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Dayane Rocha lança “Virada num mói de Cuento”, livro que celebra a força poética das mulheres do Pajeú

Aos 29 anos, poetisa sertaneja estreia na literatura com versos de resistência feminina, memória afetiva e lirismo do Sertão Com uma trajetória de 12 anos nos palcos da poesia sertaneja, a artista Dayane Rocha lança seu primeiro livro: Virada num mói de Cuento. A obra reúne 170 páginas de poemas marcados pela métrica tradicional do Pajeú, costurados com temas como feminismo, política, maternidade, erotismo e memória. O lançamento será no dia 19 de julho de 2025, em Brejinho de Tabira, e também estará disponível para venda online junto a produtos inspirados na estética do livro. Nascida em uma família sem tradição poética, Dayane enfrentou as barreiras impostas às mulheres no universo literário sertanejo, especialmente nas mesas de glosa — espaço historicamente masculino. “O nome também surge da forma como conquistei meu espaço através de muita luta como mulher”, explica a autora. Sua poesia, no entanto, floresceu, ganhando respeito por sua intensidade lírica e consciência política, como mostram versos como: “Sou do Pajeú das flores / Tenho razão de cantar”. O livro apresenta uma diversidade formal, passando por sonetos, sextilhas, martelos agalopados, galopes à beira-mar e trovas. A publicação também estabelece diálogos com as xilogravuras de Marcos Pê e é acompanhada de um site assinado por Fito Araújo, que abriga informações sobre a trajetória da artista e sua atuação em projetos como o coletivo Mulheres de Repente. O prefácio é da poetisa Elenilda Amaral, que descreve Dayane como “terra rochosa, forte, pedregosa... Dayane é arte, é intensidade, é fartura”. A resistência de Dayane também se expressa na forma como encara o espaço público da poesia: “Conquistar o espaço da mulher na mesa não é fácil, porque a gente sente aquele peso no olhar… a gente vai moldando aos poucos”, reflete. Mesmo diante dos obstáculos, ela transformou a dor e o cotidiano em arte. “O livro é esse misto de força e energia, virado no moi de cuento, igual a mim”, resume, com um sorriso. Serviço:📚 Virada num mói de Cuento, de Dayane Rocha📍 Lançamento: 19/07/2025, às 20h, em Brejinho de Tabira – PE🌐 Venda e informações: www.poetisadayanerocha.com.br

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Sertão exuberante ganha livro que celebra cultura e resistência do Nordeste

Obra histórica será lançada no Recife com foco em identidade, memória e beleza do semiárido, longe dos clichês da fome e da miséria Um sertão vasto, vivo e profundamente simbólico é o que propõe o livro SERTÃO – O imaginário das grandes imensidões, que será lançado no próximo sábado, 31 de maio, às 15h, no Recife Expo Center. A obra, com fotografia de Adriano Mendes e produção do jornalista e documentarista Anselmo Alves, é mais que um livro: é um manifesto visual e poético contra os estereótipos que reduzem o semiárido nordestino a paisagens de escassez. Com 300 páginas de imagens, literatura e memória, o projeto percorre diversas regiões — do Agreste pernambucano à cidade paraibana de Princesa Isabel — revelando um sertão que se reinventa em cultura, fé e cor. “A gente não colocou o sertão da miséria, da fome. Mostramos o sertão da superação, do circo, do pastoril, um sertão em movimento, de grandes imensidões...”, pontua Anselmo Alves. O livro ainda dialoga com versos de poetas como Maciel Melo, Xico Bezerra, Jessier Quirino e Elis Almeida, tecendo uma narrativa afetiva e coletiva. O olhar sobre o sertão não é apenas geográfico, mas também simbólico. Referências históricas e culturais como Lampião, Luiz Gonzaga e Padre Cícero aparecem como marcos de um território onde a resistência é celebrada em imagens, vestes e adornos. “O sertão é exagerado. É como a gente dizia quando via alguém muito enfeitado: ‘Tá mais enfeitado que jumento de cigano’”, brinca o produtor, ao destacar o valor estético e identitário da cultura sertaneja. A publicação tem patrocínio das Baterias Moura, empresa nascida em Belo Jardim, e reforça o paralelo entre a trajetória da marca e a do próprio sertão: ambos saíram do interior para ganhar o mundo. “Fiz questão de que o livro fosse patrocinado por uma empresa empreendedora, que sai de Belo Jardim, bem perto do Sertão, para conquistar o mundo. Assim como Luiz Gonzaga saiu de Exu para conquistar o mundo”, afirma Anselmo. “SERTÃO – O imaginário das grandes imensidões” é um convite à imersão em uma terra de afetos, lutas e símbolos — um chamado para reconhecer o sertão como centro de uma cultura pulsante e urgente. ServiçoLançamento do livro “SERTÃO – O imaginário das grandes imensidões”📅 Data: 31 de maio (sábado)📍 Local: Recife Expo Center – Cais de Santa Rita, 156, Bairro de São José⏰ Horário: 15h

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Cineclube leva cinema gratuito à comunidade rural de Nova Brasília, em Afogados da Ingazeira

Projeto cultural exibe curtas-metragens com temas sociais e promove acesso à arte em local sem equipamentos públicos. Foto: Quel Lima Com apenas seis quilômetros de distância do centro de Afogados da Ingazeira, mas ainda à margem do acesso a políticas públicas básicas como escola ou quadra esportiva, a comunidade de Nova Brasília agora conta com uma potente ação cultural: o Cineclube Nova Brasília. O projeto, com incentivo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB PE), visa descentralizar o acesso ao audiovisual e levar entretenimento de qualidade para regiões rurais do Sertão do Pajeú. Idealizado por Isabella Lumara, com produção executiva de Lucio Vinicius, o cineclube promove sessões mensais de curtas-metragens documentais e de ficção, com foco em obras pernambucanas e brasileiras que dialogam com as vivências da comunidade. A acessibilidade foi pensada desde o início, com estrutura para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, além da inclusão de recursos nos filmes exibidos. A primeira sessão foi realizada na sexta-feira, 16 de maio, com exibição dos filmes “Ritual de Matrimônio”, “Meu Nome é Maalum”, “Quando a Chuva Vem?” e “Moagem”. Além da pipoca gratuita, o público participou de um debate com o cineclubista e historiador Danilo Leite, reforçando o caráter formativo e reflexivo da ação. A curadoria é assinada por Richard Soares, com direção de arte de Thales Meirinho e identidade visual de Laís Rayanne. A iniciativa contribui não apenas para o lazer e a formação cultural, mas também para o fortalecimento do sentimento de pertencimento da população rural, frequentemente esquecida nas políticas culturais. O Cineclube Nova Brasília é mais um exemplo de como o audiovisual pode transformar realidades quando chega aonde o poder público costuma não alcançar. Serviço📽️ Cineclube Nova Brasília📍 Comunidade de Nova Brasília, zona rural de Afogados da Ingazeira (PE)📅 Sessões mensais gratuitas🔎 Acompanhe a programação: @cineclubenovabrasilia

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Videopoesia no Sertão do Pajeú conecta tradição oral e produção audiovisual

Formação gratuita leva oficinas práticas para Carnaíba, Tabira e Triunfo, promovendo experimentação artística no interior de Pernambuco O projeto Da Poesia ao Vídeo - Ocupação Pajeú chega em maio ao Sertão do Pajeú com oficinas presenciais nas cidades de Carnaíba, Tabira e Triunfo. A iniciativa une literatura e audiovisual por meio da videopoesia, gênero artístico que transforma poemas em obras visuais. A formação conta com carga horária total de 20h/aula, sendo conduzida pela produtora e realizadora audiovisual Eva Jofilsan, e teve uma etapa teórica online em abril. Agora, os encontros práticos envolvem captação de imagens, montagem e finalização de videopoemas inspirados na cultura sertaneja. Além de formar novos talentos, a ocupação tem como missão democratizar o acesso ao audiovisual fora dos grandes centros urbanos. “A escolha de concentrar o projeto no Sertão do Pajeú era um desejo antigo, pois entendo a região como um berço da criação poética, especialmente da cultura oral no Estado. Ao mesmo tempo, o videopoema abre inúmeras possibilidades de experimentação visual e de recriação da palavra poética. Acredito que esse encontro entre a riqueza da oralidade e o audiovisual resultará em uma fusão muito frutífera de olhares e abordagens”, destaca Eva Jofilsan. A iniciativa é promovida pela Espiral Filmes, com produção da Anilina Produções e incentivo do Funcultura Audiovisual/Fundarpe/Secult/Governo de Pernambuco. Com passagens anteriores por Olinda, Recife, Garanhuns, Arcoverde, entre outros municípios, o projeto tem contribuído para descentralizar a formação técnica e estimular o surgimento de criadores e multiplicadores em diversas regiões do Estado. Serviço – Oficinas presenciais "Da Poesia ao Vídeo – Ocupação Pajeú"📍 Carnaíba: 5 e 6/5, das 8h às 12h – Escola Municipal Domingos Jacinto Ferreira, Praça Pedro Bezerra, s/n, Ibitiranga📍 Tabira: 8 e 9/5, das 14h às 18h – Centro Cultural Poeta Zé de Mariano, Rua Amâncio Siqueira, 08, Centro📍 Triunfo: 12 e 13/5, das 14h às 18h – Casa Brincante, Rua Fídeas Corte de Alencar, 22, Alto da Boa Vista🔗 Linktree do projeto📱 Instagram | 📺 YouTube 4o

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A BR-232 e o novo traçado das cidades

*Por Geraldo Eugênio A rodovia como está Há três meses esta coluna chamou a atenção de quão inadiável é a duplicação da rodovia BR-232. Vamos tratar do trecho no qual me desloco com mais intensidade, entre Serra Talhada e o Recife. São 410 km em que se pode dividir em três intervalos distintos. O primeiro, entre Serra Talhada e Arcoverde, com uma distância de 160 km, normalmente é feito em duas horas de direção, trânsito moderado. O segundo, entre Arcoverde e São Caetano, com 105 km, que exige entre uma hora e quarenta minutos e duas horas, e por último de São Caetano ao Recife, com 150 km, ao redor de duas horas, somando quase seis horas em dias que não haja intercorrências nesse trecho. Teoricamente a distância a uma velocidade média de 80 km horários necessitaria, tão somente, quatro horas. Trocando em miúdos: há uma perda de tempo fora do padrão, principalmente no segundo trecho, cuja velocidade média é de 50 km horários. A segunda questão é o traçado. São longos os percursos retos o que demonstra o acerto no traçado, incluindo o trecho entre Salgueiro e Parnamirim, pouco mencionado nas discussões sobre o assunto. A preocupação começa quando se examina o papel das cidades de grande porte, a exemplo de Caruaru, e as de porte médio que se distribuem pela rodovia, a exemplo de Gravatá, Bezerros, Belo Jardim, Pesqueira, Arcoverde Custódia, Serra Talhada e Salgueiro. Intervenções inadiáveis Há de se supor que o projeto contratado pelo governo estadual contemple a discussão em referência. A duplicação entre São Caetano e Salgueiro não significa um orçamento de 350 km de rodovia, mas de obras que certamente duplicarão o valor da construção da rodovia. Importante que se coloque na planilha a inviabilidade do traçado atual da rodovia tomada pela área urbana dos municípios citados. No caso de Custódia, Arcoverde, Pesqueira, Belo Jardim sempre há congestionamentos e dificuldades de manobra para entrar ou sair da rodovia. Em Serra Talhada, o que tem atenuado a situação é o viaduto existente entre as avenidas Afonso Magalhães e Triunfo, senão a situação seria a mesma das demais. Viadutos ou rotatórias? Seria o caso de as administrações municipais e estadual e os empresários planejarem o que se pretende da rodovia duplicada. Certamente a maioria dos gestores e o comércio – que ao longo do tempo se desenvolveu ladeando a rodovia e tornando-a nos municípios citados uma avenida – não querem tocar no assunto. Todos alegarão prejuízos irrecuperáveis em se contar com um novo traçado, entretanto não há como se tentar fugir da questão e imaginar que, na maioria dos casos, não serão um ou dois viadutos ou rotatórias que resolverão a lentidão do tráfego, mas cinturões viários deslocando o traçado – principalmente dos maiores veículos – das aglomerações urbanas. O trecho duplicado entre o Recife e São Caetano merece ser tratado como exemplo. O município que mais benefícios colheu com a duplicação foi Vitória de Santo Antão. No início, deslocar a rodovia para a região de Natuba era decretar o fim da cidade, hoje se nota que foi a redenção do município, que atraiu um parque industrial diferenciado, deixando de ser apenas a terra da cachaça Pitú. A cidade foi se deslocando para o Sul e hoje se aproxima do novo traçado da rodovia. Obviamente não se pode pensar em investir alguns bilhões de reais na requalificação desta rodovia atendendo a questões de natureza pessoal ou local. Logo, é de se esperar que qualquer negociação que busque recursos públicos ou privados passará por se debruçar no que tal investimento trará de benefício para os municípios e para o Estado, uma vez que além das cidades localizadas diretamente na rodovia, todos os municípios do Agreste e do Sertão serão beneficiados com a obra. Imagina-se que cadeias produtivas exportadoras ou que aspiram a participar do comércio exterior, como a fruticultura irrigada e a avicultura, podem prestar uma boa contribuição à discussão, bem como o Complexo Industrial Portuário de Suape, uma vez que até que a ferrovia Transnordestina possa ser concluída, a BR-232 é a principal via de escoamento de carga do porto para o interior do Nordeste. A alternativa aos viadutos e rotatórias seriam os elevados, mas não se imagina que haja disponibilidade de recursos para se investir em algumas dezenas de quilômetros de rodovia suspensa, mesmo em situações de maior densidade populacional. O fato é que essa discussão pode ser antecipada de modo a evitar que o projeto em elaboração, ao tentar ser executado, seja objeto de modificações que o tornem obsoleto antes do início das obras. Que se garanta o orçamento para a obra Por último, mas não menos importante, é saber de onde se contará com os recursos para a execução desta duplicação. No orçamento da União ou no Novo PAC ele ainda não se encontra nem o Governo de Pernambuco contará com recursos da privatização de uma outra estatal tal qual a Celpe. Esse é um esforço que exigirá a aliança entre todos os estamentos de governo, empresariais e forças políticas. Até o momento não tem sido notada esta coesão, o que será necessário, uma vez que há em paralelo a demanda pela ligação ferroviária entre o Porto de Suape e o município de Salgueiro, negligenciado ao ponto de vê-la ser sacada, em dezembro de 2022, do projeto da ferrovia. Um outro aspecto determinante é que não haja procrastinação desta obra. Neste instante, Pernambuco não pode aceitar um programa de execução seccionado em pequenos trechos, o que poderia levar entre uma e duas décadas para sua conclusão. Vale deixar claro que estados vizinhos estão direcionando esforços na duplicação de seus principais eixos rodoviários, sejam com recursos próprios ou federais. Há uma corrida e uma aposta no futuro. Desde o bem-estar da população à atração de novas empresas para os municípios do interior. Para Pernambuco não há opção sob o risco de ver a concorrência erodir suas vantagens competitivas a exemplo do estratégico porto de Suape.

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"É um desafio empreender no Brasil e no sertão as dificuldades se tornam maiores"

Hugo Gonçalves, presidente da Tambaú, fala sobre os desafios do desenvolvimento no sertão e aponta quais as grandes ameaças e oportunidades para que a região se torne próspera e com um melhor ambiente de negócios. CEO da Tambaú, ele tem uma relação direta local, onde está a sede da tradicional indústria de alimentos, que emprega mais de 500 pessoas. A segurança hídrica, as melhorias na logística e a capacitação da população são algumas das linhas mestras apontadas pelo empresário. Enquanto empresário que tem atuação no sertão pernambucano, quais os principais desafios para o desenvolvimento econômico e social da região na sua opinião?É um desafio empreender no Brasil, olhando pela ótica mundial, ainda mais. E dentro do Brasil, há os desafios regionais. Uma pesquisa de 2020 /2021, do Banco Mundial, realizou pesquisa e identificou que dentro do Brasil, Pernambuco ficou em último estado da Federação para abrir negócios e ter um ambiente saudável de abertura de negócios. Eu vejo que, quando vamos empreender no sertão dos estados nordestinos, as dificuldades se tornam maiores. Você pode abrir um negócio perto da capital ou região metropolitana, há uma demanda maior da população demográfica, mão de obra e capacitação. Já no interior, no sertão, as dificuldades são maiores. Embora haja as políticas públicas de desenvolvimento de interiorização. São muitos desafios, mas o primeiro de todos é a questão hídrica, é um entrave não só para o empreendedor, mas para toda a população, tendo que viver com escalas de abastecimentos, enfim.Há também os desafios de infraestrutura no interior, questões rodoviárias, por exemplo. Próximo às capitais você tem vias duplicadas e melhorias, mas quando entramos mais no interior, as estradas são comprometidas e atrapalham na questão logística e de mobilidade. A questão da energia elétrica também é uma questão difícil, pela morosidade e pelas limitações no suporte a esses recursos para as empresas.Mão de obra também é um problema no Brasil todo, mas no interior é mais acentuado. Não encontramos facilmente uma mão de obra qualificada no interior e nem todos que moram nas capitais querem vir trabalhar nessas regiões.Se não há a criação de um ambiente promissor em uma região para se abrir negócios, fortalecer o comércio, favorecer a agricultura, tudo isso já cria entraves para as coisas se desenvolverem no interior.Com uma agricultura forte, haveria mais indústria e comércio e teríamos um círculo virtuoso na economia. Mas é difícil uma agricultura próspera dentro do semiárido. E para beneficiar deveria ter projetos para menos consumo de água, alta tecnologia, produtos de alto valor agregado para haver essa compensação, mas isso ainda não existe. O Nordeste, principalmente o sertão, precisa de uma política pública para atacar todos esses desafios. Quais as principais oportunidades para o desenvolvimento de fato do sertão pernambucano? Destacaria alguma mudança recente com impacto positivo?Vejo o esforço do governo no sentido de, como o maior desafio para nós é a questão da segurança hídrica, então temos que olhar pelo enfoque da transposição do Rio São Francisco. Eu lamento que a transposição não foi maior, deveria tirar 20%, para atender todas as cidades da região Nordeste. E, em seguida, fazer a adutoras, algumas até vêm sendo feitas. Seria isso, sanar um problema secular que é da questão hídrica. Outra grande oportunidade que vejo para incrementar a região é melhorar as infraestruturas de energia, transportes, telecomunicações, acessos, além da criação de mais distritos industriais. As indústrias têm um papel muito grande no desenvolvimento de um país, embora nenhuma país se faça apenas disso. Mas a indústria tem o poder de impulsionar a economia de uma região porque ela gera empregos de qualidade, gera um relacionamento de prestadores de serviços, de transportes, tudo isso beneficia e desenvolve a região como um todo, englobando também a área de comércio, serviços e a sociedade local. Na sua opinião, quais as maiores ameaças para as empresas com atuação no sertão e para a sustentabilidade social da população sertaneja?As ameaças: não conclusao de projetos, como da própria transposição do São Francisco, a Transnordestina e outras obras. Fica o investimento parado e quando vai retomar tem que investir mais porque a obra ficou muito tempo parada, além dos custos para sua continuidade. Tem muito gasto de dinheiro público, muito desperdício e a população acaba não desfrutando dos investimentos. Para o governo incrementar ainda mais melhorias na região, deveria olhar também para a qualidade da mão de obra gerada A gente já tem escolas com bom nível, ensino médio em tempo integral, mas eu acho que dentro desse ensino médio devia ser colocado mais ensinos profissionalizantes. O jovem já sairia com uma profissão, seria um técnico na área de saúde , de TI, de atendimento comercial ou eletrotécnico, enfim. Eu fiz um curso profissionalizante na área de Química. Acho que isso ajuda , já encaminha para uma profissão e um emprego. Essa seria uma grande oportunidade de desenvolvimento para a região. Qual o cenário atual da Tambaú e às perspectivas para 2023?A Tambaú tem cerca de 560 funcionários, temos uma perspectiva muito otimista para o próximo ano. Fortalecer as linhas e criar novas, outras linhas que a gente quer aumentar como a área de molhos. Teremos um novo ano, um novo governo, novas esperanças. Existe uma demanda na sociedade de mudanças. Espero que o Braisl possa atender, dentro da capacidade dele, e continuar nesse ciclo de crescimento que o país vem tendo, com a política que o Governo Federal adotou e vem crescendo. Espero que os juros possam cair e isso gerar estímulos para o desenvolvimento. E que possamos continuar crescendo.

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Belém de São Francisco: carnaval, casario histórico e a melhor manga do Estado

Da Secretaria de Turismo de Pernambuco A 480 km da capital, às margens do Rio São Francisco, Belém de São Francisco preserva o charme da cidade do interior ao mesmo tempo que se coloca como uma das mais importantes regiões de fruticultura da manga em Pernambuco. Despertando a atenção dos visitantes pelas belezas naturais, a cultura - é de lá o boneco gigante mais antigo do Estado, o Zé Pereira - e a paisagem urbana neoclássica, o município convida ao aprofundamento em sua história a partir de passeios regados a muito banho de rio e da culinária que tem o bode e os peixes de água doce como destaque. Para os que lá chegam, Belém oferece a possibilidade de diversão em passeios de barco e catamarã pelo Velho Chico, banhos à beira das praias fluviais, como a da Ilha Caxaiú, ou ainda nas bicas do Porto da Barra e do Tadeu. Belém de São Francisco tem origem que remonta ao surgimento de Fazenda Canabrava nos idos de 1830, na divisa com Cabrobó. A cidade preserva a sua história no seu antigo casario, cujo conjunto arquitetônico remonta às vanguardas artísticas do século 19. Este legado pode ser apreciado nas Igrejas Nossa Senhora do Patrocínio e do Menino Jesus, e ainda no Museu Elísio Caribé. Já o Mercado Público ganhou o Brasil em cenas da novela global Senhora do Destino, que teve cenas gravadas na cidade. “Belém de São Francisco é um município que tem um forte apreço cultural, além da sua importância como polo de fruticultura no Estado. O centenário de Zé Pereira foi um marco e quem nunca havia ouvido falar na cidade, soube que a tradição dos bonecos gigantes em Pernambuco nasceu em Belém. Levamos Zé Pereira e Vitalina para o Carnaval do Recife e fizemos uma bela festa. Além disso, a cidade conta com praias fluviais e ilhas no Velho Chico, que são um produto turístico de muito potencial”, comenta o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes. Culturalmente, Belém de São Francisco tem o período carnavalesco como sua principal festa e motivo de atração de visitantes. O desfile dos bonecos gigantes centenários Zé Pereira e Vitalina é a principal tradição desta folia. Conhece a expressão Sábado de Zé Pereira? Pois bem, se na capital é o Galo da Madrugada quem abre o Carnaval, na cidade, é o próprio Zé Pereira o dono da festa. E no ano de 2019, ela foi ainda mais especial. Numa ação da Secretaria de Turismo e Lazer, Zé Pereira, acompanhado da sua Vitalina, foi responsável por abrir o Carnaval de Pernambuco. Uma semana antes, um evento em Belém marcou o início da “viagem” do casal famoso, culminando com a chegada no Recife, de catamarã, pelo mar, até o Centro Cultural Cais do Sertão. Um cortejo especial de mascarados de todo o Estado (papangus, caretas, caiporas) e de bonecos gigantes de Olinda aguardaram Zé Pereira para brincar a folia no Recife pela primeira vez. No ano de 2000, a festa se repetiu. Entre outras tradições fortes, há também a malhação do Judas, o pastoril e as rodas de São Gonçalo. A gastronomia se destaca pelos pratos com peixes do São Francisco e o tradicional bode assado - com a oferta do bode seco ao sol -, além dos doces típicos do interior, como o doce de leite e sequilhos. AÇÕES DE ESTRUTURAÇÃO DO TURISMO Nos últimos dois anos, além do trabalho em torno da figura do Zé Pereira, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e da Empetur, realizaram ações para identificar atrativos e capacitar o turismo em Belém e região das Ilhas e Lagos do São Francisco. A cidade foi sede de um dos seminários do programa Bora Pernambucar - Turismo de Canto a Canto, que reuniu o trade turístico e gestores municipais em encontro com o secretário Rodrigo Novaes. O evento mapeou os equipamentos e potencialidades das cidades com foco na interiorização do turismo. Como resultado do encontro, foram oferecidos, no ano de 2020, cursos profissionalizantes para recepcionista, agente de informações turísticas e auxiliar de cozinha, em parceria com o IFPE. Ainda buscando capacitar a população para o turismo, foram realizados cursos de boas práticas em serviços de alimentação, condutor ambiental e cultural e de roteiros, em parceria com o Senac. A cidade foi contemplada ainda com a Oficina Online sobre a Importância das Redes Sociais para o Turismo, ministrada pela Empetur, e ganhou destaque nas redes sociais do @descubrapernambuco e da Setur. Um dos momentos foi a participação na série Sabor Arretado, com o chef Henrique Lustosa ensinando aos internautas a receita do curioso Bolo de Manga com Calda de Maracujá. Para o ano de 2021, o planejamento contempla mais ações de fortalecimento do destino para a interiorização do turismo, a exemplo da criação conjunta de roteiros turísticos integrados com outros municípios e ainda de divulgação e promoção. Será reforçada ainda a oferta de oficinas e de cursos para a melhora da prestação dos serviços turísticos.

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Parque de Serra Talhada registra presença de ave rara

Um grupo de aproximadamente 12 aves, da espécie Penelope jacucaca, foi visto, pela primeira vez, no Parque Estadual da Pimenteira, Unidade de Conservação administrada pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), localizada no município de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú. A ave, conhecida popularmente como jacu-verdadeiro ou jacu do nordeste, é uma espécie rara, endêmica da Caatinga e ameaçada de extinção por causa do desmatamento e da caça indiscriminada. De acordo com o gestor do Parque Estadual da Pimenteira, Rodrigo Ferraz, as aves se alimentavam das flores do ipê-roxo e estavam aparentemente saudáveis. “Este foi o primeiro registro oficial da espécie no Parque e, por ser uma espécie ameaçada de extinção, no contexto das unidades de conservação do estado, é importante manter áreas preservadas e com garantias mínimas para possibilitar a existência desses animais”, explicou. (Do blog do Governo de Pernambuco)

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ANA aprova rateio da água do Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco

A Resolução ANA nº 63/2018, publicada no Diário Oficial da União em 9 de setembro, aprova o primeiro Plano de Gestão Anual (PGA) para o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). Elaborado pela operadora federal do empreendimento, a CODEVASF, para 2018. O PGA contém a programação de bombeamento e fornecimento de água bruta nos pontos de entrega das águas da transposição. De acordo com o Plano, no total a Paraíba vai receber 4,672 m³/s, água que vai abastecer a região de Campina Grande, segundo maior município do estado, com cerca de 500 mil habitantes, Monteiro, Sumé, Camalaú, Carbaúbas e São Domingos do Cariri, além de pequenas comunidades agrícolas e comunidades rurais localizadas ao longo do Eixo Leste. O estado de Pernambuco vai receber, por meio do Eixo Leste, 0,75m³/s para o abastecimento de Sertânia, Tabira, São José do Egito, Arcoverde, Pesqueira e outras pequenas comunidades. O Eixo Leste da transposição do rio São Francisco encontra-se em fase de pré-operação desde março de 2017. Por isso, embora a Resolução tenha aprovado o rateio da água para esse trecho, ainda faltam algumas etapas, como a assinatura dos contratos entre as operadoras estaduais e a CODEVASF, operadora federal do projeto, e a licença de operação do projeto, a ser emitida pelo IBAMA. A Resolução nº 63/2018 também define as condições e padrões operacionais do PGA para 2018 nas seis estações de bombeamento do Eixo Leste, sendo que as vazões médias de bombeamento variam entre 4,58m³/s e 6,36m³/s. Outro ponto da Resolução diz respeito à captação de água para a adutora do Pajeú – Subsistema Sertânia, que deverá ser realizada no reservatório Campos, que fica no Eixo Leste. O volume mensal disponibilizado em cada portal será definido considerando as vazões do Anexo I e o período entre a assinatura dos contratos celebrados entre a CODEVASF e as operadoras estaduais e 31 de dezembro de 2018. O Plano de Gestão Anual De acordo com o Decreto nº 5.995/2006, o PGA deve ser enviado anualmente pela operadora federal do PISF para a ANA e o Ministério da Integração Nacional (MI) para aprovação dos temas relacionados às respectivas competências das duas instituições. O Plano é um instrumento de ajuste contratual entre a operadora federal, as operadoras estaduais, os estados beneficiados e o MI. Este documento também deve estar de acordo com outorga de autorização pelo uso das águas do São Francisco, emitida pela ANA. Conforme a Resolução ANA nº 2.333/2017, o PGA tem vigência entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de cada ano e estabelece como deve acontecer a operação do PISF, a qual pode ser ajustada de acordo com as condições operacionais e hidrológicas não previstas ou excepcionais. No Plano a repartição de vazões deve considerar o atendimento prioritário às demandas médias anuais para consumo humano e dessedentação de animais projetadas para 2025. O PISF O objetivo do PISF é levar água do rio São Francisco a 12 milhões de pessoas em 390 municípios no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, estados vulneráveis à seca. O Projeto também tem o objetivo de beneficiar 294 comunidades rurais às margens dos canais. O empreendimento abrange a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 28 reservatórios, nove subestações de 230 quilowatts, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis. Inaugurado em março de 2017, o Eixo Leste tem 217 quilômetros, passando por Pernambuco e Paraíba. Previsto para ser inaugurado ainda em 2018, o Eixo Norte tem 260km e corta municípios de Pernambuco, Ceará e Paraíba. No Eixo Norte, as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco passam pelos seguintes municípios: Cabrobó, Salgueiro, Terranova e Verdejante, em Pernambuco; Penaforte, Jati, Brejo Santo, Mauriti e Barro, no Ceará; São José de Piranhas, Monte Horebe e Cajazeiras, na Paraíba. Já no Eixo Leste, o empreendimento atravessa os municípios pernambucanos de Floresta, Custódia, Betânia e Sertânia; e a cidade paraibana de Monteiro.

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Espetáculo “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião” será apresentado em Serra Talhada

Há 80 anos o terrível encontro entre militares do Governo Getulista e cangaceiros liderados por Lampião e sua esposa, Maria Bonita, praticamente pôs fim à chamada Era do Cangaço. Essa história é contada em detalhes no espetáculo “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião”. A peça com texto de Anildomá Willans de Souza e direção de José Pimentel será encenada entre os dias 25 e 29 de julho, sempre às 20h, na Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária), em Serra Talhada, como parte da programação do “Tributo a Virgolino - A Celebração do Cangaço”, evento promovido pela Fundação Cabras de Lampião para recordar os 80 anos da morte do cangaceiro mais famoso. Numa realização da Fundação Cultural Cabras de Lampião, com patrocínio do FUNCULTURA/Secretaria de Cultura/Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura Municipal de Serra Talhada, além de diversas empresas locais, a montagem, que teve sua estreia em julho de 2012, com absoluto sucesso, deve reunir mais de 50 mil pessoas nesses cinco dias da temporada. A entrada é franca. São 50 atores e 70 figurantes, além de 40 profissionais na equipe técnica e administrativa. No elenco, atores da própria Serra Talhada, mas também do Recife e de Olinda, além da atriz e cantora Roberta Aureliano, que interpreta Maria Bonita e é natural de Maceió (AL) mas passou toda a infância em Serra Talhada. O ator e dançarino Karl Marx, 27 anos, vive o protagonista. Integrante do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, ele comemora 13 anos à frente do mesmo papel, em outras montagens: “a responsabilidade é grande porque se trata de um personagem que mexe com a imaginação das pessoas, que influenciou a cultura popular sertaneja, os valores morais e até o modo de viver do nosso povo”. Para ele, é um orgulho revelar o lado humano de Lampião. “Este trabalho é mais do que um desafio profissional. É quase uma missão de vida, ainda mais quando se trata de Cangaço, tema polêmico que gera divergências, contradições e até preconceitos”, conta. A história “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião” reconta a vida do Rei do Cangaço, Lampião, desde o desentendimento inicial de sua família com o vizinho fazendeiro, Zé Saturnino, ainda em Serra Talhada. Para evitar uma tragédia iminente, seu pai, Zé Ferreira, fugiu com os filhos para Alagoas, mas acabou sendo assassinado por vingança. Revoltados e querendo fazer justiça com as próprias mãos, Virgolino Ferreira da Silva e seus irmãos entregaram-se ao Cangaço, movimento que deixou muito político, coronel e fazendeiro apavorado nas décadas de 1920 e 1930 no Nordeste. Temidos por uns e idolatrados por outros, os cangaceiros serviram como denunciantes das péssimas condições sociais daquela época. A peça conta a história de Lampião no cangaço até o trágico momento de sua morte. É que na madrugada do dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, onze integrantes do bando de cangaceiros, inclusive os já então famosos líderes Lampião e Maria Bonita, foram mortos e tiveram suas cabeças decepadas pelos militares. O “molho” que rege toda a história da peça é o perfil apresentado deste homem, símbolo do Cangaço, visto por um outro viés, mais humano. “Mostraremos ao público um Lampião apaixonado, que sentia medo e que era afetuoso. Vamos apresentar não somente a sua postura diante da guerra travada contra os coronéis e fazendeiros, contra a polícia e toda a estrutura de poder, mas também a postura de um homem que amava as poesias e sua gente”, revela Anildomá. Ambientada em cima de uma ribanceira de terra batida, durante uma hora e meia, a encenação acontece, contando com uma arrojada trilha sonora - além das vozes gravadas dos intérpretes, inclui obras de Chico Science a Amelinha, além de músicas do cancioneiro popular como Mulher Rendeira e a canção Se Eu Soubesse, na voz da atriz e cantora Roberta Aureliano, intérprete da Maria Bonita. A iluminação é detalhista e há efeitos especiais que são assinados, assim como os cenários, pelo mago da cenografia pernambucana Octávio Catanho (Tibi), parceiro de José Pimentel em todos os seus outros trabalhos.   Mais informações: MUSEU DO CANGAÇO / FUNDAÇÃO CULTURAL CABRAS DE LAMPIÃO CLEONICE MARIA / ANILDOMÁ WILLANS DE SOUZA / KARL MARX (87) 3831 3860/(87) 99938 6035/(87) 99918 5533/(87) 99615 3656 E-mail: cabrasdelampiao@gmail.com  

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