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Natascha

Obesidade na gestação traz inúmeros riscos para a saúde da mãe e do bebê

Obstetra Natascha Fox diz que a prevenção deve começar antes da gestação A obesidade e o sobrepeso são problemas de saúde pública, sendo considerados uma “pandemia" pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, dados do Ministério da Saúde e outras fontes atestam que a prevalência da obesidade entre adultos, no país, mais que dobrou, passando de 11,9% em 2006 para 22,4% em 2021. No mesmo período, a taxa de sobrepeso subiu de 37,3% para 58,8%. “São números alarmantes que afetam especialmente mulheres em idade reprodutiva, com a gestação entre os fatores de risco”, alerta a ginecologista e obstetra do Grupo MaterCore, Natascha Fox. Considerada uma doença crônica e multifatorial, a obesidade não tem cura definitiva. Por isso, o controle de peso antes e durante a gestação é essencial, trazendo efeitos benéficos na própria gravidez e na saúde do bebê. Os riscos da obesidade gestacional são diversos. Dentre eles, está o aumento de complicações antenatais, intraparto, pós-parto e neonatais. “Esses problemas elevam as chances de doenças como diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia, além dos riscos de indução do trabalho de parto, cesarianas, hemorragia puerperal e crescimento intrauterino restrito”, explica Natascha. A obesidade materna também pode gerar recém-nascidos grandes ou pequenos demais para a idade gestacional. A criança também pode ter complicações como dislipidemia, hipoglicemia neonatal, trauma fetal, defeitos do tubo neural, sofrimento fetal, prematuridade e até risco aumentado de aspiração de mecônio. “Sem falar que a taxa de malformações fetais é maior em mulheres obesas”, comenta a obstetra. PREVENÇÃO - Segundo a médica, para prevenir a obesidade é indispensável cuidar da alimentação antes da gestação. A tentante deve manter hábitos alimentares saudáveis, seguindo ingestão calórica apropriada e praticar atividades físicas. “Para controlar o peso durante a gestação, é importante ter um plano alimentar saudável, seguindo as instruções do obstetra e do nutricionista”, orienta. Para Natascha, a gestante deve monitorar o ganho de peso por meio de intervenções nutricionais e orientação individualizada. Assim, aumentam as chances de um resultado mais favorável e se reduz a morbidade materna e fetal. Quanto à fase de puerpério e amamentação, os cuidados são basicamente os mesmos com uma alimentação rica em produtos in natura. “A paciente deve priorizar pratos à base de legumes, verduras, arroz, feijão e frutas, bem como alimentos ricos em cálcio, carnes, ovos e cereais”, recomenda.  Serviço: Fala que Alimenta oferece formação gratuita para jovens do Recife sobre comunicação e alimentação saudável A Prefeitura do Recife, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a Umane e a Angola Comunicação, está com inscrições abertas até 9 de novembro para o Fala que Alimenta. O projeto oferece formação gratuita para jovens de 18 a 29 anos interessados em aprender sobre comunicação, nutrição e alimentação saudável. A iniciativa disponibiliza 60 vagas, priorizando mulheres (cis e trans), pessoas negras, com deficiência, LGBTQIAPN+ e jovens em situação de vulnerabilidade. A formação acontece entre dezembro de 2025 e abril de 2026, com seis módulos presenciais e online. Os participantes terão acesso a temas como segurança alimentar, produção de conteúdo digital, inteligência artificial e comunicação comunitária, além de receber ajuda de custo para transporte, alimentação e recarga de celular. Para se inscrever, é necessário preencher o formulário disponível em bit.ly/inscricoes_falaquealimenta até o dia 9 de novembro. A lista de selecionados será divulgada no dia 17 de novembro no Instagram do projeto (@falaquealimenta) e da Secretaria de Assistência Social do Recife (@sas.recife). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail contato.falaquealimenta@gmail.com ou pelo WhatsApp (81) 9201-3466. Que tipo de pão pode ser incluindo em uma vida saudável e equilibrada? Especialista explica como incluir o pão nas refeições e o que observar na hora da escolha Um dos alimentos mais amados pelos brasileiros, o pão é também um dos mais malcompreendidos quando o assunto é dieta ou adoção de hábitos mais saudáveis. Mas segundo a Doutora em Ciência dos Alimentos e coordenadora de qualidade/P&D da Ultra Pão Alimentos, Ana Caroline, o problema não está no pão em si, mas no tipo que se consome. Para a especialista, o pão pode fazer parte de uma alimentação equilibrada e estar presente em até duas refeições do dia, como no café da manhã e no lanche da tarde, desde que seja preparado com ingredientes naturais, tenha boa qualidade nutricional e seja consumido em porções adequadas. “O ideal é que o pão tenha farinha integral ou fermentação natural, e que o número de ingredientes seja reduzido. A ausência de conservantes e açúcares adicionados faz toda a diferença no impacto que ele tem na dieta”, explica. Ainda de acordo com a profissional, o segredo está em saber ler o rótulo e entender a diferença entre um pão ultraprocessado e um de fermentação natural. Pães saudáveis X pães vilões da dieta Pães ultraprocessados, com açúcar, gordura vegetal, conservantes e aditivos químicos, costumam ter baixo valor nutricional e alto índice glicêmico, o que causa picos de glicose e sensação de fome pouco tempo após o consumo. Além disso, são produtos que costumam depender de aditivos artificiais para manter textura e durabilidade, o que os torna menos interessantes para quem busca bem-estar e equilíbrio alimentar. Existem no mercado alternativas criadas justamente para transformar essa relação do consumidor com o pão. Produzidos com apenas cinco ingredientes naturais farinha, água, sal, massa madre e fermento natural , esses pães não contêm conservantes, nem gorduras e açúcar adicionados. O resultado é um produto artesanal que cabe em uma rotina equilibrada. De acordo com Ana Caroline, antes de colocar o pão no carrinho, vale observar: Seguindo esses critérios, é possível manter o pão dentro de uma alimentação saudável e balanceada. Ana Caroline é coordenadora de qualidade/P&D da Ultra Pão Alimentos - Leviassa

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Diagnóstico tardio agrava desemprego entre adultos neurodivergentes

Estudo revela que a falta de apoio e desconhecimento sobre neurodiversidade dificultam inserção profissional e vida independente no Brasil Uma pesquisa realizada pela Consultoria Maya em parceria com a Universidade Corporativa Korú revelou um cenário preocupante sobre a inclusão de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho. Segundo o levantamento “Neurodiversidade no Mercado de Trabalho”, quase metade dos entrevistados nunca trabalhou com pessoas neurodivergentes; 21,4% relataram experiências desafiadoras; e apenas 30% tiveram vivências positivas. Embora 75% dos brasileiros afirmem conhecer o termo “neurodiversidade”, que abrange o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições, 48,6% demonstraram conhecimento limitado e 25% nunca haviam ouvido a expressão. A psicóloga Geórgia Menezes, mestre e doutoranda em Psicologia pela UFPE e sócia do Instituto Harmonia e Neurodiversidade (IAN), explica que a dificuldade de inserção profissional ainda é um dos principais desafios enfrentados por adultos neurodivergentes. “Esses adultos têm taxas de emprego muito inferiores à população geral e até mesmo a outros grupos com deficiência”, destaca. “Apesar do desejo de trabalhar e do impacto positivo do emprego na qualidade de vida, muitos enfrentam obstáculos desde o processo seletivo até a progressão na carreira”, acrescenta. De acordo com estudos recentes publicados na revista Neuropsychiatry pelos pesquisadores Nancy B. Brown e David B. Nicholas, as dificuldades dessa população vão além do ambiente de trabalho. A psicóloga Geórgia Menezes reforça que “a transição para a vida independente pode ser marcada por desafios em tarefas cotidianas, como organização do tempo, planejamento financeiro, gestão da casa e autocuidado”. Esses aspectos demonstram que o apoio à neurodiversidade precisa ultrapassar o campo profissional e alcançar a vida prática e emocional dos indivíduos. Os obstáculos enfrentados por adultos neurodivergentes não estão ligados à falta de inteligência, mas a diferenças cognitivas e sensoriais que afetam habilidades como planejamento, memória e flexibilidade cognitiva. “Muitos adultos acabam relatando frustração, dependência familiar prolongada e barreiras para alcançar seus objetivos pessoais, o que reforça ciclos de baixa autoestima e isolamento social”, observa Menezes. Essa realidade reforça a necessidade de políticas públicas e estratégias corporativas voltadas à inclusão efetiva e ao respeito às diferenças neurológicas. Para superar essas barreiras, Geórgia Menezes defende o investimento em estratégias práticas e apoio especializado. Ferramentas tecnológicas como aplicativos de organização, planilhas adaptadas e lembretes digitais podem auxiliar na rotina, assim como o treino de habilidades de vida diária e o acompanhamento psicoterapêutico. “O cuidado precisa ser multiprofissional e personalizado. Psicólogos, terapeutas ocupacionais, psiquiatras e educadores podem, juntos, construir ferramentas que favoreçam a autonomia, sempre em parceria com a própria pessoa atendida”, conclui.

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Encontro gratuito sobre benefícios e malefícios das telas para crianças típicas e atípicas

Encontro gratuito acontece nesta sexta (17), no Teatro RioMar Recife, com o pediatra Daniel Becker O pediatra e sanitarista Daniel Becker participa de um bate-papo sobre “Como enfrentar os desafios atuais da infância?”, com foco nos benefícios e malefícios das telas para crianças típicas e atípicas. A palestra, promovida pelo alergologista Waldemir Antunes Neto, à frente da Rede Ális, acontece nesta sexta-feira (17), às 19h, no Teatro RioMar Recife. A entrada é gratuita, com vagas limitadas. Becker, referência nacional em saúde da infância, vai discutir como educadores, pais e profissionais podem contribuir para uma infância mais equilibrada, com brincadeiras, natureza e menos tempo de tela. Segundo ele, o aumento do tempo em dispositivos digitais — tanto por parte das crianças quanto dos pais — tem refletido em mais casos de ansiedade, depressão, dificuldades de linguagem e vínculos familiares fragilizados. “No consultório, passaram a chegar muito mais alterações como ansiedade, depressão, dificuldades de linguagem e até problemas de vínculo familiar”, alerta o pediatra, que também ressalta que, com orientação e limites claros, a tecnologia pode se tornar uma aliada no desenvolvimento infantil. A palestra terá a participação especial da contadora de histórias Carol Levy, que tornará o encontro mais leve e interativo. Ela também reforça a importância de ler com os filhos, incentivar o contato com livros e criar momentos de conexão fora das telas. Becker destaca ainda que o excesso de exposição digital pode afetar o desenvolvimento cerebral e cognitivo. “O excesso de telas vai estimular áreas que não são tão primordiais e pode levar à perda de habilidades, como foco, atenção, memória e resolução de problemas. São gerações que estão tendo mais dificuldade na comunicação e na aprendizagem”, afirma. O pediatra lembra que algumas crianças com autismo podem se beneficiar de vídeos estruturados, previsíveis e educativos, desde que haja acompanhamento profissional. Ele orienta pais e cuidadores a usarem as telas de forma consciente e personalizada, respeitando o ritmo de desenvolvimento de cada criança. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda os seguintes limites de tempo de tela: A Integrális, empresa da Rede Ális, é responsável pela realização do encontro. A iniciativa busca promover conhecimento, acolhimento e trocas de experiências entre profissionais e famílias, incentivando reflexões sobre o uso equilibrado das tecnologias na infância. SERVIÇOO quê: Palestra de Daniel Becker – “Como enfrentar os desafios atuais da infância?”Tema: Benefícios e malefícios das telas para crianças típicas e atípicasLocal: Teatro RioMar RecifeData: 17 de outubro de 2025Hora: 19hEntrada: Gratuita (vagas limit Academia Treno incentiva mulheres a realizarem a mamografia com ação especial no Outubro Rosa Durante o mês de outubro, a Academia Treno, localizada no bairro das Graças, reforça a importância da prevenção do câncer de mama por meio de uma ação voltada às suas alunas. A iniciativa integra as atividades do Outubro Rosa e tem como objetivo incentivar o autocuidado e a realização regular da mamografia. A promoção é válida para todas as alunas já matriculadas ou que venham a se matricular em outubro. Quem apresentar o exame de mamografia realizado entre 1º de outubro de 2024 e 31 de outubro de 2025 receberá um brinde especial.  Segundo Edgar Guadagnamo, diretor da Academia Treno, a ação é uma forma delicada de lembrar que a prevenção deve ser parte da rotina feminina. “É um ato singelo, mas que carrega uma mensagem importante. Queremos chamar a atenção das mulheres para o exame anual e para a necessidade de priorizar o autocuidado. A mamografia salva vidas, e o nosso objetivo é reforçar essa consciência dentro e fora da academia”, destacou. Com a iniciativa, a Treno soma-se às diversas empresas que, em outubro, abraçam a causa do Outubro Rosa e estimulam a prevenção por meio de informação, incentivo e empatia. Recife recebe III Congresso Autismo na Vida Adulta O III Congresso Autismo na Vida Adulta será realizado nos dias 18 e 19 de outubro de 2025, no Mar Hotel Conventions, em Boa Viagem, Recife. Promovido pelo Instituto Dimitri Andrade, o evento discute saúde, bem-estar e independência da pessoa autista após a infância e é voltado a profissionais, estudantes, pessoas autistas e familiares. Mais de 15 especialistas abordarão temas como autonomia, moradia independente, comunicação, socialização, direitos da pessoa autista e experiências de autistas adultos. Durante o congresso, será lançado o livro “Autismo na Vida Adulta – Guia Interdisciplinar” e haverá o minicurso de Implementação do Emprego Apoiado, com certificação dupla. O evento também contará com apresentações culturais, exposição de trabalhos científicos, relatos de autistas e momentos de networking, com transmissão online disponível. As inscrições estão abertas pelo site institutointegrarte.com.br/congresso-autismo-na-vida-adulta. Lesões de joelho ameaçam “atletas de fim de semana” durante esportes recreativos O futebol de pelada, a corrida improvisada no parque ou o torneio de vôlei na praia fazem parte da rotina de milhares de brasileiros. São momentos de lazer, mas também de risco para quem não mantém um preparo físico regular. Entre as lesões mais comuns nesses cenários está o rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA), estrutura fundamental para a estabilidade do joelho. De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), cerca de 150 mil brasileiros sofrem lesões ligamentares no joelho todos os anos, grande parte delas em atividades recreativas. O problema é que muitos dos chamados “atletas de fim de semana” não realizam aquecimento, não contam com acompanhamento físico adequado e acabam exigindo do corpo mais do que ele está preparado para suportar. O ortopedista Dilamar Pinto, especialista em joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Recife (IOT), alerta que esse comportamento aumenta significativamente o risco de lesões graves. “O ligamento cruzado anterior é um dos principais estabilizadores do joelho. Quando ele se rompe, o paciente sente o joelho falsear e perde a segurança até para andar. O retorno às atividades depende quase sempre de cirurgia e de uma reabilitação prolongada, que pode levar de seis a nove meses”, explica. Andorinha lança azeites 100% brasileiros O Azeite Andorinha, marca do Grupo Sovena, apresenta dois novos rótulos da linha Criações do Brasil, elaborados exclusivamente com olivas cultivadas em solo nacional.

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Capoeira Kids: arte, esporte e movimento

Mais do que uma atividade física, a capoeira infantil desenvolve corpo, mente e identidade. Oficina do Sítio Dourado mostra como a prática transforma crianças com ritmo, disciplina e alegria Luta ou dança? Brincadeira ou esporte? A capoeira há muito tempo ultrapassou os rótulos e hoje é reconhecida como uma manifestação cultural brasileira de extrema riqueza, onde se entrelaçam história, resistência, musicalidade e movimento. Para as crianças, a prática da capoeira representa tudo isso e mais: é uma ferramenta de desenvolvimento físico, emocional e social. No Sítio Dourado, espaço de desenvolvimento infantil que aposta em metodologias ativas também  na valorização da cultura brasileira, sendo que a Oficina de Capoeira Kids já faz parte da rotina dos pequenos. Conduzida pelo Professor Renato Alexandre — o “Professor Timão”, que atua com capoeira desde 2001 e dá aulas desde 2008, a atividade vem ganhando espaço, respeito e muitos sorrisos. “A capoeira para crianças é uma das formas mais completas de trabalhar o corpo e a mente ao mesmo tempo. É ritmo, disciplina, expressão corporal, história e autoestima em uma só roda”, afirma o professor. Para quem é, e como funciona a capoeira infantil A capoeira é uma prática altamente inclusiva, podendo ser iniciada por crianças a partir dos 3 ou 4 anos, respeitando sempre o estágio de desenvolvimento de cada uma. Ao contrário do que muitos imaginam, não se trata apenas de golpes ou acrobacias. Na infância, a capoeira é vivida como jogo corporal, musicalidade e expressão lúdica, com movimentos adaptados, sem confronto físico direto, e sempre mediada por cantigas, palmas e instrumentos como berimbau e atabaque. “Nosso foco com os pequenos não é o combate, mas a construção de um corpo mais consciente, mais ágil e mais seguro. A roda é um espaço de aprendizado coletivo, onde a criança aprende a se expressar, a respeitar o outro, a escutar o ritmo e a ocupar seu espaço com alegria e responsabilidade”, explica o Professor Timão. A oficina acontece em grupo, e cada aula é construída com base na repetição de movimentos básicos, atividades rítmicas, rodas de música e, gradualmente, desafios que estimulam o equilíbrio, a coordenação motora e a atenção. A prática também promove o conhecimento da história da capoeira, sua origem africana e seu papel na resistência cultural brasileira. Movimento que empodera: autoestima e pertencimento Além dos ganhos motores, a capoeira infantil é especialmente potente para o desenvolvimento emocional e social das crianças. Por ser uma prática coletiva e expressiva, ela ajuda a vencer a timidez, desenvolve o senso de pertencimento, e fortalece a autoestima desde cedo. Cada criança é convidada a se colocar no centro da roda — simbolicamente e literalmente — e a experimentar a força de sua própria expressão corporal. “Quando uma criança percebe que pode cantar, bater palmas, gingar, se equilibrar e interagir com outras através do corpo, ela descobre um universo inteiro dentro de si. A capoeira ensina muito mais do que movimentos. Ela ensina escuta, empatia e coragem”, resume Renato Alexandre. Para a diretora do Sítio Dourado, Ana Maria Maciel, a inserção da oficina no currículo do espaço de desenvolvimento foi uma decisão natural, alinhada ao propósito de proporcionar uma educação integral e culturalmente conectada com as raízes brasileiras. “Criamos a Oficina de Capoeira Kids porque acreditamos no poder da cultura como ferramenta educativa. A capoeira tem corpo, tem voz, tem ancestralidade. Ela acolhe a criança em sua potência e a ensina com alegria e presença. É uma forma de educar com movimento, com afeto e com identidade”, defende Ana Maria. E quem não pode praticar? Há contraindicações? A capoeira é uma prática democrática, acessível e geralmente sem contraindicações para crianças. Em casos específicos, como limitações físicas, motoras ou condições médicas específicas, a participação deve ser orientada pelo pediatra ou equipe multidisciplinar. Mas, de modo geral, a capoeira pode ser adaptada para diferentes perfis, inclusive crianças neurodivergentes, com acompanhamento adequado. “A capoeira respeita o ritmo de cada criança. A roda é inclusiva por essência. Temos crianças mais tímidas, outras mais expansivas, e todas encontram seu lugar. O importante é que se sintam acolhidas e motivadas a explorar seus corpos de forma positiva”, reforça o mestre Benefícios da Capoeira Infantil Físicos Emocionais e sociais Cognitivos e pedagógicos Capoeira é corpo, cultura, história e alegria Quando a capoeira entra na vida de uma criança, ela leva junto o som do berimbau, o canto ancestral, o jogo de corpo, a força dos movimentos, a beleza da coletividade. Mais do que um esporte, a capoeira é arte viva, é cultura em movimento, é educação com gingado. A prática não ensina apenas a ginga — ensina a ouvir o outro, a se respeitar, a brincar com o corpo e a se reconhecer como parte de algo maior. Como resume o Professor Timão, com a sabedoria de quem vive a roda há mais de duas décadas: “A capoeira transforma. E quando começa na infância, transforma para a vida inteira”, finaliza o mestre Timão. Na roda de capoeira, onde cada movimento exige ritmo, consciência e equilíbrio, o cuidado com a saúde também pede presença e harmonia. No fim, viver bem é encontrar o compasso certo entre corpo, mente e propósito. Festival de Raquetes e Picnic Dia das Crianças agitam Porto de Galinhas No dia 11 de outubro, a Cia do Lazer, em Porto de Galinhas, recebe o Festival de Raquetes, em parceria com o Picnic Dia das Crianças, oferecendo momento de esporte, lazer e convivência para toda a família. A partir das 9h, as quadras estarão abertas para Pickleball, Frescobol, Beach Tennis, Badminton e Tênis de Mesa, com categorias infantil, adulto e master, além de modalidades feminino, masculino e mista. Enquanto isso, o Picnic Dia das Crianças garante brincadeiras e momentos de lazer ao ar livre, proporcionando um ambiente acolhedor em meio à natureza. “Eventos como esse fortalecem vínculos familiares, promovem bem-estar e estimulam a prática esportiva”, destaca Rose Jarocki, CEO da Cia do Lazer. A participação é mediante inscrição paga, a partir de R$ 70 por pessoa. Alimentação será vendida no local,

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Entrevista com William Smethurst: "Não nascemos para ficar sentados"

O corpo humano é dependente do movimento. O professor de educação física da UPE explica por que a evolução da espécie nos moldou para manter nosso corpo em atividade. Aborda como o exercício físico contribui para prevenir e tratar doenças, como câncer e Alzheimer, e informa qual a atividade oferece melhores benefícios: correr ou caminhar. Exercitar-se é uma atividade que vai muito além do desejo de emagrecer. Na verdade, o movimento faz parte da natureza do ser humano, desde os tempos em que nossos ancestrais viviam nas cavernas. O educador físico e professor da UPE (Universidade de Pernambuco), William Smethurst, explica, nesta entrevista a Cláudia Santos, como as necessidades do Homo Sapiens por alimentação e sobrevivência, durante o processo de evolução, levou-o a uma intensa atividade física que estruturam o formato do seu corpo, a expansão do seu cérebro e da sua capacidade cognitiva. Se hoje não já corremos para caçar nossa comida e, no conforto do sofá, com simples toques no celular, obtemos alimentação por delivery, não significa que prescindimos de exercícios físicos. Nosso organismo, tal qual o do nosso longínquo parente pré-histórico, continua dependente do movimento. Estudos científicos, segundo William Smethurst, comprovam como a prática regular de exercícios físicos contribuem para manter o organismo saudável e para prevenir e tratar doenças, como câncer e Alzheimer. O educador físico também comenta a grande adesão dos brasileiros às corridas, mas – para a satisfação dos que preferem caminhar – afirma que as caminhadas oferecem os mesmos benefícios para a saúde do que correr. E o melhor: sem provocar riscos ao praticante, como pode acontecer com os corredores.  No início de sua evolução, o ser humano não tinha comportamento sedentário. Como essa característica ancestral impacta no corpo humano hoje? Há cerca de 5 a 7 milhões de anos, uma certa espécie ancestral, ainda não bem definida pela ciência, dividiu-se em duas linhagens. Uma delas evoluiu para os grandes símios, como chimpanzés e gorilas, com corpos musculosos e compactos, adaptados à vida em bosques e florestas, onde encontram sua alimentação e sobrevivência. A outra linhagem deu origem aos Homo sapiens, caracterizados por corpos esguios, pelo andar sobre as duas pernas, um cérebro bem desenvolvido e com uma fisiologia adaptada à intensa atividade física que os constantes deslocamentos para a caça e a coleta de alimentos exigiam para a sobrevivência na vida terrestre.     Portanto, nossos parentes mais próximos – os símios – têm níveis baixos de atividade física que não causam efeitos nocivos à saúde. Já nos seres humanos, pesquisas revelam que à medida que a anatomia e o comportamento mudaram nos últimos milhões de anos, a fisiologia também mudou de tal modo que passamos a precisar de níveis muito mais altos de atividade física para sermos saudáveis. Para equilibrar a relativa fragilização do seu físico durante a evolução da espécie com as demandas de sobrevivência, o ser humano necessitou fazer uso extensivo do seu corpo, aprimorar habilidades percepto-motoras para realização de movimentos corporais cada vez mais complexos e precisos, além de desenvolver tolerância a esforços repetitivos e prolongados. Para dar conta dessa diversidade de novas demandas, o cérebro foi pressionado a expandir suas capacidades durante seu curso evolutivo.  Assim, pode-se afirmar que foram principalmente os movimentos corporais, cada vez mais sofisticados e eficientes, dentro de um estilo de vida fisicamente muito ativo, que induziram as adaptações estruturais do sistema nervoso central. O que permitiu ao Homo sapiens diversificar e aprimorar suas relações com seus semelhantes, com o ambiente e outras espécies, desenvolver sua capacidade criativa e alcançar o nível hierárquico mais elevado na escala evolutiva. Portanto, não nascemos para ficar sentados. Outro aspecto importante é que nosso coração é uma bomba que precisa ser poderosa para fazer o sangue circular por todo o corpo. Sabemos que o lado esquerdo do coração é muito mais robusto, mais volumoso, mais musculoso que o lado direito, que é menor. Mas, veja: a circulação sanguínea é um sistema fechado.  Como é que o sangue circula se, de um lado, há uma bomba poderosa para empurrá-lo, mas no outro lado a bomba que “puxa” é mais débil? Então, há algo ajudando esse lado menos forte que é a musculatura dos membros inferiores, do quadril, que deve estar em constante movimento ou em movimento tonificado, contraindo e relaxando, para manter a postura e ajudar o coração a bombear o sangue.  Então, quem costuma fazer exercício de manhã, depois passa o restante do dia sentado, não tem uma vida muito saudável? Michael Mosley, jornalista e médico, fez estudo em que comparou um escritor – que diariamente fazia duas horas de academia mas passava o restante do dia sentado – com uma moça que passava o dia em pé trabalhando e nunca foi a uma academia. Ele mostrou que todos os indicadores de saúde desse escritor eram piores do que os da moça.  Por isso, é recomendado inserimos na nossa rotina os breaks, a cada 50 minutos para que possamos levantar, durante 5 a 10 minutos, para então voltar e depois sentar novamente. Se nascemos para o movimento, quais os prejuízos causados pelo comportamento sedentário? Para que tenhamos um correto funcionamento do nosso organismo faz-se necessário que ele seja constantemente exposto às mesmas condições que proporcionaram seu desenvolvimento e aprimoramento no processo evolutivo. Do contrário, ele pode tornar-se disfuncional, o que, em médio ou longo prazo, degenera para condições patológicas crônicas.  Está muito bem documentada a associação da inatividade física com o aumento do risco para câncer, doença coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes, demência, dentre outras de caráter degenerativo e crônico. Do mesmo modo também está comprovado o quanto a prática regular de atividade física, juntamente com uma alimentação balanceada, é o principal fator de redução de riscos para essas doenças. Como a prática de exercícios físicos ajuda a prevenir e tratar o câncer? O corpo humano possui mecanismos autônomos de, digamos, “autorreparo” para, na hora que houver um distúrbio, esse sistema fazer o reparo antes que aquilo se torne catastrófico. Todos estamos sujeitos a ter alterações espontâneas no

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Saúde mental no trabalho: afastamentos crescem 134% e ansiedade se torna desafio coletivo

Psicanalista Marcos Lima explica fatores que intensificam o adoecimento psíquico em um cenário de custos bilionários para a economia *Por Rafael Dantas O Brasil enfrenta um crescimento alarmante nos afastamentos por transtornos mentais. Segundo a Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente, coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), os registros aumentaram 134% no último biênio, saltando de 201 mil em 2022 para 472 mil em 2024. Os diagnósticos mais comuns estão ligados a estresse (28,6%), ansiedade (27,4%) e episódios depressivos (25,1%). O psicanalista Marcos Lima observa que esses números não podem ser vistos apenas como estatísticas. “A ansiedade pode ser entendida como expressão de conflitos internos ligados ao desejo de aceitação social e ao medo de rejeição. Quando há sensação de exclusão, a angústia se intensifica, gerando prejuízos emocionais e até físicos”, explica. Ele ressalta que a hiperconectividade digital contribui para o problema, mas não é o único fator. Privação de sono, relações afetivas fragilizadas, pressão social e incertezas sobre o futuro — acentuadas desde a pandemia — também alimentam o cenário de adoecimento. Entre 2012 e 2024, o Brasil registrou 8,8 milhões de acidentes de trabalho e 32 mil mortes, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. Nesse período, 2,6 milhões de benefícios previdenciários foram concedidos em razão de doenças e acidentes, com gasto acumulado de R$ 173 bilhões. Estimativas indicam ainda a perda de mais de meio bilhão de dias de produtividade, o que equivale a um custo de R$ 468 bilhões anuais — cerca de 4% do PIB mundial. “A ansiedade pode ser entendida como expressão de conflitos internos ligados ao desejo de aceitação social e ao medo de rejeição. Quando há sensação de exclusão, a angústia se intensifica, gerando prejuízos emocionais e até físicos” - Marcos Lima, psicanalista Marcos Lima explica que, em muitos casos, a ansiedade se manifesta como uma “reação defensiva a ameaças vagas”, distorcendo a percepção da realidade e prejudicando vínculos sociais. Ele lembra que adultos acima de 30 anos frequentemente chegam ao consultório em busca de respostas para angústias ligadas a experiências familiares. “A ausência de afeto, mas também o excesso, pode gerar marcas psíquicas que aumentam a ansiedade”, afirma. Para lidar com esse quadro, o especialista defende abordagens que unam autocompreensão e técnicas terapêuticas modernas. Ele destaca a terapia metacognitiva, que trabalha crenças sobre os próprios pensamentos, e a “terceira onda” da terapia cognitivo-comportamental, que ajuda na aceitação de experiências internas dolorosas. “Não se trata de eliminar sentimentos difíceis, mas de aprender a conviver comigo mesmo, com as perdas irreparáveis e os contextos sociais adversos”, conclui. O desafio, segundo a OIT, é transformar esse aprendizado individual em políticas institucionais sólidas. Apenas 46% dos municípios brasileiros possuem programas de saúde mental, e os setores bancário, hospitalar e de comércio varejista concentram a maior parte dos afastamentos. Investir em prevenção e ambientes de trabalho mais saudáveis, defendem especialistas, é não só uma necessidade humana, mas também uma questão econômica urgente. “Não se trata de eliminar sentimentos difíceis, mas de aprender a conviver comigo mesmo, com as perdas irreparáveis e os contextos sociais adversos” - Marcos Lima Psicanalista Marcos Lima fala sobre ansiedade A ansiedade é sempre algo negativo? Não necessariamente. Ela pode funcionar como um alerta defensivo diante de ameaças, ainda que vagas. O problema é quando essa reação se torna constante, distorcendo a percepção da realidade e levando a generalizações que afetam a vida social e afetiva. Por que tantas pessoas procuram terapia depois dos 30 ou 40 anos? Muitos chegam ao consultório para lidar com questões ligadas à infância e aos vínculos familiares. A ausência de afeto, ou até mesmo o excesso, pode deixar marcas psíquicas que alimentam quadros de ansiedade na vida adulta. É verdade que hoje os jovens falam demais em ansiedade? Existe um fenômeno de “modismo”. Muitos jovens associam qualquer desconforto emocional à ansiedade, o que pode confundir o entendimento sobre o transtorno. É importante diferenciar entre ansiedade cotidiana e patológica, que exige acompanhamento clínico. Quais técnicas ajudam a reduzir o impacto da ansiedade? Há diversas abordagens: reestruturação cognitiva, exposição gradual, exercícios de relaxamento e terapias de terceira onda, que ensinam a aceitar experiências internas difíceis sem transformá-las em padrões fixos. Devemos eliminar os sentimentos difíceis? Não. O essencial é aprender a conviver com eles. Nem todas as situações têm solução imediata — perdas irreparáveis, pressões sociais e contextos adversos fazem parte da vida. A saída é desenvolver flexibilidade psicológica e ressignificar o sofrimento.

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Por trás do cuidado diário, pais exaustos: os desafios emocionais de famílias atípicas

Especialistas alertam para a sobrecarga emocional vivida por mães e pais cuidadores e destacam que o bem-estar da família é parte essencial da efetividade terapêutica das crianças Eles estão em todas as salas de espera, nos corredores das clínicas, nas reuniões escolares e nos grupos de WhatsApp. São mães e pais de crianças neurodivergentes — pessoas que vivem uma rotina de dedicação intensa, marcada por amor incondicional, mas também por cansaço, culpa e solidão. No entanto, enquanto o foco está constantemente no progresso terapêutico dos filhos, a saúde mental de quem dos pais que cuidam quase nunca é considerada uma prioridade. O tratamento de crianças com autismo, TDAH, dislexia e outras neurodivergências envolve muito mais do que a participação em terapias e avaliações. Exige uma presença constante, emocional e prática, que muitas vezes implica mudanças na rotina profissional, abandono de planos pessoais e enfrentamento diário de julgamentos sociais, barreiras institucionais e falta de apoio público. "Os pais enfrentam sobrecarga física e psicológica, lidam com expectativas sociais e ainda precisam se adaptar a uma rotina de cuidados que exige constância e paciência. Se a saúde mental deles não for cuidada, a tendência é que problemas como ansiedade, estresse e até a depressão se tornem obstáculos para apoiar a criança de forma adequada”, explica a psicóloga Paula Chaves, coordenadora técnica da Clínica Mundos, especializada no atendimento a pessoas neurodivergentes. Sobrecarregados, solitários e sem espaço para adoecer Para muitas famílias, especialmente mães solo, o peso da jornada não é compartilhado. O acúmulo de responsabilidades — que envolve levar a criança a diferentes profissionais, gerenciar agendas, intermediar situações escolares e lidar com crises emocionais ou sensoriais — pode levar a um estado constante de exaustão. Muitas dessas mulheres, inclusive, cuidam sozinhas de dois ou mais filhos neurodivergentes, ampliando ainda mais a carga mental. O impacto psicológico de tudo isso é profundo. A vida passa a girar em torno da criança, e é comum que pais e mães deixem de lado o trabalho, os relacionamentos, os amigos, os momentos de descanso e até mesmo as próprias necessidades básicas. Essa abstenção, ao longo do tempo, cobra um preço emocional alto. "Cuidar de si mesmo não significa abandonar o filho. Isso garante condições emocionais para oferecer o suporte necessário, pois o tratamento da criança só tem efetividade quando a família também está fortalecida e o bem-estar dos pais é parte do sucesso do processo terapêutico”, ressalta Paula Chaves. Quando o ambiente familiar interfere no progresso terapêutico Cuidadores sobrecarregados tendem a manifestar sinais emocionais que, mesmo sem perceber, impactam diretamente as crianças. Irritabilidade, impaciência, ansiedade e indisponibilidade emocional geram ambientes instáveis, que comprometem o processo de desenvolvimento e aprendizado da criança neurodivergente. "A criança percebe o ambiente em que está inserida e como pais emocionalmente sobrecarregados podem transmitir insegurança, impaciência ou exaustão. Isso interfere diretamente no progresso do tratamento”, alerta a psicóloga. Ou seja, cuidar da saúde emocional dos pais não é um luxo — é uma necessidade. A estabilidade emocional da família é parte essencial do tratamento, e não um elemento periférico. A importância de uma rede que ampara e não julga A maioria das famílias que convivem com a neurodivergência ainda lida com estigmas sociais, falta de compreensão dos sistemas públicos e ausência de rede de apoio concreta. Nesse contexto, o isolamento vira regra, e o sentimento de solidão aumenta. "É essencial que os pais tenham espaços para falar sobre suas angústias e para fortalecer a rede de suporte. O autocuidado não é egoísmo, é parte do processo terapêutico da criança”, reforça Paula Chaves. Ela destaca que o autocuidado deve ser encarado como uma prática constante, e não um luxo eventual. Isso inclui não apenas procurar apoio psicológico, mas também buscar formas de dividir as responsabilidades com familiares e cuidadores próximos, garantindo que o peso do cuidado não recaia sobre uma única pessoa. Atividades como exercícios físicos leves, hobbies, espiritualidade, rede de apoio e momentos de lazer funcionam como válvulas de escape importantes para manter a saúde emocional dos cuidadores e oferecer à criança um ambiente mais estável e amoroso. 7 DICAS DE CUIDADO PARA QUEM CUIDA 1. Busque psicoterapia ou escuta profissional Falar com alguém especializado pode ajudar a organizar os pensamentos, aliviar a ansiedade e criar estratégias para o dia a dia. 2. Divida tarefas com quem puder Converse com familiares, parceiros e amigos. Delegar não é sinal de fraqueza — é inteligência emocional. 3. Procure grupos de apoio Outros pais e mães vivendo experiências semelhantes podem oferecer acolhimento, empatia e até soluções práticas. 4. Cuide do corpo: durma, se alimente e movimente-se A rotina é intensa, mas pequenos cuidados com o corpo impactam diretamente a saúde emocional. 5. Programe pausas reais Mesmo que sejam 15 minutos por dia para respirar, ler, meditar ou ouvir uma música que você ama. Você merece. 6. Reconheça seus limites Você não precisa dar conta de tudo. Aceitar seus próprios limites é o primeiro passo para respeitá-los. 7. Lembre-se: o tratamento da criança passa por você Cuidar de si é cuidar do outro. Você faz parte ativa da evolução do seu filho — e isso começa com seu próprio bem-estar. Um novo olhar sobre o cuidado A saúde mental dos pais de crianças neurodivergentes precisa ser olhada com a mesma seriedade e sensibilidade com que se observa o desenvolvimento das crianças. Ignorar o sofrimento dessas famílias é comprometer a base de todo o processo de acolhimento e transformação. "Não podemos mais pensar no cuidado de forma individualizada. A criança, a família, a escola, a sociedade — todos fazem parte de um sistema. E esse sistema precisa estar bem ajustado para funcionar. Quando os pais estão emocionalmente saudáveis, todo o entorno da criança se beneficia”, finaliza Paula Chaves. Cuidar de uma criança neurodivergente é um ato de amor que exige presença, coragem e resistência diária. Mas para que esse cuidado seja sustentável e saudável, é preciso que a sociedade enxergue também quem está por trás dele. Dar visibilidade à saúde mental dos pais é uma questão de empatia, além

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"Atualmente não se trabalha tratamento oncológico sem saber a genética do câncer."

Além de atender a mais de 50% dos pacientes oncológicos em Pernambuco, o Hospital do Câncer realiza pesquisas de ponta para testar medicamentos. O superintendente de ensino e pesquisa do HCP, Felipe Bonifácio, afirma que a instituição também investe em laboratório para pesquisar terapias que empregam o sequenciamento do DNA e que atuam no sistema imunológico para combater o tumor. Muita gente sabe que o Hospital de Câncer de Pernambuco é um centro de referência para tratamento de doenças oncológicas que atende a pacientes do SUS. Mas, o que poucos pernambucanos têm conhecimento é que o HCP é uma instituição também valorizada pelas pesquisas que realiza. Seus pesquisadores avaliam a eficácia de novos medicamentos, numa parceria com a indústria farmacêutica, que oferece ainda a vantagem de ofertar gratuitamente a seus pacientes os tratamentos inovadores pesquisados.  Ao completar 80 anos em novembro, o HCP prepara-se para dar um salto e incrementar sua atuação na chamada pesquisa translacional. É um campo que permite que as descobertas e o conhecimento gerados em laboratório nas pesquisas básicas sejam aplicados diretamente na prevenção, diagnóstico e tratamento no leito do paciente. Trata-se de um processo mais acelerado do que as pesquisas clínicas tradicionais que costumam levar muitos anos. Um passo importante foi dado neste sentido com o financiamento de RS 13,2 milhões oriundos do edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para implantar o Centro Integrado de Pesquisa Clínica e Translacional em Oncologia do HCP. Entre outras aplicações, os recursos garantem a criação de um laboratório onde serão pesquisados tratamentos em que o próprio sistema imunológico do paciente é estimulado para ter uma ação antitumoral. Também vai garantir a realização do sequenciamento genético do tumor para conduzir a terapia. “Doze instituições brasileiras foram contempladas no edital, três do Nordeste, entre elas, o HCP” comemora Felipe Bonifácio, superintendente de ensino e pesquisa do hospital.  Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele aborda o crescimento do número de casos de câncer no Brasil e no mundo, os avanços no tratamento da doença, que caminham para as áreas imunológicas e genética, além do uso da inteligência artificial. Também fala sobre o desenvolvimento de pesquisas no hospital e a atuação da instituição na área de ensino. “A assistência é nosso carro-chefe, mas o que subsidia a assistência? É o ensino e a pesquisa”, justifica Bonifácio. O câncer é uma das principais causas de morte no mundo e vem afetando mais os jovens. Há alguma explicação científica para esse panorama? Hoje, no mundo, 32% das pessoas morrem por doenças cardiovasculares que é a principal causa de mortalidade. Mas, acredita-se que, em breve, o câncer vai ultrapassar as doenças cardiovasculares. Porém, não há uma resposta definitiva sobre o porquê dessa situação. Existem especulações de que as causas estejam nos alimentos com muita química e na poluição do ar. É uma situação preocupante. Estamos desenvolvendo novas abordagens terapêuticas, novos tratamentos, mas os avanços para reverter o quadro de mortalidade do câncer ainda são lentos.  Trabalhamos muito, principalmente em termos de pesquisa. No Brasil, por exemplo, já conseguimos editar um gene. Ou seja, se um determinado gene codifica uma doença (isto é, sofre uma mutação que provoque uma enfermidade), é possível corrigir um pedaço desse gene que causa essa mutação. Também é possível modificar células do sistema imunológico para melhor detectar e atacar o câncer. Isso futuramente vai promover a cura de alguns tipos de tumor. Mas ainda é preciso popularizar essas descobertas científicas para que possamos cobrir um número cada vez maior da população, porque o tratamento é caro.  Alguns imunobiológicos (medicamentos que usam o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer) são caríssimos e não conseguimos utilizar em unidades de saúde que atendam o SUS, como o HCP, cujo limite orçamentário é significativo. Se não for por meio das pesquisas, não conseguimos ofertar tratamento de ponta. Mas, graças ao trabalho do nosso Centro de Pesquisa Clínica, conseguimos.  Temos orgulho desse trabalho. O fato de atendermos um elevado número de pacientes e de trabalharmos com qualidade é um atrativo para a indústria farmacêutica no teste de novas drogas. É interessante para a indústria ter um campo de experimento bom, cumprindo todas as regras da bioética. Cerca de 56% dos pacientes oncológicos de Pernambuco estão no HCP.  Nessas pesquisas, eles têm uma assistência minuciosa, com acesso a terapias que não conseguiria via SUS. São medicamentos que estão em fase de estudos clínicos, que têm quatro fases, a maioria dos nossos está na fase 3, é aquela pré-comercialização. Se o resultado do estudo for positivo, nosso paciente recebe a droga gratuitamente até o óbito ou à cura.  Como são realizados os trabalhos de pesquisa no Hospital de Câncer? Há muitos casos de sobrevida?  Sim. Geralmente há sobrevida livre de eventos em cinco anos. São casos em estágio avançado do câncer, drogas desenvolvidas para estado de metástase, a fim de melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida do paciente. Em 2018, o HCP criou esse centro – numa iniciativa da Dra. Leuridan Torres, junto com o Dr. Marcelo Salgado – que, a cada ano, vem crescendo. Conseguimos dobrar nosso faturamento e hoje ele é autossustentável. De 2024 para 2025, o faturamento do centro aumentou em 119%. A meta de crescimento para este ano é de mais de 30% e estamos quase alcançando. Esse centro é vantajoso tanto para o hospital, quanto para os pacientes e para o avanço das pesquisas. Convidamos os pacientes a participarem do estudo, explicamos como funciona, eles assinam um termo de consentimento. Ao assinar, eles saem da assistência do hospital, ou seja, passam a ser atendidos pelos médicos que fazem parte do Centro de Pesquisa Clínica. Assim, conseguimos desafogar a fila de atendimento do HCP. O paciente do centro de pesquisa, por exemplo, não compete com a tomografia do paciente da assistência, porque a tomografia do centro é terceirizada. Além disso, esse paciente terá acesso a tratamentos inovadores. Também há vantagem para a sustentabilidade do hospital. Todo protocolo, via centro, tem um overhead de 25% que fica

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Setembro Verde reforça importância da Educação Física para saúde e qualidade de vida

Mês de conscientização destaca papel do Profissional de Educação Física na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar O mês de setembro traz consigo uma cor especial para a saúde: o verde. Conhecido como Setembro Verde, ele marca as comemorações do Dia do Profissional de Educação Física, celebrado em 1º de setembro em todo o país. A data foi escolhida em alusão à instituição da Lei Federal nº 9696/1998, que regulamentou a profissão e criou os Conselhos Federal e Regionais de Educação Física. No Estado, a mobilização ganha força com a Semana Estadual do Profissional de Educação Física, instituída pela Lei 16609/2019, aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a partir de requerimento do Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região/Pernambuco (CREF12/PE). “A cor verde simboliza esperança, força, longevidade, adaptação e conhecimento. É uma oportunidade para reforçar o papel do Profissional de Educação Física como agente de saúde e transformação social”, destaca Lúcio Beltrão, presidente do CREF12/PE. Educação Física é saúde O reconhecimento da área como profissão da saúde de nível superior foi consolidado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), por meio das Resoluções 218/1997 e 287/1998. Desde então, o Profissional de Educação Física ganhou espaço como parte essencial de equipes interdisciplinares, atuando na promoção, prevenção e recuperação da saúde. Segundo Lúcio Beltrão, é fundamental lembrar que treino e aula seguros só podem ser conduzidos por profissionais habilitados. “O Profissional de Educação Física é o único capacitado para orientar a prática de exercícios com segurança e eficiência. Estrutura sozinha não é cuidado. O que faz a diferença é o exercício físico sistematizado, com avaliação, acompanhamento e reavaliação constantes”, reforça o presidente do CREF12/PE. Sedentarismo: um inimigo silencioso Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e ocupa a quinta posição no ranking mundial. Cerca de 47% dos brasileiros não praticam atividade física, entre os jovens, esse índice sobe para alarmantes 84%. O impacto vai além do comportamento individual: a inatividade física é responsável por 15% das internações no SUS e gera um custo anual de quase 4 bilhões de dólares ao país. “O sedentarismo está diretamente associado a doenças crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão, câncer e até quadros psiquiátricos. O exercício físico orientado previne, trata e até reabilita pacientes de condições graves. É um investimento em saúde pública”, ressalta Lúcio Beltrão. Atividade física contra doenças físicas e mentais A ciência comprova que exercícios físicos regulares diminuem o risco de acidente vascular cerebral, infarto, câncer e demência, além de reduzir a mortalidade por todas as causas. No campo da saúde mental, os impactos são igualmente relevantes. Segundo a OMS, quase 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental no mundo, sendo 14% adolescentes. No Brasil, considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo, o cenário exige medidas urgentes. “Atividade física é um tratamento complementar essencial contra depressão, ansiedade e outros transtornos mentais. O exercício não é apenas um aliado do corpo, mas também da mente”, pontua o presidente do CREF12/PE. Desafios e políticas públicas Embora o Guia de Atividade Física para a População Brasileira recomende ao menos três aulas de Educação Física de 50 minutos por semana na Educação Básica, muitas escolas ainda não cumprem essa orientação. Para Lúcio Beltrão, é preciso avançar em políticas públicas transversais. “Educação, saúde, esporte, cultura e assistência social precisam caminhar juntos. Países com os melhores índices de desenvolvimento humano são os que mais investem em atividade física. Precisamos de quadras cobertas em todas as escolas, valorização profissional e presença do Profissional de Educação Física em diferentes frentes, do hospital às praças”, defende. Profissional habilitado é garantia de segurança O exercício ilegal da profissão é um dos grandes desafios enfrentados pela categoria. Para atuar em escolas, academias, condomínios, hospitais, clubes, centros esportivos ou qualquer outro espaço, é obrigatório o registro no Conselho Regional de Educação Física. “O Profissional de Educação Física é exclusivo e insubstituível em sua competência. Pessoas sem registro no CREF estão sujeitas a responder criminalmente por exercício ilegal e podem colocar em risco a vida e a saúde da população”, alerta Lúcio Beltrão. O Setembro Verde é um movimento de conscientização que reforça a importância da atividade física para a saúde da população. Em Pernambuco, a mobilização ganha cada vez mais força com o trabalho do CREF12/PE e da Semana Estadual do Profissional de Educação Física. Especialista lança e-book gratuito sobre transição de crianças com autismo para adolescência e vida adulta A especialista em Neuropsicologia Luana Passos, em parceria com a clínica Somar Special Care, lança o e-book Meu Filho Cresceu, e Agora?. O material reúne informações e ferramentas práticas para apoiar famílias, cuidadores e profissionais na transição de crianças com autismo para a adolescência e a vida adulta. O guia aborda temas fundamentais como estratégias de ensino, puberdade e sexualidade, ciclo da vida, transformações do corpo, autonomia, convívio social e relacionamentos. O objetivo é oferecer suporte acessível e confiável em um momento de mudanças significativas no desenvolvimento. O e-book é gratuito e pode ser solicitado diretamente à clínica Somar Special Care. A parte gráfica da obra é assinada pela designer Taja Passos, fundadora da Turma Lá da Rua, iniciativa que produz materiais adaptados para o público neurodivergente. Informações: @autismosomar Instituto MHM realiza ciclo de palestras sobre desenvolvimento emocional em setembro O Instituto Marcos Hacker de Melo, em Boa Viagem, promove em setembro um ciclo de palestras sobre desenvolvimento emocional, sempre às terças-feiras, às 19h. Conduzidos pela psicóloga Adriana Moraes, os encontros abordam temas atuais ligados ao autoconhecimento, às emoções e à qualidade de vida. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), à venda no TicketMais ou na bilheteria do centro cultural. Programação: Informações: @institutomarcoshackerdemelo Câmara do Recife realiza sessão solene em homenagem a profissionais de Educação Física A Câmara Municipal do Recife promove, no dia 5 de setembro (sexta-feira), às 10h, uma sessão solene em homenagem aos profissionais de Educação Física. A solenidade foi requerida pelo vereador Rinaldo Júnior (PSB)

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Corrida de rua impulsiona qualidade de vida dos idosos

Cada vez mais o público sênior mostra que envelhecer pode ser sinônimo de movimento, e tem encontrado motivação nas ruas. A corrida, antes associada principalmente a jovens atletas, tem conquistado cada vez mais adeptos entre pessoas com 60 anos ou mais, e não é por acaso. A prática regular da modalidade oferece diversos benefícios comprovados para a saúde física e emocional em todas as fases da vida, inclusive para os idosos. A corrida melhora o condicionamento físico, fortalece músculos e ossos, reduz o risco de doenças cardiovasculares, ajuda no controle do diabetes e da hipertensão, além de atuar diretamente no equilíbrio e na coordenação motora, fatores fundamentais para prevenir quedas, uma das principais causas de internação entre idosos. Outro benefício importante é o estímulo ao cérebro: correr libera endorfinas, substâncias naturais que promovem a sensação de bem-estar, aliviando sintomas de ansiedade e depressão e auxiliando na preservação da memória e das funções cognitivas. Além disso, a modalidade pode melhorar o humor, reduzir o risco de doenças crônicas e promover a socialização, proporcionando novas amizades, sensação de pertencimento e combate ao isolamento social, comum em faixas etárias mais avançadas. “Entretanto, é fundamental que essa prática seja feita com cuidados específicos, e acompanhamento profissional de educação física. Antes de iniciar a corrida, o idoso deve passar por uma avaliação médica completa para identificar possíveis restrições. É recomendável começar de forma leve, alternando caminhada e corrida, para que o corpo tenha tempo de se adaptar. O uso de calçados adequados e exercícios de fortalecimento muscular e alongamentos também são essenciais para proteger as articulações e evitar lesões”, alertou o o profissional de educação física e treinador de corrida Jailton Santos. Um sorteio que mudou a vida de Kátia Santos Kátia Santos, de 63 anos, corre há 12 e garante que corrida é a maior felicidade. “Comecei na Academia da Cidade, fui sorteada para a corrida Eu Amo Recife. No primeiro momento não queria ir, pois, só fazia funcional e pensei que não conseguiria correr, mas, meu professor insistiu, acabei indo, e adorei. Corro todo fim de semana, todo domingo, às vezes vou sozinha, mas, não deixo de ir. Formamos um grupo de mais ou menos 15 meninas que correm, o Divas, e me tornei empreendedora, vendo meia, boné, pochete. Tenho tantas amizades boas, é muito bom saber como cada um começou, as histórias de superação, pessoas de 80 anos correndo”. Corrida Viva a Vida Desafio 60+ - Pela primeira vez no Brasil, as ruas do Recife Antigo vão receber, no dia 19 de outubro, uma corrida de rua voltada para o público sênior. A concentração da Corrida Viva a Vida Desafio 60+ está marcada para as 5h e a largada às 6h, na Avenida Cais da Alfândega, e podem participar pessoas de todas as idades. “Mais do que uma corrida, a prova é um grande encontro de gerações, afinal, a ideia é que filhos, pais e avós vivenciem juntos essa experiência”, disse Luciano Moura, um dos organizadores. Ao todo são 06 modalidades sendo 03 por idade a partir dos 60 anos (de 60 a 64, de 65 a 69, de 70 a 74 e 75 +) e duas por sexo (masculino e feminino). Os participantes podem escolher por corrida de 5km e 10km, ou caminhada de 3km, em percursos acessíveis e inclusivos com opções para diferentes níveis de condição física. “Esse público não quer mais ficar parado. Cada vez mais homens e mulheres descobrem vitalidade na corrida ou na caminhada e fazem dessas modalidades verdadeiros estilos de vida, afinal, nelas, eles experimentam, superam os próprios limites e celebram conquistas”, destacou Eduardo Couceiro, do Instituto Incentiva. Lula Holanda é símbolo da corrida no Recife Fundador do grupo de corrida A Corja, conhecido pelo incentivo à resistência e ao espírito coletivo nas ruas do Recife, Lula Holanda já confirmou presença no Desafio Vida a Vida 60+. Aos 66 anos, ele segue acumulando quilômetros e histórias, e agora se prepara para uma prova voltada especialmente para quem já passou dos 60. “Correr sempre foi uma forma de liberdade para mim, e participar do Desafio Vida a Vida 60+ é uma alegria especial. Esse evento mostra que a corrida não tem idade, fortalece o corpo, a mente e nos conecta a pessoas com a mesma energia de viver bem depois dos 60”, afirma Lula. Para o corredor, iniciativas como essa reforçam que o esporte não é exclusividade dos mais jovens e podem inspirar novos adeptos, ao mesmo tempo em que destacam a importância da atividade física como um aliado para envelhecer com saúde e disposição. As inscrições já estão abertas e custam R$ 149,90, idosos têm 50% de desconto, e podem ser feitas até 13/10/2025, através do Portal SouCorredor. (www.soucorredor.com.br), e os kits devem ser retirados no dia 18 de outubro, na Livraria Jaqueira do Recife Antigo. Mulheres em Fio: inscrições abertas para oficina de dança gratuita no Recife Estão abertas até 30 de agosto as inscrições para a oficina gratuita “Corpas Rizomáticas: Mulheres em Fio”, idealizada pela artista e pesquisadora Lane Luz. A atividade convida mulheres cis e trans a uma vivência que une dança, ancestralidade e ecologia do corpo, como desdobramento do espetáculo Ser Rizoma. A oficina acontecerá nos dias 6, 13, 20 e 27 de setembro e 11, 18 e 25 de outubro, sempre aos sábados, na Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (AACA), na Ilha Santa Terezinha, em Santo Amaro. Serão oferecidas 20 vagas, metade delas destinadas a moradoras da comunidade local, além de duas para mulheres da comunidade surda, com acessibilidade em Libras. Com um repertório que dialoga com cosmologias afro-indígenas, referências de pensadores como Ailton Krenak e artistas como Rossana Paulino, a proposta busca um “corpo rizomático”, que dança em conexão com memórias, territórios e a natureza. Lane Luz ressalta a importância de realizar a ação em seu território de origem: “Quando falamos em território nesta pesquisa, nos referimos também a processos de desterritorialização de estados, posses, corpos, submissões e invisibilidades que não mais desejamos enquanto mulheres”. A

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