a parcela de R$ 700 bilhões é para o Nordeste. Só em Pernambuco há uma previsão de aportes de R$ 91,9 bilhões. As áreas com mais investimentos esperados no Estado são Educação, Ciência e Tecnologia (R$ 21,1 bilhões), Transição e Segurança Energética (R$ 16,8 bilhões) e Cidades Sustentáveis e Resilientes (R$ 14,8 bilhões). No programa Nova Indústria Brasil, as expectativas são de mobilização de R$ 360 bilhões. A diversidade de áreas é extensa, devido à complexidade do tecido industrial pernambucano. No entanto, Danilo Cabral elencou algumas das principais. O campo fica contemplado com aportes em mecanização da agricultura familiar, na fruticultura, na produção de etanol, além de um olhar atencioso aos potenciais da Caatinga. O polo automotivo tem como destaque os incentivos às cadeias produtivas da Baterias Moura e da Stellantis. Há ainda investimentos previstos para impulsionar os serviços de transformação digital da indústria, conectadas ao Porto Digital e à Rede de ICTs (Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica). Outros destaques são para a indústria da biotecnologia, com oportunidades para o Lafepe e para a Hemobrás, além do investimento robusto na Escola de Sargentos, que deve contribuir para pesquisas na área de defesa. Há também um movimento recente na região de investimentos bilionários em parques de energias renováveis (eólicas e solares). No radar de vários Estados estão também projetos de muitos bilhões para produção de hidrogênio verde, que é a grande aposta para a descarbonização da matriz energética global no médio prazo. Apesar dos investimentos que chegam para a região nesse setor energético, é importante ressalvar que existe uma forte crítica dos impactos desses parques industriais na Caatinga. Há embates tanto com as populações tradicionais, quanto em reação ao avanço do desmatamento da vegetação. Um cenário que contribui para ampliar o risco de desertificação nessas áreas, já afetadas pelos efeitos extremos das mudanças climáticas. DESAFIO DA TRANSNORDESTINA Em uma introdução à apresentação de Danilo Cabral, o consultor da TGI Francisco Cunha destacou a necessidade de fomentar um novo ciclo de desenvolvimento de Pernambuco. Apesar da percepção do esgotamento dos horizontes traçados nos anos 1950 para o futuro do Estado, uma peça prevista que não foi realizada é a ferrovia que conectaria o porto ao Sertão. “A única previsão do desenho original traçado pelo Padre Lebret para Pernambuco, que não se concretizou, é a Transnordestina”, sentenciou o consultor. Essa infraestrutura, fundamental para a logística da região, começou a ser construída na primeira gestão do Governo Lula, no ano de 2006, mas nunca foi concluída. Em 2022, no

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Novo point da paquera no Recife – Parte II

A continuação de uma crônica bem-humorada para quem permanece acreditando no amor Por Manu Siqueira Sete meses. A vida passa rápido, não é mesmo? Eu pisquei os olhos e já faz sete meses que me mudei. A nova casinha é pequena, sem área de serviço e, portanto, sem espaço para uma máquina de lavar e secar roupas. Por isso, aos fins de semana, andei me aventurando a lavar minhas roupas na casa da minha mãe. Que tarefa cansativa! É um tal de separar roupas, lavar, estender, recolher, trazer para casa, estender de novo, dobrar, guardar. Ufa! Até que descobri as lavanderias self-service. Aqui, na zona norte, onde moro, tem uma praticamente em cada esquina. O esquema é simples. Você paga um determinado valor por um cesto de roupas, coloca na máquina, espera meia-hora e pronto! Roupas limpas e cheirosas sem gastar energia elétrica, sabão e amaciante. Ainda tem a opção de secar e já levar a roupa pronta para ser guardada. Em algumas lavanderias, existem mesas e cadeiras, caso a pessoa precise trabalhar ou usar o computador enquanto espera a lavagem. Em várias idas à lavanderia que frequento, iniciei conversas com algumas pessoas, mas um detalhe me chamou a atenção: muitos homens usam o serviço. Talvez pela praticidade e rapidez. É muito comum encontrar ainda jovens viajantes que usam as lavanderias para dar um “grau” nas roupas. Encontrei vários homens 40+ usando esses serviços também. Uma amiga me confidenciou que usa, estrategicamente, uma lavanderia que fica dentro de um hotel, em Boa Viagem, na zona sul do Recife. Aí não há receita melhor: turista + bate-papo + troca de telefones. Alguns deram match e renderam alguns encontros, outros, somente uma conversinha fiada mesmo. Achei interessante o relato dela. Comigo, só conversas mesmo. Superficiais. Mas também quem pensa em flertar em uma lavanderia? E eu te digo: você! Neste exato momento! Pois, acredite: não existe lugar certo para paquerar, e sim, a circunstância certa. Meu pai amava um filme chamado “Ensina-me a viver”. Assisti diversas vezes. É uma película de 1971 e conta a história de uma mulher de 79 anos e de um jovem, de 20, que se conhece em um funeral. Não vou dar spoiler aqui, mas é um filme lindo que tem um ensinamento precioso sobre o amor e a efemeridade da vida. E sobre as oportunidades da vida, há duas semanas cheguei de viagem. Estive com amigas queridíssimas em Brasília, lugar que aprendi a amar, por amar pessoas que vivem lá. Embarquei com uma mala pequena e uma mochila. No avião, no compartimento após a minha fileira, pedi ajuda a um homem para colocar a minha mala, que estava bem pesada, no local correto. Ele, muito sorridente, me concedeu a gentileza. Trocamos sorrisos. Quem troca sorrisos hoje em dia, alguém sabe? Sentei duas fileiras à frente. Depois, me distraí, e não mais o vi. - moço, se estiver lendo este artigo, gostaria de te agradecer a gentileza pessoalmente, tá? Vai que dá certo, né? Sim! Me descuidei um segundo e deixei o flerte escapar. É raro, mas acontece muito comigo. Ah! Quase ia esquecendo. Ano passado eu celebrei o casamento de vizinhos que se conheceram em plena pandemia. Por isso, a partir de hoje, pode ficar de olho nos vizinhos, tá? E não precisam ser os seus, necessariamente. Podem ser os vizinhos dos seus irmãos, da sua mãe, da sua melhor amiga. Importante lembrar aqui também que, em vários condomínios há lavanderias de uso coletivo para os condôminos. Imagina flertar com o seu vizinho enquanto ele observa a sua calcinha centrifugar? Já pensou que cena incrível? Agora falando sério: muito mais importante que um point da paquera no Recife, é você estar aberta e receptiva para os flertes. Afinal, quando as peças de roupa limpa e cheirosa se encaixam perfeitamente, não há mais espaço para a “roupa suja” permanecer. E, de vez em quando, é bom namorar debaixo das cobertas. E se o edredom tiver o cheirinho de Comfort ou Downy, melhor ainda. *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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6 imagens da Prefeitura do Recife antigamente

As eleições municipais tomaram as ruas, as redes e, em breve, chegarão à televisão. Nesse momento em que a população olhar com mais atenção ao poder público da sua cidade, a coluna Pernambuco Antigamente faz um passeio pela sede da maior Prefeitura do Estado, ao Palácio Capibaribe Antônio Farias, no Recife. O projeto é do arquiteto Jorge Martins Junior. As obras do edifício tiveram início no final do ano de 1967. O site oficial do poder municipal da capital pernambucana informa que "O edifício-sede da Prefeitura do Recife, Palácio Capibaribe Antônio Farias, foi construído no final dos anos 60, e inaugurado em 1975." Os jornais da época indicam que houve uma cerimônia de inauguração em 10 de fevereiro de 1977, conforme a notícia abaixo do Diario de Pernambuco. A notícia indica que antes da sede atual, a prefeitura funcionavam prédios alugados ou de propriedade do município nas "Ruas da Aurora e Afonso Pena, na Praça da República e próximo ao Mercado da Encruzilhada". Inicialmente, chamava-se apenas Palácio Capibaribe. O nome do prédio é uma homenagem dada ao prefeito do Recife entre os anos de 1975 e 1979, o empresário e político Antônio Farias. Marcelo Alcoforado afirmou que ele " Não era um político arrebatador ou dono de grandes dotes oratórios, mas era prospectivo, ancorado na racionalidade, sensatez, objetividade e correção em tudo que envolvesse o seu nome. Assim, como prefeito, Antônio Farias não aumentou tributos, dedicou-se ao social, enfrentou uma grande enchente, investiu na infraestrutura dos alagados e morros, e aumentou o número de unidades de saúde e educação".  A imagem de abertura é da Biblioteca do IBGE, um registro belíssimo do prédio. Não há informação da data da foto. Abaixo, uma fotografia publicada na página Recife de Antigamente, coletada originalmente no Diário da Manhã, de 1968, com o prédio ainda em obras. As duas fotografias abaixo são do ano de 1979, uma contribuição do Acervo do Patrimônio Cultural da Secretaria executiva de Licenciamento da PCR. Elas são do bairro, mas o edifício do poder municipal se destaca. O destaque da foto abaixo é para o porto, mas o palácio da prefeitura aparece ao fundo, no lado superior esquerdo. Do mesmo Acervo do Patrimônio Cultural da Secretaria executiva de Licenciamento da PCR, a foto abaixo data de 1988, da Rua do Apolo, tendo o prédio do executivo municipal do Recife também ao fundo da imagem. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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O Poder Transformador da Inteligência Artificial

Por Eduardo Carvalho, Harvard/IPERID Fellow Em 1956, a conferência de Dartmouth, organizada por John McCarthy, Marvin Minsky, Nathaniel Rochester e Claude Shannon, é frequentemente citada como o nascimento formal da inteligência artificial como um campo de estudo. Esses pesquisadores criaram as primeiras linhas do que viria a se tornar a IA moderna. Nas décadas de 1960-1970, pesquisadores desenvolveram programas capazes de resolver problemas matemáticos, jogar xadrez e provar teoremas. No entanto, as limitações técnicas e a falta de poder computacional adequado resultaram em um período conhecido como o "inverno da IA". Na década de 1980, sistemas especialistas foram desenvolvidos, que eram programas projetados para resolver problemas em domínios específicos. Introduziu-se também técnicas como a lógica fuzzy e o algoritmo de retropropagação para o treinamento de redes neurais. Nos anos 1990, os avanços foram significativos com o aumento do poder de processamento dos computadores e a melhoria dos algoritmos. No século XXI, os avanços foram revolucionários, principalmente no campo do aprendizado de máquina (ML) e aprendizado profundo (DL). O acesso a grandes volumes de dados (big data), combinado com avanços em hardware (particularmente GPUs) e novos algoritmos, permitiu que modelos de IA fossem treinados para realizar tarefas com precisão e eficiência impressionante. O poder transformador da IA está enraizado em sua capacidade de processar grandes volumes de dados, aprender com eles e ter aplicações abrangentes com perspectiva de mudar profundamente a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos. Envolve uma ampla gama de técnicas, incluindo:  Aprendizado de máquina-Machine Learning (os algoritmos são treinados usando grandes conjuntos de dados para reconhecer padrões e apoiar decisões com base nesses padrões); redes neurais artificiais (inspiradas no funcionamento do cérebro humano, são utilizadas para reconhecimento de padrões em imagens, processamento de linguagem natural, tradução automática, entre outras aplicações); processamento de linguagem natural (capacita computadores a entender, interpretar e responder à linguagem humana, possibilitando a criação de assistentes virtuais, sistemas de tradução automática, e muito mais); visão computacional (permite que máquinas processem e interpretem informações visuais do mundo real, a exemplos de reconhecimento facial, veículos autônomos, diagnósticos médicos por imagem e controle de qualidade industrial).  Atualmente, já causa transformações em vários setores: saúde (simplifica tarefas administrativas, proporciona diagnósticos mais precisos, personaliza tratamentos e monitoramento de pacientes, apoia a descoberta de medicamentos, robôs cirúrgicos oferecem maior precisão e menos invasões em procedimentos médicos); agricultura (usa sensores avançados, drones e software de mapeamento para coletar dados locais relevantes, incluindo composição do solo, temperatura e níveis de umidade, saúde das plantas e condições climáticas. Algoritmos movidos por IA processam essas informações para sugerir quando semear sementes, quanto fertilizante ou pesticida aplicar e onde alocar recursos de forma mais eficiente); mídia (facilita a construção de narrativas, simplifica processos. Algoritmos podem produzir artigos de notícias sobre vários tópicos. Plataformas podem gerar histórias de notícias baseadas em dados em segundos, dando aos jornalistas mais tempo para investigações aprofundadas); financeiro (análise de crédito, detecção de fraudes, apoia negociações e gestão de investimentos); mobilidade e transporte (desenvolvimento de veículos autônomos, melhoria da segurança e da eficiência energética. Em logística otimiza rotas de entrega, gerencia inventários em tempo real, e drones são usados para entregas); marketing (chatbots e assistentes virtuais interagem com clientes, campanhas publicitárias são realizadas através de algoritmos, ferramentas podem identificar demografias-alvo e prever o comportamento do público, estratégias publicitárias podem ser personalizadas); negócios (automação de tarefas repetitivas, atendimento ao cliente- proporcionando suporte  24 horas, personalização de interações); direito (análise de documentos, redação de documentos legais, facilita abordagem mais estratégica para a resolução de litígios, permitindo que advogados se concentrem em desenho de estratégias para negociação e a argumentação).  Em educação, a IA desempenha um papel substancial na superação de lacunas de aprendizado, possibilitando experiências de aprendizado mais personalizada e eficiente. Plataformas podem analisar os pontos fortes e fracos dos alunos, criando atividades específicas. Atividades administrativas podem ser automatizadas. Plataformas de e-learning criam cursos mais interativos, com feedback em tempo real e recomendações personalizadas de conteúdo. Enfim, são muitas as oportunidades de melhorar o sistema educacional que serão abordadas em artigo exclusivo.  O poder de transformação da inteligência artificial é inegável. Desde a automação de tarefas rotineiras até a personalização de experiências e inovações, a IA está redefinindo os limites do possível. Entretanto, é essencial que suas aplicações sejam fundamentadas em ética para que seu impacto seja positivo, beneficiando toda a humanidade.

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Algomais é finalista do Prêmio Sebrae de Jornalismo

A Revista Algomais é finalista do Prêmio Sebrae de Jornalismo na etapa estadual de Pernambuco. O Sebrae Pernambuco anunciou, nesta quarta-feira (21), os finalistas da 11ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ), que reconhece o trabalho de profissionais comprometidos com a promoção e fortalecimento do empreendedorismo no estado. Os vencedores serão revelados em uma cerimônia prevista para o próximo mês de setembro, em data ainda a ser confirmada, no Recife. O tema central deste ano foi “A contribuição dos pequenos negócios na transformação de realidades locais”. Na categoria Jornalismo em Texto, a Revista Algomais se destacou com o trabalho "Elas cultivam inovação e sustentabilidade no campo", assinada pelo repórter Rafael Dantas. A matéria está concorrendo ao lado de "As micro e pequenas geram 80% do emprego e só acessam 12% do crédito", publicado no Movimento Econômico, e "Do Agreste para o mundo: empreendedores lucram com peças de artesanato no interior de PE", do G1 Caruaru e região/TV Asa Branca. Na categoria Jornalismo em Vídeo, os finalistas são "Empreendedorismo aliado à sustentabilidade cresce no Agreste de Pernambuco", da TV Asa Branca, "Inclusão Digital", da TV Globo, e "Startups: das universidades ao Porto Digital", também da TV Globo. Em Jornalismo em Áudio, concorrem "Carolinas: cooper(ativismo) que transforma vidas de mulheres catadoras", do Portal LeiaJá, "Como o empreendedorismo feminino garantiu a preservação do quilombo Conceição das Crioulas, no Sertão de Pernambuco", da Rádio Jornal Recife, e "Empreendedorismo de Várzea: no jogo dos negócios, ideias criativas driblam a crise e transformam a realidade local – Episódio 1", do Portal LeiaJá. Na categoria de Fotojornalismo, os finalistas são "Barbeiros movimentam a economia e impactam a autoestima nas favelas do Recife", do Portal LeiaJá, "O doce pernambucano que nem os pernambucanos conhecem", do Marco Zero Conteúdo, e "Secretaria de Cultura do Brejo da Madre de Deus promove empreendedorismo no artesanato de palha brejense: Preservando uma Tradição Bi-Milenar", do Estação Notícias. O Prêmio Sebrae de Jornalismo, realizado em todo o país, registrou um número recorde de 3.076 trabalhos inscritos nesta edição, um aumento de 62% em relação ao ano anterior. Em Pernambuco, 89 trabalhos foram submetidos em cinco categorias, embora não haja finalistas na categoria de Jornalismo Universitário nesta edição.

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JB Carolina Beltrao 1

60 anos do Grupo JB: "Sempre fomos um grupo inquieto"

Grupo JB chega aos 60 anos e sua diretora executiva, Carolina Beltrão, conta a trajetória da empresa que começou com um pequeno engenho produtor de aguardente e hoje atua no mercado de etanol, açúcar, energia e CO2, tem cinco mil empregados e operações em Pernambuco e no Espírito Santo. Saber perceber as oportunidades do mercado para impulsionar os negócios tem sido uma estratégia de sucesso de muitas empresas. Ao completar 60 anos este mês, o Grupo JB foi uma das companhias do setor sucroenergético que direcionou os investimentos de acordo com as novas realidades que se apresentavam na economia brasileira e global. De um pequeno engenho que fabricava aguardente, a atuação do grupo expandiu-se para a produção de etanol, impulsionado pela política do Pro-Álcool dos anos 1980. Com a Crise do Apagão, no início dos anos 2000, os negócios expandem para a cogeração de energia elétrica a partir de biomassa de cana. Em seguida, as preocupações com as mudanças climáticas e a oportunidade de abastecer a indústria de alimentos e bebidas, levou o grupo a fornecer o dióxido de carbono puro grau alimentício, em vez de jogá-lo na atmosfera. Hoje o Grupo JB engloba três empresa: a Companhia Alcoolquímica Nacional, a Carbo Gás (ambas em Vitória de Santo Antão) e a Lasa Bioenergia (em Linhares, no Espírito Santo) e emprega cinco mil pessoas. Para saber mais sobre a trajetória da empresa nessas seis décadas, Cláudia Santos conversou com Carolina Beltrão, diretora executiva do Grupo JB. Ela também abordou alguns gargalos enfrentados pelo setor sucroenergético, como a infraestrutura dos portos e a escassez de mão de obra. Fale um pouco sobre a trajetória da empresa. Como ela começou? Começou em 1964, com meu avô. No último dia 16, comemoramos 60 anos. Começamos, como muitas usinas de Pernambuco começaram: um engenho pequenininho que fazia só aguardente. Um dos nossos primeiros clientes foi um o Engarrafamento Pitú porque nossa usina fica em Vitória de Santo Antão. Também vendíamos para outros engarrafamentos que havia por perto. Quando meu avô faleceu muito jovem, meu pai e meus tios tiveram que tomar conta do negócio. Eu sou a terceira geração, com cara de segunda geração, porque o grupo cresceu mesmo na mão do meu pai e dos meus tios. Em 1980, quando aconteceu o Pro-Álcool, enxergamos o tamanho da oportunidade que se abriu. Foi um boom no negócio, tanto que, em seis meses, construímos uma destilaria nova com recursos próprios. Consequentemente, entramos também pesado no comércio exterior, exportando e importando muito álcool. Trazíamos um tipo de álcool, reprocessava, mandava embora outro tipo. Fazíamos isso junto com outras usinas de Pernambuco e da Paraíba. Devido a essa movimentação com o comércio exterior, construímos, junto com esse grupo de usinas do Nordeste, um terminal de graneis líquidos na Paraíba que impulsionou nossas operações de importação e exportação de álcool. Mas hoje, graças a Deus, esse terminal tem tantos clientes que não é possível mais fazer esse movimento de exportação lá. Nessa época em que abrimos essa destilaria de álcool, com muita importação e exportação, conseguimos nos capitalizar bem. Sempre fomos um grupo inquieto, que não se acomodou e sempre de olho em possibilidades que pudessem levar a JB a um novo patamar. No início dos anos 2000, quando o Brasil enfrentou a Crise do Apagão, já gerávamos nossa própria energia, éramos autossuficientes. Então, montamos uma nova termoelétrica com biomassa, a primeira de Pernambuco, queimando o bagaço da cana para gerar energia. E, assim, surgiu outro negócio dentro do que já tínhamos. Em 1996, adquirimos a empresa Lasa Linhares Agroindustrial, no Espírito Santo, numa estratégia para garantir que tivéssemos produção de álcool durante o ano inteiro, já que as safras da região Nordeste e Sudeste acontecem em períodos distintos, sendo complementares. O passo seguinte foi uma nova ampliação das nossas atividades. Fizemos investimentos em aquisição de terras e processos agroindustriais para entrar na indústria alimentícia por meio da produção de açúcar a granel. Com o bagaço da cana, vocês geram energia para o consumo próprio e para o mercado? Nos anos 2000, conforme mencionei, instalamos a termoelétrica para consumir nossa própria energia e sobrar para colocar no mercado. Hoje, a gente vende muita energia diretamente para a Eletrobras, temos um contrato de alguns anos, por meio do Programa de Energias de Fontes Alternativas [Proinfa]. A operação é daqui de Pernambuco e tudo que sobra vai para o Proinfa, lá no Espírito Santo, no mercado livre. É importante ressaltar que, na crise energética de 2001, quando o governo brasileiro conscientizou a todos de que não poderíamos deixar nossa nação sem energia, surgiram várias fontes alternativas, e fizemos parte disso. Ajudamos o Brasil a passar por aquela confusão em que era preciso diminuir e controlar o uso de energia elétrica em casa e também nas empresas, muitas tiveram que desligar máquinas, parar a produção. Outra iniciativa importante foi a primeira fábrica de CO2, a Carbo Gás que instalamos em Pernambuco. O insumo, matéria-prima essencial em diversos segmentos fabris, é um subproduto dos processos das usinas, oriundo da fermentação do álcool. Vimos que, numa era de debate intenso sobre o aquecimento global, poderíamos reduzir significativamente nossas emissões diretas, reaproveitando o dióxido de carbono. Assim, ao invés de lançar esse gás na atmosfera, ele é vendido para as fábricas, como a Coca-Cola, que precisam de CO2 de grau alimentício, usado no refrigerante, na água com gás e na cerveja. Também abrimos uma fábrica desse gás no Espírito Santo. Assim, com uma usina em Pernambuco e uma destilaria no Espírito Santo, cujas safras são invertidas por causa das chuvas, é possível produzir o CO2 alimentício o ano todo. Como é a produção desse tipo de gás? Na produção do álcool, esse gás escapava para a atmosfera, hoje a gente capta, purifica, limpa, liquidifica e vende. Então é mais um tipo de negócio inserido na nossa empresa, é um lindo exemplo de economia circular. A gente planta e colhe todos os anos, e o CO2 que antes iria para a atmosfera é revertido para

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Tempest Security Intelligence anuncia João Paulo Lins como novo CEO

Executivo assume a liderança da empresa de cibersegurança do grupo Embraer, sucedendo o fundador Cristiano Lincoln Mattos. A Tempest Security Intelligence, empresa pernambucana especializada em cibersegurança, pertencente ao grupo Embraer, nomeou João Paulo Lins como seu novo CEO. Com mais de duas décadas de atuação na empresa, Lins substitui Cristiano Lincoln Mattos, fundador que liderou a operação desde sua criação. Antes de assumir o cargo, Lins desempenhou o papel de Chief Technology Officer (CTO) da Tempest, onde foi fundamental na liderança estratégica, incluindo a criação do AllowMe e em importantes estratégias de fusões e aquisições, como a venda do próprio AllowMe para a Serasa Experian. João Paulo Lins assume a liderança com a missão de continuar alinhando a estratégia da Tempest com a Embraer, garantindo a proteção dos clientes e contribuindo para um ambiente digital mais seguro. “A Tempest já é uma referência em cibersegurança e seguirá focada em garantir a proteção de nossos clientes e contribuir ativamente para um ambiente digital mais seguro. Esse segmento traz cada vez mais oportunidades de negócios na medida em que a chegada de novas tecnologias podem abrir janelas de vulnerabilidades para empresas e usuários”, afirma Lins. Cristiano Lincoln, que passará a integrar o conselho consultivo da Tempest, fundou a companhia em 2000 no Porto Digital em Recife, junto com Evandro Hora e Marco Carnut. Durante seus 25 anos de liderança, ele expandiu a Tempest para São Paulo e Londres, investindo em inovação e pesquisa. Dimas Tomelin, vice-presidente da Embraer, destacou que a transição foi planejada e que a continuidade da excelência da Tempest está assegurada com a escolha de João Paulo Lins para liderar o próximo ciclo da empresa.

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