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Cooperativismo de crédito ganha força e movimenta R$ 2,5 bilhões em Pernambuco

Com quase 100 mil cooperados e expansão recorde nas carteiras de crédito, o setor de consolida como alternativa sólida ao sistema bancário tradicional e motor do desenvolvimento regional. *Por Rafael Dantas As cooperativas de crédito em Pernambuco estão próximas de ultrapassar a marca dos 100 mil cooperados. As seis organizações que atuam no Estado somaram juntas R$ 2,5 bilhões em ativos em 2024, o que representou um crescimento de 20,2% em relação ao ano anterior. Segundo o último Anuário do Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), foram registradas pelo segmento no ano passado mais de R$ 38 milhões em sobras – resultados financeiros positivos das atividades. Diferentemente do lucro dos bancos tradicionais, essas sobras são distribuídas entre os cooperados, conforme a participação de cada um nas operações. Mas a relevância desse segmento é maior que os números. Elas atuam diretamente no suporte ao desenvolvimento local e têm um papel de inclusão importante, atingindo cidades menores em que o sistema bancário tradicional não investe. Além disso, um ingrediente que ajuda a explicar o crescimento nos últimos anos, mesmo em períodos turbulentos de mercado, é a humanização do atendimento. “O cooperativismo de crédito em Pernambuco tem se consolidado como uma alternativa sólida ao sistema financeiro tradicional, promovendo inclusão financeira, desenvolvimento local e fortalecimento da economia regional. Em 2024, o Estado contava com 93.941 cooperados, 481 empregos gerados e um crescimento expressivo nas operações de crédito”, afirmou Valdeci Monteiro dos Santos, economista, sócio-diretor da Ceplan Consultoria e professor da Unicap. Valdeci Monteiro ressalta que as cooperativas proporcionam inclusão financeira e fortalecimento da economia regional, além de oferecer diferenciais ao cliente. “Ele participa das decisões e dos resultados, o que não acontece nos bancos tradicionais”. Dados do Banco Central indicam que 469 municípios do País têm atuação exclusiva das cooperativas de crédito. Esse indicador vem crescendo nos últimos anos, com o fechamento de agências bancárias tradicionais. Segundo pesquisa da PUC-Rio, enquanto bancos tradicionais exigem pelo menos 8 mil habitantes para instalar uma agência, cooperativas de crédito conseguem atuar em municípios com apenas 2,3 mil habitantes e PIBs menores, facilitando o acesso a serviços financeiros em locais onde o sistema bancário convencional não chega. Em Pernambuco, o cooperativismo de crédito na Região Metropolitana do Recife conta com o Sicredi Recife, a Unicred e o Sicoob Pernambuco. Já nas regiões da Zona da Mata, Agreste e Sertão, destacam-se o Sicredi Centro PE, a Unicred e o Sicoob Pernambuco. No Sertão do São Francisco, o setor é representado pelo Sicredi Vale do São Francisco, pela Cresol e também pela Unicred. O QUE DIFERE A ATIVIDADE DO COOPERATIVISMO? O cooperativismo de crédito possui diferenças importantes em relação ao sistema bancário tradicional, não apenas em sua estrutura. Enquanto os bancos convencionais operam como empresas com fins lucrativos, voltadas à geração de retorno para acionistas, as cooperativas de crédito são instituições financeiras sem fins lucrativos, formadas por pessoas que se associam voluntariamente para atender às suas próprias necessidades financeiras. “O cliente da cooperativa é também sócio. Ele participa das decisões e dos resultados, o que não acontece nos bancos tradicionais”, explica o economista Valdeci Monteiro. Essa diferença de natureza se reflete diretamente nas condições oferecidas e na relação com os cooperados. As cooperativas tendem a praticar taxas de juros mais baixas, menos tarifas e maior flexibilidade, enquanto os bancos costumam seguir políticas padronizadas e priorizar mercados de maior rentabilidade. Além disso, o cooperativismo de crédito mantém sua gestão descentralizada e participativa, em que cada associado tem voz e voto, promovendo um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva. Uma tendência global muito moderna com os crowdfundings, por exemplo, mas que está no DNA do cooperativismo desde o seu nascimento. “O principal diferencial é a gestão democrática. O associado tem o direito de opinar nas assembleias e participa dos resultados – algo que não existe no sistema bancário tradicional. Eu não vendo só por vender. A prioridade é entender a necessidade do associado e oferecer uma consultoria financeira, não uma venda casada”, afirmou Elísio Guerra de Souza, diretor-executivo do Sicredi Recife. Onde captamos, ali fazemos nossas operações com as arrecadações e depósitos dos associados do local. Isso é diferente dos bancos tradicionais que estão em grandes cidades. O poder de decisão, às vezes não favorece as regiões que precisam daquele recurso". Almir Miranda Outro ponto que distingue o modelo cooperativo é o impacto no desenvolvimento local. Por atuarem próximas das comunidades, as cooperativas canalizam seus recursos para fortalecer pequenos negócios, produtores rurais e economias municipais, estimulando a geração de emprego e renda. “Onde captamos, ali fazemos nossas operações com as arrecadações e depósitos dos associados do local. Isso é diferente dos bancos tradicionais que estão centralizados em grandes cidades do País. O poder de decisão, às vezes, termina não favorecendo as regiões que precisam daquele recurso”, explica Almir Miranda, representante da Comissão Consultiva do Ramo Crédito da OCB-PE (Organização das Cooperativas Brasileiras de Pernambuco). APOSTA NO DESENVOLVIMENTO LOCAL A presença local de cooperativas de crédito acrescenta em média R$ 48,10 por habitante, em arrecadação municipal, segundo um estudo conduzido pelo Sistema OCB e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Isso é 8,7% acima da média das cidades brasileiras. Além disso, outro indicador relevante é que onde o segmento está presente, a massa salarial por habitante é R$ 115,5 superior, o que representa 23,5% a mais que a média nacional. Mais do que fortalecer a renda e as finanças municipais, o cooperativismo de crédito gera um efeito multiplicador expressivo na economia. De acordo com estimativas da Fipe, cada R$ 1 aplicado em crédito ou gasto pelo sistema cooperativo impulsiona R$ 2,56 em atividade econômica, ampliando a produção e estimulando cadeias locais. Esse impacto evidencia como o modelo cooperativista transforma a intermediação financeira em um instrumento direto de desenvolvimento regional. O empresário Marcos André Rocha, de Petrolina, é um exemplo do impacto do segmento na vida de empreendedores locais. Atuando no setor de distribuição de cimento no Vale do São Francisco, ele começou do zero, com apenas o apoio da esposa

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A Primavera Divulgacao

Filme “A Primavera” estreia no Recife com olhar poético sobre a cidade e seus contrastes

Dirigido por Daniel Aragão e Sérgio Bivar, longa pernambucano mergulha em uma Recife distópica e reflexiva, em exibição a partir de 23 de outubro O novo longa-metragem “A Primavera”, dirigido pelos pernambucanos Daniel Aragão e Sérgio Bivar, estreia no próximo dia 23 de outubro, no Moviemax Rosa e Silva, Zona Norte do Recife. Ambientado em uma cidade decadente e melancólica, o filme acompanha o poeta de rua Jeová (Luiz de Aquino) em sua busca por inspiração e reconhecimento, ao lado de Maria Suzanne (Eduarda Rocha), uma garota de programa. A trama se desenvolve em meio a dilemas sobre arte, dinheiro e desejo, explorando a sobrevivência e a poesia em uma metrópole que desumaniza. Em sua estreia no cinema, Sérgio Bivar, também autor do roteiro, revela que a inspiração nasceu de encontros com um poeta real no Bar Central, no centro do Recife. “Além do conteúdo, o que distinguia aquele papel de um mero informe publicitário era que a entrega estava condicionada à contrapartida de alguma moeda, não somente para ajudar na sua subsistência, mas implicando também no seu reconhecimento como artista”, comenta. O diretor explica que o filme reflete a luta por reconhecimento artístico e a natureza ambígua do dinheiro em uma sociedade desigual. A produção, concebida de forma independente e com orçamento de guerrilha, teve como princípio preservar a autenticidade dos cenários e personagens. “Há um tanto de bricolagem, pois a filmagem da obra não representou um acontecimento na cidade, não houve fechamento de vias, equipe policial, nada parou. Ela somente aconteceu dentro das possibilidades que se abriam, o resultado foi um verdadeiro presente. Seria impossível refilmar ‘A Primavera’”, afirma Daniel Aragão. O roteiro, segundo os diretores, buscou dar protagonismo à cidade, abraçando suas contradições e permitindo improvisos criativos do elenco. O elenco é formado inteiramente por pernambucanos, com destaque para artistas de diferentes áreas, como poesia, artes plásticas e música. As filmagens ocorreram em locações icônicas, como o Bairro do Recife, o Parque do Baobá e o Alto da Sé, em Olinda. Bivar destaca a espontaneidade do elenco e a liberdade de criação como diferenciais do processo. “Como Daniel precisava girar 360 graus com a câmera, toda a equipe precisou se esconder e ficar só no monitor. Então, foi realizado um plano sequência longo, num único take e corte, sem direção, por assim dizer. Um registro irreplicável”, afirma o diretor. Com trilha sonora de Vince Watson e direção de fotografia de Daniel Aragão, A Primavera propõe uma experiência sensorial e simbólica. “Imaginamos também que o longa sirva para as pessoas sentirem e refletirem, que possam buscar, muito além das sensações, os sentimentos”, diz Bivar. A obra, produzida pela Casona Estúdios e Cicratrix, se insere na tradição do cinema pernambucano contemporâneo ao propor um retrato crítico e poético de uma cidade em transformação. ServiçoFilme: A PrimaveraEstreia: 23 de outubro de 2025Local: Moviemax Rosa e Silva – Recife (PE)Classificação indicativa: 16 anos

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João Campos defende planejamento metropolitano e inovação como chaves para o futuro

Em palestra no projeto Pernambuco em Perspectiva, o prefeito do Recife destacou a importância do capital humano, da integração entre municípios e da resiliência urbana para o desenvolvimento sustentável do Estado. *Por Rafael Dantas A Região Metropolitana do Recife representa apenas 3,3% do território pernambucano, mas concentra 56,14% do PIB e aproximadamente 58,65% da população de Pernambuco, segundo o IBGE. Apesar do avanço econômico em outras áreas, a capital e os municípios do seu entorno ainda exercem forte influência sobre o ritmo de desenvolvimento do Estado. Diante desse cenário, o projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, promovido pela Revista Algomais em parceria com a Rede Gestão, recebeu o prefeito da capital, João Campos, para discutir O Papel Estratégico do Recife e da RMR para o Futuro de Pernambuco. Em sua palestra, o gestor destacou cinco eixos principais: capital humano, governança metropolitana, planejamento de longo prazo, inovação e resiliência urbana. Com um território reduzido, mas abrigando as principais universidades e centros de pesquisa do Estado, o capital humano é o ativo mais valioso do Recife na avaliação de João Campos. O prefeito ressaltou que a cidade tem um papel histórico como centro formador de conhecimento em Pernambuco, trouxe exemplos concretos de como tem se destacado na economia criativa e defendeu que a educação deve ser uma agenda estruturante do município e dos seus vizinhos na metrópole. “Se a gente não compreender essa história que nos trouxe até aqui, dificilmente vamos conseguir gerar os ciclos seguintes de desenvolvimento. Um grande ativo do Recife é a capacidade de formar. Só temos esse ativo porque a gente investe em capital humano, investe nas pessoas e a gente precisa continuar a fazer isso. Essa tem que ser a principal agenda estruturada de longo prazo da nossa cidade e das cidades metropolitanas”, defendeu o prefeito. Dos esforços atuais, Campos exemplificou o crescimento da estrutura de creches e escolas de tempo integral do Recife, que praticamente dobrou em três anos e meio, com a ampliação de 6,5 mil vagas. A meta apontada pelo gestor foi de incluir mais sete mil crianças até o final de 2026 nessa frente. Os investimentos do Embarque Digital,  programa realizado em parceria com o Porto Digital, que oferece bolsas a estudantes em situação de vulnerabilidade para formação em tecnologia e fortalecimento do setor na cidade, seguem na mesma direção. GOVERNANÇA METROPOLITANA E PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO Ao contrário de outras regiões metropolitanas do País, onde a capital concentra a maior parte dos habitantes e do território, o Recife representa cerca de 40% da RMR e ocupa uma área reduzida. Essa configuração exige instituições fortes para articular os municípios em temas como mobilidade, gestão ambiental e serviços de saúde, mas atualmente essa coordenação ainda é um ponto frágil no contexto estadual. “É fato que falta uma estrutura robusta que viabilize a gestão metropolitana, capaz de planejar e, principalmente, de executar”, apontou o prefeito. “Para funcionar, a instituição precisa ter força: poder decidir, autorizar, negar. Tem que ter capacidade de juntar o planejamento com a operação. O modelo que não pode ser é não ter modelo. Assim não funciona.” A região teve no passado uma grande força da Fidem (Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife) e mesmo da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), que vive um momento de renascimento. Especificamente na mobilidade, o Consórcio Grande Recife viveu dias de maior protagonismo décadas passadas. Mas a desvalorização do planejamento, o sucateamento do serviço público e o esvaziamento de instituições desse perfil desmontou ao longo das décadas a capacidade de planejamento e execução, como foi tratado nas primeiras reuniões do projeto Pernambuco em Perspectiva. Além de soluções insatisfatórias de mobilidade urbana para o morador da metrópole, um problema dessa falta de gestão exemplificada pelo prefeito é a sobrecarga no sistema de saúde pública da capital. Campos afirmou que muitos moradores de outras cidades acessam os serviços oferecidos pelas unidades de saúde da capital que não estão disponíveis ou são insuficientes nos seus municípios de origem. “Em qualquer serviço de saúde de porta aberta no Recife, a gente tem uma presença muito grande de pessoas de outras cidades e não há nenhuma remuneração ou contrapartida orçamentária vinculada a esses atendimentos. Pelos princípios do SUS não vamos deixar de atender ninguém. Mas isso está tirando a vaga de alguém que paga por aquilo e que precisa desse serviço no Recife. Então, desde coisas pontuais como essa até os grandes problemas de mobilidade, de desafios de fronteira, de planejamento estruturado de longo prazo, tudo isso fica ausente se não tiver uma grande estrutura de planejamento e de funcionamento da rotina metropolitana”, afirmou Campos.  INOVAÇÃO NA GESTÃO Duas forças do Recife que devem se irradiar para a RMR e para o Estado são os investimentos em inovação e transformação digital na gestão pública. João Campos lembrou que a cidade foi a primeira capital a regulamentar o Marco Legal das Startups e a contratar soluções via inovação aberta. Essas iniciativas permitiram que a prefeitura atue como um ecossistema de desenvolvimento tecnológico. Esse modelo não só proporciona soluções eficientes para problemas locais – como o combate ao absenteísmo na saúde – como também cria produtos exportáveis que geram receita e reconhecimento para a cidade. O prefeito disse que uma das soluções que foi contratada nas chamadas de inovação e o financiamento público municipal, passou a ser aplicada também no Amazonas, no Rio de Janeiro, em São Paulo, entre outros destinos. Em cada lugar onde ela é aplicada, a Prefeitura da capital pernambucana é remunerada.  “O Recife recebe royalties por isso porque nós somos donos dessas soluções. Isso porque fizemos uma contratação por inovação. Então, isso tem um impacto tremendo no longo prazo. A gente hoje tem um faturamento importante da Empresa de Tecnologia do Recife, que já consegue ter superávit em algumas áreas, porque estamos desenvolvendo, comprando, investindo e vendendo solução de tecnologia Brasil a fora”. O prefeito defende que esse ecossistema de inovação deve se expandir para toda a Região Metropolitana do Recife, garantindo

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Religião, diversidade e diálogo inspiram a programação desta quinta (9) na Bienal do Livro de Pernambuco

Mary Del Priore, Junior Rostirola, Hugo Monteiro Ferreira, Natália Timerman, Bell Puã e outros autores participam de debates e lançamentos que unem literatura, fé e diversidade cultural A Bienal Internacional do Livro de Pernambuco chega à sua reta final com uma programação intensa nesta quinta-feira (9), no Centro de Convenções de Pernambuco. O evento reúne nomes consagrados e novas vozes da literatura em uma série de lançamentos, debates e apresentações culturais. Entre os destaques estão as participações de Mary Del Priore, Junior Rostirola, Hugo Monteiro Ferreira, Natália Timerman, Wellington de Melo, Bell Puã e Lina Fernandes, em atividades que abordam temas como envelhecimento, diversidade, espiritualidade e sustentabilidade. Diálogo entre gerações e temas sociais No Círculo das Ideias, o público poderá acompanhar o lançamento de Universidade Social, de Cicília Leite, e debates sobre o Plano Nacional do Livro e da Leitura, com Fabiano Piuba e Jéferson Assumção. As discussões sobre inclusão e representatividade também ganham espaço com a mesa Literatura LGBT+ para além do romance, mediada por Gabriela Saback, e o lançamento de Os Leões do Norte, de Magno Martins. A escritora Natália Timerman conversa com Schneider Carpeggiani sobre História de Desterro, enquanto Wellington de Melo apresenta, junto a alunos da CESAR School, o livro Ninguém no Mundo. Encerrando o dia, a historiadora Mary Del Priore participa de um diálogo sobre o envelhecer no Brasil. Fé e literatura em destaque Na Conexão Petrobras, a relação entre fé, leitura e vida pessoal ganha força com a participação de Junior Rostirola no encontro Café com Deus Pai e uma história de vida, mediado por Sidney Nicéas. Antes disso, o espaço recebe lançamentos de obras ligadas ao desenvolvimento sustentável, à literatura de cordel e às produções da Editora Nzamba. O pesquisador Hugo Monteiro Ferreira discute Sobre as nossas famílias, mediado por Mirtes Renata, seguido pelo lançamento de Nem 8, nem 80, de Alfredo Bertini e Leusa Santos. Cultura popular e expressão artística O Palco Sesc Além das Letras será tomado por manifestações culturais que celebram a diversidade pernambucana, com apresentações de dança do xaxado, sarau, coral e show de encerramento com o Combo CPM. No Café Cordel, Bell Puã lança Nossa História do Brasil: Pindorama em Poesia, enquanto o Espaço Diálogos promove reflexões sobre sustentabilidade e comunicação, com nomes como Cláudia Carneiro, Lina Fernandes e Fernando Campos. O autor também participa de um encontro com leitores no Lugar de Acesso. Literatura para todas as idades Com uma programação educativa voltada a diferentes faixas etárias, a Bienal promove atividades que vão da contação de histórias sobre diversidade e respeito à reflexão sobre poesia marginal e mediação literária entre adolescentes. No ambiente digital, transmissões ao vivo no YouTube reúnem autores como Olivia Uviplais, Viih Tube e Eliezer. O Espaço Sebrae – Descola Jovem completa o dia com oficinas sobre inteligência emocional e comunicação não violenta, fortalecendo o elo entre literatura, educação e empreendedorismo juvenil. ServiçoTema: Ler é sentir cada palavraData: 3 a 12 de outubro de 2025Local: Centro de Convenções de Pernambuco – OlindaHorário: Segunda a sexta, das 9h às 21h | Sábado e domingo, das 10h às 21hProgramação completa: bienalpernambuco.com/programacao-por-diaInstagram: @bienalpe

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Agenda Cultural Algomais indica espetáculos, oficinas e exposições

Tributo a Adele chega ao Teatro RioMar Recife com espetáculo ao vivo O Teatro RioMar Recife recebe, no dia 10 de outubro, o espetáculo “Hello Adele Tribute”, uma homenagem à carreira da cantora britânica Adele. Criado pela gaúcha Stephanie Lii, o show recria a experiência de um concerto de Las Vegas, com duas horas de apresentações 100% ao vivo, reunindo sucessos e hits da artista. O tributo já contabiliza mais de 150 apresentações no Brasil e na Europa, oferecendo ao público pernambucano a oportunidade de vivenciar a intensidade e a emoção da voz marcante de Adele. Ingressos a partir de R$ 88, disponíveis no site do teatro ou na bilheteria. Mardi Gras em Recife reúne jazz e frevo no Recife Antigo O Recife Antigo se transforma em palco de música, cores e cultura nos dias 3 e 4 de outubro com o Mardi Gras em Recife, evento gratuito e aberto ao público. Na sexta (3), às 20h30, o pianista e compositor Amaro Freitas apresenta seu jazz com influências afro-brasileiras, enquanto no sábado (4), também às 20h30, Romero Ferro comanda um espetáculo vibrante de frevo no Palco da Praça do Arsenal. A programação completa pode ser conferida no perfil oficial @mardigrasrecife. Oficina Brennand celebra Mês das Crianças com oficinas e atrações gratuitas A Oficina Francisco Brennand preparou uma agenda especial para outubro, com oficinas de argila, confecção de pipas, atividades sensoriais e programação da Temporada França-Brasil 2025. No Dia das Crianças (12), a entrada será gratuita para o público de até 12 anos. Entre os destaques estão a oficina “Mão que cria, mão que brinca”, conduzida por Fernando Portela nos dias 11 e 12, voltada para crianças de 7 a 12 anos (inscrição a R$ 75 com direito a acompanhante), e a atividade gratuita “O Voo de Ossain”, no dia 19, em que famílias poderão confeccionar pipas. Já no dia 11, a coreógrafa franco-caribenha Lénablou ministra uma masterclass de Techni’ka como parte do intercâmbio cultural da temporada. As inscrições podem ser feitas pelo link disponível na bio do Instagram da instituição (@oficinafranciscobrennand). Ágnes Souza lança “Não estou recebendo visitas” com poemas sobre mudanças, perdas e o cotidiano O próximo lançamento da Cepe Editora, Não estou recebendo visitas, da poeta pernambucana Ágnes Souza, reúne poemas que exploram memórias, lutos e pequenas experiências do dia a dia, trazendo à tona a beleza que emerge mesmo em momentos de fragilidade. Entre lembranças de infância, trocas afetivas, a intimidade feminina e a perda do pai, a autora constrói textos impregnados de vida urbana e subjetividade, oferecendo um olhar sensível sobre a experiência contemporânea. O livro será lançado na XV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em 5 de outubro, às 14h, no Espaço Círculo das Ideias, com bate-papo entre Ágnes e a editora-assistente Gianni Gianni. Ciranda Cultural leva afeto e inclusão à Bienal do Livro de Pernambuco Com lançamentos, sessões de autógrafos e uma cabine de fotos, o grupo Ciranda Cultural estreia hoje seu estande na XV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que acontece até 12 de outubro no Centro de Convenções, em Olinda. A programação reúne autores como Lucas de Matos (3 e 4/10), Renata Fernandes (5 e 6/10), Thaís Roque (4/10) e Filipe Macedo (11/10), com obras que abordam diversidade, infância, poesia e inclusão por meio da Libras, consolidando o espaço como um dos destaques do evento. Caio Danyalgil lança catálogo da exposição “Cintilante” na Arte Plural Galeria O artista pernambucano Caio Danyalgil apresenta, neste sábado (04/10), o catálogo da exposição Cintilante, na Arte Plural Galeria, a partir das 15h, com entrada gratuita. A mostra reúne 20 obras fotográficas que exploram a luz em espaços naturais, incluindo duas instalações no piso da galeria, proporcionando ao público uma experiência visual única. O catálogo, em edição limitada e disponível também em versão digital, traz texto de abertura do curador Cadu, que destaca a capacidade do artista de unir paisagens interiores e exteriores por meio de linhas de luz e elementos naturais. Julia Vargas e Natascha Falcão celebram Rita Lee e Gal Costa em show LeeGal na Estação da Luz No dia 11 de outubro, sábado, a Casa Estação da Luz, em Olinda, recebe o show LeeGal, homenagem às icônicas cantoras brasileiras Rita Lee e Gal Costa, com as interpretações de Julia Vargas e Natascha Falcão. O espetáculo reúne clássicos como “Mania de Você”, “Ovelha Negra”, “Baby” e “Vapor Barato”, além de sucessos recentes, e promete envolver o público em uma experiência musical intensa, antecedida e seguida pelo DJ Aslan Cabral, com sua pesquisa sonora que atravessa décadas da música brasileira. A apresentação começa às 18h30, com abertura da casa às 17h e encerramento às 22h. Ingressos: R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia) e R$ 45 (social), à venda pelo Sympla e no local. Cinema São Luiz exibe documentário sobre resistência da comunidade Santana Neste sábado (04/10), às 14h, o Cinema São Luiz recebe a sessão gratuita de Estórias que se atravessam – O Rio Capibaribe e a comunidade Santana, documentário dirigido por Rosely Bezerra, Mariana Rodrigues e Mariana Vasconcelos. A obra retrata a luta da comunidade de Santana, na Zona Norte do Recife, contra os impactos sociais e afetivos provocados pelo projeto de construção da ponte Cordeiro-Casa Forte. Narrado pelos próprios moradores e crianças, o filme reconstrói memórias, afetos e relações com o Rio Capibaribe, tornando-se um manifesto por pertencimento, identidade e direito à cidade. Galeria Marco Zero abre exposição individual de Bruno Vilela inspirada na Amazônia A Galeria Marco Zero inaugura, no dia 9 de outubro, às 17h, a exposição individual As Estrelas Descem à Terra, do artista pernambucano Bruno Vilela, com curadoria de Daniel Donato. A mostra reúne 16 trabalhos inéditos, entre pinturas e desenhos, e apresenta o filme O Ano da Serpente, produzido pelo artista. Inspiradas em uma imersão de 20 dias na Amazônia, as obras exploram paisagens, cosmologias, mitologias locais e a relação entre o real e o fantástico, convidando o público a mergulhar na poética pessoal de Vilela e no diálogo entre cultura e experiência artística. Plaza Shopping

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Pernambuco renasce como polo estratégico da indústria farmacêutica

Reportagem da série Raio X da Indústria mostra como gigantes nacionais e empresas locais estão transformando o Estado em referência no setor farmacêutico. *Por Rafael Dantas A indústria farmacêutica cresceu 11,5% no Brasil no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da consultoria IQVIA. Com o envelhecimento da população e os estímulos à produção nacional, as estimativas para o setor são de avanço contínuo, entre 8% e 12% até 2029. Pernambuco tem uma história no setor, com empresas locais com décadas de operação, mas também um novíssimo tecido industrial composto com investimentos de ordem bilionária. Tanto o setor público, como o privado estão ampliando suas instalações e seu portfólio de produtos. De acordo com dados da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), elaborados pela Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento) foram investidos em Pernambuco R$ 3,4 milhões por indústrias nacionais como a Aché e a Blau, além de locais como o Lafepe, Vidfarma, entre outras como a Hemobrás que aportou R$ 1,9 bilhão no seu parque fabril em Goiana.“Temos um complexo econômico industrial da saúde instalado. Seja por meio de investimentos privados ou da recentemente inaugurada Hemobrás. Um projeto complexo, que teve a sua conclusão com uma fábrica estratégica para o Brasil, não só para Pernambuco”, destacou o economista Paulo Guimarães, da Ceplan. Paulo Guimarães ressalta que o setor no Estado já forma um complexo econômico industrial da saúde com investimentos privados e públicos, como a Hemobrás. “É uma fábrica estratégica para o Brasil, não só para Pernambuco”, destacou. Apesar dos novos investimentos estarem mais próximos ou na Região Metropolitana do Recife, o setor tem importantes players no interior do Estado. No Agreste, por exemplo, estão a Lapon (Limoeiro) e a Hebron (Caruaru). No Sertão, há o destaque para o Imec, instalado no município de Custódia. O presidente do Sinfacope (Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos, Medicamentos, Cosméticos, Perfumaria), Renato Dutra, comemora o momento do mercado. “O setor está num período interessante de crescimento, embora haja forte concorrência e muitas mudanças estão acontecendo no mercado de uma forma como nunca antes”, afirmou o empresário, que também dirige a Lapon. Ele recorda que há aproximadamente 50 anos, Pernambuco já foi o segundo polo farmacêutico no Brasil. “Só da Região Metropolitana do Recife eram em torno de 50 indústrias farmacêuticas, a maioria de pequeno porte”. Em contraste com esse período do passado, dominado por empresas locais, o momento atual de aquecimento é muito forte com a vinda de investimentos nacionais. FÁRMACOS EM SUAPE O Complexo Industrial de Suape é conhecido por sua Refinaria e Petroquímica mas, também, pela fabricação de medicamentos. Nesta semana, por exemplo, o Aché Laboratórios Farmacêuticos anunciou a expansão de sua fábrica 4.0 em Suape, no Cabo de Santo Agostinho, com investimento de R$ 267 milhões. O valor investido se soma aos R$ 800 milhões já aplicados pela companhia Estado, totalizando R$ 1,067 bilhão. A nova etapa da indústria adiciona uma área de 13.565 m² dedicada à produção de medicamentos estéreis, elevando o potencial de produção para cerca de 40 milhões de unidades por ano. O novo setor tem a expectativa de gerar até 3 mil empregos diretos e indiretos, após essa expansão. A Blau Farmacêutica é outra gigante que vai instalar uma fábrica em Suape, com investimento estimado em R$ 1 bilhão. O empreendimento ocupará um terreno de 77 hectares e deverá gerar cerca de 1.400 empregos. A Blau já possui cinco unidades fabris no Brasil e presença em países como Chile e Colômbia. Na primeira fase, a fábrica de Suape produzirá apenas medicamentos acabados, voltados principalmente para hospitais, incluindo produtos biotecnológicos e sintéticos usados em áreas como oncologia, nefrologia e hematologia. Em uma segunda etapa, a empresa avalia também fabricar IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) – matérias-primas utilizadas na produção dos medicamentos – atualmente produzido em São Paulo. EMPRESAS LOCAIS TAMBÉM ESTÃO EM CRESCIMENTO NO INTERIOR A Imec, sediada em Custódia, no Sertão de Pernambuco, é líder de mercado no Brasil na produção de ácido acetilsalicílico, com o seu carro-chefe, o Dormec. A empresa atua em todo o território nacional, contando com 24 representantes e mais de 400 clientes, incluindo grandes distribuidores e redes de farmácias. Além dos medicamentos, a corporação, que é familiar, também expandiu seus negócios para o segmento de suplementos alimentares, com produtos como vitaminas C e D. Atualmente, a companhia mantém um portfólio de 34 produtos entre as duas empresas do grupo, empregando cerca de 300 profissionais, a maioria oriunda da própria região. Apesar dos desafios logísticos e da escassez de mão de obra especializada no Sertão, a Imec conseguiu formar uma equipe qualificada para atender às rigorosas normas do setor regulado pela Anvisa. “Apesar das dificuldades, temos conseguido superar os desafios e manter a qualidade e segurança dos nossos produtos”, afirmou Djalma Bezerra, presidente da empresa, que foi fundada pelo seu pai, Gilson Castelo Branco Araújo. Sediada em Custódia, a Imec é líder no Brasil na produção de ácido acetilsalicílico, por meio da marca Dormec. Atua no mercado nacional e tem 300 empregados. Djalma Bezerra é o presidente da empresa, que foi fundada pelo seu pai, Gilson Castelo Branco Araújo Com perspectivas de crescimento moderado para os próximos anos, a Imec planeja fazer lançamentos anuais de três a quatro novos produtos consolidando sua presença no mercado nacional. Para Djalma Bezerra, a chegada de grandes indústrias ao Estado representa uma oportunidade para o setor se especializar e elevar os padrões de qualidade e competitividade de todas as empresas locais. Também no interior, a Lapon Indústria Farmacêutica, fundada em 1990 e instalada em Limoeiro, tem se destacado na produção de suplementos vitamínicos, produtos com cálcio e probióticos, além de atuar com terceirização para grandes redes e indústrias nacionais. Após crescer 22% no ano passado, a previsão é de avançar mais 30% no faturamento em 2025. A localização estratégica no Vale do Capibaribe permite o aproveitamento de um microclima favorável para cultivo de espécies medicinais, fortalecendo a base de produção local. A empresa atualmente conta com cerca de 170

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Festival Pernambuco Meu País movimenta R$ 200 milhões e reúne mais de 1 milhão de pessoas no interior

Evento percorreu dez cidades do Sertão e Agreste, valorizando artistas locais e impulsionando o turismo. Foto: Janaína Pepeu - Secom Entre 25 de julho e 7 de setembro, o Festival Pernambuco Meu País realizou sua segunda edição, consolidando-se como uma das maiores iniciativas culturais do Estado. Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secult, Fundarpe e Empetur, o evento percorreu dez cidades do Sertão e Agreste, impactando mais de um milhão de pessoas e movimentando mais de R$ 200 milhões na economia local. A rede hoteleira registrou taxa média de 93% de ocupação, reforçando o efeito positivo do festival no turismo e nos serviços. Foram mais de mil contratações artísticas em 45 dias, reunindo cerca de 7.800 artistas em apresentações de música, teatro, circo, literatura, dança, audiovisual e gastronomia, com 87% das atrações formadas por artistas pernambucanos. “A segunda edição do Festival Pernambuco Meu País consolidou nossa política pública de levar cultura para todas as regiões do Estado, movimentando o turismo e a economia e garantindo mais emprego e renda para nosso povo”, declarou a governadora Raquel Lyra. O festival registrou aprovação de 98,4% do público, que classificou o evento como ótimo ou bom, além de 91,6% de avaliação positiva para a segurança. Ao todo, foram percorridos mais de 1.300 quilômetros com a caravana que passou por municípios como Caruaru, Triunfo, Arcoverde e Salgueiro. Para a secretária de Cultura, Cacau de Paula, “esse festival nasce de um grande desejo coletivo de valorização e difusão da cultura. Ele se consolidou como uma política pública que garante a circulação de artistas e expressões culturais por todo o Estado, gerando oportunidades e fortalecendo a identidade cultural pernambucana”. A Secretaria de Defesa Social mobilizou 4.054 profissionais para garantir a tranquilidade do público nas dez cidades. Foram registradas 207 ocorrências, 75% delas de furto, e utilizadas tecnologias como reconhecimento facial e drones. “A segurança do Festival Pernambuco Meu País foi garantida graças ao trabalho integrado das nossas operativas, aliado ao uso de tecnologias como reconhecimento facial, drones e o suporte aéreo do GTA, através da Operação Drones”, destacou o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. O encerramento aconteceu em Caruaru, no dia 7 de setembro, reafirmando o papel do festival como referência de interiorização cultural no Brasil.

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Patrimônio ameaçado: desafios e estratégias para preservar o Centro Histórico de Olinda

Degradada e sob pressão urbana, a cidade enfrenta uma tendência de esvaziamento populacional no seu centro histórico e a maior necessidade de fiscalização. Em paralelo, iniciativas de restauração e propostas de gestão federal buscam proteger seu patrimônio arquitetônico e cultural. *Por Rafael Dantas “O Sítio Histórico de Olinda tem passado por um processo de degradação acelerada”, alerta o presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, George Cabral. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1982, a cidade reúne um acervo arquitetônico e paisagístico singular, marcado por igrejas e conventos dos séculos 16 e 17, além do casario colonial. No entanto, ela convive com dinâmicas urbanas e mesmo culturais incompatíveis com a sua identidade e com a necessidade de preservação. Apesar de o Centro Histórico de Olinda reunir 1,2 km² tombados, com paisagens marcantes, rica vegetação e a vantagem de estar próximo ao litoral, o turismo local não alcança a mesma vitalidade observada em outros patrimônios da Unesco, como as cidades mineiras de Ouro Preto e Diamantina. Somam-se a isso problemas de violência urbana e poluição sonora, que não apenas afastam visitantes mas, também, comprometem a permanência dos próprios moradores. “Quando a Unesco tombou a Olinda, uma coisa que ficou bem clara na declaração: havia uma conjunção muito interessante do patrimônio construído, do patrimônio vegetal e da população que residia ali, como fazedora de cultura, como gente que animava aquele centro histórico. Mas esses moradores têm sido sistematicamente afastados, porque hoje é praticamente impossível você viver em sossego na cidade”, observa o historiador. George Cabral ressalta que os moradores estão abandonando Olinda em busca de tranquilidade. Eles se queixam da falta de regulação das atividades dos espaços de show que se instalam nos casarões, das prévias carnavalescas que se estendem ao longo de metade do ano e dos roubos. As queixas são relativas à falta de regulação das atividades dos espaços de show que se instalam nos casarões, das prévias carnavalescas que se estendem ao longo de metade do ano, dos roubos, inclusive de cabos de cobre que se conectam às residências. Situações de controle urbano, combinadas com o relaxamento das normas de preservação. Esse conjunto de problemas e a consequente tendência de esvaziamento de moradores amplia as dificuldades de gerir uma cidade centenária, que naturalmente já teria os desafios de captar financiamento para a manutenção dos principais ícones arquitetônicos ou de induzir a conservação dos imóveis pelos seus proprietários. A chefe do Escritório Técnico de Olinda do Iphan-PE, Ana Paula Lins, alerta que qualquer intervenção em imóveis tombados ou no entorno precisa de anuência do instituto, devido à proteção federal na região. Apesar de não tratar o cenário como alarmante, ela considera que há dificuldades em diversas frentes. Ana Paula lista, por exemplo, a falta de uma educação patrimonial dos moradores, a necessidade de definir regras para proteger ruas, igrejas e casario das grandes festas, a exemplo do Carnaval, bem como do reforço da fiscalização. Especialistas alertam para a falta de uma educação patrimonial por parte dos moradores, e para a necessidade de definir regras para proteger ruas, igrejas e casario das grandes festas, a exemplo, do Carnaval, bem como do reforço da fiscalização. “O número de intervenções irregulares cresce numa perspectiva muito maior do que os próprios órgãos podem dar conta, porque o número de funcionários e de técnicos não é suficiente para fiscalizar tudo o que vem acontecendo no Sítio Histórico”, justifica  Ana Paula. A folia do Carnaval e todo o seu ciclo de prévias fazem parte da identidade da cidade, isso é inegável. Porém, o tamanho que a festa alcançou também tem preocupado tanto em relação à preservação do patrimônio da cidade, como à própria integridade física dos brincantes. O assunto já chegou, inclusive, ao Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda. DESAFIOS NA ÓTICA DO PODER MUNICIPAL A Prefeitura de Olinda explica que os principais desafios da gestão desse Sítio Histórico estão relacionados à alta complexidade técnica e financeira. “Muitas obras exigem recursos humanos especializados, materiais específicos e licitações complexas. Há também situações emergenciais, como no caso da Casa 28, interditada, e do Palácio dos Governadores, que demandam intervenções urgentes de coberta, fachadas e instalações”, relata Marília Banholzer, secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda. Além da preservação direta dos imóveis, o poder municipal reconhece a dificuldade de lidar com as pressões urbanas da dinâmica local. Ou seja, equilibrar a necessidade de preservação com as demandas cotidianas da cidade, viva e habitada, e que também recebe atividades de massa, como o maior Carnaval de rua do mundo. “Mas estamos enfrentando esses desafios com planejamento, articulações para o uso do Fundo de Preservação, parcerias e até avaliando possibilidades de PPP (parceria público privada) em equipamentos. Isso nos permite avançar apesar das limitações”, explicou a secretária. A Prefeitura de Olinda explica que os principais desafios da gestão do Sítio Histórico estão relacionados à alta complexidade técnica e financeira. Muitas obras exigem recursos humanos especializados, materiais específicos e licitações complexas. A Prefeitura de Olinda informou que estão em andamento um conjunto de ações que envolvem tanto a zeladoria quanto a restauração de imóveis tombados. Entre as iniciativas, estão a recuperação da Praça Laura Nigro, a manutenção do Observatório do Alto da Sé – em parceria com o Governo do Estado –, a instalação de novas placas de sinalização turística e patrimonial, além das tratativas para a colocação de placas maiores. Também estão em fase de licitação e atualização de orçamentos projetos, como o Mercado da Ribeira e o Cine Olinda. A secretária afirma que o patrimônio e a cultura da cidade seguem sendo um importante motor econômico de Olinda, visto que movimenta as pousadas, os restaurantes, os bares, o transporte, bem como o artesanato e toda cadeia da economia criativa. “Cada restauração concluída não é apenas uma vitória da preservação mas, também, uma oportunidade de gerar novos fluxos turísticos, valorizar o comércio local e fortalecer a imagem da cidade no cenário nacional e internacional”, destacou Marília.  INVESTIMENTOS FEDERAIS NA CIDADE Mesmo com as preocupações, há investimentos externos em

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O cego guiou o caminho

*Por Paulo Caldas É como se o fracasso fosse confortável para alguns; sempre encontram razões que o justifiquem, culpando o destino, o karma ou algo semelhante. Contudo, há quem abrace o desafio e transforme a queda em oportunidade. “O cego guiou o caminho” narra a jornada de Seu Augusto, que, aos vinte e oito anos, começou a perder a visão. E, não obstante possuir uma prole considerável, reiniciou a vida. Não venceu a cegueira, mas determinado, dominou a adversidade. Desse modo, com os ensinamentos transmitidos pela pedagogia do cotidiano, guiou os filhos a cultivar virtudes e repassá-las aos descendentes. No texto, o autor, João Carlos Barros, décimo sexto filho de Augusto e Júlia, além de homenageá-los, resgata a epopeia vivida pela família. Embora não siga o viés de autoajuda, pelos exemplos que apresenta, o livro pode auxiliar o leitor a buscar caminhos. Afinal, nos seus longos silêncios, o protagonista ensinou: “vencer é tirar as pedras do caminho: há uma luz que nos espera a cada curva do destino’’. A publicação traz o selo da Editora Nova Presença. Capa de Fabrício Oliveira. Revisão de Fernanda Caldas. Projeto Gráfico de Bel Caldas. Imagens do acervo do autor. Os exemplares podem ser adquiridos nas livrarias Jaqueira. *Paulo Caldas é escritor

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Inovacao e Tecnologia em Icones

Pernambuco na rota da inovação e da tecnologia

Com startups em expansão, ecossistema fortalecido e soluções sustentáveis, o Estado se consolida como polo estratégico do Nordeste, mas ainda enfrenta desafios de escala e inserção no mercado nacional. *Por Rafael Dantas A inovação tornou-se palavra de ordem no planejamento estratégico das empresas, nos debates sobre gestão pública e, também, na busca por respostas aos novos desafios de um mundo cada vez mais tecnológico e marcado pelas mudanças climáticas. Impulsionados pelo Porto Digital, pelos investimentos privados e pelas universidades, os empreendimentos de base tecnológica pernambucanos – verdadeiras pontas de lança dessa engrenagem – vêm ganhando força em atividades produtivas de grande relevância para a economia local. O Estado lidera o número de startups no Nordeste, com 780 em operação, segundo pesquisa do Sebrae. Na semana passada, parte desse ecossistema marcou presença em um dos maiores eventos do setor no País, o Startup Summit, levando para Santa Catarina insights e soluções made in PE. O ecossistema local já movimenta cifras relevantes. Segundo pesquisa da Caravela a partir de dados da Neoway, o faturamento do setor de tecnologia – que tem 14.858 empresas no Estado – em 2024 foi de R$ 13,8 bilhões, 5,9% superior ao registrado em 2023. O movimento é crescente nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, o faturamento total foi de R$ 9,2 bilhões.  Porém, quando a lupa se volta para a participação da economia pernambucana, o setor responde por 4,79% do PIB de Pernambuco. Além disso, o Estado ocupa a 10ª posição nacional no ranking de maior protagonismo do setor na economia estadual, que é liderado pelo Amazonas (14,9%), por São Paulo (10,5%) e por Santa Catarina (7,7%).  Quando analisada a parcela de contribuição de Pernambuco na produção nacional, o Estado responde por apenas 1,69% do faturamento do setor no Brasil. Uma participação ainda tímida, mesmo com todo crescimento do Porto Digital nos últimos anos. Pernambuco tem vantagens claras em serviços de tecnologia, saúde, mas também sobre o bioma da Caatinga e na economia azul. São segmentos com grande potencial de inovação e mercado". Evelyne Labanca POTENCIAIS LOCAIS Os estudos empreendidos pelo ecossistema de inovação do Sebrae no Estado revelam alguns diferenciais competitivos. Na pesquisa Startups Sebrae Report 2025, 14,75% dessas empresas são da tecnologia da informação. Na sequência já aparece o segmento de saúde e bem-estar, com 12,82% de representação.  “O Estado tem vantagens claras em serviços de tecnologia, saúde, mas também sobre o bioma da Caatinga e na economia azul (modelo econômico focado no uso sustentável dos recursos oceânicos e costeiros para promover o desenvolvimento). São segmentos com grande potencial de inovação e mercado”, destaca Evelyne Labanca, gerente de Negócios Inovadores do Sebrae-PE. Dois exemplos ajudam a ilustrar esse potencial: a Gumlife, que aposta no bioma da Caatinga ao desenvolver insumos sustentáveis para cosméticos a partir da resina do cajueiro, e a AICury, que inova na saúde com inteligência artificial para monitorar pacientes no pós-operatório. Ambas foram destaques no Startup Summit e mostram como ciência e empreendedorismo podem se transformar em impacto econômico e social. Com um olhar na Caatinga, tanto na pesquisa quanto no mercado, a Gumlife nasceu dentro da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Ela apresentou ao País soluções inovadoras a partir da resina do cajueiro, que é adquirida diretamente de agricultores familiares, criando uma nova fonte de renda no campo.  Incubada no Parque.TeC UFPE, a empresa surgiu em 2020 a partir de pesquisas acadêmicas de estudantes de farmácia, biomedicina e medicina, consolidando-se como empresa em 2022. O objetivo é claro: transformar ciência em impacto real. “A gente sentia a necessidade de trazer algo para o mercado. A sociedade cobra muito: ‘o que é que vocês trazem de volta para a gente?’”, destaca a CEO Joandra Leite. O principal produto desenvolvido pela Gumlife é uma goma purificada, obtida da resina extraída do cajueiro, que  pode ser aplicada nas indústrias cosméticas, alimentícias e farmacêuticas. O insumo natural traz propriedades hidratantes, anti-inflamatórias e estimulantes da síntese de colágeno para o rejuvenescimento facial. Além dele, a empresa desenvolve um suplemento prebiótico voltado para a saúde intestinal. Segundo Joandra, a proposta é entregar soluções veganas e sustentáveis, reforçando a inovação nordestina. “Além de ser natural, nosso cosmético é vegano e traz propriedades de rejuvenescimento e saúde para a pele”, explica. O modelo de negócio da Gumlife combina a venda de insumos para outras empresas (B2B) e o desenvolvimento de produtos próprios. A startup mostra em feiras os cosméticos, enquanto aguarda o registro da Anvisa para lançar sua primeira linha de dermocosméticos ao consumidor, prevista para dezembro de 2025. Já o suplemento prebiótico deve chegar ao mercado ao longo de 2026. Várias inovações ancoradas no semiárido estão despontando nos eventos de mercado e científicos. Essas novas tecnologias partem de centros de pesquisa acadêmicos, como também de instituições estatais como Embrapa e IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), além de empresas que já descobriram os potenciais da Caatinga.   INOVAÇÃO QUE RIMA COM SAÚDE, IA E WHATSAPP No campo da saúde, o Recife desponta como o segundo polo médico no País. É nesse contexto que nasceu a AICury, startup recifense incubada também no Parque.Tec da UFPE. Ela desenvolveu uma tecnologia pioneira que utiliza inteligência artificial para acompanhar pacientes no período pós-operatório, diretamente pelo WhatsApp.  Criada há dois anos, a solução garante assistência remota por até 30 dias após a alta hospitalar, permitindo que complicações sejam detectadas mais cedo e os pacientes retornem ao hospital com menor risco. “Conseguimos identificar com 99% de acurácia uma infecção pós-cirúrgica mais cedo, o que melhora a qualidade de vida do paciente e reduz custos para os hospitais”, explica José Willian Nascimento, diretor de produtos da AICury. Conseguimos identificar com 99% de acurácia uma infecção pós- cirúrgica mais cedo. O objetivo é garantir qualidade de vida ao paciente e gerar economia de recursos, especialmente para o setor público. José William do Nascimento Batizada de Lucy, a IA conversa com pacientes de diferentes faixas etárias e níveis de escolaridade, analisando padrões de resposta para identificar sinais de alerta. Caso seja detectado risco de complicação, o sistema aciona

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