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Neuroarquitetura: como os ambientes influenciam a saúde mental

Arquiteta Gladis Vasconcelos explica como cores, iluminação e elementos naturais ajudam a reduzir o estresse e promover bem-estar Você já entrou em um espaço que transmitiu calma imediata ou, ao contrário, causou ansiedade sem explicação? Essas reações são estudadas pela neuroarquitetura, campo que investiga como os ambientes impactam diretamente nossas emoções e comportamentos. Segundo a arquiteta Gladis Vasconcelos, especialista em interiores, esse conceito tem ganhado espaço em projetos residenciais e corporativos. “Nosso cérebro reage a estímulos do ambiente o tempo todo. A iluminação, as cores, os materiais e até a circulação dos espaços interferem na forma como nos sentimos. É por isso que um consultório pode transmitir calma, enquanto uma casa pode se tornar um refúgio acolhedor”, destaca Gladis. A profissional explica que a neuroarquitetura vai além da estética, ajudando a transformar a funcionalidade dos espaços. De acordo com a arquiteta, escritórios bem planejados podem estimular criatividade e produtividade, enquanto quartos projetados com atenção favorecem o sono e o descanso. “Pequenas escolhas fazem muita diferença. Luz branca intensa em um quarto, por exemplo, pode atrapalhar o relaxamento. Já uma iluminação amarelada, com pontos de luz indireta, ajuda a preparar o corpo para dormir”, detalha. Outro aspecto essencial está na integração com a natureza. “Elementos naturais como plantas, madeira e pedras criam ambientes que reduzem o estresse e aumentam a sensação de bem-estar. Isso é fundamental em um mundo cada vez mais acelerado e tecnológico”, afirma Gladis. Para ela, o maior benefício está em compreender que “a arquitetura não é só sobre beleza. É sobre como os espaços podem cuidar da nossa saúde mental e emocional. A neuroarquitetura nos mostra que morar e trabalhar em lugares pensados para o ser humano é um investimento em bem-estar”.

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Recife fortalece posição como polo médico com grandes eventos de saúde

Pernambuco Centro de Convenções se consolida como espaço estratégico para o turismo de negócios na área médica. O médico Marcos Galdino (esquerda), presidente do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, realizou visita técnica ao Pernambuco Centro de Convenções (Cecon), com Antônio Peçanha (direita), CEO do equipamento - Foto: Divulgação Recife vem reforçando sua posição como um dos maiores polos médicos do Brasil não apenas pela qualidade da assistência e da formação profissional, mas também pela força dos eventos voltados ao setor de saúde. Congressos, simpósios e feiras médicas vêm crescendo em número e relevância, impulsionando a economia local e consolidando a cidade como referência em turismo de negócios na área médica. De acordo com Antônio Peçanha, CEO do Pernambuco Centro de Convenções (Cecon), a capital pernambucana ocupa um lugar de destaque no cenário nacional. “Recife já é reconhecida como uma das capitais médicas mais relevantes do país. A realização de grandes eventos potencializa ainda mais esse papel, promovendo troca de conhecimento, movimentando a cadeia produtiva do turismo e ampliando nossa competitividade como destino”, destaca. O polo de saúde de Recife é um dos três maiores do país, com cerca de 5,2 mil estabelecimentos de saúde e mais de 23 mil médicos em atuação. Segundo Peçanha, esse ecossistema robusto “cria uma sinergia natural com o setor de eventos, gerando benefícios que vão além da medicina, alcançando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio”. O Pernambuco Centro de Convenções, que completa 46 anos, tem papel central nesse processo. Com infraestrutura considerada a mais completa do estado para eventos de grande porte, o Cecon oferece teatros, auditórios e um pavilhão de feiras com quase 19 mil m², além de estacionamento para até 2 mil veículos. “Temos uma estrutura preparada para receber congressos médicos de alto nível, com espaços multifuncionais, tecnologia de ponta e uma localização estratégica. A vocação do Cecon para o setor da saúde se confirma com os eventos que já estão confirmados até 2026”, afirma o CEO. Eventos Recentemente, o médico Marcos Galdino, presidente do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, realizou uma visita técnica ao Pernambuco Centro de Convenções (Cecon). Após conhecer de perto a infraestrutura do local, Galdino destacou estar satisfeito com a qualidade e a capacidade do equipamento para receber um congresso de grande porte, reforçando a escolha de Recife como sede do encontro. “Esses números demonstram o poder do turismo de negócios em torno da medicina. Nosso objetivo é continuar sendo um espaço de referência para os grandes debates da saúde, contribuindo ativamente para o desenvolvimento do polo médico recifense e do estado como um todo”, conclui Peçanha.

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Foto 1 Rodrigo Farias Maker Midia

Senac Pernambuco lança projeto do ICT Saúde para impulsionar inovação no setor

Instituto de Ciência e Tecnologia em Saúde terá foco em pesquisa aplicada, formação profissional e integração entre empresas e academia. Foto: Rodrigo Farias O Senac Pernambuco apresentou nesta segunda-feira (18), na Casa do Comércio, o estudo que fundamenta a criação do Instituto de Ciência e Tecnologia em Saúde (ICT Saúde). Desenvolvido pelo Programa de Inovação e Tecnologia do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE (PRINTS) em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o projeto aponta tendências, oportunidades e estratégias para ampliar a pesquisa, a inovação e a formação profissional na área da saúde em Pernambuco. O evento contou com a participação de empresários, gestores do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE e representantes de entidades parceiras, além dos docentes da UFRPE André Melo, Ana Regina Ribeiro, Marcos Sobral e Renata Oliveira, que conduziram a apresentação. Segundo Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, "Este projeto é um marco para Pernambuco. Através dele, vamos ampliar nossa capacidade de formar profissionais qualificados, fomentar pesquisas aplicadas e integrar empresas, academia e sociedade. Nosso compromisso é contribuir para um ecossistema de saúde mais eficiente, inovador e acessível em todas as regiões do estado". O estudo apontou que Pernambuco ocupa posição de destaque no cenário regional, sendo o primeiro estado do Nordeste em número de leitos por mil habitantes (2,80, acima da média nacional de 2,51) e apresentando crescimento expressivo no número de ocupações de nível superior e técnico entre 2020 e 2024. Municípios como Caruaru, Petrolina e Serra Talhada despontam como polos emergentes de demanda por serviços de saúde, reforçando a necessidade de descentralização dos investimentos no setor. Para Renata Oliveira, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração e Desenvolvimento (PPAD) da UFRPE, "O estudo teve como objetivo principal fornecer inteligência estratégica para orientar a tomada de decisões e atender melhor às necessidades da sociedade e das empresas. Analisamos pilares como economia, inovação e ecossistema produtivo, e acreditamos que os resultados podem transformar a formação de mão de obra e o atendimento à população como um todo". Suzana Gadelha, diretora técnica da Unidas-PE, acrescentou: "Foi um evento importantíssimo para Pernambuco. Estamos diante de resultados concretos que podem transformar, de forma inovadora, o cenário da saúde no estado. A construção desse ecossistema tem tudo para dar certo. Parabéns ao Sistema Fecomércio, aos docentes da UFRPE e ao Senac pela liderança nesse processo. Estamos muito otimistas". O ICT Saúde - Senac pretende gerar soluções aplicadas ao mercado, fortalecer parcerias entre academia e empresas e criar oportunidades para profissionais em todas as regiões do estado.

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Parei de beber e foi a melhor escolha que fiz

Por Manu Siqueira Janeiro de 1992. Férias. A Ilha de Itamaracá, reduto de adolescentes naquela época, fervilhava com shows, paqueras e pele bronzeada. Era a apresentação do grupo de pagode Raça Negra, na Praça do Pilar. Eu, com 14 anos, acompanhada de duas primas, experimentei bebida alcoólica pela primeira vez. Era uma caipirosca, docinha, que logo me deixou tonta. Lembro que não gostei da sensação de estar tonta, mas insisti. O menino que eu paquerava no show, que devia ter uns 16 anos, exibia com orgulho um litro de uísque importado e as chaves do carro do pai. Essa era a realidade da juventude de classe média/alta dos anos 90. Assim como nos anos 60, em que fumar era sinônimo de charme e sedução, beber nos anos 90 era uma condição sine qua non para ser aceito em qualquer grupo. Lembro que, ao longo da minha infância, todos os almoços na casa da minha avó materna tinham como base muito afeto e música, mas, sobretudo, muita bebida alcoólica também. Muita! Resultado: frequentes discussões, gente sem limites e alguns traumas instalados. Essa dinâmica reverberou na minha vida adulta, refletindo em escolhas e relacionamentos muitas vezes equivocados. Eu conseguia perceber os danos emocionais causados pela bebida, mas gostava de beber. Gostava da sensação de me sentir solta, livre, mais receptiva ao outro. Após um longo relacionamento, comecei a selecionar criteriosamente com quem eu bebia e diante de quem eu me permitia ficar vulnerável. Passei a ponderar os riscos e a conta não fechou. Aos poucos, e escolhendo muito bem com quem eu queria estar, a bebida foi naturalmente perdendo espaço na minha vida. A maturidade também contribuiu muito para essa decisão. Informação e autoconhecimento ajudam, e muito. Começar a beber é uma escolha. Parar de beber também é. Não estou falando aqui de quem é viciado, que fique claro. O alcoolismo é uma doença. E pode acometer o homem mais lindo, a mulher mais rica, ou o jovem mais miserável. Não se trata disso. O que quero dizer é que parei de beber e estou descobrindo um novo jeito de estar nos lugares, de me relacionar, de curtir os momentos em sua plenitude. Sem névoa. Sem ressaca. Este não é um texto para te convencer a parar de beber. É um convite à reflexão:E se eu parar de beber, ainda assim terei motivos para ser feliz? *Manu Siqueira é jornalista

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"O homem contemporâneo está exausto por se autoexplorar", alerta psiquiatra

Em entrevista à Revista Algomais, especialista analisa as raízes da Sociedade do Cansaço, critica a glamourização da produtividade e defende o direito ao descanso como forma de preservar a saúde mental e emocional Vivemos uma era em que estar cansado virou sinônimo de sucesso. A exaustão crônica, longe de ser um sinal de alerta, passou a ser romantizada em discursos que celebram a produtividade sem limites e a ocupação constante. Mas esse modelo tem cobrado um preço alto da sociedade. Para o psiquiatra e psicoterapeuta Amaury Cantilino, estamos imersos em uma lógica que glamouriza o desempenho e silencia o sofrimento — uma engrenagem que afeta não apenas os adultos, mas também crianças e adolescentes, gerando um ciclo contínuo de esgotamento físico e mental. Nesta entrevista ao jornalista Rafael Dantas, Cantilino aprofunda as raízes da chamada "Sociedade do Cansaço", conceito popularizado pelo filósofo Byung-Chul Han, e aponta os efeitos psicossomáticos de uma cultura que não permite pausas. Ele defende que é preciso reinventar o tempo, valorizar o ócio criativo e construir políticas públicas que reconheçam o direito ao descanso como parte essencial da saúde integral. O que nos levou a chegar à Sociedade do Cansaço? Vivemos uma época em que o tempo deixou de ser vivido, passou a ser apenas usado. A lógica da produtividade tomou conta de quase todas as áreas da vida, do trabalho aos relacionamentos, da estética pessoal à presença nas redes sociais. Mais do que fazer bem feito, temos que fazer tudo e ainda parecer felizes e incansáveis no processo. O ser humano está completamente exposto ao excesso de estímulos, cobranças e tarefas. Mas o pior: esse homem contemporâneo também está exausto por se autoexplorar. Essa autoexigência constante vem gerando o que o filósofo Byung-Chul Han chamou de “Sociedade do Cansaço”. O “animal laborans” de que Han fala tenta provar seu valor o tempo todo. É alguém que, mesmo sem necessariamente sofrer uma opressão externa, se impõe metas inalcançáveis e acaba esgotado, deprimido, em guerra consigo mesmo. Para ele, a depressão é, antes de tudo, um cansaço de fazer, de tentar dar conta. A queixa típica de quem está deprimido, que é “não consigo mais fazer nada”, só faz sentido em uma sociedade que vive dizendo que tudo é possível, desde que você se esforce o suficiente. Quando a pessoa já não consegue mais “poder”, ela se volta contra si mesma. Se culpa. Se machuca. Que indicadores apontam para uma situação de epidemia desse problema? Os sinais de que estamos diante de um problema são evidentes: crescimento nos diagnósticos de ansiedade, depressão e burnout; e uma percepção generalizada de exaustão, mesmo entre pessoas jovens e saudáveis. Há uma sensação coletiva de que estamos todos sobrecarregados, tentando dar conta de mais do que é possível. Tem algum público específico para essa sensação de cansaço mais aguda? Apesar de pensar que atinge principalmente os profissionais, tenho visto matérias falando até das crianças. É verdade. O cansaço deixou de ser um problema exclusivo dos adultos ou dos profissionais altamente exigidos. Hoje ele atinge praticamente todas as faixas etárias, inclusive as crianças e adolescentes. Nas crianças, vemos sinais de esgotamento ligados ao excesso de estímulos, à agenda cheia de compromissos (aulas, cursos, telas, redes) e à falta de tempo livre para brincar, descansar ou simplesmente “não fazer nada”, algo que é essencial no desenvolvimento saudável. É nesse tempo livre, aparentemente vazio, que a criança pode inventar mundos, conversar consigo mesma, perceber o que sente, criar. É no tédio que ela aprende a lidar com o silêncio, com a espera, com a frustração. A adolescência, que deveria ser um tempo de descobertas, experimentações e construção da identidade, tem se transformado em um período de pressão. Cada vez mais cedo, os adolescentes entram em rotinas que se assemelham às de executivos: escola pela manhã, cursinho à tarde, estudos à noite, finais de semana com simulados, redações, revisão. Pouco tempo para lazer, quase nenhum tempo para si. O vestibular, que deveria ser uma etapa importante, mas pontual, da vida escolar, virou um centro de ansiedade desde o 1º ano do ensino médio. Muitos adolescentes internalizam a ideia de que precisam estar sempre produzindo, sempre rendendo. E quando não conseguem, sentem culpa, medo, ou se julgam incapazes. Já entre os adultos, isso se intensifica com as demandas de carreira, família e um ideal de sucesso que parece inalcançável. Cada grupo vive o cansaço à sua maneira, mas o que todos compartilham é a sensação de estar sempre “no limite”. No corpo, quais os efeitos negativos gerados pelo esgotamento que vivemos, que é mental e físico? A que extremos esse problema pode levar? O corpo e a mente estão profundamente interligados — quando um adoece, o outro também sofre. O cansaço crônico, seja ele físico, mental ou emocional, pode levar a uma série de sintomas: insônia, dores musculares, enxaqueca, problemas gastrointestinais, baixa imunidade, alterações hormonais, crises de ansiedade e até quadros depressivos. Quando esse estado se prolonga, a pessoa pode chegar a um ponto de esgotamento completo. É quando o corpo literalmente “desliga”. Esse esgotamento pode levar a afastamentos do trabalho, prejuízos nos relacionamentos e perda de propósito. Porém é importante reconhecer que, embora o cansaço esteja frequentemente ligado a fatores emocionais, sociais e existenciais, como o excesso de trabalho, a pressão por desempenho ou a falta de vínculos, muitas vezes ele tem causas físicas que não podem ser ignoradas. Distúrbios do sono, alterações hormonais (como hipotireoidismo), deficiências nutricionais (especialmente ferro e vitamina B12), doenças autoimunes, cardiovasculares ou infecciosas, entre outras condições clínicas, podem se manifestar inicialmente por meio de um cansaço persistente. Por isso, diante de uma fadiga prolongada, é fundamental realizar uma avaliação médica cuidadosa, que investigue tanto os aspectos físicos quanto os emocionais. Cuidar da saúde de forma integral é compreender que corpo e mente não estão separados e que o cansaço pode ser o primeiro sinal de que algo, em alguma dessas dimensões, precisa de atenção. Diferente de outros males, como a solidão e a depressão, penso que parte do cansaço

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Solidão atinge uma em cada seis pessoas no mundo, alerta novo estudo da OMS

Relatório destaca impactos econômicos e sociais da desconexão e propõe ações globais para enfrentá-la A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a solidão afeta uma em cada seis pessoas no planeta, segundo relatório da Comissão sobre Conexão Social. A condição, que tem efeitos severos sobre a saúde física e mental, está associada a mais de 871 mil mortes por ano — o equivalente a cerca de 100 óbitos por hora. A entidade reforça a importância da conexão social como fator protetor da saúde e do bem-estar, ao passo que o isolamento eleva o risco de doenças graves e morte prematura. Embora a era digital ofereça inúmeras possibilidades de interação, o sentimento de desconexão só aumenta. “Nesta era em que as possibilidades de conexão são infinitas, cada vez mais pessoas se sentem isoladas e solitárias”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele alerta que o impacto da solidão vai além da esfera individual: se não for enfrentado, também gerará prejuízos bilionários para a saúde pública, a educação e o mercado de trabalho. Entre os grupos mais vulneráveis estão jovens de 13 a 29 anos, especialmente adolescentes, e pessoas de países de baixa renda, onde os índices de solidão chegam a 24% — mais que o dobro dos registrados em países de alta renda. Refugiados, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, indígenas e minorias étnicas também enfrentam maiores obstáculos à conexão social, muitas vezes por causa da discriminação. A OMS relaciona a solidão e o isolamento a múltiplos fatores, como problemas de saúde, baixo nível educacional, morar sozinho, falta de infraestrutura comunitária e uso excessivo de telas. Além de prejudicar a saúde mental, a desconexão interfere na educação e no emprego. Jovens solitários têm mais chances de obter notas baixas, e adultos isolados tendem a ter menor renda ao longo da vida. Como resposta, o relatório propõe um plano global focado em cinco frentes: políticas públicas, pesquisa, intervenções, métricas e engajamento social. A OMS sugere ações simples e cotidianas, como “entrar em contato com um amigo necessitado, deixar o celular de lado para estar totalmente presente na conversa, cumprimentar um vizinho, participar de um grupo local ou se voluntariar”. Em casos mais graves, recomenda buscar apoio profissional e serviços disponíveis.

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Flávia Brito, CEO da Bidweb: "Proteger os dados é proteger a vida"

A área de saúde é a que mais sofre com ataques cibernéticos no mundo, segundo Relatório da IBM. Uma vulnerabilidade que levou a CEO da Bidweb a abrir uma empresa para oferecer serviços de proteção a players do setor. Ela explica as causas dessa situação e alerta que as guerras no Oriente Médio e na Ucrania mostram que a cibersegurança deve ser encarada como essencial para a soberania do País. Durante a feira Hospitalar 2025, um dos maiores eventos de saúde da América Latina, o repórter Rafael Dantas conversou com Flávia Brito, CEO da Bidweb e uma das principais referências em cibersegurança no Brasil. À frente de uma empresa com mais de duas décadas de atuação e sediada no Porto Digital, Flávia acaba de lançar a BidHealth, especializada na proteção de dados e sistemas e voltada exclusivamente para o setor de saúde, segmento que lidera o ranking global de ataques cibernéticos há 13 anos consecutivos, segundo relatório da IBM. Na entrevista, Flávia compartilha a trajetória que a levou a empreender num setor ainda dominado por homens, defende a soberania nacional sobre os dados estratégicos e alerta para os riscos reais da “guerra invisível” travada no ambiente digital. Com uma meta ambiciosa, a empresária planeja atender mais de 100 instituições de saúde já no primeiro ano da nova operação, sem abrir mão da democratização do acesso à segurança digital.  Como nasceu a BidHealth? A BidHealth é a empresa nossa do segmento de saúde. A gente se uniu com a MV para montar essa marca que vem com a herança do propósito que a gente já tem na Bidweb: fazer essa transformação numa jornada de proteger as empresas de saúde. Acreditamos que, assim como na saúde, prevenir é muito menos custoso do que tratar um ataque, ou seja, tratar uma doença. A prevenção é necessária em tudo. Já trabalhamos em várias salas de guerra, de ataque que clientes sofreram e estamos aqui com um propósito de dar continuidade ao que a gente já vem fazendo há muito tempo. Só que com um olhar específico para o setor de saúde. Quando fundei essa empresa, a Bidweb, não existia este momento que a gente está vivendo hoje. Muitas vezes eu era questionada: “Nossa, isso vai acontecer aqui? Isso é coisa de Hollywood, isso é coisa da Nasa! Isso não faz parte do nosso contexto”. Mas eu me identifiquei muito com essa área de cibersegurança e venho desenvolvendo esse trabalho há 23 anos. Somos uma empresa embarcada no Porto Digital, acredito muito no ecossistema, no desenvolvimento de cooperação em conjunto. Sou aluna do doutorado da Cesar School. A gente acredita que a cibersegurança é necessária para o uso de tecnologias e das inúmeras plataformas. Mas temos a premissa de que a inteligência precisa ser nossa. Nós precisamos de uma soberania nacional para defender os nossos interesses. A saúde é um setor muito atacado?  O setor de saúde vem liderando o número de ataques pelo 13° ano consecutivo. É o mais atacado e mais visado no mundo, segundo o Relatório da IBM. Nosso trabalho é proteger e cuidar dos dados dos hospitais para garantir o melhor acesso e o melhor atendimento ao usuário. Então, imagina que você tem um exame ou uma cirurgia marcada, ou qualquer outro procedimento hospitalar e os sistemas estão inoperantes [por um ataque de hacker]. A indisponibilidade dos serviços afeta diretamente a população. Então, sendo um serviço crítico, é estratégico para nós. Estamos muito entusiasmados com esse nosso novo empreendimento. Nós oferecemos toda a análise e estrutura para oferecer o serviço. Desde o assessment, ou seja, desde o início para entender onde a empresa está em relação a maturidade e risco. Analisar o que nós podemos fazer para melhorar e mitigar esses riscos e diminuir as vulnerabilidades, até a implantação, sustentação e o monitoramento 24 horas.  Temos uma rede de parceiros e de fabricantes que nos apoiam. Fizemos uma composição de entrega em que a gente consegue ser eficiente, competitivo e crescer nesse segmento. Já temos experiência vasta em outros segmentos e também temos clientes de saúde. Por que o setor de saúde sofre tanto ataque cibernético? Primeiro, [a cibersegurança] sempre concorreu com o investimento de um tomógrafo, de um equipamento hospitalar. As empresas e instituições do setor prestam um serviço para a população que é muito necessário, mas que o nível de maturidade e de risco para um ambiente de saúde nunca foi tão desenvolvido. E obviamente a área de saúde tem muitos dados críticos e sensíveis. Isso faz com que os hackers entendam que, devido à baixa maturidade em cibersegurança e à existência de muito risco e dados críticos, eles têm a possibilidade de atacar. Existem vários casos emblemáticos de empresas que foram atacadas e tiveram que pagar resgate. Outras não pagaram mas tiveram a sua operação paralisada por muito tempo. É isso que a gente quer evitar. Porque é uma área que tem dados muito críticos e é muito necessária para a população, que ainda não tem um nível de maturidade em cibersegurança. O dano de imagem da empresa quando ela é atacada é gigante. Sim, o dano reputacional. Muitos clientes falam assim: "Eu não preciso de vocês, porque tudo meu está na nuvem”. Muito pelo contrário. É aquela sensação de que “o que os olhos não veem, o coração não sente". Mas mesmo tendo todos os seus dados fora de casa, você precisa controlar o acesso, ter políticas bem definidas, controlar e monitorar as vulnerabilidades. Existe um arcabouço de soluções, de tecnologias e de serviços de inteligência que podem ajudar para que o ataque não aconteça. Ninguém nunca vai garantir 100% de proteção. Mas se acontecer um ataque, a resposta da empresa que investe em cibersegurança vai ser muito mais rápida.  Como é que a LGPD contribui para o negócio em si da cibersegurança voltado para saúde?  A LGPD não diz para implantar tal serviço, ou tal solução.  O que é que ela diz? Tenha cuidado com os dados. Use a boa fé.  Tivemos nos últimos três

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Inteligência artificial e inovação ajudam a reduzir custos e desperdícios na saúde

Ferramentas tecnológicas ampliam a eficiência de tratamentos e da gestão hospitalar, garantindo sustentabilidade econômica para clínicas e hospitais. *Por Rafael Dantas O uso de inteligência artificial e a inovação estão avançando nas terapias e na gestão dos diversos players do setor de saúde. Bom para o paciente, que passa a ter tratamentos mais precisos às suas necessidades, e também para a sustentabilidade econômica das empresas. Mesmo representando investimentos relevantes para o caixa dos hospitais e clínicas, a inserção de novas ferramentas tecnológicas tem conseguido reduzir os custos gerais de vários tratamentos, evitando os gastos com medicamentos, exames e procedimentos desnecessários. Muitas dessas novidades tecnológicas, inclusive desenvolvidas por empresas pernambucanas, foram apresentadas na feira Hospitalar 2025, realizada este mês em São Paulo. Diante dos desafios econômicos enfrentados após a pandemia – como a desestabilização da cadeia de suprimentos, inflação médica, juros elevados e maior demanda por atendimento – o setor de saúde suplementar encontrou nas novas tecnologias um aliado estratégico para sua recuperação. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde, enquanto o terceiro trimestre de 2023 registrou um prejuízo operacional de R$ 5 bilhões, no mesmo período de 2024 o setor obteve lucro de R$ 4 bilhões, representando uma reversão de 180%. Esse desempenho revelou o papel decisivo da inovação na otimização de processos, redução de custos e ganho de eficiência na prestação de serviços. Para se ter uma ideia dos desafios financeiros do setor, uma pesquisa do Observatório de Oncologia, do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz e do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, revelou que o custo médio dos procedimentos para a terapia oncológica cresceu 400% em apenas quatro anos. De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o SUS pode gastar o montante de R$ 7,84 bilhões em 2040, apenas com o tratamento da doença. Uma das novidades apresentadas na Hospitalar 2025 foi o nascimento da empresa OncoAudit, que traz ao mercado uma nova plataforma com uso de IA que promete qualificar as terapias e reduzir custos. Com a capacidade de ler milhares de artigos científicos por segundo, a ferramenta permite ao médico compilar os dados mais recentes da pesquisa acadêmica para tomar as melhores decisões nos tratamentos. “A IA consegue analisar 500 mil artigos em 5 segundos. Para escolha de um plano de tratamento para um paciente é fundamental a agilidade. Há publicações acontecendo em todo mundo. Tecnologias ligadas a incorporação de drogas e outras medicações permitem dar ao médico condições de um arsenal melhor para aquele paciente”, afirmou Fabrício Colacino, sócio-diretor da OncoAudit. No lançamento da empresa OncoAudit, Fabrício Colacino apresentou a ferramenta que, com o uso de inteligência artificial, consegue analisar 500 mil artigos em 5 segundos e oferecer ao médico um plano de tratamento para seu paciente oncológico. Ele explica que a ferramenta, em seus três anos de desenvolvimento, teve como princípio dar o melhor remédio para o paciente, independentemente do valor. Na aplicação, com o uso da IA, uma descoberta foi que a melhor medicação nem sempre era a mais cara. “Identificamos que não faltava dinheiro, mas organização e otimizar o recurso, tirando o desperdício”. Na prática, ao final de um atendimento, diante do prontuário do paciente, dos protocolos utilizados pelo hospital e do compilado do conhecimento científico mais moderno, a plataforma oferece a indicação do tratamento oncologicamente baseado em evidências. Colacino relatou um case, de uma operadora de plano de saúde, com 1.300 pacientes oncológicos, que após três anos com o uso dessa ferramenta evitou o desperdício de R$ 75 milhões. “Se não fosse a plataforma, seria um dinheiro gasto, com remédio de alto custo, que iria para a veia do paciente, sem dar qualidade de vida ou sobrevida maior”. Além da redução de custos diretos, ele relata que com a adoção da tecnologia baseada em evidências não houve nenhuma judicialização. Outra novidade apresentada pela empresa durante a feira Hospitalar foi a nova plataforma de inteligência artificial da MV Saúde Digital, que tem sede no Recife. A tecnologia, batizada de MaVi, é uma solução que já vinha sendo testada em alguns clientes e agora chega ao mercado com promessas ambiciosas. Além de apoiar decisões clínicas e administrativas, a ferramenta tem potencial também de reduzir significativamente os custos no setor. Jeferson Sadocci, diretor Corporativo de Mercado e Cliente, destaca que a MaVi atua de forma transversal nas instituições de saúde, sendo capaz de interagir com diferentes áreas, como a assistencial, o faturamento e o financeiro. Um dos exemplos citados foi o uso da IA para transcrever automaticamente consultas médicas e sugerir condutas clínicas com base em protocolos. “Ela expurga os dados irrelevantes e estrutura as informações no prontuário, otimizando o tempo do profissional e evitando retrabalho”. Jeferson Sadocci afirma que a MaVi é uma plataforma de IA que apoia decisões clínicas e administrativas, e que, ao transcrever consultas e preencher prontuários, permite ao médico ter mais tempo para escutar o paciente. A transcrição das consultas, com o preenchimento do prontuário pela ferramenta, tem sido destacada por profissionais do setor como um suporte à maior humanização do atendimento. Isso porque, como o médico não perde tempo digitando os dados dos pacientes ou as prescrições de exames e medicamentos, ele pode “olhar no olho” da pessoa atendida e ouvi-la com mais atenção. Além da assistência, a plataforma também pode ser usada por gestores para identificar gargalos no faturamento e analisar o fluxo de caixa, oferecendo uma visão estratégica que contribui para uma gestão mais eficiente. “Nosso objetivo não é apenas controlar custos mas eliminar desperdícios que, hoje, são o verdadeiro desafio da saúde”, disse o executivo. Segundo o estudo Casos Públicos de Uso de Inteligência Artificial no Setor de Saúde, publicado pela PwC Brasil, 58% dos executivos relatam que a IA generativa resultou em ganhos de eficiência no uso do tempo dos funcionários. Além disso, 34% dos CEOs do setor no País identificaram aumento na receita e 31% na lucratividade. TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARA O SUPORTE AOS HOSPITAIS E CLÍNICAS Com o crescimento do uso de tecnologia nos hospitais, aumentou também

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MV aposta em inteligência artificial para transformar a saúde e mira R$ 1 bilhão em faturamento

Anúncios foram feitos durante a Feira Hospitalar 2025, em São Paulo. Fotos: Dayanna Shakra/Divulgação MV Durante a Hospitalar 2025, Jeferson Sadocci, diretor corporativo de mercado e cliente da MV, destacou o lançamento oficial da plataforma de inteligência artificial da empresa, batizada de MaVi. A tecnologia já está em uso por clientes e possui registro da Anvisa, sendo a primeira IA do tipo no Brasil. “Com a plataforma, o médico pode conversar com o paciente numa consulta e não precisa mais escrever no prontuário. A própria ferramenta transcreve a consulta e dá sugestões de condução clínica. A partir dali o médico escolhe as melhores opções e dá o comando de que tratamento tem que ser aplicado”, explicou Jeferson Sadocci. A ferramenta atua desde o apoio ao médico na consulta até a gestão financeira das instituições. O diretor revelou que o ecossistema da empresa já conta com 27 CNPJs e mais de 20 marcas. A meta é alcançar R$ 1 bilhão em faturamento nos próximos três anos. A empresa teve uma forte presença na Hospitalar 2025, que é a maior feira do setor na América Latina. Além da MaVi, uma das novidades apresentadas no evento foi a OncoAudit, uma empresa para dar suporte aos tratamentos oncológicos com IA e outras tecnologias.

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Pesquisa revela que 7% dos brasileiros se consideram veganos

Maioria da população admite possibilidade de reduzir ou eliminar o consumo de carne Um levantamento realizado pelo Instituto Datafolha, a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), aponta que 7% dos brasileiros afirmam ser veganos. A pesquisa, conduzida entre 9 e 11 de dezembro de 2024, também revela que 74% da população considera, em algum grau, a possibilidade de parar de consumir carne, principalmente por questões de saúde. O estudo mostra ainda que 22% dos entrevistados já tentaram excluir a carne da alimentação. Outros fatores também pesam na decisão de adotar uma dieta sem produtos de origem animal: 43% dos participantes citam a preservação ambiental, enquanto 42% mencionam o bem-estar dos animais. O crescimento do veganismo no Brasil acompanha uma tendência global. Nos Estados Unidos, a população vegana triplicou entre 2004 e 2019, e campanhas como o Veganuary, realizadas anualmente, incentivam milhões de pessoas a experimentar o veganismo. “A pesquisa confirma que há uma crescente conscientização sobre o impacto da alimentação na saúde, no meio ambiente e do respeito aos animais”, afirma Mônica Buava, presidente da SVB. A pesquisa do Datafolha reforça dados anteriores. Em 2018, um estudo do Ibope Inteligência apontava que 14% dos brasileiros se identificavam como vegetarianos. Com mais informação e maior acesso a produtos veganos, a mudança nos hábitos alimentares se intensifica, impulsionando um mercado em ascensão.

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