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Startup pernambucana vence prêmio nacional de empreendedorismo jovem

Navita Connect, criada por alunos do Colégio Fazer Crescer, conquista o Jovens Challenge e garante viagem ao Vale do Silício Alunos do Ensino Médio do Colégio Fazer Crescer, no Recife, conquistaram o título de campeões do prêmio Jovens Challenge, do programa Jovens For Schools, realizado em São Paulo nos dias 13 e 14 de setembro. A startup criada pelos estudantes Mateus Alves, Guilherme Freitas e Nicolas Gattás, chamada Navita Connect, tem como objetivo democratizar o acesso à energia limpa e reduzir custos para os consumidores. O reconhecimento rendeu ao trio a oportunidade de conhecer o Vale do Silício, na Califórnia. Na disputa, oito startups finalistas de todo o Brasil apresentaram seus projetos. Os pernambucanos se destacaram ao mostrar uma solução que conecta geradores de energia limpa a consumidores comuns, oferecendo até 20% de economia na conta de luz. A apresentação encantou os avaliadores Breno Perrucho e Juaréz Júnior, cofundadores do Jovens For Schools, que destacaram o impacto social e inovador do projeto. Segundo o professor orientador Kerley Muniz, “de um lado, temos geradores com recursos sendo desperdiçados. Do outro, temos uma mãe de três filhos no interior de Pernambuco que sofre para pagar a sua conta de luz. Esse desperdício poderia ser mais comida na mesa dessas famílias. Esse desperdício é uma oportunidade de elas viverem uma vida mais digna. Falta acesso, falta conexão, falta informação. É aí que entramos. Nós, da Navita Connect, unimos todas as etapas desse processo por meio de um aplicativo simples, rápido e acessível”. A startup já planeja validar o projeto com 100 usuários reais, consolidar parcerias com usinas solares e beneficiar um milhão de pessoas nos próximos cinco anos. A proposta da Navita Connect está alinhada com a Medida Provisória 1300/2025, que cria o Mercado Livre de Energia e permitirá, até 2027, que qualquer pessoa escolha sua fonte de energia. “Incentivamos a produção de energia mais sustentável, mais limpa e mais barata. O que nos leva à nossa terceira frente, que é a frente econômica. Com a venda de créditos de energia, nós conseguimos reduzir em até 20% a conta dos nossos clientes, gerando deflação dos preços do setor. Com poucos cliques na tela do seu celular, nossos clientes conseguem escolher sua fonte de energia, como um ‘Ifood’ de energia: mais barato, mais simples e mais justo; ainda mais com mercado em franca expansão”, disse Mateus Alves.

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Patrimônio ameaçado: desafios e estratégias para preservar o Centro Histórico de Olinda

Degradada e sob pressão urbana, a cidade enfrenta uma tendência de esvaziamento populacional no seu centro histórico e a maior necessidade de fiscalização. Em paralelo, iniciativas de restauração e propostas de gestão federal buscam proteger seu patrimônio arquitetônico e cultural. *Por Rafael Dantas “O Sítio Histórico de Olinda tem passado por um processo de degradação acelerada”, alerta o presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, George Cabral. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1982, a cidade reúne um acervo arquitetônico e paisagístico singular, marcado por igrejas e conventos dos séculos 16 e 17, além do casario colonial. No entanto, ela convive com dinâmicas urbanas e mesmo culturais incompatíveis com a sua identidade e com a necessidade de preservação. Apesar de o Centro Histórico de Olinda reunir 1,2 km² tombados, com paisagens marcantes, rica vegetação e a vantagem de estar próximo ao litoral, o turismo local não alcança a mesma vitalidade observada em outros patrimônios da Unesco, como as cidades mineiras de Ouro Preto e Diamantina. Somam-se a isso problemas de violência urbana e poluição sonora, que não apenas afastam visitantes mas, também, comprometem a permanência dos próprios moradores. “Quando a Unesco tombou a Olinda, uma coisa que ficou bem clara na declaração: havia uma conjunção muito interessante do patrimônio construído, do patrimônio vegetal e da população que residia ali, como fazedora de cultura, como gente que animava aquele centro histórico. Mas esses moradores têm sido sistematicamente afastados, porque hoje é praticamente impossível você viver em sossego na cidade”, observa o historiador. George Cabral ressalta que os moradores estão abandonando Olinda em busca de tranquilidade. Eles se queixam da falta de regulação das atividades dos espaços de show que se instalam nos casarões, das prévias carnavalescas que se estendem ao longo de metade do ano e dos roubos. As queixas são relativas à falta de regulação das atividades dos espaços de show que se instalam nos casarões, das prévias carnavalescas que se estendem ao longo de metade do ano, dos roubos, inclusive de cabos de cobre que se conectam às residências. Situações de controle urbano, combinadas com o relaxamento das normas de preservação. Esse conjunto de problemas e a consequente tendência de esvaziamento de moradores amplia as dificuldades de gerir uma cidade centenária, que naturalmente já teria os desafios de captar financiamento para a manutenção dos principais ícones arquitetônicos ou de induzir a conservação dos imóveis pelos seus proprietários. A chefe do Escritório Técnico de Olinda do Iphan-PE, Ana Paula Lins, alerta que qualquer intervenção em imóveis tombados ou no entorno precisa de anuência do instituto, devido à proteção federal na região. Apesar de não tratar o cenário como alarmante, ela considera que há dificuldades em diversas frentes. Ana Paula lista, por exemplo, a falta de uma educação patrimonial dos moradores, a necessidade de definir regras para proteger ruas, igrejas e casario das grandes festas, a exemplo do Carnaval, bem como do reforço da fiscalização. Especialistas alertam para a falta de uma educação patrimonial por parte dos moradores, e para a necessidade de definir regras para proteger ruas, igrejas e casario das grandes festas, a exemplo, do Carnaval, bem como do reforço da fiscalização. “O número de intervenções irregulares cresce numa perspectiva muito maior do que os próprios órgãos podem dar conta, porque o número de funcionários e de técnicos não é suficiente para fiscalizar tudo o que vem acontecendo no Sítio Histórico”, justifica  Ana Paula. A folia do Carnaval e todo o seu ciclo de prévias fazem parte da identidade da cidade, isso é inegável. Porém, o tamanho que a festa alcançou também tem preocupado tanto em relação à preservação do patrimônio da cidade, como à própria integridade física dos brincantes. O assunto já chegou, inclusive, ao Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda. DESAFIOS NA ÓTICA DO PODER MUNICIPAL A Prefeitura de Olinda explica que os principais desafios da gestão desse Sítio Histórico estão relacionados à alta complexidade técnica e financeira. “Muitas obras exigem recursos humanos especializados, materiais específicos e licitações complexas. Há também situações emergenciais, como no caso da Casa 28, interditada, e do Palácio dos Governadores, que demandam intervenções urgentes de coberta, fachadas e instalações”, relata Marília Banholzer, secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda. Além da preservação direta dos imóveis, o poder municipal reconhece a dificuldade de lidar com as pressões urbanas da dinâmica local. Ou seja, equilibrar a necessidade de preservação com as demandas cotidianas da cidade, viva e habitada, e que também recebe atividades de massa, como o maior Carnaval de rua do mundo. “Mas estamos enfrentando esses desafios com planejamento, articulações para o uso do Fundo de Preservação, parcerias e até avaliando possibilidades de PPP (parceria público privada) em equipamentos. Isso nos permite avançar apesar das limitações”, explicou a secretária. A Prefeitura de Olinda explica que os principais desafios da gestão do Sítio Histórico estão relacionados à alta complexidade técnica e financeira. Muitas obras exigem recursos humanos especializados, materiais específicos e licitações complexas. A Prefeitura de Olinda informou que estão em andamento um conjunto de ações que envolvem tanto a zeladoria quanto a restauração de imóveis tombados. Entre as iniciativas, estão a recuperação da Praça Laura Nigro, a manutenção do Observatório do Alto da Sé – em parceria com o Governo do Estado –, a instalação de novas placas de sinalização turística e patrimonial, além das tratativas para a colocação de placas maiores. Também estão em fase de licitação e atualização de orçamentos projetos, como o Mercado da Ribeira e o Cine Olinda. A secretária afirma que o patrimônio e a cultura da cidade seguem sendo um importante motor econômico de Olinda, visto que movimenta as pousadas, os restaurantes, os bares, o transporte, bem como o artesanato e toda cadeia da economia criativa. “Cada restauração concluída não é apenas uma vitória da preservação mas, também, uma oportunidade de gerar novos fluxos turísticos, valorizar o comércio local e fortalecer a imagem da cidade no cenário nacional e internacional”, destacou Marília.  INVESTIMENTOS FEDERAIS NA CIDADE Mesmo com as preocupações, há investimentos externos em

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Recife recebe primeiras exibições de “O Agente Secreto” 

Na última quarta (10), teve pré-estreia em Recife do premiado O Agente Secreto. Dois famosos cinemas de rua da cidade, o Cinema São Luiz e o Teatro do Parque exibiram o novo projeto de Kleber Mendonça Filho, com direito até a bloco de carnaval. Antes do início da sessão no São Luiz, o grupo Guerreiros do Passo frevou junto com a plateia. Se levaram frevo ao tapete vermelho do Festival de Cannes, em Recife não podia ser diferente.  “O Agente Secreto” transpira memória. Do plano fechado na manchete de jornal que anuncia a quantidade de homicídios na cidade aos relatos das personagens ameaçadas de morte, escondidas sob a proteção de um novo nome. Relatos de um passado que não se acanha em trazer à memória quem realmente são.   Na história, Wagner Moura encarna Marcelo, um misterioso professor universitário que viaja de Fusca de São Paulo a Recife no intuito de reencontrar o filho e conseguir documentos para fugir do país. O personagem transita por uma fase sombria do Brasil. O ano é 1977, pleno AI-5, período marcado por forte repressão e autoritarismo. A Ditadura Militar como pano de fundo imprime no ar um clima de desconfiança e medo. A narrativa é desenvolvida sem pressa, cena por cena sendo tecida como os intrincados padrões de um belo tapete persa, revelando aos poucos detalhes do passado do protagonista. O centro do Recife serve de cenário para a história. Locais como a praça do sebo, a Rua da Aurora, a Ponte Duarte Coelho e o Cinema São Luiz, este, cenário de grande importância para a história.  Paralelamente à trama principal, Kleber atiça o imaginário pernambucano ao revisitar uma das mais famosas lendas urbanas da região, a lenda da perna cabeluda, conhecida por tirar o sossego das pessoas nas noites recifenses. A perna ganhou tanto destaque que virou xodó da produção, a ponto de protagonizar uma ação de divulgação da produtora francesa MK2, que levou um molde para o Festival de Cannes.  Kleber costuma construir figuras complexas, difíceis de esquecer, como Lunga, o cangaceiro queer de “Bacurau” e a inesquecível Clara, interpretada de forma brilhante por Sônia Braga em “Aquarius”. Acertou outra vez em “O Agente Secreto”. Além de Marcelo, outros personagens se destacam como Dona Sebastiana, vivida pela atriz Tânia Maria. O bom trabalho da potiguar chamou a atenção da Revista Variety, que a incluiu na lista de possíveis indicadas ao Oscar, ao lado de nomes como Michelle Yeoh, Laura Dern e Emma Stone. Brasil outra vez no Oscar?  Após um ano de muita alegria para o Brasil no Oscar através do prêmio de Melhor Filme Internacional para “Ainda Estou Aqui”, a esperança ressurge, desta vez com “O Agente Secreto”. Em 2016, outro projeto de Kleber, “Aquarius”, também esteve entre os favoritos a representante do Brasil, porém foi preterido pela comissão responsável pela escolha, que indicou “Pequeno segredo”, de David Schurmann.   A jornada até a maior festa do cinema mundial no Dolby Theatre, em Los Angeles, é árdua e parte de uma boa presença nos festivais europeus. Em maio, “O Agente Secreto” foi aplaudido de pé por mais de 10 minutos em Cannes. Conquistou o prêmio de Melhor Diretor para Kleber, o de Melhor Ator para Wagner Moura, o Prêmio da Crítica de Melhor Filme e o Prix de Cinémas d'Art et Essai. Em agosto passado, no 29º Festival de Cine de Lima, ganhou a estatueta de Melhor Filme do Júri Oficial e de Melhor Filme pela crítica internacional. Outro desafio é chegar forte aos cinemas norte-americanos. A Neon, empresa americana de produção e distribuição, adquiriu os direitos do filme, o que é uma excelente notícia, considerando que a empresa foi responsável por lançar “Anora”, obra ganhadora do Oscar de Melhor Filme deste ano.  O escolhido do Brasil ao Oscar será anunciado pela Academia Brasileira de Cinema nesta segunda (15). “O Agente Secreto” disputa com outros cinco pré-selecionados, entre eles, “O Último Azul”, dirigido pelo pernambucano Gabriel Mascaro.  A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 6 de novembro. 

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Expansão da Avanade em Recife reforça estratégia nacional

Empresa anuncia plano dedicado à capital pernambucana e aposta em inteligência artificial para dobrar negócios no Brasil A Avanade, líder global em soluções Microsoft, inicia um novo ciclo de investimentos em Recife como parte de sua estratégia de crescimento no país. A companhia, que já atua na cidade desde 2012, anuncia um plano dedicado à capital pernambucana, com foco em inteligência artificial e integração ao ecossistema local de inovação. O movimento faz parte de um projeto nacional mais amplo, que prevê dobrar o volume de negócios no Brasil nos próximos três anos, acompanhando a crescente digitalização das empresas e a busca por soluções emergentes. Globalmente, a meta da Avanade é conquistar mil novos clientes até o fim de 2025 e ampliar em 34% sua participação no mercado de serviços voltados ao ecossistema Microsoft até 2027. “Recife reúne uma combinação poderosa de talento local, cultura de inovação e políticas públicas voltadas ao fomento tecnológico. Enxergamos que aqui existe o ambiente ideal para escalar soluções em inteligência artificial que realmente dialoguem com os desafios e oportunidades do Brasil”, afirma Érica Hori, Diretora de Governança de Entregas da Avanade em Recife. Atualmente, cerca de 700 pessoas atuam na operação da empresa na região metropolitana do Recife, em sua maioria em regime de home office. Com o novo plano, a Avanade aposta na estruturação física, no fortalecimento da cultura organizacional e na formação de talentos digitais, com foco em inteligência artificial aplicada aos negócios.

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Governo de Pernambuco atrai novo investimento de mais de R$ 70 milhões para Goiana

Nova fábrica da Interlândia vai gerar 600 empregos e ampliar produção de produtos de limpeza no estado O município de Goiana receberá uma nova unidade industrial da Interlândia, fabricante dos produtos de limpeza da marca Dragão, com investimento que supera os R$ 70 milhões. A fábrica já está em construção e deve iniciar sua fase de testes no final de 2026, entrando em operação plena até 2028. POSTOS DE TRABALHO E PRODUÇÃO Com previsão de gerar 150 empregos diretos e outros 450 indiretos, a unidade dará prioridade à contratação de mão de obra local em parceria com instituições de qualificação profissional. A produção será voltada para água sanitária, desinfetantes em diferentes volumes, multi alvejante e um novo lava-louças, atendendo especialmente à demanda do mercado nordestino. APOIO DO GOVERNO DO ESTADO PARA ATRAÇÃO DO INVESTIMENTO O projeto conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), responsável por viabilizar a instalação desde a definição do local até a estruturação de incentivos fiscais. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, destacou: “A chegada da Interlândia a Goiana mostra que Pernambuco tem todas as condições para atrair grandes indústrias para diferentes regiões. Nosso trabalho é criar o ambiente certo para que o setor privado invista, gerando empregos, renda e inovação. Esse é mais um passo para fortalecer a economia do estado de forma equilibrada e sustentável”. A diretora-presidente da Adepe, Ana Luiza Ferreira, também ressaltou a parceria entre poder público e iniciativa privada. “A consolidação deste projeto em Goiana demonstra a sinergia e a confiança que existem entre o setor público e o privado em Pernambuco. Este investimento é resultado de um trabalho estratégico da Adepe, que busca não só o crescimento econômico, mas também a sustentabilidade. A atração de investimentos estratégicos, a geração de valor e fortalecimento da nossa economia acontecem pautados no diálogo e na busca por soluções”, afirmou. Nova fábrica da Interlândia em Goiana (PE)Investimento: R$ 70 milhõesInício da fase de testes: final de 2026Operação plena: até 2028Empregos gerados: 150 diretos e 450 indiretos

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Sobre a nova lei de parcelamento, uso e ocupação do solo do Recife

*Por Francisco Cunha Desde os bancos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde me graduei em Arquitetura e Urbanismo, que achava esquisito o contraste entre a quantidade de leis urbanísticas existentes no País e a má qualidade da urbanização das cidades brasileiras. Depois que me formei, tomei outro rumo profissional, comprei um carro, entrei nele e passei 25 anos “fora da cidade” (isso porque, mais adiante entendi, que quem só se locomove de carro fica fora da cidade mesmo que continue morando nela). A coisa continuou assim até que decidi ilustrar um livro que estava escrevendo sobre a história de Pernambuco com fotos do Recife contemporâneo baseado no entendimento de que “O Recife é o museu vivo da história de Pernambuco”, frase do historiador Leonardo Dantas Silva. Fazendo, de dentro do carro, o registro dos locais para o estudo fotográfico, me dei conta de que não conseguia ver tudo e decidi que, terminado o livro, iria caminhar pela cidade para tentar descobrir o que não estava conseguindo de forma motorizada. 15 anos depois dessa decisão e após ter caminhado cerca de 50 mil quilômetros dentro do Recife (mais do que a circunferência da Terra, o que me faz dizer que “circulei o mundo inteiro sem sair do Recife”), uma realidade completamente nova se abriu para mim. Mergulhei no estudo do Urbanismo que havia deixado na faculdade (tão profundamente que hoje me considero “pós-graduado em Urbanismo pelos pés”) para entender o mal-estar que havia me causado o retorno pedestre à cidade. A conclusão a que cheguei, depois de muito estudar, caminhar e refletir, inclusive refletir caminhando, foi a de que o Recife, após ter estado, até a década de 1940, na vanguarda da discussão urbanística nacional (e, mesmo, mundial), a partir de então foi vitimado por um duplo “atropelamento”: (1) populacional (a população passou de cerca de 500 mil habitantes em 1950 para 1 milhão em 1970); e (2) automobilístico (a frota passou de alguns raros veículos para cerca de 800 mil atualmente, caminhando rapidamente para atingir em breve o recorde de 1 milhão, quase um por habitante). O resultado foi que o controle urbanístico restou na prática perdido e a cidade se transformou no que passei a chamar de “quebra-cabeças desmontado”, uma espécie de “colcha de retalhos” de loteamentos acrescentados ao tecido urbano sob a regulação de uma legislação profusa, confusa e, em boa medida, contraditória, com a completa perda das visões de modelo de organização urbanística e estratégica de longo prazo. As antigas estradas (de João de Barros, de Dois Irmãos, do Arraial, das Ubaias, do Encanamento, de Água Fria, de Beberibe, de Pau D’Álho, de Limoeiro etc., onde só transitavam pessoas a pé, de cavalo ou de carroça) se viram transformadas em avenidas de quatro faixas de rolamento, cheias de carros que passaram a ocupar todos os espaços públicos disponíveis, inclusive as calçadas para estacionamento. Em consequência, o Recife passou a aparecer nas pesquisas e nas manchetes como uma das mais engarrafadas do país e, mesmo, do mundo. Para piorar, no início do Século 21, o Recife começa a despontar no noticiário nacional como a capital mais violenta do País. Foi então que um grupo de pessoas que militava na cidadania empresarial resolveu, em 2008, criar o Observatório do Recife para tentar entender, via indicadores, o que estava acontecendo. Como eu já fazia caminhadas em pequenos grupos, recebi o convite do Observatório para guiar as caminhadas temáticas Olhe Pelo Recife e, antes da campanha eleitoral de 2012, coordenar o projeto O Recife que Precisamos. Essas duas iniciativas possibilitaram, após a escuta de especialistas e da população, a construção de uma proposta que enfatizava cinco prioridades: (1) Retomada do Planejamento de Longo Prazo; (2) Retomada do Controle Urbano; (3) Destravamento da Mobilidade; (4) Recuperação do Centro da Cidade; e (5) Revitalização do Rio Capibaribe. Essas prioridades foram apresentadas a todos os candidatos a prefeito e amplamente discutidas na campanha, a ponto de serem incluídas no programa de governo da chapa vencedora (Geraldo Julio / Luciano Siqueira). Como consequência, desde então (já que o projeto foi renovado e reapresentado a cada eleição subsequente): já estamos na segunda edição do Plano Recife 500 Anos (durante as discussões, descobrimos que o Recife será a primeira capital brasileira a completar 500 anos em 2037); os outros modos de deslocamento sustentáveis que não o motorizado (a pé, de bicicleta, por transporte coletivo) foram ampliados com melhores calçadas, maior malha cicloviária e faixas azuis para o transporte público; foi criado o programa Recentro com um gabinete do Centro do Recife e um plano de longo prazo chamado O Centro do Recife na Rota do Futuro; e, por último mas não menos importante, o Parque Capibaribe, resultado de uma pioneira pesquisa (que durou sete anos), aplicada de urbanismo, realizada pela Prefeitura do Recife e a UFPE. No meio de todo este percurso foi ficando ainda mais evidente o emaranhado legal, incluído o resultante de um plano diretor mal feito e mal revisado (com uma pandemia pelo meio), leis superpostas, com dispositivos conflitantes e desatualizadas, numa verdadeira barafunda jurídica, apenas sobressaindo-se, como exceção “benigna”, a chamada Lei dos 12 Bairros (Lei Ordinária Nº 16.719 de 2001) que definiu parâmetros urbanísticos mais “civilizados” para os 12 bairros lindeiros ao Rio Capibaribe pela sua margem esquerda (Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Santana, Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Apipucos e parte do bairro Tamarineira). Por conta deste reconhecimento tive, inclusive, a oportunidade e a satisfação de escrever um livro, em parceria com Luiz Helvécio, Norma Lacerda e Paulo Reynaldo, sobre a importância da Lei dos 12 Bairros para o Recife. Esta situação de confusão legal perdurou até que, na atual gestão municipal, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Felipe Matos, liderou, em boa hora, a equipe do Instituto Pelópidas Silveira (a instituição responsável pelo planejamento urbano da cidade) na revisão da legislação defasada e na construção participativa de uma nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Recife (LPUOS) que dirimisse as contradições e dotasse a

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Pernambuco na rota da inovação e da tecnologia

Com startups em expansão, ecossistema fortalecido e soluções sustentáveis, o Estado se consolida como polo estratégico do Nordeste, mas ainda enfrenta desafios de escala e inserção no mercado nacional. *Por Rafael Dantas A inovação tornou-se palavra de ordem no planejamento estratégico das empresas, nos debates sobre gestão pública e, também, na busca por respostas aos novos desafios de um mundo cada vez mais tecnológico e marcado pelas mudanças climáticas. Impulsionados pelo Porto Digital, pelos investimentos privados e pelas universidades, os empreendimentos de base tecnológica pernambucanos – verdadeiras pontas de lança dessa engrenagem – vêm ganhando força em atividades produtivas de grande relevância para a economia local. O Estado lidera o número de startups no Nordeste, com 780 em operação, segundo pesquisa do Sebrae. Na semana passada, parte desse ecossistema marcou presença em um dos maiores eventos do setor no País, o Startup Summit, levando para Santa Catarina insights e soluções made in PE. O ecossistema local já movimenta cifras relevantes. Segundo pesquisa da Caravela a partir de dados da Neoway, o faturamento do setor de tecnologia – que tem 14.858 empresas no Estado – em 2024 foi de R$ 13,8 bilhões, 5,9% superior ao registrado em 2023. O movimento é crescente nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, o faturamento total foi de R$ 9,2 bilhões.  Porém, quando a lupa se volta para a participação da economia pernambucana, o setor responde por 4,79% do PIB de Pernambuco. Além disso, o Estado ocupa a 10ª posição nacional no ranking de maior protagonismo do setor na economia estadual, que é liderado pelo Amazonas (14,9%), por São Paulo (10,5%) e por Santa Catarina (7,7%).  Quando analisada a parcela de contribuição de Pernambuco na produção nacional, o Estado responde por apenas 1,69% do faturamento do setor no Brasil. Uma participação ainda tímida, mesmo com todo crescimento do Porto Digital nos últimos anos. Pernambuco tem vantagens claras em serviços de tecnologia, saúde, mas também sobre o bioma da Caatinga e na economia azul. São segmentos com grande potencial de inovação e mercado". Evelyne Labanca POTENCIAIS LOCAIS Os estudos empreendidos pelo ecossistema de inovação do Sebrae no Estado revelam alguns diferenciais competitivos. Na pesquisa Startups Sebrae Report 2025, 14,75% dessas empresas são da tecnologia da informação. Na sequência já aparece o segmento de saúde e bem-estar, com 12,82% de representação.  “O Estado tem vantagens claras em serviços de tecnologia, saúde, mas também sobre o bioma da Caatinga e na economia azul (modelo econômico focado no uso sustentável dos recursos oceânicos e costeiros para promover o desenvolvimento). São segmentos com grande potencial de inovação e mercado”, destaca Evelyne Labanca, gerente de Negócios Inovadores do Sebrae-PE. Dois exemplos ajudam a ilustrar esse potencial: a Gumlife, que aposta no bioma da Caatinga ao desenvolver insumos sustentáveis para cosméticos a partir da resina do cajueiro, e a AICury, que inova na saúde com inteligência artificial para monitorar pacientes no pós-operatório. Ambas foram destaques no Startup Summit e mostram como ciência e empreendedorismo podem se transformar em impacto econômico e social. Com um olhar na Caatinga, tanto na pesquisa quanto no mercado, a Gumlife nasceu dentro da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Ela apresentou ao País soluções inovadoras a partir da resina do cajueiro, que é adquirida diretamente de agricultores familiares, criando uma nova fonte de renda no campo.  Incubada no Parque.TeC UFPE, a empresa surgiu em 2020 a partir de pesquisas acadêmicas de estudantes de farmácia, biomedicina e medicina, consolidando-se como empresa em 2022. O objetivo é claro: transformar ciência em impacto real. “A gente sentia a necessidade de trazer algo para o mercado. A sociedade cobra muito: ‘o que é que vocês trazem de volta para a gente?’”, destaca a CEO Joandra Leite. O principal produto desenvolvido pela Gumlife é uma goma purificada, obtida da resina extraída do cajueiro, que  pode ser aplicada nas indústrias cosméticas, alimentícias e farmacêuticas. O insumo natural traz propriedades hidratantes, anti-inflamatórias e estimulantes da síntese de colágeno para o rejuvenescimento facial. Além dele, a empresa desenvolve um suplemento prebiótico voltado para a saúde intestinal. Segundo Joandra, a proposta é entregar soluções veganas e sustentáveis, reforçando a inovação nordestina. “Além de ser natural, nosso cosmético é vegano e traz propriedades de rejuvenescimento e saúde para a pele”, explica. O modelo de negócio da Gumlife combina a venda de insumos para outras empresas (B2B) e o desenvolvimento de produtos próprios. A startup mostra em feiras os cosméticos, enquanto aguarda o registro da Anvisa para lançar sua primeira linha de dermocosméticos ao consumidor, prevista para dezembro de 2025. Já o suplemento prebiótico deve chegar ao mercado ao longo de 2026. Várias inovações ancoradas no semiárido estão despontando nos eventos de mercado e científicos. Essas novas tecnologias partem de centros de pesquisa acadêmicos, como também de instituições estatais como Embrapa e IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), além de empresas que já descobriram os potenciais da Caatinga.   INOVAÇÃO QUE RIMA COM SAÚDE, IA E WHATSAPP No campo da saúde, o Recife desponta como o segundo polo médico no País. É nesse contexto que nasceu a AICury, startup recifense incubada também no Parque.Tec da UFPE. Ela desenvolveu uma tecnologia pioneira que utiliza inteligência artificial para acompanhar pacientes no período pós-operatório, diretamente pelo WhatsApp.  Criada há dois anos, a solução garante assistência remota por até 30 dias após a alta hospitalar, permitindo que complicações sejam detectadas mais cedo e os pacientes retornem ao hospital com menor risco. “Conseguimos identificar com 99% de acurácia uma infecção pós-cirúrgica mais cedo, o que melhora a qualidade de vida do paciente e reduz custos para os hospitais”, explica José Willian Nascimento, diretor de produtos da AICury. Conseguimos identificar com 99% de acurácia uma infecção pós- cirúrgica mais cedo. O objetivo é garantir qualidade de vida ao paciente e gerar economia de recursos, especialmente para o setor público. José William do Nascimento Batizada de Lucy, a IA conversa com pacientes de diferentes faixas etárias e níveis de escolaridade, analisando padrões de resposta para identificar sinais de alerta. Caso seja detectado risco de complicação, o sistema aciona

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Os segredos do sucesso do pólo de TI de Santa Catarina

No Nordeste, o Recife desponta como o principal polo de inovação e tecnologia em diversos estudos e indicadores. No cenário nacional, o destaque é por São Paulo, que concentra a maior parte dos investimentos e das oportunidades do setor. Porém, um destino já tradicional e sólido - com experiências de algumas décadas - está crescendo acima da média nacional: Santa Catarina, com maior ênfase à cidade de Florianópoles. A cidade recebeu no final do mês passado o Startup Summit, um do principais eventos de inovação do País, que tem a promoção da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia) e do Sebrae Startups. Vários dados anunciados no encontro, que reuniu centenas de startups, revelam quanto esse pólo é robusto e promissor. Florianópolis se destaca como a capital brasileira com maior peso do setor de tecnologia no PIB municipal, ficando atrás apenas de Barueri (SP). Com 25% do PIB provenientes da tecnologia — comparado aos 27,2% de Barueri —, a cidade combina crescimento econômico sustentável com inovação. Em 2023, o faturamento do setor atingiu R$ 12 bilhões, figurando entre os dez maiores do país, e registrou expansão de 23,4% desde 2018, segundo dados da Rede de Inovação de Florianópolis e da ACATE. A capital é a sede de 6,1 mil empresas de tecnologia, que geram aproximadamente 38 mil empregos. Esse volume representa 45% de todos os postos de trabalho em tecnologia em Santa Catarina - que possui pólos importantes também de TI no interior. Santa Catarina se consolidou em 2024 como o quinto maior polo de tecnologia do Brasil, segundo o Observatório ACATE 2025. O setor faturou R$ 42,5 bilhões, alta de 11% sobre o ano anterior — bem acima da média nacional (7,7%) — e já representa 7,75% do PIB estadual. Nos últimos cinco anos, o segmento cresceu mais de 40%, reforçando o estado como referência em inovação no país. Já o volume de empregos no Estado passa dos 100,4 mil postos, ficando atrás apenas de São Paulo e de Minas Gerais. Apesar de números robustos, a expectativa no cenário do emprego é de ampliação de mais 40% nos próximos 5 anos. Neste cenário, a Acate estima atingir 10% do PIB estadual, com faturamento de R$ 68, bilhões. "A gente cresceu bem acima da média geral, fazendo com que a gente passasse do sexto para o quinto faturamento do Brasil, passando do Rio Grande do Sul. Isso é representativo, porque estamos falando de forma absoluta. Nosso Estado é pequeno, tem apenas 1,1% do território e 3,4% da população brasileira. Sermos o quinto maior polo de faturamento é bem representativo", destacou o presidente da Acate, Diego Ramos. Descentralização tecnológica fortalece Santa Catarina Além da capital, municípios como Joinville, Blumenau, Itajaí e Criciúma registraram aumentos expressivos na arrecadação de ISS proveniente do setor de tecnologia, variando entre 56% e 1.025% nos últimos cinco anos. O crescimento evidencia a expansão econômica sustentável e o fortalecimento do setor de inovação em todas as regiões do estado. Essa experiência é um bom horizonte para a experiência pernambucana, que apesar da concentração no Recife tem feito esforços em direção aos municípios de Caruaru e Petrolina. Florianópolis lidera densidade de startups no Brasil Com o título oficial de Capital Nacional das Startups, Florianópolis concentra mais de 40% das startups de Santa Catarina e registra uma densidade até dez vezes maior do que São Paulo, segundo dados da AbStartups. Entre 2022 e o primeiro semestre de 2024, 31 novas startups receberam investimentos de venture capital, consolidando a cidade como polo emergente de inovação na América Latina. Empresas catarinenses ampliam conexões globais Empresas como a WTM, com sede em Balneário Camboriú, e a multinacional italiana Zucchetti têm investido na internacionalização de soluções tecnológicas, fortalecendo a presença de Santa Catarina em mercados globais. Esses movimentos refletem o dinamismo do ecossistema local e a abertura para negócios internacionais em áreas como varejo, automação, serviços digitais e inovação. Forte programa de incubação é um dos "segredos" do pólo A Rede MIDIHUB, parceria entre ACATE e Sebrae Startups, já apoiou mais de 100 empresas desde 2020, gerando R$ 78 milhões em faturamento e captando R$ 27 milhões em investimentos. O modelo de incubação multipremiado fortalece o ecossistema de inovação catarinense e projeta o estado como referência nacional no desenvolvimento de startups. De acordo com dados da associação, os programas de formação de talentos já impactaram também mais de 55 mil pessoas. As iniciativas nessa direção ampliam a atração de profissionais para o setor, que abre a cada ano novas oportunidades. Desde 2020 para cá, nós duplicamos o número de empresas de tecnologia. Isso é muito relevante. Estamos crescendo não apenas em faturamento, mas no número de empresas, o que torna sustentável esse crescimento", ressaltou a vice-presidente de relacionamento da Acate, Betina Giehl Zanetti Ramos Inovação aberta e ponte com o setor público conecta grandes empresas e startups Programas como o LinkLab (iniciativa de fmento à inovação aberta da Acate) e a Rede INOVAGOV/SC (que atua no setor público, levando soluções inovadoras aos órgãos do Estado) promovem integração entre startups e grandes corporações ou órgãos públicos, como Floripa Airport, Grupo Pereira, Tribunal de Justiça e Ministério Público de SC. A iniciativa otimiza processos institucionais e fomenta negócios, consolidando o polo. Corporates de SC recebem aportes milionários As corporates catarinenses seguem atraindo atenção de investidores e reforçando o protagonismo de Santa Catarina no cenário nacional de inovação. Em 2025, três associadas da ACATE — Indicium, Paytrack e ASAAS — receberam aportes que variaram de R$ 40 milhões a R$ 240 milhões. A Indicium, referência em soluções de dados e inteligência artificial, prepara expansão internacional; a Paytrack, focada em gestão de despesas corporativas e cartões, amplia presença no mercado nacional; e a ASAAS, especializada em gestão financeira e meios de pagamento, aposta no crescimento junto a pequenas e médias empresas. Os investimentos confirmam a maturidade do ecossistema de tecnologia do estado e reforçam SC como um dos principais hubs de inovação do país, ao lado de São Paulo e Minas Gerais. Unidade do mercado e com a

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Recife registra queda em 11 de 12 produtos da cesta básica em agosto

Tomate, banana e leite integral puxaram a redução de preços na capital pernambucana, que teve variação de -4,02% em relação a julho O custo da cesta básica caiu em 24 das 27 capitais brasileiras em agosto, segundo análise conjunta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). No Recife, a redução foi de -4,02% em relação a julho, ficando entre as seis maiores quedas do país. O valor médio no mês chegou a R$ 629,14. Onze dos 12 produtos que compõem a cesta básica apresentaram redução de preços na capital pernambucana. O destaque foi o tomate, com queda de 19,08%. Também registraram retração a banana (-4,85%), o leite integral (-4,11%), a farinha de mandioca (-3,80%), o óleo de soja (-2,99%), o arroz agulhinha (-2,29%), o açúcar cristal (-1,35%), o café em pó (-1,28%), a carne bovina de primeira (-0,72%), o feijão carioca (-0,58%) e a manteiga (-0,25%). No acumulado do ano, entre dezembro de 2024 e agosto de 2025, sete produtos ficaram mais baratos em Recife. Os principais recuos foram do arroz agulhinha (-23,45%), leite integral (-10,70%), óleo de soja (-7,44%), feijão carioca (-6,76%) e açúcar cristal (-4,36%). Também tiveram queda a farinha de mandioca (-4,28%) e a carne bovina de primeira (-0,56%). Já no acumulado de 12 meses, quatro alimentos se destacaram pela queda expressiva: arroz agulhinha (-24,98%), farinha de mandioca (-10,05%), feijão carioca (-8,97%) e açúcar cristal (-8,54%). A análise faz parte da Pesquisa Nacional de Preços da Cesta Básica de Alimentos, que passou a abranger todas as 27 capitais brasileiras após parceria firmada em 2024 entre Conab e DIEESE.

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Chamada Nordeste já soma R$ 12 bilhões em propostas para neoindustrialização da região

Empresas e cooperativas dos nove estados apresentam projetos em áreas estratégicas como transição energética, bioeconomia e hidrogênio verde A Chamada Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em maio deste ano, já recebeu propostas que totalizam R$ 12 bilhões em investimentos. A iniciativa, que disponibilizou R$ 10 bilhões em crédito para projetos de inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável, permanece aberta até 15 de setembro de 2025 para novas inscrições de empresas e cooperativas. O balanço preliminar reflete a mobilização regional em torno da maior chamada de projetos já realizada para a indústria nordestina. Construída em parceria entre BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Finep, Sudene e Consórcio Nordeste, a ação inédita reúne pela primeira vez instituições federais de fomento em torno do objetivo de apoiar a transformação produtiva da região. As propostas já submetidas abrangem os nove estados do Nordeste e contemplam as cinco áreas estratégicas definidas: transição energética com foco em armazenamento, bioeconomia com foco em fármacos, hidrogênio verde, Data Center Verde, setor automotivo e tecnologias para agricultura familiar. Entre os setores que mais atraíram recursos estão energia renovável, hidrogênio verde e infraestrutura de data centers. O engajamento foi estimulado por uma jornada de apresentações presenciais entre maio e agosto, com eventos organizados pelas instituições parceiras em todos os estados, em parceria com governos locais e federações de indústria. O último encontro ocorreu em Campina Grande (PB), reunindo representantes do setor produtivo e autoridades. Lideranças nacionais e regionais destacaram a importância do resultado. Para Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, "este primeiro balanço demonstra o potencial e a força produtiva da região, que é cada vez mais estratégica para a neoindustrialização do país". Já Rafael Fonteles, governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, ressaltou: “Este resultado desmistifica a velha narrativa de que o Nordeste carece de projetos de qualidade e reforça o que sempre defendemos: quando o poder público atua de forma coordenada e proativa, com ações diretas para impulsionar a economia regional, o resultado aparece". As propostas enviadas podem incluir desde instalação de infraestrutura física, aquisição de máquinas e equipamentos, desenvolvimento de projetos com universidades e centros de pesquisa até capital de giro. Após o recebimento, os projetos passam por avaliação até 28 de novembro, com formalização do Plano de Suporte Conjunto em 15 de janeiro de 2026. A fase de contratação e execução das iniciativas aprovadas terá início em 16 de janeiro de 2026. ServiçoPrazo para envio de propostas: até 15 de setembro de 2025Avaliação: até 28 de novembro de 2025Formalização do Plano de Suporte Conjunto: até 15 de janeiro de 2026Início da execução dos projetos: 16 de janeiro de 2026

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