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O cansaço das redes sociais

Ficar muito tempo nesses espaços virtuais tem levado à fadiga, afetado a saúde mental e já tem gente decidindo ficar desconectada. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (Reportagem publicada na edição 196.1 da Revista Algomais) As redes sociais revolucionaram a comunicação e trouxeram grandes mudanças na sociedade, mas o seu uso em excesso está deixando um legado de cansaço na população. Instagram, WhatsApp, TikTok, Facebook, Linkedin e tantas outras plataformas ocupam em média aproximadamente quatro horas no dia dos brasileiros, segundo um estudo da agência de marketing digital Sortlist. Quando somados os outros usos de navegação na internet, o tempo conectado supera as 10 horas por dia. Seja por trabalho ou por lazer, a vida virtual excessiva e todo o contexto atrelado a ela (como fake news, cyberbullying, cancelamentos, positividade tóxica, entre outros fenômenos) têm ampliado os problemas de saúde mental e exigido uma mudança na forma como lidamos com o mundo digital. Isadora Domício, 26 anos, é profissional na área de social mídia e enfrentou o cansaço de estar por longas horas conectada. Para além do seu horário de trabalho, ela conta que todos os intervalos e mesmo o horário de almoço eram acompanhados pelo celular e na timeline do Instagram. “Eu vivo na internet. Teve um tempo em que precisei dar uma pausa porque estava me afetando muito. Nas redes vivemos em função das outras pessoas estarem nos vendo e também ficamos observando o que os outros estão fazendo. Eu estava em um ciclo vicioso. Quando não estava no trabalho, usava o Instagram para uso pessoal. Sem perceber, automaticamente estava indo para o Instagram. Isso me cansou”, conta Isadora. A vida nas redes levava Isadora a perder momentos em família, a não aproveitar os contatos presenciais e isso já estava atrapalhando até o desejado networking profissional. “Estava sem tempo de qualidade com a família. Fiz uma pausa de um mês e depois comecei a diminuir a quantidade de entradas nas redes sociais. Parei de ver stories, passei a entrar para postar apenas. Passei a silenciar pessoas que não acrescentavam nada no meu dia. Decidi usar esse momento apenas com perfis que me edificam e não só por vício”. Mesmo após essa experiência de afastamento temporário, ela conta que hoje é preciso manter esse comportamento, inclusive ela usa o alarme do celular para limitar o tempo diário com o aparelho conectado. CANSADOS, MAS CONECTADOS Se estar conectado em excesso promove cansaço, o que nos leva a passar tantas horas nas redes sociais? Para o psicólogo e tutor da FPS (Faculdade Pernambucana de Saúde), Leopoldo Barbosa, há um conjunto de mecanismos de estímulos e recompensas que nos leva a ficar conectados por mais tempo do que desejaríamos. “O conceito de rede nos remete a conexão. No nosso aspecto mais humano, somos seres que precisam ter pessoas por perto. As redes sociais trazem essa dimensão de um lugar onde podemos nos conectar com as pessoas. Só por isso, essas plataformas já chamam muito a nossa atenção. Mas há um segundo ponto que é o aspecto de estímulo e recompensa do nosso cérebro. Esses canais estão propostos dentro de uma dinâmica de informações rápidas, coloridas, com fotos, vídeos, músicas, estímulos auditivos e visuais. Então, naturalmente esses pontos fazem com que a gente se prenda mais ou gaste mais tempo dentro das redes, porque vamos tendo recompensas para ficar mais fixados a visualizar e observar todas essas informações”. Leopoldo considera que vivemos em um tempo de muitas cobranças para produzirmos sempre mais e melhor. E essa pressão empurra as pessoas a estarem cada vez mais conectadas, buscando estar atualizadas. “Isso gera nas pessoas o cansaço de tela, o cansaço de informações, muitas delas sequer são absorvidas. É preciso fazer uma discussão sobre esse momento social em que vivemos e que tem levado as pessoas à exaustão. As redes sociais são um lugar incrível de aprendizagem, mas o ponto de preocupação da saúde mental é o excesso. Principalmente considerando crianças e adolescentes que usam redes sociais sem orientação e podem entrar num processo de comparação banal com outras pessoas, ou mesmo de desperdício de tempo, a partir de uma perspectiva não funcional. As pessoas devem ser orientadas para o uso correto e adequado das redes sociais”. O cansaço, portanto, não está associado ao uso das redes sociais, mas ao excesso de imersão nelas e na internet de modo geral. Renata Almeida, psicóloga e coordenadora do mestrado profissional do Centro Universitário UniFBV Wyden concorda com essa análise. “Tudo que fazemos em exagero pode causar algum dano à saúde e a internet não sai desse contexto. Precisamos pensar no tempo de conexão com a internet, os tipos de páginas normalmente acessadas, a questão da infomania (busca incessante pela informação). O problema não está na internet, mas no uso que a gente faz dela. É curioso perceber que as tecnologias podem aproximar pessoas distantes, porém, se mal utilizadas, também distanciam pessoas próximas, prejudicam o tempo e servem como gatilho de problemas relacionais”. No meio dessa vasta navegação, a psicóloga ressalta que os usuários lidam com muitas informações falsas (as fake news) e consomem com facilidade conteúdos de ódio, que não são saudáveis para ninguém. A própria busca incessante pelos likes entra no leque de ferramentas que nos prejudicam. Véronique Donard, psicóloga e pesquisadora que dirige o laboratório e a linha de pesquisa em ciberpsicologia da Universidade Católica de Pernambuco, defende ainda que essa sensação de cansaço tem um conjunto de raízes mais abrangente. “A questão é complexa, porque o cansaço experimentado por nossa sociedade não se deve unilateralmente às tecnologias digitais da informação e comunicação e muito menos às redes sociais em si, como se fosse uma lógica de causa/efeito. O que vem exaurindo a população é uma conjunção de fatores: socioeconômico, político, sanitário”. Ela avalia que o papel das redes sociais nessa conjuntura é como uma faca de dois gumes. “Elas nos permitem saber que não estamos sós, permitem que possamos nos expressar, mas também veiculam notícias falsas, aumentam nossa propensão a julgarmos uma

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“O funcionamento das plataformas digitais beneficia conteúdo falso antivacina.”

O número de brasileiros que afirmam querer se vacinar contra a Covid-19 caiu de 89% para 73%, ao mesmo tempo em que grupos antivacina cresceram 18% no Facebook. Preocupados com essa realidade, pesquisadores formaram a União Pro-Vacina, que tem monitorado esses grupos contrários aos imunizantes nas redes sociais e atuado no sentido de produzir informação baseada em evidências científicas sobre a importância da vacinação. Nesta entrevista a Cláudia Santos, João Henrique Rafael, idealizador da União Pro-Vacina e analista de comunicação do Instituto de Estudos Avançados da USP, Polo Ribeirão Preto (IEA-RP). Informa o perfil desses grupos, o papel das plataformas digitais na disseminação dos seus discursos, baseados em fake news, e quais as soluções para combater a desinformação que propagam. Esse projeto é realizado desde 2019, quando nem se imaginava que viveríamos uma pandemia. A atuação desses grupos antivacina ocorre já algum tempo? O projeto surgiu em novembro de 2019. No Instituto de Estudos Avançados da USP, monitoramos diversos temas e tentamos trazer soluções, principalmente relativas às políticas públicas. O que percebemos, já em 2019, é que os índices vacinais do Brasil vinham caindo desde 2016. O último ano em que as metas de vacinação foram atingidas foi 2015. Começamos a nos debruçar sobre o assunto e entender o porquê dessas quedas. Apesar de ser um problema multifacetado, muitas análises indicavam que a falta de comunicação sobre a importância das vacinas e o aumento do volume de desinformação eram algumas das causas. Percebemos que não havia nenhum grupo ou projeto que fazia esse monitoramento constante de grupos antivacina nas plataformas digitais. Então criamos a União Pró-Vacina para atuar nesses dois eixos: produzir informação baseada em evidências científicas sobre a importância da vacina, não só no contexto individual mas enquanto política pública de saúde, e para combater a desinformação. Qual a importância das redes sociais para a atuação desses grupos? Infelizmente, o movimento ou grupos contrários à vacinação existem desde quando a vacina começou. Não são uma novidade. Mas as plataformas digitais trouxeram muitos recursos para eles. Antes funcionavam quase como uma pequena seita, com poucos participantes, sem espaço no debate público – porque ninguém, em sã consciência, sedia espaço. As plataformas digitais têm o lado bom de dar voz às minorias, mas também começaram a dar voz a esse tipo de grupo antivacina. O mais antigo deles no Brasil completou seis anos em 2020. Eles souberam usar as plataformas para conseguir avançar com essa pauta baseada exclusiva e unicamente em mentiras, de cunho religioso e calcadas em teorias da conspiração. A forma como essas plataformas funcionam acabam beneficiando o conteúdo falso, que adota algumas estratégias que os conteúdos científico e jornalístico não utilizam. Por exemplo: a informação, geralmente vem com títulos chamativos que causam emoção, provocam medo e isso faz o usuário interagir com o conteúdo, porque é algo chocante. A partir do momento em que gera mais reações do usuário, a plataforma entende como sendo um conteúdo relevante e começa a impulsionar ainda mais essa informação. As plataformas foram fundamentais para dar espaço e recursos para esses grupos agirem. O modus operandi delas está diretamente relacionado ao crescimento desses grupos. Quem são as pessoas que atuam nesses grupos? Antes da pandemia, encontramos dois eixos principais: um ideológico, composto por pessoas que compraram esse discurso – exportado pelos EUA e países do Leste Europeu – de que a vacina faz parte de uma grande conspiração que visa a diminuir a população mundial. É algo parecido com uma seita. São dogmas, são pessoas com as quais você não consegue conversar porque tomam essas questões como verdades absolutas. Trata-se de um grupo pequeno mas que produz muito conteúdo. Nas nossas análises percebemos que 10% dos usuários desses grupos nas redes sociais produzem quase 80% do conteúdo. O problema, como eu disse, é que eles usam essas técnicas e vão atraindo pessoas que não são antivacina, mas têm dúvidas sobre o tema, querem saber mais e acabam encontrando essas informações falsas, até o ponto de se tornarem radicais e começarem a propagar também. Esse núcleo ideológico está baseado quase que totalmente no Facebook. O outro eixo é mais comercial e funciona mais no Youtube. São grupos que também dominam essas técnicas e normalmente divulgam conteúdo sensacionalista e falso não só sobre vacina, mas sobre qualquer tema. Como no Youtube a remuneração é muito fácil de conseguir, então, eles criam um canal e oferecem ao Youtube para veicular propaganda nele. Quanto mais visualização, mais dinheiro eles ganham. Isso facilita muito a remuneração da desinformação. Quando o tema vacinação está em alta, esses canais, que são genéricos, produzem um vídeo específico atacando as vacinas com a ideia de conseguir visualização e transformar isso em monetização. Um dia, eles publicam um conteúdo contra a vacina e, no outro, sobre o término do casamento do Lucas Lima. Não são grupos ideológicos, são apenas interesseiros, sem ética, que sabem utilizar a plataforma para ganhar dinheiro vendendo desinformação. Com a disseminação da Covid-19, ocorreu um fenômeno novo. A pandemia no Brasil foi muito politizada e partidarizada. Desde a questão de minimizar a doença, até mesmo acreditar que ela não existia, além de ataques contra as máscaras, contra o isolamento. Acreditávamos que em algum momento, quando se começasse a divulgar o avanço das pesquisas para a vacina da Covid-19, esse tema também seria politizado. E aí, nesse contexto, surgiu o eixo político. São grupos que normalmente divulgam conteúdos radicais e que começaram a atacar também a vacina para construir uma narrativa política. Eles se apresentam não contra a vacina, mas prioritariamente atacam a questão da obrigatoriedade da vacinação. Essa obrigatoriedade é um dos primeiros passos para diminuir a confiança da população nos imunizantes e empurrar outras pautas antivacina. Não sabemos se esse novo eixo irá perder força após a pandemia, mas ele aumentou muito o volume de informação falsa contra as vacinas. Que tipo de ação deve ser feita para enfrentar essa desinformação? Percebemos que em poucos meses a porcentagem da população que afirmava que tomaria a vacina contra a

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Uso das redes sociais pode levar a manipulação de consumo e massificação de gostos

Não é uma novidade que as redes sociais afetam o comportamento de que as consomem. Inclusive, diversos estudos já comprovam que o uso exagerado e alienado à realidade pode trazer inúmeros prejuízos não apenas emocionais com físicos. À exemplo da pesquisa realizada pela Royal Society for Public Health, no Reino Unido em parceria com o Movimento de Saúde Jovem que constatou que o instagram é uma das redes sociais mais nocivas do mundo, afetando o sono, a autoimagem e a percepção de acontecimentos. Facebook e Snapchat vieram logo em seguida. O filósofo, escritor e estudioso do tema Fabiano de Abreu aponta que a vida nas redes se assemelha à uma encenação, onde a ostentação e a venda de uma vida perfeita levam a manipulação dos usuários. “As redes sociais engoliram de vez a mídia televisiva, e a tendência é que engula as pessoas também, em especial pela característica de controle e influência onde modas temporárias de vestimenta, consumo e comportamento se tornam referência mundial rapidamente”, analisa. Um exemplo de consequência que migra das redes para a vida real é o consumismo exagerado, que tem como principal aliado a base de dados que dita o comportamento dos usuários. “Sofremos porque hoje somos bombardeados por propagandas de empresas que nos conhecem extremamente bem. Eles possuem todos os nossos dados, e com os nossos desejos em mão, nos oferecem constantemente, mais e mais opções para que possamos comprar, comprar e comprar”, aponta Fabiano de Abreu. Além de provocar a impulsividade, esse consumismo pode levar inclusive ao endividamento, já que a vida financeira está baseada não no que se precisa, mas na ansiedade de consumir o que as redes dizem que você precisa. “Tem muita gente passando por uma crise horrível, mas não perde a oportunidade de ostentar vida boa nas redes sociais. Esses são exemplo de indivíduos que já estão imensamente embaraçados na trama toda e se tornaram peças facilmente manipuláveis das redes”, aponta. Você consome porque gosta, ou porque foi influenciado? A era das redes sociais, também levam para a pauta os gostos pessoais que podem ser mais um reflexo do que se consome nos aplicativos do que um resultado da personalidade. “O que você veste condiz com quem você é? O fast-fashion é o melhor exemplo sobre padronização de gostos. A moda chega mais rápido ao consumidor final, e nas redes sociais elas funcionam como uma espécie de cartel que monopolizam o que será tendência para os próximos meses e todo mundo usa a mesma coisa”, reflete o filósofo. E não é apenas o consumismo de bens que as redes pode influenciar. De acordo com Fabiano de Abreu músicas também podem seguir a mesma lógica. “Hoje em dia existem os hits comerciais que viram sucesso em questão de minutos, basta encaminhar em massa em aplicativos de mensagens ou nas redes sociais. Passamos a viver como se todos tivessem que cantar e escutar os mesmos estilos de música para se sentirem pertencentes a um grupo”, aponta. Porém, mais que a massificação de gostos, a preocupação do escritor é quanto a apatia do indivíduo que não dá um tempo para refletir sobre seus consumos e preferências. “O mais preocupante é que desde que o mundo é mundo seguimos aceitando ser manipulados como uma máquina, mas de uns tempos para cá, essa manipulação ficou mais evidente. Mesmo que inconscientemente entramos num sistema em que os influenciadores das redes sociais, gestores das plataformas digitais e da mídia em geral são responsáveis por selecionar e filtrar o que será consumido pela grande massa! São eles quem determinam o padrão a ser seguido”, preocupa-se Fabiano. Segundo Fabiano, isso é um sinal de que a estratégia da indústria está sendo efetiva já que a publicidade é construída para manipular o indivíduo a pensar que é ele quem escolhe o que estão consumindo, sejam informações sobre o mundo ou bens materiais. “Já se deu conta que quando você pega o seu celular só aparecem as coisas que, ou você acabou de pesquisar no Google ou, aquilo que se tornou viral na internet e todos estão vendo? Só temos duas opções nesse caso: as informações que são selecionadas e apresentadas a nós que são frutos das pesquisas recentes que fazemos ou o que a massa está vendo”, defende. O que para muitos parece uma facilidade, ou até mesmo uma mostra de eficiência da internet que mostra que o computador seleciona os melhores itens para eles comprarem, se trata apenas de uma estratégia de consumo. “Alguns ficam cismados e percebem a forte manipulação e a influência que sofrem. Mas apenas uma minoria entende que as grandes potências mundiais estão no controle de praticamente tudo, e possuem o máximo poder, pois possuem todas as informações sobre nós, e todos os dados necessários para estabelecerem uma real influência, e total controle sobre o que vamos consumir, principalmente sobre as notícias que serão divulgadas”, analisa Fabiano. Podemos falar em democratização da mídia? Ao mesmo tempo que deram voz e audiência à pessoas comuns, o que gera uma variedade maior de conteúdo autêntico, as plataformas digitais também democratizaram a comunicação para pessoas mal intencionadas que usam do poder da comunicação em benefício próprio de forma irresponsável, e é daí que nasceram as famosas “fake news”. O filósofo Fabiano de Abreu usa como exemplo o youtube para elucidar a questão, já que a plataforma trouxe a tona a “era dos especialista”, que em alguns casos não têm formação suficiente para tal. “Dentro das redes sociais, por onde olhamos, sempre existirão os que ‘sabem tudo’ sobre qualquer assunto. Basta digitar a palavra-chave na ampulheta de pesquisa e surge algum vídeo de ‘alguém’ nos ensinando o passo a passo”, aponta. A boa notícia é que não apenas de desinformação vive a plataforma, já que esta possibilitou que muitas pessoas realmente capacitadas pudessem promover seus estudos sérios e trabalhos honestos. “Em todos os setores da vida, e tudo que o homem cria, possui o lado positivo, e o lado negativo, por isso, precisamos ficar atentos. A manipulação das

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App permite ao eleitor acompanhar o parlamentar

Não tem sido fácil ao eleitor atuar politicamente em tempos de discussões tórridas e polarizadas na internet. E, diante de tanta fake news e denúncias de corrupção, muitos se desiludem com políticos a ponto de viralizar na WEB frases como “não me representam”. Com o intuito de intervir nesse clima de radicalização e descrença, o movimento Poder do Voto lançou um aplicativo que permite ao cidadão acompanhar o desempenho do deputado e senadores nos quais votou. “As redes sociais estão transformando a política. Nossa intenção com o app é proporcionar ao eleitor ter clareza da representação política e auxiliar na construção de um ambiente político saudável que melhore as condições de vida do País”, anunciou Paulo Dalla Nora integrante do movimento Política Viva e cofundador do Poder do Voto. Durante palestra realizada na reunião da Rede Gestão de novembro, Dalla Nora explicou que o app permite ao usuário se posicionar se é contra ou a favor de projetos de lei a serem votados na Câmara e no Senado. Também possibilita verificar como votaram os parlamentares que elegeu. “Cada pessoa pode seguir um deputado e até três senadores”, salienta. Dessa forma, é possível ao eleitor constatar o seu nível de sintonia com os políticos que está seguindo no aplicativo. O app oferece um ranking dos deputados e senadores que apresentam uma maior convergência com o usuário. “Quando elegemos um deputado ou senador, damos uma procuração para ele. Por meio do app acompanhamos como ele está usando essa procuração. Isto porque o aplicativo armazena os votos e disponibiliza o histórico de como votamos e como os políticos que seguimos votaram”, informa Dalla Nora. Deputados e senadores, por sua vez, recebem informações diárias sobre como as pessoas que os seguem se posicionam sobre os projetos de lei. Todo o funcionamento do Poder do Voto baseou-se em contrapor características das redes sociais que, segundo Dalla Nora, acabaram influenciando de forma negativa a política, desrespeitando os princípios da democracia liberal. É o caso, por exemplo, das fakes news. Pesquisa do Instituto Ipsos mostrou que o Brasil é a nação que mais acredita em mensagens falsas divulgadas pela WEB. “Elas têm 70% mais chances de viralizar”, adverte Dalla Nora. Analistas, segundo o cofundador do Poder do Voto, apontaram existir uma ação estruturada para inundar as redes sociais de falsas informações para confundir as pessoas. Uma articulação que fez com que um em cada seis norte-americanos tenham dúvidas se a Terra é redonda e também influenciou votações como a do Brexit, no Reino Unido. O surpreendente é que não basta checar a veracidade da notícia e alertar o público de que se trata de uma inverdade. “Há tanta desinformação que este fact checking acaba dando a ideia de que, se tudo é sempre mentira, não confie em nada”. Por isso, o aplicativo em vez de desmentir as fake news, oferece a opinião de 14 entidades e organizações de matizes ideológicos diferentes, como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Folha de S. Paulo e Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) sobre os projetos de lei. “É uma maneira de ajudar as pessoas a conhecerem melhor o conteúdo das matérias a serem votadas a partir de uma opinião mais qualificada”. O usuário pode enviar mensagens para os políticos que segue, mas não há espaços para comentários entre usuários, o que evita a disseminação de fake news e polêmicas. O objetivo, segundo Dalla Nora é combater a intolerância e a polarização, dando vazão ao princípio da democracia liberal de que nenhuma vitória é definitiva. “O político que a pessoa segue pode não votar 100% com o que ela acha correto, mas pode haver uma convergência em boa parte das votações”, pondera. Com 60 mil usuários ativos, o aplicativo já recolheu 350 mil votos e colocou em votação 80 projetos de lei. “Crescemos uma média de mil seguidores por semana”, comemora Dala Nora. “O primeiro serviço que oferecemos é lembrar para as pessoas em quem elas votaram, já que 89% não lembram quem eram os seus candidatos. O segundo, é saber o que está sendo votado na Câmara e no Senado, a gente só sabe os grandes assuntos, como Previdência, prisão em segunda instância, etc. O terceiro é saber como o deputado e o senador que a pessoa elegeu estão votando”, resume Dalla Nora.  

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Para 54% dos jovens navegar na internet é a principal atividade de lazer

Imersos desde crianças num mundo mediado pelas telas dos smartphones e com possiblidade de acesso ininterrupto à informação, a Geração Z tem uma predileção por atividades de lazer on-line. É o que indica o estudo conduzido pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Dados do levantamento mostram que 54% dos jovens de 18 a 24 anos afirmam que nos momentos de lazer, a atividade mais comum é navegar na Internet. Seguido de ouvir música (53%) e assistir filmes, seriados, novelas e programas em geral (51%). A constante conectividade e exposição desses jovens faz com que eles se preocupem com a aparência física e com a autoimagem, uma vez que 92% tomam alguma atitude para ficar mais bonitos e se sentir bem e confiantes. De acordo com a pesquisa, 47% dos jovens costumam comprar roupas, sapatos e acessórios. Enquanto 46% afirmam que cuidam dos dentes, 41% procuram se alimentar de forma saudável e 40% fazem atividades físicas. Somente 8% admitem não fazer nada com este objetivo. Esses jovens também parecem dispostos a investir na qualidade de vida, uma vez que nove em cada dez entrevistados dizem que tomam algum cuidado com a saúde (94%), sendo que os principais são dormir bem (48%) e fazer exercícios físicos (45%) e evitar pensar em coisas negativas (44%). O presidente da CNDL, José César da Costa, aponta que a constante presença nas redes sociais faz com que os jovens da Geração Z tenham uma preocupação com a autoimagem, uma vez que estão sujeitos a um alto grau de exposição. “Esses jovens estão sempre conectados e as redes sociais são extensões de sua personalidade. São pessoas cuja trajetória de vida é acompanhada de perto em postagens públicas de vídeos e fotos nas redes sociais, onde percebe-se que há uma atenção no cuidado com a própria imagem”, afirma Costa. Menos da metade possui plano de saúde médico particular Apesar da preocupação com qualidade de vida e bem-estar, apenas quatro em cada dez jovens da Geração Z possuem plano de saúde médico particular (43%), sendo que 15% pagam seus planos, 15% têm planos empresariais e 13% têm seu plano pago por terceiros. Outros 57% não têm plano de saúde médico particular; nesse caso, 45% dependem do SUS e 12% pagam pelos serviços quando necessário. Lojas de rua e sites lideram preferência de compras da Geração Z. Maioria das compras é paga à vista A Geração Z é um importante grupo de consumidores, que, além de pesquisar na internet, também procura as lojas físicas antes de fazer suas compras. Embora gastem boa parte de seu tempo utilizando dispositivos móveis para pesquisar e informar-se, é comum que queiram visitar lojas físicas para testar, avaliar, fazer descobertas e tirar dúvidas. O estudo mostra que 77% desses jovens utilizam os meios off-line com mais frequência para realizar compras de produtos e serviços, como as lojas de rua (48%) e os shopping centers (42%). Ao mesmo tempo, 71% preferem utilizar os meios on-line, especialmente sites de lojas (52%). A maioria dos jovens afirma que pagam suas compras na maior parte das vezes à vista (65%), principalmente em dinheiro (38%) e no cartão de débito (12%). Outros 31% pagam a prazo com destaque para o cartão de crédito (23%). A maior parte dos jovens pesquisados (57%) afirmou que tentou fazer alguma compra nos últimos três meses da data de realização da pesquisa e não conseguiu por falta de crédito. Internet e tv aberta são os meios de comunicação mais consumidos A pesquisa indica que os jovens da Geração Z ainda utilizam os meios de comunicação off-line e online praticamente na mesma proporção. Assim, considerando os que mais assistem, leem e ouvem, 77% mencionam as modalidades off-line, sobretudo a TV aberta (48%), a TV por assinatura (36%) e o Rádio (24%). Ao mesmo tempo, 68% já preferem os meios on-line, principalmente os portais na internet (66%) e os podcasts (11%). Os tipos de programa mais consumidos são os filmes e seriados (66%), música (49%), humor (46%) e games/jogos eletrônicos (33%). Depoimento de usuários e indicação de amigos são fatores de influência na compra Conectados e bem informados, os jovens da Geração Z valorizam as experiências de outros consumidores ao escolherem uma marca ou uma loja para realizarem suas compras. De acordo com a pesquisa, no processo de escolha de um produto ou serviço, o depoimento de outros usuários é o principal fator de influência (32%), seguido da indicação de amigos ou conhecidos (21%), dos especialistas ou profissionais (18%) e dos familiares (17%). “Cada vez mais, esses novos consumidores serão atraídos por marcas que demonstrem coerência entre aquilo que propagam e o que são na prática. O produto ou serviço precisa corresponder ao que promete, pois as opiniões desses jovens viralizam rapidamente e podem influenciar muito a decisão de outros clientes e potenciais consumidores. Além disso, a Geração Z está acostumada a buscar informações sobre aquilo que quer – seja por meio de amigos ou de outros usuários e consumidores que compartilham opiniões e vivências reais nas redes sociais. Quando decidem visitar a loja física, eles já estão conscientes de suas preferências”, diz Costa. Metodologia A pesquisa ouviu 801 jovens brasileiros, com idade entre 18 e 24 anos, residentes em todas as capitais. Homens e mulheres pertencentes a todas as classes econômicas e escolaridades. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas PP 4.0 – Com investimento total de R$ 3,7 milhões ao longo de dois anos, o projeto prevê três tipos de eventos que irão percorrer todas as regiões do país. São encontros com objetivo de qualificar lideranças para ações de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) com foco no estímulo às articulações locais; encontros para fomento ao desenvolvimento local e regional por meio da articulação das lideranças do varejo e elaboração de propostas de Políticas Públicas; e encontros para mobilização empresarial para debater fundamentos essenciais ao desenvolvimento sustentável de negócios e empresas.

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Jeoás Farias promove curso sobre Presença Digital

O jornalista Jeoás Farias promove no dia 21 de setembro, no Impact Hub, o curso Presença.Digital - Planejamento e Gestão. Com duração de 7 horas/aula, a formação está dividida em quatro módulos, voltada para profissionais liberais, empresários ou empreendedores que já tem conhecimento sobre a dinâmica das redes sociais, mas quer tem o objetivo de se apropriar mais do dia a dia do seu site, redes sociais e WhatsApp institucionais. Os módulos do curso são Cliente+, Conteúdo+, Gestão+ e Relatório+. O investimento no curso é a partir de R$ 350 (valor promocional até o dia 13 de setembro).  Material completo do curso e coffee break estão inclusos. "Eu capacito empresas e profissionais para gerenciar as suas redes sociais, dentro de lógicas estruturais para fazer que a comunicação funcione", conta o jornalista.  Se você não entende para que servem as hastags, tem dificuldade para realizar uma anúncios online no Facebook ou Instagram, por exemplo, ou precisa avançar na compreensão das métricas da sua rede, esses são alguns dos temas cobertos pela formação. "Sobre a empresa, fazemos também uma imersão para mostrar que se a gente não souber quem somos nós (empresa, produto e cliente), não teremos o que falar. Quem sou eu? O que oferece? Qual o meu público alvo? Temos material para analisar isso no curso. Isso é importante para captar o melhor de você e apresentar o que você é nas redes sociais", explica Jeoás. A formação é voltada para profissionais de comunicação, profissionais liberais (como médicos, engenheiros, advogados, corretores de imóveis), além de grupos corporativos. As inscrições podem ser realizadas no Sympla: bit.ly/cursoPresencaDigital.  

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Fim do efeito viral: como a não exibição de curtidas nos afeta

FOMO,essa pequena sigla em inglês que resume o conceito de Fear of Missing Out ou “medo de ficar de fora” determina boa parte das nossas interações em rede. É a vontade de fazer parte do que nos faz curtir, publicar e interagir com os novos memes, eventos e tags que surgem a cada novo post. Conforme já tinha anunciado, o instagram começou a esconder o número de curtidas em suas postagens. Especialista em marketing e criador do Freesider Meeting, evento que reúne no Nordeste os nomes mais relevantes do mercado digital, Fagner Borges explica que a decisão da empresa pode estar ligada à prática de inflar o número de seguidores que se propagou na rede. “Uma postagem com muitas curtidas tende a atrair mais a atenção do usuário. Isso estimulou a criação de robôs e perfis falsos usados apenas para fabricar influenciadores que surgem da noite para o dia, e que por conta do efeito manada acabam se tornando celebridades reais”, explica. “Ao esconder os números de curtidas de uma postagem, as redes sociais buscam limitar esse tipo de ação e evitar que esses números influenciem no resultado de um conteúdo. As pessoas se tornam reféns do engajamento de suas postagens e começam a postar bobagens apenas para gerar clique e curtidas, sem o foco real de gerar valor para a comunidade”. O efeito manada: porque curtimos o que já está em alta Fagner Borges lembra que “nós somos seres instintivamente criados para agir conforme a maioria” por isso tendemos a interagir com algo que está em alta. “A prova social é um gatilho muito forte e ajuda na manipulação do algoritmo das redes sociais. Segundo explica Robert Cialdini no livro Armas da Persuasão, nosso cérebro usa atalhos para tomada de decisão de forma a economizar energia”, detalha. “Funciona assim: se eu sou novo na cidade e vejo dois restaurantes um de frente para o outro, um está com fila de espera e outro está vazio. Qual eu devo escolher? Provavelmente você respondeu, o que está mais cheio! Mas estar mais cheio realmente garante que ele é melhor? Não necessariamente”. O especialista lembra que na vida real o estabelecimento poderia estar cheio por uma série de fatores, mas acabamos não considerando isso na tomada de decisão. “Ele poderia estar cheio porque tem uma festa, ou porque acabou de abrir. Ou pode simplesmente ter contratado um monte de figurante para dizer que está lotado. Você não tem como saber”, aponta. “Mas o nosso cérebro pressupõe que será melhor, de forma a economizar energia. Esse é o gatilho da prova social. O mesmo acontece com a rede social, porque as plataformas online nada mais são do que uma reprodução de como agimos off-line”. Fim do efeito viral? Fagner lembra que a partir do momento que o número de curtidas deixar de existir, prática que começou a ser testada em outros países pela plataforma, nossa interação em rede pode mudar. “O atalho mental da prova social usado por essa funcionalidade deixará de influenciar o comportamento dos usuários”, aposta. “Isso pode tornar mais real a exposição dos reais interesses da audiência na rede”. Na prática, vamos curtir apenas conteúdos com os quais nos identificamos ou que são realmente relevantes de alguma maneira para nós. Com essa novidade, a forma como as empresas atuam para expor sua marca e todos os formadores de opinião que estão em rede devem mudar o formato de atuação. “Conteúdos focados em ‘forçar’ uma interação, provavelmente, perderão força”, prevê o especialista. O especialista lembra que empresas que possuem o foco em gerar real valor para sua audiência não devem perceber mudança de impacto. “Afinal, curtidas não pagam conta! Agora, quem vive de mostrar que é o bam-bam-bam na rede passa a ter muito mais dificuldade de comprovar seus resultados”, analisa. “Outra classe que deve ser bem impactada são os micro-influenciadores e as pequenas marcas que utilizam da compra de recomendação destes. Pois uma das métricas usadas para ver se um influenciador é realmente forte, é a quantidade de curtidas em suas postagens”. Para o criador do Freesider Meeting, ao não ter como analisar esses dados ficará mais difícil para essas marcas definirem quais influenciadores contratarão. “Se você não quiser se preocupar com a quantidade de curtidas a sua postagem tem, você precisa ter o foco no resultado final, e não em métricas de vaidade”, aponta. “É preciso gerar valor real para o seu cliente, pois só assim ele se tornará um fã do seu trabalho e defensor da sua marca. E o principal, comprador recorrente do seu produto ou serviço”. Como gerar valor em rede Fagner explica que para as marcas e profissionais devem atuar para conseguir gerar resultados efetivos em rede terão que investir em relacionamento. “O primeiro passo é conhecer bem os problemas do seu cliente que você consegue resolver. Além dos problemas, quais os desejos que ele busca alcançar. Para isso é preciso se relacionar com o público”, ensina. “O segundo passo é criar conteúdo que ajudam esse cliente em sua jornada de conquistar seus objetivos e retirar os obstáculos”. O trabalha das marcas deve ser para conquistar o cliente. “Se você ganha o coração do seu cliente, não precisa se preocupar com curtidas”, lembra “É melhor você ter 1.000 seguidores apaixonados que comentam, compartilham e compram, do que 10 mil que curtem a foto de gatinho, mas nem sabem qual é o seu produto”.

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Alerta: app que “envelhece” rostos ameaça a privacidade de usuários

Se você navegou pelas redes sociais nos últimos dias pode ter notado que está todo mundo compartilhando fotos onde aparecem com rostos visivelmente mais velhos. Esse fenômeno foi causado pela explosão da popularidade do FaceApp, aplicativo que, utilizando inteligência artificial, analisa rostos e os transforma de várias maneiras com um simples clique - envelhecendo, rejuvenescendo, trocando o gênero, a cor dos olhos, entre outras opções disponíveis. Porém, a brincadeira pode custar caro. Na hora da instalação, o app pede para o usuário aceitar a política de privacidade, onde pede autorização para acessar uma série de dados pessoais, como normalmente já acontece. Porém, o FaceApp não diz exatamente o que a detentora do serviço pode fazer com o conteúdo fornecido. Por não especificar, as regras deixam espaços para que as informações possam ser utilizadas para fins não desejados. O assunto foi abordado recentemente em pesquisa realizada pela bacharelanda em Direito pelas Faculdades Integradas Barros Melo, Nara Araújo, que fala sobre até que ponto os internautas cedem dados e preferências de forma consciente: “Os utilizadores ainda estão extremamente vulneráveis às informações que são disponibilizadas nas redes sociais e obtidas pelas plataformas online. Ainda não sabemos para onde vão, quem os trata, ou vagamente para que servem. E, por mais que seja dada a opção de anonimização de dados, não foi possível, durante a pesquisa, identificar ainda um método 100% eficaz que, de fato, proteja nossas informações e, consequentemente, nossa privacidade”, comenta. O projeto de conclusão de curso, intitulado “A Preservação da privacidade e a proteção de dados pessoais do usuário na coleta de dados para fins publicitários”, também o alerta de que os aplicativos podem vender as informações para que empresas disponibilizem anúncios direcionados para o nicho de público em que cada pessoa se encaixa. O problema, entretanto, é que essas regras ficam no regulamento que os usuários devem concordar ao baixar o aplicativo, as quais, segundo a empresa de softwares de segurança Kaspersky Lab, 40% dos brasileiros não lêem.

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App criado por mãe brasileira permite que pais bloqueiem o celular dos filhos

Preocupada com o tempo que a filha Bia, de 13 anos, passava em frente ao celular, a educadora parental Luiza Mendonça decidiu buscar na internet alguma tecnologia que pudesse ajudá-la na organização da rotina digital da criança. E, entre as opções disponíveis no mercado, não encontrou aplicativos em português que reunisse todas as funcionalidades em um só lugar para resolver o problema de maneira personalizada, como bloqueio de acesso, organização da rotina, localização em tempo real entre outros. Foi então que Luiza enxergou uma oportunidade de negócio e criou o AppGuardian - app de controle parental que conecta pais e filhos. Com o objetivo de não só "controlar e bloquear", mas também conectar famílias e possibilitar uma rotina mais equilibrada na era digital, o app permite que os pais organizem da melhor forma o tempo que os filhos permanecem conectados - seja em celulares ou tablets. De acordo com a pesquisa Opinion Box/ Mobile Time, 23% das crianças de 4 a 6 anos tem o próprio aparelho e 61% utilizam o dos pais. De 7 a 9 anos, apenas 7% das crianças não possuem smartphone ( ou não usam o dos pais), e de 10 a 12 anos esse número reduz para 5%. Administrando a rotina digital da família Indicado para crianças de 5 a 14 anos, a tecnologia ajuda a administrar o tempo nas redes sociais, verificar a localização dos filhos em tempo real, configurar bloqueio de acesso aos aplicativos instalados, checar quanto tempo as crianças ficaram conectadas e quais os aplicativos mais usados, organizar a rotina de uso dos aparelhos por dia e hora e até travar todas as funcionalidades dos dispositivos móveis. Além disso, os pais também podem acionar o “tempo em família” - funcionalidade criada para deixar todos os familiares offline permitindo mais tempo de interação entre eles. Outra função disponibilizada pela startup é o navegador “Navegação Segura”, que filtra e bloqueia automaticamente qualquer tipo de conteúdo impróprio, como sites pornográficos. “Nossos filhos já nasceram em uma era 100% digital e sabemos que a tecnologia faz parte da identidade deles, no entanto, acreditamos que com regras bem definidas a rotina no celular fica mais saudável e segura, e foi por isso que desenvolvemos o AppGuardian”, explica Luiza Mendonça, mãe da Bia e CEO da startup. Para a CEO, além de monitorar e administrar a rotina da filha no celular e tablets de uso comum da casa, a tecnologia ainda permite que ela se conecte melhor com a Bia. “Como mãe eu me sinto mais tranquila utilizando o app, pois posso verificar quanto tempo a Bia fica no YouTube, por exemplo e, isso gera até mais interação entre nós: conversamos sobre os seus vídeos e youtubers preferidos”, completa Luiza Mendonça.

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Cuidado, rede social vicia

Você consegue ficar dois dias num lugar sem internet, sem possibilidade de acesso às redes sociais? Se respondeu “não”, é bom ficar alerta. Estudos científicos comprovam que a compulsão por checar constantemente o feed de mensagens pode ser um sinal de vício. Na verdade, psiquiatras estão de orelha em pé com o impacto desses aplicativos na saúde mental. Pesquisa feita pela RSPH (Real Sociedade de Saúde Pública do Reino Unido) e pela Universidade de Cambridge revelou que jovens que passam mais de duas horas por dia no Facebook, Twitter e Instagram são mais propensos a sofrer de angústia, ansiedade e depressão. Tal qual o viciado em álcool não consegue ficar no primeiro gole, os viciados digitais não resistem a permanecer horas na web. “Mesmo fazendo esforço para reduzir o tempo, essas pessoas não conseguem resistir, eventualmente até se sentindo culpadas. O comportamento compulsivo se dá pela dificuldade em controlar o impulso de checar se há algo novo, interessante, quantas curtidas recebeu, se o seu comentário foi retrucado”, constata o psiquiatra Amaury Cantilino. Mas calma, o fato de passar algum tempo diante de tablets e smartphones não quer dizer que você seja um viciado ou depressivo. Mas, então, quando é que este hábito se torna nocivo à saúde? “É importante verificar o quanto as redes sociais impedem a pessoa de atender suas demandas produtivas e de circulação social”, aponta Marina Assis Pinheiro, professora do Departamento de Psicologia da UFPE e da pós-graduação de Psicologia Cognitiva da universidade. Portanto, se sua produção no trabalho ou sua relação com as pessoas foi afetada, é bom ficar atento. O certo é que há estudos que associam tempo de exposição a redes sociais e sintomas depressivo-ansiosos. Mas, segundo Cantilino, não se sabe exatamente o que surge primeiro, se o excesso de internet provoca a depressão ou se pessoas deprimidas buscam mais este tipo de ferramenta para lidar com a solidão ou a ansiedade social. A grande dica é não deixar que o mundo virtual elimine os relacionamentos pessoais mais profundos, que são protetores da saúde mental. “Quando passamos por dificuldades, nada melhor do que uma conversa com um bom amigo. As redes sociais não são o melhor espaço para desabafos”, previne Cantilino. Há ainda o agravante de quem se expõe na rede estar sujeito a toda sorte de comentários grosseiros e extremados. Sem falar nas páginas e grupos virtuais que estimulam comportamentos danosos, como hábitos alimentares mórbidos, incitamento à agressividade e até incentivo à automutilação e ao suicídio. Um tipo de isolamento extremo, que limita os relacionamentos ao mundo da web, tem sido observado em jovens. São os chamados hikikomori, fenômeno verificado originalmente no Japão, onde se tornou uma epidemia atingindo 1 milhão de pessoas. Mas também é observado em várias partes do mundo, incluindo em Pernambuco. “Tenho visto algumas pessoas com características típicas”, destaca Cantilino. Sem amigos e afastado dos pais e parentes, os hikikomori (significa “ficar de lado” em japonês), passam a maior parte do tempo em seus quartos. Trocam o dia pela noite para evitar se relacionar com o mundo exterior. O único contato é feito pela web, geralmente, utilizando perfis falsos nas redes sociais. Especialistas notam também a influência desses aplicativos na autoestima de pessoas, que acabam se comparando com o que vê postados nos perfis. “É curioso como boa parte da autoavaliação do bem-estar subjetivo se dá por comparação. O mesmo ocorre com a avaliação da nossa adequação física e da nossa satisfação com a vida. Nesse sentido, as pessoas se sentem felizes ou não tomando como referência a situação de quem está mais próximo”, explica Cantilino. Essa realidade é ainda mais forte entre adolescentes e jovens. “A adolescência é o momento em que se começa a experimentar intensidades afetivas fora da família, o jovem vai perguntar o que ele vale para o outro da sua idade”, destaca Marina. O problema, ressalta Cantilino, é que o Instagram e o Facebook tendem a dar duas falsas impressões: “a de que o outro que postou a mensagem é meu próximo e de que a vida dele é melhor do que a minha”. E a vida como ela é não está estampada nas redes sociais. Em geral, as pessoas postam seus sucessos, seus sorrisos, mas não suas incertezas, seus fracassos. “Cuidadosamente escolhem as fotos em que ficaram mais fotogênicas, mais saudáveis, mais ‘ensolaradas’. Para um adolescente, que está tomando isso como referência do que ele é e representa, pode ser complicado atingir este padrão como modo contínuo de vida”, adverte o psiquiatra. Foi o que aconteceu com a estudante de publicidade Bárbara Sales, de 20 anos. Ela conta que sempre se achou gordinha, o que não a impedia ter vida social. As coisas começaram a mudar, aos 16 anos, quando passou a ficar mais ativa nas redes sociais. “Comecei a me preocupar mais com a aparência e a me espelhar nos outros”, relata a jovem. Bárbara pedia ao pai para pagar a academia, mas se boicotava, não frequentava os treinos porque ninguém da sua turma malhava. “Não queria ser a única do meu grupo a ter esse compromisso para emagrecer”, justifica. Em compensação, passou a acompanhar compulsivamente pelo Instagram o processo de emagrecimento de outras pessoas. O aplicativo abriga vários perfis que orientam como ser “fitness”, nem sempre com informações balizadas por um profissional de saúde. Logo Bárbara passou a se “desmerecer”, porque não conseguia emagrecer em duas semanas como preconizavam as "modelos" do aplicativo. “No Instagram você deseja ter o corpo de outra pessoa e, aí, você vai se frustrando. Eu queria ter o corpo da Bruna Marquezine, o que era impossível”. Com o passar do tempo, ela entrou em depressão, a ponto de não querer ir ao shopping com familiares ou frequentar festas de amigos. “Não me sentia bem na roupa que estava vestindo”. Para sair do baixo astral, Bárbara recorreu à psicoterapia. “Aí que descobri que posso ser magra, mas dentro do meu tipo físico, sem ter que me espelhar em ninguém”, diz, aliviada. Ela chegou a perder oito

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