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Suape articula em Brasília obras estratégicas para ampliar competitividade portuária

Presidente do porto, Armando Monteiro Bisneto, busca destravar investimentos federais para dragagem e requalificação do molhe com recursos do PAC 3. Foto: Eduardo Oliveira/MPOR O diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Armando Monteiro Bisneto, esteve em Brasília nesta terça-feira (6) em uma série de encontros com autoridades federais para avançar nos projetos de infraestrutura considerados cruciais para a ampliação da capacidade operacional do porto pernambucano. Em pauta, estiveram a dragagem do canal interno e a requalificação do molhe de proteção dos píeres de granéis líquidos — duas intervenções estratégicas financiadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3). Na sede da Infra S.A., Armando tratou da retomada do trecho da Ferrovia Transnordestina em Pernambuco, especialmente do ramal de 8,8 quilômetros que deve conectar o porto à malha ferroviária. Em seguida, reuniu-se com o senador Fernando Dueire, a quem presenteou com a publicação comemorativa dos 45 anos de Suape. O giro institucional continuou com um almoço com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e culminou em uma reunião com o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, além de técnicos da pasta. O foco principal foi garantir o andamento de obras que prometem elevar o patamar logístico de Suape. A dragagem do canal interno, que receberá investimentos de R$ 199,7 milhões, permitirá aprofundamento de até 16,2 metros e a retirada de 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Já a requalificação do molhe externo, com valor total de R$ 123 milhões, teve 17% das obras executadas desde outubro de 2024, com previsão de conclusão em 2028. “É fundamental estar em sintonia com o ministro Sílvio Costa Filho e assessores para manter o ritmo de obras em nosso porto, que está sendo reestruturado para atrair mais operações e novos empreendimentos, gerando renda e mais postos de trabalho. E tudo isso com foco na sustentabilidade e transição energética do território”, afirmou Armando. Com movimentação de 24,8 milhões de toneladas em 2024, Suape ocupa a sexta posição entre os portos públicos do Brasil em volume de carga.

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Como anda a Transnordestina em Pernambuco?

Com obras previstas até 2029, o trecho Salgueiro-Suape da ferrovia volta à pauta como prioridade federal, mas enfrenta incertezas orçamentárias, desconfiança política e mobilizações locais por mais abrangência e integração. *Por Rafael Dantas A construção do trecho entre Salgueiro e Suape da ferrovia Transnordestina deu sinais mais claros de retomada. Após ser retirado do empreendimento em 2022, no Governo Bolsonaro, a linha pernambucana que corta do sertão ao litoral foi assumida pela estatal Infra SA que anunciou neste mês um calendário para as licitações e obras. Há, porém, preocupações quanto ao financiamento e ao longo prazo para ser concluído, pois a entrega está prevista apenas para 2029, cerca de dois anos após a linha cearense ser inaugurada. Representantes da Infra SA e da Secretaria Nacional do Transporte Ferroviário participaram de eventos promovidos pela Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco) e pela Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) neste mês, quando apresentaram o cronograma das obras e algumas informações sobre os primeiros editais. A linha entre Salgueiro e Suape foi dividida em nove lotes. Desde que assumiu o empreendimento, a Infra SA contratou a elaboração dos projetos básicos de 365 quilômetros entre Custódia e Suape e os estudos de levantamento da situação das obras já executadas entre Salgueiro e Custódia. Outra frente é a gestão fundiária e as desapropriações que já contam com empresa contratada. A estatal iniciou ainda os estudos e o licenciamento ambiental da ferrovia e está nas tratativas com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o Ministério dos Transportes e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) para formalizar a delegação da execução das obras. Depois de uma década sem obras, a Infra SA concluiu os estudos iniciais e informou que serão contratadas, ainda neste semestre, as obras para os lotes 4 e 7. O edital deve ser apresentado em agosto e o início dos trabalhos está previsto para o primeiro semestre de 2026. Esses trechos são respectivamente os 73 quilômetros entre Custódia e Arcoverde (que já tem 37% das obras realizadas) e os 53 quilômetros entre Cachoeirinha e Belém de Maria. As estimativas indicam que o custo total da obra em Pernambuco seria entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões para ficar pronto. O investimento entre Custódia e Arcoverde é de R$ 600 milhões. O lote entre Cachoeirinha e Belém de Maria tem perspectiva de aportes na ordem de R$ 620 milhões. Os demais lotes devem ter editais lançados apenas em 2026. Essa estratégia de divisão da linha por lotes permite que várias dessas obras possam ser feitas de forma simultânea, o que acelera o processo. Porém, aguardar mais quatro anos, em um cenário de crise econômica e de uma eleição presidencial no meio desse prazo, ligam um sinal de alerta na classe política e empresarial local. SENTIMENTOS CONFLITANTES Desde que a linha Salgueiro-Suape foi retirada da Transnordestina, entidades técnicas e empresariais como o Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco) e a Fiepe se tornaram vozes ativas para reversão desse cenário. Os recentes anúncios e os compromissos assumidos pelo Governo Federal e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, foram um alívio para a preocupação da exclusão do Estado da malha ferroviária da região. Ou seja, um fato a comemorar. Mas ainda existe uma desconfiança sobre o avanço das obras devido ao panorama político e econômico do País. O presidente da Fiepe, Bruno Veloso, considera que a sinalização de retomada da Transnordestina é animadora: “O presidente da Infra trouxe essa notícia de que no segundo semestre vai haver licitações e a ideia é que se iniciem as obras ainda neste ano. Isso nos deixa felizes, otimistas, porque estamos vendo que vai caminhar. Mas temos preocupações. Primeiro, por ser uma obra que deve beirar os R$ 4 bilhões. Precisamos que esses recursos estejam disponíveis para que a obra seja executada e sabemos que a dificuldade de caixa no País é grande. É necessário que as classes política e empresarial continuem lutando juntas, senão essa obra não sai”. O prazo de 2029 é considerado também longo, visto que são pelo menos mais quatro anos que os setores produtivos de Pernambuco seguirão dependendo de outras soluções logísticas de transporte rodoviário, que são mais caras. “Esse prazo longo atrapalha no sentido da urgência da obra, estamos há muitos anos aguardando-a e temos que ter em mente esse sentimento de urgência. Temos muitos setores esperando uma ligação do interior até Suape para escoar a sua produção. Temos também muitas cargas de retorno possíveis”, destacou Veloso. Um sentimento semelhante de preocupação orçamentária foi compartilhado pelo deputado estadual João Paulo, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Ferrovia Transnordestina em Pernambuco. “Estamos preocupados com o orçamento nacional, com as emendas parlamentares de R$ 50 bilhões, isso compromete os investimentos estratégicos regionais”, alertou. Ele faz a conta de que apenas 10% do que é destinado a emendas parlamentares em um ano seria mais que suficiente para executar todos os investimentos necessários da linha Salgueiro-Suape. João Paulo se mostra menos preocupado com o horizonte de 2029, mas considera que a luta dos agentes locais deve ser para que, ao menos, se cumpra esse cronograma. “Quatro anos passam num instante, como dizia Arraes. Mas precisamos garantir que essa meta seja cumprida. O cenário econômico internacional preocupa, assim como a limitação orçamentária do Governo Federal.” Em encontro promovido pela Sudene, o consultor em gestão pública Laércio Queiroz alertou para a necessidade de haver um esforço coletivo no Estado para que sejam garantidos os investimentos dessa obra. “Em nenhum momento se falou que o dinheiro (para execução das obras em Pernambuco) está garantido. E o dinheiro não está garantido. A gente precisa brigar e ajudar o Governo Federal e do Estado. Senão o trecho do Ceará funcionará em 2027 e nós só vamos ter a Transnordestina aqui em 2035 ou 2040.” O Ministério dos Transportes, que é liderado pelo ministro Renan Filho, informou por meio da sua assessoria de imprensa, que dos 544 quilômetros de extensão da linha pernambucana, 38% já foram executados.

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Sudene liberou R$ 400 milhões para avanço da Ferrovia Transnordestina

Projeto recebe novo aporte inicial dentro de aditivo de R$ 3,6 bilhões para concluir obras no Nordeste. Foto: João Lavor (TLSA). A Ferrovia Transnordestina, considerada uma das maiores obras de infraestrutura logística do Nordeste, inicia 2025 com um impulso financeiro significativo. A Sudene aprovou a liberação de R$ 400 milhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), primeira parcela de um aditivo total de R$ 3,6 bilhões destinado ao projeto. A iniciativa integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e visa fortalecer o transporte ferroviário na região. “A decisão mostra o compromisso da Sudene com esta que é a obra mais importante do Nordeste para melhorar a logística e a geração de novos negócios e oportunidade de geração de emprego e renda”, destacou Danilo Cabral, superintendente da autarquia. Porém, esse aporte é direcionado à linha que seguirá para Pecém, no Ceará. Com mais de 1.200 km de extensão, a Transnordestina conectará Eliseu Martins, no Piauí, ao porto de Pecém, no Ceará, passando por 53 municípios, incluindo áreas de Pernambuco. No entanto, o percurso estratégico que conecta a ferrovia à Suape ainda aguarda anúncios mais significativos para avançar. Desde que foi retirado do projeto original, no final do Governo Bolsonaro, o trecho pernambucano enfrenta grandes dificuldades para avançar. Durante a aprovação do aditivo em dezembro de 2024, o presidente Lula reforçou a relevância da obra para o desenvolvimento do Nordeste e destacou que ela transformará a economia regional. O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste, principal financiador, reafirma sua posição estratégica para viabilizar obras estruturantes que promovam crescimento econômico e social. O Governo Federal em diversos pronunciamentos se manifestou a garantia da continuidade da obra também em Pernambuco, mas com metade da gestão em andamento faltam mais definições para o projeto sair do papel. É importante lembrar que as obras estavam mais avançadas na linha entre Salgueiro - Suape, em comparação com Salgueiro - Pecém, quando o trecho pernambucano foi retirado da Transnordestina. Sorvetes Frosty cresce em Pernambuco e mira expansão para 2025 Pernambuco consolidou sua posição como uma das principais praças da Sorvetes Frosty em 2024, tornando-se o segundo estado com maior número de lojas da marca. Um marco importante foi a inauguração da unidade em Boa Viagem, que ampliou a presença da empresa na Grande Recife. A Frosty também fortaleceu sua operação com investimentos significativos em maquinários, como uma nova máquina capaz de produzir 20 mil picolés por hora, impulsionando a produção a 15 mil toneladas anuais. A marca cearense ampliou seu faturamento em 65% em 2024. Para 2025, a Frosty planeja abrir 54 novas lojas no estado, incluindo 40 na Grande Recife e 14 em Caruaru. O robusto plano de expansão no mercado pernambucano reflete o compromisso da marca com a inovação e a proximidade ao consumidor. “Estamos determinados a expandir nossa presença no mercado e fortalecer nossa competitividade, estando cada vez mais próximos ao nosso consumidor em 2025", ressaltou o CEO da empresa, Edgard Segantini Junior. Workshop no Recife promete impulsionar carreiras em 2025 No dia 18 de janeiro, o Recife recebe o Workshop Profissional S/A, conduzido pelo escritor, palestrante e mentor de carreiras Rodrigo Barbosa. Voltado para profissionais que desejam crescer e se destacar no competitivo mercado de trabalho em 2025, o evento acontecerá no Empresarial RioMar e oferecerá um dia repleto de conteúdo estratégico, networking qualificado e experiências transformadoras. Os ingressos estão com preço promocional de R$197 até 8 de janeiro. Uma oportunidade imperdível para quem busca alavancar sua trajetória profissional. Mais informações e inscrições: www.orodrigobarbosa.com.br/workshop-recife BBI of Chicago traz MBAs online com foco em competências para negócios O Business Behavior Institute (BBI of Chicago) consolida sua atuação no Brasil com a oferta de MBAs online focados no desenvolvimento de competências comportamentais e estratégicas para negócios. Com mais de 11 mil alunos formados desde 2018, a instituição traz programas alinhados às demandas do mercado global, incluindo o Programa de Aceleração de Carreiras (PAC), que combina ferramentas práticas e mentoria para destacar profissionais em diversos setores. "Apostamos em uma metodologia própria, inspirada nas maiores universidades americanas, como Harvard e Columbia", explica Luiz Guilherme Priolli, diretor geral do BBI. Os módulos abrangem temas como gestão estratégica, liderança, oratória e inteligência emocional, oferecendo uma formação completa para médicos, executivos e outros profissionais que buscam crescimento no mercado. Ferreira Costa inaugura outlet de utilidades com preços a partir de R$ 4,90 A Ferreira Costa da Tamarineira, em Recife, lançou um outlet de utilidades domésticas no 3º andar de sua loja, oferecendo uma ampla variedade de produtos a preços reduzidos, com itens a partir de R$ 4,90. Entre as ofertas estão taças, panelas, travessas, cadeiras de praia e caixas organizadoras, incluindo peças com pequenas imperfeições que não comprometem sua funcionalidade. A iniciativa, que combina economia e sustentabilidade, segue até 2 de fevereiro ou enquanto durarem os estoques.

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Acordo entre AGU e Prefeitura sobre Pátio Ferroviário abre caminho para parque público

Decisão judicial encerra disputa sobre limites do terreno e garante recuperação de patrimônio histórico ferroviário no Recife Um acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Prefeitura do Recife, homologado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), põe fim a uma disputa judicial envolvendo o Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, no Cais José Estelita. A conciliação, realizada em 10 de setembro, permite a construção de um parque público no local e prevê a preservação do patrimônio ferroviário. O processo judicial, iniciado em 2022, envolvia os limites da área leiloada ao Consórcio Novo Recife. O acordo, homologado pelo corregedor regional da 5ª Região, desembargador federal Leonardo Carvalho, em conjunto com o juiz auxiliar Bruno Carrá, determina que o consórcio invista R$ 21 milhões na recuperação de estruturas históricas como oficinas de locomotivas, areeiro, caixa d’água e tanque de combustível. Além disso, o consórcio indenizará a União em R$ 900 mil, regularizando a área que será de uso público, mas de propriedade privada. A área em questão, com 55,6 mil metros quadrados, corresponde a um terço do antigo terreno da Rede Ferroviária Federal, extinta em 2007. O Pátio Ferroviário, que contém construções datadas de 1858, foi incluído em 2015 na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário pelo Iphan. Os outros dois terços da área foram leiloados em 2008, onde atualmente está em construção o projeto imobiliário Novo Recife. Segundo o procurador regional da União na 5ª Região, Jefferson Vieira, o acordo é uma solução equilibrada que atende "tanto aos interesses do patrimônio público quanto à preservação da memória ferroviária do país." Com a homologação, as intervenções urbanísticas e a preservação do patrimônio devem começar nos próximos meses, transformando o Pátio Ferroviário em uma área de convivência pública no centro do Recife.

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Transnordestina: empreendimento entre Salgueiro e Suape agora engatou?

O lançamento do edital para elaboração do projeto executivo do trecho pernambucano torna mais factível a sua construção. Mas especialistas alertam para a necessidade de obra ser concluída ainda no mandado do presidente Lula *Por Rafael Dantas A rota da Transnordestina, que era de abandono da linha pernambucana, vai ganhando um percurso mais visível de volta para Suape. O vagão do desânimo dos empresários e técnicos que esperavam pelo empreendimento, aos poucos, vai dando espaço a uma carga de otimismo. Os recursos anunciados de R$ 450 milhões do PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) e o lançamento do edital para projeto executivo pela Infra SA são passos importantes para esse trem engatar. Mas há muitos trilhos a serem percorridos até que essas locomotivas voltem a circular em Pernambuco. O volume de recursos para concluir as obras entre Salgueiro e Suape é estimado entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões. O valor até agora sinalizado, em torno de 10%, é ainda distante do necessário, mas importante para tracionar o retorno das obras no empreendimento. “O Governo Federal colocou recursos do PAC no trecho Salgueiro-Suape para fazer essa obra. E agora ela vai ser executada com verbas do Orçamento Geral da União”, afirmou Danilo Cabral, superintendente da Sudene, no evento Crea Convida, que discutiu a pauta da Transnordestina na sede da Fiepe. A própria Superintendência deve ser um dos caminhos para destravar novos financiamentos para a obra, como já tem contratos assinados com o trajeto que segue para Pecém, no Ceará. Além dos recursos, algumas indefinições importantes já foram resolvidas. A Infra SA, por exemplo, lançou o edital para contratação do projeto básico executivo. Nesta semana a Geosistemas Engenharia e Planejamento venceu o pregão eletrônico, com uma proposta de R$ 12,4 milhões para realizar o serviço. O momento atual é de análise das documentações necessárias. Ao se confirmar o arremate e quando o contrato for assinado, a empresa terá quatro meses para entregar os 55 primeiros quilômetros do projeto. A Infra SA poderá iniciar a licitação para as obras assim que receber essa primeira entrega. O horizonte de 2024, portanto, é real. Ao todo, a corporação vencedora irá desenvolver o projeto básico/executivo de 520 quilômetros da ferrovia no Estado. O cronograma previsto para o início da ordem de serviços para o trecho pernambucano da ferrovia, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, era de 30 de setembro. Ele antecipou essa previsão ainda em janeiro deste ano, durante a cerimônia de retomada das obras da Rnest (Refinaria Abreu e Lima). O vencimento dessa etapa foi comemorado pelo Governo do Estado. "Vemos com muita alegria o vencimento de mais uma etapa importante na retomada das obras do trecho Salgueiro - Suape. O que tínhamos acordado entre o Governo Raquel Lyra e o Governo Federal era justamente o cumprimento desta etapa para que a gente possa dar conformidade aos projetos de forma a ser entregue a uma nova executora da obra”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti. “O Governo Federal cumpriu à risca aquilo que tem combinado conosco e, da nossa parte, a gente vem dando todo o suporte necessário para que essas etapas sejam vencidas”. A expectativa do secretário é que diante dos novos projetos, a Infra SA em breve possa mobilizar um novo canteiro para retomar a atividade da obra. “Isso dará à ferrovia um grau de concretude que nos permitirá, a partir daí, desenhar os novos modelos de concessão que vão viabilizar a sua construção por completo", afirmou Guilherme. Para o trajeto (Salgueiro-Suape), que foi amputado em dezembro de 2022 da Transnordestina, não tendo mais uma empresa concessionária para a execução das obras e sem nenhum real no horizonte, o cenário mudou muito. A chegada da Infra para a gestão do projeto, os prometidos recursos no PAC e a iminente contratação do projeto executivo deram a musculatura de realidade ao empreendimento. “Agora temos que acompanhar a licitação, o passo a passo, a ordem de serviço, o início dos trabalhos e monitorar. Queremos que o projeto executivo seja o melhor possível. O momento é de entregar os produtos e viabilizar os recursos para a obra. É uma caminhada de muitos passos. Estamos dando alguns, mas não chegamos no final”, afirmou o presidente do Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), Adriano Lucena. No monitoramento do PAC, o trecho pernambucano da ferrovia se encontra em duas alíneas. Em uma delas, o empreendimento está na modalidade de construção, na classificação em obras, mas numa situação de ação preparatória. Na outra, está classificada como “estudo/projeto/plano”, também na situação de ação preparatória. Nas duas, estão citados pela Casa Civil, os municípios de São José do Belmonte, Serra Talhada, Custódia, Arcoverde, Pesqueira, Cachoeirinha, Belém de Maria e Ribeirão. DEFINIÇÕES IMPORTANTES NO RADAR DA SOCIEDADE Durante o Crea Convida, o engenheiro e professor da Unicap, Maurício Pina, levantou quatro questionamentos relevantes sobre a retomada das obras de ferrovias no Nordeste, especialmente em Pernambuco. Um deles é a preocupação em relação à mudança do percurso da linha em direção à Suape. “A questão do novo traçado entre Salgueiro e Suape nos preocupa. Quando esse edital de licitação foi lançado, foi dito, com muita ênfase, que haveria um novo estudo. Um traçado novo, completamente diferente do anterior, envolve questões ambientais, questões de desapropriações. A Petrobras tem interesse em construir terminais de derivados em cidades polos, como Caruaru, Arcoverde, Serra Talhada e Salgueiro. Na medida que o traçado se afastar demais do que havia sido concebido, isso vai trazer problemas”, adverte o engenheiro. Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, no final de abril, o ministro da Casa Civil Rui Costa, respondendo a uma pergunta da senadora Teresa Leitão, afirmou que devido às construções que foram realizadas no traçado original da ferrovia, será necessária uma adequação antes da continuidade das obras. “Estamos reavaliando todo o traçado até chegar ao Porto de Suape, em especial na chegada, porque mesmo com a obra em andamento se autorizou a construção de conjuntos habitacionais. Essas intervenções urbanas

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Algomais 219 maio

A saga da volta de Suape à ferrovia Transnordestina

*Por Rafael Dantas O trem da história que parecia levar a Transnordestina para distante de Suape começa a sinalizar uma mudança de destino. Atualmente, apenas o trecho de Eliseu Martins (no Piauí) até Pecém (no Ceará) ainda está assegurado no empreendimento. No entanto, o ministro dos Transportes Renan Filho fez durante sua passagem no Recife as declarações mais contundentes sobre a decisão política de manter a linha Salgueiro-Suape no projeto. Do pronunciamento para a assinatura dos contratos e a realização das obras há ainda um percurso sinuoso a ser atravessado, mas agora com uma expectativa mais positiva para Pernambuco de enxergar o final desse túnel de incertezas do modal ferroviário. As declarações de Renan Filho causaram otimismo entre os pernambucanos, com grandes manchetes. Porém, a mesma decisão já havia sido informada em uma visita aos senadores pernambucanos há um mês. A ênfase do posicionamento do Governo Federal e os caminhos indicados pelo ministro indicam que alguns passos foram dados nessas semanas. No dia 12 de abril, o ministério havia informado à Algomais que pretendia fazer um estudo de alternativas de ações para a retomada do trecho pernambucano. Inicialmente, isso seria feito pelo próprio ministério e suas vinculadas, como a Infra SA. Os caminhos apresentados por Renan Filho sinalizam as alternativas. “O presidente Lula, diferentemente da decisão anterior, não vai permitir que Pernambuco fique de fora. Vamos buscar outras alternativas para atrair outros investidores privados, ou mesmo se não tiver essa alternativa, o Governo vai tocar o trecho de Pernambuco com recursos públicos federais, para que a gente tenha a condição de integrar o Nordeste como todo”, informou o ministro em entrevista para uma TV local. “(O trecho) de Salgueiro até o Porto de Suape pode ser feito por recursos privados, se houver interessados, tem até uma autorização que pode ser viabilizada, ou ser feito concomitantemente com recursos públicos. Não vai esperar o outro trecho ficar pronto. O governo pode iniciar, inclusive já. Precisa ser feita uma tratativa, porque o projeto é da concessionária. A gente precisaria discutir todas essas questões, mas isso já está em discussão”. São três caminhos mapeados. Um novo investidor privado para o trecho pernambucano da concessão à Transnordestina, a execução pelo próprio poder público da linha Salgueiro-Suape ou a viabilização de uma autorização ferroviária do porto pernambucano até o entroncamento de Salgueiro. A Bemisa conquistou no ano passado uma autorização para construir a ferrovia de Suape até Curral Novo (Piauí). As indicações da discussão em andamento, no entanto, indica uma autorização apenas até Salgueiro, evitando assim duas ferrovias seguindo em paralelo desse município até o Piauí. A volta da concessão à TLSA, como era antes do aditivo assinado em dezembro que retirou o trecho pernambucano, não está descartada, mas é uma alternativa que foi muito criticada durante a primeira audiência pública realizada na Alepe sobre o empreendimento. Resolvido esse passo inicial, de decisão sob qual modelo será construído a linha pernambucana, o seguinte é a viabilização do financiamento das obras em Pernambuco. Mesmo no Ceará, que tem a TLSA como concessionária, os recursos totais para conclusão das obras ainda estão em discussão. Para o trecho cearense, a CSN, grupo que controla a TLSA, estimou necessidade de R$ 7,9 bilhões para finalizar a obra. Em Pernambuco, a conclusão dos 206 quilômetros demanda um investimento previsto de R$ 5 bilhões, segundo declarações do ministro Renan Filho. Nesta semana, o presidente do BNB (Banco do Nordeste do Brasil), Paulo Câmara, informou que a instituição pode ser um dos caminhos para viabilizar o financiamento das obras. “A gente sabe da importância da Transnordestina para Pernambuco, Ceará e Piauí e queremos participar do empreendimento nestes três Estados porque sabemos da importância dele para o desenvolvimento da região”, afirmou o presidente em um encontro promovido pelo Ciepe (Centro das Indústrias de Pernambuco). Ele indicou que no momento em que o investidor privado, a exemplo da Bemisa, iniciar a construção, o BNB vai ajudar. O montante necessário para cobrir os dois ramais, no entanto, exige mais fontes de financiamento. A CSN fala em buscar financiamento de R$ 3,5 bilhões do FNDE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste), mais R$ 800 milhões do BNB, que já estariam aprovados, mas não liberados. A própria CSN entraria com R$ 3 bilhões e o restante seria buscado junto ao BNDES. Mesmo entre os cearenses há dúvidas sobre a engenharia financeira para concluir a Transnordestina, como explicou o deputado José Airton Félix Cirilo (PT-CE), durante reunião da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, realizada neste mês. “Infelizmente esse processo vem sofrendo muita descontinuidade, algumas por falta de recursos. Outras, ao meu ver, em função da própria empresa, porque ela não iniciou as obras do começo, que era em Eliseu Martins. Começou do meio, para não chegar no início nem no final. Uma coisa meio complicada. Não sei qual foi a estratégia da empresa. Essa obra vem perpassando quatro governos e não conseguiu sua conclusão, nem na parte do Piauí, nem na parte do Ceará, muito menos em Pernambuco.” Apesar do anúncio do Governo Federal de retomada do trecho pernambucano do empreendimento, o economista e professor do Unit-PE, Werson Kaval, acredita que o percurso ainda é longo. “Existe horizonte, mas a negociação não deve ter prazo tão curto. Acredito que seja de um a dois anos para a negociação sair”. Entre as alternativas postas à mesa, ele avalia que um consórcio público seria o melhor caminho. “A esfera pública é a maior fornecedora de infraestrutura para que o Estado cresça. A Transnordestina é um projeto de desenvolvimento regional, a definição por um consórcio público seria a melhor saída”. Werson avalia que o consórcio pode ser realizado em parceria com uma empresa privada ou mesmo entre entes públicos. “Se a gente pensar, quanto mais instituições, pessoas, Estados e esferas envolvidos, maiores as dificuldades. Entendo que do ponto de vista público, se pudesse ser feito pelo Governo Federal em parceria com Governo Estado seria a melhor saída”. MOBILIZAÇÃO PELOS PRÓXIMOS PASSOS O deputado federal Pedro Campos, vice-presidente da Frente Parlamentar

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Cresce mobilização política por ramal da Transnordestina até Suape

Nesta reportagem da série Era uma vez uma ferrovia, o destaque é a articulação política suprapartidária de Pernambuco para manter o trecho Salgueiro - Suape da Transnordestina. O senador Humberto Costa é um dos integrantes e assegurou que o compromisso do presidente Lula é trabalhar para garantir o ramal. *Por Rafael Dantas A insatisfação é o sentimento que tomou os poderes Executivo e Legislativo de Pernambuco após o abandono da conexão Salgueiro-Suape da Transnordestina. Nessa locomotiva política de defesa dos interesses públicos da região estão parlamentares da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal e do Senado, além do Governo do Estado e da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco). O imbróglio envolvendo a almejada ferrovia conseguiu unir no mesmo vagão uma frente ampla de partidos políticos que prometem até judicializar a questão caso não consigam garantir a construção do ramal pernambucano. Após a primeira reportagem da série Era uma vez uma ferrovia, foi criada na Assembleia Legislativa a Frente Parlamentar em Defesa da Ferrovia Transnordestina em Pernambuco. Em breve será anunciada uma audiência pública para tratar da mobilização em torno da defesa da complementação do trajeto de Salgueiro até Suape. “Estamos conversando com a bancada federal. Faremos reuniões com as pessoas que defenderam a ferrovia no Governo passado e com quem está responsável por essa pauta na nova gestão de Raquel Lyra e vamos articular reuniões com o Governo Federal e seus ministérios no sentido de garantir a retomada das obras no ramal de Pernambuco”, articula o deputado João Paulo (PT), presidente da Frente. João Paulo revela que já teve reunião com a Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco) e a frente vai articular também a participação com os prefeitos dos municípios que serão beneficiados pelas obras e operação da ferrovia. Outro integrante da Frente Parlamentar, o deputado Renato Antunes (PL), defende que a pauta da Transnordestina é suprapartidária. Ele considera também que caso não haja avanço pela via administrativa e política, os deputados pretendem judicializar esse processo, questionando o aditivo assinado pela TLSA e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). “Essa é uma temática que não tem bandeira partidária, não tem ideologia. Toda a Alepe está mobilizada para a Transnordestina ser priorizada. A Frente Parlamentar é um colegiado de deputados que defendem a mesma ideia. Um dos nossos intuitos é fortalecer esse debate junto ao Governo do Estado e ao Governo Federal. Pelo que vi, é uma prioridade do Governo Raquel Lyra, que já esteve em Brasília tratando dessa pauta. Agora esperamos que o presidente, que é pernambucano, trate Pernambuco com deferência, para que seja realmente construído o eixo Salgueiro-Suape, que é fundamental para escoar cerca de 30 milhões de toneladas de carga por ano”, afirma o deputado Renato Antunes, que esteve em Brasília nesta semana tratando de três pautas, uma delas é a da ferrovia. O senador Humberto Costa (PT) ressaltou a diferença entre os portos de Suape e de Pecém e sinalizou que o Governo Federal está engajado para o projeto ser viabilizado também no ramal pernambucano. “O Porto de Suape tem condição de ser um instrumento fundamental no escoamento da produção e, inclusive, tem um potencial para ser muito maior do que o porto do Ceará. O Governo Federal também está empenhado na obra e não há qualquer concordância com a possibilidade de o trecho que vai até Suape não fazer parte da Ferrovia. O nosso compromisso e o do presidente Lula é trabalhar para garantir o ramal”. ALTERNATIVAS DE LUTA PELA FERROVIA Questionado se a Frente Parlamentar defenderia o retorno do trecho Salgueiro-Suape à TLSA ou se os parlamentares defendiam que outra empresa assumisse o projeto, João Paulo disse que a preocupação dos deputados é que a ferrovia seja construída, independente de qual seja a empresa executora. “Quem vai definir a empresa é o Governo Federal. Nossa preocupação é no sentido de discutir alternativas para viabilizar a rota até o porto de Pernambuco que, segundo especialistas, pode perder importância, caso fique de fora da malha ferroviária. A ausência da ferrovia impede seu desenvolvimento e reduz sua competitividade. O apoio político por Suape em nosso Estado é unânime. Vai da Federação das Indústrias a sindicatos”. O deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos) considera que a alternativa à TLSA, que já declarou não ter interesse em Pernambuco, já foi costurada e se chama Bemisa. “A alternativa está feita, posta, acertada. Precisa ser executada. Quando a concessionária TLSA começou a demonstrar que não queria fazer o ramal para Pernambuco, fomos ao ministro para encontrar uma alternativa. Dissemos que Pernambuco não poderia ser prejudicado. Foi encontrada a Bemisa, que explora minério de ferro e é a viabilidade econômica da ferrovia. Agora é preciso consolidar esse acerto para que a empresa toque esse investimento no trecho Salgueiro-Suape”. Coutinho afirmou que o próximo passo é da governadora Raquel Lyra alinhar com a Bemisa a continuidade do que foi acertado no ano passado. O projeto prevê investimentos de R$ 10 bilhões no empreendimento, incluindo a ferrovia, o terminal de minérios de ferro em Suape e melhorias para a mineração no Piauí. Também integrante da Câmara Federal, o deputado Pedro Campos (PSB) destacou o papel integrador regional da ferrovia para justificar a defesa por Pernambuco e defendeu uma atuação da bancada do Nordeste nesta pauta, por meio de uma frente parlamentar regional, que já foi requerida. “A Transnordestina é uma obra essencialmente de integração nacional. Não há integração nacional se algum dos Estados contemplados no projeto original for excluído. Pernambuco, Piauí e Ceará devem estar unidos nesse diálogo e na luta por essa obra, que é tão estruturante e estratégica para o desenvolvimento regional. A bancada do Nordeste deve convergir forças para defender a conclusão do projeto original em sua integridade, incluindo o ramal Salgueiro-Suape. Existem várias alternativas para viabilizar o financiamento dessa construção, que precisam ser discutidas em maior profundidade”. O deputado informou que no último dia 15 de março foi protocolado, na Câmara Federal, um requerimento para a recriação da Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste, após a assinatura de apoio de

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"Não se pode, em hipótese alguma, excluir o trecho até Suape da Transnordestina"

Adriano Lucena, presidente do Crea-PE, fala das articulações para mobilizar setores de Pernambuco em defesa da manutenção do ramal que conecta Suape à Transnordestina. Ele explica os motivos que embasam a manutenção do trecho que liga o porto à ferrovia e afirma estar esperançoso de que o problema será solucionado. D esde que assumiu a gestão do Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco), a nova direção da entidade decidiu voltar-se para os problemas que afligem a sociedade, destacando o papel social dos engenheiros. Questões como moradia, mobilidade, prejuízos provocados pelas enchentes têm sido alvo de ações da entidade. E foi dentro dessa linha de atuação que o Crea-PE se engajou na defesa da manutenção do ramal do Porto de Suape da Transnordestina. O trecho de Salgueiro até o porto pernambucano foi excluído num aditivo de contrato assinado entre a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a empresa TLSA (para compreender detalhes desse tema confira a matéria de capa da edição anterior da Algomais). Nesta entrevista de Cláudia Santos com o presidente do conselho Adriano Lucena, ele fala sobre as conversas que tem mantido com outras entidades como o Sistema S, sindicatos, políticos e universidades, para construir uma mobilização em prol do porto pernambucano. Também tem mantido conversas com as secretarias estaduais, mas ressalva que precisam “avançar mais com a participação efetiva do gabinete da governadora”. O presidente do Crea-PE ressalta as razões técnicas que conferem a Suape ter a conexão com a ferrovia e se diz esperançoso com o surgimento de uma solução por parte da gestão do presidente Lula. “Nós estamos falando do aditivo assinado no governo passado. Nós mudamos essa página. Hoje, quem está no governo é quem idealizou a ferrovia em 2006”, analisa Lucena. Confira a seguir a entrevista: Qual é a posição do Crea-PE sobre o aditivo que foi assinado entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres e a empresa TLSA que exclui o ramal da Transnordestina para Suape? Foi um equívoco a assinatura desse aditivo. Não se pode, em hipótese alguma, excluir o trecho de Salgueiro a Suape. Esse trecho, como bem colocado na reportagem da Algomais, tem uma extensão menor em comparação à Pecém, e abrange o maior porto do Nordeste que é o Porto de Suape. Então, não tem o menor sentido esse aditivo. Precisamos da mobilização da sociedade organizada em Pernambuco. Não só do Crea, mas do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), dos diversos conselhos, do Sistema S, dos políticos, para que possamos mostrar à sociedade brasileira uma forma eficiente de utilizar esses recursos que são dos brasileiros. E uma forma eficiente de realizar essa entrega é fazer o percurso até Suape. Que tipo de mobilização o Crea-PE tem feito nesse sentido? O Crea tem buscado debater esse assunto com o Sistema S, com Bernardo [Peixoto, presidente] da Fecomércio, com o Sinduscon-PE (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco), com o Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva). Temos buscado conversar com o mundo empresarial e também com universidades. Inclusive, sexta-feira passada (dia 10), estivemos em Petrolina conversando com o reitor da Univasf para que pudéssemos ter uma ação de forma organizada e programada, com uma cronologia para que possamos ter ações imediatas. Estava conosco em Petrolina o deputado Lucas Ramos. Essa ação tem que envolver todos os pernambucanos, em todas as frentes para que Pernambuco não seja prejudicado e não é só Pernambuco não, para que o Nordeste não seja prejudicado, porque a construção do ramal para Suape será muito boa não só para Pernambuco, mas para toda a região. Como vão as articulações do Crea com o governo estadual para uma mobilização em favor da construção do ramal da ferrovia para Suape? Conversamos com as secretarias afins ao tema, como Desenvolvimento Econômico, Mobilidade e Infraestrutura. Entendemos que precisamos avançar mais com a participação efetiva do gabinete da governadora. E quais são os próximos passos? Vamos fazer seminários, promover debates, para mostrar que do ponto de vista técnico e econômico temos o melhor traçado, e o melhor porto para que a ferrovia possa chegar. Também não pode ser um debate ou ações de palavras jogadas ao vento, precisamos ter ações concretas para mostrar a importância de concluir o traçado até Suape, mostrarmos por que temos o melhor traçado, porque ele é mais eficiente do ponto de vista econômico, ambiental e social. Essas ações têm que estar juntas, ligadas, como uma corrente, com cada peça conectada para que a gente possa tornar isso cada vez mais forte. O senhor conhece o embasamento técnico que levou a esse aditivo? Do ponto de vista técnico, o que a gente tem conhecimento, até o momento, é que o traçado até Suape, é mais vantajoso por oferecer um percurso mais curto em 100 km. Numa viagem de ida e volta, a redução é de 200 km. Além disso, Suape hoje é o melhor porto do Nordeste. Então nós não conseguimos identificar o porquê de não utilizar o traçado de Suape do ponto de vista técnico, econômico e social. A TLSA e a ANTT anunciaram que embasaram o aditivo num estudo da consultoria Mckinsey… Até o momento eu não conheço alguém que tenha conhecimento desse estudo e em todas as abordagens levamos em consideração os elementos postos no mundo técnico que mostram que o traçado até Suape é muito mais eficiente do que qualquer outro porto. A TLSA construiu a ferrovia de Eliseu Martins, no Piauí, até Salgueiro e pretende construir o restante do trajeto até Pecém. A Bemisa mostrou interesse em completar o percurso de até Suape. Qual a melhor solução para realizar o transporte de carga das duas empresas? Se a Bemisa ficar responsável para concluir o traçado até Suape, o ideal seria que ela utilize o percurso da TLSA até Salgueiro. Eu vejo como uma coisa muito ignorante do ponto de vista da modernidade fazer uma ferrovia duplicada, paralela a uma já existente. Então, a Bemisa utilizando

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7 fotos para celebrar os 50 anos do Museu do Trem do Recife

*Por André Cardoso Inaugurado em 25 de outubro de 1972, o Museu do Trem do Recife é um dos mais tradicionais da capital pernambucana e está completando 50 anos em 2022. Sendo um dos primeiros museus ferroviários criados no Brasil, foi criado por iniciativa do Emerson Jatobá, Chefe da 3ª Divisão Nordeste da RFFSA, com o apoio do sociólogo Gilberto Freyre, através do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, atual Fundaj. Consolidou-se como um dos principais centros de preservação da memória ferroviária do país. Reunindo um importante acervo da antiga rede de ferrovias nordestina, o espaço conta a história de nossas estradas de ferro e seus impactos sociais e espaciais no desenvolvimento de Pernambuco. O museu promove ações diversas voltadas à difusão e à valorização do patrimônio ferroviário, se constitui como um espaço de aprendizado e de outras experiências enriquecedoras. Desde sua inauguração, está sediado na Estação Central do Recife, cartão-postal recifense e que teve sua construção finalizada em 1888 pela Estrada de Ferro Central de Pernambuco. No início do século XX, sob a gestão da companhia inglesa Great Western of Brazil Railway, passou a ser o principal terminal ferroviário da cidade para os trens de passageiros. Durante quase 100 anos, foi uma das principais estações ferroviárias do Nordeste. Em suas plataformas partiam e chegavam trens de passageiros de cidades da Zona da Mata, Agreste e Sertão do estado, bem como de outros estados nordestinos como Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, bem como do antigo sistema de trens urbanos do Recife que antecedeu ao Metrô. A partir de 1972, a Estação Central tornou-se sede do Museu do Trem, ao mesmo tempo que continuava operacional sob a gestão da Rede Ferroviária Federal S/A. Em 1983 a estação foi desativada para a construção do Metrô do Recife, sendo mantido o Museu. Em 2014, o Museu do Trem foi totalmente reestruturado, passando a ocupar todo o prédio. Em reforma desde maio desse ano, a Estação Central será reaberta ao público no próximo ano, trazendo de volta todo o conteúdo e as atividades presenciais do Museu do Trem, que nesse momento tem dado sequência à sua programação com atividades virtuais e com a exposição itinerante “Pare, Olhe, Escute: Os Caminhos do Patrimônio Ferroviário de Pernambuco”. *André Cardoso é historiador, mestre em História Social da Cultura Regional pela UFRPE e coordenador de Ação Educativa do Museu do Trem do Recife

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Porto de Suape receberá Novo Terminal de Minérios, com investimento de R$ 1,5 bilhão

Empreendimento do Grupo Bemisa projeta a abertura de mais de 3 mil postos de trabalho diretos e indiretos durante as obras (Fotos: Aluisio Moreira/SEI) A Planalto Piauí Participações e Empreendimentos, integrante do grupo Bemisa Brasil, fez hoje de forma conjunta com o Governo de Pernambuco o anúncio da construção de um Terminal de Granéis Sólidos Minerais no Porto de Suape. A empresa mineradora é a mesma que possui autorização pelo governo federal a implantar e explorar a Ferrovia do Sertão, que terá 717 quilômetros entre Curral Novo (PI) e o porto pernambucano. O aporte para a implantação do projeto é de R$ 1,5 bilhão. A previsão de início das operações é de 2027. A Bemisa tem a expectativa de movimentar anualmente 13,5 milhões de toneladas de minério de ferro no terminal. A área do empreendimento é de 51,8 hectares e a obra, que tem previsão de início para o ano de 2025, vai gerar mais de 3 mil empregos, entre diretos e indiretos. Durante a operação, serão 400 empregos. O terminal está localizado dentro dos limites da Zona Industrial Portuária (ZIP), na Ilha de Cocaia, e o sistema logístico, viabilizado a partir da implantação do empreendimento, apresenta-se como alternativa à conclusão da Ferrovia Transnordestina até o Porto de Suape. “Será mais uma opção logística fundamental, que vai baratear custos e dar uma condição de desenvolvimento para vários setores da economia de Pernambuco. Esse novo terminal também vai potencializar ainda mais a utilização de Suape, ou seja, outros estados e até países terão no porto um novo escoamento de produção, agora através da logística ferroviária”, destacou o governador Paulo Câmara. Roberto Gusmão, diretor-presidente do Porto de Suape, destacou alguns dos setores produtivos de Pernambuco que poderão ser beneficiados com a operação da ferrovia, ganhando maior competitividade também. “Somos o principal porto do Nordeste e concentrador de cargas, atualmente distribuídas pelo modal rodoviário e por cabotagem. Com a malha ferroviária, o porto poderá movimentar desde os grãos de soja de Matopiba, na região entre os Estados do Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão, até as frutas do São Francisco e a gipsita do Sertão do Araripe, além de interiorizar cargas como combustíveis, gás de cozinha, cargas conteinerizadas, veículos, entre outras mercadorias, consolidando sua integração à rede logística da região”. De acordo com dados apresentados hoje pela Bemisa, o terminal terá capacidade de recebimento e embarque de 50 mil toneladas de minério por dia, além de um volume de estocagem no pátio de até 780 mil toneladas. A operação tem previsão de arrecadar R$ 617,2 milhões em tarifas portuárias e um total de R$ 184,5 milhões pelo arrendamento da área durante a vigência do contrato, que é de 30 anos. “Pernambuco foi um Estado que sempre nos recebeu muito bem, e o governador Paulo Câmara foi essencial para isso. A gente já vem discutindo há alguns anos sobre essa possibilidade, que hoje culminou na assinatura do contrato de arrendamento”, ressaltou o CEO da Bemisa, Augusto Lopes.

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