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bairro Recife

Várias iniciativas avançam para remontar o quebra-cabeça do Centro do Recife

*Por Rafael Dantas O desordenamento do Centro do Recife é fruto de um quebra-cabeças que foi desmontado ao longo de décadas e por muitos motivos. Os esforços malsucedidos de modernização urbana, que afastaram as moradias e derrubaram até igrejas, aliados à popularização dos automóveis – que contribuiu para a saída de muitas atividades econômicas em direção a locais com estacionamento – levaram ao esvaziamento e à decadência da região. Na contramão desse abandono das áreas centrais, há um mosaico de iniciativas públicas e privadas, além de novos estudos e programas de financiamento, para tentar reativar principalmente os bairros de São José e Santo Antônio, que transbordam também para a Boa Vista. A atividade econômica promovida pelas centenas de empresas do Porto Digital contribuiu para movimentar o bairro pioneiro da ocupação do Recife. A revitalização dos diversos armazéns e de muitos prédios para receber empresas tecnológicas criou um cenário difícil de acreditar há duas décadas no Bairro do Recife, mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados nesta e em outras áreas da região. Porém, como tem repetido em diversas ocasiões o consultor Francisco Cunha, “o Centro do Recife tem jeito, sim!” Uma das peças que contribuíram para remontar esse mosaico foi a instituição do Recentro, há dois anos e meio. O gabinete, dirigido por Ana Paula Vilaça, nasceu para refletir sobre uma melhor integração dessa área da cidade e promover a exploração sustentável de toda sua potencialidade. Muitas ações promovidas pelos agentes públicos e por investidores privados estão avançando nesse propósito e vários projetos começam a ganhar musculatura de realidade na região. “Muita coisa avançou, desde a parte de infraestrutura, com muitas obras entregues, como a recuperação do Parque de Esculturas Francisco Brennand e as obras de drenagem da Rua da Concórdia, Rua Imperial e Avenida Sul, que estão na fase final. A obra do Mercado de São José está em andamento, além da reforma estrutural e o ordenamento do Camelódromo, na Avenida Dantas Barreto”, exemplificou a secretária Ana Paula Vilaça. Para levar mais cores ao Centro, com o fomento da arte urbana, uma outra iniciativa municipal é a instalação de megamurais, principalmente na Boa Vista. O projeto, da Secretaria de Inovação Urbana do Recife, mobiliza artistas para promover intervenções artísticas em fachadas sem aberturas de edifícios de alta visibilidade na cidade. Sete imóveis já receberam o projeto e mais dois estão em andamento. Ao todo, serão 24 pinturas. Apesar de haver um conjunto de outras obras do poder público na região, o apetite da iniciativa privada é um dos grandes motores no processo de revitalização. De acordo com a Perspectivas e Oportunidades Econômicas Centro do Recife 2024, recém-publicada pela Fecomércio e pelo Sebrae, menciona um estudo da UFPE que identificou 73 novos empreendimentos privados, sendo 40 deles classificados como habitacional, multifamiliar ou de uso misto. Esse levantamento considera como centrais os bairros da Boa Vista, Coelhos, Ilha do Leite, Paissandu, Recife, Santo Amaro, Santo Antônio, São José e Soledade. "Temos recebido muitas propostas de procura de imóveis. Alguns estão sendo reformados pelos proprietários. Há muito otimismo do mercado privado em querer voltar realmente sua atenção para o Centro e buscar novas possibilidades. A equipe de atração de investimentos tem feito muitos atendimentos de pessoas interessadas na instalação de cafés, de restaurantes. Há uma movimentação efervescente”, afirma Ana Paula Vilaça. TURISMO E EVENTOS PARA ANIMAR O CENTRO Com edifícios de diversos períodos da história da capital mais antiga do País, que completará 500 anos em 2037, o turismo tem um papel relevante na recuperação desse território. Uma das peças no setor que está prestes a ser inaugurada é o Complexo Porto Novo, que abriga o Novotel Marina Recife e o Recife Expo Center, fruto do investimento de R$ 280 milhões. O empreendimento está sendo instalado no Cais de Santa Rita, no bairro de São José. O equipamento hoteleiro, com 300 apartamentos e ocupação máxima estimada em 600 pessoas, tem previsão de início das operações para o dia 29 de julho. Já o Centro de Convenções, com capacidade de receber até sete mil visitantes, terá sua abertura no dia 6 de agosto com a estreia da feira Multimodal Nordeste 2024. Só neste evento é esperada uma movimentação econômica superior a R$ 150 milhões e mais de quatro mil participantes. “Estimamos uma média de geração de empregos diretos para aproximadamente 300 pessoas durante as operações de todo o Complexo Porto Novo. Durante a construção, tivemos aproximadamente 450 postos de trabalho diretos. O número, no entanto, tende a ser muito superior quando contabilizamos também os indiretos, os terceirizados durante a operação de feiras, eventos e convenções. Isso porque entendemos que são equipamentos que irão beneficiar indiretamente toda a cadeia produtiva do turismo, há uma infinidade de profissionais que serão impactados com a inauguração e operação do Complexo”, afirma o investidor do Porto Novo e sócio da Maxxima, Romero Maranhão Filho. O empreendedor explica que o projeto do Complexo foi concebido não apenas como uma intervenção na paisagem urbana, mas como uma oportunidade de valorizar toda a área circundante do Centro do Recife. “Com este investimento acreditamos que podemos dar mais um impulso para o renascimento da região, pois sabemos que é uma área com um potencial enorme a ser explorado”, destacou Romero Maranhão Filho. Ele lembra que o navegador Amyr Klink considerou o local como ideal no Nordeste para uma marina de classe internacional. “Além disso, o Recife ainda não possuía um Centro de Convenções, então, resolvemos criar um novo equipamento nessa área da cidade, que estava totalmente carente de tudo e percebemos que teríamos condição de construir um espaço que pudesse atender tanto o público local quanto eventos nacionais e internacionais. Acreditamos que haverá um impacto significativo na economia local, gerando empregos, atraindo investimentos e fomentando o turismo, marcando, assim, um novo capítulo na história da cidade”, declarou Maranhão Filho. Além do Complexo Porto Novo, há outros empreendimentos, como a construção do Motto by Hilton, localizado na Rua da Guia. Com aporte de R$ 30 milhões, ele tem previsão de gerar

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JB Alcooquimica Pernambuco

Grupo JB comemora 60 anos e as expectativas do mercado

O Grupo JB, que está completando 60 anos, encerra a safra 2023/2024 com a produção de 70 mil metros cúbicos de etanol e 75 mil toneladas de açúcar a granel. Nesse mix, se destaca o álcool, carro-chefe da companhia, e que tende a ganhar uma importância ainda maior no negócio, segundo a diretora executiva Carolina Beltrão.  Bioenergia Ela avalia que a descarbonização da economia global abre grandes oportunidades para as indústrias de biocombustíveis, como a JB, que atende ao mercado interno e exporta para América, Europa e África. No Nordeste, por exemplo, estão duas montadoras que vão fabricar carros híbridos a álcool já a partir deste ano: Stellantis e BYD. Também na região, estão previstos investimentos bilionários na produção de hidrogênio verde, com a possibilidade, em estudos, de uso do etanol como matéria-prima para a industrialização do H2V.  Diversidade na produção Na área de energia limpa, além de biocombustíveis, a JB atua na geração de eletricidade por meio de biomassa de cana. A eletricidade é destinada à operação de suas unidades industriais e à venda no mercado livre. Já no segmento de gases industriais, a corporação detém 12% do mercado brasileiro de CO² puro grau alimentício, por meio da Carbogás. Essa operação, a partir do reaproveitamento do dióxido de carbono dos seus processos fabris, gera uma receita importante para o grupo e reduz as emissões diretas da companhia na atmosfera, reforçando sua agenda ESG.

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vlt recife

Projeto promete retomada do transporte sobre trilhos para o Bairro do Recife

*Por Rafael Dantas Já pensou em andar de trem no Bairro do Recife, como a população fazia há décadas? Há alguns anos a CBTU estuda a retomada da mobilidade sobre trilhos na região central do Recife, com uma linha seguindo da Estação Largo da Paz até o Terminal Marítimo de Passageiros. O projeto, que contempla a operação com Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), tem potencial tanto turístico, por ser uma região muito procurada pelos visitantes da capital pernambucana, como para o transporte diário dos recifenses, visto que estaria conectando o metrô ao Porto Digital, ao Novo Recife e ao comércio popular da cidade. "É um projeto que é viável e que dentro da mobilidade urbana do Recife, é fundamental", destaca a superintendente da CBTU, Marcela Campos. O empreendimento do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no Recife abrange um percurso de 5,6 km que conecta o Estelita ao Terminal Marítimo, passando por pontos históricos e estratégicos da cidade, como o Forte das Cinco Pontas, as Torres Gêmeas, o Marco Zero e o Porto do Recife. Esse trajeto visa aproveitar uma malha ferroviária preservada, com trilhos históricos, e integra-se ao metrô na estação Largo da Paz, ampliando a demanda e conectividade. O VLT operará com três veículos em intervalos de aproximadamente 15 minutos, utilizando um modelo híbrido que combina combustão e baterias elétricas para áreas sem catenária. De acordo com a superintendente da CBTU, Marcela Campos, o projeto é concebido para ser economicamente viável e ecologicamente sustentável, com pequenas estações automatizadas e pontos de parada a cada 300 a 600 metros, servindo tanto ao transporte público diário quanto ao turismo, destacando-se pela integração suave na paisagem urbana e pela capacidade de compartilhar vias com outros modos de transporte. A inspiração desse empreendimento é o VLT Carioca, que circula na região central do Rio de Janeiro. O projeto não demandaria de desapropriações, que encarecem muito qualquer novo investimento, pois seguiria o percurso via o Cais José Estelita, onde circulavam as antigas linhas da Rede Ferroviária Federal. Uma preocupação expressa pela gestora foi a recente doação do antigo antigo Pátio Ferroviário das Cinco Pontas para a Prefeitura do Recife. A superintendente garante que não é necessário ter a exclusividade no trecho, mas é necessário não ocupar espaços estratégicos para a operação do VLT. Ou seja, é possível o compartilhamento da área, mas é preciso prever a operação dessa linha na construção de qualquer projeto para a região. "A primeira preocupação da gente é a garantia do espaço. Então é preciso documentar que os espaços estarão garantidos para haver esse compartilhamento. A gente não tem o interesse de ficar com 100 mil metros de área ali, mas o que a gente precisa é que haja essa formalização para que o projeto continue viável." O projeto prevê 11 estações, com início em Largo da Paz e encerrando no Terminal Marítimo de Passageiros. Haveria paradas no Cabanga, no Mirante do Cais José Estelita, no empreedimento Novo Recife, na antiga Estação Cinco Pontas, uma parada nas proximidades do Mercado São José e outra na Ponte Giratória. Já no Bairro do Recife, haveria ainda os pontos no Marco Zero e na Torre Malakof. Conforme o mapa total abaixo do sistema de transporte sobre trilhos do Recife, o novo modal estaria conectado ao Metrô do Recife. A retomada do projeto devolveria a operação histórica de trens que o Recife teve na sua região central, como na imagem abaixo da Estação Cinco Pontas. A elaboração do projeto, realizada pela CBTU, contou com a participação do grupo de pesquisa Maraca Energy, composta por estudantes da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli - UPE). *Rafael Dantas é jornalista e repórter da Revista Algomais. Assina ainda as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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banco central economia

Mercado eleva previsão da inflação de 3,96% para 3,98% em 2024

(Da Agência Brasil) A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve elevação, passando de 3,96% para 3,98% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (24), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2025, a projeção da inflação também subiu de 3,8% para 3,85%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5% para os dois anos. A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância. Em maio, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, a inflação do país foi 0,46%, após ter registrado 0,38% em abril. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, em 12 meses, o IPCA acumula 3,93%. Juros básicos Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas fizeram o BC interromper o corte de juros iniciado há quase um ano. Em reunião na semana passada, por unanimidade, o colegiado manteve a Selic nesse patamar após sete reduções seguidas. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic. Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 no patamar que está hoje, em 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 9% ao ano. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. PIB e câmbio A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano variou de 2,08% para 2,09%.  Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2%, para os dois anos. Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento foi 3%. A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,15 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique no mesmo patamar.

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Manu Siqueira Crianca

Olha pro céu, meu amor!

Por Manu Siqueira As festas de São João, sem dúvida, são um dos momentos mais esperados do ano, principalmente aqui, no Nordeste. Elas carregam uma bagagem cultural muito rica. É um balaio cheio de tradições e memórias afetivas que atravessam gerações. Lembro, com carinho, das festas juninas de quem, assim como eu, foi criança no final dos anos de 1980, quando a simplicidade e a tradição eram as protagonistas da celebração. Naquela época, as quadrilhas eram o ponto alto da festa. As crianças da vizinhança se reuniam para ensaiar os passos ao som de “alavantú”, “balancê” e “anarriê” para depois brincar, dançar e se divertir livremente nas ruas. Todo mundo participava: vizinhos, irmãos, colegas de escola, primos. Tenho certeza de que essas quadrilhas deixaram registros na memória de cada criança que ali dançava. Os vestidos coloridos não eram comprados em shoppings, geralmente eles eram confeccionados pelas avós ou por costureiras que, nessa época, ficavam lotadas de encomendas. Além dos vestidos, as camisas xadrez e os chapéus de palha formavam o traje oficial do matuto e da matuta, mas o que realmente importava eram a alegria e a diversão que a gente compartilhava. O cenário das festas era um espetáculo à parte. Lembro das ruas enfeitadas com bandeirinhas coloridas, feitas à mão, com recortes de restos de tecidos, jornais e revistas, e que criavam uma atmosfera mágica e sustentável, antes mesmo da gente saber o significado da palavra sustentabilidade. A grande mesa, recheada de comidas típicas deliciosas, era um convite irrecusável. Havia bolo de milho, pamonha, canjica, pé de moleque, arroz doce e tantas outras delícias que enchiam os olhos e forravam o estômago. Embora nunca tenha gostado de fogos de artifício, é impossível não lembrar os traques de massa e os chuveirinhos, que exalavam um cheiro forte de pólvora, mas garantiam a diversão das crianças. As fogueiras, também, não podiam faltar, embora até hoje eu me pergunte que santo ficaria feliz em receber um monte de fumaça em sua homenagem. Enfim, o mundo mudou, mas as noites chuvosas de junho, até hoje, continuam sendo o centro de muitas histórias, encontros, e muita diversão. No início dos anos 2000, no Poço da Panela, Zona Norte do Recife, descobri um forró que teimava em resistir. Uma casinha simples, uma palhoça no quintal, chão de terra batida, um trio de sanfoneiros. Resultado: forró até o dia clarear. Pena que nunca mais soube notícias desse forrozinho cheio de aconchego e tradição. Essa simplicidade das festas de antigamente pode até ter se transformado, mas a alegria e o espírito de comunidade parecem continuar vivos. Hoje em dia, as festas de São João continuam a ser celebradas com entusiasmo, mas com algumas mudanças. A modernidade trouxe novas tecnologias e influências, fazendo com que algumas tradições sejam adaptadas. As quadrilhas ainda existem, mas agora são exibidas para grandes públicos, e não mais nas ruas dos bairros. As festas cresceram e, em muitos lugares, se tornaram grandes eventos com shows e atrações variadas. Apesar das mudanças, a essência das festas de São João ainda resiste, pelo menos em algumas capitais. Ainda nos reunimos para celebrar com amigos e família, desfrutar das comidas típicas e dançar ao som de um trio de forró. Aliás, o São João, para mim, sem o forró autêntico, genuíno, “de raiz”, simplesmente não é São João. E, falando nisso, deixo aqui a minha indignação por ter que ver, todo ano, sanfoneiros e mestres do forró implorando por espaços nos shows produzidos na capital e no interior de Pernambuco. Não dá para enterrar a riqueza cultural desse jeito. Em contrapartida, fico feliz por ver o movimento de novos cantores trazerem ao seu público, tão jovem quanto eles, pérolas e clássicos do forró eternizados por Luiz Gonzaga, Domiguinhos, Anastácia, Marinês, Jorge de Altinho, Quinteto Violado e tantos outros. É muito bonito e revigorante presenciar as belas canções passando de geração em geração. Guardo as lembranças das festas juninas da minha infância como quem guarda tesouros no coração. Elas me lembram, o tempo todo, que a felicidade está nas pequenas coisas: nas adivinhações ao redor da fogueira, nos passos desajeitados nas quadrilhas, na partilha de uma mesa farta. Hoje, ao olhar para o céu estrelado das noites de São João, sou transportada de volta àquela época mágica, revivendo memórias que nunca se apagarão. Para mim, as festas juninas são um elo entre o passado e o presente, um momento de celebração e união que, embora se modernize, nunca perde seu encanto original. Que possamos sempre olhar para o céu, meu amor, e reviver a mesma alegria de antigamente. Esse é o meu desejo. Feliz São João!

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PONTE PRINCESA ISABEL

O extraordinário Centro do Recife tem jeito, sim!

Por Francisco Cunha Ao falar recentemente no encerramento de uma homenagem que recebi, junto com Ana Paula Vilaça (Chefe do Gabinete do Centro do Recife), feita pela ADVB-PE (Associação do Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, secção Pernambuco), tive oportunidade de dizer que o Centro do Recife tem jeito, sim! E disse mais: quem diz que não tem jeito é que não tem jeito. Digo isso com base na minha experiência pessoal de 25 anos, como consultor da CDL/Recife (Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife), de luta cotidiana, cidadã, sem quartel como dizem, pela recuperação da região central da nossa capital. Disse também que na maior parte desse percurso o sentimento que tínhamos era de frustração por não conseguir impedir a decadência. Talvez tenhamos apenas ajudado a frear um pouco o ritmo da queda… Então, depois de mais de meio século de um processo contínuo, intenso e progressivo de abandono e decadência, o Centro do Recife tem sido objeto, na atual gestão municipal, de uma atenção organizada em torno de, pelo menos, três vertentes: (1) um programa de incentivos fiscais para ações de recuperação predial (chamado de Recentro); (2) uma instância de gestão territorial da região central (chamado de Gabinete do Centro – Gabcentro); e (3) um plano estratégico de desenvolvimento integrado de médio e longo prazos (chamado de O Centro na Rota do Futuro). São vertentes que se completam na medida em que o Gabinete do Centro articula tanto as ações relacionadas aos incentivos como as demais relativas à zeladoria e à animação dos espaços decaídos (alguns “detonados”, mesmo). O que não é, diga-se de passagem, nada fácil por conta, não só do imenso passivo acumulado mas, também, por ser uma atuação totalmente contraintuitiva numa gestão municipal estruturada há séculos para agir verticalmente pela cidade inteira e, nunca, num território específico e delimitado como o Centro. Trata-se, em última instância, de uma contradição entre a chamada gestão funcional e a gestão territorial, o que resulta num problema de natureza cultural, de mindset como dizem os consultores americanófilos. No que diz respeito ao indispensável plano estratégico de longo prazo que está sendo ultimado, tive oportunidade de dizer também que o destino quis que eu me encontrasse presidente do Conselho de Administração da organização social Aries (Agência Recife para Inovação e Estratégia) quando ela foi demandada pela Prefeitura do Recife para, com base em sua experiência de ter coordenado a elaboração do Plano Recife 500 Anos, coordenar a elaboração do plano de longo prazo do Centro. Esse plano é justamente a peça-chave que ainda está faltando para que se complete o desenho do arranjo estratégico-organizacional capaz de colocar a recuperação do Centro numa trajetória virtuosa e, fazendo figa, irreversível. Neste contexto, o plano deve funcionar como uma espécie de software para o hardware do Gabinete do Centro. Isso porque é indispensável um instrumento que possa tratar de forma consequente, não só a orientação das ações relevantes para a construção do futuro da recuperação da região central da cidade como, também, possa dar conta do tratamento das assimetrias estruturais do processo em curso. O estágio de recuperação do Bairro do Recife, por exemplo, é completamente diferente daquele dos bairros da chamada Ilha de Antônio Vaz (Santo Antônio, São José, Cabanga e Joana Bezerra), em especial Santo Antônio que se encontra numa espécie de “fundo do poço” do processo de decadência. No que diz respeito ao Bairro do Recife, não é despropositado dizer que o “Cabo da Boa Esperança” da recuperação já foi cruzado. Que o digam os investimentos estruturadores que estão sendo feitos lá como, por exemplo, o Moinho Recife, ao norte, e o Hotel Marina e o Centro de Convenções, ao sul, que, ainda que situado tecnicamente no Bairro de São José, do ponto de vista de influência territorial pode ser considerado como englobado pelo Bairro do Recife. E tudo isso precisa ser adequada e estrategicamente endereçado para que o tratamento consequente dessas assimetrias possam resultar em maior sintonia da recuperação geral. É, justamente, por este conjunto de coisas e iniciativas virtuosas que disse no dia da homenagem (e reforço aqui também) que o Centro do Recife não só tem jeito como esse jeito está em curso na contramão da trajetória de degradação das últimas décadas. Disse ainda que, embora a recente trajetória esteja, de fato, em curso, a sua manutenção depende do apoio de todos os recifenses de boa vontade e que querem sinceramente o bem da cidade e do seu extraordinário centro histórico, talvez o mais extraordinário dos pontos de vista histórico, cultural e paisagístico do País, excetuando-se, talvez, o do Rio de Janeiro que foi capital da colônia, do Império e de boa parte da República. E disse que a primeira coisa a fazer neste sentido é não falar nem permitir que se fale depreciativamente que o Centro não tem jeito. Cheguei mesmo a dizer que, quando ouço algo do gênero, digo ao interlocutor que quem não tem jeito é quem diz que não tem jeito. Certamente não é uma atitude que se possa definir como um primor de etiqueta mas a causa é maior porque se muita gente ficar espalhando que não tem jeito, aí, de fato, não terá jeito mesmo e, então, teríamos perdido nosso extraordinário Centro para sempre. E não podemos deixar que isso aconteça, de jeito nenhum, sobretudo quando o círculo virtuoso da recuperação deu a partida que precisava ser dada. Precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para que ela seja, de fato, definitiva e irreversível. *Francisco Cunha é arquiteto, consultor empresarial e sócio da TGI

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Manutenção da taxa de juros alta dificulta atividade econômica

Já era esperada pelos agentes do mercado o fim do ciclo de queda na taxa básica de juros. O cenário de agravamento das tensões internacionais e de crise no Rio Grande do Sul, com expectativa de piora na inflação apontavam para o freio na tendência de queda que vinha marcando as últimas reuniões do Banco Central. A medida foi mal recebida por parte dos agentes econômicos, como a Confederação Nacional da Indústria, pois dificulta uma retomada mais célere da economia, reduzindo os incentivos para o investimento e para o consumo. Em comunicado, o presidente da CNI, Ricardo Alban avaliou que “A manutenção do ritmo de corte na Selic seria o correto, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”. Apesar da piora no cenário nacional e mundial, é importante lembrar que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros reais do mundo, segundo levantamento do MoneyYou. Apenas a Rússia está na frente do País. Para o Brasil deixar o top dos 10 maiores juros do mundo, seria necessário reduzir muito ainda a Selic, o que não deve acontecer no curto prazo. Uma curiosidade é que em 2019, ainda antes da pandemia, mesmo com a inflação acima do patamar atual (4,31%), o Banco Central operou com uma taxa de juros média de 4,5%, menos que a metade da praticada hoje pelo BC. Naquele ano Campos Neto já estava à frente do Banco Central. A inflação atual do País é de 3,96%. Apesar de ser crescente nos últimos meses, ela é a 15ª maior do mundo. A taxa de juros é a segunda. Di2win leva sua expertise em IA para eventos internacionais A Di2win, referência no segmento de hiperautomação no Processamento Inteligente de Documentos (IDP), vem se destacando no ambiente deeptech brasileiro, acumulando mais de 200 publicações científicas, 30 registros de propriedade intelectual e mais de 2 bilhões de documentos processados com sua tecnologia. Com base em sua vasta experiência e resultados, a empresa se prepara para compartilhar sua expertise em dois grandes eventos científicos internacionais, levando o conhecimento e a criação brasileira a novas fronteiras: o ICDAR (International Conference on Document Analysis and Recognition), de 30 de agosto a 4 de setembro, em Atenas, na Grécia, e o CVPR (Computer Vision and Pattern Recognition Conference), até a próxima sexta (21), em Seattle, nos Estados Unidos. Rotadomar apoia São João da Moda2024, em Santa Cruz do Capibaribe A marca pernambucana de moda Rotadomar é uma das apoiadoras do São João da Moda 2024, que será realizado no Pátio da Moda, no Parque Wellington Monteiro, durante seis dias, até 28 de junho, em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do estado. Esta parceria reflete a forte ligação da marca com a cultura local e com a cidade, destacando a importância de fomentar o entretenimento, a cultura e a economia local durante este período festivo. Arnaldo Xavier, CEO do Grupo-Rotadomar, do qual a rotadomar faz parte, ressalta a relevância desse apoio contínuo. “Este período é o segundo melhor em nossas vendas. Assim, para nós, é importante contribuir para a valorização da cultura e das nossas tradições, além de promover a movimentação da economia da cidade nesta época do ano”, comentou. A marca não só apoia a festa principal, mas também o Lounge da Moda, um espaço privativo onde o público pode curtir os shows em um ambiente exclusivo, com espaços instagramáveis e recepção de brindes. O espaço também contará com ativações da Hausport, marca de roupa esportiva do Grupo. Comércio do Centro funciona normal sábado. Domingo e segunda, facultativo O comércio do Centro do Recife funcionará normal, no final de semana, para movimentar as vendas de última hora do São João. No sábado (22), as lojas de rua abrirão as portas no horário comercial, das 8h às 18h. Alguns estabelecimentos poderão chegar a esticar o expediente. No domingo (23), véspera de São João, e segunda, dia 24, as lojas vão operar de forma facultativa e ficará a critério do lojista abrir ou não. Já os shoppings da Região Metropolitana do Recife (RMR) irão funcionar em horário especial. 

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Aproveite as festas juninas sem culpa: dicas para manter a saúde em dia

As Festas Juninas são uma das celebrações mais aguardadas do ano no Brasil, especialmente no Nordeste, conhecidas por suas comidas deliciosas e típicas, como pamonha, canjica, mungunzá, arroz-doce e uma variedade de bolos tradicionais. No entanto, muitos desses alimentos são altamente calóricos, ricos em açúcar e gordura. Será que é possível desfrutar dessa festa de forma saudável? A nutricionista Thay Miranda nos dá dicas de como aproveitar as delícias juninas sem comprometer a saúde. Tradição e moderação A chave para manter a saúde durante as Festas Juninas é a moderação, diz Thay Miranda. "Você não precisa evitar completamente as comidas típicas, mas é importante controlar as porções e equilibrar a alimentação. No consultório sempre falo sobre isso com meus pacientes, as datas comemorativas sempre existirão, e não dá para fugir sempre, mas mantendo uma rotina saudável em 80%, não são 20% de um momento de divertimento que vão colocar tudo a perder". Escolhas inteligentes Uma estratégia eficaz é optar por versões mais saudáveis das receitas tradicionais. Substituir ingredientes pode fazer uma grande diferença, explica Thay. "Por exemplo, usar leite desnatado em vez de integral, adoçantes naturais como o mel ou stevia no lugar do açúcar refinado, e evitar o excesso de óleo e gordura, principalmente no caso de pacientes diabéticos e hipertensos". Planejamento é essencial Planejar as refeições também é uma excelente maneira de manter uma dieta equilibrada. "Se você sabe que vai a uma festa à noite, escolha um café da manhã e um almoço mais leves," sugere a nutricionista. "Inclua saladas, frutas e alimentos ricos em fibras para ajudar na digestão e no controle da saciedade." Mantenha-se ativo Além de prestar atenção à alimentação, é importante manter-se ativo durante esse período. "As danças típicas das Festas Juninas, como quadrilha e forró, são ótimas formas de se divertir e queimar calorias ao mesmo tempo," diz Thay. Aproveite para dançar bastante e se movimentar. Hidratação - outra dica essencial é manter-se bem hidratado. "Beba bastante água ao longo do dia, especialmente se consumir alimentos mais pesados e doces, e principalmente durante o consumo de bebidas alcoólicas" recomenda Thay. A hidratação ajuda a evitar a retenção de líquidos e a sensação de inchaço. O mais importante é desfrutar das Festas Juninas sem culpa. Permita-se saborear as comidas típicas, mas com consciência,aconselha Thay Miranda. "O equilíbrio é a chave para aproveitar os momentos festivos sem prejudicar a saúde. As Festas Juninas podem, sim, ser aproveitadas de forma saudável. Com moderação, escolhas inteligentes e um pouco de planejamento, é possível saborear as delícias típicas sem comprometer a saúde. Seguindo as dicas da nutricionista Thay Miranda, você pode celebrar com alegria e bem-estar. Receita Fit A nutricionista Thay Miranda separou duas receitas simples e saudáveis para nosso leitor. Movimente-se Exercite-se também no período junino. O personal trainer, Hugo Griz, diz que mesmo no período junino é possível deixar o treino em dia. "Uma modalidade de treino intervalado é uma ótima opção para se fazer em ocasiões em que se tem pouco tempo. Ele permite aumentar a intensidade, causando um maior gasto calórico, com menos tempo. Por exemplo, corrida e caminhada. Corre-se 100 metros e caminha-se outros 100 metros. Quem estiver viajando não precisa ficar tão preocupado em fazer exercícios todos os dias, mas também não deve parar todas as atividades físicas. Exercícios em ambiente livres ou em contato com a natureza são sempre uma boa pedida". A dica é equilíbrio Tradição Maranhense exalta as comidas típicas do São João. A maranhense Mileide Mihaile diz que curte todo o período junino. A influenciadora considera que esta é a melhor época do ano e compartilha algumas tradições fundamentais, entre elas estão as comidas típicas e a boa música que ecoa nos festejos.  Em todo o Brasil, as festas juninas são repletas de quitutes. Entre os seus pratos favoritos estão: canjica, pamonha, paçoca, pé de moleque, cural, mandioca frita, cuscuz, bolo de milho e arroz doce.  “São tantas comidas deliciosas que com certeza eu devo ter esquecido de alguma por aqui”, diz. A comunicadora conta que o universo do São João encanta desde criança, desde a forma de se vestir, o forró que é marca registrada em todas as regiões, além da beleza da festa: “Tudo é muito bonito e tem alegria, é um verdadeiro espetáculo. Nesse momento, as pessoas deixam qualquer pensamento ruim de lado para aproveitar as festas”.  Mileide também destaca a festa como símbolo da cultura nordestina: “Sou do nordeste e tenho um orgulho imenso por pertencer a esta terra. O São João é rico em história e cultura, ele influencia a minha vida, o meu trabalho e os meus costumes. Tudo nele me inspira, o São João realmente tem um lugar reservado no meu coração”, finaliza. Vamos aproveitar o período brincando na paz

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Zona Industrial Complexo de Suape

Empresa francesa desenvolverá projeto industrial de R$ 2 bilhões em Suape

O Complexo Industrial Portuário de Suape firmou um memorando de entendimento com a corporação francesa Arhyze nesta semana para desenvolver um ambicioso projeto industrial. Especializada em energia renovável e produção de hidrogênio, a Arhyze planeja produzir hidrogênio verde, amônia verde e e-metanol no empreendimento. Este é mais um investimento bilionário que está em consonância com as metas globais de descarbonização e a transição para uma energia sustentável. A Arhyze prevê um aporte privado de aproximadamente R$ 2 bilhões em Pernambuco. A primeira fase do projeto se concentrará na produção anual de 100 mil toneladas de e-metanol, com início das operações previsto para 2028. A assinatura do memorando contou com a presença de Maurício Laranjeira, secretário executivo de Atração de Investimentos de Pernambuco; Guilherme Sá, secretário executivo de Energia; Marcio Guiot, CEO de Suape; Mathieu Coustets, CEO da Arhyze; Arthur Neves, diretor de Desenvolvimento e Gestão Industrial de Suape; Adriana Martin, diretora de Inovação e Transformação Digital; e François Maugin, chefe de Inovação e Parcerias da Arhyze. O projeto ambiciona redefinir os padrões da energia verde, posicionando Pernambuco como um protagonista na transição global para um futuro mais limpo e sustentável. Contabilidade do futuro “Os Desafios Globais, Nacionais e Locais da Atividade Empresarial Contemporânea”, é o tema da palestra que o presidente do Conselho de Administração da Agência Recife de Inovação e Estratégia, Francisco Cunha, irá ministrar nesta quinta (19), às 19h30, na abertura do 13º Encontro das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas da Região Nordeste (Enescap). O evento acontece no Centro de Eventos Recife, na Imbiribeira, e é voltado para gestores, profissionais da área contábil e empresários e traz renomados palestrantes do cenário local e nacional que irão abordar sobre as principais transformações nas formas de trabalho a partir do implemento de novas técnicas e ferramentas tecnológicas. O encontro é promovido pelo Sescap-PE. Mais informações e inscrições no www.enescap.com.br Sebrae começa ciclo de consultorias para apicultores do Sertão do Araripe Araripina já foi reconhecida pela Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE, em 2012, como a maior produtora de mel do Brasil. No entanto, o setor enfrentou desafios devido às prolongadas estiagens e à falta de infraestrutura para o escoamento da produção. Para revitalizar e fortalecer essa cadeia produtiva, o Sebrae/PE iniciará, neste mês de junho, um ciclo de consultorias com 30 apicultores da região. Esta ação, fruto de uma parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), oferecerá, ao longo de um ano e meio, consultorias presenciais, imersões, e suporte em marketing digital e acesso a mercados. Todas as atividades serão oferecidas gratuitamente. As ações serão desenvolvidas em etapas, sempre envolvendo o mesmo grupo de 30 apicultores. A primeira fase, iniciando ainda neste mês de junho, consiste em consultorias técnicas de campo. Essas atividades incluem apoio no manejo dos apiários, preparação de alimento para as abelhas e gestão comercial das operações rurais. A assessoria também contará com visitas técnicas presenciais às unidades produtivas. VIVIX Vidros Planos celebra 10 anos com lançamento de vidros acústicos A Vivix Vidros Planos, empresa de capital 100% nacional pertencente ao centenário Grupo Cornélio Brennand, celebra uma década de existência com o lançamento de uma linha de vidros acústicos, ideal para janelas de fachadas de edifícios residenciais e comerciais, assim como divisórias em ambientes que necessitam de isolamento acústico. O VIVIX Lamina Acústico e o VIVIX Performa Duo Acústico são vidros laminados acústicos e de segurança compostos de duas lâminas de vidro float montadas com uma ou mais camadas de PVB (Polivinil Butiral) com tecnologia acústica. Empreendimento imobiliário em Paulista A Construtora Carrilho entrega nesta semana o primeiro de três empreendimentos da sua linha Home na cidade de Paulista. O Aurora dos Bosques terá 272 unidades e está tendo sua entrega antecipada em mais de seis meses para os clientes. Até o final deste ano serão entregues mais de 520 apartamentos em outros dois empreendimentos que serão entregues, o Aurora do Parque e o Aurora das Praças, também em Paulista. Os três empreendimentos estarão sendo entregues antes do previsto.

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Maria Jose Sena

"A UFRPE hoje precisa de R$ 18 milhões para fechar o ano"

A reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco Maria José de Sena conta como a instituição tem enfrentado a crise orçamentária que assola as instituições de ensino superior no Brasil. Ela também analisa a qualidade do ensino a distância no País e a participação das mulheres na academia e nas pesquisas científicas. Em seu terceiro mandato à frente da reitoria da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), a professora e médica veterinária Maria José de Sena enfrenta uma conjuntura muito mais desafiadora do que nas suas duas primeiras gestões. Assim como as demais instituições de ensino federal, a Rural enfrenta uma grave crise orçamentária, que se intensificou nos últimos anos. Nesta entrevista a Cláudia Santos e Rafael Dantas, a reitora salienta que as causas que levaram à atual greve das universidades públicas não se resumem às questões salariais mas, também, abrangem as reivindicações por um orçamento que viabilize melhorar as estruturas e as condições de trabalho nas instituições. Maria José de Sena comenta ainda a qualidade do ensino à distância e a participação das mulheres na academia e na pesquisa. Como a Universidade Rural enfrenta a crise financeira do ensino superior no País? Algumas instituições divulgaram que o orçamento só vai durar até setembro. Essa também é a situação da UFRPE? Sim. Todas as 69 universidades estão na mesma situação. A UFRPE tem hoje um entrave orçamentário muito forte. O que temos não dá para inovar em estrutura, comprar equipamentos. Temos que buscar investimentos em outras instâncias, NCTI (Núcleo de Comunicação e Tecnologia da Informação), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Há algum tempo vivemos, na universidade, para manter o que existe, isso é muito ruim. Assim, a gente não consegue cumprir nosso papel. Temos as políticas públicas criadas pelo próprio governo que precisam ser implementadas, e chegamos a um momento em que não conseguimos executá-las. A UFRPE hoje precisa de R$18 milhões para fechar o ano. Sempre estivemos em todo o Estado, com estações de pesquisa, da capital ao sertão. Mas hoje temos unidades de formação que precisam de ensino, pesquisa, extensão e administração oriunda da expansão de 2004 e ainda não conseguimos consolidar essa expansão, porque o orçamento não acompanha esses avanços. Assim, é difícil manter o padrão necessário à universidade, enquanto celeiro da construção cidadã, da construção profissional. O papel da universidade perante a sociedade é fundamental, 95% das pesquisas que são postas em prática, que se transformam em políticas públicas, saem dessas instituições. Então, é preciso olhar para dentro delas. Vivemos hoje essa instabilidade de funcionamento. Durante muito tempo, o que é proposto de orçamento para que a universidade funcione o ano todo não é atendido. Sempre há cortes. E nós, gestores públicos das instituições de ensino superior, colégios e institutos federais, temos que viver batendo nas portas dos gabinetes dos deputados de Brasília, pedindo suplementação. Se vivemos assim, é porque não há planejamento orçamentário para a gente. Não há como manter a dignidade das instituições dessa forma. Imagina como se sente um gestor que tem compromisso com seu cargo, com sua universidade e com a sociedade, nessa situação, sem ter como manter todos os estudantes de recorte social dentro das suas políticas públicas para que fiquem aqui, em um ambiente bom, com boa alimentação e uma boa biblioteca? Por isso, chegou-se a essa situação de greves nas universidades federais em todo Brasil. Não é só a questão salarial, é também por melhores condições de trabalho, por uma reestruturação de carreira no caso dos técnicos administrativos, por mais orçamentos para as universidades. Essa falta de olhar responsável pela educação independe de governo seja de direita, de centro, de esquerda. A postura é a mesma, a educação fica sempre à margem. Em relação à evasão dos estudantes, quantos alunos a Rural perdeu? A nossa evasão está dentro da média nacional, em torno de 25%. Mas temos históricos de universidades em que a evasão chega a 35%. Comparando o sistema público de ensino com o sistema privado, no privado é acima de 50%. Mas a gente ainda perde estudantes porque eles não têm condições de se manterem na universidade. Cerca de 80% dos nossos estudantes são de recorte social e essas pessoas precisam ser atendidas por alguma política. Mas não conseguimos atender essa comunidade. E estou falando dos estudantes de pós-graduação também que, mesmo recebendo bolsas de mestrado ou doutorado, o valor não é suficiente para viver bem porque muitos vêm do Sertão, por exemplo, e não têm rede de apoio. Então, uma bolsa de R$ 2 mil para mestrado e R$ 3 mil para doutorado não é suficiente porque eles precisam pagar moradia, alimentação, transporte. E ainda há os que passam na seleção de mestrado e doutorado, mas não conseguem bolsa, porque não há bolsa para todos. Então, perdemos essas pessoas que poderiam estar aqui, mas não têm condições de se manter. Que tipo de suporte os estudantes precisam para evitar a evasão? Precisam que as políticas públicas que criamos sejam implantadas na totalidade. Temos estudantes aqui, por exemplo, que moram longe, mas se nós não tivéssemos criado um aporte financeiro de auxílio-transporte, teríamos perdido muitos alunos porque, como são da Região Metropolitana, não têm direito à Casa do Estudante porque ela é para os que estão fora da RMR. Também criamos um auxílio-alimentação. Então, a gente cria essas políticas para não perder mais alunos. Além disso, eles precisam de apoio psicológico, a maioria não tem plano de saúde. Por isso, temos um departamento de qualidade de vida com médico e psicólogo. Nas nossas gestões, investimos muito nesse departamento porque as pessoas estão cada vez mais adoecidas. A universidade é uma cidade que tem que dar conta de educação, saúde, transporte, alimentação, saneamento. Nos últimos anos, a imprensa destacou a abertura de campus no interior como marcos importantes, mas que não tinham estrutura para funcionar. Como está a interiorização da UFRPE? Temos os campi de Garanhuns e Serra Talhada que estão consolidados mas com necessidades de abrir

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