Arquivos Pernambuco - Página 13 De 113 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Ligia Pereira

"Culturas que se consolidam como mais saudáveis mantêm os hábitos alimentares vinculados à sua história"

Lígia Pereira, nutricionista da Faculdade Pernambucana de Saúde, destaca que comer não é só um ato fisiológico mas, também, envolve componentes afetivos e culturais e que essas características devem ser levadas em conta ao se adotar uma alimentação saudável. Ela também fornece dicas para quem exagerou nas ceias de fim de ano. Comer aquele bolo delicioso feito pela sua avó ou manter uma alimentação saudável e ficar “de bem com a balança”? Para a nutricionista Lígia Pereira, esse dilema pode ser resolvido, sem que seja preciso eliminar uma das opções: num dia, você come o quitute familiar, sem culpa, e no restante da semana, retorna para sua dieta. Afinal, pertencemos à raça humana e, por isso, a comida também está relacionada à cultura e não se restringe à simples saciedade da fome. “Não nos alimentamos só pela questão fisiológica, mas também pelo desejo, pelo prazer”, esclarece Lígia, que é tutora do curso de Nutrição da FPS (Faculdade Pernambucana de Saúde). Na verdade, acrescenta a nutricionista, a alimentação é um forte laço que nos une à nossa identidade cultural. Então, como pertencer a um Estado, como Pernambuco, secularmente vinculado à produção açucareira, e eliminar de finitivamente da mesa o bolo de rolo ou de noiva? Lígia reforça ainda que as sociedades mais saudáveis são as que mantêm seus hábitos alimentares. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ela também explica como o fast food estimula um sistema do cérebro de modo a que a pessoa queira cada vez mais esse tipo de alimento, o que torna mais difícil a perda de peso. Lígia Pereira esclarece ainda a relação entre alimentação saudável e saúde mental, além de fornecer dicas preciosas para quem exagerou na bebida e nas comilanças das ceias de fim de ano. Que efeitos as pessoas sentem no organismo quando exageram comendo e bebendo muito nas ceias de fim de ano? O corpo é nossa máquina perfeita, ele tem mecanismos regulatórios próprios e, por isso, nosso organismo sempre tenta se autorregular. Nas festas de fim de ano, em que há um certo exagero, ele vai trabalhar nesse sentido. A baixa de energia que sentimos após as comilanças acontece porque o corpo vai direcionar mais energia para fazer a digestão desses alimentos. Nesse período de autorregulação, sentimos alguns sintomas como fadiga, sede, indisposição, enjoo. Em relação ao consumo de álcool, a sede que sentimos na ressaca também tem a ver com a autorregulação. O álcool tem esse efeito que desidrata o organismo. Após uma semana comendo e bebendo muito, o que se deve fazer para reequilibrar o organismo? Os sucos detox funcionam? Os sucos funcionam para aumentar a qualidade de ingestão hídrica, o que é muito bom nesta época do ano em que tendemos a ingerir mais bebidas alcoólicas, mais alimentos salgados, porém quem faz o “detox” – como eu disse – é o próprio organismo. Os rins e o fígado, que são órgãos de suma importância, vão fazer essa depuração de impurezas, de substâncias que não são adequadas ao metabolismo. A detoxificação refere-se mais à saúde desses dois órgãos, do que propriamente à alguma substância que ingerimos. Mas não vamos cair nem no exagero, nem na demonização: os sucos são altamente benéficos. Se exageramos muito na comida e bebida alcoólica, principalmente nesta época superquente, o suco vai oferecer um aporte de frutas, portanto, eles são importantes. Mas para manter o organismo alinhado novamente, é preciso voltar a um alinhamento de forma geral. Então, a recomendação é começar a consumir mais líquidos e voltar a sua rotina, evitar alimentos cujo teor de sal sejam muito grandes, preferir sempre os mais naturais, fazer as refeições completas para recuperar o organismo, consumir mais frutas e verduras para ter esse aporte. A digestão já foi altamente impactada, por isso, precisamos de alimentos mais leves, ou seja, é preciso retomar a rotina com carinho. Qual a importância da hidratação e quantos litros de água devemos beber ao dia? Nossa região é muito quente e vivemos dias cada vez mais quentes com essa questão do aquecimento global, então é extremamente importante para o nosso corpo ter mais água. A hidratação vai ajudar nosso metabolismo na digestão. É muito comum haver constipação ou diarreia após esses exageros alimentares e isso tem a ver com a hidratação. Por exemplo, a constipação está muito associada à falta de água e, na diarreia, ocorre uma perda grande de água. A hidratação vai ajudar a reequilibrar tudo. Por isso, temos que retornar à vida normal tendo bons hábitos e repor a água no organismo de maneira adequada. A quantidade ideal que devemos consumir por dia depende do peso de cada pessoa. Mas estabelecemos a fórmula de 2,5 litros de maneira geral, porque fica fácil. Lembrando que os outros alimentos e bebidas que ingerimos também vão contribuir com esse conteúdo de água. Os exercícios físicos também podem ser retomados rapidamente? É verdade que quem se exercita regularmente tem mais chances de não ter a saúde tão afetada quando exagera na comida e bebida? Quem tem a prática de exercício já consolidada tem naturalmente essa tendência de retomar às suas atividades, por ter um gasto energético maior. Portanto, consegue lidar melhor com esses aumentos de volume alimentar e também tem mais disposição. O corpo está mais bem adaptado às mudanças. Mas não se pode extenuar o corpo. Então, pós-ceia de Natal ou Réveillon, deve-se descansar, porque o corpo também precisa de descanso. A nossa tríade de qualidade de vida é manter uma boa alimentação, a prática de exercícios físicos e um bom sono. Então, assim que der, deve-se retomar os exercícios, mas sem compensar. Pois as compensações são muito maléficas. Se você vai à academia, não precisa aumentar o tempo de treino para compensar a ceia. Vale lembrar que todo ganho de peso é um processo contínuo, não é a ceia de Natal que vai fazer você engordar. A dica é, antes de ir para uma confraternização ou ceias, fazer refeições, porque, quando você vai com fome, não tem senso crítico para escolher os

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Frei Caneca: um herói esquecido pelo Brasil

Aos 200 anos de sua morte, o mártir permanece pouco lembrado no País e mesmo em Pernambuco, apesar da sua importância para a independência do Brasil *Por Rafael Dantas Há 200 anos, o Frei Caneca vivia seus últimos dias. Preso na capital pernambucana, o religioso e líder revolucionário, que participou dos dois maiores movimentos políticos da história de Pernambuco, seria executado pelos seus feitos e por suas ideias no dia 13 de janeiro de 1825. O grande pensador da Confederação do Equador e sobrevivente da Revolução Pernambucana de 1817 foi fuzilado, mas sua mensagem permaneceria viva. Ainda que até hoje não tenha o reconhecimento merecido, nem em Pernambuco, nem no Brasil. Mais que uma liderança política local, Frei Caneca é um dos grandes revolucionários do País. As repetidas amputações do território Pernambucano, que perdeu muito da sua extensão para a Bahia e para Alagoas, foram represálias aos movimentos da então província que balançaram o Reinado de Dom João VI em 1817 e o Império de Dom Pedro I em 1824. As rupturas com o poder central e a conclamação de outras províncias para a construção de um País com um sistema de governo mais sofisticado indicam a força desses movimentos. Mesmo com poucos meses de resistência, ambas as revoluções vividas por Frei Caneca foram marcadas por batalhas, com muitos mortos, articulações políticas intensas e mensagens em prol de uma ordem política muito avançada para a época. É por esses e outros motivos que muitos historiadores comparam a dimensão dada no País a Frei Caneca e a Tiradentes. Ambos terminaram mortos com as revoluções com as quais se envolveram. Mas enquanto o mineiro Joaquim José da Silva Xavier virou um mito nacional, com uma praça monumental em sua homenagem em Ouro Preto e registros fartos nos livros didáticos, as reverências ao pernambucano Joaquim da Silva Rabelo são muito mais tímidas, mesmo no Estado de Pernambuco. UM LÍDER POLÍTICO INTELECTUAL Frei Caneca não foi o presidente da Confederação do Equador, mas de longe é o mais reconhecido. Vindo de uma família humilde, que morava num local considerado periférico do Recife na época, ele era um intelectual. Com os ideais que aprendeu nos livros que teve acesso em seus estudos, com especial atenção ao período do Seminário de Olinda, o religioso contestou Dom Pedro I. “Mesmo jamais tendo saído da sua província natal, exceto pela temporada na Bahia, ele se tornou um dos homens mais cultos e um dos maiores pensadores políticos do País, além de notável poeta. Juntando-se a isso muita coragem, energia, carisma e capacidade de comunicação, afora um grande amor pelo povo brasileiro, reuniram-se nele os ingredientes para formar um líder político como jamais se vira antes por aqui”, escreveu sobre Frei Caneca em seu livro Pernambuco - Histórias e Personagens do jornalista Paulo Santos de Oliveira. Os principais embates que levaram a Confederação do Equador em 1824 eram relacionados ao autoritarismo de Pedro I. A centralização do poder nacional, ainda hoje questionada, estava no foco do problema naquele ano. Dom Pedro I havia indicado para governar Pernambuco Francisco Paes Barreto. Porém, os pernambucanos escolheram Manoel de Carvalho. Um ano antes, o monarca havia ainda dissolvido a Assembleia Constituinte e criado ele mesmo um projeto de constituição, também rejeitado por suas ideias centralistas e autoritárias. “A gente pode considerar o Caneca como um ideólogo. Parte das questões relacionadas com a ideologia do movimento de 1824 era sobre os enfrentamentos de entendimento do que seria pátria, cidadão e república. Ele fala muito sobre a federação. Ação política em direção à concentração de poderes na mão do Executivo – no caso, o imperador – fez com que o Frei Caneca rechaçasse todo esse modelo que considerava já ultrapassado diante dos novos momentos que se viviam, já depois da Revolução Francesa e de muitas revoluções liberais”, afirmou o historiador e professor da Unicap Flávio Cabral. ENFRENTAMENTO AO AUTORITARISMO Havia um conjunto de pensamentos defendidos por Frei Caneca que representava um verdadeiro terremoto no sistema escravista, centralizador e com forte influência lusitana do Brasil da época. E diante de um líder autoritário, como Dom Pedro I, ter um habilidoso intelectual em Pernambuco era um problema. Embora seja lembrado principalmente por 1824, Caneca já estava presente em 1817. O professor Flávio Cabral rejeita a ideia de que ele era apenas um mero estagiário nesse primeiro movimento, mas destaca uma atuação forte do jovem no primeiro levante contra a Coroa Portuguesa. “Eu encontrei uma documentação que afirmava que Frei Caneca distribuiu panfletos na hora da bênção da bandeira de Pernambuco, onde hoje é a Praça da República. Ele saiu pelo meio do povo entregando panfletos, falando sobre a nação, glorificando a pátria naquele momento histórico. Por sua atuação, ele foi preso após a revolução na Bahia e só foi sair em 1821 da cadeia”, afirmou o pesquisador, que lembrou ainda que o líder escreveu um Plano de Educação para Pernambuco durante o Governo de Gervásio Pires. “Era fabuloso! Na época, a educação no País não existia, mas ele chega a apresentar à Junta de Governo um plano interessantíssimo”. O próprio fato de ser um religioso enfrentando a maior autoridade do País por si já era um fato político revolucionário para o pesquisador Carlos André Silva de Moura, que é historiador e professor da Universidade de Pernambuco. “Todos os ideais do Frei Caneca foram revolucionários. Desde ser um padre que questionou o status quo daquele período à possibilidade de rompimento com o governo central. Imagine um padre, que tem toda uma tradição, uma necessidade de uma hierarquia, questionar o governo central! Isso no Século 19 era algo muito difícil”, salientou. Unir carisma, força política e intelectualidade não é uma tarefa fácil sequer no Século 21. Mas Frei Caneca conseguiu unir essas habilidades em pleno Século 19 – sendo religioso e político – com outra característica muito valorizada atualmente: a capacidade de comunicação. UM COMUNICADOR ACIMA DA MÉDIA Como religioso, Frei Caneca era um orador, que mesmo muito jovem foi professor de uma disciplina de retórica. Ele

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Turismo de Pernambuco apresenta forte crescimento em 2024

Setor teve aumento de receita de 10% em comparação a 2023 e prevê um 2025 igualmente promissor, em razão de novas conexões aéreas, investimentos hoteleiros e o bom momento do setor de negócios. Foto: Vinicius Lubambo *Por Rafael Dantas O turismo de Pernambuco vive um período de forte aquecimento. E não é apenas o verão que está esquentando a movimentação dos hotéis e dos serviços de lazer do Estado. Com a oferta crescente de conexões aéreas, tendo o aeroporto mais movimentado do Nordeste, e a estruturação dos principais destinos, a Terra dos Altos Coqueiros figura como protagonista em várias listas de desejos dos visitantes do País. De acordo com o Prêmio Melhores Destinos, Porto de Galinhas foi apontado como o segundo melhor destino de praia do Brasil. No ranking do Booking de preferência de viagens para o Natal e Ano Novo, Fernando de Noronha e Porto de Galinhas estão, respectivamente, em segundo e em terceiro lugar. E na lista de desejos para viajar no próximo ano, em pesquisa do Ministério do Turismo, em parceria com o Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem, Pernambuco apareceu em quinto lugar nacional. Se Porto de Galinhas desponta como a joia da coroa, a capital pernambucana também surge com força em algumas pesquisas. No levantamento da Embratur e da Decolar sobre a busca dos turistas estrangeiros, o Recife ficou em segundo lugar em todo o País. Os bons ventos para o setor, porém, estão distribuídos também nos destinos do interior, em novos roteiros que estão despontando e em segmentos, como das viagens de negócios e eventos. Mudam as metodologias e os recortes, mas o interesse pelos principais destinos do Estado já está visível nos números consolidados do setor. O Índice da Atividade Turística divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que entre janeiro e setembro, a receita do setor foi 38,8% superior à do período pré-pandemia. O crescimento entre 2023 e 2024 foi de 10,2%. LIDERANÇA REGIONAL DE VOOS Uma das receitas desse sucesso é a força do setor aéreo. Além de ter um hub da Azul, Pernambuco registra um avanço da malha aérea desde a reabertura da pandemia. “Temos o dobro de voos de Fortaleza e uma vez e meia a mais que Salvador”, destacou o presidente da Empetur, Eduardo Loyo. O grande volume desses voos é nacional, mas as conexões com o exterior estão em andamento. Mesmo ainda abaixo do período pré-pandemia, Pernambuco já consegue se conectar com os Estados Unidos, a Argentina, Portugal, além dos recentes voos para o Paraguai e para o Chile. É a volta do turismo internacional a bola da vez esperada pelo setor hoteleiro. Durante o Visit PE Travel Show, o presidente do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau, Otaviano Maroja, destacou a importância dessas conexões para atrair o turista. “O mercado sul-americano é muito bem-atendido com voos para o Caribe, mais que para o Nordeste. Então, esses operadores estão sempre negociando as melhores condições para trazer esses clientes. E é muito importante para a gente ter esse cliente o ano todo, com voos para o ano inteiro”. Ele revela o potencial de atração que Porto de Galinhas passa a ter com o voo direto Recife — Santiago, recém-inaugurado. A demanda do turista pernambucano, inclusive, de conhecer a capital chilena fortalece esse voo, visto que as companhias têm compradores nos dois sentidos da viagem. Entre os meses de janeiro e outubro de 2024, Pernambuco recebeu 44.467 visitantes estrangeiros, segundo a Empetur. Os principais mercados emissores internacionais foram Portugal (27,12%), Uruguai (19,52%), Argentina (16,98%), Itália (5,98%) e Alemanha (5,98%). A retomada da malha aérea internacional é o foco do setor, segundo Eduardo Tiburtius, presidente da Associação de Hotéis de Porto de Galinhas. “O turista doméstico já voltou completamente, após a pandemia. Agora temos mais volume de voos do que antes de 2019. Mas o internacional, ainda não. Chegamos a ter oito voos semanais na alta temporada da Argentina, hoje temos três”, comparou o empresário. “O turismo é um processo, vendemos o futuro e isso demanda um certo tempo. Mas neste ano nossos focos são Santiago, que está acostumado a ir para o Caribe e Estados Unidos, mas vem pouco ao Nordeste. Assunção também tem se mostrado um mercado muito interessante, com 100% vendido”, declarou Tiburtius. Marcando presença no evento, a governadora Raquel Lyra garantiu também a melhoria da infraestrutura do aeroporto de Fernando de Noronha. O terminal aéreo tem recebido apenas aviões de menor porte (até 70 lugares) até a conclusão dos trabalhos. Assim que tiver seu aeroporto requalificado, o arquipélago poderá receber aviões maiores e já tem a garantia de um voo direto vindo de Guarulhos, já pactuado com a Latam. “As obras do Aeroporto de Noronha estão andando bem, demoraram mais pela falta do material com que se faz o asfaltamento da pista. No máximo em janeiro, a gente entrega e junto será feita a requalificação, será um novo aeroporto para os turistas”, assegurou Raquel Lyra. Ela destacou ainda a conquista de uma parceria com o Ministério dos Transportes para refazer as vias urbanas da cidade. Ela prometeu também lançar um novo projeto de saneamento para o arquipélago. “As ilhas de Fernando de Noronha são pérolas que servem para atração de turistas também para outras regiões do Estado”. Para os próximos dois anos, há uma expectativa também no recente anúncio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Ao lado do ministro do Turismo, Celso Sabino, ele anunciou o investimento de R$ 63,6 milhões na promoção internacional dos destinos do Nordeste. O aporte faz parte do Pati (Programa de Aceleração do Turismo Internacional), que espera gerar 500 mil novos assentos no período de um ano. PORTO DE GALINHAS EM DESTAQUE De acordo com o diretor de vendas da plataforma Omnibees, Rodolfo Delphorno, Porto de Galinhas é o único destino que supera a capital em número de reservas entre todos os principais Estados do Brasil. A plataforma registrou 222,7 milhões de pesquisas para a alta estação. O balneário tem uma estadia

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PIB de Pernambuco deve registrar crescimento recorde em 2024

Os dados da Agência Condepe-Fidem da economia de Pernambuco para os meses de julho, agosto e setembro são animadores. O PIB no trimestre registrou uma alta de 4,9%, quando comparado com o mesmo período de 2023. O bom desempenho foi puxado pela agropecuária, que cresceu 11,4%. O avanço da indústria foi de 5,3%, enquanto os serviços subiram 3,2%. Na comparação com o trimestre anterior, o PIB de Pernambuco avançou 1%. Nas duas contagens, o desempenho superou a média nacional. Com a aceleração nesse período, o PIB no ano de 2024 poderá voltar a crescer acima da média nacional. Até agora (dado de janeiro a setembro), a economia de Pernambuco cresceu 4,7%, bem acima do Brasil, que registra até o momento 3,3%. As estimativas do Governo do Estado é de que 2024 registre o maior salto da atividade econômica nos últimos 15 anos. Construção do Trem 2 da Rnest avança com pacote de editais de R$ 8,4 bilhões A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, deu um passo estratégico para o crescimento econômico de Pernambuco e do Brasil com a aprovação de sete editais para a construção do Trem 2. O projeto, com investimento superior a R$ 8,4 bilhões, permitirá que a refinaria processe até 260 mil barris de petróleo por dia, gerando emprego e desenvolvimento para a região. Primeira Ram House do Nordeste reforça crescimento da marca de picapes premium O Grupo Italiana inaugura nesta quinta-feira (12), no Pina, em Recife, a primeira Ram House do Nordeste, consolidando a presença da marca líder em picapes grandes. A concessionária conceito, fruto do investimento de Marcony Mendonça e seus filhos, une luxo e sofisticação em um ambiente inspirado no estilo country. Com modelos como a nova Ram 1500 2025 e acessórios exclusivos, o espaço também conta com o Ram Coffee, oferecendo uma experiência diferenciada ao cliente moderno. A Ram, que já domina 76% do mercado de picapes grandes, segue em forte expansão com crescimento de 206% nas vendas acumuladas deste ano. Pernambuco conquista destaque nacional em transformação digital Pernambuco alcançou o 2º lugar na categoria Governo Estadual Transformador do Digital Transformation Awards, promovido pelo Instituto da Transformação Digital (ITD). A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauricélia Montenegro, destacou que o reconhecimento reflete o esforço em implementar políticas públicas inovadoras que transformam a vida da população por meio da ciência e tecnologia. Projetos como o Espaço Cria e o Cientista Arretado foram apontados como essenciais para consolidar o Estado como referência nacional em inovação. Evoke lança segunda fase na Reserva do Paiva com foco em sustentabilidade e alto padrão A incorporadora OR lançou a segunda fase do Evoke na Reserva do Paiva, trazendo apartamentos compactos de alto padrão com valores a partir de R$ 635 mil e infraestrutura que alia conforto, inovação e sustentabilidade. O empreendimento, que já atingiu 75% de vendas nas fases 1 e 2, destaca-se pela localização em meio a praias e Mata Atlântica preservada, com áreas de lazer como rooftop com vista 360°, piscina, espaço gourmet, além de tecnologias sustentáveis, como painéis solares e sistema de irrigação automatizado. O Valor Geral de Vendas é estimado em R$180 milhões. Bar do Amparo celebra quatro anos com expansão e festa em Olinda O Bar do Amparo, comandado pelo chef Hiago Magalhães, completa quatro anos em Olinda com uma ampliação que dobrará o espaço da casa. A novidade, localizada ao lado do endereço original, será inaugurada neste sábado (14) com a última edição de 2024 do Samba de Jorge, às 16h. Hiago destaca que a ampliação atende à alta demanda e reforça os cuidados com o público. O evento promete reunir fãs do samba e amigos do bar em um clima especial, com o pedido para que todos compareçam de branco, simbolizando gratidão e celebração.

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IoT traz boas perspectivas para o setor de tecnologia de Pernambuco

Com a redução do custo dos equipamentos e aumento da demanda por dados, setor de tecnologia local, que já produz hardwares e softwares, vislumbra cenário promissor com internet das coisas. *Por Rafael Dantas O Recife tem trilhado um caminho ainda tímido, mas crescente de empresas no segmento de Internet das Coisas. A IoT, como é conhecida, é a conexão de objetos físicos à internet, permitindo que eles coletem, compartilhem dados e interajam entre si e com os usuários. Tudo isso de forma inteligente, automatizada e nos últimos anos com várias soluções made in Pernambuco. Em diferentes vertentes, várias empresas locais têm construído suas histórias nessa atuação que perpassa entre os hardwares e a inteligência de dados. Diferente do desenvolvimento de softwares e aplicações, em que Pernambuco tem algumas centenas de startups e empresas atuando, no segmento de IoT o número de players é pequeno. Porém, as expectativas são grandes nesse mercado, com a redução do custo dos equipamentos e o aumento da demanda de dados para a tomada de decisões em todos os negócios e serviços. “O mercado global de IoT está em rápida expansão e analistas, como a GlobalData, projetam que ele possa ultrapassar US$ 1,1 trilhão até 2024, impulsionada pela automação e pela necessidade de dispositivos conectados. Temos algumas iniciativas promissoras em IoT em Pernambuco, mas a maior representatividade está nas universidades e nos projetos de governo. Universidades como a UFPE e o Instituto Senai de Inovação promovem pesquisas importantes e incubam startups, enquanto o Porto Digital fomenta projetos com IoT”, afirmou o professor da UniFBV Wyden Marcello Mello, que é PhD em Educação Tecnológica e mestre em Ciências da Computação. Diante do aumento da produção em escala desses equipamentos, o professor afirma que os custos dos sensores e módulos de comunicação diminuíram consideravelmente, permitindo que mais empresas e consumidores acessem essas tecnologias. Alguns dos produtos mais populares são os assistentes domésticos, como o Alexa. Além disso, várias soluções de automação residencial estão se tornando mais acessíveis. Esse avanço começa a ser percebido no Estado, segundo o CEO da Parlacom, Clóvis Lacerda. “Nós temos empresas que fabricam equipamentos em Pernambuco. Empresas genuinamente pernambucanas. Isso é importante porque no mundo inteiro se discute a questão do circuito integrado, porque é uma questão de estratégia nacional. No Recife temos no Porto Digital empresas de programação, muitos desenvolvedores… Mas agora a gente tem a união do software com hardware”, destacou. TECNOLOGIAS À SERVIÇO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA Um dos players locais no segmento é a BottomUp, que nasceu em 2011 em uma incubadora no Itep (Instituto de Tecnologia de Pernambuco). Hoje a empresa tem uma planta instalada na Várzea e já está com planos para levar suas operações para o Parqtel (Parque Tecnológico de Eletrônicos e Tecnologias Associadas de Pernambuco). O novo espaço representará um salto pois terá uma estrutura quatro vezes maior que a atual. A empresa é uma fábrica de hardwares, com 60 funcionários. A corporação dispõe de um setor interno de Pesquisa & Desenvolvimento, uma área de design industrial e muitos produtos no mercado. O principal segmento de atuação da BottomUp é de equipamentos voltados para os serviços de iluminação pública. Pequenos hardwares instalados nos postes da cidade ajudam a evitar que as lâmpadas queimem, diante da oscilação de eletricidade, por exemplo. “Nós temos um equipamento que é instalado e se o poste vazar corrente, o sistema desliga apenas aquele poste. A equipe da prefeitura fica sabendo qual poste foi desligado e está com problemas. Dessa forma, ninguém leva choque”, exemplificou Fred Braga, CEO da empresa. Caso as luminárias parem de funcionar, o sensor também emite um alerta para a gestão municipal. Além disso, uma funcionalidade bem típica desses equipamentos é a medição do consumo de cada ponto. Como se trata de uma solução de interesse das municipalidades de todo o País, os equipamentos da empresa pernambucana estão espalhados para além das fronteiras do Estado. Só aqui na Região Metropolitana, por exemplo, vários desses hardwares estão em uso nas cidades do Recife, do Cabo de Santo Agostinho, em Goiana, entre outras. Apenas nesse exemplo da iluminação, é possível perceber a inversão de lógica nos serviços públicos que a IoT abre caminho. “O município deixa de ser reativo e passa a ser proativo”, afirma Fred. Antes dessas tecnologias, as empresas que prestam esse serviço público recebem as notificações de luminárias queimadas dos cidadãos. Com a inovação, a autoridade municipal já recebe a informação antes mesmo do aviso da população. A empresa, no entanto, não atua apenas nesse segmento, tendo soluções também de telegestão de ambientes (para condomínios residenciais e comerciais), Smart Parking (para identificação de vagas em estacionamentos), telemetria (de água, gás e energia), entre outros. Um dos produtos da BottomUp, por exemplo, foi o Botão do Gás, comercializado para a Supergasbras. A empresa pernambucana fabricou 132 mil unidades do equipamento que, ao ser acionado, faz o pedido automático de compra do botijão. Além desses serviços já em uso, o desenvolvimento do setor no suporte às smart cities – cidades inteligentes – aponta para muitas novidades nos próximos anos. IOT NO SUPORTE À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Com precisão na medição de dados em soluções de IoT, a XP Energy vem se destacando no segmento de monitoramento e controle de energia. Fundada em 2019, a startup pernambucana desenvolve tanto o hardware quanto o software necessários para acompanhar o consumo energético em tempo real, disponibilizando informações detalhadas aos clientes diretamente pela nuvem. Essa tecnologia integrada permite que empresas identifiquem padrões de uso, otimizem processos e reduzam despesas. A plataforma da XP Energy permite às empresas acompanhar os custos de energia em tempo real e acessar relatórios detalhados para um planejamento financeiro mais eficaz. A solução beneficia médios e grandes consumidores de energia, com contas superiores a R$ 10 mil, para quem a redução de desperdício e a eficiência energética são fundamentais. “O benefício de IoT em geral e dos nossos serviços é a redução de custo, automação de processos, digitalização e velocidade no acesso a dados para tomada de decisão”, afirmou o

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Shows e espetáculos encerram a Ocupação Espaço O Poste 2024

Apresentações celebram a cultura afroindígena e marcam os 20 anos do grupo O Poste Soluções Luminosas. Na imagem, o artista Lêpe Correia (Foto: Erlânia Nascimento) A Ocupação Espaço O Poste 2024 encerra sua programação neste fim de semana com apresentações marcantes no Recife. Na sexta-feira (13), o espetáculo teatral “Se eu fosse Malcolm” será encenado às 19h, seguido no sábado (14), no mesmo horário, pelo show “Canto do Reencanto”, de Lepê Correia. O projeto, promovido pelo grupo O Poste Soluções Luminosas, celebra 20 anos do coletivo com foco na valorização da cultura afroindígena em Pernambuco. O espetáculo “Se eu fosse Malcolm” traz o ator Eron Villar e a DJ Vibra em uma performance decolonial que revisita a trajetória de Malcolm X, ícone da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Com cenas minimalistas e músicas pontuais, a peça propõe reflexões sobre identidade e resistência. A entrada custa R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria ou via Sympla. Já no sábado (14), Lepê Correia apresenta o show “Canto do Reencanto”, com entrada gratuita. A performance, que conta com produção de Afonjah e participação especial dos filhos do artista, explora as vivências e sabedoria de Lepê, acumuladas ao longo de uma trajetória iniciada na década de 1970. Além de músico, Lepê é Mestre em Literatura e Doutor em Educação, reconhecido como uma voz essencial para a negritude no Brasil. Desde maio, a Ocupação Espaço O Poste 2024 movimentou a cena cultural recifense com 28 eventos que exaltaram a arte e a história afroindígena, consolidando o grupo O Poste como referência regional e nacional em Teatro Negro. “Ao longo do ano, pudemos ver pessoas pretas e indígenas frequentando o Espaço O Poste e se vendo representadas nas mais diversas linguagens artísticas (...). Completamos 20 anos de luta e resistência na arte”, destaca Naná Sodré, uma das fundadoras do grupo. Serviço:Finalização da Ocupação Espaço O Poste 2024 Local: Espaço O Poste – Rua do Riachuelo, 641, Boa Vista, Recife/PE

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Porto de Suape registra crescimento de 5,2% na movimentação de cargas

Aumento destaca a importância estratégica do complexo para o comércio nacional e internacional O Porto de Suape alcançou um crescimento de 5,2% na movimentação de cargas entre janeiro e outubro deste ano, somando 20.985.821 toneladas em comparação ao mesmo período de 2023. O destaque vai para agosto, com 2.670.132 toneladas, e para o aumento de 10% no número de atracações, totalizando 1.381 embarcações. Esses resultados consolidam Suape como o sexto porto público mais movimentado do Brasil. “Os números são bastante positivos e reafirmam a importância do Porto de Suape como um dos principais e mais movimentados terminais portuários do país. Mas estamos mirando mais alto”, afirmou Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. As operações com carga conteinerizada lideraram o crescimento, registrando alta de 23%, com 528.258 TEUs movimentados. O incremento foi impulsionado pela inclusão de Suape na rota internacional Singapura-Nordeste brasileiro, que conecta complexos portuários na Ásia, Caribe e outros atracadouros regionais. “Suape se posiciona como porta de entrada de contêineres de longo curso na região, trazendo mais competitividade para os exportadores e importadores”, destacou Marcio Guiot, diretor-presidente da estatal portuária. Além do desempenho em contêineres, o segmento de carga geral solta avançou 13,9%, alcançando 492.208 toneladas. Produtos como veículos, chapas de aço e peças industriais lideraram o aumento. Já os granéis líquidos, como petróleo e derivados, mantiveram estabilidade, representando 65,4% do volume total de carga movimentada. O porto pernambucano também se mantém como líder nacional no transporte de cabotagem e na movimentação de contêineres no Nordeste.

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Algomais vence Prêmio Fiepe de Jornalismo com série "Pernambuco em Perspectiva"

A Revista Algomais voltou a vencer o Prêmio Fiepe de Jornalismo, desta vez com a série de reportagens "Pernambuco em Perspectiva", assinada pelo repórter Rafael Dantas, na categoria de texto impresso. A premiação reconheceu também trabalhos da TV Globo, na categoria vídeo, da CBN Recife, na categoria rádio, e do Leia Já, na categoria internet. O Prêmio Fiepe de Jornalismo reconhece incentiva a publicação de reportagens que destacam a visibilidade do setor industrial no Estado. A série de reportagem Pernambuco em Perspectiva aponta os desafios do Estado de redesenhar um planejamento de longo prazo, considerando os desafios do século 21. As reportagens podem ser conferidas no link Pernambuco em Perspectiva. Ainda em 2024, a Algomais venceu ainda o Prêmio Sebrae de Jornalismo, em Pernambuco, e foi finalista do Prêmio Urbana-PE.

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Pequenos negócios, porém exportadores: mercado internacional no horizonte

Apesar das barreiras para levar seus produtos e serviços para o exterior, na última década mais empresas pernambucanas de pequeno porte começaram a atuar no mercado internacional *Por Rafael Dantas Já imaginou circular em Buenos Aires em um veículo fabricado em Goiana, comprar uma frutinha num supermercado norte- -americano que foi colhida em Petrolina ou mesmo encontrar uma toalha de mesa confeccionada em Salgadinho em uma loja portuguesa? Mesmo com uma economia ainda um tanto fechada, Pernambuco, desde 2014, exporta mais do que importa. Embora o maior volume e faturamento envolvido nesses números seja das grandes empresas, há um movimento para estimular os pequenos negócios a também acessarem o mercado global. Direto da pequena cidade de Salgadinho, no Agreste Pernambucano, que tem menos de 6 mil habitantes, Letícia Martins comemora a primeira exportação da CoopMulheres (Cooperativa de Costura Bordado e Confecção de Salgadinho). Com a marca Fios de Ouro, lençóis, guardanapos, toalhas e fronhas atravessaram o Oceano Atlântico para entrar na vitrine de uma loja portuguesa. As peças bordadas chegaram a ser expostas também em Paris. “Fizemos a primeira exportação neste ano. Nossa expectativa é de fazer mais. Conseguimos enviar nossos produtos a partir de uma consultoria e da parceria com outra empresa. Não tem como comparar o mercado. Além do faturamento, é uma venda importante para que essas mulheres sintam a importância do bordado delas saindo do interior do Estado”, afirmou Letícia, que é presidente da cooperativa que reúne 20 cooperadas e gera serviço para aproximadamente 30 bordadeiras. A entrada das peças bordadas no mercado português permite a venda dos produtos por uma margem bem maior que a praticada em Pernambuco, além de representar um portfólio importante para a CoopMulheres. “Tivemos uma pequena mostra em Paris, em um desfile, dos nossos produtos. Nossa ideia agora é de expansão, ganhar o mercado de hoteis de luxo com os produtos de cama, mesa e banho, além de acessar lojas de artesanato que valorizam a cultura brasileira”, conta Letícia. De acordo com dados da Secex/MDIC (Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), os MEIs, micro e pequenas empresas pernambucanas representam em 2024 quase um terço (31%) do total de corporações que fazem exportações no Estado. Apesar de percentualmente ser um número relevante, a verdade é que a minoria dos negócios locais conseguem ultrapassar as fronteiras, especialmente quando comparados a outros estados da região e à média nacional. “Neste mesmo ano, 2024, a participação de MEI, micro e pequenas empresas nas exportações brasileiras representou 41% do total de empresas, contabilizando 11.456 dos 28.524 CNPJs exportadores. Importante comentar que, em relação aos Estados da Bahia, Ceará, e Paraíba, Pernambuco possui a menor participação de MEIs e MPEs nas exportações”, compara João Canto, vice-presidente do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia). Os números são também da Secex/MDIC. Apesar disso, a tendência dos últimos anos foi de avanço. Em 2023, último ano fechado, 91 empresas desse porte (MEIs, micro e pequenas) do Estado faziam exportações. Em 2019, antes da pandemia, apenas 50 dessas empresas tiveram a experiência de levar seus produtos made in Pernambuco para fora do País. Entre 2018 e 2023, a tendência, portanto, foi de aumento da participação dos pequenos negócios. “Nota-se uma curva ascendente a partir de 2019, refletindo um movimento de crescimento na quantidade MEI, micro e pequenas empresas no quantitativo de exportadores”, afirmou João Canto. A única exceção nesse período foi justamente entre os anos de 2022 e 2023, quando a presença de empresas desse porte nas exportações teve uma oscilação negativa de 2%. A falta de cultura exportadora e as dimensões do mercado nacional são alguns dos fatores que justificam que as empresas locais tenham menos ambição de chegar ao consumidor internacional. “O que se percebe é que os pequenos negócios não têm uma cultura exportadora. Eles entendem que as exportações são mais para grandes empresas, não veem o mercado externo como uma oportunidade, mas é uma excelente oportunidade para vários segmentos”, avalia Jussara Siqueira, analista do Sebrae-PE. O que também acaba desestimulando investir no mercado internacional é o fato de o próprio Brasil oferecer enormes possibilidades de consumo interno. “Normalmente, esses pequenos produtores quando querem estar além de Pernambuco acabam comercializando para outros Estados do Nordeste ou mesmo outras regiões dentro do País. Isso contribui para que a cultura exportadora não seja tão buscada”. Para quem já atravessou as fronteiras, vencer as barreiras burocráticas de acesso aos principais mercados do mundo é um dos fatores relevantes. “As pequenas empresas locais enfrentam várias barreiras para exportar, incluindo o conhecimento limitado sobre os processos de exportação e os requisitos legais, o que torna difícil a adaptação às normas internacionais”, afirma a coordenadora do CIN (Centro Internacional de Negócios) da FIEPE (Federação das Indústrias de Pernambuco) Sthefany Miyeko. Além disso, a própria exigência de padrões de produção e certificações entra no pacote de desafios a serem superados para quem deseja ver seus produtos saindo do Brasil. “Essas empresas têm acesso restrito a financiamentos e apoio financeiro, o que compromete os investimentos necessários para adequar seus produtos aos padrões exigidos por mercados externos. Essa adequação a normas e certificações internacionais exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Por fim, os altos custos logísticos impactam diretamente a competitividade dos produtos no exterior, tornando mais difícil competir em mercados distantes”, reforça Sthefany Miyeko. O diretor de gestão estratégica do NTCPE (Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco), Wamberto Barbosa, afirma que o Brasil tem uma grande participação na importação no seu setor, mas a exportação ainda é muito pequena. “Essas empresas historicamente encontram obstáculos em acessar o mercado exportador por questões de dificuldade de logística, gestão, infraestrutura e capital para investimento”. Ele destacou ainda que as legislações do setor têm elevado as exigências para acessar o mercado internacional. “Isso, sem dúvida, é mais um desafio para o mercado brasileiro”. BENEFÍCIOS INTERNOS E POTENCIALIDADES O primeiro benefício mais óbvio para quem consegue exportar é aumentar o faturamento, especialmente conquistando maiores margens de lucro se

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Pernambuco em Perspectiva

O projeto Pernambuco em Perspectiva, da TGI e Rede Gestão em parceria com a Revista Algomais, está debatendo mensalmente o futuro do Estado. Diante do esgotamento do último esforço de planejamento do desenvolvimento de Pernambuco, ainda na década de 50, com os estudos do padre Joseph Lebret, existe a urgência de retomar as discussões sobre os rumos do Estado para as próximas décadas, em um mundo que atravessa por aceleradas transformações. Confira abaixo as reportagens e conteúdos produzidos pelo Pernambuco em Perspectiva: Para onde vamos? A falta que faz o planejamento Pernambuco: Em busca de uma perspectiva de futuro É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido Transição energética no mundo, oportunidades locais para Pernambuco Caminhos para um salto na educação de Pernambuco Caminhos para o desenvolvimento da indústria em Pernambuco Quais as oportunidades para Pernambuco no cenário do Nordeste? Não adianta apenas preservar o meio ambiente, é preciso regenerar a economia Onde estão as travas da inovação em Pernambuco? Desafios da aprendizagem: educação enfrenta muitos problemas para melhorar a qualidade VÍDEOS

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