Arquivos Pandemia - Página 4 de 5 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Pandemia

Confira as recomendações de prevenção da Covid-19 para quem tem asma

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) informa que pacientes com asma não são mais propensos a adquirir a infecção por coronavírus, porém são mais propensos a desenvolver complicações, se infectados pelo novo coronavírus. Além da asma, outras comorbidades devem ser controladas, tais como diabetes, hipertensão arterial e imunodeficiências primárias para reduzir o risco de infecção grave. Portanto, o mais importante será não interromper o tratamento da asma. Em caso de dúvida, o paciente deverá pedir auxílio e orientações ao seu médico assistente. USO DE CORTICOSTEROIDES INALATÓRIOS NA ASMA - recomendação de manter o uso. O tratamento da asma está baseado em corticosteroides inalatórios para controle da inflamação broncopulmonar, redução de sintomas e exacerbações. Essas medicações não devem ser abandonadas, nem tampouco retiradas do tratamento do paciente com asma. O uso regular e correto de medicações inalatórias deve ser preconizado independente da circulação do coronavírus. As exacerbações são as principais causas de morbidade em pacientes com asma. A associação entre doenças virais respiratórias e exacerbação da asma é bem conhecida e um número relevante de agentes virais já foi identificado. Muitos destes grupos virais aumentam a inflamação brônquica e alérgica causando danos às estruturas respiratórias, epitélio e endotélio. USO DE CORTICOSTEROIDES ORAIS NA EXACERBAÇÃO DA ASMA - recomendação manter o uso na menor dose necessária prescrita pelo médico assistente. Durante as exacerbações, o uso de corticosteroide oral em doses preconizadas deverá ser utilizado com parcimônia e sob orientação médica. A ausência de controle da inflamação na asma pode promover exacerbações graves e morte por asfixia em um subgrupo de pacientes. O corticosteroide sistêmico tem sido utilizado em pneumonias graves por coronavírus com resultados conflitantes. Em estudos observacionais o uso de corticosteroide em doses baixas ou moderadas tem beneficiado pacientes com lesão pulmonar aguda e reduzido a inflamação causada pela infecção viral. Entretanto, não existem evidências de que o uso de corticosteroide oral reduza a mortalidade por pneumonia ou choque séptico causado pelo coronavírus. ESPIROMETRIA E INFECÇÃO RESPIRATÓRIA - realizar o exame apenas se for essencial para diagnóstico ou condução do paciente. O emprego de espirometria como teste de função pulmonar poderá ser limitado aos pacientes com asma em que seja essencial a avaliação da função pulmonar. Na presença de sintomas respiratórios gripais ou exacerbações deverá ser postergada até a melhora do paciente. Os espirômetros portam filtros que devem ser trocados para cada paciente após a realização do exame. Estudo recente observou correlação entre as viroses respiratórias (altas e baixas) de pacientes submetidos à espirometria e as culturas do filtro do espirômetro, indicando ser este um possível meio de contaminação. NEBULIZADORES - uso com restrição. Reservatórios de nebulizadores são potenciais fontes de contaminação. Estudos de culturas de microorganismos em máscara e copos de nebulizadores utilizados em pacientes com fibrose cística mostraram proporção significativa de nebulizadores contaminados (71%) por microrganismos potencialmente patogênicos. Pacientes com asma deverão utilizar seus dispositivos inalatórios, em aerossol dosimetrado ou inalador de pó, de forma individual, sem compartilhamento. Quando possível, o uso de nebulizadores em serviços de urgência deve ser evitado. IMUNOBIOLÓGICOS – pacientes em uso devem manter o tratamento. A interrupção do tratamento deve ser avaliada individualmente. Não existem evidências ou ensaios clínicos que avaliem o efeito imunossupressor ou potencializador de respostas antivirais com os agentes imunobiológicos utilizados para tratamento adjuvante da asma. Não foram identificados estudos específicos sobre o coronavírus. Pacientes em uso de biológicos apresentam asma grave e devem ser monitorados cuidadosamente, além de tomar todas as medidas de contágio. Sobre a ASBAI A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.

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Pesquisadora afirma que déficit habitacional impede o isolamento vertical

José Tadeu Arantes  Agência FAPESP – No contexto da pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o chamado “isolamento vertical” – que consiste em impor quarentena apenas aos grupos de risco (pessoas com mais de 60 anos e portadores de doenças crônicas, entre outros) e liberar o resto da população para circular livremente – tem sido contraindicado por autoridades de saúde do mundo todo. Em um país com alto percentual de pobreza e infraestrutura deficiente como o Brasil, essa suposta opção torna-se ainda mais inadequada, pois, nas faixas de baixa renda, é impossível separar os grupos de risco. “Idosos e portadores de doenças crônicas convivem com os outros membros da família e até com outras famílias, em espaços apertados, muitas vezes dormindo no mesmo quarto”, diz à Agência FAPESP a pesquisadora Marta Arretche, professora titular do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. Adensamento excessivo (definido como o compartilhamento do mesmo dormitório por mais de três pessoas) e coabitação (compartilhamento da mesma moradia por mais de uma família) caracterizam parte de um déficit habitacional que inviabiliza qualquer proposta de “isolamento vertical”. Não existem dados atualizados, porque o último Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi feito em 2010. E o Censo 2020 teve que ser adiado para o ano que vem, exatamente em função da pandemia. Mas estudo da Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, produzido com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), oferece um cenário aproximado, com números de 2015. “Esse levantamento indicava que havia, naquele ano, um déficit absoluto de 6.356.000 habitações no Brasil. O adensamento excessivo respondia por 5,2% do déficit – ou seja, por 330.512 habitações. E a coabitação, por 29,9% do déficit – isto é, por 1.900.444 moradias”, informa o pesquisador Eduardo Marques, professor titular do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), que integra o CEM. A situação é ainda mais grave nas favelas, que, segundo o Censo 2010, abrigavam naquela data cerca de 11,4 milhões de pessoas. Mas o que a Fundação João Pinheiro classificou como déficit habitacional não se restringe às favelas, nem necessariamente inclui todos os edifícios existentes nelas, alguns com melhores condições de habitabilidade. Há déficit também em bairros de baixa renda não favelados. E até mesmo em enclaves de população pobre em bairros de classes média ou alta. “Ao contrário do que se poderia supor, o maior déficit ocorre na região mais rica do Brasil: a Sudeste, onde a maioria dos números já detectados da doença se localiza. As regiões metropolitanas que lideram o ranking são as de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com déficits aproximados de 640 mil, 340 mil e 159 mil unidades habitacionais, respectivamente. Realizar isolamento vertical nesse contexto é praticamente impossível”, afirma Marques.

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Profissionais dão dicas para cuidados com a Primeira Infância em classes vulneráveis durante quarentena

A chegada da Covid-19 mudou a rotina de milhares de pessoas. Dentre as várias consequências da pandemia, centenas de escolas foram fechadas seguindo determinação dos governos, deixando milhares de alunos sem aulas. Para amenizar as perdas pedagógicas da medida, estratégias online estão sendo usadas em várias unidades educacionais. Mas a situação é ainda mais desafiante para a população da Primeira Infância que vivem em situação de vulnerabilidade social. Na capital pernambucana, dos 1.645 milhão de habitantes, 125 mil são crianças de 0 a 6 anos, fase onde acontece a base do desenvolvimento da criança como ser humano e onde são desenvolvidas as habilidades físicas, sociais, emocionais e intelectuais. Deste grupo de crianças recifenses, cerca de 41% delas vive em situação de vulnerabilidade social e suas famílias estão cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CAD Único). Para essa parcela da população, 30 dias sem o estímulo correto podem ser determinantes para seu progresso. Portanto, as orientações não servem apenas para o entretenimento, mas são vitais para explorar o pleno desenvolvimento infantil. Neste período, orientações simples podem ajudar e a população deve optar por aquelas que prezam por fortalecer as relações parentais que garantam os estímulos essenciais para os bebês e as crianças como olhar no olho o maior tempo que for possível e conversar com a garotada, pois a atenção e a postura responsiva estimulam interações. Os responsáveis e cuidadores devem incentivar o bebê a se movimentar e evitar ao máximo deixar a criança muito tempo isolada em seu local de descanso (como berço), prezando sempre pelo contato físico ao trazer o infante nos braços ou mesmo fazer com que se movimente neste ambiente de confinamento. Para os bebês, dentro de casa, outras dicas são válidas com a utilização de utensílios domésticos como garrafas PET e almofadas, por exemplo. As garrafas podem servir para a construção de trenzinhos feitos com cola e barbante que ajudam os bebês a desenvolver a segurança nos primeiros passos ao arrastar o brinquedo atrás de si. Latas de leite podem fazer às vezes de um chocalho para estimular a audição e até mesmo uma brincadeira de faz de conta pode ser improvisada com a utilização de acessórios como lenços e colares e chapéus que podem se transformar em fantasias, além de brinquedos que já existam dentro do próprio lar e o estímulo ao contato com livros não pode ser deixado de lado. Aqui a criança deve folhear e tocar os objetos como forma de continuar a ajudar no desenvolvimento dos pequenos enquanto estiverem longe das escolas e creches. As dicas foram elaboradas por um grupo de trabalho (GT) criado para estudar o assunto, encabeçado pela Secretaria Executiva para a Primeira Infância, a Gerência de Políticas para a Criança do Estado e o Núcleo de Pesquisa em Neurociência, Afetividade, Aprendizagem e Primeira Infância (NINAPI) da UFRPE. De acordo com o secretário Executivo para a Primeira Infância, Rogério Morais, o GT está estudando formas de amenizar o impacto das crianças fora da escola. “A rotina em casa, em tempos de quarentena, tem sido difícil. É ainda mais desafiante para os que se encontram em vulnerabilidade. Estas crianças em casa, sem se movimentar, podem ter o desenvolvimento motor afetado. Sem interagir com outras crianças, podem ter o desenvolvimento da fala, cognitivo e social comprometidos. Tomamos o cuidado para não sobrecarregar o cuidador, e destacamos a importância de relações com adultos de referência que garantam oportunidades essenciais para os bebês e as crianças”, disse Morais. Na Prefeitura do Recife, programas como Brinqueducar e o Pertencer, que no momento estão suspensos devido ao período de quarentena, são algumas das iniciativas desenvolvidas para auxiliar no desenvolvimento. “Nós sabemos que o momento não é fácil, é um momento em que a família terá um papel fundamental na vida das nossas crianças”, pontuou o secretário. Uma dica para quem não faz parte da rede municipal de ensino do Recife, que entregou livros junto com os kits de alimentação e limpeza, é acessar o site https://www.euleioparaumacrianca.com.br/. Mantido pela Fundação Itaú, o endereço disponibiliza livros digitais gratuitos que podem ser acessados via computador ou celular. Ao escolher o título, a leitura ganha a ambientação da história, uma vez que cada livro traz um áudio próprio. Para a professora da UFRPE, Pompeia Villachan, a contribuição visa compartilhar o conhecimento científico fundamental sobre o impacto que as relações afetivas cheguem às famílias com crianças. “Com dicas simples poderemos ajudar as famílias a terem ambientes mais favoráveis ao desenvolvimento de relações positivas com a criança, de modo a promover o seu desenvolvimento também nesse período de isolamento”, pontua Pompeia. Brinquedos sustentáveis: Secretaria de Meio Ambiente incentiva atividades que envolvam a criatividade e o processo de reaproveitamento em casa As ideias são simples e propõem um novo olhar aos objetos que já estão em casa através de conceitos sustentáveis que são praticados em sala de aula e nos equipamentos de educação ambiental da Prefeitura do Recife durante o ano Transformar objetos de casa em experiências divertidas é um atrativo para as crianças. Disponibilizar materiais recicláveis e propor a criação de jogos, bonecos e outros brinquedos estimula a criatividade e desperta a consciência sobre conceitos importantes de reaproveitamento e reciclagem que devem ser praticados no lar. As práticas sustentáveis, ora dialogadas em salas de aula da rede municipal, ora em equipamentos de educação ambiental da Prefeitura do Recife, reforçam a importância de estarem presentes na rotina domiciliar. Garrafas PET, rolos de papel higiênico vazios, latas de alumínio, caixas de ovos, caixas de papelão, tudo isso pode ser reaproveitado. “Atividades estimuladas em sala de aula e nos econúcleos sobre reaproveitamento de resíduos podem ser replicados em casa com ajuda de pais e responsáveis. Uma caixa de fósforos vazia e forrada pode se transformar em um dominó, garrafas PETs viram jogo de boliche, um jogo de damas pode ser feito com tampinhas de garrafa PET e um quadrado de papelão, latas de alumínio unidas por barbante podem virar um telefone. Desse modo, estimulamos as crianças a fabricar seus próprios brinquedos e,

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Junior Achievement lança cursos gratuitos online para se conectar com os jovens durante a quarentena

A Junior Achievement, instituição mundial sem fins lucrativos que atua na educação empreendedora de jovens ainda na escola, adaptou vários de seus programas para o formato à distância. Com presença em Pernambuco desde 2003, os projetos da ONG são realizados presencialmente, diretamente nas escolas do Recife e interior do estado. Porém, devido à pandemia do novo coronavírus, as instituições de ensino estão com aulas suspensas, por tempo indeterminado. Pensando em alternativas para continuar se conectando com os jovens e estimulando que eles continuem aprendendo a empreender durante a quarentena, a Junior Achievement vem adaptando alguns dos seus principais programas e disponibilizando de forma gratuita para estudantes do ensino médio, principalmente. Entre eles, Meu Dinheiro, Meu Negócio, em parceria com o SENAI, está com inscrições abertas, através do link: https://bit.ly/meudinheiromeunegociojasc. O curso ensina sobre finanças pessoais, gestão financeira, investimentos, empréstimos e ao aluno aprende a desenhar uma estratégia de vida na área financeira. Outro curso que está com inscrições abertas é o JA StartUP, que já viabilizou a criação de vários aplicativos e negócios inovadores, no seu formato presencial. Agora, disponibilizado na versão online, o aluno vai se conectar por plataforma viabilizada em parceria com a Startse. Serão seis encontros com mentores especialistas em inovação, empreendedorismo e tecnologia, ao vivo. As vagas para esse curso também são gratuitas, mas limitadas. Inscrições até 06/04, no link http://jastartup.online. Já dos programas que estavam em andamento antes do período de isolamento, a Junior Achievement Pernambuco mantém as aulas regulares do Certificado de suporte em TI, desenvolvido com o Google.org e BID Lab. A turma que recebe esse programa pela primeira vez no Brasil é formada com alunos do Compaz Ariano Suassuna, no Recife. Os jovens começaram com as aulas em fevereiro e continuam recebendo lições de tecnologia e empreendedorismo, através de aulas online. A previsão para término do programa é em junho. Além disso, a Junior Achievement deve lançar, em breve, mais versões online dos seus projetos, como O Futuro do Trabalho. A Junior Achievement Pernambuco fica na Rua do Riachuelo, nº 105, sala 901, Boa Vista, Recife (PE). Mas, durante a quarentena, está funcionando somente com escritório virtual. Mais informações pelo e-mail jape@jape.org.br ou nas redes sociais www.facebook.com/ongjape e www.instagram.com/japernambuco. SOBRE A JUNIOR ACHIEVEMENT A Junior Achievement é uma das maiores ONGs do mundo voltada para jovens, os prepara para o mundo do trabalho e para o empreendedorismo. Nasceu nos Estados Unidos, em 1919, oferecendo há mais de 100 anos experiências práticas em educação financeira, preparação para o trabalho e empreendedorismo. A metodologia utilizada nos programas da Junior Achievement é única e registrada internacionalmente pela Junior Achievement Worldwide e desenvolvida em mais de 120 países. Em 2019, foi eleita a sétima melhor ONG do mundo, segundo ranking do NSO Advisor. No Brasil, a Junior Achievement atua, desde 1983. Já em Pernambuco chegou em 2003. Ao todo, os projetos da instituição beneficiaram 3 milhões de crianças e jovens brasileiros. O objetivo é oferecer educação econômica-prática e experiências no sistema de livre iniciativa, através da parceria entre escolas públicas de ensino fundamental e médio e voluntários. Ensinar empreendedorismo significa levar a compreensão de que cada indivíduo possui as habilidades e características necessárias para fazer o seu futuro acontecer. Empreender é o pensamento seguido da atitude de fazer acontecer. SERVIÇO Junior Achievement Pernambuco Endereço: Rua do Riachuelo, nº 105, sala 901, Boa Vista, Recife (PE). * Durante a quarentena, está funcionando somente com escritório virtual. Mais informações: jape@jape.org.br. Facebook: https://www.facebook.com/ongjape Instagram: https://www.instagram.com/japernambuco/

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Cientistas pesquisam teste rápido e barato para o coronavírus

Karina Toledo | Agência FAPESP – Pesquisadores das universidades de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) uniram esforços para desenvolver um teste rápido e de baixo custo para diagnosticar os casos de COVID-19 e, além disso, identificar os pacientes com risco de evoluir para quadros de insuficiência respiratória. O método se baseia na análise do padrão de moléculas encontrado em fluidos corporais e tem custo estimado entre R$ 40 e R$ 45 por paciente. “Já enviamos o processo de aprovação na Conep [Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, órgão que regulamenta estudos clínicos no Brasil], e já estamos fazendo análises prévias e processando os dados. Tudo ao mesmo tempo, em virtude da situação”, conta Rodrigo Ramos Catharino, coordenador do Laboratório Innovare de Biomarcadores da Unicamp, à Agência FAPESP. O pesquisador desenvolve uma linha de pesquisa que combina ferramentas de metabolômica (estudo do conjunto de metabólitos em amostras biológicas) e inteligência artificial (aprendizado de máquina) para buscar biomarcadores que ajudem no diagnóstico e na avaliação do prognóstico de diversas doenças, entre elas síndrome metabólica, infecções virais e fibrose cística. As amostras dos pacientes serão inicialmente analisadas em um espectrômetro de massas (uma espécie de balança molecular), equipamento capaz de revelar todos os metabólitos presentes no fluido corporal. Esse conjunto de moléculas, por sua vez, indica aos cientistas os diversos processos metabólicos ativos no organismo. O passo seguinte, que será feito no Instituto de Computação da Unicamp, sob a coordenação do professor Anderson Rezende Rocha, é usar ferramentas de aprendizado de máquinas para analisar tanto os resultados das amostras de indivíduos com COVID-19 quanto das amostras de pessoas saudáveis, que servirão de controle. Espera-se assim “treinar” o programa de computador para reconhecer o padrão saudável, o padrão do paciente infectado pelo novo coronavírus e também o padrão associado aos casos graves da doença. Coleta de material A captação dos voluntários e a coleta de amostras estão sob a coordenação do professor colaborador da Faculdade de Medicina (FM) da USP Rinaldo Focaccia Siciliano, médico assistente da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas (HC-FM-USP) e da Unidade de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto do Coração (InCor) . À Agência FAPESP, Siciliano explica que a seleção dos participantes será feita entre os pacientes admitidos no HC-FM-USP com sintomas de síndrome gripal, que incluem febre, tosse, dor de garganta e coriza. Também serão incluídos pacientes atendidos no Hospital Municipal da Lapa com os mesmos sintomas. “O objetivo é abranger uma população heterogênea, pois o HC é um hospital terciário [em que chegam pacientes graves encaminhados por prestadores de serviços primários e secundários] e o Hospital Municipal da Lapa é um pronto socorro de portas abertas, recebe casos de todos os tipos”, diz o médico. Segundo Siciliano, serão coletadas amostras de três grupos diferentes: pacientes com diagnóstico confirmado de COVID-19 pelas técnicas moleculares hoje usadas na rotina, pacientes com diagnóstico confirmado de influenza (vírus da gripe) e pacientes com sintomas gripais e resultado negativo para os dois patógenos. “Estimamos ser necessário coletar 50 amostras de cada grupo e mais 50 de pessoas saudáveis, que servirão de controle. Acreditamos que, por causa da pandemia, em pouco tempo conseguiremos finalizar a fase de coleta”, afirma Siciliano. Na avaliação do pesquisador, a vantagem do teste rápido é poder tirar o paciente de circulação, impedindo que transmita o vírus para mais pessoas. “Além disso, se pudermos predizer os casos de maior risco, poderemos oferecer um nível de atenção mais adequado”, afirma. Segundo Catharino, depois que o conjunto de procedimentos e o software estiverem prontos e validados, será possível fazer mais de mil testes em um único dia. “Além de mais rápido que o método hoje usado, seria mais barato e ofereceria mais informações para ajudar o profissional de saúde no momento de decisaÌ?o por hospitalizações e tratamentos”, diz. A professora da FM-USP Ester Sabino, uma das idealizadoras do estudo, será responsável pelo armazenamento do material biológico coletado no Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP. Já o professor da FM-USP José Carlos Nicolau, que dirige a Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda do InCor, está à frente de outro objetivo do projeto: entender de que modo o novo coronavírus altera a capacidade de agregação das plaquetas e a coagulação sanguínea, bem como as implicações clínicas desses processos. “Pretendemos olhar o que ocorre com a agregação de plaquetas e com outros marcadores de coagulação do sangue. A ideia é comparar essas variáveis nos grupos acima citados [pacientes com desconforto respiratório hospitalizados com COVID-19, com influenza, sem nenhum dos dois e grupo controle] avaliar as diferenças entre eles. Os resultados podem ter implicações prognósticas e terapêuticas. Se eu noto que um determinado parâmetro influencia negativamente o quadro do paciente, posso tentar intervir bloqueando esse processo, no sentido de melhorar a evolução”, conta Nicolau.

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Veja epidemias do passado em jornais digitalizados no Acervo Cepe

Se você pensa que fake news nasceu nos tempos modernos, saiba que está redondamente enganado. Desde o século passado a população convive com a disseminação de notícias falsas na imprensa. Tal como acontece agora com o novo coronavírus - a maior crise sanitária que o mundo atravessa em muitos anos - também havia disparos de boatos na década de 1930, quando localidades do Brasil enfrentavam surto da peste bubônica. Você pode resgatar essas histórias em jornais antigos digitalizados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O acessso ao portal é fácil (www.acervocepe.com.br) e a ferramenta é gratuita. Um exemplo de fake news das antigas pode ser conferido na edição do Diário da Manhã do dia 9 de junho de 1935. A nota com o título "Contra o derrotismo" reproduz um telegrama enviado pelo então prefeito do município pernambucano de Alagoa Grande (denominado Sertânia desde 1943), Possidônio Gomes, e pelo então juiz de direito Ascendino Neves. Eles negam o surto de peste bubônica no município e atribuem a informação a terceiros. No telegrama, o prefeito e o juiz afirmam se tratar de uma notícia falsa e ressaltam que, se o lugar estivesse passando pelo problema, eles seriam os primeiros a pedir providências às autoridades sanitárias. Os boatos, de acordo com o prefeito e o juiz, circulavam na capital. Sertânia, distante 316 quilômetros do Recife, fica no Sertão do Estado. O surto da peste bubônica era falso em Alagoa Grande, mas a epidemia chegou a outros municípios sertanejos. A edição de 23 de julho de 1935 do Diário da Manhã publica mensagem do governador Carlos de Lima Cavalcanti (interventor federal em Pernambuco de 1930 a 1935 e governador de 1935 a 1937) à Assembleia Legislativa solicitando abertura de crédito especial para combater o surto em Novo Exu e Granito. Na ocasião havia 40 casos confirmados da doença e 14 óbitos na duas localidades. Em 19 de setembro do mesmo ano, o governador pede mais verba para debelar a peste bubônica em Novo Exu, Ouricuri e Granito. Uma das medidas profiláticas adotadas na época, segundo as edições de 4 de setembro e de 20 de novembro de 1935 do mesmo jornal, foi o isolamento de lugares para evitar que a doença se alastrasse (tá vendo a importância de ficar em casa em tempos de coronavírus?) , o saneamento de Novo Exu para acabar com os focos de ratos (transmissor do mal), e a imunização da população. A campanha durou três meses e terminou em novembro de 1935, tendo à frente o higienista Lessa de Andrade (sim, o homem que dá nome a uma das policlínicas mais conhecidas do Recife), que exercia a função de inspetor de higiene municipal. Graças às medidas adotadas, a peste não causou mais vítimas em Novo Exu, segundo relatos no jornal. Em 1926, o surto epidêmico da peste no município de Triunfo, possivelmente o maior da América do Sul, conforme avaliação de especialista da época, deixou mais de dois mil mortos. Serviço único no Nordeste, o website www.acervocepe.com.br tem navegação intuitiva e é acessível em computador, tablet e smartphone. Nele você vai encontrar manuscritos, impressos e fotografias de diferentes épocas. "Não conheço nenhum projeto semelhante a esse no Brasil, um portal voltado exclusivamente para a população, gratuito e que tenha o objetivo de difundir a cultura, a história, a literatura e a música", declara o superintendente de Digitalização, Gestão e Guarda de Documentos da Cepe, Igor Burgos. Inaugurado em 1º de outubro de 2014, o portal abriga edições do Diário da Manhã, jornal fundado na década de 1920 no Recife, e jornais do século 19, todos do acervo do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. "Lá tem mais de 600 jornais dessa época e mais de 14 mil folhas; tem o primeiro jornal com charge no Brasil, O Marimbondo; e a primeira versão do Diário de Pernambuco", destaca Igor Burgos. "É uma coleção bem importante e que não está mais disponível para manuseio de pesquisadores no Arquivo Público, todos os pesquisadores que vão lá são orientados a fazer a consulta no site do Acervo Cepe", observa. Também estão disponíveis documentos da Comissão Estadual da Verdade sobre violação de direitos humanos e documentos do Instituto Dom Helder Camara (mais de 120 mil páginas, incluindo pensamentos do Dom da Paz), além de produtos criados pela Cepe, como a coleção do Suplemento Cultural (atual Pernambuco) de 1986 a 2006. Igor Burgos também cita uma seção para a Revista Continente Documento (54 edições digitalizadas) e o Almanaque Centenário, lançado pela Cepe nos 100 anos da Imprensa Oficial. Em todo o Acervo Cepe há dez seções de documentos com mais de 800 mil páginas digitalizadas. "É uma boa opção gratuita para as pessoas que estão de quarentena em casa nese momento", sugere Igor Burgos. Aproveite a dica e boa leitura!

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Governo de Pernambuco e Porto Social lançam campanha para mobilizar doações no combate à Covid-19

O Governo de Pernambuco adotou mais uma frente de ação para combater a disseminação do coronavírus no estado. Em parceria com a entidade sem fins lucrativos Porto Social, lança uma campanha emergencial para arrecadar doações com o objetivo de custear bens e insumos para atender a rede pública de saúde e auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade. Com a nova medida, será possível agilizar a compra e reposição de materiais utilizados pelas unidades públicas de saúde durante o período de duração da pandemia. As contribuições voluntárias não têm valor mínimo ou teto máximo e podem ser efetuadas tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. A fim de viabilizar os depósitos e sua destinação de forma mais rápida possível, um termo de cooperação foi firmado pelo Poder Executivo com a aceleradora e incubadora de iniciativas sociais, que será a operadora dos recursos arrecadados durante o período da campanha. As contribuições devem ser depositadas em nome da Associação Incubadora Porto Social (CNPJ: 25.087.812/0001-47), em conta corrente do Bradesco (AG: 1164 e CC: 50071-2). “A pandemia do coronavírus só será vencida com a união de todos os setores, do primeiro ao terceiro. A convite do Governo de Pernambuco, nós estamos entrando nessa campanha, convocando toda a sociedade para participar e doar. Esses recursos serão utilizados da melhor forma possível para que esses materiais de saúde sejam adquiridos o quanto antes e ajudem no combate a essa doença”, reforça o presidente do Porto Social, Fábio Silva. Embora a arrecadação tenha ficado sob responsabilidade da entidade, a utilização dos recursos será definida pelo Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento à Covid-19, implementado pelo governador Paulo Câmara por meio do Decreto n° 48.810, publicado no dia 16 de março. As secretarias de Desenvolvimento Econômico, de Saúde e de Planejamento e Gestão encabeçarão a gestão. Um site será criado e posto no ar, dentro em breve, para informar a população sobre as doações e emprego dos valores arrecadados. “Precisamos do envolvimento de toda a população no combate à Covid, pois a situação é inédita em todo o mundo e precisamos dar respostas rápidas para evitar a propagação do coronavírus. Este é mais um mecanismo que se criou para auxiliar no atendimento às pessoas infectadas. Faremos a prestação de contas aos moldes do setor privado, no final do período de crise, com o máximo de transparência possível”, reforça o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach. Segue o link com o depoimento do secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach: https://we.tl/t-f1p9gmfPE1

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Coronavírus: Saiba como economizar gás de cozinha durante período de isolamento

Desde o anúncio da chegada da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil, o Governo, empresas públicas e privadas anunciam medidas para estimular a população a ficar em casa, privando-se do contato social, uma medida de extrema importância para reduzir a velocidade do contágio e os impactos em nosso sistema de saúde. Com o aumento do tempo em casa, podem surgir aumentos nos gastos básicos, como energia elétrica, água e gás. Este último que já preocupa bastante os consumidores uma vez que tem sofrido altas variações nos preços nos últimos meses. A última elevação do valor aconteceu no final de dezembro, com o acréscimo de cerca de 5% anunciado pela Petrobrás. Nessa hora, várias práticas passadas de geração em geração podem ajudar na redução do consumo, mas a mais eficiente delas é, sem dúvidas, a pesquisa de preços. Levantamento realizado através do aplicativo Chama, ferramenta que conecta revendas de botijão a consumidores, mostram que os preços em Porto Alegre variam entre R$ 63,29 a R$ 80 -- oscilação de 26.40%. Ainda na região Sul do país, em Curitiba, os valores vão de R$ 65,57 e R$ 80,33 -- diferença de 22,50%. Em Belo Horizonte, capital mineira, os preços começam em R$ 65,84 e alcançam R$83 -- variação de 26,06%. Já na capital paulista é onde se encontram as maiores variações de valores e também os preços mais baixos e elevados do país: de R$62,16 a RS 95 -- diferença de 52%. O Chama é uma ferramenta que ajuda o consumidor a pesquisar preços e efetuar a compra de maneira fácil e rápida. Em sua rede, mais de 2000 revendedores de gás publicam suas ofertas, e o consumidor pode escolher com base na marca, preço e tempo de entrega. Todos os revendedores disponíveis no aplicativo são autorizados pela Agência Nacional de Petróleo e por isso seguem as mais rígidas normas de qualidade e segurança. Este fato dá ao consumidor a garantia de estar comprando um produto em perfeito estado, outro fator que impacta na economia do gás. Economizando na hora de cozinhar Durante o isolamento, adultos e crianças ficarão o tempo todo em casa, aumentando assim, a frequência das refeições. Mesmo assim, é possível fazer com que o botijão de 13kg dure mais. Confira algumas dicas produzidas por especialistas do aplicativo Chama para economizar no uso do botijão de gás: 1 -- Pré-aqueça o forno pelo tempo necessário: Alguns alimentos, como assados, requerem o pré-aquecimento do forno, mas não é preciso fazer isso por um longo período. Geralmente 10 minutos antes a 200 ºC fará com que a temperatura fique média e ideal para boa parte dos alimentos. 2 - Use panelas proporcionais à boca do fogão: O uso da panela deve ser equivalente ao tamanho da boca do fogão ou há desperdício de gás, pois parte do calor gerado acaba passando para o ar e não para a panela. 3 - Use o vapor: Enquanto cozinha outros alimentos, é possível utilizar o vapor do preparo colocando uma escorredeira metálica sobre a panela para cozinhar legumes. 4 - Use a tampa da panela: O preparo de pratos como macarrão, por exemplo, permite que o cozimento seja feito com o fogo desligado ao usar a tampa. Para isso, basta deixar a água ferver, adicionar a massa, desligar o fogo e tampar. 5 - Forno fechado e cheio: Abrir e fechar a porta do forno muitas vezes é a receita para o desperdício de gás. Tente observar os alimentos utilizando a luz interna e, sempre que possível, asse mais de um alimento ao mesmo tempo. 6 - Evite colocar o fogão perto de lugares que corre muito vento, como: janelas, portas, ventiladores para que assim as chamas não apaguem e o gás escape. 7 - Corte em pedaços menores: Alimentos cortados em partes pequenas cozinham mais rápido, fazendo com que o gás seja menos utilizado. 8- Atenção aos sinais de que o gás está acabando: quando o botijão está no fim, as chamas ficam com as pontas avermelhadas, o que demonstra que a combustão não está sendo eficaz e que a pouca quantidade de GLP "queima" com dificuldade em reação com o oxigênio. 9 - Uma grande aliada na economia de tempo é a panela de pressão, que além disso reduz os gastos com gás. A pressão faz até os alimentos mais difíceis cozinharem com mais facilidade, sem que eles precisem ficar por tempo prolongado na panela. 10 -- Se acabar o gás, baixe o aplicativo Chama, no qual os usuários podem fazer pesquisa de preço para escolher o revendedor mais barato e têm acesso às várias facilidades como fazer o pagamento pela ferramenta ou no momento da entrega em dinheiro, cartão ou débito e tempo de entrega. Também é possível escolher o revendedor ou marca preferidos e ainda ver avaliação de outros usuários que já compraram naquela unidade. Acompanhar a entrega em tempo real é outra das vantagens do aplicativo. Sobre o Chama Disponível no Google Play e na App Store, o Chama é um marketplace que conecta revendedores de botijões de gás a clientes. Lançada em dezembro de 2016, a empresa reúne em um único ambiente mais de 2.000 revendedores regulamentados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em apenas alguns cliques o usuário pode solicitar o serviço oferecido pela empresa e escolher o fornecedor que mais lhe agradar - selecionando informações como: valor cobrado, tempo de entrega e marca do produto. O serviço está presente em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre

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Alerta: Não confunda as alergias de Outono com os sintomas do coronavír

Com a chegada do Outono, o ar tende a ficar mais seco, ocasionando sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal, coceiras no nariz, ouvido, garganta, tosse e falta de ar. Por isso, é muito importante estar atento e não confundir esses sintomas com os do Coronavírus, já que este pode provocar febre alta também. Alergia não provoca febre! É o alerta a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Rinite e asma são as doenças mais comuns nessa época do ano. Isso porque o ar seco e frio age nas vias respiratórias como um irritante e, no caso das alergias, as vias aéreas que já estão inflamadas, ao entrar em contato com o ar seco e frio, manifestam sintomas respiratórios. O tratamento é individual, orientado pelo médico especialista e, geralmente, baseado em anti-histamínicos com ou sem descongestionantes, broncodilatadores e corticoides. A ASBAI alerta que todos esses medicamentos têm efeitos colaterais em potencial, de forma que é desaconselhado a automedicação. Assim como recomendando para frear o coronavírus, para prevenir as alergias do Outono, orienta-se evitar locais fechados, grandes aglomerações, lavar as mãos com frequência, usar álcool gel, vacinar-se contra a gripe e fazer o controle ambiental. Sobre a ASBAI A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros. Serviço Facebook: Asbai Alergia Instagram: https://www.instagram.com/asbai_alergia/ Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC2hWbQiFqqyI4bzM7bPhVDw Twitter: @asbai_alergia www.asbai.org.br

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Para conter o avanço explosivo do coronavírus

“Do ponto de vista da saúde pública, essa fase inicial é o momento de agir, e agir o quanto antes, para tentar desacelerar o ritmo de crescimento da epidemia e reduzir a altura do pico para o nível mais baixo possível, tornando a curva achatada”, afirma o físico Roberto Kraenkel, do Instituto de Física Teórica da Unesp, que trabalha com modelos matemáticos ligados à ecologia e à epidemiologia. Com colaboradores da USP e da UFABC, Kraenkel está usando os dados oficiais para acompanhar a evolução da epidemia do novo coronavírus no Brasil. A partir dos dados divulgados até 17 de março, quando havia 291 pessoas infectadas no país, o grupo calculou um dos parâmetros que influenciam a fase acelerada da epidemia: o tempo de duplicação do total de casos da doença. Segundo os cálculos do grupo de Kraenkel, atualmente o número de casos dobra, em média, a cada 2,5 dias. “Como o tempo desde o início da epidemia no Brasil ainda é curto, temos poucos dados e a margem de erro é grande, o que significa que os casos podem dobrar um pouco mais rapidamente, a cada 2,2 dias, ou um pouco mais lentamente, a cada 3,1 dias”, relata o pesquisador. Esse número, no entanto, é suficiente para estimar com um bom grau de precisão como estará a situação nos próximos dias. O grupo projeta que por volta de 1,7 mil casos já tenham sido identificados até a próxima segunda-feira, dia 23. Esse número pode ser um pouco menor, na faixa de 1,3 mil, se o tempo de duplicação for mais longo, ou mais, da ordem de 2,3 mil, se a epidemia se espalhar mais rapidamente, como indica o intervalo no gráfico no site Observatório Covid-19BR, lançado em 18 de março. A redução da velocidade inicial da epidemia com o consequente achatamento da curva é fundamental para não sobrecarregar os hospitais e suas unidades de terapia intensiva (UTIs). Estima-se que apenas 20% das pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentem algum sintoma. Delas, 14% precisam de internação hospitalar e 5% vão parar em UTIs. Como o número de leitos é limitado, o aumento rápido de infecções e de agravamento pode ultrapassar a capacidade de internações do país – no Brasil existem cerca de 450 mil leitos em hospitais públicos e privados, dos quais 41 mil são de UTI, segundo levantamento feito em 2016 pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Reduzindo o espalhamento das infecções, mesmo que o total de pessoas que contrairá o vírus permaneça o mesmo, o pico da epidemia se torna mais distribuído no tempo, o que significa que menos pessoas vão parar no hospital ao mesmo tempo. Essa medida, segundo afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, à imprensa em 10 de março, levaria a ter menos pessoas infectadas e, em última instância, a ter menos mortes. Uma forma eficaz de achatar o pico das epidemias é vacinar a população. Como ainda não existe vacina desenvolvida e testada contra o novo coronavírus, as medidas mais eficazes têm sido o distanciamento e o isolamento social. Esse procedimento ajuda a diminuir o número de pessoas para as quais um indivíduo infectado pode transmitir o vírus. “Ao fazer isso, provavelmente o mesmo número de pessoas terá sido infectado ao final da epidemia, que deverá durar mais tempo, mas o número de casos graves ocorrerá de modo mais esparso. Isso significa que, caso se plote um gráfico do número de casos ao longo do tempo, a curva de subida e descida é mais extensa, mas seu pico é menor. Ao ‘achatar a curva’ dessa maneira, as UTIs terão menos probabilidade de ficar sobrecarregadas”, escreveu o trio de matemáticos Andrew Black, Dennis Liu e Lewis Mitchell, da Universidade de Adelaide, na Austrália, em um artigo publicado em 16 de março na revista eletrônica The Conversation. A ideia de que o achatamento da curva poderia funcionar ganhou crédito depois que o governo da China cancelou as festividades de Ano-Novo em janeiro, restringiu as viagens e orientou que milhões de pessoas em diferentes cidades permanecessem em casa. Desse modo, o país conseguiu em cerca de um mês reduzir o número diário de novos casos dos quase 3,9 mil do auge, para pouco mais de uma dezena. Aparentemente é possível aproveitar o comportamento acelerado da fase inicial da epidemia para agilizar seu controle. Para isso, no entanto, é preciso agir o quanto antes nessa fase inicial, explicou a epidemiologista britânica Britta Jewell, pesquisadora do Imperial College London e especialista em modelagem de doenças infecciosas, em entrevista publicada em 11 de março no jornal The New York Times. Jewell relata que os modelos matemáticos mostrando o efeito do distanciamento social no surgimento de novos casos chamaram-lhe a atenção. “Só é preciso uma diferença de um dia na adoção da medida para haver uma redução de 40% nos casos. Isso é um efeito enorme. Realmente transmite a urgência da situação”, disse. Usando dados da epidemia nos Estados Unidos na semana passada, com o número de casos aumentando em 30% ao dia, Jewell fez uma projeção do que ocorreria se ações como cancelamento de eventos, restrições de viagens fossem tomadas agora ou uma semana mais tarde. Nessa situação hipotética, impedir uma única infecção hoje aumentaria em quatro vezes o número de casos que se evitaria um mês mais tarde. “Se agirmos hoje, teremos evitado quatro vezes mais infecções no próximo mês: aproximadamente 2.400 infecções evitadas, diante de apenas 600 se esperarmos uma semana”, disse a pesquisadora. No Brasil, os dados ainda são mais iniciais e não se conhecem outras características da epidemia que permitam traçar sua evolução, como o número de pessoas para as quais um indivíduo infectado pode transmitir o vírus. Kraenkel e seus colaboradores pretendem acompanhar a evolução do quadro nas próximas semanas para avaliar se as medidas adotadas (cancelamento de aulas e orientação para as pessoas ficarem em casa e evitarem contato com outros indivíduos) estão sendo suficientes para reduzir a velocidade de espalhamento do vírus ou se

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