Entrevista com Luiza e Giselle Raposo: "Buscamos projetar sonhos"
Família de engenheiros ergueu a Paci, uma consultoria de projetos de instalações, que tem grandes empresas como clientes. Luiza Raposo, que começou a empresa ainda como profissional liberal, e a filha Giselle contam como o investimento em inovação contribuiu para o crescimento dos negócios. Mãe, pai e duas filhas. Todos engenheiros. Ergueram uma empresa familiar que se destaca no mercado por oferecer projetos de instalações, uma área em plena efervescência de inovação. A Paci – Projetos, Assessoria e Consultoria de Instalações começou pequena, quando Luiza Raposo decidiu tornar-se profissional liberal. Mas acabou crescendo e logo o marido Gilberto Raposo passou a fazer parte dos negócios e, quando as filhas Giselle e Gabrielle entraram, foi um sopro de renovação para o empreendimento ser protagonista num setor em constante disrupção. Entre os vários clientes da Paci estão Rede D’Or, Vitarella, Alpargatas, Magazine Luiza, muitos são sediados em outros estados e houve até projetos no exterior, como em Angola. O foco passou a ser projetos de alta complexidade. “Buscamos ser vistos como aquela empresa que as pessoas dizem ‘o projeto está difícil? Manda para a Paci’. E isso acontece muito”, explica Giselle que, juntamente com a mãe Luiza, conversaram com Cláudia Santos sobre a história da empresa, sua evolução e como conseguem administrar a vida empresarial e familiar. Falem um pouco sobre a evolução da empresa. Como a Paci começou? Luiza – Eu já trabalhava em empresas de projetos de instalações e, em 1998, resolvi trabalhar como profissional liberal. Após cinco anos, vi a necessidade de emitir notas fiscais. Então, em 2003, a Paci começou oficialmente como empresa, inicialmente comigo e Gilberto Raposo, meu esposo. Sou engenheira civil e da área de segurança. Gilberto é engenheiro civil. Depois, Giselle entrou como estagiária. Gilberto e eu trabalhávamos em vários projetos de instalações, mas não em elétrica, apenas na parte predial. Giselle, nessa época fazia engenharia elétrica na faculdade, hoje ela é engenheira eletricista. Com ela entrando, deu uma força na parte específica de instalações elétricas, que é uma área muito interessante, economicamente falando, também muito boa para o nosso negócio. Ela deu aquele gás. Então, começamos com um estagiário, depois dois, numa sala dentro de outro escritório. Entre nossos clientes, havia uma construtora para quem fizemos vários projetos. Quando apareceu um projeto na Avenida Norte, em Casa Amarela, decidimos incluir o da sede própria da Paci. Depois a empresa cresceu e adquirimos outro pavimento. Mas continuamos crescendo e o imóvel ficou pequeno. Construímos uma casa, também em Casa Amarela e, anos depois, compramos uma casa ao lado. Hoje somos em torno de 30 pessoas. Temos colaboradores muito antigos que foram nossos estagiários. Dois deles já fazem parte da nossa sociedade. Foram convidados para fazer parte do nosso grupo. A ideia é essa, aproveitar nossa equipe porque trabalhamos com muitas instalações e precisamos de pessoas que queiram trabalhar, se desenvolver nessa área, porque temos muito trabalho. Instalação é um leque muito grande. Há 10 anos, nossos principais clientes eram as construtoras. Hoje, com Giselle e a irmã Gabrielle, que também é engenheira eletricista, englobamos uma cadeia técnica muito forte no escritório e buscamos obras especiais. Giselle e Gabrielle trouxeram a possibilidade de oferecermos serviços mais complexos. Quais os serviços que vocês oferecem? Luiza – Trabalhamos com toda a parte de instalações elétricas e correlatos: projeto de instalações elétricas, hidrossanitárias, telecomunicações, SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), combate a incêndio, a parte ambiental, o sistema final de esgotos. Hoje temos clientes em todas as áreas: na parte comercial, predial, também de hotelaria, hospitais, shoppings. O interessante é que em toda construção, há instalações. Giselle – Durante cerca de 10 anos, era muito forte a parte predial, um grande volume de serviços da empresa era nesse segmento e, aos poucos, fomos migrando para a área de projetos especiais. São projetos de alta complexidade que exigem uma especificidade técnica maior, como shoppings, hospitais além de consultorias técnicas para projetar, tanto do ponto de vista da engenharia, quanto do ponto de vista de economicidade dos insumos, seguindo certificações de consumo inteligente, como o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). Nós trabalhamos também para construtoras, mas hoje lidamos diretamente com redes corporativas: redes de supermercados, de hotéis, de hospitais. Então nosso perfil de cliente é B2B (business to business) mesmo. É, por exemplo, um empresário médico que vai construir um hospital, é o supermercado que virou uma rede, uma academia que expandiu para duas ou três unidades. Então esses projetos de alta complexidade são o foco da empresa hoje, é com o que mais trabalhamos e existe um reconhecimento no mercado. Então é uma atividade com áreas diversas que requer um cabedal de estudos e pesquisas. Como está esse mercado? Giselle – Temos um mercado muito forte. Quanto à diversidade, é preciso entender que o que serve para um cliente, às vezes, não serve para outro. Não é uma engenharia com uma regra pronta, uma receita de bolo para atender a qualquer tipo de perfil. Existe um normativo, um conceitual geral que vamos compreendendo a depender da necessidade do cliente. Isso é, inclusive, um diferencial nosso. Temos essa capacidade de entender o cliente e proporcionar o que melhor se adapta a ele. Em relação a estudos, há cerca de cinco anos, estamos cada vez mais presentes na academia, tanto na participação de congressos de maneira geral, quanto em associações. Hoje, por exemplo, sou diretora da Regional Pernambuco da ABDEH (Associação Brasileira para Desenvolvimento do Edifício Hospitalar). É uma associação nacional que trata da infraestrutura para a saúde. Faço parte também de um grupo de estudo de projetos avançados do CREA-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco) que trata de processos de engenharia. Faço também alguns acompanhamentos junto com o CREA e com o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). É necessário trocar conhecimento, estar nesse movimento de aprender e ensinar para que o mercado evolua como um todo, porque não adianta ser uma bolha. Se não houver uma estrutura ao redor que possa nutrir esse
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