Arquivos Notícias - Página 567 De 673 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Conselho Monetário reduz juros de financiamentos do BNDES para 7% ao ano

As empresas que contraírem empréstimos e financiamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagarão juros mais baixos a partir de abril. Depois de cinco trimestres sem alterações, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu, de 7,5% para 7% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). A cada três meses, o CMN fixa a taxa para o trimestre seguinte. O conselho tomou a decisão em reunião extraordinária hoje (30), uma vez que o encontro mensal do colegiado será só hoje (31), mas a taxa que irá vigorar de abril a junho precisa ser publicada no Diário Oficial da União até o último dia de março. O CMN é formado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. A queda da TJLP foi possível por causa da redução da taxa Selic, juros básicos da economia. Atualmente em 12,25% ao ano, a Selic caiu dois pontos percentuais nos últimos seis meses, abrindo espaço para o corte ao não aumentar as pressões sobre o Tesouro Nacional, que cobre a diferença entre a taxa subsidiada dos financiamentos do BNDES e os juros de mercado. Criada em 1994, a TJLP é definida como o custo básico dos financiamentos concedidos ao setor produtivo pelo BNDES. Em janeiro de 2013, a taxa tinha sido reduzida para o menor nível da história, em 5% ao ano, como medida de estímulo à economia. A TJLP aumentou para 5,5% ao ano em janeiro de 2015, 6% em abril, 6,5% em julho, 7% em outubro e 7,5% em janeiro de 2016, sendo mantida nesse nível até agora. De acordo com o Ministério da Fazenda, o valor da TJLP leva em conta dois fatores: centro da meta de inflação, atualmente em 4,5%, mais o Risco Brasil, indicador que mede a diferença entre os juros dos títulos brasileiros no exterior e os papéis do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo. (Agência Brasil)

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Cresce o índice de Confiança do Comércio

O Índice de Confiança do Comércio (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 3,1 pontos entre fevereiro e março deste ano, ao passar de 82,5 para 85,6 pontos, em uma escala de zero a 200. Essa é a quarta alta consecutiva do indicador, que atingiu o maior nível desde dezembro de 2014. De acordo com a FGV, com as altas observadas nos últimos quatro meses, a confiança do empresário do comércio sai dos níveis “atipicamente baixos” do biênio 2015/2016 e entra em uma faixa considerada “moderadamente baixa”. A alta do indicador foi provocada por melhoras nas avaliações dos empresários em relação ao futuro, já que o Índice de Expectativas avançou 4,1 pontos, atingindo 95,6 pontos. O quesito que mais avançou foi o otimismo com as vendas nos três meses seguintes, que subiu 5,7 pontos em relação ao mês anterior. A confiança dos empresários no momento presente também cresceu (1,8 ponto) e atingiu 76,1 pontos. (Agência Brasil)

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Ancine quer garantir acessibilidade para deficientes em cinemas

A Agência Nacional do Cinema (Ancine) lançou hoje (28) o Programa de Apoio à Distribuição de Conteúdo Acessível no Segmento de Exibição Cinematográfica 2017. A iniciativa visa garantir que os lançamentos de pequeno porte contem com recursos de acessibilidade para deficientes visuais e auditivos. A acessibilidade para deficientes visuais e auditivos nas salas de cinema está prevista na Lei 13.146/2015, que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência. A lei fixou um prazo máximo de quatro anos, a partir de 1º de janeiro de 2016, para que as salas de cinema brasileiras ofereçam, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência. Após um período de consulta pública, a Ancine editou uma instrução normativa que dispõe sobre os critérios básicos de acessibilidade visual e auditiva a serem observados pelos distribuidores e exibidores cinematográficos. As salas de cinema deverão dispor dos recursos de legendagem, legendagem descritiva, audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os recursos deverão ser providos na modalidade que permita o acesso individual ao conteúdo especial, sem interferir na fruição dos demais espectadores. “O programa de apoio à distribuição de conteúdo acessível foi pensado para que todos os filmes, mesmo aqueles lançados em poucos cinemas, cheguem aos brasileiros que necessitam de tecnologia assistiva”, explicou o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel. Segundo ele, a obrigação de acessibilidade “é uma questão civilizatória”. O programa lançado nesta terça-feira vai contemplar com até R$ 15 mil as empresas distribuidoras de filmes nacionais ou estrangeiros com ocupação máxima de até 20 salas de cinema. Os apoios serão destinados às obras, nacionais ou estrangeiras, a serem exibidas comercialmente até 30 de junho de 2018. Os recursos terão que ser utilizados exclusivamente para a execução de serviços de legendagem, legendagem descritiva, Libras e audiodescrição. Os pedidos deverão ser feitos em nome das distribuidoras, ou da empresa produtora que esteja distribuindo diretamente a obra, com a exigência de que estejam com o cadastro regularizado na Ancine. (Agência Brasil)

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PAC terá corte de R$ 10,5 bilhões

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) terá um corte de R$ 10,5 bilhões, informou há pouco o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. O contingenciamento (bloqueio de verbas) de R$ 42,1 bilhões no Orçamento-Geral da União reduzirá para R$ 26,6 bilhões o orçamento do principal programa federal de investimentos. Além dos cortes no PAC, os demais órgãos do governo sofrerão contingenciamento de R$ 20,1 bilhões, dos quais quase a totalidade em despesas de custeio (manutenção da máquina pública). Segundo Oliveira, os gastos mínimos determinados pela Constituição para a saúde e a educação serão preservados. Emendas O contingenciamento será completado da seguinte forma: as emendas impositivas (obrigatórias) sofrerão corte de R$ 5,4 bilhões. O contingenciamento é linear, atingindo todas as emendas na mesma proporção, conforme a Constituição. Serão cortadas ainda R$ 5,5 bilhões de emendas não obrigatórias incluídas durante a tramitação do Orçamento no Congresso Nacional. Poderes Os demais poderes – Legislativo, Judiciário e Ministério Público – sofrerão corte de R$ 580 milhões. O contingenciamento de R$ 42,1 bilhões é uma das medidas necessárias para cobrir o rombo adicional de R$ 58,2 bilhões no Orçamento necessário para cumprir a meta fiscal de déficit primário (resultado negativo nas contas do governo desconsiderando os juros da dívida pública) de R$ 139 bilhões estipulado para este ano. O restante da diferença será coberta da seguinte forma: R$ 10,1 bilhões virão do leilão de usinas hidrelétricas cujas concessões foram devolvidas à União; R$ 4,8 bilhões, da reversão quase total da desoneração da folha de pagamentos, e R$ 1,2 bilhão, do fim da isenção de Imposto sobre Operações Financeiras para cooperativas de crédito. (Agência Brasil)

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Recursos do Cartão Reforma serão repassados a partir de maio

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou que os recursos do Cartão Reforma devem começar a ser repassados em maio. A previsão depende da aprovação, pelo Senado, da Medida Provisória 751/2016, que cria o beneficio. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo Araújo, os primeiros cartões serão entregues no município de Caruaru, em Pernambuco. Podem ser beneficiárias do Cartão Reforma famílias de baixa renda – com ganho bruto mensal de R$ 2,8 mil – que necessitam de reformas em casa. O programa tem orçamento inicial de R$ 1 bilhão, e a previsão do governo é atender a 100 mil pessoas na primeira etapa. O valor médio a ser distribuído é de R$ 5 mil por família. O ministro participou hoje, em São Paulo, da cerimônia de entrega de 192 moradias do Residencial América do Sul, no bairro do Grajaú, na zona sul da cidade. O empreendimento, que integra o Programa Minha Casa, Minha Vida, terá 1.188 apartamentos e deve beneficiar 4,7 mil pessoas que viviam em áreas de risco nas comunidades Alto da Alegria e Jardim Pabreu/Prainha e em áreas de mananciais das comunidades Jardim Noronha e Vila Rubi. Mudança nas regras Durante discurso na solenidade de entrega das chaves, Araújo disse que o governo federal mudou as regras do programa para corrigir o que considerou uma discriminação contra as famílias carentes de cidades pequenas do interior. “É importante lembrar que não permitiam que esse programa chegasse a municípios com menos de 50 mil habitantes, mas, com as regras novas de contratação, logo, logo o governador [Geraldo] Alckmin estará inaugurando conosco empreendimentos naquelas cidades pequenas de 3 mil, 4 mil habitantes, que também merecem o Minha Casa, Minha Vida e estavam esquecidas pelo governo federal.” Alckmin e o prefeito de São Paulo, João Doria, também participaram da entrega das moradias. De acordo com o ministro das Cidades, mais 170 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida devem ser entregues este ano. O conjunto habitacional inaugurado hoje custou R$ 118,3 milhões, sendo R$ 90,3 milhões do governo federal e R$ 28 milhões repassados pelo governo paulista. As moradias têm área total de 47,83 metros quadrados, com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. Distribuídas em 99 blocos, as casas foram erguidas dentro de um condomínio com ruas pavimentadas, jardim, iluminação pública, redes elétrica, de água e de coleta de esgoto, iluminação pública, quadra poliesportiva, playground, área de lazer, centro comunitário, espaço para estacionamento e portaria. (Agência Brasil)

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Derrota do Governo Temer na Câmara: cobrança de cursos em universidade pública é rejeitada

O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (29) a proposta de emenda à Constituição (PEC) 395/14, que autoriza universidades públicas e institutos federais a cobrar por cursos de extensão e pós-graduação lato sensu (especializações). Foram 304 votos favoráveis e 139 contrários, mas eram necessários 308 votos “sim” para aprovar a proposta, que agora será arquivada. Entre os parlamentares Pernambucanos o placar foi 17 votos pelo "sim" e 6 votos pelo "não". O texto tinha sido aprovado em primeiro turno em fevereiro de 2016, com 318 votos favoráveis e 129 contrários. A proposta autorizava a cobrança pelos cursos a critério de cada universidade. Pelo texto, programas de residência e formação de profissionais da área de ensino não poderiam ser cobrados. Algumas universidades públicas já cobram por cursos de especialização, mas a cobrança foi questionada na Justiça com base no princípio constitucional da educação pública gratuita. A PEC tinha o objetivo de encerrar a disputa judicial para autorizar as universidades a cobrar pelos cursos de extensão e especialização. Ensino gratuito O líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ), criticou a proposta por considerá-la o primeiro passo para o fim do ensino público gratuito. Ele lembrou que a secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, defendeu nesta semana a cobrança de mensalidades nas universidades e nos institutos federais. “Uma PEC para flexibilizar o princípio de que educação pública tem de ser gratuita na mesma semana da fala da secretária-executiva do MEC, que dá a entender que a graduação pode passar por cobrança. Onde a gente vai parar?", questionou. Para Glauber Braga, a proposta abriria um precedente para o fim da gratuidade também na graduação e na educação básica. A líder do PCdoB, deputada Alice Portugal (BA), também avaliou que a ressalva aos cursos de pós-graduação poderia significar uma ruptura do sistema de ensino superior gratuito. "Estaríamos abrindo a janela da gratuidade. É temerário”, alertou. Para o deputado Vicentinho Júnior (PR-TO), os alunos que precisam do ensino gratuito sairiam prejudicados caso a proposta fosse aprovada. “A PEC não faz bem à saúde da educação pública brasileira. A República não pode se esvaziar dos seus poderes, terceirizando para quem pode pagar por um curso”, afirmou. Investimentos Autor da proposta, o deputado Alex Canziani (PTB-PR) afirmou que o dinheiro arrecadado com os cursos seria investido nas instituições. “As universidades públicas, ao longo de todos esses anos, têm se utilizado desses recursos para melhorar a graduação. Esses recursos significam melhores laboratórios, ar-condicionado na sala de aula, melhores estruturas para as universidades”, declarou. Canziani explicou que, depois de várias ações judiciais questionando o pagamento, algumas universidades decidiram cancelar os seus cursos de especialização. “E quem perdeu com isso foram os alunos e a sociedade”, disse. O deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) lembrou que muitas universidades públicas estão em situação orçamentária crítica. “Esses cursos de pós-graduação criam um mecanismo de arrecadação”, disse. O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), defendeu a proposta, mas disse que as declarações da secretária-executiva do MEC defendendo a cobrança de mensalidades na graduação levaram o partido a liberar a bancada. “Essa declaração turva as águas e consideramos que não é o melhor momento para votar esta proposta devido a esta confusão”, disse. (Site da Câmara dos Deputados)

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Assembleia Legislativa vai acompanhar instalação de gestão metropolitana na RMR

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) instalou na tarde desta quarta-feira (29) a Comissão Especial do Estatuto da Metrópole, que acompanhará como os 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), acompanhados do governo de Pernambuco, estão atuando para se adequar à lei federal 13.089/2015, que estabeleceu o prazo de janeiro de 2018 para que as Regiões Metropolitanas brasileiras instituam entes interfederativos compostos de municípios e respectivo governo estadual para gerir questões metropolitanas como mobilidade, resíduos sólidos e saneamento. Composta por cinco membros titulares e cinco suplentes, a Comissão será presidida pela deputada estadual Priscila Krause (DEM) – propositora da ação – e terá o deputado Isaltino Nascimento (PSB) como relator. Também compõem o colegiado outros deputados com inserção política na RMR: Ricardo Costa (PMDB), Silvio Costa Filho (PRB) e Terezinha Nunes (PSDB), além dos suplentes André Ferreira (PMDB), Eriberto Medeiros (PTC), pastor Cleiton Collins (PP), Edilson Silva (PSOL) e Teresa Leitão (PT). “A lei federal é um avanço e vem suprir uma carência histórica, que é a gestão das metrópoles. O que vamos fazer é unir esforços para que a Região Metropolitana do Recife cumpra a legislação e passe a planejar seu futuro de forma estrutural, construindo caminhos conjuntamente. Por mais competente que seja um prefeito, há questões transversais que dependem da interação entre gestões e isso não pode ficar para depois”, explicou Priscila. Detentora de uma das mais altas densidades demográficas do País, a Região Metropolitana do Recife concentra cerca de 42% da população pernambucana e tem na mobilidade, na destinação do lixo, na saúde e no saneamento básico exemplos de problemas inter-relacionados entre as cidades fronteira. A iniciativa da Assembleia Legislativa vai ao encontro da movimentação de entidades da sociedade civil que já se movimentam pela ratificação dos instrumentos previstos na legislação federal. Na última segunda-feira (27), por exemplo, 17 entidades, entre elas o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), a Redeprocidade, a OAB-PE, o Sinduscon e a Ademi assinaram manifesto solicitando ao governador e aos 14 prefeitos da Região Metropolitana que iniciem os procedimentos em prol da criação do ente metropolitano na RMR.

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"O jornalismo me levou à literatura", afirma Cícero Belmar

O escritor Cícero Belmar foi eleito nesta semana como o novo imortal da Academia Pernambucana de Letras. Aproveitamos a ocasião para publicamos na íntegra a entrevista feita com ele na Edição 92 da Revista Algomais. Na época, a chamada da entrevista foi: "Jornalista consagrado vai firmando seu nome no meio literário, com seus contos, peças, biografias e romances". Confira a entrevista! Entre o jornalismo e a literatura, a inspiração e transpiração da produção escrita de Cícero Belmar vão marcando no mundo das letras o nome do sertanejo que como tantos outros fez a vida no Recife. Natural de Bodocó, Belmar é um apaixonado por boas histórias. A admiração pela prática de leitura do pai foi um dos motores que o levou para a faculdade de jornalismo. No Recife passou pelas redações do Diario de Pernambuco, da sucursal do Jornal do Brasil e do Jornal do Commercio, onde recebeu dois prêmios Cristina Tavares. Hoje, como escritor, sua obra é destaque na crítica e nas premiações literárias. E mesmo se considerando um escritor de poucos leitores e expondo as dificuldades daqueles que se aventuram a viver da escrita, ele ressalta com muita ênfase e saudosismo as experiências positivas que a profissão o proporcionou. Como começou a sua carreira literária? Eu comecei sempre trabalhando como jornalista. A partir daí começo a ver que trabalhamos com realidade demais, realidade dos fatos. Comecei a me cobrar uns textos melhores, mais bem elaborados, mais tendente para a literatura, para que o leitor tivesse mais prazer de ler. Na sua trajetória como jornalista, que momento você destacaria como mais relevante do jornalismo local? Estive no Jornal do Commercio num momento especial do jornalismo de Pernambuco, em fins da década de 80 e início da década de 90. Um período que o jornal deu contribuição importante para o jornalismo. Tinha uma pessoa especial só para formar o texto. Foi uma fase histórica quando havia uma preocupação em formar bons textos. E eu tive o prazer de participar desse momento. Você sente falta desse tempo? Sinto falta de fazer reportagens nesse nível, de ir para rua, apurar bem a matéria, de trazer uma boa reportagem. Talvez o dia a dia não me agradasse muito atualmente. Mas fico impressionado com uma realidade: repórter que já não é tão jovenzinho não tem espaço nas redações. E é justamente quando a gente está preparado para escrever, com muito mais maturidade. Sua alma já está mais formada, com capacidade de crítica mais apurada para investigar. Quando a gente vai melhorando, os jornais cuidam de tirar a gente das redações. Na Europa, por exemplo, você encontra muitos jornalistas com 60 ou 70 anos em atividade. O perfil dos jovens que chegam nas redações é diferente daquela época? Muita coisa mudou. O próprio processo de seleção de hoje é uma coisa que não leva em conta a técnica, a maturidade. Mas hoje os jovens estão encontrando outros caminhos para a carreira. Passa uma chuva nas redações, aprendem as técnicas e vão embora. Não ficam mais. Tudo é muito transitório hoje no jornalismo. Não só para os jornalistas, mas para os jornais também, que não sabem para onde estão indo. É um momento muito transitório. Hoje em dia, frente a este momento em que a internet avança tanto, qual o caminho para o jornalismo impresso? Acho que os jornais terão que optar por fazer um texto de mais qualidade para poder resistir as revistas e aos sites, as redes sociais. Para competir com as novas mídias é preciso ter um diferencial. E o escritor? Existe muita dificuldade de criar e publicar? Você encontra um problema grande no escritor de poucos leitores, como é o meu caso. O escritor é uma pessoa que tem uma capacidade grande de escrever, mas me questiono, o escritor tem que estar publicando? Você pode até publicar nos sites, não deixa de ser uma publicação, mas o livro em si está muito caro e é isso que dá prestigio ao escritor. As pessoas perguntam quantos livros você têm. Além de escrever, o escritor hoje tem que ter uma vida social para ser conhecido, senão está frito. E as editoras daqui? São muito boas do ponto de vista tecnológico, mas não tem distribuição nacional. Algumas se limitam ao território Recife, nem chegam a RMR. E não tem também um trabalho de marketing que apoie a distribuição. Sem essa comunicação, que leve os livros para os jornais, para a mídia, a publicação não é conhecida. Mesmo assim você é um escritor em ascensão. Sou. Acho que por conta dos prêmios, pela quantidade de livros e de peças que já fiz. Os prêmio do Fundação de Cultura do Recife e da Academia Pernambucana de Letras deram um impulso na carreira. Como é o seu processo de criação? Recortes de jornal, sempre funcionou. Sempre meu trabalho foi casado com o jornalismo. Distribuo em pastas que tenho lá em casa, acidentes, violência contra mulher, homossexualismo. É um banco de dados pessoal de recortes de jornal e revistas que me dá subsídio para criar. Pego essas histórias, coloco um personagem no meio e gero histórias muito curiosas. Você faz tudo isso no computador? Eu tive muita resistência ao computador. Passei muito tempo escrevendo a mão, pois sou da época da máquina de datilografia. O trabalho jornalistico tive menos problemas para fazer no computador, mas a produção literária passou um bom tempo à mão. Quem você admira como escritor? Hemingway, Dostoiévski, Graciliano Ramos, Jorge Amado... E dos pernambucanos? Luzilá Gonçalves, Cida Pedrosa, Gerusa Leal, Raimundo Carrero, Raimundo de Moraes, Sidney Rocha e Marcelino Freire. O que mais te deu prazer de fazer em sua obra toda? Os livros de conto e romance deram muita alegria. Recebi retornos de leitores. A mulher de um leitor, que já faleceu de câncer, me procurou para dizer que os últimos dias dele foram lendo o meu livro. Ele tomava a medicação para não sentir mais dores e quando estava sem dores, ele lia o livro. Ele gostava porque dava para rir. Esse

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Câmara aprova projeto que obriga parques a terem equipamentos de lazer adaptados

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou hoje o Projeto de Lei (PL) 3276/15, que torna obrigatória a instalação de equipamentos de lazer adaptados para pessoas com deficiência em parques e outros ambientes de uso público. O texto, de origem do Senado, foi aprovado em caráter conclusivo e poderá ir à sanção presidencial caso não haja recurso para a sua votação no plenário da Câmara dos Deputados. O projeto estabelece que os parques de diversões, públicos e privados, terão que adaptar suas estruturas em pelo menos 5% para atender pessoas com deficiência ou mobilidade reduzidas. Os equipamentos terão ainda que ser identificados seguindo parâmetros de acessibilidade universal. A medida também estende a mesma regra para “vias públicas, parques e demais espaços de uso público existentes”. (Agência Brasil)

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Circuito de teatro do Sesc completa 20 anos

Para comemorar 20 anos de atividades, o Palco Giratório, circuito de artes cênicas do Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (Sesc), inicia hoje (29) visita a 144 cidades em 26 estados e ao Distrito Federal. “O circuito, na verdade, é uma itinerância não só de grupos de dramaturgia, mas movimenta a cena contemporânea brasileira”, destacou nessa terça-feira (28), em entrevista à Agência Brasil, a gerente de Cultura do Sesc Nacional, Márcia Rodrigues. Ela informou que o projeto promove encontros entre diferentes grupos artísticos, estudantes, pesquisadores de teatro, dança, teatro de rua, teatro infantil, performances, intervenções “É um verdadeiro encontro e troca sobre o que acontece na cena cultural, na dramaturgia brasileira”, afirmou Márcia. O Palco Giratório será aberto na cidade de Campina Grande (PB), com exibição inédita de uma releitura da obra A Tempestade, de Shakespeare, pelo diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro Augusto Boal, intitulada Caliban – A Tempestade de Augusto Boal, pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Esse grupo gaúcho é o homenageado deste ano do circuito. Provocação Serão ao todo, até o início de dezembro, 685 apresentações, com a participação de 20 companhias. “São trabalhos instigantes e provocativos, uma característica do projeto”. Além de serem exibidos ao público, os trabalhos são discutidos com as comunidades. A gerente explicou que não se trata de espetáculos comerciais. São grupos experimentais e de pesquisa que vão para o palco ou para a rua “para provocar, nos desafiar em relação ao que está acontecendo no mundo contemporâneo sobre as questões humanas”. A programação do Palco Giratório é selecionada por curadores do Sesc em todo o Brasil, que se encontram uma vez por ano e durante dez dias escolhem os grupos que vão se apresentar no ano seguinte. A seleção atende a critérios como qualidade do espetáculo, pertinência dele no cenário atual, representações do Brasil e diversidade de linguagens de dramaturgia. “Tudo isso compõe a bagagem do projeto naquele ano”, comentou Márcia. Além dos espetáculos, são feitas oficinas do Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal, e exposição com a história da peça Arena Conta Zumbi, musical escrito por Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal em 1965, que relata o trabalho de resistência de Boal no Teatro de Arena, durante o período do regime militar no país. Estão previstas 1.188 horas de oficinas. Em março de 2018, começa um novo roteiro do Palco Giratório, com mais 20 grupos que vão circular pelo Brasil. “Isso já acontece há 20 anos”. Considerado um dos maiores projetos no segmento de artes cênicas nacional, o Palco Giratório registrou nesses 19 anos de existência um total de 9.526 apresentações, envolvendo grupos de teatro de rua, circo, dança, entre outras linguagens artísticas, em instalações do Sesc e outros espaços. (Agência Brasil)

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