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"A prevenção do suicídio deve ir além das práticas gerais de saúde mental"

Se antes da pandemia, o suicídio já era considerado um problema de saúde pública, agora, a crise sanitária agravou ainda mais esse quadro e deve ser levada em consideração nas reflexões do Setembro Amarelo, quando se realiza a campanha de prevenção. Embora ainda seja precoce fazer uma análise precisa sobre o impacto da Covid-19 em pessoas que tiraram suas próprias vidas, estudos científicos recentes mostram os efeitos profundos da pandemia na saúde mental. Essa situação também afetou outros fatores desencadeantes como a violência doméstica e o consumo de álcool. Ressalte-se que nesta conjuntura irrompeu também uma crise econômica e é sabido que a perda de emprego e o estresse provocado por problemas financeiros são fatores de risco bem conhecidos para suicídio. Diante de todo esse cenário, Amaury Cantilino, atual presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, defende medidas preventivas que vão além das políticas e das práticas gerais de saúde mental. Um exemplo seria a assistência ao desempregado com políticas de reinserção e cursos profissionalizantes que “pode devolver a sua perspectiva e a sua dignidade”. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Cantilino, que é doutor em neuropsiquiatria e ciências do comportamento pela UFPE e foi professor associado do Centro de Ciências Médicas da universidade, também chama a atenção para o aumento dos casos de depressão e ansiedade em crianças. E alerta que 35% dos jovens com depressão podem tentar suicídio. Ele afirma, porém, que o suporte social e familiar são fatores importantes de prevenção. “Um dos maiores protetores do suicídio é o senso de pertencimento, a sensação de que os seus laços familiares e de amizade são bem estabelecidos”. O que mostram os dados epidemiológicos do suicídio no Brasil e no mundo? Dados fornecidos pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) dão conta de que são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. O mais relevante é que cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias psicoativas como álcool e drogas ilícitas. Quanto às tentativas de suicídio, é importante frisar que o maior índice de casos ocorre entre os 20 e os 49 anos de idade. No entanto, suicídio consumado parece ser proporcionalmente mais comum em adolescentes e em idosos. A pandemia – que trouxe a crise sanitária e econômica – agravou o quadro do suicídio no País? Ainda precisaremos de algum tempo para saber exatamente o impacto da pandemia nas taxas de suicídio no Brasil. No entanto, um artigo publicado no Lancet Psychiatry ainda em 2020, prenunciava que os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a saúde mental podem ser profundos e com previsões de que as taxas de suicídio aumentariam. A prevenção do suicídio, portanto, precisa de consideração urgente. A resposta deve reunir mas, também, ir além das políticas e práticas gerais de saúde mental. Os prováveis efeitos adversos da pandemia em pessoas com doenças mentais podem ser exacerbados pelo medo e isolamento. Estudos mais recentes já observaram que aqueles com transtornos psiquiátricos e que adoeceram de Covid-19 tiveram piora dos sintomas e outras pessoas desenvolveram novos problemas de saúde mental, especialmente depressão, ansiedade e estresse pós- -traumático (todos associados a um risco aumentado de suicídio). Além disso, a pandemia pode afetar adversamente outros fatores desencadeantes como a violência doméstica e o consumo de álcool. Os efeitos podem ser piores em locais com poucos recursos, onde a adversidade econômica é agravada por suporte de serviços de saúde mental insuficientes. Adicione isso ao fato de que perda de emprego e estressores financeiros são fatores de risco bem conhecidos para suicídio. Num âmbito mais geral de intervenções públicas, a assistência ao indivíduo desempregado com políticas de reinserção e cursos profissionalizantes pode devolver a sua perspectiva e a sua dignidade. Quais as causas do aumento de suicídios entre adolescentes e jovens? A ABP ressalta que os jovens estão suscetíveis às mudanças fisiológicas que são características da fase de amadurecimento físico e psíquico. Quem convive com um adolescente, sabe que as mudanças nem sempre são fáceis. Essas mudanças fisiológicas podem ser um gatilho para a pessoa que tem predisposição genética para desenvolver transtornos psiquiátricos. Por isso devemos ficar atentos a alguns sinais. Ainda segundo a ABP, em primeiro lugar, é necessária a observação. Os pais precisam perceber as mudanças de comportamento dos filhos, os sinais que crianças e adolescentes emitem quando estão passando por algum problema, por exemplo, isolamento, tristeza constante, distorção de imagem corporal, dificuldade de relacionamento com pessoas da mesma idade, insegurança, queda no desempenho escolar, crises de raiva, baixa autoestima, comportamentos de risco, dentre outros. É alarmante sabermos que um quarto dos jovens entre 18 e 24 anos já considerou seriamente o suicídio. LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO 186.2

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Recife: População a partir dos 70 anos começa a receber dose de reforço contra Covid-19

Da Prefeitura do Recife A Prefeitura do Recife começou a dose de reforço da vacina anticovid nas pessoas com 70 anos ou mais que completaram o esquema vacinal há, pelo menos, seis meses. O anúncio foi feito pelo prefeito João Campos, que informou que o agendamento para este novo grupo estará disponível no Conecta Recife. “A gente segue avançando na vacinação aqui no Recife e agora estamos abrindo um novo grupo para vacinação, com a dose de reforço. Pessoas com 70 anos ou mais, que tenham tomado a segunda dose da vacina há pelo menos seis meses, podem fazer o agendamento", informou João Campos. “A gente segue avançando, alcançando marcas importantes na vacinação no Recife e garantindo a saúde de todos e todas. Vamos lembrar que todos os cuidados permanecem para a gente poder vencer logo a pandemia”, reforçou o prefeito. Ao todo, 15.636 pessoas fazem parte do novo grupo contemplado com a dose adicional. O público apto a tomar a dose de reforço deverá realizar o agendamento por meio do site ou aplicativo do Conecta Recife, assim como as doses anteriores, e levar no dia escolhido o documento de identificação, além de um comprovante de que já completou o ciclo vacinal, para agilizar o atendimento. Será válido tanto o cartão de vacinação como o Certificado Digital de Vacinação, disponível no Conecta Recife. Conforme orientação do Ministério da Saúde, a dose de reforço será feita, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer, independentemente da vacina aplicada na primeira e segunda doses. A combinação das vacinas é recomendada pelo órgão federal após estudos, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), comprovarem que a resposta imunológica contra a covid-19 não é comprometida pela intercambialidade dos imunizantes.

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Tintas MegaÓ expandem operações no sudeste e nordeste

A empresa pernambucana Tintas MegaÓ iniciou o mês de setembro as novas operações em Minas Gerais e no Sergipe. A marca inaugurou Centros de Distribuição nos dois Estados. Além dessa estrutura fundamental para a expansão dos negócios, a MegaÓ possui uma equipe comercial experiente e uma logística de distribuição arrojada. Seguindo o seu plano de expansão, iniciado ainda em 2019, a MegaÓ está estudando a viabilidade de chegar, até o final de 2021, na Região Centro-Oeste do país. Com a ampliação no mercado, a MegaÓ marca presença em 12 estados do Brasil e conta com 6 Centros de Distribuição espalhados nas regiões Nordeste e Sudeste. No início do ano, a empresa inaugurou também um Centro de Distribuição em São Paulo e, hoje, tem mais de 150 pontos de vendas na região. As operações em Minas Gerais e Sergipe vão gerar cerca de 100 empregos diretos e indiretos nos primeiros anos. "A nossa expectativa para 2022 é que, com a queda dos casos de Covid-19 no Brasil, o mercado entre em equilíbrio e saia da retração advinda da pandemia. Para o próximo ano, a MegaÓ tem um plano de expansão da unidade fabril e de participação de mercado. A partir dos investimentos em tecnologia e incremento do nosso portfólio de produtos, pretendemos alcançar todo o território das regiões Norte e Nordeste, além de parte do Sudeste e do Centro-Oeste. A nossa expectativa para o próximo ano é crescer entre 30% e 40%”, afirmou o diretor da MegaÓ, Antônio Brito. Ainda para 2022 estão nos planos na marca o incremento no portfólio de produtos.

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Recife antecipa prazo de segunda dose da Pfizer para 60 dias

Da Prefeitura do Recife A Prefeitura do Recife vai antecipar a segunda dose do imunizante da Pfizer/BioNTech para 60 dias. A partir desta sexta-feira (10), os moradores da cidade que já tiverem tomado a vacina nesse prazo poderão concluir o esquema vacinal em um período mais curto. O agendamento já está aberto no Conecta Recife para as pessoas que tiverem tomado a primeira dose há 60 dias. No momento, na capital pernambucana, 44.151 pessoas já estão aptas a receber a dose nesse período. A estratégia segue a orientação da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e do Ministério da Saúde, e tem como objetivo acelerar o processo de vacinação e conter uma possível evolução da variante Delta do novo coronavírus. De acordo com o órgão federal, os estudos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que a antecipação da dose de reforço para 60 dias não compromete a eficácia da vacina. É importante salientar que essa antecipação está condicionada à disponibilidade do imunizante no estoque da Prefeitura. A medida também contempla as grávidas e puérperas (mulheres que tiveram bebê há, no máximo, 45 dias) que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 da Astrazeneca, no Recife, e que vão contemplar o esquema com a dose da Pfizer. Para receber a segunda dose, é preciso realizar o agendamento através do site conectarecife.recife.pe.gov.br ou do app Conecta Recife, que está disponível gratuitamente na PlayStore, para Android, e AppStore, para quem utiliza o sistema iOS. No dia escolhido para a vacinação, é necessário apresentar o cartão de vacina e o documento de identidade com foto.

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Câmara aprova texto-base do novo código eleitoral

Da Agência Brasil A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei complementar que estabelece o novo Código Eleitoral. O texto-base foi aprovado por 378 votos favoráveis e 80 contrários. O documento tem quase 900 artigos e reformula a legislação partidária e eleitoral. Parlamentares continuarão a análise de destaques na próxima semana. Para que entre em vigor nas eleições de 2022, o texto deve ser aprovado até o final de setembro por Câmara e Senado. Segundo a relatora, deputada Margarete Menezes (PP-PI), a proposta tem por princípio diminuir a judicialização das eleições no país. “É preciso resgatar o protagonismo popular na escolha de seus representantes. A judicialização excessiva, não raro, implica a substituição das preferências políticas dos cidadãos por escolhas de pessoas não responsivas à sociedade”, disse a deputada. Mudanças O texto prevê a autorização de candidaturas coletivas em cargos de deputado e vereador. Inovação na atividade política, esse tipo de candidatura é caracterizado pela tomada de decisão coletiva quanto ao posicionamento do eleito nas votações e encaminhamentos legislativos. A proposta proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais na véspera e no dia do pleito. Além disso, prevê a obrigação dos institutos de informar o percentual de acerto das pesquisas realizadas nas últimas cinco eleições. A matéria reduz de cinco para três anos o prazo para a Justiça Eleitoral julgar as prestações de contas, que passam a ser processos administrativos. Já a multa por irregularidade em prestação de contas passa a ser 5% do valor irregular, e não mais 20%, como é atualmente. O novo código eleitoral ainda estabelece o limite de oito anos para perda dos direitos políticos com base na Lei da Ficha Limpa. Hoje, o tempo pode ser maior em virtude da judicialização. O projeto ainda determina que os votos em mulheres, indígenas e negros valem por dois para efeitos da distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral. A medida tem o objetivo de aumentar a participação dessas populações na política. O projeto altera também as regras de fidelidade partidária, estendendo para governadores, prefeitos e presidente a obrigação de permanecer na legenda após a eleição. Atualmente, apenas parlamentares devem cumprir fidelidade partidária. Um dos destaques já aprovados pelos parlamentares limitou a mudança de legenda apenas ao final do mandato, antes da eleição seguinte. Pelo texto da relatora, a mudança poderia ocorrer de dois em dois anos. Além disso, o novo código aumenta de cinco para dez o número mínimo de parlamentares de partidos na Câmara para garantir a vaga de candidatos nos debates eleitorais no rádio e na televisão. Outro dispositivo estabelece mecanismos contra a divulgação de fake news (notícias falsas) nas eleições ao autorizar a Justiça Eleitoral a suspender perfis identificados como robôs nas redes sociais durante o pleito. Outro artigo impõe quarentena para policiais que forem disputar uma vaga eletiva – eles precisarão deixar o cargo cinco anos antes da eleição. A nova regra terá validade a partir de 2026. Inicialmente, a proposta incluía militares, policiais, juízes e membros do Ministério Público, mas essas categorias foram retiradas pelos deputados. Contrários Os únicos partidos que se manifestaram contra o texto foram o Novo, a Rede e o PSOL. Na avaliação do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o projeto foi analisado sem garantir uma discussão aprofundada. “Não desejamos que esse projeto seja pautado a tempo de que as mudanças valham para as próximas eleições. Há muitos temas polêmicos e que precisam ser esclarecidos”, afirmou van Hattem.

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Dieese: cesta básica subiu 11,90% no Recife em um ano

O preço da cesta básica teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no mês de agosto. Nesse período, o levantamento apontou uma inflação na capital pernambucana de 0,79%. Os maiores aumentos foram em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). O preço da cesta básica na capital pernambucana já corresponde a 48,30% do salário mínimo. Em um ano, o aumento do custo médio da cesta básica na capital pernambucana foi de 11,90%. A variação no ano é de 4,70%. Entre os produtos que ajudaram a puxar a alta no custo, está o café em pó que subiu em todas as capitais. (Com informações da Agência Brasil e do Dieese)

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"O mercado de energia solar sairá fortalecido com o marco regulatório"

Conta de luz cada vez mais salgada, crise hídrica esvaziando os reservatórios das hidrelétricas e o impacto das termelétricas no meio ambiente. Eis o cenário que tem levado muitos conumidores a gerar a sua própria eletricidade a partir da energia do sol, que é abundante no Brasil e em especial no Nordeste. Segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a chamada energia distribuída solar fotovoltaica atingiu 4 GW de capacidade instalada em 2020 e este ano tende a duplicar o potencial. Os consumidores, porém, ficaram apreensivos com a notícia da promulgação de um marco regulatório do setor. Afinal, hoje eles contam com um subsídio, principalmente em razão de que precisam arcar com os custos de implantação das placas fotovoltaicas para gerar a energia. A preocupação desses usuários estaria na suspensão desse subsídio. Assim eles passariam a pagar as tarifas pelo uso da rede de distribuição de energia. Acontece que apesar de gerar a sua própria energia, esses consumidores consomem uma parte dela e jogam o excedente na rede de distribuição. Além disso, a fonte solar é intermitente, isto é, nem sempre ela é produzida de forma contínua, como à noite por exemplo. Por isso, no fim do mês há uma compensação na qual o usuário paga ou recebe (por meio de créditos) da concessionária a diferença entre o que ele colocou de energia na rede e o que ele usou. Mas, até então, ele não pagava a tarifa pelo uso desse sistema de distribuição como os demais usuários. Para saber as consequências desse marco regulatório, que foi aprovado pela Câmara Federal e está em tramitação no Senado, Cláudia Santos conversou com Luis Arturo Gómez Malagón, cientista-chefe do Instituto de Inovação Tecnológica da UPE (Universidade de Pernambuco). Ele também analisou as perspectivas de expansão da energia solar no País. Caso o projeto de lei PL 5829/19, que institui o marco regulatório da geração própria de energia solar, seja aprovado no Senado, o que muda no País nesta área da energia solar distribuída? A geração distribuída no Brasil está regulamentada pela resolução ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) 482 de 2012 que forneceu a estrutura para seu funcionamento no sistema elétrico nacional. Tal resolução foi revisada pela resolução ANEEL 687 de 2015, em que foram modificados os limites de geração para microgeração e minigeração, assim como o prazo de compensação de créditos. Desde então o crescimento na geração distribuída tem aumentado vertiginosamente, chegando a passar os 4 GW instalados em 2020 e com expectativas de dobrar esse valor em 2021. Neste cenário, a indústria fotovoltaica foi consolidando sua cadeia de valor desde 2012 fazendo com que a energia solar apareça no mercado não somente como uma fonte de energia renovável e confiável mas, também, como um investimento atrativo para alguns setores. O PL 5829/19 é uma inciativa que visa, entre outros aspectos, mudar o sistema de compensação de energia elétrica para o sistema de tarifação estabelecido pela ANEEL. Essa mudança é proposta para aprimorar a regulamentação existente de tal forma que seja dada maior segurança jurídica e regulatória para os investimentos em energia renovável. O PL estabelece que, para os consumidores que façam uso da geração distribuída até a publicação da lei, ou para quem solicitar acesso até 12 meses após a divulgação da lei, os direitos de compensar a energia elétrica da forma atual serão mantidos até 2045. Para estes usuários a lei vai dar segurança e estabilidade jurídica sobre o investimento realizado. Após 2045, esses consumidores passarão a pagar uma tarifa dada pelas diretrizes para valoração dos custos e benefícios da microgeração e minigeração distribuída. Para os consumidores que solicitarem acesso após o primeiro ano de divulgação da lei, será estabelecida uma regra de transição que vai demorar seis anos. Durante este período, o consumidor terá cobrança gradual de uma taxa proporcional à energia injetada na rede. Após a finalização desse período, o consumidor ficará sujeito às regras tarifárias estabelecidas pela ANEEL. O PL também abordou diferentes aspectos sociais e ambientais, dentre os quais cabe destacar a criação do PERS (Programa de Energia Renovável Social) voltado ao investimento em energias renováveis para consumidores de baixa renda, assim como a diminuição de 50% no valor mínimo faturável para microgeradores que compensem no mesmo local da geração com potência do gerador de até 1,2 kW. Esta medida abre um novo mercado com foco em pequenos consumidores. O senhor acredita que o pagamento pelo uso das redes de distribuição de energia elétrica, como prevê o projeto de lei, poderá desestimular novos consumidores a adquirirem placas fotovoltaicas ou adotar a energia solar distribuída continuará sendo economicamente viável para os consumidores? O investimento em energia solar ou em qualquer outro empreendimento requer análise do valor do dinheiro no tempo. Desta forma, a análise da TIR (taxa interna de retorno), o payback (tempo de retorno de um investimento inicial) ou o VPL (métrica que tem como objetivo calcular o valor presente de uma sucessão de pagamentos futuros) deve ser realizada para tomar a decisão mais lucrativa. Para novos consumidores que vão realizar a conexão até um ano após a divulgação da lei, a regra de compensação é a regra atual. Para consumidores novos, a cobrança será proporcional à energia injetada na rede. Tipicamente para consumidores comerciais e industriais a quantidade de energia injetada na rede é aproximadamente de 20% enquanto que para consumidores residenciais a energia injetada é de aproximadamente 50%. Isto mostra que a geração distribuída terá mais vantagens para o setor comercial e industrial em comparação com o setor residencial. De qualquer forma, independentemente do consumo de energia, o micro e mini gerador ainda terá uma tarifa mínima na conta. Cabe destacar que o PL estabelece uma cobrança gradual até 2028 de um percentual sobre os custos dos ativos de distribuição, e os custos de operação e manutenção do serviço de distribuição, sendo o percentual cobrado no final do período de aproximadamente 27%. Após esse período, entra o sistema de tarifação estabelecido pela ANEEL. Perante esse cenário, acredito que o mercado de energia

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Documentário premiado em Sundance acompanha corrida eleitoral no Quênia

Divide et impera, dividir para conquistar. Proferida, a princípio, pelo filósofo estoicista, Epicuro, a frase ficou conhecida quando proclamada por líderes militares do porte de Júlio César e Napoleão Bonaparte, servindo de norte e estratégia para vencer inimigos e subjugar nações. Os ingleses também seguiram rigidamente a máxima quando chegaram ao continente africano, mais especificamente ao Quênia. Entre as estratégias, dividiram o país em diferentes grupos, como conta o documentário Softie, exibido na 10ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema. Dirigido por Sam Koko, o longa documental, ainda que se debruce brevemente sobre a história do país africano e da dominação inglesa, tem como foco a difícil jornada de Boniface Mwangi, um ativista político outrora fotojornalista da CNN, candidato a uma vaga no parlamento. Boniface enfrentará uma eleição manchada por corrupção e constantes ameaças à família. Já no primeiro ato, o doc aponta o Quênia como um dos países mais corruptos do mundo. E não fica apenas no dito. Em uma das cenas, Boniface, em campanha, é abordado por pessoas que querem trocar voto por dinheiro. Em outra sequência, uma multidão invade o posto eleitoral às 5h da manhã à procura de suborno. Os desafios não se limitam à corrupção no processo eleitoral. O jovem candidato terá de encarar crises também na própria casa. "Quais são as suas prioridades?" O questionamento de Njeri, esposa de Boniface recebe rápida resposta: "Deus, país e família." A pressão aumenta no momento em que toda a família é ameaçada de morte. Njeri e os filhos seguem imediatamente para os EUA. Boniface resiste e continua em campanha no Quênia. "Softie" é um grito contra a corrupção, doença que pode se espalhar facialmente em qualquer país, de primeiro mundo ou não. Doença que deve ser combatida não pela força, mas pela consciência política e respeito à democracia. A Mostra Ecofalante de Cinema segue de forma online até 14 de setembro. Na programação, além de "Softie", que ganhou o prêmio de melhor montagem no Festival de Sundance, filmes como "Jogo do Poder", de Costa-Gavras, e o brasileiro "A Bolsa ou a Vida", produção mais recente de Silvio Tendler. Confira a programação completa no site.

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O ritual social de comer

Certas comidas, seja pela densidade, forma, ou simbolismo, só deveriam ser comidas de mão. Não importa se o local onde comemos, na rua, no balcão de um botequim, ou a forma que comemos, às pressas ou numa calma quase budista. O que verdadeiramente importa é a ação imediata que se dá pelo contato da comida com a boca, sem o uso dos talheres, para atender ao desejo físico, sensorial, e porque não dizer sensual. Na infância, quem nunca comeu o “capitão”, um bolinho feito com feijão e farinha de mandioca, e um pouco de carne seca desfiada, ou mesmo uma rápida lembrança do toucinho, tudo amassado com as mãos. E alguns, ainda, eram culminados com uma batata frita, banquete que traz a saliva à boca só de pensar. Feito à mão, e levado ao especialista, o paladar. Também, lamber os dedos para não desperdiçar nada. E a oportunidade de reciclar, após um ou dois dias a feijoada de feijão preto. Há os doces, quase todos, são para as mãos, e se a calda do doce de fruta for grossa, perfumada de cravo e canela, e a fruta tiver consistência, vamos esquecer a colher, para que se possa intercambiar uma relação verdadeiramente carnal. Quando se come com as mãos pode haver dois sentimentos dominantes: a pressa; ou a calma, que busca refletir sobre a identificação de cada ingrediente, a cor, a estética, a textura, um verdadeiro exercício filosófico do ato de comer.  A mão é o nosso primeiro talher; o uso dos dedos é uma habilidade especializada para preparar e para comer. Fazer a comida é experienciar o tato como uma forma fundamental para um bom resultado gastronômico. No prazer de selecionar o alimento há uma intenção de senti-lo. Da mão de quem faz para a mão de quem come. Há um jeito próprio, especial, de se relacionar com a comida, ou na relação cultural do ato de comer, e assim traduzir o que se come. Comer o abará na folha de bananeira no qual ele foi cozido é um costume tradicional, pois a folha, previamente passada no fogo, confere seu odor próprio para essa a massa de feijão-fradinho, misturada com camarão seco defumado, sal, pimenta e azeite-de-dendê, e além de temperar, a folha é embalagem feita para se facilitar comer com as mãos. Então, comer com as mãos, essa iguaria afrodescendente, é um ritual que também se repete com o acarajé, o acaçá, a cocada, o bolinho de estudante, todos do tabuleiro da tão celebrada Baiana de Acarajé, que desde 2001, é Patrimônio Nacional Brasileiro. Justíssimo! Entretanto, associada à todas as formas de manipulação, nasce uma questão relacionada à higiene. Tema de total interesse às regras de controle social do alimento. Contudo, muitas fronteiras conceituais, entre as muitas maneiras de preparar, servir e consumir a comida, que passam pelo processo manual, e a mão é uma ferramenta símbolo para os processos culinários, sendo seu uso tão importante quanto o resultado da comida. O uso ancestral da mão nas escolhas e nas transformações dos ingredientes, além de fazer parte das etapas técnicas, também faz parte de um conjunto de rituais que trazem diferentes significados, sentidos e sentimentos, para o ato de comer. Assim, os princípios da higiene merecem uma intermediação cultural para que se busque integrar os rigores da sanidade da alimentação com os rigores das identidades culturais. Há uma impressão digital intransferível, personalizada, na manipulação, no oferecimento e no consumo da comida. São os ingredientes que se aproximam intimamente numa relação de produto e de corpo, pele, emoção, energia, sentimento, que é transmitido pelo toque humano, que é fundamental, autoral, doador de sabores.  

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Grupo Bemisa formaliza interesse em concluir Ramal Suape da Transnordestina

Do Governo de Pernambuco O Grupo Bemisa, um dos maiores do País no ramo de exploração e exportação de minérios, formalizou nesta quinta-feira, junto ao Ministério da Infraestrutura, seu interesse em viabilizar a conclusão do Ramal Suape da Ferrovia Transnordestina. A empresa pretende instalar um terminal de minério de ferro na Ilha de Cocaia, em Suape, e escoar, via Transnordestina, a produção de suas jazidas localizadas no Piauí. As tratativas com o Grupo Bemisa vinham sendo feitas com o Governo de Pernambuco desde 2019 para concluir o trecho estadual da ferrovia, cujas obras foram iniciadas em 2006. O ramal ferroviário da Transnordestina que faz a ligação entre Curral Novo, no Piauí, e o Porto de Suape, tem 717 quilômetros de extensão. O investimento previsto é de R$ 5,7 bilhões, com a expectativa de gerar centenas de empregos para os pernambucanos. Os detalhes da parceria com o poder público serão divulgados em breve, pondo fim ao impasse gerado após o governo federal anunciar que a empresa concessionária Transnordestina Logística S.A., pertencente ao Grupo CSN, concluiria apenas o trecho de Elizeu Martins (PI) até o Porto de Pecém, no litoral cearense, 92 quilômetros mais extenso do que o ramal até Suape. "Esse é um dia importante para Pernambuco. Nossa Secretaria de Desenvolvimento Econômico vem trabalhando desde 2019 na captação do parceiro privado para a conclusão do Ramal Suape da Transnordestina. Aprovamos na Assembleia Legislativa a PEC que estabelece a competência estadual para explorar os serviços ferroviários e fizemos uma grande mobilização, com nossa bancada federal, junto ao empresariado e demais interlocutores. Assim, conseguimos chegar a um bom termo", avaliou o governador Paulo Câmara. Bemisa – Presente em sete Estados brasileiros, a empresa tem um portfólio de nove projetos, que englobam uma ampla gama de minerais: minério de ferro, ouro, níquel, fosfato e calcário. O município piauiense de Curral Novo, no trecho ferroviário entre Elizeu Martins (PI) e Salgueiro, tem uma jazida com volume de 800 milhões de toneladas de ferro, configurando-se como a maior reserva mineral daquele Estado, e uma das maiores do País.

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