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Space Force: série da Netflix satiriza novo braço militar dos EUA

A partir de um tuíte de Donald Trump, em 2018, que anunciava os planos para a criação de uma Força Espacial, surgiu a inspiração para a mais nova série da Netflix: Space Force. Criada pela dupla Steve Carell e Greg Daniels, do sucesso The Office, a nova aposta do serviço de streaming traz como protagonista o general Mark R. Naird (Carell), um piloto condecorado convocado a liderar uma nova divisão das Forças Armadas: a Space Force. Acompanha com muita liberdade criativa, claro, os primeiros anos da força espacial dos EUA lançada por Trump em 2019. O programa vem dividindo opiniões da crítica especializada, principalmente de alguns que esperavam mais alfinetadas no Trump. Por sinal, os dois primeiros episódios dão a impressão de que a série seguirá por esse caminho como quando satiriza as tomadas de decisões via Twitter do presidente ou quando mostra uma sequência hilária com militares e cientistas decidindo se enviam ou não um chimpanzé, que já está no espaço, para (acreditem!) consertar um satélite sabotado pelos chineses. A China, inclusive, é tratada como verdadeira pedra no sapato dos americanos na missão de retorno à Lua. Já a partir do terceiro episódio as coisas desandam para um misto de comédia romântica com algumas pitadas de drama. Space Force ganha em qualidade com a presença do ator John Malkovich e sua boa química com Steve Carell. Malkovich encarna o Dr. Adrian, braço direito de Naird e conselheiro nas tomadas de decisões. Outro nome conhecido é o da atriz Lisa Kudrow, a Phoebe de Friends. Lisa interpreta a esposa de Naird, Maggie, que aparece na cadeia já no primeiro episódio. Alguns núcleos secundários destoam do principal, como por exemplo, as cenas com a filha do general, Erin (Diana Silvers), que por vezes quebram o ritmo da narrativa. Ainda que os criadores tenham perdido a oportunidade de tornar a série um pouco mais ácida, considerando o pano de fundo promissor de lambanças do governo Trump, no fim, Space Force termina o primeiro ano de forma positiva. As muitas perguntas não respondidas e algumas pontas soltas prometem uma segunda temporada bem movimentada.  

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São Paulo promete produzir vacina contra o novo coronavírus

Da Agência Brasil O governador de São Paulo, João Doria, anunciou que São Paulo vai produzir uma vacina contra o novo coronavírus. Isso será possível por uma parceria que foi firmada entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech. A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus mortos ou com baixa atividade. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19. “Hoje é um dia histórico para São Paulo e para o Brasil, assim como para a ciência mundial. O Instituto Butantan fechou acordo de tecnologia com a gigante farmacêutica Sinovac Biotech para a produção de vacina contra o coronavírus”, falou João Doria, governador de São Paulo. “Essa vacina do Instituto Butantan é das mais avançadas contra o coronavírus. E estudos indicam que ela estará disponível no primeiro semestre do próximo ano, ou seja, até junho do próximo ano. Com essa vacina poderemos imunizar milhões de brasileiros”, acrescentou. A vacina, chamada de CoronaVac, está em fase adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. “Um coronavírus é introduzido em uma célula do tipo Vero. Essa célula é cultivada em laboratório. O vírus se multiplica. No final, o vírus é inativado e incorporado na vacina, que será aplicado na população”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. O investimento do Instituto Butantan para os estudos nessa fase clínica é de R$ 85 milhões. Segundo Dimas, há no mundo hoje 136 vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento, mas apenas dez delas atingiram a etapa de estudos clínicos. Três estão em fases ainda mais adiantadas de testes e a CoronaVac é uma delas. Fase clínica O desenvolvimento de uma vacina é feito em etapas. A primeira delas é a fase laboratorial, onde é feito a avaliação de qual a melhor composição para a vacina. A segunda etapa, chamada de pré-clínica, é a de testes em animais. A terceira etapa é a chamada fase clínica, de testes em humanos. Essa terceira etapa é dividida em três fases. As fases 1 (inicial, que avalia se a vacina é segura) e 2 (que conta com uma maior quantidade de voluntários e avalia a eficácia do produto) já foram realizadas na China, com sucesso. Agora a vacina está entrando na fase 3, que será realizada no Brasil, com 9 mil voluntários, de todo o país, iniciando por São Paulo. Essa fase, que é um estudo populacional, deve ser começar já no mês de julho. “Dentro de aproximadamente três semanas, 9 mil voluntários estarão sendo testados aqui no Brasil”, disse Doria. “Na fase inicial [da vacina] foram feitos estudos em macacos. Os resultados foram publicados na revista científica Science. A fase 1 [de testagem clínica] contou com 144 voluntários [chineses] e, a fase 2, com 600 voluntários na China. E a fase 3 será agora feita no Brasil”, explicou Dimas Covas. Caso os testes feitos com esses 9 mil voluntários, na fase 3, se mostrem positivos, a vacina entrará na etapa de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e então começará a ser produzida em larga escala. A expectativa do Instituto Butantan é de que a vacina poderá estar disponível para a população em junho de 2021. “Comprovada a eficácia e segurança da vacina, o Instituto Butantan terá o domínio da tecnologia e ela poderá ser produzida em larga escala no Brasil para fornecimento ao SUS [Sistema Único da Saúde] de forma gratuita até junho de 2021”, falou o governador. Então, caso ela seja aprovada, será produzida em larga escala tanto na China quanto no Brasil. O Butantan tem capacidade de produzir 1 milhão de vacinas por dia em sua fábrica de gripes”, disse Covas. As primeiras pessoas a serem vacinadas no Brasil, segundo Dimas Covas, serão as dos grupos de maior risco, como idosos e/ou com comorbidades, ou seja, doenças pré-existentes. Sinovac Por meio de nota em seu site, a Sinovac Biotech informou que os resultados pré-clínicos “promissores sobre o CoronaVac foram publicados recentemente na revista científica Science, em um artigo afirmando que o candidato a vacina é seguro e fornece proteção a macacos rhesus por meio de um estudo de desafio com animais”. Segundo a farmacêutica, a Sinovac está construindo uma fábrica comercial de produção de vacinas na China, que deverá fabricar até 100 milhões de doses de CoronaVac a cada ano. “Estamos orgulhosos em participar da luta contra a covid-19 e esperamos trabalhar com o Instituto Butantan para ajudar o povo do Brasil. Por meio dessa parceria, a Sinovac poderá aumentar a velocidade sem precedentes do desenvolvimento da CoronaVac, sem comprometer nossos padrões e procedimentos de segurança”, disse Weidong Yin, presidente da Sinovac.

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9 fotos da Ponte Duarte Coelho Antigamente

  A Ponte do Galo da Madrugada. A conexão entre a Avenida Conde da Boa Vista com a Avenida Guararapes. Um dos cartões-postais do Centro do Recife. A Ponte Duarte Coelho foi construída inicialmente em 1868, com uma estrutura metálica. De acordo com informações da Fundação Joaquim Nabuco, ela foi desativada apenas em 1915 e reconstruída para ser entregue à população no ano de 1943. Construção da Ponte Duarte Coelho, entre 1941 e 1942, segundo as informações do registro das fotos (Acervo Benício Dias/Fundaj)       . Vista da Ponte Duarte Coelho, em 1957 (Biblioteca do IBGE) . Vista a partir da calçada do atual prédio dos Correios (Biblioteca do IBGE, sem data informada) . Fotos a partir da Rua do Sol, com vista para o prédio do Cinema São Luiz (Biblioteca do IBGE) . . Registro fotográfico da ponte, com vista para o prédio dos Correios (Biblioteca do IBGE) *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais  

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Vacina brasileira contra Covid-19 será testada em animais pela Fiocruz

Da Agência Brasil Uma vacina contra a covid-19 será testada em seres vivos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). O teste será em modelo animal, fase de desenvolvimento chamada de estudos pré-clínicos. A informação foi divulgada em nota pela Fiocruz. “A abordagem do projeto é de uma vacina sintética, com base em peptídeos antigênicos de células B e T – ou seja, com pequenas partes de proteínas do vírus capazes de induzir a produção de anticorpos específicos para defender o organismo contra agentes desconhecidos – neste caso, o Sars-CoV-2 [covid-19]”, explicou a Fiocruz. Segundo o instituto, essas biomoléculas, identificadas em modelo computacional (in silico), foram produzidas por síntese química e validadas in vitro. Os peptídeos foram acoplados em nanopartículas, que funcionam como uma forma de “entrega”, para apresentar essas biomoléculas para o sistema imune com melhor imunogenicidade e ativar sua defesa. “As vantagens da abordagem vacinal sintética são a rapidez no desenvolvimento em comparação às metodologias tradicionais e o não requerimento de instalações de biossegurança nível 3 para as primeiras etapas de desenvolvimento (sendo necessárias somente a partir dos estudos pré-clínicos), bem como o custo reduzido de produção e a estabilidade da vacina para armazenagem”, detalhou a Fiocruz. A fundação explicou que, na próxima etapa, serão feitas formulações vacinais com essas biomoléculas acopladas em nanopartículas, para avaliação in vivo, onde serão obtidos os primeiros resultados relacionados à imunidade conferida ao novo coronavírus. “A partir dos resultados dos estudos pré-clínicos, parte-se para a fase dos estudos clínicos de fases I, II e III. De qualquer forma, mesmo em processo acelerado de desenvolvimento tecnológico e, obtendo resultados positivos em todas as etapas futuras, a vacina autóctone de Bio-Manguinhos/Fiocruz não chegará ao registro antes de 2022”, concluiu.

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Algomais em duas finais do Prêmio de Jornalismo Cultural

A Revista Algomais concorre com dois trabalhos finalistas do Prêmio de Jornalismo Cultural, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, com patrocínio da Cepe. A reportagem "Futuro melhor com a leitura", de Rafael Dantas, foi classificada na categoria profissional. A matéria "No Reino de Odin", de Yuri Euzébio, foi selecionada para a categoria de estudantes. "O trabalho desenvolvido por Odin na Banca Guararapes incentiva a cena de quadrinhos local e abriga os amantes da nona arte com feiras e palestras. Foi um privilégio poder contar essa história", afirmou Yuri Euzébio sobre a reportagem, que você pode conferir no link abaixo. Banca Guararapes é o templo dos quadrinhos A reportagem "Futuro melhor com a leitura" destacou iniciativas de estímulo à formação de leitores, como o funcionamento de uma rede de bibliotecas comunitárias na periferia. "Visitar a Biblioteca da Comunidade de Caranguejo Tabaiares e conhecer grandes esforços para levar os livros para crianças e adolescentes foi muito enriquecedor. Dessa matéria, inclusive, nasceu a série Educação que Transforma", afirmou o jornalista Rafael Dantas. Confira a matéria no link abaixo. Leitura para transformar vidas   A Comissão Organizadora informa que devido a Pandemia do Novo Coronavírus, as datas antes divulgadas precisaram ser modificadas para se adequar as novas regras de convivência social. A tradicional festa de premiação será substituída por uma live no próximo dia 16/06 às 20h30 nas redes sociais do Sinjope e da ABBC Comunicação.

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Mariana Zerbone: "As pandemias são marcos nas mudanças urbanas"

A pandemia expôs problemas críticos nacionais, como a desigualdade social, e impôs ao mundo uma redução de velocidade que fez muito bem ao meio ambiente e mostrou que é possível fazer um esforço maior em prol da sustentabilidade do nosso ecossistema global. Sobre esses aspectos e outras lições urbanas, ambientais e econômicas do "furacão mundial" que está sendo a Covid-19, conversamos com Mariana Zerbone, que é doutora em geografia, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e editora gerente da Revista Científica Rural & Urbano. Ela defende que para que o "novo normal" se estabeleça, muitas mudanças devem acontecer no planejamento das cidades e no modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil e pelo mundo. . Quais as principais mudanças que as cidades deveriam promover nesse cenário pós-Covid 19, levando em consideração todo trauma vivido nesses meses de maior crise e diante da perspectiva de enfrentarmos novas ondas dela ou mesmo o surgimento de outras pandemias? O que se percebe é que as pandemias são marcos nas mudanças urbanas ao longo da história. As grandes reformas do final do século XIX e início do século XX tiveram as mazelas urbanas como justificativas para grandes mudanças nos nas formas e nos conteúdos das cidades. O que esperar das cidades pós pandemia em pleno século XXI? O que espera necessariamente não é o que vai acontecer, porém, podemos destacar, dentre tantos, alguns pontos que precisam mudar para que tenhamos cidades como melhores condições de habitabilidade, principalmente se pensando em cidades periféricas como Recife: 1. Diminuição da Desigualdade Socioeconômica 2. Melhores condições de moradia e saneamento 3. Mais espaços livres públicos. A diminuição da desigualdade socioeconômica deveria ser a principal ação tomada após uma crise desta magnitude, contudo sabemos que a redução da desigualdade está atrelada a ruptura de uma estrutura fruto de um processo que se perpetua, fruto da desigualdade socioeconômica estão os problemas sanitários, a falta de acesso ao saneamento básico potencializa qualquer pandemia, e com isso ficou evidente a necessidade de investimento em abastecimento de água, sistema de esgoto e coleta de lixo como ações prioritárias, com ou sem pandemia. É inadmissível que em pleno século XXI ainda existam pessoas que são privadas do acesso a saneamento básico, esta é a condição mínima para a cidadania. . Quais foram as principais transformações urbanas em outros marcos da história? No final do século XIX e início do século XX a criação de espaços de lazer para a classe trabalhadora, como os parques de vizinhança, modificou a estrutura urbana de muitas cidades na Europa e nos Estados Unidos, e esses foram criadas com o intuito de diminuir a insalubridade dos espaços urbanos. Contudo no final do século XX, na maioria das metrópoles brasileiras, os espaços livres públicos, como praças e parques, foram perdendo sua importância e sendo substituídos por espaços fechados climatizados, como os shoppings centers, como o principal espaço de consumo e lazer. Porém, o que se observa é que para que se realize o “novo normal” a retomada da utilização de espaços abertos, sejam eles públicos ou privados (praças, parques, restaurantes, feiras, mercados, lojas), será uma tendência, e talvez a principal mudança no cotidiano dos habitantes das metrópoles, mas para que isso se mantenha como padrão tem que haver uma atenção para a segurança pública, acessibilidade e mobilidade urbana. . A parada forçada do mundo apresentou alguns cases muito curiosos de retorno de animais ou de regeneração de parte da natureza quando a população ficou isolada. Que lições essa Pandemia nos deixa sobre a sustentabilidade (ou insustentabilidade) do nosso modelo de cidades? Com a “pausa” imposta pela pandemia foi possível perceber a impressionante capacidade de regeneração que a natureza possui, porém, nesta era que tem sido chamada por alguns especialistas como “Antropoceno”, a velocidade de degradação do meio pela sociedade não tem permitido que a natureza tenha seu tempo de regeneração. No entanto, também foi possível notar que é possível desacelerar as ações predatórias promovidas pela sociedade, tendo por base a redução do consumo, a mudança de matriz energética e a substituição por ações cotidianas sustentáveis. Talvez esse momento seja uma oportunidade de ruptura no padrão de consumo, com a valorização do essencial para a realização da vida, como também uma possibilidade de mudança nos usos dos espaços das cidades, com a valorização do espaço livre público e do contato com o “meio natural”. . A "economia verde" ou ao menos modelos econômicos que priorizem a sustentabilidade devem ganhar mais força nessa rediscussão das cidades e do próprio modo de consumo? Que recomendações cidades como o Recife poderiam adotar? De início uma das grandes preocupações da imposição da quarentena nas metrópoles era a possibilidade de desabastecimento. Com isso ficou claro que as cidades não são autossuficientes, mas sim dependentes das atividades realizadas no campo, estas essenciais para manutenção da vida, mesmo em tempos de pandemia. A alienação do processo produtivo coloca a cidade como central no mundo capitalista moderno e invisibiliza a produção de alimentos e seus produtores, principalmente daqueles insumos indispensáveis para a sobrevivência da população. Senti falta da mídia valorizar esses trabalhadores e revelar toda essa cadeia produtiva que continuou e continua provendo o abastecimento das cidades. Em um mundo globalizado essas relações produtivas em cadeia são cada vezes mais complexas e interdependentes, mas os produtores locais continuam sendo indispensáveis para a dinâmica desses espaços. E é aí que fica evidente a importância de ações voltadas para um desenvolvimento local, com a valorização do produtor, o que potencializa a promoção da sustentabilidade tanto no âmbito ambiental como econômico. As chamadas economias colaborativas urbanas também se mostraram presentes neste período de isolamento social, principalmente por força das mídias sociais, onde redes colaborativas se fortaleceram em busca de valorização do consumo de pequenas empresas, e de artesão e de comerciantes de bairro. O fortalecimento dessas redes locais deve continuar sendo valorizado para se pensar em uma cidade mais humanizada, no sentido de fortalecimento das relações sociais e interpessoais. Contudo, a desigualdade social continua permeando cidades como Recife, e não se pode

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Pesquisadores querem usar vacina da pólio no combate à covid-19

Da Agência Brasil Pesquisadores da equipe do Hospital Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estudam a viabilidade de se usar a vacina contra poliomielite (mais comumente chamada de paralisia infantil) no combate à covid-19. A expectativa é de que a substância seja usada não como imunização contra o novo coronavírus, mas no fortalecimento do sistema imunológico, reduzindo as chances de se contrair a infecção ou, ao menos, atenuando os sintomas graves do quadro clínico. Em entrevista concedida à Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Edison Fedrizzi, explicou que a possibilidade vem sendo estudada em todo o mundo, inclusive pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. "O que há de pesquisa hoje é, justamente, procurando uma vacina que estimule a produção de anticorpos contra a covid-19. O que estamos propondo agora é utilizar alguma dessas vacinas que temos no nosso meio, já disponíveis, para estimular essa primeira etapa [de defesa do organismo]. Como não é uma vacina contra o novo coronavírus, não vamos produzir anticorpos contra ele. O que queremos é fazer uma barreira protetora, inicial, para que o indivíduo não desenvolva a infecção, caso entre em contato com o vírus. Pensamos que poderíamos, também através desse estímulo de defesa, diminuir a gravidade da doença", detalhou. Para avaliar se o método é eficaz, o grupo de pesquisadores da UFSC pretende selecionar 300 voluntários, todos trabalhadores da área da saúde. A escolha desse segmento se deve ao fato de que estão mais expostos à covid-19 e podem ser beneficiados pelo projeto mais diretamente. Metade deles irá receber a vacina oral de poliomielite (VOP) e a outra metade receberá placebo. De acordo com o pesquisador, como vacina emergencial, foram consideradas outras duas opções: a BCG, que protege contra tuberculose, e a de sarampo. Ambas também já estão sendo testadas por cientistas. "Todas têm como característica o microorganismo vivo, mas atenuado. Esses tipos de vacina provocam uma resposta imunológica, essa que nós queremos estimular, a inata, muito grande, importante, diferente de outras vacinas, em que temos apenas a proteína ou o microorganismo morto, como a de hepatite, a do HPV", esclareceu Fedrizzi. "Tínhamos essas três candidatas a essa função. Vimos algumas discussões, principalmente do CDC, do virologista Robert Gallo, falando que a vacina da pólio tem muitas vantagens, porque não seria uma medicação injetável, seria via oral, com rápida resposta, uma vacina barata, segura e com a qual temos grande chance de termos essa proteção", comentou o coordenador, salientando que a vacina específica contra o Sars-coV-2, como a que está sendo desenvolvida pelo Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), da Universidade de São Paulo (USP), ainda pode demorar vários meses para ficar pronta. "O que observamos em outros países é que a vacina de poliomielite passou a ser incorporada junto com outras, no calendário da criança, de forma injetável. Então, perdeu um pouco desse perfil de estimular a imunidade inata que a oral nos dá. Nós temos uma facilidade enorme em relação a países que já trocaram a vacina oral pela injetável: o fato de termos disponível a forma oral, produzida pela Bio-Manguinhos [Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos], que é barata e é oferecida no Programa Nacional de Imunizações. E aqui também temos a indicação dessa vacina para adultos quando vão viajar para algum país que tenha a doença como endêmica. Então, pessoas adultas, quando vão para esses locais, recebem essa recomendação", acrescentou. De acordo com o Ministério da Saúde, a poliomielite ainda aparece com alta incidência no Afeganistão, na Nigéria e no Paquistão. Desde 1990, o poliovírus selvagem não é identificado no Brasil e, em outubro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) repercutiu o anúncio, feito por uma comissão independente de especialistas, de que o poliovírus selvagem tipo 3 foi erradicado em todo o mundo, de forma que somente o tipo 1 ainda circula. Segundo Fedrizzi, a equipe tem conseguido apoio para desenvolver o projeto, mas ainda precisa ampliar o aporte de recursos para iniciar as pesquisas. Para que possa seguir com o cronograma desenhado, aguarda retorno do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Saúde, a quem submeteu a proposta para obtenção de recursos, e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Até o momento, os pesquisadores se reuniram com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela Bio-Manguinhos, e conseguiram verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Outro requisito cumprido foi a anuência do comitê de ética da UFSC. O coordenador ainda destacou que, apesar de estarem contando com o indicativo de que a vacina de poliomielite possa ser empregada para esse fim, é preciso entender que não se trata de uma certeza. “Temos bastante evidências de que isso pode funcionar, mas não podemos dizer que isso vai funcionar”, destacou. “Não podemos correr o risco de fazer o que a gente vê que está acontecendo, que é quando sai na mídia 'olha, tem uma medicação que vai ser testada e, possivelmente, tenha uma ação contra o coronavírus', e as pessoas acabam indo às farmácias e esgotando a medicação. Então, gostaria de que as pessoas tivessem um pouco de calma, porque é um estudo e temos bons argumentos de que possa funcionar. Assim que a gente tiver os resultados, a gente vai divulgar."

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Jáson Torres: "Recife está planejando a rápida expansão da malha cicloviária"

Jáson Torres, que é gerente geral de Territórios Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura da Cidade do Recife e associado especializado em mobilidade urbana da Centro de Atitudes, respondeu a três perguntas do repórter Rafael Dantas sobre as cidades no contexto pós-pandemia. Ele trata sobre as tendências da mobilidade urbana e, especialmente, do lugar das bicicletas no "novo normal". A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . .Há uma expectativa da continuidade desse recente aumento do home office após o isolamento. A provável redução de veículos é uma oportunidade para preparar as cidades com mais infraestrutura para ciclovias e pedestres? Já tem algum tempo, várias cidades do mundo vêm criando mais espaços para pedestres e ciclistas como forma de oportunizar meios alternativos ao carro particular e ao transporte público para os cidadãos e visitantes. Ocorre que, a grande maioria das metrópoles do mundo passou, ou vem passando, por mudanças substanciais desde o início da pandemia. No Recife não está sendo diferente. O chamado “novo normal” não é uma moda criada por uma agência de publicidade, mas sim uma realidade já vigente no mundo inteiro. Cada cidade está tendo que conviver com o seu novo normal, visto que a normalidade existente antes da pandemia não poderá ser restabelecida, muito em função da necessidade dos novos protocolos sanitários. O tele trabalho, ou home office, tornou-se, nas pressas, o formato adotado por grande parte das empresas e profissionais cujas atividades podem ser desempenhadas dentro de quatro paredes. O fato de tudo ter acontecido nas pressas não permitiu o planejamento adequado para que todos se estruturassem da maneira ideal, mas, por outro lado, mostrou que é possível, sim, viabilizar o tele trabalho e todos continuarem produzindo remotamente. No rastro de tantas mudanças ocorridas, onde residir, onde trabalhar e como se deslocar também precisam ser repensados. Todos nós temos visto, nos últimos meses, a enorme redução da poluição atmosférica dos grandes centros urbanos, assim como o quanto as emissões dos automóveis movidos a combustão contribuem para fragilizar a saúde das pessoas e suscetibilizar seus sistemas respiratórios. Não é mais concebível o incentivo a modos de transporte que não tenham como premissas a “coletividade” e a “saúde”, sendo, portanto, necessário inverter a prioridade do uso das vias urbanas, hoje voltadas para atender às demandas dos modos poluidores, para serem abertas aos modos ativos e coletivos. Sendo assim, nunca houve um cenário tão favorável para a experimentação como agora. Essa experimentação vai desde desoportunizar o uso dos modos poluidores, como também oportunizar infraestrutura para modos ativos e coletivos. O transporte público tem sido apontado como uma dos pontos de grande risco de infecção de coronavírus. Você tem informação de como tem sido o incentivo ao uso de bicicletas na mobilidade dos países que já estão em um estágio mais avançado de enfrentamento da pandemia? A questão do transporte público estar recebendo esse título de possível vilão precisa ser revista, visto que é o principal meio de transporte de grande parte da população e, como tal, precisa se adequar rapidamente à nova realidade de segurança sanitária. Afinal, quem mora distante de onde trabalha ou estuda precisa dispor desse modo para seus deslocamentos. Quero crer que os órgãos responsáveis por sua gestão estejam fazendo seus esforços para implantar as melhores práticas, de forma a reduzir significativamente os riscos de contágio da COVID-19. Apontar os possíveis riscos ao transporte público enquanto se incentiva a bicicleta poderia sugerir que a bicicleta seria um substituta ao ônibus, o que seria injusto e até imprudente. A bicicleta se apresenta sempre como uma alternativa a todos os modos de transporte para quem tem habilidade na sua condução e disposição a usá-la, bem como é recomendada para trajetos de até 10 quilômetros, ou a distância que seja mais confortável para quem a utiliza. Para tanto, é imperativo que haja infraestrutura adequada e segura para os ciclistas. O principal fato que tem motivado cidades do mundo a incentivarem o uso da bicicleta está mais relacionado à questão da saúde e do meio ambiente. O portal interativo com dados abertos, na Internet, “Pedestrian and Bike Information Center” é uma iniciativa bastante rica e aponta centenas de ações, que incluem: infraestruturas cicloviárias móveis e fixas em vias de grande fluxo; amento da malha cicloviária fixas; gratuidade de uso de bicicletas compartilhadas para parte da população; abertura de ruas para ciclistas e pedestres; dentre outros.   No "novo normal" seria recomendado às cidades investirem mais em mobilidade ativa (bikes e deslocamentos a pé)? Que tendências de adaptações do espaço urbano poderíamos pensar? O incentivo à mobilidade ativa vem norteando a grande maioria das gestões de metrópoles inovadoras, no mundo, conforme podemos ver nas ações do portal na Internet “Pedestrian and Bike Information Center”. O que mais tem ocorrido é a implantação das chamadas Pop-up Bike Lanes, que poderíamos traduzir como “ciclofaixas que surgem”, consistindo em ciclofaixas montadas, a princípio com cones, segregadores móveis ou apenas pintura, em vias que sejam atraentes para motivarem pessoas que não têm hábito de usar a bicicleta a passarem a usá-la, além de melhorar os deslocamentos dos ciclistas regulares. Essas ciclofaixas têm o propósito de criar um ambiente de experimentação, com forte possibilidade de se tornarem infraestruturas fixas e definitivas. O Recife também está planejando a rápida expansão da malha cicloviária, parte dela no formato Pop-up. . VEJA TAMBÉM Tullio Ponzi: “As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho” Compartilhamento de bicicletas melhora trânsito nas grandes cidades chinesas O uso da bicicleta como ferramenta para o estudo da paisagem No Dia Mundial Sem Carro, o desafio da bicicleta ganha cada vez mais adeptos  

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Pesquisa nacional aponta baixa contaminação no setor da construção civil

Da Fiepe Com a interrupção da atividade produtiva em razão da Covid-19 há mais de 70 dias, o setor da construção civil de Pernambuco se engaja neste momento para retomar a produção, sobreviver às estatísticas e mostrar que, tomando as precauções, a retomada das atividades não oferecerá maiores riscos aos trabalhadores. Essa constatação se baseia no estudo realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que mostra que o número de infectados atingiu apenas 1,15% do total de 55 mil trabalhadores presentes nos canteiros do País durante o isolamento. A conclusão da pesquisa aponta ainda que os números de trabalhadores recuperados foi de 1,47% ou de 819 casos, resultado superior ao número de infectados. Já o levantamento dos casos por internação hospitalar atingiu 13 pessoas, o que representou 0,02% do total, e o dos óbitos se mantiveram em 8 casos, ou seja, representando 0,01% dos trabalhadores presentes nos canteiros. Importante ponderar também que não há como afirmar se os casos confirmados foram provenientes de contaminação nos canteiros das obras. A amostra contou com a participação de 36 empresas e representa grande parte das incorporadoras do setor. “Isso, sem dúvidas, legitima as ações que estão sendo feitas pelo segmento no sentindo de preservar a vida e garantir que o local de trabalho esteja apto para essa retomada”, explicou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Pernambuco (Sindiscon-PE), Érico Furtado, que destacou ainda que, localmente, o setor já preparou uma cartilha em que sugere cuidados e métodos de prevenção contra a doença. Esse raio X aconteceu em todos os estados do País, exceto em Pernambuco e no Piauí – pois foram impedidos pelos governos de continuar com a operação durante a pandemia. “A conclusão que tiramos é que o pequeno índice de contágio nos canteiros das obras não aconteceu em razão apenas do isolamento, mas de ações efetivas de prevenção. Com a economia estagnada, precisaremos conviver com a doença sem esquecer da vida e também dos milhares de empregados pelos quais somos responsáveis”, complementou o presidente da Associação das Empresas Imobiliárias de Pernambuco (ADEMI), Gildo Vilaça. A mesma pesquisa sinalizou que 55 mil trabalhadores seguiram ativos nos canteiros durante a pandemia. DADOS DO SETOR A retomada em sua plenitude da construção civil é fundamental para evitar o efeito dominó do desemprego. Dados do Caged revelam que o setor sofreu com um saldo negativo de 3.047 postos de trabalho em Pernambuco, apenas no mês de abril. Vale reforçar que a indústria da construção civil no Estado vem sofrendo bastante com os efeitos da pandemia, tendo em vista que foi o único setor impedido de atuar durante o isolamento por ser considerado um serviço não essencial, penalizando mais 11 setores produtivos do Estado.

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Guedes promete a criar programa de renda mínima após a pandemia

Da Agência Brasil O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o governo federal criará um programa de renda mínima permanente, após a pandemia do novo coronavírus (covid-19), batizado de Renda Brasil. O ministro disse ainda que será criado um programa para geração de empregos formais, com a retomada do projeto Carteira Verde e Amarela. “Aprendemos durante toda essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de trabalho”, disse Guedes durante reunião ministerial coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o ministro, haverá a unificação de vários programas sociais para a criação do Renda Brasil, que deve incluir os 38 milhões de beneficiários do auxílio emergencial, de três parcelas de R$ 600, pago em razão da pandemia da covid-19. O ministro Paulo Guedes confirmou ainda que o auxílio emergencial será prorrogado por mais dois meses, conforme já havia sido anunciado por Bolsonaro e que, durante esse tempo, o setor produtivo pode se preparar para retomar as atividades, com a adoção de protocolos de segurança. “E depois [a economia] entra em fase de decolar novamente, atravessando as duas ondas [da pandemia e do desemprego]”, disse Guedes. A 34ª Reunião do Conselho de Governo, que aconteceu nesta terça-feira (9) no Palácio da Alvorada.

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