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III Fincar anuncia programação com filmes nacionais e internacionais

Festival realiza sua terceira edição de 19 a 28 de novembro. O público poderá assistir a 47 filmes gratuitamente através da plataforma online Embaúba Play. Via assessoria de imprensa. O Festival Internacional de Cinema de Realizadoras (Fincar) anuncia a programação de filmes da sua terceira edição. O festival disponibiliza ao público 47 filmes nacionais e internacionais, longas e curtas-metragens, divididos em três mostras não-competitivas. O III Fincar será realizado no formato online, de 19 a 28 de novembro, através da plataforma Embaúba Play. Toda a programação é de obras realizadas por mulheres cis e trans, travestis, pessoas não-binárias e trans-masculinas. Nas primeiras edições o festival exibiu filmes dirigidos por mulheres e em 2021 amplia a participação de pessoas com outras identidades de gênero. O III Fincar é realizado pela Vilarejo Filmes e tem incentivo do Funcultura, Secretaria de Cultura, Fundarpe, do Governo de Pernambuco. O festival conta com conselho político formado pelos coletivos Mulheres no Audiovisual Pernambuco (Mape) e Negritude do Audiovisual PE e pelo Fórum Itinerante de Cinema Negro  (FICINE).    PROGRAMAÇÃO - O III Fincar traz uma programação com produções audiovisuais contemporâneas e históricas com investigações estéticas não-hegemônicas. Da produção audiovisual brasileira, a programação reúne filmes da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo e Sergipe. Entre os estrangeiros, o festival conta com realizações da Argentina, China, Costa Rica, Cuba, França, Irã, México, Peru, República Dominicana, Turquia e coproduções Brasil-Colômbia, Brasil-EUA, Marrocos - França - Quatar. Pela primeira vez o Fincar fará debates com realizadoras estrangeiras. Os debates serão feitos através da plataforma Zoom, com transmissão ao vivo pelo Youtube. Integrantes da curadoria farão a mediação das conversas em torno dos filmes exibidos. “Um dos aspectos positivos do formato online é que nos proporciona encontros mesmo na distância geográfica. Outro aspecto é que os debates serão gravados e isso gera um arquivo importante sobre as produções audiovisuais e suas realizadoras. O maior exemplo disso é o debate da Mostra Olar que faremos com a realizadora cubana Gloria Rolando. Glória irá conversar conosco a partir de Cuba e a conversa ficará registrada e disponível na internet para pessoas que queiram se aprofundar no trabalho dela”, ressalta Maria Cardozo, diretora do Fincar. Na Mostra Fincar são disponibilizados 38 filmes nacionais e internacionais selecionados pela curadoria do festival, incluindo um programa infantil, com classificação livre. São oito longas e 30 curtas, que ficam disponíveis gratuitamente por 48h via streaming na Embaúba Play, possibilitando que o público faça sua sessão de cinema em casa no horário que preferir. É possível assistir ao festival facilmente, sem obrigatoriedade de cadastro prévio na plataforma. O acesso pode ser por Smart TV, notebook ou celular. Duas mostras especiais com filmes históricos completam a programação disponível na Embaúba Play. Na Mostra Olar - Observatório de Realizadoras Latino-Americanas, serão exibidos cinco obras raras dirigidas pelas cineastas negras e cubanas Sara Gómez  (1942 - 1974) e Glória Rolando, que constroem, a partir de suas experiências, uma cinematografia decolonial latino-americana. Os filmes de Sara Gómez foram cedidos pelo Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). A curadoria é do Observatório de Realizadoras Latino-Americanas. Sara Gómez é realizadora negra precursora na América Latina e Gloria Rolando é uma referência na realização do cinema afrocubano desde a década de 1990.  “Selecionamos a partir destas duas cinematografias, obras que buscam construir pensamentos a respeito da racialidade em seu país, e que apesar das especificidades da história cubana, nos revelam as indissociáveis semelhanças na formação das sociedades da América Latina”, afirmam as curadoras da Mostra Olar, Cíntia Lima e Lílian de Alcântara, no texto do catálogo. Já a Mostra Mape difunde quatro filmes produzidos pelo Instituto SOS Corpo e a TV Viva na década de 80 e 90, tendo sido curada pelo coletivo Mulheres no Audiovisual de Pernambuco (Mape). "Para nós, revisitar as produções do SOS Corpo em parceria com a TV Viva é uma honra e ao mesmo tempo um dever. Os dois sentimentos se misturam porque estamos diante de um resgate de obras que compõem parte da memória da luta feminista em Pernambuco. Esperamos que o público divida conosco o encantamento em torno destes filmes, seja pelas imagens e marcantes da população brasileira, ou pela consciência de que a luta vem sendo travada há tantos anos”, assina o coletivo Mape. O catálogo do III Fincar, com textos sobre cada mostra, será disponibilizado em formato virtual para download gratuito no site do festival. CURADORIA - Para criar a sua mostra central, o Fincar formou um time de curadoria com Anti Ribeiro, Kalor Pacheco, Patrícia Yxapy, Emilly Guilherme, Luly Pinheiro e Maria Cardozo, que interagiram virtualmente durante o trabalho de seleção. Lully destaca a qualidade dos filmes diante do contexto de pandemia e da desestruturação das políticas públicas para o setor audiovisual: “A gente recebeu uma grande quantidade de filmes produzidos nesse último ano, nesse período pandêmico. Confesso que me surpreendi com a qualidade dos filmes, a qualidade inventiva mesmo de produzir ‘apesar de’. Pois me parece cada vez mais difícil, mais complicado produzir cinema hoje no Brasil”. O Fincar traz ainda “filmes fronteiriços, que bagunçam um pouco os nomes que dão para as linguagens, que transitam, misturam, recortam, fazem colagem entre as linguagens”, afirma Anti Ribeiro. A curadora Maria Cardozo ressalta que o Fincar também selecionou filmes de encontros como Pausa para o café (Brasil, Paraná, 2020, 5 min, Direção: Tamiris Tertuliano| Festival de Brasília e Festival do Rio), filmes sobre mulheres no trabalho como os curtas Pega-se facção (Brasil, Pernambuco, 2020, 13 min, Direção: Thaís Braga | Mostra Tiradentes) e Vila das mulheres pedreiras (Brasil, Pernambuco, 2019, 18 min, Direção: Nathália Machado), entre outros. Anti Ribeiro lembra ainda que algumas obras selecionadas contam com uma presença fantasmagórica. “Essa presença de uma estrutura que não se apresenta totalmente, mas que consegue ser sentida na atmosfera dos filmes. Três filmes que têm essa presença fantasmagórica e se apresentam em preto e branco são Per Capita (Brasil, Pernambuco, 2021, 15min14s | Festival de Gramado e Festival de Curtas de SP), de Lia Letícia;

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Nimbus: curta de animação pernambucano é destaque em festivais

Entre os dias 8 e 13 de setembro, ocorrerá em São Paulo a 10ª edição do Cinefantasy - Festival Internacional de Cinema Fantástico. Na lista de curtas-metragens selecionados para as mostras competitivas, destaque para a animação Nimbus, do pernambucano Marcos Buccini. No mês de julho o curta já havia participado do I Festival Nacional de Curtas do Cinema da Fundação. Nimbus tem como personagem central a conhecida figura do sertanejo em prece aos céus por chuva. No entanto, o foco da história não está na oração, nem tão pouco na resposta que logo se materializa na forma de nuvens carregadas. Está em como estas nuvens são produzidas. É quando entra em cena toda a criatividade de Buccini, que propõe sua versão futurista desse, digamos, processo de produção, guiado por operários bem peculiares no céu. Processo futurista, é verdade, quando contraposto ao cenário sertanejo. Porém, com os pés muito bem fincados no passado das máquinas à vapor e do modo de produção industrial.     Longo processo até a estreia Buccini conta que o projeto surgiu há quase 20 anos. Inicialmente, seria um clipe para a música "A Tempestade", da banda "Cordel de Fogo Encantado", mas o pouco dinheiro impossibilitou o trabalho. "Nós fizemos bonecos, cenário, mas não tínhamos um bom equipamento de captura de imagem, a câmera não era boa. Era um negócio meio precário, então, não foi pra frente.” A ideia foi colocada de lado por algum tempo até Buccini decidir fazer um curta, ao invés do clipe. Submeteu o projeto ao Funcultura, e, após passar por um longo processo de produção e pós-produção, foi, enfim, lançado. Demorou dez anos para ficar pronto. A relação de Marcos Buccini com o cinema de animação não se resume ao curta. Em 2017, o cineasta, que também é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, lançou o livro "História do Cinema de Animação em Pernambuco". Além de desvelar a história do gênero, como diz o título, a obra reflete sobre as particularidades de cada animação produzida no estado.

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Curta pernambucano mostra a força de mulheres da Ilha de Deus

Situada numa grande reserva de estuário entre os bairros da Imbiribeira e do Pina, a Ilha de Deus é exemplo de resistência. Resistência atrelada à força de mulheres que de tanto pelejar por melhores condições de vida, vêm acumulando conquistas como a construção de um conjunto habitacional e de uma ponte, cujo nome não poderia ser outro: Ponte Vitória das Mulheres. Com produção da Tarrafa Produções, o curta de estreia de Anna Andrade, Entremarés, acompanha a rotina de três irmãs que adotaram a ilha como lar e fazem do mangue fonte valiosa de sustento. Através das lentes de Adalberto Oliveira, diretor de fotografia, o tempo parece correr devagar, conforme o ritmo do vento que balança as folhas dos coqueiros e faz dançar a vegetação dos manguezais. Do brilho negro das conchas que sobram da extração do sururu ao pouso de pássaros sobre a lama do mangue, imagens que mais parecem obras de um artista plástico. Em entrevista à Revista Algomais, a diretora Anna Andrade conta detalhes do projeto e revela como sua relação com a Ilha de Deus e com os moradores do local serviu de inspiração para a realização do curta.   O que te inspirou a falar sobre a Ilha de Deus? Como surgiu o projeto? Eu moro na Imbiribeira desde pequena, tenho 35 anos. Em toda minha vida sempre ouvi falar que a Ilha de Deus era um lugar muito perigoso. Na época, ela era uma comunidade toda feita de palafita, a ponte que ligava a ilha para o lado de cá era uma ponte de madeira. Tenho vários amigos incríveis, tanto na vila quanto na ilha e cresci ouvindo histórias de violência e vivenciando outras experiencias. Sempre foi uma coisa que talvez mais nova não tenha me atentado, mas já devia ser um incomodo. Em 2009, começaram a construção da ponte Vitória das Mulheres e, na sequência, a construção do conjunto habitacional da ilha. Foi nessa época que comecei a me envolver com cultura. Sempre trabalhei com música e literatura, nunca com cinema. Em 2014, comecei a participar de várias oficinas, de roteiro, produção, direção e numa dessas oficinas decidi escrever sobre a ilha. Sempre foi muito latente a força das mulheres nesse espaço, a luta por moradia, por saneamento básico e pela melhoria da sua realidade. E quando rolou essa transformação, eu achava que não poderia falar sobre outro lugar que não a Ilha de Deus. A força da mulher é muito arraigada nesse espaço e foi isso que me motivou a escrever o roteiro do Entremarés. Qual o maior desafio enfrentado durante a produção do curta? Na verdade, não teve muito desafio, pois desde sempre tenho relação com o espaço, com a comunidade, relação estabelecida com as meninas que aparecem no curta, desde o começo da pesquisa. Não surgiram muitas dificuldades. Tive o cuidado de levar a equipe do filme para a ilha e quando fomos gravar, ficamos a semana inteira, porque uma coisa é você ir passar o dia lá, outra é dormir e acordar com os sons do lugar. A ilha é um espaço singular: na parte do conjunto habitacional há sempre muito barulho de criança, do sururu, de tudo, e quando você se desloca para os viveiros, é um oásis, é barulho de pássaros, de mato, mas também barulho de nada (nem sei se isso existe!). Gosto muito de ir pra lá e gosto muito dessa sensação do muito e do nada. Não teve muito desafio, pois a galera já sabia que eu queria fazer o filme desde 2015 e quando saí pra gravar, rolou um movimento incrível de ajuda, de companheirismo e colaboração de todos os moradores e moradoras da ilha. O maior desafio não foi produzir o filme por lá, mas sim trazê-lo para fora e fazer com que esse estereótipo de lugar violento seja quebrado.   Das histórias e vivências que você ouviu das mulheres da Ilha de Deus, qual a que mais mexeu com você? Foram muitas histórias emocionantes que talvez eu nem possa contar, pois são histórias muito particulares, de momentos em que elas abriram o coração mais do que a gente esperava e que sensibilizou muito a gente. Talvez isso esteja de alguma forma no filme. Do que aparece no curta, posso destacar dois momentos: o primeiro é o que Ginha revela que nunca teve nada e quando queria brincar de Barbie com as amigas, vinha para a Pinheiros, uma avenida perto de onde moro e que antigamente tinha casas enormes de muita gente rica que jogava muita coisa fora. Elas pegavam Barbies quebradas para brincar. Se desdobra no momento em que diz que hoje a filha tem tudo, tem Barbie, tem tablet. Outro momento pesado dos relatos das meninas é quando Sandra fala sobre a época em que a mãe delas morreu e ela tinha de ir à maré pescar para dar de comer à Rita, a caçula. Elas só podiam escolher uma refeição por dia. Se for possível revelar agora, quais os projetos para o futuro? Algum longa mais adiante? Sobre o futuro, aprovei outro curta no Funcultura deste ano, se chama Chapéu de Fogo, que é sobre a SOBAC, a Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo de Santo Agostinho. Ela já tem 67 anos em atividade, a única da Região Metropolitana. O doc vai trabalhar essa relação dos grupos de bacamarte, desse em específico, em meio a todo crescimento e empresas que se instauraram na cidade, e como eles conseguem integrar um grupo de resistência ainda nesse tempo em que vivemos.

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Janela de Cinema do Recife: pluralidade de propostas marca segundo dia de festival

Na última quinta, segundo dia do 11º Janela Internacional de Cinema do Recife, a pluralidade de propostas ditou o tom da competitiva de curtas brasileiros no cinema São Luiz. A noite também ficou marcada pela exibição do grande vencedor da 71ª edição de Cannes, Assunto de Família. Curtas intimistas como o Bup, da diretora pernambucana Dandara de Morais, e o paulista Mesmo com Tanta Agonia, de Alice Andrade Drummond, dialogaram com propostas bem diferentes como a do curta documental Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados, que acompanha três ocupações em Minas Gerais organizadas pelo MLB – Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas. No melhor estilo “câmera na mão” somos levados à tensão e nervosismo de uma noite de ocupação, experiência reforçada pela quase escuridão total.   Pluralidade confirmada pela presença do Cartuchos de Super Nintendo em Anéis de Saturno, uma viagem psicodélica guiada pelo cearense Leon Reis e da divertida ficção-científica Plano Controle. Dirigido por Juliana Antunes, o curta acompanha uma jovem em seu embate com a operadora de celular que não consegue fornecer um serviço de teletransporte (isso mesmo!) de qualidade. Após a exibição dos curtas, os realizadores participaram de um debate. Em uma das sessões mais disputadas até agora no festival, foi exibido o ganhador da Palma de Ouro deste ano, o filme japonês Assunto de Família, de Hirokazu Kore-eda. A história acompanha uma família de ladrões que resolve adotar uma menina, vítima de violência doméstica. O longa é a aposta do Japão para o Oscar 2019. O segundo dia de festival chegou ao fim com o longa Inferninho da dupla Guto Parente e Pedro Diógenes.

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