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Ótica Líder inaugura loja no Patteo Olinda e projeta crescer 30% em 2022

Com 11 anos de atuação na cidade de Olinda, a Ótica Líder aposta forte na expansão dos negócios com a inauguração da nova loja localizada no piso Térreo, do Shopping Patteo. A unidade, que tem quase o dobro do tamanho da anterior. De acordo com um dos sócios da rede, Gustavo Negromonte, a mudança de local para uma loja maior faz parte dos planos de expansão da empresa. “Sentimos necessidade de uma unidade mais ampla e com uma melhor localização para que possamos oferecer mais conforto e um atendimento exclusivo. Estamos trazendo um novo conceito a partir de um projeto sofisticado que irá proporcionar uma melhor experiência para os clientes”, enumera o empresário, que projeção um incremento no faturamento de 30% até o final deste ano. A Ótica Líder é uma empresa familiar liderada pelos empresários Ana Cláudia, Raisa e Gustavo Negromonte e conta com mais duas lojas no município, sendo uma no bairro de Casa Caiada (matriz) e outra em Bairro Novo, que é a maior loja da rede. Nas 3 unidades, a rede de óticas gera 14 empregos diretos e 3 indiretos. Para 2023, a rede projeta investimentos com foco principal na abertura de novas operações no Recife. “Entendemos que está no momento de ampliarmos a nossa marca trazendo para o cliente da cidade vizinha a experiência Líder que nasceu em Olinda”, afirma o gestor.

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Temporada de Cruzeiros iniciou no Porto do Recife

Uma das apostas do turismo pernambucano e recifense deu o primeiro passo para reativação neste feriado. O Porto do Recife abriu a Temporada de Cruzeiros 2022/2023, após dois anos sem receber esses navios por causa da pandemia. A embarcação pioneira da temporada foi o navio National Geographic Explorer, com 148 passageiros e 70 tripulantes a bordo. “Estamos com uma expectativa muito alta para essa retomada da temporada de cruzeiros no Recife depois de uma interrupção de dois anos. Queremos mostrar ao visitante que nosso destino está preparado para recebê-los, prestando um serviço de atendimento ao turista de forma completa e adequada, com roteiros estruturados e diversificados, contemplando cultura, história e lazer” reforça a secretária de Turismo e Lazer de Pernambuco”, Milu Megale. De acordo com a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, esta temporada é cotada para ser a maior da última década. No Recife, a previsão é de que 23 navios de cruzeiros, com mais de 35 mil passageiros passem pelo cais do Terminal Marítimo da capital pernambucana e incremente cerca de dois milhões de reais, na receita do Porto do Recife. Após a chegada do National Geographic Explorer, o próximo navio de passageiros a atracar no ancoradouro é o Viking Octantis, com previsão de chegada para o dia 30/10.

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Nova morada no Janga promete 200 empregos diretos e até 500 indiretos

O empresário Avelar Loureiro anunciou o lançamento do Mirante dos Corais, empreendimento no valor de R$ 91,2 milhões na praia do Janga, na cidade do Paulista. A previsão de entrega está para dezembro de 2025 gerando ao todo 200 empregos diretos e 500 indiretos. O empreendimento é um dos braços de desenvolvimento econômico do litoral norte que vai ter um aporte total do trade turístico no valor de R$ 10 bilhões nos próximos 10 anos. O empreendimento terá 3 torres, sendo 26 itens da área de lazer entre eles: coworking, pet place e lavanderia coletiva, tendência nos novos espaços de morada. Os imóveis ficarão a 200 metros do Super Bompreço e do Shopping Norte Janga.

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Documentário reflete sobre as contradições do crescimento econômico na Índia

Uma cena impressionante, capitada por um drone, de um aterro sanitário nos arredores de Deli, cidade indiana. Ao fundo, a voz em off provoca: "Se essa é a aparência do desenvolvimento, imaginemos como seria o mundo sem ele". Outra sequência mostra o peso do céu maculado pela poluição ameaçando desabar a qualquer momento sobre as pessoas, sufocadas pelo calor e o mal cheiro do lixo espalhado a cada centímetro de terra. A cidade é transpassada por um rio caudaloso marrom-escuro de aparência nada saudável. Imagens que denunciam uma realidade que, tal qual monstro horrendo, sobrepõe e devora os parcos benefícios do crescimento econômico cada vez mais limitados a alguns poucos ricos. Em 1991, a Índia abriu a economia ao livre mercado e, desde então, colhe os apodrecidos frutos dessa decisão, escassez e poluição de um lado, riqueza e conforto do outro. Em Invisible Demons, o diretor Rahul Jain volta o olhar a Deli, cidade em que nasceu, e a partir dos problemas da metrópole indiana, aguça nossa percepção quanto às sequelas herdadas de um questionável desenvolvimento. Jain não se esquiva do papel de privilegiado, dos que integram o pequeno grupo que tem acesso ao conforto de um ar-condicionado, enquanto outros (por sinal, a maioria da população) enfrentam ondas de calor que ultrapassam os 50 graus de temperatura. Desenvolvimento e religião batem cabeça, trilham caminho oposto. Um barqueiro conta em desalento que, devido a poluição do rio, os rituais religiosos perderam força. Ainda assim há os que resistem, pessoas que insistem em manter suas tradições religiosas. A câmera acompanha o bailar das águas transpassadas pelos pés de mulheres que rezam, indiferentes ao lixo e dejetos. Rahul Jain extrai beleza de onde, à primeira vista, não há, através de imagens aéreas das ruas, de carros que cruzam avenidas movimentadas, mais parecendo imensa colônia de formigas. A contradição é matéria prima do projeto, que se propõe a refletir sobre as questionáveis benesses do desenvolvimento econômico que, colocadas na balança, penderão para o lado dos mais ricos. O documentário está disponível na plataforma Mubi.

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temperos sirios libaneses

Sabores imigrantes sírio-libaneses

*Por Raul Lody Pode-se dizer que a comida é um grande argumento que a pessoa preserva para marcar e localizar sua história, sua sociedade, e, desse modo, definir-se naquilo que se entende por pertencer a uma cultura, a uma tradição. E deste amplo e diverso tema o Brasil entende muito bem, porque tem uma sociedade formada, principalmente, por imigrantes, desde os oficiais colonizadores que vieram de Portugal até as imigrações que foram organizadas no século XIX para cá, quando vieram os italianos, os japoneses, os sírios, os libaneses, entre outras culturas.Com tudo isso, o Brasil recebeu uma grande diversidade de sistemas alimentares que formaram diferentes cozinhas regionais aonde se encontram amplos acervos culinários que atestam a nossa multiculturalidade. São as matrizes etnoculturais que selecionam os ingredientes, seja por motivos nutricionais ou simbólicos. E, sem dúvida, está na comida o maior acervo de memórias afetivas, e representações distintas que fazem parte do ato sagrado da alimentação. Através da alimentação, e seus rituais de comensalidade, há o reconhecimento das identidades que dão sentido ao sabor, a sua funcionalidade, e o seu significado para as relações sociais.O Brasil reúne uma cozinha geral que é composta de muitas cozinhas imigrantes; e destaco o gosto e o hábito do brasileiro que se identifica com um amplo acervo gastronômico nominado por comida árabe.Há muito tempo, as comidas que trazem as culturas do Oriente Médio integram os nossos hábitos alimentares e, em especial, as receitas de sírios e libaneses. Destas comidas as que ganharam mais popularidade foram: o quibe, a esfirra, a pasta de grão-de-bico; o pão-boina ou pão-árabe; e a coalhada. O valor simbólico do quibe ou do pão kubs, que segue as técnicas dos preparos tradicionais e usam seus ingredientes especiais, faz com que cada comida seja um texto memorial que representa histórias coletivas, pessoas que distantes dos seus territórios se reconhecem a partir de sabores, de formas, de cores, de estéticas, que trazem as mais profundas referências do seu povo, da sua sociedade, da sua civilização.Um quibe deve ser preparado com ingredientes tradicionais como carne de cordeiro; burghul – trigo inteiro –; fulful bar – mistura com pimenta branca e pimenta preta –; cebola; sumak – tempero vermelho. Além disso, há ainda uma variedade de tipos de quibes, tais como: jublie, naie, irake. Aliado ao conceito de comidas que estão integradas aos nossos hábitos alimentares, cardápios que chegam com o crescimento das imigrações de populações do Oriente Médio, na sua maioria na condição de refugiados, e, em especial, os sírios; há uma nova busca por interpretações ou retomadas de receitas de maior relação com o terroir, com as assinaturas que definem identidade, singularidade nas cozinhas.Além de recuperar memórias coletivas, os ingredientes, as receitas, e o ato social da alimentação, têm um forte significado de celebração dentro das relações fundamentais de sociabilidades à mesa.Assim, palestinos, sírios, libaneses, turcos, e tantos outros imigrantes transitam com suas panelas e suas histórias pelo mundo para distribuírem experiências saborosas que fazem do ato de comer um encontro emocional, um tipo de viagem que amplia o conhecimento sobre a diversidade. RAUL LODY é antropólogo

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Orquestra Criança Cidadã inicia as comemorações do mês da criança na Caixa Cultural Recife

Jovens músicos das orquestras dos núcleos do Coque e de Igarassu vão se reunir para um concerto aberto, gratuito e inédito (Da Coordenação de Comunicação da Orquestra Criança Cidadã) O mês da criança começa e, com ele, vêm também as comemorações da Orquestra Criança Cidadã junto ao público. O primeiro evento será neste domingo, dia 09 de outubro, às 15h30, com um concerto especial e gratuito na Caixa Cultural Recife, no Recife Antigo, e promete agradar crianças de todas as idades. Desta vez, a galeria vai receber a Orquestra Infantil Criança Cidadã, formada pelas crianças mais jovens do Núcleo do Coque, e a Orquestra Criança Cidadã dos Meninos de Igarassu. Os dois grupos farão um encontro inédito entre seus músicos – e histórico na vida de cada um deles. Esta será a primeira vez que a Orquestra Infantil vai se apresentar após a pandemia, ou seja, é dia de nova estreia oficial em um evento aberto. “A gente sempre faz concertos internos na nossa instituição, mas nunca tivemos essa experiência de levá-los para tocar numa sala de concertos”, conta a maestrina Karolayne Santos, responsável pelo grupo desde 2021. “Eles estão super animados porque estavam estudando e queriam mostrar o trabalho, principalmente para as famílias”, explica a regente, também animada. E não é só sua turma que está cheia de expectativas: os Meninos de Igarassu, também se preparam para voltar a realizar concertos abertos após dois anos de restrições sociais. Por coincidência, esta também será a primeira apresentação deles na capital do estado como uma orquestra de cordas. “Eles estão bem animados e estudaram bastante nesses últimos meses, por isso acredito que estão prontos para esse tão esperado momento. Os Meninos de Igarassu são apaixonados pela música e isso facilita bastante o nosso trabalho”, comenta Basemate Neves, a regente à frente do Coro e das Orquestras Infantil e Infantojuvenil de Igarassu. Para esse dia cheio de comemorações, o repertório reuniu as canções infantis mais queridas e as juntou a clássicos que estão no coração de todos. A abertura, realizada pela Orquestra Infantil do Coque, mistura composições de Beethoven e Tchaikovsky a canções como “Luar do Sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense. Já os meninos de Igarassu trazem canções populares interpretadas pelo Coro e seus dois grupos de cordas, contando com música erudita, sucessos do cinema e clássicos de Luiz Gonzaga. A Orquestra Criança Cidadã é um projeto social incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e que conta com realização da Funarte e patrocínio máster da Caixa Econômica Federal. Para a entrada no concerto, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19.

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Azul anuncia voos diretos Recife-Monteviéu a partir de novembro

A Azul anunciou uma nova opção de ligação com Montevidéu, no Uruguai, agora partindo do Aeroporto Internacional de Recife. Em novembro, a operação terá um voo semanal. A partir de dezembro, esta oferta passa a oferecer dois voos semanais, e as passagens desta conexão já estão disponíveis para venda.     Para esta rota, foram escaladas as aeronaves Airbus A320, com capacidade para transportar até 174 Clientes, sistema de entretenimento individual e serviço de bordo da Azul, composto por snacks e bebidas à vontade sem custos.  Os voos terão saídas às quartas-feiras e domingos, decolando de Recife às 10h30, chegando em Montevidéu às 16h00. No sentido inverso, o voo decola de Montevidéu às 15h10, chegando em Recife às 19h00.     "É mais uma opção de destino internacional aos Clientes da Azul que estão em Recife ou na capital do Uruguai, de aproveitarem esta conectividade para a nossa malha aérea. Além disso, partindo de Recife, nosso hub no Nordeste, estes passageiros poderão se conectar a outros 35 destinos”, comenta Vitor Silva, gerente de Planejamento de Malha da Azul. Confira como fica a nova rota para Montevidéu, partindo de Recife:    Recife (REC) – Montevidéu (MVD)   *A partir de 20 de novembro*    Origem    Saída    Destino    Chegada     Frequência    Recife    10:30    Montevidéu    16:00    Domingos    Montevidéu    15:10    Recife    19:50    Domingos    Recife (REC) – Montevidéu (MVD)   *A partir de 21 de dezembro*    Origem    Saída    Destino    Chegada     Frequência    Recife    10:30    Montevidéu    16:00    Quartas e domingos    Montevidéu    15:10    Recife    19:50    Quartas e domingos   

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Porto Digital, TOTVS e IOS promovem evento para incentivar a formação de profissionais de TI

O Instituto da Oportunidade Social (IOS) promove o evento “Guerra de Talentos em TI”, em parceria com o Porto Digital e a TOTVS, no dia 6/10 (quinta-feira) das 9h às 11h30, no auditório do Porto Digital (Rua Apolo, 235), no Recife. O evento deve reunir cerca de 80 líderes de empresas focados em atuar e trazer novas perspectivas para formar e contratar profissionais para a área. De acordo com estudos do setor, em cerca de cinco anos, quase 800 mil novos postos de trabalho em Tecnologia serão abertos no país que forma apenas cerca de 53 mil alunos por ano na área. Isso deverá abrir um déficit de mais de 500 mil profissionais para atuarem na área. Sobram vagas e faltam pessoas qualificadas. A vice-presidente de Relações Humanas da TOTVS Brasil e presidente do IOS, Izabel Branco, apresentará a palestra “Talent War” durante o evento. Além disso, o painel “Como as grandes empresas têm vencido o desafio das contratações em tecnologia” contará com a participação dos executivos Heraldo Ourem Neto, diretor de Inovação e Competitividade Empresarial do Porto Digital; Eduardo Peixoto (CEO do CESAR- Centro de Inovação), Wilayne Martins (IT Recruitment Specialist da localiza) e Vitor Andrade (Diretor Geral do iDEXO). O último painel do evento será apresentado por Luiz Nascimento, da TOTVS, com o tema: “Soluções tecnológicas para a gestão de pessoas”. O IOS, em parceria com o Instituto Localiza e com o Porto Digital, inaugurou em março deste ano a unidade de atendimento em Recife, a primeira na região Nordeste, com expectativa de formar cerca de 120 jovens por ano, na área de Tecnologia, por meio de cursos gratuitos. Ao final dos cursos, os alunos formados podem participar do Programa IOS de Oportunidades, que busca durante 3 anos após a formação, vagas de empregos principalmente entre as empresas parceiras da instituiçã. Além disso, também busca vagas para formação universitária em instituições parceiras da organização. Cerca de 70% dos alunos que realizaram cursos já conseguiram seu primeiro emprego com apoio da ONG.

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A trágica urbanização brasileira, o Recife e a possibilidade de redenção

O Brasil é um dos países de mais rápida e avassaladora urbanização do mundo. Passou de um percentual de 31% da população urbana (e 67% rural), em 1940, para 84% da população urbana (e 16% rural), em 2010. Como o Censo de 2020 ainda não foi feito, estima-se que o percentual já esteja hoje acima de 86%. Esse fluxo campo-cidade, acentuadíssimo, funcionou, sobretudo para as cidades mais antigas do País, como um fator de desorganização urbana de proporções nunca antes vivenciadas por elas. Rio de Janeiro, Salvador e o Recife, em especial, sofreram demais. O Recife, por exemplo, a mais antiga das três (pois é a capital mais antiga do País, a primeira a completar 500 anos em 2037) e centro regional desde a colonização, teve a sua população duplicada, de 500 mil, em 1950, para 1 milhão de habitantes, em 1970. Do início do Século XX até 1970 este crescimento foi de 10 vezes, de 100 mil para 1 milhão de habitantes. Além de um “tsunami” populacional dessas proporções, como popularmente se diz, “por cima de queda, coice”. Esse fenômeno migratório nacional e regional, digamos assim, foi coadjuvado por outro de proporções mundiais: a fenomenal ascensão do veículo individual motorizado, o nosso querido automóvel que, atuando como uma espécie de “gás” sólido, se expande até ocupar praticamente todo o espaço viário disponível. Atualmente estima-se que os veículos individuais motorizados ocupam, só eles, 80% de todo o espaço viário nas cidades brasileiras (considerando as calçadas como inclusas no espaço viário). No caso do Recife, que passou cerca de 4/5 (ou 80%) de sua história de vida sem veículos motorizados, essas duas “catástrofes” concatenadas contribuem para a frequente conquista periódica do “título” de uma das cidades mais engarrafadas (do País ou do mundo, dependendo de quem “mede”). Isso por se tratar de uma cidade de muitos rios e canais que forçam o trânsito estreitado a passar frequentemente por pontes. Além disso, devido à sua idade, praticamente toda a malha viária da chamada Zona Norte da cidade foi traçada antes da chegada do automóvel (diferente da malha da Zona Sul que foi lançada, praticamente toda ela, quando o automóvel já tinha chegado). Por ela passavam pessoas a pé, montadas em animais ou sobre carroças puxadas a equinos ou bovinos. De repente, tiveram que se adaptar à passagem de veículos móveis de, no mínimo, uma tonelada de peso, em duas mãos. Resultado: as vias tiveram que ser alargadas ao máximo, com as calçadas segregadas nas bordas, de preferência as menores possíveis. O fato é que nenhuma cidade do mundo, por mais desenvolvida e/ ou bem aquinhoada com recursos que fosse, passaria sem sérias consequências por uma conjugação de fenômenos tão poderosa e desorganizadora como a ocorrida. Muito menos o Recife que cresceu sobre um sítio de terras frágeis, alagáveis na planície e “dissolventes” nas encostas dos morros que circundam a planície, em forma de anfiteatro, desde Olinda aos Montes Guararapes, ocupados pelo grosso da população que chegava à procura de chão para erguer suas precárias moradias. Além das encostas frágeis de argila, a população habitacionalmente desassistida ocupou também os piores terrenos da planície, aqueles dos “córregos e alagados” como costumava dizer um folclórico prefeito da capital. Além disso, os recursos passaram a ser escassos para uma cidade que, desde há muito até os dias atuais, passou a constituir-se metade “formal” e metade “informal”. A consequência do ponto de vista urbanístico-administrativo foi uma realidade mais próxima do caótico do que de qualquer outra situação menos desordenada. Esta realidade torna-se ainda mais contrastante quando verificamos que no início do Século XX, até a fatídica década de 1940, o Recife chegou a transformar-se numa cidade que se poderia considerar até organizada. Que o digam os filmes do “Ciclo do Recife”, feitos nas décadas de 1920/30 que retratam uma cidade quase “europeia” com belos jardins (Praças da República, Adolfo Cirne, Derby, Sérgio Loreto, Casa Forte, Parque 13 de Maio etc.), bondes elétricos, pontes de ferro e cimento armado, porto e bairro portuário reformados à moda francesa, praticamente 100% saneada por Saturnino de Brito, com sua praia urbanizada etc. Além disso, com um intenso debate urbanístico instalado entre os formadores de opinião, com o aporte dos principais urbanistas da época (fora os locais como Domingos Ferreira, José Estelita e outros), como é o caso de Nestor de Figueredo, Attílio Correia Lima, Ulhôa Cintra. Até o lendário Agache esteve na cidade (e eu desconfio que Le Corbusier esteve por aqui também, a bordo do Zepellim). Pois bem, o que de fato aconteceu foi que, depois dessa espécie de “visita da saúde” urbanística, a cidade só andou, em se tratando de organização e gestão urbana, e qualidade de vida citadina, ladeira abaixo, não obstante os esforços (que, aliás, não foram poucos) de evitar ou reverter a queda geral de qualidade. Viveram os recifenses décadas de efetiva decadência da qualidade de vida urbana que até pareceu sem remédio… Até que, de onde menos se esperava, surge uma possibilidade de salvação: o Rio Capibaribe, tão maltratado, coitado! Uma pesquisa feita, durante 7 anos, em parceria pela UFPE e a Prefeitura do Recife, concluiu que o Rio era não só o nosso principal ativo ambiental como urbanístico também. Capaz de “recosturar” o fragmentado território recifense, transformado numa “colcha de retalhos” pelos loteamentos que se sucederam sem adequada orientação de desenho urbano mas apenas de legislações sem visão de conjunto… Por conta disso, não é exagerado dizer que o que resultou foi um “quebra-cabeças desmontado” que urge remontar e o Capibaribe pode e deve ser essa “linha”, possibilitando a criação de um parque de 30 km (15 km de cada margem), desde sua “entrada” na cidade pelo Bairro da Várzea, até a sua junção com o Beberibe para, nada mais nada menos, formar o Oceano Atlântico… Esse parque nas margens é capaz de articular um sistema de parques que conectará as principais áreas verdes da cidade e, surpresa das surpresas descoberta pela pesquisa UFPE/PCR: transformar, até o seu aniversário de 500 anos (em

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