Arquivos orgânicos - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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O que você come tem veneno?

Incluir frutas, legumes e verduras nas refeições não é suficiente para se falar de uma alimentação saudável. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), 70% dos alimentos consumidos in natura do País estão contaminados por agrotóxicos. “É alarmante que mais da metade das substâncias usadas aqui são proibidas nos Estados Unidos e nos países da União Europeia. Somos campeões de uso de agrotóxicos, mas não de fiscalizar a sua utilização. Não se pode falar de bem-estar sem pensar nas escolhas que fazemos cotidianamente, naquilo que a gente consome, principalmente o alimento”, alertou Renata Nascimento, diretora do Tulasi Mercado Orgânico durante sua palestra no CAM Bem-Estar. Defensora da causa da agroecologia, Renata Nascimento explica que o ciclo de produção de alimentos ancorado no latifúndio e na monocultura foi responsável pelo surgimento de pragas e, consequentemente, de agrotóxicos. “A monocultura aumentou o desmatamento e reduziu a biodiversidade dos ecossistemas. Sem os inimigos naturais, vieram as pragas, que são combatidas justamente com essas substâncias nocivas à nossa saúde. Esse sistema gerou também a contaminação do solo e das águas, numa deterioração da cadeia alimentar e da saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores”, aponta Renata. A agroecologia caminha no sentido contrário a esse modelo. É uma ciência e prática social que propõe a criação de ecossistemas produtivos preservadores da natureza, sendo socialmente justos e economicamente viáveis. Há no Brasil e em Pernambuco experiências do cultivo de agroflorestas, que são sistemas produtivos que imitam a natureza. O solo coberto por vegetação e a mescla de várias espécies de plantas e árvores na mesma área são algumas de suas características, além da dispensa do uso de agrotóxicos. “No conceito de Ernst Gotsch, uma das referências no País sobre o assunto, trata-se de uma visão da agricultura que reconcilia o ser humano com o meio ambiente”, informou Renata. A empresária, além de comercializar produtos orgânicos em feiras que promove no Mercado Tulasi e por e-commerce, também incentiva produtores familiares a trabalhar no sistema de agrofloresta. Um dos momentos emocionantes da sua apresentação foi quando pediu para esses agricultores subirem ao palco do CAM Bem-Estar. As vantagens do produto orgânico também foram ressaltadas na palestra da nutricionista Virgínia Campos que abordou seus efeito benéfico à saúde. “O alimento só pode dar ao corpo aquilo que ele encontra no solo. O cultivo orgânico tem mais imunidades, minimizando o uso de defensivos. Quando há necessidade dessas substâncias, utilizam-se as não-tóxicas, provenientes das plantas. Os pesticidas intoxicam o corpo, abrindo portas para doenças autoimunes, infertilidade e até câncer”, afirma a especialista. . . Uma vez intoxicado, o organismo não consegue funcionar de forma adequada. “Isso significa que haverá mais inchaço, enxaquecas e que o metabolismo do corpo fica mais lento. O alimento deve ter energia para trazer vitalidade e não veneno para matar tudo, incluindo o ser humano. Deve-se preferir alimentos frescos e orgânicos. Pode-se economizar em outros produtos, mas jamais na qualidade daquilo que é matéria-prima para saúde: o alimento”, defende a nutricionista. Um estudo do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, que analisou a alimentação de quase 70 mil pessoas, apontou que aqueles que praticam uma dieta à base de orgânicos reduziram em 25% o risco de desenvolvimento de câncer em geral. Em alguns tipos específicos de tumores malignos, a redução da incidência chegou a mais de 70%, quando comparada com o grupo da população que nunca se alimenta com produtos sem agrotóxicos. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, que durou mais de quatro anos com adultos franceses, relacionaram o risco de câncer com a quantidade de agrotóxicos e pesticidas inseridos no processo de cultivo dos alimentos. No Brasil os dados também são alarmantes. “O número de mortes e de intoxicação por agrotóxicos no País dobrou nos últimos 10 anos”, salientou Renata. Esses indicadores são da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde. Somente em 2017, uma média de 11 pessoas foram intoxicadas por dia devido à exposição aos venenos usados na agricultura. Os números sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde dos brasileiros vieram à tona no momento em que o País discutia mudanças na legislação que flexibilizam as regras para fiscalização e aplicação dessas substâncias e dificultavam a comercialização de orgânicos. No ano passado o Projeto de Lei 6299/02, conhecido como PL do Veneno, tentou trocar o nome de agrotóxicos ou defensivos agrícolas para fitosanitários. A modificação tem como objetivo desburocratizar a aquisição desses produtos no País, sob a alegação de que a regulação atual dificulta o desenvolvimento agrícola brasileiro. Outra polêmica de 2018 foi a discussão da PL 4.576/16 que buscava justamente restringir a comercialização de produtos orgânicos. NADA ARTIFICIAL Além de eliminar os agrotóxicos da dieta, outro recado das especialistas é ter sempre à mesa alimentos que não sejam processados. “Um princípio básico de autocuidado seria minimizar a aquisição de industrializados, ou seja, produtos alimentícios, priorizando comida de verdade, que são folhas, legumes, frutas, raízes, carnes e ovos. Uma alimentação em que se desembala menos e se descasca mais é uma recomendação que vale para todos”, orienta Virgínia. A especialista afirma que a população, ao longo das décadas, passou a consumir mais produtos alimentícios e menos alimentos de verdade, comprometendo a saúde e contribuindo para o aumento do peso. “Esses produtos não são nutritivos e, sim, cheios de sódio, açúcares, aditivos químicos. Já o alimento em si, como veio da natureza, é riquíssimo em fibras, vitaminas, minerais. Tudo o que nosso corpo precisa”, explica Virgínia, que fez um convite à plateia para experimentar o verdadeiro sabor dos alimentos reduzindo o uso de açúcar. Outra recomendação é ficar longe de adoçantes como aspartame, sacarina, sucralose e ciclamato. “Usados em larga escala pela indústria em produtos como refrigerantes, sucos e iogurtes, eles podem ser tão ou mais prejudiciais que o açúcar. Seu uso contínuo contribui para o ganho de peso, ao contrário do que muitos pensam, além de serem danosos para a saúde cerebral”, advertiu. Quando necessário usar adoçante em substituição ao açúcar, Virgínia recomenda que se faça a

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CAM Bem-Estar lota Teatro RioMar

CAM Bem-Estar lota Teatro Riomar A realização do CAM Bem-estar ontem (12/12) lotou o Teatro RioMar com um público interessado nas informações sobre qualidade de vida dos importantes palestrantes que abordaram temas estruturados em quatro pilates: alimentação; atividade física; equilíbrio emocional e o sono. Realizado pela Revista Algomais e Rádio CBN, o evento teve como um dos pontos altos a apresentação do educador físico Marcio Atalla. Além de dar dicas sobre atividade física, ele mostrou os resultados do projeto Vida de Saúde, que conseguiu fazer com que 40% da população da cidade de Jaguariúna (SP) melhorasse sua qualidade de vida. Outro destaque foi a apresentação de Renata Nascimento, diretora do Tulasi Mercado Orgânico, que abordou como a opção por produtos sem agrotóxicos é fundamental para a preservação do meio ambiente. Ela mostrou como a produção de orgânicos pode ser realizada em grande escala ao mostrar o case do proprietário da Fazenda da Toca, Pedro Paulo Diniz. Renata emocionou a plateia quando chamou para subirem ao palco agricultores familiares que o Tulasi auxilia a produzir no sistema de agrofloresta. As dicas de como manter um ono de qualidade do médico Sávio Cardoso foi outro ponto alto do evento. Ele surpreendeu o público ao informar que celulares e demais aparelhos eletrônicos podem impedir as pessoas a dormirem bem. Já o psicólogo Francisco da Costa apresentou dicas importantes para aliviar o estresse vivido por moradores dos grandes centros urbanos. E para os que pensavam ser difícil manter uma alimentação saudável, a nutricionista Virgínia Campos mostrou, de forma prática, como é possível se alimentar com “comida de verdade” no agitado cotidiano das cidades. Um diferencial do evento foi a apresentação dos resultados do projeto CAM 60 dias, onde quatro participantes encararam o desafio de melhorar a qualidade de vida num período de dois meses, a partir da alimentação, da atividade física, do equilíbrio emocional e do sono. Aline Aquino, Ione Danielle, André Maia e Carlos André mostraram que têm garra e alcançaram os objetivos propostos. Patrocinado pelo Mercado Tulasi, com apoio do Riomar, Hotéis Pernambuco, Luck Viagens e Pharmapele e apoio de mídia da Rede Globo, o CAM Bem-Estar integra o projeto CAM Cidades Algomais, que tem propósito em debater soluções sobre os principais problemas dos grandes centros urbanos do País. “O evento foi um sucesso, que atraiu um grande público e tenho certeza que atingimos o nosso objetivo de inspirar as pessoas residentes nas cidades a cuidarem da sua qualidade de vida”, comemora Mariana de Melo, sócia da Algomais e coordenadora do CAM Bem-Estar. Veja a cobertura completa do evento na edição de janeiro da Revista Algomais e conteúdo das palestras na edição de fevereiro da Algomais Saúde.

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Mercado Tulasi realiza ação sustentável na Comunidade Pequenos Profetas

O Mercado de produtos orgânicos Tulasi, localizado no bairro das Graças, realizou hoje atividades na Comunidade Pequenos Profetas (CPP), ONG idealizada por Dom Hélder Câmara, localizada no bairro de São José, no Recife. A organização recebe crianças e adolescentes de 7 a 18 anos de comunidades violentas e de vulnerabilidade, e em situação de rua existentes no Recife. A CPP possui um teto ecoprodutivo, com 400 m² de horta orgânica intercalado por painéis de energia solar. Junto a Adilson Cesar, técnico-agricultor de Glória do Goitá e parceiro do Tulasi, foram plantadas mudas de paiobas, planta que faz parte do grupo das PANCS - Plantas Alimentícias Não-Convencionais. Na área da cozinha da Comunidade, a chef de cozinha do Mercado, Carol Monteiro, comandou uma aula de preparo de pizza com ingredientes orgânicos vindos do Tulasi e insumos tradicionais. Além das atividades sustentáveis, contou também com a presença de um instrutor de yoga para realizar exercícios com as crianças do projeto.     "Eu acho super importante que empresas como a Tulasi se comprometerem com a contribuição social, e principalmente um Mercado de orgânicos, que tem essa preocupação com a sustentabilidade", conta Demétrius Demétrio, responsável pela CPP. A iniciativa impulsiona outras empresas que acreditam nessas ações, possam integrar a causa. "A participação da Tulasi desperta essa vontade de outras empresas surgirem para apoiar nosso trabalho", complementa Demétrius.     O Tulasi Mercado Orgânico fica na Rua das Graças, Nº 178 - Graças, Recife. Fone: (81) 3072-8212 site: http://www.tulasiorganicos.com.br/

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Mercado Tulasi realiza feira de orgânicos no bairro das Graças

O Mercado de orgânicos Tulasi realizará no próximo sábado (22), a partir das 7h, uma feira de produtos orgânicos, fruto de produção agrícola familiar local, além de atividades saudáveis para o público. Dentro da programação estão confirmadas uma aula de  yoga com o professor Fred Santos, com valor de inscrição de R$20, e um aulão aberto de capoeira, com a presença de Mestre Mula, do Grupo Meia Lua Inteira. Junto à venda de frutas e verduras orgânicas certificadas, o Tulasi vai oferecer para os consumidores degustação dos novos produtos da loja, como pães e molhos. Produtos agroecológicos e de vendas a varejo, como massas e congelados, também estarão disponíveis para os clientes. "A gente se realiza participando dessa feira, estamos expandindo nosso negócio", conta o agricultor Alonso Ferreira. Alonso é parceiro do Tulasi e oferece mais de 50 variedades de frutas e verduras que produz no Sítio Barro Branco, em Glória do Goitá. A coleta dos produtos é realizada diariamente na cidade e é distribuído para casas, lojas e restaurantes. "Glória do Goitá será o celeiro orgânico de Pernambuco", afirma Dorgivan, que cultiva orgânicos junto à esposa no Sítio Chã de Pedra, também em Glória do Goitá. A feira de orgânicos é realizada 2 vezes ao mês pelo Mercado Tulasi, e chega a receber cerca de 200 pessoas por feira. "A gente não vende orgânico, a gente vende informação", conta Renata Nascimento, proprietária do Tulasi. Serviço Feirinha de Orgânicos - Tulasi Mercado Orgânico Sábado, 22 de setembro 7h às 12h Rua das Graças, Nº 178 - Graças https://www.facebook.com/tulasimercadoorganico/

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Orgânicos: mercado que ajuda a preservar o meio ambiente

O mercado de produtos orgânicos no Brasil não sabe o que é crise. Com um faturamento em 2017 de R$ 3,5 bilhões, o segmento cresce numa média de 20% ao ano, de acordo com pesquisa realizada pelo Organis (Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável). Em Pernambuco, 16% da população urbana já consome alimentos e bebidas produzidos sem agrotóxicos. Embora os benefícios à saúde sejam a principal motivação dos consumidores (64%), há outro grande motivo que impulsiona a demanda: a proteção do meio ambiente. A eliminação da presença de venenos no processo produtivo e uma série de práticas sustentáveis que imitam a natureza contribuem para a preservação e para a recuperação dos ecossistemas. O agricultor Sebastião Pessoa, 38 anos, morador da zona rural do município de Pombos, começou há oito anos a cultivar orgânicos por um processo de transição agroecológica. A agroecologia é uma ciência, prática social e filosofia de vida que propõe a criação de ecossistemas produtivos que preservem a natureza e sejam socialmente justos e economicamente viáveis. Ele deixou os métodos tradicionais de cultivos, como queimadas, uso de agrotóxicos e adubos químicos, e mergulhou nesse movimento que está em expansão. “Produzir de forma orgânica é uma transformação de vida. Deixar de trabalhar com um produto que está lhe 'ofendendo' e passar a respeitar mais a natureza é uma mudança muito grande”, conta. Hoje ele comercializa toda a sua produção nas feirinhas da Beira Rio e da Ampla, ambas no bairro da Torre, e no Colégio Apoio, em Casa Amarela. A cada ano produtores da agricultura familiar com cultivos orgânicos ou de base agroecológica, como Sebastião, têm-se deparado com um público maior de clientes. O aumento do consumo dos recifenses por esses produtos pode ser medido pelo crescimento das feirinhas segmentadas. São 30 em funcionamento na cidade de acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. As primeiras foram criadas em bairros de classes média e alta da capital, mas hoje já começam a chegar nas periferias e em cidades da região metropolitana e do interior. A administradora Paula Gomes frequenta há cinco anos as feirinhas, principalmente em Casa Forte e em Santo Amaro. Além de frutas, verduras e legumes, a sua lista de compras inclui pães, bolachas e produtos de higiene pessoal, como desodorantes, sabonetes e cremes dentais. “O fator principal que me levou para esse tipo de consumo foi a saúde. Depois percebi outros benefícios, como o de incentivar a agricultura mais sustentável, sem o uso de pesticidas”. Ela destaca também o valor social desse tipo de consumo, que contribui para a geração de renda na agricultura familiar. “Muitos produtores falam que tendo essa venda garantida, eles evitam que seus filhos queiram sair do campo para a cidade. Acaba sendo um incentivo aos pequenos agricultores”, justifica Paula. Como os produtores que frequentam esses espaços são de municípios com no máximo 120 quilômetros de distância da capital, o primeiro benefício ao meio ambiente é a redução da geração de gases poluentes na logística de distribuição. Abreu e Lima, Igarassu, Vitória de Santo Antão, Gravatá e Glória do Goitá são a origem de vários produtores de orgânicos que comercializam na Região Metropolitana do Recife. A vantagem ambiental mais conhecida da produção desses alimentos, no entanto, é a eliminação de agrotóxicos no plantio, que contaminam diretamente o solo. De acordo com o coordenador da Comissão de Produção Orgânica de Pernambuco (Cporg-PE) e assessor de comercialização da agricultura familiar do Centro Sabiá, Davi Fantuzzi, o uso desses venenos degrada os solos e reduz a sua fertilidade. Quando associados à monocultura, reduzem também a biodiversidade. Além da própria contaminação dos lençóis freáticos, Fantuzzi afirma que esses sistemas convencionais, ao se tornarem ineficientes, demandam o uso excessivo de recursos hídricos. Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), 72% da água captada no País destina-se à agricultura. “O plantio convencional luta contra a natureza o tempo todo, enquanto na perspectiva agroecológica procuramos imitar os processos naturais. Os sistemas convencionais tratam o solo como uma bucha, retirando deles o máximo, sem repor seus nutrientes com outras plantas. Não há um componente florestal que ajude a manter água no sistema e isso faz com que sempre seja necessário mais recursos hídricos para produção”, afirma o coordenador da Cporg-PE. Para reverter esse cenário, diversas instituições têm atuado na formação dos homens do campo para capacitá-los a produzir numa perspectiva sustentável. Um processo educativo que se complicou nos últimos anos, após a redução drástica de recursos para a extensão rural no País. Há também ações para conscientizar consumidores e facilitar o acesso a esses produtos. Além das feirinhas, várias lojas se especializaram na venda de orgânico e até mesmo grandes redes de supermercados aumentaram seu espaço dedicado a esses alimentos. O Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público de referência há 25 anos em formação agroecológica em Glória do Goitá. De acordo com o permacultor e professor da instituição Roberto Mendes os agricultores que atuam dentro dos princípios da agroecologia, além de excluir o uso de agrotóxicos, conseguem uma regeneração do ecossistema das suas propriedades. “Os sistemas agroecológicos tentam restaurar a paisagem anterior e toda a harmonia que existia dentro do ambiente. Os solos começam em processo de recuperação, podendo acumular mais água e minerais. Criam-se microclimas que melhoram o conforto térmico para animais, plantas e para as pessoas”, explica Mendes. Com esse equilíbrio, as propriedades, segundo o permacultor, conseguem ser mais produtivas e geram alimentos de maior qualidade. Técnico em agroecologia, o agrônomo Arlan Clímaco está iniciando um sistema agroflorestal em sua propriedade, no município de Vitória de Santo Antão. Atualmente ele e sua família já comercializam ovos de galinha de capoeira e produzem para consumo próprio macaxeira, acerola, limão, banana, entre outras culturas. “Quando fiz a universidade não aprendi muito sobre agricultura familiar e orgânica, que passei a conhecer, de fato, no Serta e nos estágios. Estamos em transição. Meu projeto é reflorestar tudo aqui, ver ressurgir as nascentes, com um plantio diversificado. Recuperando o solo, o

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Feira Empório da Terra ganha 10ª edição neste sábado (3)

A feirinha ecológica Empório da Terra está celebrando nova idade. O evento, realizado pelo Empório Gourmet Paiva, chegou a sua 10ª edição, e, para celebrar, ele ganhará uma edição especial neste sábado (3) a partir das 9h. Aberta ao público e com entrada gratuita, a feira contará com a exposição e venda de produtos oriundos de diversos grupos produtivos integrantes do Programa Reserva da Cidadania, além da realização de duas oficinas voltadas para a sustentabilidade. O evento é uma oportunidade para o público adquirir produtos orgânicos, artesanato e materiais sustentáveis. O grupo Calhetas Licores apresenta seus doces e licores artesanais. Já o Quintais Produtivos, conhecido pela agricultura familiar, fará exposição de hortaliças, legumes, frutas orgânicas, molhos e doces em conserva. As peças artesanais ficam a cargo dos artesãos do Cabo de Santo Agostinho, como os grupos Mulheres de Fibra, o Flor de Coco e o Palha na Mão, por exemplo, que confeccionam utensílios de decoração feitos com elementos locais como a palha de coqueiro. Outros investem na sustentabilidade, como o Sabão Ecológico Aybu, que tem manejo artesanal e utiliza o óleo recolhido de casas, barracas e restaurantes da região para confeccionar sabão com aromas naturais. O grupo Costurando Vidas também investe na reciclagem com a transformação de uniformes velhos de operários da região em objetos como chapéu, nécessaire, mochilas, aventais entre outros produtos. Além disso, o evento contará com a realização de duas oficinas voltadas para a sustentabilidade e reciclagem. Na oficina Faça sua Horta, o público vai aprender a plantar frutas e vegetais em um pequeno espaço montado dentro de casa. Já na Oficina do Sabão, os participantes vão produzir o item de limpeza a partir da reutilização do óleo de cozinha. As oficinas começam às 14h e 15h, respectivamente. Para participar, é preciso fazer uma inscrição 10 minutos antes do horário. As vagas são limitadas. Com o intuito de conscientizar os moradores e visitantes da Reserva do Paiva, o evento contará também com uma palestra educativa sobre a Lei Seca. A exposição será realizada das 10h às 12h pela Rota dos Coqueiros em parceria com o Detran. Os visitantes ainda poderão conferir a apresentação dos atrativos turísticos do Cabo de Santo Agostinho como a trilha Lagoa do Zumbi, trilhas do Cabo, Érica Adventure e o Banho de Argila. Os grupos produtivos participantes do Empório da Terra integram o Programa Reserva da Cidadania, desenvolvido junto às comunidades praieiras do Cabo de Santo Agostinho, apoiado pelo Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH) e viabilizado pela Odebrecht Realizações Imobiliárias, Concessionária Rota dos Coqueiros, Grupo Cornélio Brennand e Grupo Ricardo Brennand. O evento também conta com a parceria do Sebrae.

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Cresce cultivo de orgânicos e ganha o mercado europeu

Comida saudável, sem agrotóxico e cultivada com agressão zero ao ecossistema. É para atender a esse paladar ambientalmente correto cujo mercado cresce 30% ao ano que o cultivo de produtos orgânicos vem se consolidando em projetos públicos de irrigação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), principalmente em Petrolina, semiárido pernambucano: são 54 irrigantes dedicados exclusivamente a essa produção num cardápio onde o carro-chefe é a manga orgânica, mas que também inclui hortaliças, acerola, goiaba, maracujá e mamão. “A cadeia de hortaliças está bem consolidada. O foco agora é a fruticultura, principal produto nos projetos da Codevasf”, explica o engenheiro agrônomo Osnan Soares Ferreira, gerente regional de Revitalização da Codevasf em Petrolina. Além de conquistar o mercado local, os produtos também são exportados para países europeus – caso da manga orgânica. Devido ao crescimento da atividade, a Codevasf tem investido em ações de apoio ao setor, como a estruturação do Mercado dos Produtores Orgânicos de Petrolina. Os projetos públicos de irrigação Senador Nilo Coelho, Bebedouro e área Maria Tereza concentram a produção. Os destaques, além da manga, têm sido a acerola e as hortaliças, que são comercializadas no mercado local, na cidade vizinha de Juazeiro, Bahia, e também enviadas para São Paulo. A manga já atravessa as fronteiras do país e é exportada para a Europa. “A nossa meta para 2016 é exportar de 15 a 17 conteiners, cerca de 300 toneladas, para Espanha e Portugal”, explica Hermino dos Anjos, técnico agrícola e consultor na área de produção orgânica na região. Ele estima um aumento de cerca de 20% nas exportações deste ano em relação ao ano passado. Apoio à comercialização Como incentivo à produção de orgânicos na região, a Codevasf tem investido no setor, com ações como oferta de capacitação de produtores e construção do Mercado dos Produtores Orgânicos de Petrolina. Na execução da primeira etapa da obra, por meio de convênio com a prefeitura municipal, serão aplicados R$ 260 mil pela Codevasf, recurso oriundo do Orçamento Geral da União destinado à Companhia por meio de emenda parlamentar. O montante será dirigido à construção de parte da estrutura física do mercado, a ser instalado nas proximidades do parque municipal Josefa Coelho, na área central do município. O recurso total previsto para a implantação do mercado está orçado em R$ 1,2 milhão. O projeto está em andamento e conta com a parceria do Ministério Público Estadual, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Embrapa, Sebrae e Associação dos Produtores Orgânicos do Vale do São Francisco (Aprovasf). Com a implantação do Mercado dos Produtores Orgânicos do Vale, que será o primeiro do Nordeste e o segundo no país, a tendência será de crescimento no número de produtos comercializados e de consumidores interessados na produção orgânica da região. “A Codevasf ajudou muito no início das atividades na região. Hoje, nossa maior expectativa é a concretização deste projeto que contribuirá para aumentar a comercialização dos produtos e vai ajudando a esclarecer junto à comunidade o que é o produto orgânico. Essa será nossa principal conquista”, afirma Alzira Santana, presidente da Aprovasf, localizada em Petrolina. A entidade reúne 32 associados que, juntos, cultivam produtos orgânicos numa área total de cerca de 65 hectares na região, contando entre eles com produtores instalados nos projetos públicos de irrigação da Codevasf, como Área Maria Tereza e Bebedouro. Eles cultivam frutas, como goiaba, maracujá, mamão e manga, além de hortaliças. O trabalho com orgânicos na Codevasf começou em 2005, quando foram iniciados os primeiros estudos para a viabilização desse tipo de cultura com a contratação de assistência técnica especializada e busca por áreas para iniciar o processo. “O projeto mostra aos produtores que, apesar de demandar um pouco mais de trabalho, a produção orgânica tem inúmeras vantagens, como nos quesitos ambiental e da saúde dos consumidores”, explica Osnan Ferreira. Equilíbrio do ecossistema O objetivo da produção orgânica vegetal e animal é promover qualidade de vida com proteção ao meio ambiente. A principal característica é não utilizar agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que agridam o meio ambiente. Para ser considerado orgânico, o processo produtivo contempla o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais. Foi pensando nas vantagens para o meio ambiente e na qualidade de vida do consumidor que o agricultor Natalício Alves optou por produzir orgânicos, como manga, coco, batata, abóbora e outros itens agrícolas. “Quando resolvi trabalhar com orgânicos pensei na minha família. É uma questão de saúde optar por esse tipo de alimento. Existe uma grande demanda por essa produção sustentável”, explica o produtor. Ele se dedica à atividade há dez anos no projeto Senador Nilo Coelho, em Petrolina. Dois conceitos são fundamentais na produção orgânica: a relação de confiança entre produtor e consumidor e o controle de qualidade. O selo SisOrg é obtido por meio de uma Certificação por Auditoria ou por um Sistema Participativo de Garantia. Os agricultores familiares são os únicos autorizados a realizar vendas diretas ao consumidor sem certificação, desde que integrem alguma organização de controle social cadastrada nos órgãos fiscalizadores. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem, atualmente, oito certificadoras credenciada para emitir o selo de produto orgânico: Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), IBD Certificações, Ecocert Brasil Certificadora, Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Instituto Chão Vivo de Avaliação da Conformidade, Agricontrol (OIA) e IMO Control do Brasil. A fiscalização das propriedades produtoras de orgânicos é feita por essas empresas, que assumem a responsabilidade pelo uso do selo brasileiro. Cabe ao Mapa fiscalizar o trabalho dessas certificadoras. Atividade em alta Em 2016, segundo informações do Mapa, a agricultura orgânica deve movimentar R$ 2,5 bilhões, com estimativa de crescimento entre 20% e 30%. Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, gerenciado pelo Mapa. O banco de dados é liderado pelos estados do Rio Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999). A área de produção

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Produtores de orgânicos miram o exterior

Com 77 empresas associadas ao Projeto Organics Brasil, o ano de 2015 fechou faturamento em US$ 160 milhões de dólares em exportação e a meta desse ano é crescer de 10% a 15%. Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, comemora o desempenho: "Tivemos um aumento de 15% em relação ao ano anterior e este crescimento reflete a tendência mundial do segmento. Houve uma recuperação em relação a 2013, em parte em consequência da desvalorização da moeda nacional tornando os produtos nacionais mais competitivos. 2015 foi um ano bastante positivo para os orgânicos: o mercado global atingiu a marca de US$ 72 bilhões de dólares, com taxas de crescimento na ordem de 11,5% em comparação com 2014. A grande surpresa em 2015 foi o surgimento da China como o 4º maior mercado mundial de orgânicos, atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha e França". "O Brasil hoje tem um mercado na ordem de R$2,5 bilhões, incluindo as exportações, e a expectativa é de que cresça 30-35% em 2016, com expansão na cadeia para os produtos lácteos e de origem animal, com maior valor agregado. No levantamento, juntamente com as empresas do Projeto, os dez destinos com maior volume de produtos foram - por ordem: EUA, Alemanha, Holanda, Canadá, França, Reino Unido, Argentina, Austrália, Suécia e Bélgica. Outros países que merecem destaque são: Japão, Suíça e Coréia do Sul", explica Ming Liu. Os principais produtos exportados foram matérias primas semi-processadas, como: açúcar, óleo de dendê e outros óleos vegetais, castanha de caju, sucos de frutas (açaí), mel, erva-mate, frutas tropicais congeladas, café, preparações capilares, própolis e cachaça. O Projeto Organics Brasil há dez anos trabalha a imagem e as empresas de orgânicos no exterior, atende 77 empresas, sendo 58% de micro e pequenas empresas. As 10 maiores entidades exportadoras em 2015 foram: 100% Amazônia, Agropalma, Bela Iaça (Açaí), Casa Apis, Minamel, Nutribotânica, Jalles Machado, Resibrás, Triunfo, Usibrás (Du Norte Castanhas) e Usina São Francisco (Native). A meta de 2016 do Projeto Organics Brasil é crescer, pelo menos, 10% no total de faturamento das exportações.

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