Arquivos Z_Exclusivas - Página 60 De 363 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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9 imagens e a história do Bonde Elétrico no Recife

As ruas e avenidas da capital pernambucana já foram recortadas por Bondes Elétricos. O modal de transporte foi alvo de um recente trabalho acadêmico intitulado Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife, produzido por Mariana Zerbone Alves de Albuquerque e Tales de Lima Pedrosa para a Revista Temporalidades, do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG.   Você pode conferir o artigo no link a seguir: Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife . Bonde Elétrico na Rua do Imperador (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   De acordo com os pesquisadores, a chegada dos bondes elétricos no País está conectada a uma série de transformações urbanísticas que ocorreram entre o final do século 19 e início do século 20. Essas mudanças no tecido urbano recifense são fruto da "introdução de novas técnicas e planos urbanísticos em busca de se aproximar à modernidade europeia que havia sido instaurada em cidades como Paris", apontaram os pesquisadores no artigo. De acordo com a pesquisa, a implantação dos bondes elétricos no sistema de transporte da capital pernambucana ocorreu em 1914. "O Jornal de Recife na sua edição do dia 12 de maio de 1913 trouxe em sua capa comentários sobre o discurso do então governador de Pernambuco, Dantas Barreto, ao Congresso. Naquele enunciado, os serviços de bondesde burro eram apontados como “péssimo e arcaico”, algo que envergonhava os cidadãos do Recife “pelo atraso de civilização”, sendo então apresentado um contrato para a exploração da tração elétrica. Para o periódico, nesse momento o estado se integrava ao “movimento de progresso” e, a partir daí, a The Pernambuco Tramways & Power Companypode começar seus trabalhos no ano de 1913. A ideia da eletrificação do sistema já era discutida desde o ano de 1899, mas os elétricos circularam pela primeira vez 13 de maio de 1914 com uma inauguração que movimentou toda a cidade", afirmaram Mariana Zerbone e Tales Pedrosa (2020, p. 585). . Postal com imagem da Avenida Marques de Olinda, com uma sequência de três bondes elétricos. (Acervo Josebias Bandeira/Villa Diital/Fundaj) . A pesquisa destaca que os jornais da época apresentaram o Bonde Elétrico como um avanço em substituição dos bondes de tração animal. A modernização foi comemorada diante dos criticados serviços do antigo modal de transporte, apontado como ineficiente e sem a qualidade que a população almejava. A imagem abaixo é de uma publicidade, que está inserida na pesquisa, que foi publicada na Revista do Nordeste. Ano II. Número 22. Janeiro/1920 . As demais imagens dessa postagem são da Fundaj, publicadas na Villa Digital, nos Acervos de Benício Dias e de Josebias Bandeira. . Rua Nova (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando em frente à Matriz da Boa Vista (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Bonde elétrico atravessando a Ponte Buarque de Macedo, em 1940 (Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando ao lado do Teatro Santa Isabel (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Praça de Boa Viagem e Obelisco (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) Bonde elétrico, com destino ao bairro de Beberibe, atravessando a Ponte Santa Isabel, em 1930 (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   .   . . *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)     . VEJA TAMBÉM NO NOSSO SITE . 7 imagens para voltar ao tempo dos bondes nas ruas do Recife . 10 fotos do Recife no tempo dos bondes

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Campanha por Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 ganha força

Os movimentos Acredito, Agora, Ocupa Política, Extremos Não, Livres, Política Viva e Vem pra Rua se uniram para pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19. A campanha “CPI da Pandemia Já” inclui mobilização da população para cobrar dos parlamentares a instalação da comissão. Enquanto o pedido para a criação da CPI está parado sob a mesa de Pacheco há quase um mês, à espera de uma definição, o Brasil enfrenta uma situação catastrófica: o país superou a marca dos 250 mil mortos pela Covid-19, a média móvel de mortes bate recordes e o sistema de saúde de mais da metade dos estados está à beira do colapso. A campanha convoca os brasileiros a pressionar o Congresso por meio da assinatura de um e-mail endereçado ao presidente do Senado pela instalação imediata da CPI da Pandemia na Casa. Também permite a pressão via Twitter. Para os organizadores da campanha, há evidências claras da responsabilidade do governo federal, com crimes, erros e omissões graves. Os movimentos alertam: o governo gasta R$ 90 milhões com tratamentos inúteis, sabota as compras de vacina, o uso de máscaras e as medidas de isolamento de governadores e prefeitos, além de fechar metade dos leitos de UTI, espalhar desinformação e notícias falsas e promover aglomerações. A campanha também propõe a nomeação de pessoas competentes, capazes de cumprir seus deveres constitucionais de salvaguardar a vida dos brasileiros no comando das políticas públicas de combate ao coronavírus. Rafael Parente, membro do Agora e um dos organizadores da campanha, afirma: "Atravessamos uma tragédia sem precedentes que sequer tem um prazo para terminar. Analistas internacionais apontam o Brasil como um dos países com a pior resposta às crises sanitária, de saúde, econômica e de educação consequentes da pandemia. É nosso dever moral e ético identificar os erros de gestão e coordenação e responsabilizar quem está contribuindo para tornar o país uma ameaça global." Ana Luiza Rocha, do Movimento Acredito, acrescenta que é preciso investigar se esses erros foram crimes. "Em janeiro deste ano, o Amazonas ficou com seus hospitais sem oxigênio. Agora, acompanhamos diversos estados com o sistema de saúde entrando em colapso. Quantas mortes poderiam ser evitadas?”, questiona. Paulo Dalla Nora Macêdo, do movimento Política Viva, afirma que a sociedade precisa saber se houve falha na tarefa de defender a vida dos cidadãos e que essa é “a primeira tarefa de qualquer democracia”. Para ele, sem essa resposta, não teremos o resgate da confiança nas instituições. “Como confiar em algo que pode ter deixado um familiar morrer?”. Rodrigo Alonço, do movimento Vem Pra Rua, lembra que, além de responsabilizar os culpados, o foco da campanha é pressionar o Governo pela vacinação em massa. “Os hospitais particulares entraram em colapso, assim como os hospitais públicos. Faltam apenas leitos ou faltam vacinas?" Para ele, sem saúde, a economia não anda. Para Magno Karl, do Lives, documentos apontam que membros do Ministério da Saúde foram notificados antecipadamente sobre a situação precária em que se encontravam os estoques de suprimentos médicos, em especial os estoques de oxigênio medicinal em Manaus. “Neste contexto, uma CPI será fundamental para a investigação dos fatos e a eventual responsabilização dos culpados pela tragédia que matou milhares no Norte do Brasil”, afirma. Miguel Souza, do Extremos Não, conclui: “esperamos que o Senado tenha responsabilidade e solidariedade pelas 250 mil famílias de brasileiros, que perderam suas vidas."

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PIB brasileiro tem a maior queda desde 1990 e encolhe 4,1% em 2020

Não apenas os setores mencionados, mas também toda a cadeia produtiva que organiza uma das maiores festas culturais do Brasil foi prejudicada. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira o número do total acumulado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020. Segundo os dados registrados, o PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no paí teve uma queda de 4,1% apesar da melhoria de 3,2% na economia durante o último trimestre de 2020, o que representa a maior retração desde 1990, ano no qual houve o confisco do governo Collor. O encolhimento da economia também representa a interrupção do crescimento econômico registrado durante três anos consecutivos, de 2017 a 2019, período no qual o PIB acumulou alta de 4,6%. De acordo com o IBGE, o PIB per capita (ou por habitante) também foi impactado em 2020, com uma retração de 4,8% em comparação com 2019. Em valores correntes, o PIB totalizou R$7,4 trilhões no ano passado. “Os dados divulgados refletem os impactos da pandemia de covid-19 no país no último ano, já que muitas atividades econômicas foram totalmente ou parcialmente interrompidas para evitar a contaminação”, avalia Thomas Carlsen, co-fundador e COO da mywork, startup especializada em controle de ponto online e gestão de Departamento Pessoal para pequenas e médias empresas. “A instabilidade de funcionamento de diversos setores infelizmente trouxe essas consequências para a economia do país. Por conta de nosso sistema de ponto, vimos muitas empresas parando suas atividades, reduzindo as jornadas de trabalho e até mesmo demitindo funcionários”, comenta o executivo. Entre os principais setores da pesquisa, apenas a Agropecuária registrou alta (2%), enquanto os Serviços e a Indústria apresentaram queda de 4,5% e 3,5% respectivamente. Também sofreram quedas os setores de investimentos (-0,8%), exportação (-1,8%), importação (-10%) e construção civil (-7%). Quando analisada a demanda, o consumo das famílias também despencou, com uma retração de 5,5%. “A redução do consumo das famílias também é uma consequência direta de fatores sociais e econômicos gerados pela pandemia. Com o aumento da taxa de desemprego ao longo do ano e a redução da renda de milhares de trabalhadores, a consequência direta é a redução do consumo. Mas muitos brasileiros também deixaram de consumir também durante os períodos de flexibilização do isolamento social, justamente pelo receio da contaminação pelo vírus”, acrescenta Thomas.

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Pernambuco recebeu hoje 102 mil doses de vacina

Do Governo de Pernambuco A campanha de vacinação contra a Covid-19 em Pernambuco foi reforçada com mais 102 mil doses da vacina da Sinovac/Butantan. Os novos imunizantes que chegaram nesta quarta-feira (03.03), ao Aeroporto Internacional dos Guararapes às 02h, possibilitarão avançar na proteção dos trabalhadores de saúde e da população de idosos entre 80 e 84 anos. Com isso, sobe para 743.560 o quantitativo de doses já repassadas pelo Ministério da Saúde (MS) para Pernambuco. ”Com a chegada desse novo lote e a distribuição rápida das vacinas para todas as regiões do Estado, continuamos consolidando a vacinação dos grupos prioritários. Pernambuco tem dado o exemplo, com um sistema que permite que as doses cheguem com agilidade aos municípios, para o atendimento à população”, destacou o governador Paulo Câmara. O secretário Estadual de Saúde, André Longo, frisou a importância dos gestores municipais criarem estratégias diversas para que as doses cheguem até a população garantindo proteção para os públicos com maior risco. “Reforço que a distribuição é feita de forma igualitária entre as cidades, levando em consideração a população de cada grupo prioritário que já está sendo beneficiado com a campanha”, afirmou Longo. As doses foram levadas para a central de armazenamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), recebidas pela superintendente de Imunização do Estado, Ana Catarina de Melo. “Já estamos iniciando o processo de análise e separação, para que os imunizantes sejam encaminhados já no início da manhã para todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres)”, destacou Ana Catarina. BALANÇO Comessa nova remessa, Pernambuco totaliza 577.560 vacinas da Sinovac/Butantan, para ambas as doses, e 166 mil da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, apenas para a primeira – o Ministério da Saúde informou que enviará a segunda dose, que deve ser feita três meses após a primeira, em tempo oportuno.

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Paulo Câmara visita fábrica da Sputnik V para negociar compra de vacinas

Paulo Câmara esteve ontem (2) no Distrito Federal para se reunir com a direção da fábrica da União Química, que é a responsável no Brasil por produzir o imunizante russo Sputnik V. Além de conhecer as instalações da empresa, o governador pernambucano, ao lado de outros governadores do País, participou de reunião com o CEO da União Química, Fernando Marques. Também estiveram presentes o diretor de Negócios Internacionais, Rogério Rosso, e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov. Diante do apagão de vacinas no Brasil, a expectativa dessa negociação é de de realizar a compra direta, caso o governo federal não tenha condições de atender os Estados na distribuição do imunizante. “A documentação da Sputnik V foi entregue à Anvisa e, havendo autorização, já deveremos ter, a partir do mês de abril, a fabricação desse imunizante no Brasil. Isso vai nos ajudar a acelerar o processo de vacinação da nossa população, juntamente com a produção dos laboratórios Butantan e Fiocruz, para termos mais opções de vacinas. Até porque, a quantidade de vacinas, hoje, ainda está bem aquém do necessário para garantirmos uma cobertura satisfatória para a população brasileira”, afirmou Paulo Câmara. Nas pesquisas científicas já publicadas sobre o imunizante russo, a Sputnik V possui um nível de eficácia acima de 90%. Na América Latina, por exemplo, o imunizante é utilizado na Argentina. Sendo aprovado no Brasil, a promessa da fabricante é de entregar de imediato 10 milhões de doses e de fabricar até o final do ano 150 milhões. Para isso aguarda a aprovação da Anvisa. Se a conversa com a fabricante russa foi um passo importante para garantir a aceleração da aquisição do imunizante, a má notícia de ontem foi o veto do presidente Jair Bolsonaro a trechos da Medida Provisória das Vacinas que dificultam as compras de forma direta pelos Estados. Um dos vetos de Bolsonaro, por exemplo, foi ao dispositivo que dava prazo de cinco dias para a Anvisa aprovar o uso emergencial de vacinas.

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Compra direta de 200 mil doses é meta da PCR na Frente Nacional de Prefeitos

Da Prefeitura do Recife Depois de firmar uma parceria com municípios brasileiros para a criação de um consórcio junto à Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para aquisição de vacinas contra o novo coronavírus, o prefeito do Recife João Campos informou que a gestão municipal da capital pernambucana vai solicitar pelo menos 200 mil doses de vacinas por meio do grupo. Com isso, a Prefeitura do Recife deve acelerar a imunização dos grupos que já estão sendo atendidos e também incluir os trabalhadores da educação nesta primeira fase do Plano Recife Vacina. “Ontem formalizamos a manifestação de interesse para o Recife participar do consórcio da Frente Nacional de Prefeitos para a aquisição de vacina. E hoje já definimos o quantitativo que o Recife vai pedir – pelos menos, 200 mil doses. Com isso, nós vamos conseguir aumentar a velocidade da vacinação dos idosos e conseguir fazer a vacinação dos trabalhadores da educação. Só na rede própria do Recife, são 10 mil trabalhadores da educação que nós queremos vacinar da maneira mais rápida possível”, explicou o prefeito João Campos. Já o secretário de educação Fred Amâncio esclareceu quais são as categorias profissionais que estão entre os trabalhadores da educação: “nós temos, além dos professores, no caso da rede municipal, nós temos os auxiliares de desenvolvimento infantil que trabalham na escola, os assistentes de educação especial, e ainda os administrativos das escolas. E, além disso, tem os terceirizados, merendeiras, o pessoal da limpeza, vigilância e portaria. No caso da rede estadual, novamente, tem também os professores, mas também tem os assistentes administrativos, os analistas e os terceirizados”. Na segunda-feira (1º), a FNP realizou a primeira reunião sobre a criação do consórcio público para a compra de vacinas. O prefeito João Campos participou do evento e então assinou a manifestação de interesse para integrar o grupo. Na próxima sexta-feira (5), a frente enviará um texto-base para que todos os gestores possam preparar seus projetos de lei e enviá-los à Câmara de Vereadores. O projeto que formaliza o ingresso da gestão no consórcio precisa ser aprovado pelos parlamentares até o próximo dia 19 de março. O grupo do consórcio reunirá cerca de 100 prefeituras, entre capitais e cidades de médio porte.

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Prefeitura de Moreno abre seleção pública com 43 vagas

A Prefeitura de Moreno anunciou abertura de processo seletivo para 43 vagas, mais cadastro de reserva. As oportunidades são para profissionais de ensino superior, médio e fundamental, com remunerações que variam entre R$ 1,1 mil e R$ 2,2 mil. As vagas diretas e de cadastro de reserva são para advogado, assistente docial, psicólogo, pedagogo, economista doméstico (cadastro reserva), coordenador Social SUAS, coordenador do CadÚnico/PBF, supervisor Programa Criança Feliz, Assessor Técnico, Agente Social CadÚnico/PBF, Orientador/ Educador Social, Auxiliar Administrativo, Motorista categoria B e auxiliar de serviços gerais. As inscrições começam amanhça e seguem até o dia 10 de março e podem ser realizadas de forma presencial (exceto no final de semana), na quadra do Colégio Baltazar (Av. Doutor Sofrônio Portela, Centro), no horário das 9h às 14h. A outra alternativa é online, pelo e-mail selecaosimplificadamoreno@gmail.com. É possível conferir o edital do processo seletivo no site do Diário Oficial dos Municípios de Pernambuco. Para isso, utilize o seguinte código identificador: 5CA4EFD2.

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“A cúpula militar da ativa tem se mostrado preocupada com a forma de ação de Bolsonaro.”

A democracia brasileira corre perigo? Declarações de duas figuras próximas ao presidente Jair Bolsonaro, feitas na semana passada, levaram muitos brasileiros a fazer essa pergunta. O deputado Daniel Silveira divulgou um vídeo defendo o fechamento do Superior Tribunal Federal e fez apologias ao AI-5. Já o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas lançou um livro no qual conta em detalhes o tuíte que fez em nome do Exército pressionando o Supremo, às vésperas do julgamento de um pedido para evitar a prisão do ex-presidente Lula. Para Ricardo Sennes, economista e doutor em ciência política, porém, não há sinais de um alinhamento dos oficiais da ativa das Forças Armadas com intenções golpistas. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele analisa as consequências dessas declarações, o posicionamento de Bolsonaro e as ações do STF. A prisão de Daniel Silveira pode ser uma limitação da imunidade parlamentar e do uso das mídias digitais pelos políticos? Aqui é necessário separar conteúdo/mérito e forma/procedimento. No conteúdo acho que é bastante defensável que o deputado cruzou a linha do aceitável em termos de atentado contra a ordem democrática. Se sua fala fosse isolada e em tempos de menos tensão institucional, acho que não teria o tratamento que teve. Porém, no contexto atual, foi claramente um chamado à ação dos grupos políticos mais radicais do País contra as instituições. Ademais, ele não é um cidadão qualquer. Ele é um deputado federal, uma autoridade constituída, portanto, com responsabilidades públicas evidentes. Nesse sentido, acho que claramente cometeu um crime contra a ordem democrática e a paz social. No que tange à forma, aos procedimentos, acho que novamente o STF errou. Acho que existem instituições com funções precípuas para abrir inquéritos, fazer acusações e investigações. Acho que seria função dessas instituições, com destaque para a PGR, que poderia iniciar esse processo investigativo e mesmo solicitar prisão preventiva. Acho bastante preocupante a forma pela qual o STF chamou a si esse tipo de autoridade que constitucionalmente não tem. A omissão de instituições como o Congresso em outros casos de ataques ao STF e a apologia à volta do AI 5 – alguns vindos do próprio clã Bolsonaro – incentivam outras pessoas a seguirem esse comportamento? Creio que o deputado cometeu um crime, portanto, não cabe ao Congresso agir no campo criminal ou judicial. Cabe às instâncias judiciais. Ao Congresso caberia tratar de forma exemplar esse tipo de ação. A essência do parlamento é a tolerância, o respeito à Constituição e ao jogo democrático. Todas as ações de membros que atentam contra isso estão fora do decoro e do juramento que seus membros estão obrigados a seguir. O deputado Daniel Silveira claramente atentou contra esses fundamentos e me parece óbvio que deveria ter seu mandato cassado. Declarações como as de Daniel Silveira e do general Villas Bôas – sobre o posicionamento do Alto Comando do Exército em favor da prisão de Lula – colocam em xeque a democracia brasileira? Acho que esses eventos são de ordem bastante distintas. Obviamente nenhuma das declarações contribue para a normalidade democrática no País. Mas são eventos que correm em raias diferentes. As posturas dos militares na ativa e os da reserva têm sido muito diferentes. Até onde acompanho, a postura da cúpula militar da ativa tem se mostrado bastante preocupada com a forma de ação do presidente Bolsonaro e seu grupo. Já deram recados sobre isso. Talvez menos enfáticos do que gostaríamos, mas têm sido dados. O histórico do deputado Daniel é completamente em outro sentido. É uma pessoa claramente perturbada. Sua passagem pela PM do Rio de Janeiro foi completamente atribulada. Recebeu centenas de punições, processos, foi preso várias vezes. Vejo-o como uma figura menor buscando achar um espaço dentro dos grupos mais radicais da base bolsonarista. É grave, mas faz parte de outra dinâmica política que, infelizmente, está presente no País. LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO 179.4 DA REVISTA ALGOMAIS: assine.algomais.com

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Distritão deve ser novidade nas eleições 2022

*Por Maurício Costa Romão A Câmara dos Deputados voltou a tratar de mudança do sistema eleitoral brasileiro, desta feita buscando substituir o proporcional pelo majoritário. A mudança seria uma forma de superar as dificuldades causadas para muitos partidos pelo fim das coligações proporcionais e pela instituição da cláusula de desempenho partidário. Como não há tempo hábil para implementar o modelo majoritário de voto no formato distrital puro ou misto, para viger em 2022, até porque seria necessário delimitar espaços geográficos distritais nos estados da federação, os debates iniciais têm convergido para a modalidade distritão, cuja proposta, aliás, já fora derrotada no plenário do Congresso Nacional, em 2017. O distritão é uma variante magnificada do distrital puro. Pelo mecanismo, a circunscrição eleitoral seria um grande distrito (o estado, o município). Pernambuco, por exemplo, conformaria um distrito com 25 cadeiras de deputado federal, cuja ocupação dar-se-ia pelos 25 candidatos mais votados da eleição (a chamada “verdade eleitoral”). O distritão é louvado (1) por eleger os mais votados do pleito; (2) pela sua simplicidade (inteligibilidade); (3) por respeitar a vontade do eleitor; (4) por fortalecer os principais partidos e evitar fragmentação partidária e (5) por impedir transbordamento (spillover) de votos de puxadores para candidatos de pouca dimensão eleitoral. O rol dos deméritos, todavia, é apreciável: (a) reduz o pluralismo político do Parlamento; (b) diminui a participação das minorias; (c) tem baixa taxa de renovação da representação, devido ao recall dos atuais eleitos; (d) concentra mais votos e representantes nos partidos grandes; (e) supervaloriza as pessoas famosas (extra partidárias) em detrimento da qualidade da representação; (f) aumenta a personalização da representação; (g) tem baixa accountability (pouca ligação entre o parlamentar e as bases eleitorais); (h) relega partidos a plano secundário; (i) estimula competição entre correligionários de um mesmo partido e (j) favorece a influência do poder econômico. Um argumento de convencimento expressado por alguns parlamentares é o de que o distritão seria implantado agora, mas como transição para o modelo distrital misto, que vigeria a partir de 2030. No mecanismo misto o eleitor vota duas vezes e uma parte dos parlamentares é eleita pelo sistema majoritário-distrital puro e a outra parte pelo proporcional de lista fechada. Um dos modelos mais complexos em uso nas democracias contemporâneas. A justificativa de que o distritão seria um aprendizado para o distrital misto não se sustenta. São dois sistemas que guardam entre si enormes diferenças. E tem uma questão lógica: se o distritão não serve para ser permanente, por que submeter o país a essa traumática temporariedade? Ademais, o argumento da transição pressupõe que o distrital misto é superior ao distritão - a ponto deste servir apenas de trampolim para aquele - ou ao proporcional de lista aberta – a ponto de este ser substituído por ambos. Todos os sistemas eleitorais têm vantagens e desvantagens e é sempre controverso se falar de superioridade de um sobre outro, pois “nenhum sistema de voto é justo, perfeito, ideal” (“Teorema da Impossibilidade de Arrow”). Note-se, enfim, que a proposta de mudança de modelo eleitoral ressurge de forma flagrantemente casuística: “facilitar a vida de partidos nanicos” (Poder360, 24/02/21). O propósito explicitado é o de desfazer o regramento constitucional de 2017, que diminui a fragmentação partidária e imprime qualidade ao sistema político. Uma propositura vazada em tais desígnios não pode prosperar. ------------------------------------------------------------------------ Maurício Costa Romão, é Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. mauricio-romao@uol.com.br

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O que é estratégico para Pernambuco nos próximos 15 anos?

A reportagem de capa desta semana da Algomais traz como provocação a seguinte pergunta: O que é estratégico para o desenvolvimento econômico de Pernambuco nos próximos 15 anos? Não se trata de uma projeção de como será o Estado em 2036 (até porque em um tempo de pandemia é quase impossível prever até o final deste ano), mas de quais questões são importantes serem resolvidas neste horizonte para que alcancemos um maior desenvolvimento. Ao ouvir empresários, economistas, pesquisadores, consultores e representantes de classe, um aspecto perceptível foi para o fato de que alguns desses eixos estratégicos já são defendidos há muito tempo. Infraestrutura para o interior, com destaque para a Transnordestina e para o Arco Metropolitano, por exemplo, já foi alvo de máterias da Algomais há anos. Enquanto o Arco Metropolitano parece dar seus primeiros passos para sair do papel, com o recente edital para elaboração do seu projeto básico, a Transnordestina é uma realidade ainda mais distante. A desburocratização é outro fator sempre presente neste debate. Diferente da questão da infraestrutura, que exige muitos investimentos, a desburocratização depende mais de vontade política. No entanto, teve poucos avanços nos últimos anos. Os investimentos em educação, defendidos pelos entrevistados, não são uma novidade nesse debate sobre o futuro do desenvolvimento econômico. Entretanto, o efeito da pandemia criou mudanças no pensamento empresarial e econômico em todos os aspectos sociais. Se antes a preocupação estava centrada numa formação mais técnica, a demanda que ficou evidente nas entrevistas foi de uma nova estrutura de educação a partir do básico. As menções acerca da importância do sistema de saúde também são outro destaque que praticamente não aparecia e que agora passa a ser também prioridade. E, em um contexto de extrema instabilidade ainda pandêmica, a sustentação socioeconômica dos próximos anos depende também de programas robustos de suporte social às famílias mais carentes, na análise dos entrevistados. Outra grata novidade é a percepção da bioeconomia como uma peça importante para o futuro do desenvolvimento econômico de Pernambuco. Em um contexto em que a sustentabilidade ambiental ganha uma relevância internacional nunca antes vista, não é possível mais desconsiderar a preservação e o uso consciente da nossa biodiversidade como um fator importante para o Estado e para o País. Leia a reportagem na edição 180.4 da Algomais.   ASSINE.ALGOMAIS.COM

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