Arquivos Z_Exclusivas - Página 97 De 363 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Z_Exclusivas

Experimentando inovar em mercados tradicionais

Quando falamos em inovação, naturalmente lembramos de marcas e modelos de negócios baseados em tecnologia que estão transformando os vários segmentos de mercado nos últimos anos, como UBER, Netflix, Ifood, entre outras empresas que já estão no nosso dia a dia. Empresas “jovens” já valem mais que grandes corporações tradicionais e, muitas vezes, até centenárias. Um bom exemplo é a Tesla, montadora de carros elétricos que em com apenas 10 anos, já registra maior valor de mercado que a Toyota, ou a Ford e GM juntas. O sucesso das empresas pertencentes a setores tradicionais da economia se deve, em boa parte, a produtos ou serviço pensados e lançados no passado e que refletiam as necessidades da sociedade naquele momento. Em tempos em que a concorrência vem até mesmo de setores diferentes, produzir inovação se tornou ainda mais relevante. Além de diferencial competitivo, inovação é agora prioridade absoluta.Por isso, o desafio das organizações de setores tradicionais da economia é dar continuidade à criação de bens e serviços de alto valor agregado por meio de qualificação e envolvimento dos colaboradores no tema.   Um dos setores mais tradicionais e formais do Brasil é o setor jurídico, de acordo com estatísticas de OAB (Ordem dos advogados do Brasil) o País já possuí 1 advogado(a) para cada 190 habitantes. Com um dos judiciários mais caros do mundo, o mercado jurídico brasileiro possui um lastro grande de barreiras, regras e burocracias, ou seja, um ótimo ambiente para gerar inovações e soluções disruptivas. Inovar não significa apenas criar um novo produto ou serviço novo, mas buscar novos formatos, mais eficientes e eficazes, novos modelos de negócios que, com base em dados, conseguem ser escaláveis e personalizados ao mesmo tempo. Essa forma de pensar e desenvolver negócios pode, sim, se aplicar a mercados tradicionais, assim como o jurídico. Um bom exemplo no Recife é o Escritório Carlos Pinto que, mesmo dentro de um mercado rígido e tradicional, incorporou na empresa uma cultura de inovação baseada nos princípios da agilidade de negócios, cultura empreendedora e uso massivo de dados para a tomada de decisão, inclusive para contratação de pessoas. Confira abaixo um pouco da conversa com o fundador do escritório: Como foi imaginar e colocar em prática um novo modelo de escritório de advocacia? Nosso foco hoje é 80% consultivo, e nesse sentido, o sucesso do cliente também é o nosso, então fomos em busca de conhecimento para melhorar e maximizar esta relação. Focamos em buscar conhecimento e viajamos ao Vale do Silício onde experimentamos de perto o poder de transformação de novas práticas e o potencial de gerar valor da inovação. Carlos, como é inovar em um ambiente que exige tanta formalidade? O modelo da advocacia tradicional é muito direcionado em cadeia de valor de topo, por questões históricas e regulamentações. Dizemos que somos inovadores, pois prezamos pelo senso de responsabilidade, pelo bem comum, sem hierarquia, pessoas se sentem responsáveis pelos resultados em geral e principalmente pelo sucesso dos nossos clientes. Nossas decisões são baseadas em dados o tempo todo, criamos nossa própria metodologia de análise de dados. Quais as principais barreiras que você encontrou? Mentalidade é a maior barreira na inovação no ramo jurídico. Não adianta ter ambiente moderno se ali existe uma obrigação de horário e todos precisam ser chamados de “doutor” ou “doutora”. Contratamos por perfil, antes de currículo. Nossa estrutura de colaboradores é definida por seus perfis comportamentais, e iniciativas são mais importantes do que anos de experiências. Quando encaramos o escritório como um negócio e trabalhamos a experiência do cliente, o que vale é a capacidade de cada um de criar valor dentro do nosso ambiente. Como o mercado e os colaboradores visualizam esse modelo diferente de trabalho? Os escritórios tradicionais nos olham com desconfiança e sem acreditar muito nessa mudança de visão, mas nossos números e a ampliação de negócios e clientes falam por nós. No meu escritório ninguém me chama de doutor. Nossos colaboradores são parte deste sucesso, distribuímos 20% dos lucros, temos um modelo de participação semelhante as startups de tecnologia, focamos em produtividade, nossos colaboradores têm total liberdade para trabalhar em casa (home-office). Mesmo com um bom time, é difícil ter mais de quatro pessoas no escritório. Nosso caminho até aqui foi erros e acertos, como a inovação tem que ser, mas somos orgulhosos dos resultados que geramos. E os próximos passos da inovação do escritório? Estamos experimentando muita coisa legal, temos hoje nosso braço de tecnologia, um robô que automatiza parte do atendimento e nos gera mais dados para análises, além novos modelos de negócios que estão em estudo.

Experimentando inovar em mercados tradicionais Read More »

Setor de serviços cresce 5% de maio para junho, diz IBGE

Da Agência Brasil O volume de serviços no país cresceu 5% em junho na comparação com o mês anterior. A alta veio depois de quatro quedas consecutivas do indicador, quando acumulou perda de 19,5%. Os dados, da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), foram divulgados hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos demais tipos de comparação, no entanto, o setor apresentou quedas: comparação com junho de 2019 (-12,1%), acumulado do semestre (-8,3%) e acumulado de 12 meses (-3,3%). A receita nominal cresceu 2,5% na comparação com maio, mas caiu 12,1% na comparação com junho do ano passado, 7% no acumulado do semestre e 1,1% no acumulado de 12 meses. De acordo com o IBGE, os efeitos negativos da pandemia da covid-19 sobre o setor de serviços começaram a ser sentidos nos últimos 10 dias do mês março e se aprofundaram nos dois meses subsequentes, provocando uma retração de 18,6% no período março a maio. Em fevereiro, mesmo antes da pandemia, o setor já havia recuado 1%. A alta de 5% na passagem de maio para junho foi provocada por crescimentos nos volumes das cinco atividades de serviços pesquisadas pelo IBGE, com destaques para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%) e serviços de informação e comunicação (3,3%). As demais altas vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (2,7%), dos serviços prestados às famílias (14,2%) e de outros serviços (6,4%).

Setor de serviços cresce 5% de maio para junho, diz IBGE Read More »

57% das empresas preveem recuperação no médio-longo prazo

Pesquisa da empresa Boa Vista realizada com empresários, de todo o Brasil, demonstra que, pouco mais de três meses após o início da crise ocasionada pelo novo coronavírus, a fotografia do cenário atual é de cautela e pouco otimismo. 57% das empresas acreditam que vai demorar seis meses ou mais para a recuperação dos negócios. A forte retração das vendas (77%) reflete negativamente no faturamento de 78% das empresas e de 76% no fluxo de caixa. A pesquisa ouviu 1.260 empresários dos setores indústria, comércio e serviços. No que se refere ao quadro de funcionários, mesmo com a crise, 59% das empresas informam que não demitiram. Por outro lado, apenas 3% delas contrataram e 38% diminuíram o quadro funcional, principalmente no setor da indústria e nas médias e grandes empresas. As principais ações para diminuição de quadro foram: demissão (50%), suspensão temporária de contrato (26%) e redução da jornada (24%). O levantamento feito pela Boa Vista também constatou que, em média, 45% das empresas estão pagando apenas parte de seus compromissos. Os micro e pequenos empresários são os que mais vêm sofrendo esse impacto, pois o fluxo de caixa dos mesmos é naturalmente menor. Busca por crédito Em média, 39% das empresas buscaram por apoio financeiro, inclusive, em mais de uma instituição. Os bancos privados foram os mais procurados (40%), seguidos de instituições públicas (21%) e procura por familiares e amigos (14%). Perguntados sobre obtenção de crédito, 49% dos empresários já conseguiram ou estão em vias de receber o crédito solicitado. Mesmo assim, quase metade não obteve sucesso nesta busca (51%). Entre os fatores estão o desconhecimento dos programas do governo (24%) e as exigências impostas (23%), aquém das possibilidades principalmente das PMEs. Para 38% das empresas que adquiriram empréstimo, os recursos serão destinados para alavancar o capital de giro e 37% disseram que o destino será o pagamento de dívidas. Mesmo conseguindo o crédito, para 78% das empresas, o valor concedido será insuficiente para “cobrir” todas os compromissos financeiros. Metodologia A Pesquisa ‘Fotografia atual dos negócios, acesso aos programas de apoio aos empresários e perspectivas de recuperação’ foi realizada pela Boa Vista em junho, com 1.260 empresários, representantes dos setores do Comércio, Indústria e Serviços, de todas as regiões do Brasil. Para a leitura dos resultados considerar cerca de 2 p.p. (pontos percentuais) de margem de erro e 90% de grau de confiança.    

57% das empresas preveem recuperação no médio-longo prazo Read More »

Estudo de fase 2 comprova eficácia da vacina do Butantan

A vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, se mostrou eficaz e segura. A constatação é de estudo publicado ontem pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. O estudo analisou o comportamento de 600 voluntários vacinados na China durante a fase 2 dos testes clínicos. Cada voluntário recebeu 2 doses, sendo metade a vacina propriamente dita e a outra metade placebo. De acordo com o que foi identificado nos estudos, não existe nenhuma preocupação com relação a segurança da vacina utilizada nos voluntários. Dentre as principais reações está leve dor no local da aplicação. A vacina desenvolvida pela Sinovac Life Science é uma das mais promissoras do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente. O laboratório asiático já realizou testes em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra o coronavírus. A farmacêutica forneceu ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3 em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança. Caso a vacina seja aprovada será realizada a transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito pelo SUS. Os passos seguintes serão o registro do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuição em todo o Brasil.

Estudo de fase 2 comprova eficácia da vacina do Butantan Read More »

Recife inicia desativação do maior hospital de campanha da cidade

Da Prefeitura do Recife Depois de quase três meses de tendência de queda nos indicadores da pandemia na capital pernambucana, a Prefeitura do Recife vai iniciar, nesta quarta-feira (12), a desativação do maior hospital de campanha erguido pela gestão municipal durante esta pandemia. Na manhã desta terça-feira (11), o prefeito Geraldo Julio anunciou que a redução sustentada da ocupação de leitos permitirá, gradativamente, a desativação total das enfermarias e UTIs para pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 no Hospital Provisório Recife (HPR) 2, nos Coelhos, que estava com 260 leitos ativos - 100 UTIs e 160 enfermarias. “Nós chegamos à menor taxa de ocupação das UTIs, somando os leitos da Prefeitura e do Governo do Estado. Hoje 63% desses leitos estão ocupados. Nos hospitais de campanha da Prefeitura, nós temos 124 pacientes em UTI, sendo apenas 46 do Recife. E já chegamos a 90 dias de redução nos casos graves de covid-19 e nos óbitos em nossa cidade. Por isso a gente vai dar prosseguimento à reorganização da rede emergencial”, explicou o prefeito Geraldo Julio. O gestor lembrou que já havia desativado 90 leitos de uma das enfermarias no Hospital Provisório Recife 2, nos Coelhos, no início de julho. “Agora nós vamos desativar a segunda enfermaria e também as UTIs. Esse hospital, a partir de amanhã, não receberá mais novos pacientes, que serão encaminhados para outros hospitais da rede. A Prefeitura do Recife permanece com 242 leitos de UTI ativos porque a pandemia não acabou”, frisou Geraldo Julio. Maior hospital de campanha municipal, com mais de 8.000 m² de área construída em antigos galpões na Rua Largo dos Coelhos, o HPR 2 chegou a ter 350 leitos ativos - 250 de enfermaria e 100 de UTI. Depois da desativação de 90 enfermarias no mês passado, a unidade ficou com 260 leitos, que só receberão novos pacientes até esta terça. A desmobilização completa da unidade deverá ser concluída à medida que os pacientes internados forem recebendo alta da unidade que é administrado pela Fundação Martiniano Fernandes, ligada ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Nesta terça (11), há 39 pacientes internados nas 100 UTIs ativas do HPR 2 e outras 47 pessoas nas 160 enfermarias em funcionamento. No início de julho, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife abriu 53 UTIs e desativou 300 enfermarias em cinco hospitais de campanha. Além das 90 enfermarias fechadas no HPR 2, foram desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas. Com o fechamento do HPR2, a PCR terá desativado um total de 460 leitos - 100 deles de UTIs. Depois de abrir cerca de mil leitos municipais em sete hospitais de campanha e leitos de covid-19 em outras duas unidades de saúde, com a reorganização da rede, a Prefeitura do Recife está com 724 leitos em funcionamento, sendo 342 de UTI e 382 de enfermaria. Com essa próxima desativação de 160 leitos - 100 UTIs e 60 enfermarias, a rede municipal ficará com 564 leitos ativos - 242 UTIs e 322 enfermarias. A desativação de mais 160 leitos municipais será possível porque a ocupação está baixa de forma consolidada. A Prefeitura do Recife tem registrado as menores quantidades de pacientes internados em leitos de UTI dos hospitais de campanha municipais, desde o início de julho, quando os leitos de terapia intensiva chegaram a ter 189 pessoas em estado grave. Nesta terça, dos 124 pacientes internados nas UTIs dos hospitais de campanha, cerca de 65% são de outras cidades pernambucanas. Nas enfermarias, também vem havendo queda nas internações, chegando também a 124 pacientes em tratamento nesta terça. QUEDA NOS INDICADORES - A redução do número de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (srag) internados dos hospitais de campanha e o baixo percentual de moradores do Recife são reflexo dos quase três meses de tendência de queda nos indicadores da pandemia na capital pernambucana. Em julho, o Recife foi responsável por apenas 16% de todos os novos casos de Pernambuco, enquanto, em abril, a cidade chegou a ser responsável por 54% dos casos do Estado. Além da queda no número de pacientes internados, de óbitos e de casos de srag por covid-19, a Secretaria de Saúde do Recife também registrou queda de 60% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram construídos hospitais de campanha. Enquanto em abril a rede registrou mais de cinco mil atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, no último mês, esse número caiu para cerca de dois mil. CAMPEÃ DE LEITOS - Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao isolamento social e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. O Recife foi a capital brasileira que proporcionalmente abriu mais leitos para pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19. De acordo com levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a capital pernambucana criou 1.155 leitos durante a pandemia, ficando atrás apenas da cidade de São Paulo, que abriu 1.791 leitos. Levando em conta o número de habitantes, o Recife criou, proporcionalmente, cinco vezes mais leitos para sua população - 70 leitos de covid-19 para cada 100 mil habitantes, enquanto São Paulo abriu 14 leitos de covid para cada 100 mil habitantes. EQUIPAMENTOS - Os equipamento médico-hospitalares retirados dos leitos desativados nos hospitais de campanha municipais estão sendo levados para outras unidades que serão entregues pela Prefeitura do Recife este ano, como o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (Estância), Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) do Ibura, assim como para as maternidades municipais Bandeira Filho (Afogados), Arnaldo Marques (Ibura) e Barros Lima (Casa Amarela). Algumas camas dos hospitais de campanha, serão substituídas

Recife inicia desativação do maior hospital de campanha da cidade Read More »

Airles Fragoso: “A Covid-19 trouxe um medo não controlável para as pessoas"

Logo no início da pandemia, a Prefeitura do Recife lançou o aplicativo web Atende em Casa com orientações virtuais sobre a Covid-19. O objetivo era evitar que a população procurasse as unidades de saúde desnecessariamente durante a quarentena. Com o tempo, os atendentes do serviço perceberam que muitos recorriam ao app com dor no peito e calafrios, que não eram sintomas da infecção pelo novo coronavírus. Era a consequência emocional provocada pela pandemia. A solução foi criar um teleatendimento psicossocial. Hoje, 87 profissionais da rede de saúde municipal atuam nesse acolhimento. Airles Ribeiro Fragoso, um dos coordenadores do serviço, informa, nesta conversa com Cláudia Santos, as estratégias utilizadas para auxiliar os usuários e revela as principais aflições daqueles que recorrem à ajuda. Não deixa de ser um retrato de como a Covid-19 afeta o emocional das pessoas. Como funciona esse o serviço de acolhimento emocional? É feito por meio do aplicativo Atende em Casa. Surgiu quando constatamos que a pandemia impacta as pessoas, não só na questão corpórea, clínica, mas também na sua dinâmica psicossocial. Muita gente entrou em contato conosco com falta de ar, calafrio, mas não eram sintomas da Covid-19 e, sim, o impacto psicossocial da doença. A ideia é acolher essas pessoas, fazendo a escuta ativa, com o recorte da saúde mental. Oferecemos algumas estratégias para minimizar esse impacto dentro da possibilidade de se estar em casa. Fizemos uma junta de profissionais de psicologia, assistência social, médicos, psiquiatras e das práticas integrativas. Qual o perfil das pessoas que buscam o serviço? Pessoas idosas, pessoas em isolamento domiciliar (aquelas que estão com sintomas relacionados à Covid-19 e precisam se isolar dentro da própria casa para não infectar os familiares que moram com elas), pessoas que moram sozinhas e aquelas em luto, além de pessoas que estavam antes da pandemia em atendimento psicológico ou psiquiátrico. A maioria são mulheres dos 30 aos 60 anos em isolamento domiciliar, que, por estarem isoladas e não poderem cuidar da família, se sentem culpadas e com isso aumenta a ansiedade. As mulheres têm, socialmente, infelizmente, esse lugar de cuidadora. Como estratégia, pactuamos com elas uma rotina com qualidade. Explicamos que isolamento não significa cárcere e que elas podem ter contato com familiares respeitando o distanciamento de 2m, com uso de máscara e fazendo higienização das mãos. Também há muitos homens adultos, que estão em isolamento domiciliar e estão com medo de infectar pessoas queridas. Há ainda jovens que tiveram a rotina fragmentada. O que atormenta esses homens? Trata-se de um homem fragilizado por estar demonstrando, de alguma forma, aos seus familiares e amigos que tem medo. A Covid-19 trouxe um medo não controlável. Uma coisa é ter medo de assalto, em que se pode ter controle e evitar, mas de algo invisível, como um vírus, não se tem controle. A questão do desemprego também afetou muito esse homem e sua posição social de chefe de família. E não foi por uma escolha sua, foi uma questão social que colocou esse homem em casa, deixando-o mais frágil. Fiz um teleacolhimento no qual um deles dizia: “estou muito mal, e não quero que ninguém me veja chorando”. Trabalhamos no atendimento dessa masculinidade que naquele momento não estava sendo positiva para ele. Para muitos homens foi uma oportunidade para ressignificar esse lugar do masculino. Assine a Revista Algomais para ler a entrevista completa na Edição 173.1: assine.algomais.com

Airles Fragoso: “A Covid-19 trouxe um medo não controlável para as pessoas" Read More »

Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa recebe os últimos ajustes para abertura

Da Prefeitura do Recife O Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (HECPI), em Areias, está quase pronto e será entregue ainda este ano pela Prefeitura do Recife. Nesta segunda-feira (10), data em que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos completaria 55 anos, o prefeito Geraldo Julio visitou a obra, na Avenida Recife, onde foram investidos aproximadamente R$ 25 milhões de recursos municipais. Além do estágio avançado das obras, em fase final de conclusão, o Hospital Eduardo Campos já está recebendo equipamentos dos leitos desativados na reorganização da rede de hospitais de campanha da pandemia da covid-19. Este é o segundo hospital erguido pela atual administração, seguindo o sucesso do Hospital da Mulher do Recife Dra. Mercês Pontes Cunha, localizado no Curado, sem contar com os hospitais de campanha erguidos pela PCR em 45 dias, durante a pandemia. “É claro que todos nós preferíamos que Eduardo estivesse aqui conosco presencialmente, mas tudo o que ele viveu, tudo o que ele realizou e o que ele representa ficaram de legado e inspiram, hoje, muitas pessoas a continuarem fazendo o que ele sempre fez: combate à injustiça social e à desigualdade, além de oferecer oportunidade a quem não tem oportunidade. Agora, aqui no Hospital Eduardo Campos, a pessoa idosa vai ter direito a um atendimento de muita qualidade no SUS”, disse o prefeito. Quando estiver funcionando, o HECPI terá capacidade para realizar, por mês, aproximadamente, oito mil consultas médicas e não médicas (como as de enfermagem e farmacêuticas, por exemplo). Serão 72 leitos, sendo dez de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No local a população terá especialidades como cirurgia geral, vascular e plástica; geriatria, gerontologia, neurologia e outras. No local, serão ofertados exames de patologia clínica, biópsia/punção, ultrassonografia, ecocardiografia, eletrocardiograma, eletroencefalograma, eletrocardiografia, endoscopia, entre outros. Além do cuidado com os pacientes, o HECPI também terá um papel importante na formação e aprimoramento de profissionais de saúde, formação de cuidadores e na orientação de familiares e outros acompanhantes. A unidade fará parte de uma rede de cuidados e atenção integral à pessoa idosa, desde a atenção básica à especializada, promovendo a articulação e integração de ações com as demais políticas, funcionando como um centro formador e de referência para boas práticas na atenção à pessoa idosa e contribuindo para o envelhecimento saudável do cidadão recifense. O Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa em números - Investimento de cerca de R$ 25 milhões - 8 mil m² de área construída - 72 leitos, com 10 UTIs - 13 consultórios - 4 Salas de Cirurgia - 8 mil consultas por mês - 700 internações por mês - 500 cirurgias por mês - 400 profissionais de saúde, sendo 70 médicos

Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa recebe os últimos ajustes para abertura Read More »

Fundaj recebe acervo de Miguel Arraes

Cerca de 30 mil itens compõem o acervo do advogado e ex-governador de Pernambuco por três vezes Miguel Arraes de Alencar (1916-2005). São fotografias, peças de arte, manuscritos, cartas, registros pessoais e livros. Além de charges, recortes de jornais e uma produção que documentam sua importância para a História. Considerado, em 2013, Patrimônio Cultural de Pernambuco, a herança documental e intelectual de um dos maiores políticos do País foi doada à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) pelo Instituto Miguel Arraes. Dia 13, próxima quarta-feira, são celebrados os 15 anos do seu falecimento e 6 anos da morte de Eduardo Campos, seu neto. “Uns lutam sempre, esses são para sempre. É com emoção que recebemos esse importante acervo, de alguém que está no panteão dos heróis da pátria. Junto de Joaquim Nabuco, Delmiro Gouveia e outros importantes acervos preservados pela Fundaj”, afirma o presidente da Fundação, Antônio Campos, que é neto de Arraes e assinou o termo de doação do acervo juntamente com José Almino de Alencar e Silva Neto, diretor-presidente do Instituto Miguel Arraes e filho mais velho do político. O acervo estava na casa da família na Rua do Chacon, em Casa Forte. Em várias estantes, em caixas, em móveis. Está preservado. Mas, observa José Almino, precisava ir para um espaço onde fosse catalogado e disponibilizado para pesquisa do público. “São pedaços importantes da história de Pernambuco que estarão disponíveis na Fundaj. É a história do meu pai. Assinar esse termo de doação à Fundação próximo da data dos 15 anos da sua morte, no dia 13, é muito simbólico”, comenta. José Almino recorda que o pai era excelente datilógrafo. Escrevia cartas e textos na máquina de datilografia e utilizando papel carbono, o que garantiu cópias e, por conseguinte, a preservação da sua história que, agora, ficará no Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade (Cehibra), braço documental da Fundaj, em Apipucos, bairro da Zona Norte do Recife. Onde estão as coleções de outros políticos e governadores pernambucanos, como Manoel Borba (1864-1928), Eraldo Gueiros Leite (1912-1983) e Moura Cavalcanti (1925-1994). Coordenadora do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Melo Franco de Andrade (Cehibra), Albertina Malta, comenta que a doação é fruto de uma conversa de alguns anos. “É uma coleção que possibilita estudos em várias linhas: sociológica, política, econômica, das relações exteriores, entre outras. A família reconhece a estabilidade da Fundação Joaquim Nabuco, uma Instituição pública, de renome, ligada à Educação. Assim, os acervos estarão aqui preservados para as futuras gerações, como os servidores e técnicos da Casa estão para trabalhar pela memória da história brasileira”, celebra a coordenadora. A história Miguel Arraes nasceu em 1916, no Araripe, município no Sertão do Ceará, era o primogênito de Maria Benigna Arraes e José Almino de Alencar e Silva, produtores rurais. Mudou-se para o Crato para concluir o Ensino Fundamental, à época ginásio, no Colégio Diocesano. Desses anos, um fato marcou muito a sua personalidade: flagrou um curral com três flagelados presos simplesmente por tentarem fugir da seca para Fortaleza. Lembrava dessa fase da vida e dizia: “É uma lembrança que guardo para sempre. Era um horror difícil de compreender e marcou meu jeito de ver as coisas.” Aos 17 anos, foi aprovado para Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ) e, simultaneamente, aprovado no concurso para escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), no Recife. Após a posse no cargo, conseguiu a transferência para a Faculdade de Direito do Recife, incorporada posteriormente a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Formou-se em 1937. Sua carreira política começou em 1948, quando assumiu a Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, por indicação do advogado, historiador, jornalista, escritor e político, Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho, que governou Pernambuco de 1948 a 1951. Barbosa Lima Sobrinho, como era conhecido, havia trabalhado com Miguel Arraes no IAA. Família Miguel Arraes casou-se pela primeira vez com Célia de Sousa Leão, de tradicional família pernambucana, descendente do Barão de Vila Bela. O casal teve oito filhos José Almino de Alencar e Silva Neto (1946), Ana Lúcia Arraes de Alencar ( 1947), Carlos Augusto Arraes de Alencar (1950), Miguel Arraes de Alencar Filho (1953), Marcos Arraes de Alencar (1956), Maurício Arraes de Alencar (1956), Carmen Sílvia Arraes de Alencar (1957) e Luís Cláudio Arraes de Alencar (1959). Após a morte da primeira esposa, em 1961, casou-se com Maria Magdalena Fiúza Arraes de Alencar, com quem teve mais dois filhos: Mariana Arraes de Alencar (1963) e Pedro Arraes de Alencar (1966). Entre seus inúmeros netos, destacam-se Eduardo Campos, governador de Pernambuco por duas vezes e falecido em um acidente aéreo em 13 de agosto de 2014, mesma data do avô, Antônio Campos, advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras e presidente da Fundaj, Marília Arraes, deputada federal -PE, e Luisa Arraes, atriz.

Fundaj recebe acervo de Miguel Arraes Read More »

Samu Recife registra 90 dias de queda nos chamados a casos suspeitos de covid-19

A Prefeitura do Recife registrou 90 dias de redução dos números de chamados do Samu Metropolitano do Recife em decorrência da covid-19. Os dados foram anunciados pelo prefeito Geraldo Julio na manhã desta sexta-feira (7), quando o gestor afirmou que a redução da demanda de forma consolidada permitirá a desativação da operação especial montada para a pandemia, como as ambulâncias adicionais e também os contratos temporários. A partir do dia 15, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) voltará à sua condição normal de atendimento. Desde o socorro à primeira paciente com suspeita de covid, no fim de fevereiro, até esta sexta-feira (07), o Samu Recife registrou 9.692 chamados por causas respiratórias, que geraram 4.461 atendimentos a pessoas com suspeita de covid-19. “O Recife chegou a 90 dias de redução dos acionamentos do Samu para casos suspeitos da covid. Com isso, vamos poder desativar a operação especial, com ambulâncias adicionais e contratos temporários que foram feitos para atendimento no pico da pandemia. A partir do próximo dia 15, o Samu volta a ter a sua condição original de atendimento. Esse resultado só foi possível graças ao isolamento social que foi feito pelos recifenses, inclusive do lockdown que aconteceu no mês de maio, e por conta da prevenção, com o uso da máscara, limpeza das mãos e distanciamento social, que precisam continuar”, lembrou o prefeito Geraldo Julio. No dia 04 de maio, o Samu Metropolitano do Recife chegou a receber 193 chamados para casos suspeitos da covid-19, permanecendo acima de 150 ligações do tipo até meados de maio, quando os números começaram a cair justamente no período da quarentena mais rígida. O envio de ambulâncias para casos suspeitos de covid também seguiu o mesmo fluxo, tendo seus números mais altos entre os dias 04 e 13 de maio, chegando a 80 envios de ambulâncias para atendimento por causas respiratórias no dia 13. Os indicadores começaram a cair na época do lockdown e hoje variam de 15 a 25 ambulâncias enviadas diariamente para socorro a pacientes com suspeita de covid. Segundo os dados da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife, o envio de ambulâncias do Samu acompanha o crescimento e a desaceleração da curva epidêmica. Em março, foram enviadas 403 ambulâncias para socorro a pacientes com sintomas respiratórios, 935 em abril, 1.673 em maio, 778 em junho e julho fechou com 544 envio de ambulâncias. A queda de maio para julho é de 67%. O Samu tornou-se a porta de entrada para pacientes com sintomas respiratórios, bem como o responsável pelo transporte entre as unidades que fazem o primeiro atendimento, como as emergências das policlínicas, UPAs e os hospitais de referência para enfrentamento à covid-19. Para dar conta do aumento de demandas durante a pandemia, a Secretaria de Saúde do Recife reforçou o quadro de profissionais do Samu 192, com mais de 200 novos contratados emergencialmente, saltando de 600 para 800 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas e quadro administrativo. O Samu Recife ainda lançou mão de plantões extraordinários para ampliação do serviço e implantação de novas atividades. Os plantões extras já não vêm sendo necessários desde meados de julho. A frota de veículos do Samu 192 também foi expandida, contando atualmente com 30 ambulâncias para atender as ocorrências no Recife, das quais 24 são Unidades de Suporte Básico e seis são Unidades de Suporte Avançado (UTIs móveis). Agora, será possível desativar essa operação especial montada pra pandemia e, a partir do próximo dia 15, o Samu Recife volta a circular com 23 ambulâncias - 19 unidades básicas e quatro UTIs móveis.

Samu Recife registra 90 dias de queda nos chamados a casos suspeitos de covid-19 Read More »

Para adoçar

"O Nordeste do Brasil, pelo prestígio quatro vezes secular da sua sub-região açucareira (...) Não só do açúcar: também a área por excelência do bolo aristocrático, do doce fino, da sobremesa fidalga (...) do bolo de rua , do doce e do bolo de tabuleiro, da rapadura (...) de saborear com farinha, juntando a sobremesa a alimento de substância .” (Gilberto Freyre, Nordeste) Da cana sacarina uma civilização marcada pelo que é doce. Açúcar mascavo, mais escuro, com a cor do caldo, do tacho que prepara a massa que é rapadura. Essa cor que traz o verde do caldo é referência visual e tradicional da nossa rapadura, que dá um doce à boca, faz o paladar lembrar que somos, também, herdeiros e filhos de um amplo processo social e econômico da saga dos engenhos que transformaram a Mata Atlântica em imensos oceanos de canaviais. As rapaduras chegam, na sua maioria, dos engenhos domésticos e familiares. O caminho de se fazer o açúcar é longo, exige além do bom caldo os conhecimentos adquiridos durante gerações, nas experiências de purgar, purificar o caldo no fogo profundo, que os mestres de rapadura sabem de olhar, no cheiro, na prova freqüente para conquistar a qualidade ideal, como uma assinatura, uma marca autoral. Assim, os engenhos, em especial os do Nordeste, continuam os seus rituais de moagem, de fabricarem os tijolos de rapadura, que ficam durante algum tempo nas formas de madeira para conquistarem a textura e qualidades necessárias, adquirindo o verdadeiro buquê tão marcante quanto o do vinho, do conhaque, ou mesmo da nossa tão querida cachaça, também filha dos engenhos. Em contextos de reconhecimento em âmbito e de valorização gastronômica, cada vez mais os processos artesanais e autorais dos engenhos, mesmo aqueles que combinam processos industriais, querem investir numa produção especial para o consumo de um público que valoriza o que é feito-à-mão, que busca o autoral, o saber artesanal que é a ação direta do saber tradicional sobre uma técnica, e por isso pode-se chamar, então, de tecnologia tradicional. Nada melhor do a prova da rapadura, daquela que saiu do tacho de cobre, ainda mole e quente, um verdadeiro manjar. A rapadura é de um doce tão saboroso e que se apresenta em inúmeras variações, é quando se vê, então, as marcas dos engenhos, marcas que se repetem à fogo no queijo-de-manteiga, no gado bovino, verdadeiras logos que identificam o lugar, o mestre, o próprio engenho. Assinaturas que fazem ‘terroir”. Assim, nas feiras e mercados, nas lojas, os consumidores vão escolher a rapadura como se escolhe o vinho. Ora pela procedência, cor, datação; ora pela prova, odor. O consumidor reconhece a marca, vê a cor, prova, realiza, então, o encontro com a memória do paladar, reconhecimento do paladar, e assim encontra o gosto desejado, ativa suas emoções diante do que é doce. A rapadura, também, é misturada com a farinha de mandioca _ jacuba. Acompanha o café com o tareco. É ingrediente indispensável no tão conhecido bolo pé-de-moleque pernambucano , entre tantos outros usos culinários.        

Para adoçar Read More »