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Futebol contra o racismo: campanha Recife sem Racismo estreia nos estádios

Iniciativa da Prefeitura do Recife mobiliza jogadores e torcedores no clássico entre Santa Cruz e Sport A campanha Recife sem Racismo, promovida pela Prefeitura do Recife, chegou pela primeira vez aos estádios de futebol. Neste sábado (15), no clássico entre Santa Cruz e Sport, a ação da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude vai reforçou o combate à discriminação no esporte, promovendo um encontro entre atletas das duas equipes e ativistas da causa antirracista. Durante a mobilização, os jogadores posaram para uma foto segurando a faixa da campanha, marcando o compromisso com o respeito e a igualdade. A capivara Méry Cristina, mascote da Prefeitura, também participou do evento. O secretário de Direitos Humanos e Juventude, Marco Aurélio Filho, destacou a importância da iniciativa, lembrando o caso recente do atacante Luighi, do Palmeiras Sub-20, vítima de ataques racistas. "De forma pioneira, estamos levando a campanha Recife sem Racismo para o estádio", afirmou. O presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, reforçou a necessidade de um ambiente seguro para todos: "O futebol deve unir, não dividir. Vamos seguir trabalhando para que nossos torcedores e atletas se sintam seguros e respeitados”. Além da conscientização nos estádios, a campanha incentiva o uso da plataforma de denúncias disponível no Conecta Recife ou pelo site https://semracismo.recife.pe.gov.br, garantindo um canal seguro para o registro e a apuração de casos de racismo.

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A Voz Suprema do Blues: conheça o último filme de Chadwick Boseman

Considerado o maior dramaturgo negro dos Estados Unidos, August Wilson dedicou a vida a escrever sobre a experiência de afro-americanos na América do Norte. Wilson é criador do The Century Cycle (O Ciclo do Século), conjunto de dez peças que trata dos conflitos e agruras enfrentados por negros americanos durante o século XX. Uma dessas obras foi adaptada para o cinema em 2016: Fences (no Brasil, Um Limite Entre Nós), com Denzel Washington e Viola Davis. Agora em 2020, a dupla está de volta em outro projeto ligado à obra de Wilson: A Voz Suprema do Blues, adaptação da peça "Ma Rainey’s Black Bottom". Denzel Washington sai da frente dos holofotes e assume a cadeira de produtor. Viola Davis finca os pés diante das câmeras, encarnando a cantora de blues, Ma Rainey, protagonista da história. Na trama, alguns músicos se juntam à cantora para gravar uma canção numa tarde quente em Chicago, em 1927. A gravação dá lugar a momentos tensos de embates de egos e discussão sobre racismo.   A Voz Suprema do Blues tem a mesma pegada teatral de Um Limite Entre Nós, com poucos cenários e longos diálogos. Trama entrelaçada por monólogos carregados de emoção, como quando o trompetista Levee, personagem vivido por Chadwick Boseman, conta detalhes de um triste e traumatizante fato ocorrido na infância. Cenas que exigem muito de cada ator e que podem render indicações a prêmios importantes da categoria. Chadwick, morto em agosto deste ano, já recebeu algumas indicações, entre elas, ao prêmio de melhor ator no Gotham Independent Film Awards, conhecido termômetro do Oscar. Após ganhar um Oscar por seu trabalho em Um Limite Entre Nós, Viola Davis tem grandes chances de receber mais uma indicação. Atuação soberba da atriz, potencializada pela boa caracterização da sua personagem, refletida no colorido exagerado da maquiagem e no figurino cheio de brilho. Para a direção foi escalado o dramaturgo, George C. Wolfe, com vasta experiência na Broadway e ganhador de prêmios Tony Award, o Oscar do teatro. Importante frisar que "Ma Rainey’s Black Bottom" foi o primeiro trabalho de August Wilson a chegar aos palcos dos teatros da famosa avenida de Nova York. A Voz Suprema do Blues estreou na Netflix em 17 de dezembro. A gigante do streaming também disponibilizou em seu catálogo A Voz Suprema do Blues: Bastidores, making of com detalhes da produção e entrevistas com o diretor, produtores e elenco.  

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“Ter uma vice-presidente negra na maior potência mundial é extremamente importante”

“O fato de termos uma vice-presidente negra na maior potência mundial é extremamente importante e relevante para as crianças, para os jovens e para os adultos que estão em processo de formação da sua identidade e de ser negro e negra”. A análise é de Auxiliadora Martins, líder do Gepar (Grupo de Estudos e Pesquisas em Autobiografias, Racismo e Antirracismo na Educação) da UFPE. Auxiliadora, que é doutora em educação pela universidade, acredita também que a chegada de Kamala Harris à vice-presidência dos Estados Unidos vai fazer com que mais pessoas possam estar na luta de frente da educação das relações étnico-raciais e da mudança de política e de práticas racistas no Brasil e no mundo. A acadêmica, no entanto, ressaltou que a persistência do racismo estrutural ainda dita as relações humanas, sociais, políticas e culturais no Brasil e que as ações afirmativas adotadas no País são fruto da luta do movimento negro. “Ao mesmo tempo em que o movimento denuncia práticas racistas, também anuncia possibilidades de fazermos diferente e de viver de forma diferente, respeitando a todos os espectros de cores de pele da população e da sociedade brasileira”, afirma. Essa pressão social, segundo Auxiliadora, fez com que algumas leis que instituem ações afirmativas e políticas públicas racialmente equitativas fossem promulgadas no Brasil, como a que traça objetivos e metas de promoção da saúde da população negra, que possui doenças prevalentes como a diabete, a hipertensão a anemia falciforme. Outro marco de políticas públicas racialmente equitativas considerada importante pela educadora foi a promulgação da lei 10.639 que orienta escolas públicas e particulares de todos os níveis e modalidades de ensino, a ensinar a história e a cultura afro-brasileira e africana. “Na esteira dessas demandas do movimento social negro, em 2012, também foi promulgada a lei que institui as cotas sociais e étnico-raciais no ensino superior, fazendo com que hoje nós possamos ter 50,3% de estudantes pretos e pardos na universidade pública brasileira, o que é um feito histórico e importante no combate às desigualdades étnico-raciais que ocorriam nas universidades públicas que foram pensadas por uma elite para atender aos interesses da própria elite”, salienta Auxiliadora Martins. Ela também ressalta a importância das cotas nos concursos públicos e para as eleições proporcionais. Apesar dessas conquistas, Auxiliadora Martins frisa, porém, que ainda há muito o que ser conquistado por negros e negras no Brasil. Ela explica, por exemplo, que o Gepar realiza estudos, pesquisa e extensão no sentido da denúncia contra o racismo institucional no ensino superior e contra o chamado epistemicídio acadêmico (um conceito, elaborado pelo professor português Boaventura de Souza Santos, que trata da destruição de formas de conhecimento e culturas que não são assimiladas pela cultura do Ocidente branco). “Um exemplo é que a UFPE não incorporou nas suas teorias e metodologias a lei 10.639. A universidade forma professores e professoras, que farão concurso público e serão cobrados e cobradas acerca do que está disposto nas diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais”, alerta a acadêmica. Entretanto, ela também visualiza alguns avanços recentes em outas áreas, como a decisão do Magazine Luiza em instituir um programa de trainee só para negros. “Constitui-se num feito histórico que será lembrado e celebrado pela população negra no Brasil. É pioneiro e é importante que todas as empresas possam fazer políticas públicas racialmente equitativas semelhantes ao do Magazine Luiza”.

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Quadrinhos na luta contra o Racismo

*Por Eduardo Martins “Todos os crimes, que a imaginação pode conceber, desde o lançamento ao mar de centenas de homens vivos até a morte, tudo cai como uma responsabilidade enorme de sangue sobre nossa cabeça. Eis por que hoje quando queremos livrar-nos sem abalo desse mal, não o podemos. Ele tem a idade de nosso país: nascemos com ele, vivemos dele. Foi como um vírus que se embebeu longos séculos em nosso sangue.” A citação foi retirada do primeiro capítulo do livro “A Escravidão”, do pernambucano Joaquim Nabuco, que ele começou a escrever quando retornou ao Recife em 1869, com seus vinte anos ainda incompletos. Ainda hoje, 151 anos depois do que foi escrito pelo célebre abolicionista, o vírus do preconceito racial continua vivo e encarangado em nossa sociedade. Infelizmente, os fatos mais recentes contribuem para isso. Nos EUA, o ex-segurança norte-americano George Floyd, homem negro de 46 anos, morreu asfixiado em 25 de maio de 2020, depois que Derek Chauvin, então policial de Minneapolis, ajoelhou-se no pescoço dele por pelo menos sete minutos. Aqui, no Brasil, o menino Miguel Otávio, de 5 anos, morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife na última terça-feira (2). O endereço é onde a criança, filho da empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, morreu depois de ser enviado sozinho de elevador pela patroa da mãe, Sarí Côrte Real, a um andar mais alto e cair de uma altura de 35 metros enquanto a procurava.  Autuada por homicídio culposo, a patroa pagou 20 mil reais de fiança para responder o processo em liberdade. A cor da pele não deveria nos diferenciar uns dos outros, mas casos como estes nos mostram exatamente o contrário. Milhares de pessoas foram às ruas nas duas últimas semanas, no mundo inteiro, e ainda continuam indo, para lutar contra o preconceito racial e atrocidades cometidas por alguns policiais. #BlackLivesMatter ou #VidasNegrasImportam se tornaram o nosso lema atual. Mesmo passando por um dos piores momentos da nossa história recente, por conta da Pandemia da Covid-19, não podemos baixar a cabeça contra o racismo, que ainda ruge nos quatro cantos do planeta. Além dos protestos*, o saber, o aprendizado e a informação correta pode mudar toda uma cultura. Toda uma sociedade. E, inserido no mesmo cenário, as histórias em quadrinhos tornam-se um poderoso instrumento de educação e de transformação social. Contudo, assim como em outras formas de expressão artística – principalmente no cinema feito em Hollywood – os quadrinhos também possuem obras pejorativas e carregadas de preconceitos que mancharam um período passado de sua história. Desde dos primórdios da arte sequencial, pessoas negras vêm sendo retratadas de forma equivocada. Nos quadrinhos norte-americanos de super-heróis, a integração de personagens negros sempre foi motivo de controvérsia. Homens e mulheres negras foram durante décadas relegados a meros coadjuvantes, impregnados de estereótipos, as vezes na selva, outras na periferia. Inverter a ordem do protagonismo do herói nos quadrinhos americanos mainstream aconteceu com mais vigor no final dos anos 60 e ao longo da década de 70, quando explodiu nos Estados Unidos o movimento cinematográfico conhecido como Blaxploitation. Influenciando uma geração inteira, não apenas no cinema, mas também no campo da música, pintura, teatro e literatura, o movimento também acertou em cheio o universo dos quadrinhos. Em junho de 1972, Luke Cage faz sua primeira aparição em “Luke Cage - Hero for Hire #1”, se tornando o primeiro super-herói negro como protagonista a ter um título próprio com o nome estampado na capa. Criado durante o auge da blaxploitation, Luke Cage é um ex-presidiário preso por um crime que não cometeu. Após ser submetido voluntariamente a um procedimento experimental, ele adquire uma força sobre-humana e sua pele se torna inquebrável. Livre da prisão, ele se torna o “Herói de Aluguel” da Marvel Comics, combatendo o crime nas ruas de Nova Iorque. Já a editora DC Comics também surge com seu primeiro super-herói negro e protagonizando seu próprio quadrinho: John Stewart, O Lanterna-Verde, co-estrelado pelo Arqueiro-Verde. O preconceito racial, o tráfico de drogas e a violência urbana transformam o arquiteto John Stewart no paladino no combate às injustiças acometidas ao povo afro-americano. O movimento Blaxploitation surgiu para confrontar o modelo de cinema Hollywoodiano da época, porém não deixou de ser tema de discussão sobre como os seus protagonistas ainda carregavam alguns estereótipos raciais. O que nos leva a outro super-herói da Marvel, O Pantera Negra. Um personagem que não é ajudante e não tem sua origem preconcebida em preceitos de cor ou raça. Criado em 1966, um pouco antes da Blaxploitation, o Pantera foi o primeiro herói negro que conquistou o público jovem e na direção certa quando se discute a representação do negro na narrativa gráfica de super-heróis. A história do Pantera Negra é essencialmente ambientada em Wakanda, um reino africano fictício – altamente rico e com tecnologia avançada, livre dos clichês associados aos personagens negros daquela época – que eventualmente apareciam em guetos escuros, sujos ou em cenários urbanos degradados. Além de invocar poderes místicos ancestrais, o Pantera conseguiu unir inteligência acima da média e habilidade física fora do comum para combater seus inimigos. Saindo um pouco do campo dos quadrinhos de super-heróis, existem diversas obras mais realistas e/ou biográficas, que mostram como o racismo sujou e continua sujando a história da humanidade até os dias atuais. Uma graphic novel em particular, merece menção: A Marcha, Livro 1: John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade. Lançada no Brasil em 2018 pela editora Nemo. Este quadrinho surgiu depois que o assessor Andrew Aydin descobriu que seu chefe, o parlamentar John Lewis, um ícone nos Estados Unidos e uma das principais figuras do movimento pelos direitos civis, foi influenciado pelo quadrinho de 16 páginas conhecido como “Martin Luther King & The montgomery story”, de 1950. A partir disso, ele ajudou o próprio John Lewis a escrever a trilogia A Marcha. O quadrinho retrata a longa batalha de Lewis pelos direitos humanos e civis,

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Campanha chama atenção para violência contra a mulher negra

Nesta quinta-feira (3), às 18h30, o auditório do Sindicato dos Bancários, no bairro da Boa Vista, recebe o lançamento da campanha “Mulheres Negras Pela Vida!”, promovida pela Rede de Mulheres Negras de Pernambuco (RMNPE) e a ONG Fase Pernambuco. A campanha, que se expande por todas as regiões do Estado, tem como objetivo chamar levar mais conscientização para a população que ainda não percebe como as mulheres negras são penalizadas quando a violência sexista se alinha com o racismo estrutural. Nesse primeiro momento, “Mulheres Negras Pela Vida” se ocupa de expor alguns dados sobre a violência de gênero e raça com uso de manequins que ficarão alocados em espaços de grande circulação. As primeiras paradas são a Estação Central do Recife e o Terminal Integrado da Xambá, em Olinda. A campanha inaugura uma agenda de debates sobre a violência contra a mulher negra e as formas de contra-ataque que foram e são construídas diariamente para ir de encontro a uma realidade comprovados nas estatísticas. A identidade visual da campanha é assinada pela artista e ativista feminista negra Ianah Maia. Durante o lançamento, além da apresentação do plano de ação, haverá uma mesa de debate mediada pela RMNPE e que vai contar com a participação de Ciane Neves abordando o tema “Políticas de Segurança Pública e impactos na vida das mulheres negras”, e Talita Rodrigues falando sobre “Violência obstétrica e mortalidade materna de mulheres negras. Serviço: LANÇAMENTO DA CAMPANHA MULHERES NEGRAS PELA VIDA Quinta-feira (3), 18h30 Local: Sindicato dos Bancários, Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista. Mais informações: 98719.8423/99818.9238 MULHERES NEGRAS PELA VIDA! As mulheres negras são maioria nos piores indicadores sociais e econômicos do Brasil. São elas que enfrentam, cotidianamente, as mais perversas manifestações de violência na sociedade brasileira. Violências de toda ordem, em todas as dimensões da vida: na casa, na rua, na escola, no lazer, no trabalho, no sistema de saúde, nas diversas instituições do Estado. No ano de 2017, no estado de Pernambuco, cerca de 72% das mortes por mortalidade materna foram de mulheres negras (pretas e pardas). A faixa etária mais atingida pelas mortes maternas está entre 20 e 39 anos, com cerca de 74% desses óbitos. Na cidade do Recife, 95% das mulheres que morreram de morte materna em 2018 eram negras. (Dados do Comitê de Mortalidade Materna). Cerca de 80% das mulheres que estão em situação prisional em Pernambuco são negras. O Brasil é o 5º país do mundo que mais encarcera mulheres. Cerca de 20% dessas mulheres são analfabetas (Dados do INFOPEN). Pernambuco é o terceiro estado com maior índice de aumento de casos de homicídios de jovens no ano de 2017, com um aumento de 26,2% em relação a 2016. Em torno de 70% desses jovens assassinados, são jovens negros. São os filhos, maridos, irmãos, familiares e amigos das mulheres negras (Dados do Atlas da Violência 2019). Quase 70% dos negros estão incluídos entre os que recebem até 1,5 salário mínimo (cerca de R$1400). Entre os brancos, esse índice fica em 45%. Brancos e negros só terão salários iguais no ano de 2089, ou seja, daqui a 70 anos, se a situação do Brasil continuar como está hoje (Pesquisa de Oxfam Brasil, 2017). E QUEM CUIDA DAS MULHERES NEGRAS? Sobre as mulheres negras foram construídos mitos (fundamentados no racismo) que negam sua humanidade e sua subjetividade. Um dos mais cruéis é o que diz que a mulher negra aguenta qualquer tranco e não reclama. Entretanto, são essas mesmas mulheres negras que asseguraram, ao longo da história desse país, as diferentes estratégias de resistência da população negra! As mulheres negras atuaram ombro a ombro com os homens negros na resistência à escravidão, lideraram revoltas e quilombos, constituíram irmandades, preservaram a ancestralidade e a cultura do povo negro, se constituíram como movimento autônomo e hoje fazem diferentes lutas de resistência pelo Brasil todo e também mundialmente. Estão nas lutas pelo Direito à Cidade, no enfrentamento à violência do Estado, na luta pela terra, na defesa dos bens comuns e do bem viver, disputando as universidades, construindo conhecimento, ditando moda nas redes sociais, disputando narrativas de liberdade no mundo on-line e no mundo off-line! Cada vez mais vivas! E é em nome dessa vida negra pulsante, que a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e a ong FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional-Pernambuco) lançam a campanha “Mulheres Negras pela Vida”. A campanha tem como principal objetivo interpelar a sociedade acerca das violências que atingem cotidianamente as mulheres negras, geradas pelo racismo, pelo machismo e a discriminação de classe. A campanha terá atividades nas quatros regiões de Pernambuco: Recife e Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão.

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Mulheres Negras de todas as regiões do Estado promovem encontro neste fim de semana

Tem início nesta sexta-feira (14) e vai até o domingo (16) o Encontro de Mulheres Negras de Pernambuco. O evento acontece em Recife e é parte integrante da agenda de ações que precedem o Encontro Nacional de Mulheres Negras + 30 anos, terceira reunião nacional das mulheres negras desde 1988. Tendo sido construído por 47 coletivos e instituições do movimento negro, de mulheres e movimentos outros que se solidarizam com as demandas das mulheres negras, o Encontro promove um debate sobre a participação das mulheres negras nas mudanças em Pernambuco e no Brasil. As convidadas para a discussão são Denise Botelho, Rivane Arantes, Robeyoncé Lima, Gilamara Santana e Aparecida Nascimento e elas nos darão um retrato sobre como a população negra em geral e sobretudo as mulheres, em suas diferentes especificidades, tem se mantido de pé frente à conjutura cruel que enfrentamos todos os dias. A mediação fica por conta de Rosa Marques, socióloga e representante de Pernambuco na organização do evento nacional, que acontece em dezembro em Goiania, Goiás. A mesa inicial é aberta para todas as pessoas e convida a sociedade civil para a análise de conjuntura e debate sobre o espaço das mulheres negras no decorrer da história. O objetivo é a promoção da unidade estadual na luta contra o racismo e o sexismo e, para isso, o encontro acolheu 200 mulheres de todas as regiões do Estado nesse momento de imersão, discussão e preparação para o encontro nacional, em que todo o Brasil feminino negro estará pensando junto como agir e se portar diante da crescente perda de direitos recentemente adquiridos. O encontro foi organizado em cinco meses e por sete comissões: comunicação; finanças e infraestrutura; metodologia; creche; mobilização; saúde; e cultura. Só poderão participar do evento mulheres que estiveram nas plenárias de organização que aconteceram entre maio e setembro, seja a partir de comissão ou não. Este ano completa-se 30 anos desde a primeira vez que mulheres negras realizaram um encontro de âmbito nacional. O I Encontro Nacional de Mulheres Negras aconteceu no Rio de Janeiro em setembro de 1988 e é em celebração a este evento que foi deliberado no Fórum Permanente de Mulheres Negras, realizado no Fórum Social Mundial de 2018, a organização de outro encontro nacional e a realização de encontros estaduais preparatórios, que em Pernambuco acontece no mês de julho.

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