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Oscar

Filme pré-indicado ao Oscar mostra dura realidade de idosos em asilo no Chile

A sociedade costuma ser cruel com os que chegam à terceira idade. Como certa vez escrevera Rubem Alves: "Quem deixou de ter função econômica deixou de ter identidade. Vai para um lixo social chamado exclusão". Se o indivíduo nada mais produz, perdeu o papel de peça na grande engrenagem econômica, podendo, inclusive, viver os últimos dias esquecido pela família em algum asilo. Dura realidade denunciada no filme chileno, Agente Duplo, disponível no Globoplay. Na história, uma mulher contrata um detetive particular no intuito de descobrir se a mãe sofre maus tratos em um asilo. O detetive anuncia o trabalho em um classificado de jornal para alguém com idade entre 80 a 90 anos. O escolhido atuará como agente duplo dentro da instituição. Pode até parecer coisa de ficção, algo com cara de 007, mas não é. Ainda que Sérgio, o senhor contratado para a missão, tenha a mesma competência e carisma de um James Bond. Sérgio encontrará no asilo pessoas marcadas pela solidão e dor do abandono. Figuras como Marta, senhora que passa o dia na portaria, na espreita por uma oportunidade para fugir. Ou como a poetisa Pepita, personagem central da cena mais triste do filme. Fatos que levarão o protagonista a questionar qual o real sentido da sua missão. A mulher que o contratou deveria, ela mesma, cuidar da mãe e encarar a própria culpa? Agente Duplo emociona, mas também faz rir, sem deixar de provocar reflexão. A primeira sequência acompanha a seleção ao cargo de agente. Um dos requisitos é saber lidar com redes sociais, celular, câmeras disfarçadas de caneta e óculos. Em uma das cenas, Sérgio tenta fazer uma chamada através do aplicativo da câmera do celular. Engraçado, porém mostra o grau de dificuldade de parte dos idosos com a tecnologia. Dirigido pela chilena Maite Alberdi, o longa documental, Agente Duplo, passou por grandes festivais como É tudo Verdade e Sundance. Foi também indicado ao Goya e ao Spirit Awards. Recentemente, saiu na pré-lista de indicados ao Oscar na categoria Melhor Documentário. O Chile ganha destaque outra vez na premiação, três anos depois de Uma Mulher Fantástica levar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.      

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A Voz Suprema do Blues: conheça o último filme de Chadwick Boseman

Considerado o maior dramaturgo negro dos Estados Unidos, August Wilson dedicou a vida a escrever sobre a experiência de afro-americanos na América do Norte. Wilson é criador do The Century Cycle (O Ciclo do Século), conjunto de dez peças que trata dos conflitos e agruras enfrentados por negros americanos durante o século XX. Uma dessas obras foi adaptada para o cinema em 2016: Fences (no Brasil, Um Limite Entre Nós), com Denzel Washington e Viola Davis. Agora em 2020, a dupla está de volta em outro projeto ligado à obra de Wilson: A Voz Suprema do Blues, adaptação da peça "Ma Rainey’s Black Bottom". Denzel Washington sai da frente dos holofotes e assume a cadeira de produtor. Viola Davis finca os pés diante das câmeras, encarnando a cantora de blues, Ma Rainey, protagonista da história. Na trama, alguns músicos se juntam à cantora para gravar uma canção numa tarde quente em Chicago, em 1927. A gravação dá lugar a momentos tensos de embates de egos e discussão sobre racismo.   A Voz Suprema do Blues tem a mesma pegada teatral de Um Limite Entre Nós, com poucos cenários e longos diálogos. Trama entrelaçada por monólogos carregados de emoção, como quando o trompetista Levee, personagem vivido por Chadwick Boseman, conta detalhes de um triste e traumatizante fato ocorrido na infância. Cenas que exigem muito de cada ator e que podem render indicações a prêmios importantes da categoria. Chadwick, morto em agosto deste ano, já recebeu algumas indicações, entre elas, ao prêmio de melhor ator no Gotham Independent Film Awards, conhecido termômetro do Oscar. Após ganhar um Oscar por seu trabalho em Um Limite Entre Nós, Viola Davis tem grandes chances de receber mais uma indicação. Atuação soberba da atriz, potencializada pela boa caracterização da sua personagem, refletida no colorido exagerado da maquiagem e no figurino cheio de brilho. Para a direção foi escalado o dramaturgo, George C. Wolfe, com vasta experiência na Broadway e ganhador de prêmios Tony Award, o Oscar do teatro. Importante frisar que "Ma Rainey’s Black Bottom" foi o primeiro trabalho de August Wilson a chegar aos palcos dos teatros da famosa avenida de Nova York. A Voz Suprema do Blues estreou na Netflix em 17 de dezembro. A gigante do streaming também disponibilizou em seu catálogo A Voz Suprema do Blues: Bastidores, making of com detalhes da produção e entrevistas com o diretor, produtores e elenco.  

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Crítica| O Farol

Após a divulgação oficial dos indicados ao Oscar, é comum surgirem aquelas listas de “esnobados” pela academia. E se fosse para falar de injustiçados, sem dúvida, O Farol seria um deles. O filme até recebeu uma indicação na categoria melhor fotografia. Só. No entanto, merecia bem mais que isso. Segundo longa do diretor americano Robert Eggers, que antes recebeu muitos elogios da crítica pelo trabalho com o terror, A Bruxa. A história acompanha o zelador Ephraim Winslow (Robert Pattinson) em sua jornada de auxiliar do faroleiro Thomas Wake (Willem Dafoe) nas tarefas com um farol localizado em uma ilha da Inglaterra. O isolamento mexerá com a dupla que entrará numa espiral de alucinações e violência. A fotografia homenageia os filmes do movimento expressionista alemão. É marcada pelo contraste entre o preto e branco em um competente jogo de luz e sombra que potencializa uma atmosfera de sonhos. A direção de fotografia é de Jarin Blaschke, que também trabalhou com Eggers em A Bruxa. O Farol foi rodado em 35mm e com proporção de tela de 1.19:1, diferente do padrão 1.33:1.     Quanto ao elenco, destaque para a dupla Robert e Dafoe. Robert Pattinson já provou que tem talento e, a cada novo filme, vem enterrado a ligação com a franquia adolescente Crepúsculo. A prova disso é sua boa atuação em longas como Bom Comportamento e The Rover – A Caçada. O Farol é um dos seus melhores trabalhos, com uma caracterização e interpretação anos-luz de distância do Edward da saga vampiresca. Mas quem realmente impressiona é Willem Dafoe, que brinda o espectador com uma atuação soberba. Nos monólogos do faroleiro Thomas Wake, marcados por grande ira e poesia, Dafoe parece estar possuído por alguma força sobrenatural. O Farol merecia, sim, indicações nas categorias principais. Melhor ator coadjuvante para Willem Dafoe, melhor direção para Robert Eggers e também (por que não?) melhor filme. Em Recife, ainda é possível assistir ao filme no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Confira aqui os horários.  

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Crítica| 1917

Alguns filmes de guerra entraram para a história do cinema mundial, fincando o pé definitivamente entre os melhores longas de todos os tempos. Como esquecer de A Ponte do Rio Kwai, Apocalypse Now ou A Lista de Schindler? Pois bem, mais uma produção do gênero certamente passará a marcar presença nessas listas: o intenso 1917 de Sam Mendes, diretor ganhador do Oscar por Beleza Americana. A trama acompanha dois soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), na amarga missão de cruzar o território inimigo, arriscando a vida para entregar uma mensagem que poderá evitar a morte de milhares de homens, inclusive, do irmão de Blake. O filme oferece uma profunda imersão às entranhas da Primeira Guerra Mundial, reproduzindo da forma mais realista e crua possível a repugnante face de um front de batalha. É quase possível sentir o cheiro acre das carcaças de animais abatidos no combate e dos corpos de soldados pendurados nas cercas de arame farpado.     Logo no primeiro ato o roteiro desanda para diálogos por demais expositivos, com personagens lembrando, quase que a cada frase, dos perigos que a dupla irá enfrentar. Mas a partir do segundo ato a história ganha força após uma surpreendente reviravolta que impulsionará a trama. Em relação ao elenco, George MacKay ganhou certa notoriedade ao atuar, em 2016, no elogiado Capitão Fantástico. Já Dean-Charles Chapman é mais conhecido por seu trabalho na série Game of Thrones. Alguns nomes de peso surgem durante a jornada para fazer uma pontinha, como os atores britânicos Colin Firth e Benedict Cumberbatch. 1917 ganhou recentemente dois prêmios no Globo de Ouro, melhor filme de drama e melhor diretor. A boa recepção da crítica, aliada ao reconhecimento nas premiações, dá ao longa grandes chances de figurar entre os indicados ao Oscar 2020. Não apenas na disputa ao prêmio de melhor filme, mas também nas categorias técnicas, a começar pelo competente trabalho de cinematografia. A trama é costurada com um longo (falso) plano-sequência, escolha que dá mais realismo à história. A sequência do ataque noturno, com Schofield fugindo em meio às ruínas de antigos edifícios iluminados pelas explosões é impressionante. Ponto para o diretor de fotografia Roger Deakins, que tem no currículo longas como Blade Runner 2049, Onde os Fracos Não Têm Vez e Um Sonho de Liberdade.     Indicada ao Globo de Ouro, a trilha sonora, composta por Thomas Newman, soa desnecessária em algumas cenas. É inegável que nas sequências de ação ela se mostra eficiente ao potencializar a tensão. Mas falha ao se fazer presente nos momentos de calmaria, os quais parecem clamar por silêncio em oposição à música que insiste em golpear os tímpanos do espectador. Newman é colaborador de longas datas de Sam Mendes. Trabalhou com o diretor em filmes como Beleza Americana e 007 - Operação Skyfall. Sam Mendes provou ser possível dar novo gás a um gênero que vinha fraco das pernas. Muitos até consideraram uma grande zebra o prêmio no Globo de Ouro, levando em conta concorrentes do porte de Scorsese e Tarantino. Resta saber se o Oscar tomará o mesmo caminho. Estreia: 23 de janeiro.

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Dicas de filmes premiados do catálogo da Prime Video

Na era dos serviços de streaming, encontrar um bom filme em meio a centenas de títulos não é tarefa fácil. A variedade em um catálogo assume, dessa forma, o papel de vilã na hora da escolha. A tarefa fica ainda mais difícil com a quantidade cada vez maior desses serviços. Além da Netflix, a Prime Video, da Amazon, vem ganhando espaço após baixar o valor da mensalidade para R$9,90. Ainda que não tenha uma interface tão organizada quanto a da Netflix, o serviço da Amazon representa boa opção frente ao catálogo da concorrente, que vem priorizando produções originais. Nos últimos dias, a Prime Video disponibilizou em seu catálogo filmes que se destacaram em grandes premiações do cinema mundial, como o Oscar, Cannes e Sundance. Indico aqui algumas dessas produções.   A Maratona de Brittany   Filme de estreia do diretor Paul Downs Colaizzo, que também escreveu o roteiro. Na trama, Brittany, uma jovem sedentária e baladeira descobre que está mal após tentar conseguir com um médico a prescrição de anfetaminas (para uso nada medicinal, é bom frisar). Terá agora de perder, como ela mesma diz em uma das cenas, o peso equivalente ao de um husky siberiano. Sem dinheiro para academia, se juntará a um grupo de corredores que, no fim, a conduzirão à maratona de Nova York. O longa foi bem recebido pela crítica. Ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Sundance deste ano. A atriz e comediante, Jillian Bell, encarna a protagonista. Jillian foi indicada, em 2010, ao Emmy pelo roteiro do programa de comédia Saturday night live.   O Passado   Filme iraniano dirigido por Asghar Farhadi, conhecido por seu trabalho em A Separação, longa ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Na história, Ahmad (Ali Mosaffa) retorna de Teerã à França para assinar o divórcio, quatro anos depois de deixar sua mulher, Marie (Bérénice Bejo) e os filhos. Seu retorno é marcado por conflitos entre Lucie (Pauline Burlet), filha de Marie do primeiro casamento, e Samir (Tahar Rahim), novo companheiro de Marie. Lucie guarda consigo um segredo relacionado à antiga esposa de Samir, que está em coma. Além da competente direção de Asghar Farhadi, o que torna esse um grande filme são as atuações. O iraniano Ali Mosaffa consegue transmitir a serenidade necessária que seu personagem pede. A atriz franco-argentina, Bérénice Bejo, mais conhecida por seu papel em O Artista, com sua atuação ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes. O Passado foi indicado ao Globo de Ouro e à Palma de Ouro em Cannes.   Filhos do Paraíso   Mais uma produção iraniana. Na história, Ali (Amir Farrokh Hashemian) vive com os pais e a irmã Zahra (Bahare Seddiqi) e um bairro pobre. Após perder os sapatos da irmã, passa a dividir secretamente os seus com ela, com medo de levar bronca dos pais. Até que surge a oportunidade de ganhar um par de sapatos novos se chegar em terceiro lugar em uma corrida da escola. Filhos do Paraíso mostra a dura realidade vivida por essa família humilde segundo o ponto de vista das duas crianças protagonistas. Sem perder o bom humor, o longa retrata o dia a dia dos irmãos que, logo cedo, terão de assumir grandes responsabilidades em casa, além das tarefas da escola. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999.   As Maravilhas   Dirigido por Alice Rohrwacher, mesma diretora do belo Lazzaro Felice, da Netflix, o italiano As Maravilhas acompanha a história de Gelsomina, jovem que mora com o pai e as irmãs numa pequena fazenda em uma vila na região da Toscana, onde vivem da produção de mel artesanal. Sua rotina é alterada após a chegada de Martin, um garoto acolhido pela família, ligado a um projeto social para jovens infratores. As Maravilhas trata de amadurecimento, da passagem da infância para a vida adulta. Tem um elenco, em parte, desconhecido, mas muito talentoso. Destaque para a atriz romena Maria Alexandra Lungu, que encarna a protagonista Gelsomina e para a bela Monica Bellucci, que interpreta uma apresentadora de TV. O filme ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes em 2014.

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Oscar 2019: Saiba tudo sobre os indicados ao prêmio de melhor filme

O Oscar chega a 91ª edição este ano. A premiação mais tradicional de cinema no mundo acontece neste domingo (24), às 22h, no horário de Brasília, e terá transmissão na TV Brasileira. A íntegra da cerimônia pode ser vista ao vivo no canal por assinatura TNT, enquanto a Rede Globo exibe parte da entrega em tempo real, com flashes durante a programação. Oito longas disputam a estatueta de Melhor Filme. "Roma" tem sido apontado como o favorito ao prêmio, mas surpresas sempre podem ocorrer. Para que você conheça melhor as produções nomeadas à principal categoria, a Revista AlgoMais convidou os críticos de cinema Houldine Nascimento e Wanderley Andrade, que analisam aqui os oito trabalhos. Por Houldine Nascimento e Wanderley Andrade Bohemian Rhapsody Bohemian Rhapsody passou por uma produção bem turbulenta: primeiro a troca do ator que interpretaria Freddie Mercury: devido a diferenças criativas, Sacha Baron Cohen deu lugar a Rami Malek, astro da série “Mr. Robot”. Em seguida, veio a demissão de Bryan Singer. O diretor, conhecido por seu trabalho em filmes da franquia X-Men, colecionou problemas com atores do longa, acusado de sempre chegar atrasado e de abandonar uma vez as gravações. Problemas a parte, o filme foi um grande sucesso de público, ostentando o título de cinebiografia musical de maior bilheteria mundial, com um total de mais de US$ 750 milhões arrecadados. E contrariando a recepção negativa da crítica especializada que o levou a apenas 62% de aprovação no Rotten Tomatoes, ganhou o Globo de Ouro de melhor filme. A grande atuação de Rami Malek também trouxe bons frutos: ganhou o prêmio de melhor ator no Globo de Ouro, no Bafta e no Sindicato dos Atores (SAG), o que o coloca como grande favorito ao Oscar. (WA)   A Favorita (The Favourite) Com o maior número de indicações (10), ao lado de “Roma”, o novo filme do cineasta grego Yorgos Lanthimos narra situações bizarras envolvendo a Rainha Anne (Olivia Colman) durante o século 18 na Inglaterra. Sua amiga, Lady Sarah (Rachel Weisz), é quem na prática governa em seu lugar. A chegada da criada Abigail (Emma Stone) põe em xeque a condição de Sarah como a predileta da histérica monarca, às voltas com sua saúde frágil. O jeito debochado de contar esta história quebra o cânone destas produções de época sobre a realeza britânica. Em sua carreira, Lanthimos se notabilizou por desenvolver um “cinema do absurdo”. Em “A Favorita”, ele traz elementos característicos do grotesco, mas de uma forma mais acessível ao espectador, com figurinos luxuosos de Sandy Powell e uma trama que mostra a mesquinhez da nobreza. No fim de tudo, a personagem de Anne é mais trágica do que engraçada por tudo que a cerca e a interpretação de Colman é irretocável justamente por estar no limite de tudo isso. (HN)     Green Book (Green Book: o Guia) Este é o filme com maior possibilidade de tirar o iminente prêmio de “Roma” na categoria principal. Nesta temporada de premiações, houve um momento em que “Green Book” estava na dianteira, mas alguns fatos negativos sobre a equipe de produção acabaram prejudicando o longa na corrida pelo Oscar. A começar por Peter Farrelly: surgiu a informação de que ele mostrava as partes íntimas para colegas com quem trabalhou. Talvez por isso não tenha sido nomeado como diretor. Outro que contribuiu para puxar o filme para baixo foi o roteirista Nick Vallelonga. Um tuite seu datado de 2015 veio à tona. Na mensagem, ele concordava com uma afirmação de Donald Trump, o qual chegou a dizer que viu mulçumanos celebrando a queda das Torres Gêmeas, no atentado em 2001. Polêmicas à parte, a produção é feliz ao reconstituir uma arriscada turnê de um pianista clássico negro, Don Shirley (Mahershala Ali), pelo Sul dos Estados Unidos em 1962. A segregação racial ainda imperava nesta região. Para esta jornada, o músico resolve contratar um motorista, o ítalo-americano Tony Lip (Viggo Mortensen), e daí resulta uma amizade. “Green Book” é uma comovente obra, que emprega humor em determinados momentos e fala sério quando necessário. É um belo filme de estrada e com dois atores em plena sintonia. A viagem serve para desarmar preconceitos do próprio Lip, na vida real pai de Nick Vallelonga. (HN)   Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman) Spike Lee volta aos holofotes em "Infiltrado na Klan". O prestigiado realizador estadunidense emprega toda sua força neste belo longa, partindo da história real daquele que teria sido o primeiro policial negro do Colorado, Ron Stallworth (John David Washington). No final dos anos 1970, este homem conseguiu a façanha de entrar na Ku Klux Klan local como filiado e evitar uma série de atentados programada pelo grupo extremista. Para isso, recebe a ajuda de seu parceiro, um policial judeu (Adam Driver). O filme traz toda a intensidade de Lee. Aquela mesma intensidade de "Faça a coisa certa", só que numa trama sem alguns hermetismos presentes no clássico de 1989. Essencialmente antirracista, a narrativa flui muito e é irônica por vezes. Uma curiosidade: o ator central, John David, é filho de Denzel Washington. O desfecho traz imagens de grande impacto. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, “Infiltrado na Klan” obteve seis nomeações ao Oscar e garantiu de forma inédita a Spike Lee um lugar na categoria de Melhor Direção. A maior chance do filme, no entanto, é em Roteiro Adaptado. (HN)   Nasce Uma Estrela (A Star Is Born) “Nasce Uma Estrela” foi sucesso de público, com direito a boicote dos fãs de Gaga, na época da estreia, ao blockbuster “Venon” no intuito de bombar as bilheterias do filme com a cantora. Até chegar às telas, o longa passou por grandes mudanças, principalmente na direção e no nome da atriz que interpretaria a protagonista. No projeto inicial, Clint Eastwood sentaria na cadeira de diretor e a cantora Beyoncé viveria Ally. Em meio a produção, Beyoncé engravidou e não pôde assumir o papel. Clint preferiu dar prioridade a outros projetos. A mudança não afetou negativamente o projeto. Além de

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Oscar 2019: confira nossas apostas para o maior prêmio do cinema

Noite do Oscar chegando e, claro, a Revista Algomais não poderia ficar de fora. Convocamos mais uma vez os jornalistas e críticos de cinema Houldine Nascimento e Wanderley Andrade para falar sobre a premiação e apresentar suas apostas.  Por Houldine Nascimento e Wanderley Andrade Há quem diga que a lista de indicados em 2019 é a mais fraca dos últimos anos. Fraca ou não, esta edição trouxe algumas (e bem-vindas) surpresas: é a primeira vez que um serviço de streaming tem um de seus filmes indicado ao prêmio principal. "Roma", da Netflix, recebeu ao todo dez indicações, entre elas a de melhor filme. Ainda sobre "Roma": esta também é a primeira vez que uma mulher indígena é indicada ao prêmio de melhor atriz. A mexicana Yalitza Aparicio está na disputa ao lado de grandes nomes do cinema como Glenn Close ("A Esposa"), Olivia Colman ("A Favorita") e da cantora pop Lady Gaga ("Nasce uma Estrela"). Apesar de ser uma festa feita essencialmente para celebrar a indústria cinematográfica estadunidense, é positivo que o Oscar demonstre estar mais aberto ao cinema mundial. Exemplo disso é a indicação do diretor polonês Pawel Pawlikowski, do igualmente polonês "Guerra Fria". Outra boa surpresa é a presença da superprodução "Pantera Negra" entre os nomeados a melhor filme. Com isso, o longa da Marvel é o primeiro sobre super-herói a disputar a principal estatueta.     Contudo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles segue tropeçando na tentativa desesperada de alavancar a audiência do Oscar, a qual vem despencando a cada ano. A começar pela ausência de um apresentador ou apresentadora, o que não ocorria há 30 anos. A escolha inicial tinha sido a de Kevin Hart, mas após comentários homofóbicos dele virem à tona, o ator desistiu. A decisão recente de rifar quatro categorias da transmissão televisiva também pegou muito mal, a ponto de, dias depois, a Academia desistir. O objetivo era o de diminuir a duração da cerimônia para três horas. Caso essa medida fosse adiante, a entrega dos prêmios de fotografia, montagem, curta de ficção e maquiagem e penteado seria feita nos intervalos comerciais, revelando profunda desvalorização destas categorias. Antes disso, a Academia chegou a anunciar a criação de um prêmio voltado a "filmes populares", mas recuou após fortes críticas. Ainda que, historicamente, nem sempre isso aconteça, que vençam os melhores! Abaixo, confira nossas apostas: Houldine Melhor Filme: Roma Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma) Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody) Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa) Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia) Melhor Atriz Coadjuvante: Regina King (Se a Rua Beale Falasse) Melhor Roteiro Original: A Favorita Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan Melhor Filme em Língua Estrangeira: Roma Melhor Animação: Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Trilha Sonora: Pantera Negra Melhor Canção: "Shallow", de Nasce uma Estrela Melhor Fotografia: Guerra Fria   Wanderley Melhor Filme: Roma Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma) Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody) Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa) Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia) Melhor Atriz Coadjuvante: Rachel Weisz (A Favorita) Melhor Roteiro Original: A Favorita Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan Melhor Filme em Língua Estrangeira: Guerra Fria Melhor Animação: Homem-Aranha No Aranhaverso Melhor Trilha Sonora: Infiltrado na Klan Melhor Canção: “Shallow", de Nasce uma Estrela Melhor Fotografia: Roma

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Oscar: No Portal da Eternidade

Vincent van Gogh foi um dos pintores mais influentes da história da arte ocidental. Em pouco mais de uma década, pintou mais de dois mil quadros . Vendeu apenas um em vida, o quadro “Vinhedo Vermelho”. Viveu cercado por polêmicas como quando cortara parte da orelha esquerda após uma discussão com o pintor francês Paul Gauguin. O novo trabalho do diretor americano Julian Schnabel, o filme No Portal da Eternidade, retrata com singeleza e bom gosto parte dessa história. O filme acompanha Van Gogh em suas inquietações. A câmera sempre muito perto dos personagens dá à narrativa um caráter intimista e nos transporta para o mais profundo das dores do pintor holandês. A fotografia é uma obra de arte à parte, com imagens que mais parecem quadros pintados por um talentoso pintor. O responsável pelo bom trabalho é o francês Benoît Delhomme, que tem no currículo a direção de fotografia do longa Teoria de Tudo.     O roteiro foi escrito a seis mãos por Jean-Claude Carrière, Louise Kugelberg e, acumulando a função de roteirista, Julian Schnabel. Para quem ainda não conhecia o trabalho do diretor, Schnabel ganhou em 2007 o prêmio de melhor direção em Cannes pelo filme O Escafandro e a Borboleta. Willem Dafoe encarna Vincent van Gogh. Após ser indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por A Sombra do Vampiro e Projeto Flórida, disputa agora o prêmio de melhor ator. Parada nada fácil considerando concorrentes como Rami Malek por Bohemian Rhapsody e o favorito Christian Bale protagonista de Vice.  

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Oscar 2018: confira nossas apostas para o prêmio máximo do cinema mundial

Com o Oscar batendo à porta, os sites especializados não perdem tempo e já começam a publicar suas listas de possíveis ganhadores do prêmio máximo do cinema mundial. Quem ganhará o de melhor filme? E o melhor diretor? Chegou, enfim, o dia de Guillermo del Toro levar a estatueta? Será que a Pixar ganhará outra vez o prêmio de melhor animação? Na Revista Algomais não poderia ser diferente. Temos também a nossa lista, ou melhor, duas listas. Convocamos os jornalistas e críticos de cinema, Houldine Nascimento e Wanderley Andrade, que lançam aqui suas apostas para a 90ª edição do prêmio. E você? Já fez também a sua?   Houldine Nascimento Com uma mudança de ares gradativa na Academia – há mais mulheres, negros e latinos entre os integrantes –, o Oscar tende a se tornar mais inclusivo e atento às questões sociais. Este ano, o assunto que tem dominado as diversas premiações é o assédio. Alguns nomes da indústria cinematográfica caíram em desgraça, casos do produtor Harvey Weinstein, desligado da própria companhia; do ator Kevin Spacey, demitido da série de TV House of cards e substituído às pressas por Christopher Plummer no filme Todo o dinheiro do mundo; e o ator e diretor James Franco, a ausência mais sentida na edição 90 do Oscar.   O que se esperava era que Franco fosse um dos cinco nomes na corrida pelo prêmio de Melhor Ator, mas ele acabou “punido” em razão das várias acusações de assédio que sofreu. O nome do filme que produziu, dirigiu e estrelou é “Artista do desastre”, mas James provou ser o próprio desastre em pessoa. No auge de sua carreira, o escândalo sexual estourou. Aguardemos uma cerimônia politizada, assim como foi a do ano passado, que teve críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump. Sobre a premiação em si, apresentada novamente por Jimmy Kimmel, a disputa pela estatueta de Melhor Filme está muito acirrada. Pelo menos cinco produções têm chance: A Forma da Água, líder de indicações, e Três Anúncios Para Um Crime parecem disputar palmo a palmo o Oscar, mas Corra!, Dunkirk e Lady Bird estão na espreita. Minhas apostas: Melhor Filme: Três Anúncios Para Um Crime Melhor Diretor: Guillermo del Toro (A Forma da Água) Melhor Ator: Gary Oldman (O Destino de Uma Nação) Melhor Atriz: Frances McDormand (Três Anúncios Para Um Crime) Melhor Ator coadjuvante: Sam Rockwell (Três Anúncios Para Um Crime) Melhor Atriz coadjuvante: Allison Janney (Eu, Tonya) Melhor Roteiro Original: Corra! Melhor Roteiro Adaptado: Me Chame Pelo Seu Nome Melhor Filme em Língua Estrangeira: O Insulto (Líbano) Melhor Animação: Viva – a vida é uma festa Melhor Documentário: Visages, villages Melhor Trilha Sonora: A Forma da Água Melhor Canção: “Remember me”, de Viva – a vida é uma festa Melhor Fotografia: Blade Runner 2049   Wanderley Andrade Quando o assunto é lista para o Oscar, no mínimo, eu poderia citar duas: uma com os filmes que ganharão possivelmente os prêmios da academia e a outra com os que eu gostaria que levassem a estatueta para casa. Indicarei aqui, claro, os da primeira opção. A queridinha deste ano, sem dúvida, é a fábula (nada inocente) A Forma da água, de Guillermo del Toro. Ao todo, foram 13 indicações, entre elas as de melhor filme. Acredito que levará, sim, o prêmio, apesar de não o considerar o melhor dos indicados. Eu daria a estatueta para Três Anúncios Para Um Crime.   Este ano, o prêmio está sendo considerado por muitos como o Oscar das Mulheres, com a indicação de melhor direção para Greta Gerwig, por Lady Bird e de melhor fotografia para Rachel Morrison, por Mudbound: Lágrimas sobre o Mississippi. Ainda assim, acredito que Guillermo del Toro e Roger A. Deakins (Blade Runner 2049) levarão esses prêmios, respectivamente. Por sinal, essa é a 14ª indicação de melhor fotografia para Deakins, que nunca venceu. Minhas apostas: Melhor Filme: A Forma da Água Melhor Diretor: Guillermo del Toro (A Forma da Água) Melhor Ator: Gary Oldman (O Destino de uma Nação) Melhor Atriz: Frances McDormand (Três Anúncios Para Um Crime) Melhor Ator coadjuvante: Sam Rockwell (Três Anúncios Para Um Crime) Melhor Atriz coadjuvante: Allison Janney (Eu, Tonya) Melhor Roteiro Original: A Forma da Água Melhor Roteiro Adaptado: Me chame pelo seu nome Melhor Filme em Língua Estrangeira: The Square: A Arte da Discórdia (Suécia) Melhor Animação: Viva – a vida é uma festa Melhor Documentário: Visages, villages Melhor Trilha Sonora: A forma da água Melhor Canção: “Remember me”, de Viva – a vida é uma festa Melhor Fotografia: Blade Runner 2049  

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Filmes do Oscar 2018 são exibidos nos cinemas UCI em maratona e com preços promocionais

  Até 4 de março, os filmes indicados para a maior premiação cinematográfica do mundo atraem milhares de espectadores. Aqui no Brasil, a UCI presenteia seus clientes com a maratona UCI Day Oscar®, exibindo em sequencia produções que estão concorrendo às principais categorias. E o melhor: com preços especiais. Os ingressos já estão à venda por R$7 (meia-entrada) e R$14 (inteira) para sessões na quinta (01/03) e na sexta-feira (02/03) com os seguintes títulos: “Corra!” (Melhor Filme, Direção, Ator, Roteiro Original); “Três Anúncios Para um Crime” (Melhor Filme, Atriz, Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Montagem, Trilha Sonora Original); “O Destino de uma Nação” (Melhor Filme, Ator, Fotografia, Figurino, Maquiagem e Cabelo); “Me Chame Pelo Seu Nome” (Melhor Filme, Ator, Roteiro Adaptado, Canção Original); “Eu, Tonya” (Melhor Filme, Atriz, Atriz Coadjuvante, Montagem); “Lady Bird – A Hora de Voar” (Melhor Filme, Direção, Atriz, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original); “Dunkirk” (Melhor Filme, Direção, Fotografia, Mixagem de Som, Edição de Som, Design de Produção, Montagem, Trilha Sonora Original); “A Forma da Água” (Melhor Filme, Direção, Atriz, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original, Fotografia, Figurino, Mixagem de Som, Edição de Som, Design de Produção, Montagem, Trilha Sonora Original); “The Post – A Guerra Secreta” (Melhor Filme, Atriz); “Trama Fantasma” (Melhor Filme, Direção, Ator, Atriz Coadjuvante, Figurino, Trilha Sonora Original). Os ingressos já podem ser adquiridos na internet, em aplicativos de celular e nas máquinas de autoatendimento disponíveis no hall dos cinemas. Mais informações sobre a programação no site: www.uci.com.br. Confira a programação Recife UCI Kinoplex Plaza Casa Forte Dia 01/03 Corra! Três Anúncios Para um Crime O Destino de uma Nação Me Chame Pelo Seu Nome Eu, Tonya Lady Bird – A Hora de Voar Dunkirk A Forma da Água 2 The Post – A Guerra Secreta 2 Trama Fantasma Dia 02/03 O Destino de uma Nação Corra! Eu, Tonya Três Anúncios Para um Crime Me Chame Pelo Seu Nome A Forma da Água The Post – A Guerra Secreta Trama Fantasma Lady Bird – A Hora de Voar Dunkirk UCI Kinoplex Recife Shopping Dia 01/03 Corra! Três Anúncios Para um Crime O Destino de uma Nação Me Chame Pelo Seu Nome Eu, Tonya Lady Bird – A Hora de Voar Dunkirk A Forma da Água The Post – A Guerra Secreta Trama Fantasma Dia 02/03 O Destino de uma Nação Corra! Eu, Tonya Três Anúncios Para um Crime Me Chame Pelo Seu Nome A Forma da Água The Post – A Guerra Secreta Trama Fantasma Lady Bird – A Hora de Voar Dunkirk UCI Kinoplex Shopping Tacaruna Dia 01/03 Corra! Três Anúncios Para um Crime O Destino de uma Nação Me Chame Pelo Seu Nome Eu, Tonya Lady Bird – A Hora de Voar Dunkirk A Forma da Água The Post – A Guerra Secreta Trama Fantasma Dia 02/03 O Destino de uma Nação Corra! Eu, Tonya Três Anúncios Para um Crime Me Chame Pelo Seu Nome A Forma da Água The Post – A Guerra Secreta Trama Fantasma Lady Bird – A Hora de Voar 2 Dunkirk

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