Arquivos Vi No Instagram - Página 24 De 47 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Futuro dos bairros de São José e Santo Antônio em debate

Nas ruas e edificações dos bairros de São José e Santo Antônio foram escritos os primeiros capítulos da história do Recife. Do protagonismo inicial à situação de abandono dos dias atuais, há diversos desafios econômicos, sociais e urbanísticos a serem superados. No encerramento da série Região dos Contrastes, apresentamos algumas sugestões dos especialistas, entidades de classe e representantes do poder público para sua revitalização. O interesse de expansão do Porto Digital e o avanço do uso universitário dos prédios antes desocupados são novos vetores de desenvolvimento que contribuem para esse movimento de revitalização. O futuro dos bairros centrais do Recife foi discutido em uma audiência pública em 2018 na Câmara Municipal promovida pelo vereador Jayme Asfora (PROS). Mesmo com o diagnóstico negativo do retrato atual do Centro, a arquiteta Amélia Reynaldo defendeu que “a região é muito mais uma oportunidade que um problema”. A especialista propõe uma governança exclusiva para o local. “Com o rico patrimônio arquitetônico, cultural e humano, o nosso Centro é uma oportunidade, desde que se instale uma gestão própria para ele. Não só para Santo Antônio e São José, mas para o centro histórico e antigo do Recife. Um plano de ordenamento sistêmico, além dos quatro anos de gestão do poder municipal”, defende Amélia, mencionando que seria um escritório de reabilitação e conservação integrada. A insegurança, as dificuldades de mobilidade e o desordenamento do comércio informal são os calos que incomodam o dia a dia dos lojistas que atuam nas movimentadas ruas desses bairros. Para solucionar essas questões, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife) defende também um plano de longo prazo para a região e até já elaborou o projeto nesse sentido. “Temos um plano feito junto com outras instituições para a região que compreende os bairros de Boa Vista, São José e Santo Antônio, que já foi entregue para a prefeitura”, afirmou Cid Lobo, presidente da entidade. Conectada à atual discussão sobre o Plano Diretor do Recife, a CDL realizou um pedido para que conste no documento um dispositivo que obrigue o poder público a realizar um estudo amplo sobre os problemas e soluções para esses bairros em um ano. “Essa seria uma forma de termos um diagnóstico das vocações e do que fazer para que o Centro do Recife possa renascer”, explica o presidente da câmara. Já a arquiteta e professora da Unicap Clarissa Duarte defende que um plano específico para a região de Santo Antônio e São José é fundamental e urgente. "Esses bairros guardam hoje muito mais vestígios da origem do Recife do que qualquer outro, inclusive o Bairro do Recife, que sofreu grande reforma no início do século 20 e perdeu grande parte de seu patrimônio urbano-arquitetônico colonial", ressalta a arquiteta. A principal intervenção sugerida por Clarissa para reorganização desses bairros seria na Avenida Dantas Barreto. "Dentre tantas iniciativas importantes para se implementar nesse território, a mais estratégica e eficaz a ser priorizada é a reabilitação e humanização integrada de toda a Avenida Dantas Barreto e de suas ruas transversais que dão acesso direto aos principais elementos patrimoniais do lugar, incluindo seus espaços públicos (vegetados ou não) e seus edifícios notáveis (religiosos, antigos e modernos). Uma vez reabilitada e humanizada, essa avenida terá valorizado seu potencial de indução e articulação do território, estimulando fortemente o encontro qualitativo de toda a população da cidade com os tesouros ali esquecidos". Estudos da arquiteta apontam que a partir da Dantas Barreto é possível se ter acesso de modo fácil a mais de 50 elementos notáveis do nosso patrimônio urbano-arquitetônico, como as 14 edificações religiosas que se encontram nesses dois bairros. O desenho acima faz parte da pesquisa da arquiteta no ano de 2002 e já foi Capa da Algomais em 2014, que sugeria transformar a avenida em um boulevard. Praticamente nenhuma das propostas elencadas no estudo para essa via saiu do papel. O arquiteto José Luiz da Mota Menezes defende que as intervenções tenham uma preocupação funcional para o público que já circula na região. “É importante preparar a cidade para o uso pela gente comum. Não podemos exigir que essa parcela da população, que não teve uma educação estética aprimorada, deseje uma cidade bonitinha. Eles querem uma cidade utilitária”, adverte. O especialista afirma que a renovação urbana já começou com a chegada das faculdades na região e deve ser perseguida pela realocação dos ambulantes. “O melhor seria negociar com eles para que pudessem ocupar as casas desabitadas ao longo da Avenida Dantas Barreto”, afirma o arquiteto. Mota Menezes também propõe a retomada do caráter habitacional do bairro. Sobre a vocação acadêmica, Uninassau, Centro Universitário Joaquim Nabuco, Universidade Estadual Vale Do Acaraú (UVA) e um polo de educação à distância da Rede Laureate já estão em funcionamento na Avenida Guararapes. Ao participar da audiência pública na Câmara dos Vereadores, o secretário de Desenvolvimento Urbano do Recife Antônio Alexandre afirmou que diante de muitos projetos e experiências de revitalização já realizados para a região histórica da cidade, é necessário desenvolver uma estratégia que garanta a efetividade e sustentabilidade do que está sendo proposto nas discussões. Mais do que uma questão estritamente urbanística, o secretário defendeu ser necessário garantir a vitalidade econômica dos bairros e incentivar a reocupação também para moradias. “A dimensão socioeconômica é um dos pontos de partida para a recuperação dessa região. Nossa preocupação é com a reocupação do Centro e a diversidade de uso para a área continuar ativa e dinâmica”. PORTO DIGITAL A necessidade de expansão do Porto Digital poderá beneficiar a região. O atual presidente Pierre Lucena disse em entrevista à Algomais ter como meta dobrar o faturamento (que atualmente é de R$ 1,8 bilhão) em cinco a seis anos. Para tanto, planeja duplicar o número de empresas embarcadas no parque tecnológico passando das atuais 300 para 600, além de dobrar a quantidade de pessoas que trabalham no local, chegando a 20 mil profissionais. Portanto, o setor de TI pernambucano vai requerer mais espaço físico. “Existe uma ideia nossa de expansão do projeto do Porto Digital para outros

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Energia solar avança em Pernambuco

A energia solar parece enfim dar os primeiros passos de uma caminhada mais acelerada de crescimento em Pernambuco. Em 2018 a microgeração de energia distribuída (realizada por residências e pequenas empresas para consumo próprio) a partir da fonte solar saltou de 5,9 MW em janeiro para 15,6 MW no último mês do ano, um avanço de 264%. O desempenho positivo também aconteceu na contratação de geração centralizada (realizada por usinas solares) que subiu em torno de 50% no período, passando de 222 MW contratados no início do ano para 323 MW, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Hoje apenas 1% da matriz energética brasileira é composta por energia solar. A projeção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é que em 2030 essa participação alcance a marca dos 10%. A projeção da empresa BloombergNEF é ainda mais otimista ao prever uma participação de 32% também em 2030, o que significaria a liderança entre todas as fontes de energia do País. Hoje a microgeração distribuída é liderada pelos Estados no Sul e Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná são os Estados líderes). Pernambuco está apenas na décima colocação nesse ranking. O Brasil possui atualmente 350 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos. Já na geração centralizada o Nordeste é o destaque (Bahia é o primeiro lugar, seguido de Minas Gerais, Piauí e Ceará). Os investimentos acumulados no Brasil nesse segmento são de aproximadamente R$ 20 bilhões até final de 2018. De acordo com o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, a associação recomenda que até 2030 o País gere 30 GW de energia solar. “Isso pode proporcionar ao Brasil a atração de R$ 100 bilhões de investimentos privados, além da geração de um milhão de empregos no setor”. Ele afirma que o grande problema do País para impulsionar a cadeia produtiva dos equipamentos para geração fotovoltaica é a alta carga tributária. “Isso tem feito com que o fabricante nacional produza sempre os equipamentos com preços mais elevados”, destaca. Atualmente o País possui mais de 40 fabricantes desses equipamentos, que estão em sua maioria no Sul e Sudeste do País, com algumas unidades no Nordeste e Centro Oeste. Em Pernambuco, Sauaia sugere um aprimoramento no Programa PE Solar, lançado em 2014, para que o Estado avance mais rápido. Apesar dos indicadores positivos de 2018, o Estado tem perdido posições no ranking nacional. “O estímulo ao acesso aos financiamentos, a inclusão dessa tecnologia na geração dos edifícios públicos, o aprimoramento do licenciamento ambiental (mais ágil e fácil de acompanhar), estruturação de uma campanha de conscientização da população e o estabelecimento de metas para o crescimento dessa tecnologia no Estado são algumas das nossas recomendações para o PE Solar”, propõe Sauaia. Ele sugeriu ainda a inclusão dessa tecnologia nos programas de habitação popular e a redução da complexidade de pedidos de conexão junto à Celpe. Neste ano, um avanço na popularização dessa tecnologia em todo o País foi a liberação de crédito para pessoa física pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Programa Fundo Clima e Finame Energia. “Essas mudanças contribuem para que a fonte fotovoltaica consiga demonstrar sua competitividade e ajude a democratizar o acesso a essa tecnologia”, afirma o presidente da Absolar. Para 2019, Sauaia aposta que o Governo Federal demandará mais atenção ao incentivo da geração de energias renováveis de olho no potencial de atração de investimentos e de geração de empregos. *Por Rafael Dantas é repórter da Algomais  (rafael@algomais.com). O jornalista assina a coluna Gente & Negócios no site da Algomais

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NX Boats fatura R$ 44 milhões ao produzir barcos de luxo

O estaleiro pernambucano NX Boats começou a se aventurar nos mares do mercado náutico em um momento completamente adverso e marcado pelo início da crise econômica que atingiu o País em 2014. Mas conseguiu navegar com tranquilidade e sucoso em meio às águas turvas da recessão econômica. Qual o segredo? O planejamento estratégico bem definido permitiu que a empresa pudesse crescer aproximadamente 25% já em seu primeiro ano. “Não houve cortes e muito menos demissões. Pelo contrário. Nós sempre buscamos uma operação enxuta, com a maior produtividade possível. Para se ter uma ideia, no início tínhamos apenas 14 funcionários”, revelou o diretor executivo do estaleiro Jonas Moura. O empresário também focou os investimentos na qualidade dos barcos construídos. “Acho que tudo aconteceu devido à aceitação do nosso produto”, apontou, indicando que quatro pilares foram fundamentais para a consolidação da marca no mercado nacional: design, inovação, acabamento e navegabilidade. “Todos os nossos barcos estão dentro deste padrão”. Hoje, o estaleiro oferece seis opções de modelos e já produziu mais de 340 embarcações. Apenas em 2018 foram 144, o que gerou um faturamento de R$ 44 milhões. Além de vender para as cinco regiões do País, Moura também navega em mares estrangeiros e já exportou as embarcações para EUA, Argentina, Uruguai e Turquia. Para este ano, a empresa planeja chegar em países como o Paraguai, Espanha e Emirados Árabes. Até março não há vaga na linha de produção da NX Boats e boa parte das encomendas está voltada para o seu novo lançamento. O Nx 340 Sport Coupe, embarcação de luxo, com capacidade para 16 pessoas, dispõe de proa aberta, cabine com móveis planejados, além de dois quartos com capacidade para pernoite. O projeto foi assinado pelo engenheiro naval argentino Ricardo Rinaldo e projeto de ambientação do arquiteto Humberto Zirpoli. É vendido a partir de R$ 540 mil. A produção do novo modelo teve um investimento de R$ 2,1 milhões e a estimativa para retorno é de cerca de 15 meses. Para retornar o dinheiro aplicado, Jonas conta com 15 revendedoras autorizadas por todo o País. “A nossa maior revenda está no Estado de São Paulo. Eles compram 40 barcos por ano e vendem todos”, ressalta Moura. O curioso é que a maior parte das vendas não são destinadas a consumidores residentes no litoral, mas que navegam em água doce. “Hoje nós vendemos mais embarcações para o interior. Temos muito mercado nas cidades interioranas de São Paulo e na região Norte do País”, afirmou. IMPORTAÇÃO Desde novo apaixonado por barcos, Jonas, que atuava como advogado tributarista, contou que não tinha nenhuma experiência na comercialização de embarcações e que a sua história com o mercado aconteceu por acaso. “Importei um automóvel em 2009. A partir daí, vários amigos começaram a me pedir para importar carros, motos e até jet skis. A atividade tornou-se um negócio bem atraente para mim”. Devido ao aumento do imposto de importação em 2012 e a alta do dólar, a transação acabou ficando inviável e as vendas se resumiam ao jet ski, que é considerado a primeira entrada no ramo náutico. “Nesse período muitos clientes começaram a nos pedir embarcações maiores. Até chegamos a representar duas marcas nacionais, mas havia muitas falhas. Foi a partir dessa demanda que surgiu a ideia de construirmos os barcos”, revelou. Para fazer frente a sua crescente produção, o empresário projeta ampliar o estaleiro. “Construímos a sede (situada em Jaboatão dos Guararapes) que tem 4.500 m² de área construída, mas precisamos ainda de mais espaço. Já neste mês vamos expandir mais 2 mil m²”. As metas também são arrojadas para este ano. Moura planeja fechar 2019 com um crescimento recorde de 40% no faturamento – o que representaria, em números, mais de R$ 60 milhões. *Por Marcelo Bandeira

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"Caruaru é a última a entrar na crise e a primeira a sair"

Com uma tradição de empreendedorismo e uma economia pulsante, Caruaru vive o desafio de profissionalizar seu capital humano e de transformar empreendedores em gestores. Mas a Capital do Agreste já deu largos passos nessa direção com a chegada das universidades e de jovens empresários. Eles preservam os ensinamentos dos pioneiros – que transformaram a cidade num polo econômico da região – e reinventam soluções para o atual momento. Luverson Ferreira, o novo presidente da Acic (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru) faz parte dessa geração. Nesta entrevista a Cláudia Santos e Rafael Dantas, ele fala das suas ações à frente da entidade, das perspectivas econômicas da Capital do Forró diante da recessão e da concorrência com os produtos chineses. Quais os planos para sua gestão? O grande desafio da Acic, hoje, é o mesmo que qualquer empresa enfrenta: continuar sendo relevante na vida dos clientes, no nosso caso, dos associados. Com toda a velocidade das mudanças na economia, muitas pessoas estão se reinventando e as associações também precisam se reinventar. Antigamente uma associação vendia produtos, como comunicação, informação ou network. Antes, você precisava ocupar certo cargo para ter acesso à informação. Hoje, você a tem em abundância. O que você precisa ter para continuar sendo relevante? Essa é uma das perguntas que a gente precisa responder. Antigamente você via até 15 grandes grupos na região. Hoje vemos 50 pequenos e médios que fazem um movimento maior do que aqueles grandes, muitos dos quais nem existem mais. Então, existe essa pulverização do capitalismo. A Acic tem uma vantagem que são as câmaras setoriais. A da construção civil, por exemplo, reúne empresas do ramo e faz com que elas saiam da percepção de concorrência para abrir um leque de parcerias, porque existem muitos assuntos comuns que não dizem respeito à mecânica do negócio, mas à mecânica do setor. Ao conversar com um órgão público você tem muito mais efetividade em se apresentar como uma câmara setorial do que como CNPJ. Os ganhos da Acic e das câmaras setoriais dos últimos dez anos foram enormes, desde redução de impostos a novas normas municipais ou estaduais. As câmaras têm sido responsáveis por alguns grandes eventos na região. Hoje a nossa associação comercial é a maior do Norte/Nordeste, com mais de 2 mil associados e é destaque até nacional. Alguns produtos nossos são nacionais, como por exemplo, o estágio da Acic. Ao todo são quantas câmaras setoriais? São 20. Claro que umas são mais desenvolvidas que outras, porque os setores têm características muito diferentes. O de beleza, por exemplo, me chamou a atenção pela união. Eles começaram a fazer uma feira com cerca de dez expositores e hoje já estão planejando outra com cerca de 70 e patrocínio nacional. Nosso grande desafio é resgatar o associativismo numa conotação mais moderna. Eu, enquanto presidente, tenho como característica a gestão compartilhada. Temos hoje seis vice-presidentes – estou trazendo essa novidade por causa do tamanho em que se encontra a Acic – e uma nova diretoria, que tentamos compor da forma mais diversa possível, trazendo gente da Acic Jovem, da Acic Mulher. Nossa ideia é ampliar ainda mais as câmaras setoriais, que oferecem conhecimento técnico, oportunidade de interação com os agentes públicos e de negociar eventos e ações em bloco. É como se fossem miniaturas da Acic. Qual seu ramo de atividade? Venho de um grupo de empresas familiares que tem origem na feira. Meu pai começou a aprender o empreendedorismo com 8 anos na feira e criou o Grupo Avil para fornecer produtos para o iniciante Polo de Confecções. No início, pessoas como o meu pai e outros dois ou três começaram a trazer os aviamentos e tecidos do Sul para começar a financiar a indústria local. Já existia a feira da Sulanca, mas a profissionalização do polo, com a ampliação das indústrias, foi mais ou menos criada nessa época. Inicialmente éramos só revendedores e depois passamos a ser importadores de tecido (a importação ainda representa muito para nós) e começamos a produzir um volume pequeno de malha para atender o mercado. Em 2009 abrimos outro braço do grupo com a compra do terreno e desenvolvimento do Shopping Difusora. Criamos, então, uma série de empresas e negócios ou para dar apoio ou que complementasse o shopping. Temos também empresas imobiliária e de tecnologia que foi criada, inicialmente, para dar suporte ao shopping e hoje atendemos em nossa rede 60 mil pessoas. Temos ainda empresas de água mineral, que também tem sinergia com shopping pelo fato de a região ter falta d´água, de franquias, para atuar com a Sérgio’s e a Delta, além da construtora que praticamente usamos para construir, reformar e adaptar os imóveis que a nossa imobiliária adquire. Somos quatro filhos, três fazem parte do negócio e o outro é advogado e atua como prestador de serviço. Estudei e morei no Recife durante oito anos e vim para Caruaru. Aqui estou desde então e não quero sair. Fiz economia e gestão de varejo e no meio do curso tive que voltar para desenvolver o shopping, que vai fazer dez anos em maio. Em Caruaru não havia fast food há dez anos. A gente trouxe o primeiro McDonalds e o primeiro Burguer King. Até a publicidade do interior mudou. Como você vai apresentar a uma marca um shopping no interior do Nordeste? A gente teve que estudar bastante, fazer muita pesquisa para mostrar que aqui é um polo que congrega várias cidades e que Caruaru tem infraestrutura para atender todas elas: cinema, lojas, restaurantes, hotéis, empreendimentos imobiliários. As outras cidades se abastecem em Caruaru. Fizemos uma pesquisa num raio de 60 km e tínhamos um milhão e meio de pessoas, contingente que inclui a população flutuante, atraída pelo movimento da feira, colégios, universidades. Qual a consequência da vinda das universidades para a cidade? Somente a Maurício de Nassau possui 8 mil alunos, a Favipe, 11 mil. Essas pessoas estão adquirindo conhecimento, tendo vivência na cidade. Caruaru sempre foi uma terra muito fértil para negócios, mas muita

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Escola de Frevo do Recife abre vagas em fevereiro

O período de matrícula para quem já está vinculado à escola ocorrerá entre 18 e 20 de fevereiro. Os alunos novatos terão os dias 21 e 22 para se inscrever de forma gratuita e presencial Celebrando o ritmo que é a cara da capital pernambucana, a Escola de Frevo Maestro Fernando Borges, ou Escola de Frevo do Recife, vai oferecer 725 vagas, distribuídas em 29 turmas neste ano letivo 2019, para quem quer aprender ou aprimorar os passos do Frevo. As matrículas para quem já é aluno da instituição ocorrerão entre os dias 18 e 20 de fevereiro. Já os novatos poderão se matricular nos dias 21 e 22 do mesmo mês. As aulas vão começar no dia 11 de março. Qualquer pessoa a partir de cinco anos de idade pode ter aulas na Escola do Frevo do Recife, tanto as matrículas quanto os cursos são gratuitos. As turmas são divididas nos níveis iniciante, intermediário e avançado. Os interessados devem comparecer na escola, localizada na Rua Castro Alves, nº 440, no bairro da Encruzilhada, munidos de cópia do RG ou certidão de nascimento, cópia do CPF e uma foto 3x4. A Escola de Frevo foi inaugurada em 1996, com o objetivo de contribuir para a preservação da cultura pernambucana, a partir de uma de suas mais características e bonitas manifestações. Inicialmente pensada para oferecer oficinas de sombrinha e máscaras de carnaval, a escola hoje é um dos principais espaços de divulgação, salvaguarda e perpetuação da imensa biblioteca de passos de frevo, que podem se executados ao som do ritmo genuinamente pernambucano, considerado principal embaixador da nossa cultura e declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco. A escola, que completará 23 anos em março, contribui com a difusão da cultura pernambucana, promovendo inclusão social, geração de renda e apontando um futuro profissional para muitos dos alunos que passam por lá. Os quatro instrutores responsáveis por ministrar as aulas são todos ex-alunos, que encontraram no frevo uma paixão e um meio de vida. Todos os estudantes da escola sobrem ao palco pelo menos duas vezes por ano: nos meses de junho, no Sítio Trindade, e em dezembro, no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. Além disso, a Escola de Frevo do Recife conta com uma Companhia de Dança que faz apresentações em eventos, participa de festivais e recebe convites até para apresentações fora do país. Mais informações: (81) 3355.3102 (Da Prefeitura do Recife)

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Festivais de animação formam novo público

Os festivais de animação que acontecem no Estado impulsionam a formação de público para a produção local e para exibição dos filmes que estão fora do circuito comercial. Em Pernambuco destacam-se o Animage, o Animacine e o Festival Internacional Brasil Stop Motion. Mostras que já não se restringem apenas ao Recife. Em 2019, o Animage completará 10 anos ininterruptos. Os números da edição do ano passado impressionam. Mais de sete mil pessoas passaram pelas salas do evento que é coordenado por Antônio Gutierez (Gutie). Atualmente ele é o festival brasileiro de cinema nesse segmento com o maior número de longas-metragens exibidos. A qualidade da produção pernambucana tem garantido espaço na disputada programação do evento. “O Animage não privilegia a produção local. A definição do conteúdo é feita dentro de uma curadoria bastante rigorosa em que contemplamos produções independentes e experimentais focadas na qualidade artística. Mas o nível dos trabalhos locais tem avançado muito e isso reflete na participação dos filmes pernambucanos no festival”, conta Gutie. Na última edição do Animage mais de 800 produções do mundo todo foram inscritas para o evento, que exibiu 202 trabalhos entre curtas e longas. Além do Recife, o evento teve exibições em Caruaru, Belo Jardim e Triunfo. O animador e presidente da ABCA-PE, Tiago Delácio, coordena o Animacine - Festival de Animação do Agreste, que passa pelas cidades de Gravatá, Caruaru e Bezerros. Realizado a cada dois anos, o evento foi idealizado por Lula Gonzaga. “Nossa proposta é exibir essa produção para um público mais carente de informação e arte. E, inclusive, abrir espaço para exibição da produção que já é feita na própria região do Agreste”, destaca Delácio. A programação conta também com oficinas e mesas de debate. A última edição partiu de uma seleção de 1.827 filmes de 96 países. O Festival Internacional Brasil Stop Motion, dirigido por Ana Farache, é outra atração do calendário cultural pernambucano. Em atividade desde 2011, o evento interiorizou suas exibições no ano passado. Além do Recife, os filmes foram apresentados em Caruaru e em Triunfo. Trata-se do único evento na América do Sul e terceiro no mundo dedicado a essa tradicional técnica de animação. Na última edição foram exibidos 75 produções de 32 países. Uma das características desse festival é a preocupação com a inclusão, pois oferece sessões com acessibilidade comunicacional, atingindo as pessoas cegas e surdas. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Lula Gonzaga guarda memória da animação em Gravatá

Além de produtor, Lula Gonzaga realizou diversas oficinas de formação de animadores de maneira itinerante pelo Brasil e até no exterior, mas um problema de saúde o impossibilitou de viajar. Os filhos decidiram então encampar um sonho de ter um espaço para guardar a memória da animação no Estado e fundaram o Museu de Cinema de Animação Lula Gonzaga, na cidade de Gravatá. “Esse espaço é o resultado do sonho do Dom Quixote Lula Gonzaga de expandir a produção e o conhecimento sobre animação. Ele viajava num Gurgel com suas oficinas. Sem poder mais ser itinerante, esse trabalho precisaria ser local”, conta Silvana Delácio,esposa do pioneiro, que recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Lá estão expostos equipamentos antigos para a produção dos filmes, como o taumatrópio, o zoetropo e a mesa pedagógica. Só visitando para entender as suas funcionalidades num período sem câmeras digitais ou softwares avançados de edição. Além desses instrumentos, o espaço guarda desenhos, cartazes, bonecos, filmes e livros que remontam essa memória, incluindo muitas referências do curta A Saga da Asa Branca (1979), que contou com narração de Humberto Teixeira e trilha sonora autorizada por Luiz Gonzaga. “Esse é o primeiro museu de animação do Brasil. Há muitas coisas que juntei desde 1970, inclusive equipamentos originais na época em que os filmes eram feitos à mão”. O MUCA já recebeu realizadores, turistas e grupos de diversas faixas etárias interessados em mergulhar no universo da animação, além da possibilidade de realizar oficinas de produção “à moda antiga” que ainda são conduzidas pelo pioneiro. O espaço é aberto nas terças e sábados das 9h às 17h ou por agendamento pelo e-mail: cinemadeanimacao@gmail.com LIVRO   Para quem deseja conhecer mais sobre essa memória, outra dica é a leitura do livro A História do Cinema de Animação de Pernambuco, escrito pelo professor Marcos Buccini. A publicação conta desde a origem dessa atividade no Estado até o ano de 2016. “Uma aluna fez uma monografia sobre A animação no Ciclo do Super 8 em Pernambuco. Depois fiz meu doutorado contando toda a história desde 1968. O livro foi realizado com recursos do Funcultura em 2016. É uma história bem interessante que acompanha a evolução tecnológica e a questão cultural, com o forte regionalismo nessas primeiras produções”, conta o autor. Ao todo, foram 267 obras catalogadas desde o final dos anos 60. Só durante o Ciclo do Super 8 foram produzidas 11 animações no Estado, de acordo com o pesquisador. Buccini realizou mais de 50 entrevistas nesta publicação que foi lançada pela Editora Serafina. Sobre o trabalho dos pioneiros, Marcos Buccini e Rodrigo Carreiro escreveram em um artigo científico que “dos seis realizadores que resolveram encarar a empreitada de produzir um filme animado, somente dois – Lula Gonzaga e Walderes Soares – exploraram as técnicas de animação por um intervalo mais longo de tempo. Os demais tiveram apenas vivências casuais com o cinema de animação. Assim, por conta do isolamento dos agentes realizadores, da multiplicidade de técnicas e materiais em uma produção tão pequena e a falta da continuidade de novos filmes não se criou condições para o amadurecimento, o desenvolvimento e o compartilhamento das informações e dos processos no cinema de animação em Pernambuco", constatam os estudiosos. "Somente em 2000 surge uma nova geração que, estimulada pelas facilidades das tecnologias digitais, dá início a uma produção sólida de animações”.

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Domingo na Fundaj será de Carnaval

Frevo, maracatu, oficinas de adereços, circo, cinema e exposição. A segunda edição do Domingo na Fundaj, neste domingo 27, das 9h às 14h, no campus do Derby, será uma prévia de carnaval, com programação gratuita para toda a família. Para garantir a tranquilidade do público nas atividades externas, a Rua Henrique Dias será interditada parcialmente. No pátio interno do edifício terá atividades lúdico-educativas oferecidas pela Coordenação de Artes da Fundaj (COART). Além do jogo Twister e da pintura com pés e texturas diversas, que já estiveram presentes na primeira edição, teremos novidades. Uma delas é a oficina de adereços carnavalescos, em que as crianças vão compor máscaras tradicionais de Carnaval com tinta, glitter e outros materiais. Outra atividade que promete divertir e envolver o público é uma proposta inspirada em uma obra de Hélio Oiticica, intitulada Parangolé, na sala de videoarte Cristina Tavares. Os participantes poderão assistir vídeos que exibem o artista e outras figuras populares dançando, vestidas em seus parangolés. Em seguida, os espectadores poderão inventar seus próprios parangolés, a partir de materiais como sacos plásticos jornais. No cinema, a diversão é garantida com a exibição do filme infantil Tinker Bell Fadas e Piratas, que acontece às 10h00. Na entrada, que começa às 9h40, as crianças receberão adereços temáticos do filme. Já a Sala de Leitura Nilo Pereira recebe o público para contação de histórias sobre o Carnaval e visitação de exposição fotográfica. “Teremos uma exposição sobre Carnaval, destacando a Coleção Katarina Real com fotografias, e exposição de livros da Biblioteca. Ela foi responsável pelo resgate de diversas agremiações carnavalescas, promoveu a aceitação dos maracatus-rurais e trouxe para o centro da capital os ursos e os bois-de-carnaval, antes relegados aos subúrbios”, explica a coordenadora da Blanche Knopf, Nadja Tenório Pernambucano. O Museu do Homem do Nordeste proporcionará aos visitantes uma visita ao Muhne sem sair do lugar! No Museu 360º, os visitantes utilizarão óculos de realidade virtual para “estar” no Museu. A Galeria Vicente do Rego Monteiro recebe a exposição de roupas e máscaras de Carnaval “Aptidão para alegria: vem de berço”, disponível até depois do Carnaval. “O Museu dança, freva e canta. A ideia da exposição é mostrar que o Carnaval é uma festa republicana, uma festa para todos”, explica Ciema Mello, uma das responsáveis pela exposição. O Muhne ainda estará com uma oficina de construção de instrumentos musicais com material reciclado para crianças. Maracá, castanhola e tambor chinês são alguns do dispositivos que poderão ser confeccionados. Do lado externo, na Rua Henrique Dias, o Circo Brincantes estará montado oferecendo oficinas de malabares, tecidos, equilíbrio já a partir das 9h. No palco, as apresentações começam às 11h com orquestra de frevo e maracatu. Às 13h, o cortejo com as crianças que participaram das oficinas seguirá para essa área externa, acompanhados pela orquestra e pelo bloco Turma da Jaqueira Segurando o Talo. Serviço Domingo na Fundaj Local: Fundaj Derby, Rua Henrique Dias, 609 Dia: 27 de janeiro Horário: 9h às 14h Programação completa: Espaço para visitação Horário de funcionamento Capacidade Sala de videoarte Proposta: Hélio Oiticica - 9h às 13h 10 pessoas por Cristina Tavares Parangolés vez Sala de Leitura Nilo Pereira Contação de história e visitação da exposição 9h às 13h 20 pessoas Galeria Vicente do Rego Monteiro Exposição de roupas e máscaras de carnaval. 9h às 13h 100 pessoas Galeria Vicente do Rego Monteiro Museu 360 graus 9h às 13h 1 pessoa por vez Cinema Exibição de filme infantil: Tinker Bell Fadas e Piratas. 1h e 30 min 9h30 abertura da bilheteria 9h40 abertura da sala de cinema e distribuição dos adereços alusivos ao filme 10h 160 pessoas Corredor escada Cinema Distribuirão de adereços personalizados com temática do filme 9h30 100 crianças Pátio interno Pintura com pés e texturas diversas (crianças dos 1 aos 6 anos) 9h às 12h 100 crianças Pátio interno Twister (crianças a partir dos 7 anos) 9h às 12h 100 crianças Pátio interno Oficina: Adereços carnavalescos (crianças a partir dos 5 anos) 9h às 12h 100 crianças Pátio interno Oficina: Instrumentos musicais 9h às 12h 100 crianças Pátio interno - Rua Apresentação de blocos ou bandas de carnaval levando em desfile o público até a rua onde haverá a integração com as atividades circenses e unidades de alimentação. 12h às 13h Público geral Contatos: Karla Veloso: (81) 99964-9033 Thaís Mendonça: (81) 99948-4518 Malu Didier: (81) 99606-5812 Laís Nascimento: (81) 99444-9011

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Mobilidade é tema de hackathon do Porto Digital e Consulado Britânico

Como aproveitar as tecnologias de dados abertos da cidade do Recife com o objetivo de promover soluções para os problemas de mobilidade? Essa é a principal provocação a ser trabalhada no hackathon “Open Mobility Hack”, que será realizado Porto Digital, o Consulado Britânico - por meio do Foreign & Commonwealth Office (FCO) via Department for International Trade (DIT) e Great Britain and Northern Ireland - e a Prefeitura do Recife, via Instituto Pelópidas Silveira. A maratona irá ocorrer nos dias 1º e 2 de fevereiro no Apolo 235. Em pouco mais de 30 horas, os participantes - profissionais e estudantes de áreas multidisciplinares como design, TICs, urbanismo e administração - irão se dividir em equipes para desenvolver protótipos, softwares e outros projetos que possam ser aplicados com o objetivo de facilitar a locomoção dos pedestres, ciclistas, usuários de transportes coletivos, de carros, entre outras formas de circulação urbana. Ao fim do hackathon os projetos serão apresentados a uma banca examinadora. A solução de maior aplicabilidade será premiada com R$ 7 mil e uma vaga garantida no Mind The Bizz, programa de incentivo ao empreendedorismo inovador do Porto Digital, CESAR e Sebrae. A segunda solução melhor avaliada receberá um prêmio de R$ 3 mil.

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O Movimentado Mercado da Animação

Seja na TV ou nas telonas, a maioria das pessoas é introduzida ao universo do audiovisual com a animação. Os desenhos e filmes consumidos pelos brasileiros, ainda em sua maioria norte-americanos ou japoneses, iniciaramum processo de nacionalização nos últimos anos.Uma mudança impulsionada pelas políticas públicas de incentivo à cultura. E a produção pernambucana tem se destacado neste cenário. O crescimento dos festivais no Recife e no interior, a empregabilidade de animadores e demais profissionais que atuam neste circuito e as premiações das obras pernambucanas são alguns sinais desse movimento cultural em crescimento. O  Mundo Bita, da produtora Mr. Plot, é o maior case desse novo momento da animação em Pernambuco. Consolidado em rede nacional e dando os primeiros passos no exterior, a produção alcança por mês a marca de 100 milhões de visualizações só no Youtube. “O Mundo Bita já é uma marca que tem seu espaço nas famílias com criança na faixa etária de 0 a 6 anos. E tem muito a crescer ainda, pois tem apenas 8 anos de vida. Mickey, por exemplo, tem 90. A Mônica, 50. Bita é um menino”, comenta Felipe Almeida, sócio e diretor da empresa Mr. Plot. A empresa conta atualmente com uma equipe interna de 14 profissionais. Esse número triplica se contar as produtoras e companhias de teatro que fazem shows do Mundo Bita pelo Brasil. Felipe afirma que a marca tem ainda contratos com 10 empresas que fabricam produtos licenciados, como brinquedos, artigos para aniversários e itens de higiene bucal. A animação está presente em plataformas como o Netflix e o Discovery Kids.  Outra série pernambucana em destaque é a Além da Lenda, que foi exibida na TV Brasil e na Globo Nordeste. A animação nasceu nas mãos da equipe de criação da produtora Viu Cine, que também realizou Pedrinho e a Chuteira da Sorte e está em atividade desde 2015. “Chegar ao quarto ano de produção ininterrupta para a gente é uma vitória. Produzir animação é complexo”, conta o diretor Ulisses Brandão. A Viu Cine está produzindo o primeiro longa-metragem de animação de Pernambuco com os personagens do Além da Lenda. A previsão de lançamento é para 2020. No longa trabalham cerca de 50 pessoas, juntando as diferentes etapas de produção. A carteira de projetos da produtora conta ainda com uma nova produção de Pedrinho e a Chuteira da Sorte; a estreia do primeiro projeto para o público pré-escolar e em 3D, o Zoopedia; e o Iuri Udi, a principal aposta da empresa. “Fechamos uma parceira com um grande canal de animação para o Iuri Udi. É uma série para 2021 e 2022. Temos uma grande expectativa de alcançar voos maiores com ela”, afirma Ulisses. A Mr. Plot e da Viu Cine não estão sozinhas. A ZQuatro Stúdio (que produziu Bela Criativa), a Produções Ordinárias (da série Foi assim, foi assado) e a Carnaval Filmes (de Bia Desenha e Dó Ré Mi Fadas) são outros players de destaque. O sucesso deles não acontece por acaso. De acordo com o presidente da ABCA-PE (Associação Brasileira de Cinema de Animação em Pernambuco), Tiago Delácio, os editais do Ministério da Cultura e da Fundarpe conseguiram viabilizar profissionalmente o setor. “Com a política de investimentos na cultura foi possível o surgimento das produtoras e a dedicação exclusiva de profissionais no ofício da animação. Hoje há muitos produtores e é difícil encontrar um animador desempregado em Pernambuco”, comenta o presidente da associação. Ele estima que mais de 100 animadores atuem profissionalmente no Estado. “É possível chegar em torno de 200 pessoas”. Filho de Lula Gonzaga, um dos pioneiros da animação em Pernambuco, Delácio também é produtor. Ele foi codiretor do clipe animado Eu o declaro meu inimigo, da banda pernambucana Devotos, e está trabalhando no curta Ciranda Feiticeira. Além do volume de profissionais e do alcance das produções em diversos canais, as animações têm conseguido marcar presença em grandes premiações. A última produção a se destacar foi Guaxuma, de Nara Normande, que é alagoana, mas desde o ano 2000 reside no Recife. “Guaxuma tem sido bem aceito nos mais variados festivais, tanto de cinema em geral, como festivais específicos de animação ou de documentário. O filme tem uma linguagem universal, o que facilita sua aceitação. Estou bem feliz com o retorno do público, tenho recebido muitos relatos sinceros sobre o filme”, conta Nara. Produzida em areia, a animação exibe um belo resultado estético ao fundir três técnicas: stop motion feita com bonecos, animação tradicional em 2D e esculturas modeladas na areia molhada. O filme coleciona 22 prêmios e duas menções em importantes festivais nacionais e internacionais. Nara avalia que Pernambuco vive seu melhor momento da animação. “Tem muita coisa sendo produzida, o fundo de incentivo à cultura do Estado aliado a alguns polos de tecnologia, como o Portomídia, ajudou bastante a impulsionar o cinema de animação pernambucano. Mas é também um cinema muito recente. Ainda faltam muitos caminhos e desafios para a animação se consolidar no Estado, diferente do cinema live-action (filmes com atores reais), que já ocupa seu lugar de destaque”. O Portomídia, mencionado por Nara, é o braço do Porto Digital para fomento da economia criativa. Sua primeira instalação, em 2013, focou justamente no cinevídeo animação. “Fomentamos cinco linguagens da economia criativa, mas no primeiro momento definimos que o carro-chefe seria cinevideo animação por causa da importância do audiovisual pernambucano. Percebemos que os grandes realizadores estavam todos no Sul e Sudeste e quando fomos indagar a razão disso, um dos motivos é que não era possível fazer a pós-produção em audiovisual aqui na região. Funcionamos com uma série de laboratórios para atender essa demanda no Estado”, conta Clara Arruda, coordenadora de marketing e economia criativa do Porto Digital. Na primeira fase do Portomídia, focada na pós-produção, foram investidos R$ 14 milhões na estrutura que presta serviços de educação, experimentação, empreendedorismo e exibição. Alguns projetos de destaque que passaram pelas salas desse espaço foram Ex-Mágico, Do Ré Mi Fadas e Bia Desenha. Apesar do crescimento, duas preocupações principais assombram o setor. A primeira é

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