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Francisco: o Papa que destruiu muros e construiu pontes

*Por Carlos André Silva de Moura É consenso entre pesquisadores da história das religiões, especialmente aqueles que se dedicam a compreender aspectos políticos, sociais e culturais da Igreja Católica Apostólica Romana, que a instituição representa uma das principais estruturas conservadoras da atualidade. Pode-se destacar que muitas das suas recomendações, como a “proibição” do planejamento familiar, a falta da ascensão das mulheres em cargos de liderança ou a manutenção do celibato para o clero, são aspectos que estão distantes do diálogo com a realidade do tempo presente. Desde o papa João Paulo II (1978-2005), temáticas sensíveis sobre a reestruturação da Cúria Romana estiveram, de forma mais direta, na ordem do dia entre a hierarquia eclesiástica da Igreja Católica. No entanto, nos últimos 12 anos, o papa Francisco conseguiu estruturar um debate que atendeu parte das reivindicações de eclesiásticos, fiéis e colaboradores que trabalhavam por maior abertura da instituição. A sua proposta de uma Igreja Sinodal, que enfatiza a importância da participação ativa de todos os seus membros no processo de discernimento e decisão, apresentou a tônica dos debates estabelecidos desde 2013. O pontífice trabalhou por uma proposta relacional, com defesa da comunhão, da participação nas estruturas religiosas e constante missão, com a promoção de uma “Igreja em saída”, modelo de instituição que se move para “fora de si” e em busca das necessidades do mundo. As orientações elaboradas pelo papa Francisco estavam em seus escritos mas, também, em atos, inclusive nas recomendações para o seu funeral. Em suas primeiras horas de pontificado, surgiu para a multidão na “sacada das bênçãos”, varanda central da Basílica de São Pedro, com vestes talares simples, crucifixo de latão e poucas palavras se comparado aos seus antecessores, simbolismo que marcou o seu governo. Do mesmo modo, a escolha de Lampedusa, ilha localizada ao sul da Itália, como o destino para a sua primeira viagem demonstrou a preocupação com a causa dos imigrantes e refugiados em todo o mundo, especialmente na Itália que recebia milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. O papa Francisco foi um exímio negociador, em busca da execução de uma diplomacia internacional de chefe de estado e a derrubada de muros existenciais. Buscou dialogar com norte-americanos e cubanos, israelenses e palestinos, russos e ucranianos, evitou a Argentina com receio de usos políticos da sua imagem, em um trabalho de aproximação dos diferentes. Criticou os autoritarismos, a violência, os desmandos socioculturais e a guerra nos principais espaços políticos, não se resumindo ao mundo eclesiástico. Trabalhou para a construção de pontes em um mundo de crises e distanciamentos. Os últimos dias de Francisco foram marcados por atos simbólicos significativos, como a sua aparição na varanda central da Basílica de São Pedro, no dia da Páscoa, com o objetivo de conceder a bênção Urbi et Orbi, e a saudação ao povo no meio da Praça de São Pedro, demonstraram a preocupação do pontífice em fortalecer a sua conexão com os fiéis. Com todas as limitações de uma instituição conservadora, Francisco estabeleceu orientações para a Igreja Católica que exigirá do novo papa diálogos com diferentes grupos e atores sociais, mesmo aqueles distantes do mundo eclesiásticos. O pontificado que se encerrou em 21 de abril de 2025 ficará marcado por possibilidades de discussões de temas basilares para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, sabe-se que os rompimentos são demorados, precisam de continuidades que necessitam de uma longa duração e diálogos conjuntos em uma sociedade complexa como a vivenciada atualmente. A retrospectiva do trabalho executado pelo papa Francisco exigirá do novo pontífice a construção de novas pontes e o fortalecimento daquelas já existentes. *Carlos André Silva de Moura é docente da Universidade de Pernambuco e coordenador do Laboratório de Estudos da Religião

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A BR-232 e o novo traçado das cidades

*Por Geraldo Eugênio A rodovia como está Há três meses esta coluna chamou a atenção de quão inadiável é a duplicação da rodovia BR-232. Vamos tratar do trecho no qual me desloco com mais intensidade, entre Serra Talhada e o Recife. São 410 km em que se pode dividir em três intervalos distintos. O primeiro, entre Serra Talhada e Arcoverde, com uma distância de 160 km, normalmente é feito em duas horas de direção, trânsito moderado. O segundo, entre Arcoverde e São Caetano, com 105 km, que exige entre uma hora e quarenta minutos e duas horas, e por último de São Caetano ao Recife, com 150 km, ao redor de duas horas, somando quase seis horas em dias que não haja intercorrências nesse trecho. Teoricamente a distância a uma velocidade média de 80 km horários necessitaria, tão somente, quatro horas. Trocando em miúdos: há uma perda de tempo fora do padrão, principalmente no segundo trecho, cuja velocidade média é de 50 km horários. A segunda questão é o traçado. São longos os percursos retos o que demonstra o acerto no traçado, incluindo o trecho entre Salgueiro e Parnamirim, pouco mencionado nas discussões sobre o assunto. A preocupação começa quando se examina o papel das cidades de grande porte, a exemplo de Caruaru, e as de porte médio que se distribuem pela rodovia, a exemplo de Gravatá, Bezerros, Belo Jardim, Pesqueira, Arcoverde Custódia, Serra Talhada e Salgueiro. Intervenções inadiáveis Há de se supor que o projeto contratado pelo governo estadual contemple a discussão em referência. A duplicação entre São Caetano e Salgueiro não significa um orçamento de 350 km de rodovia, mas de obras que certamente duplicarão o valor da construção da rodovia. Importante que se coloque na planilha a inviabilidade do traçado atual da rodovia tomada pela área urbana dos municípios citados. No caso de Custódia, Arcoverde, Pesqueira, Belo Jardim sempre há congestionamentos e dificuldades de manobra para entrar ou sair da rodovia. Em Serra Talhada, o que tem atenuado a situação é o viaduto existente entre as avenidas Afonso Magalhães e Triunfo, senão a situação seria a mesma das demais. Viadutos ou rotatórias? Seria o caso de as administrações municipais e estadual e os empresários planejarem o que se pretende da rodovia duplicada. Certamente a maioria dos gestores e o comércio – que ao longo do tempo se desenvolveu ladeando a rodovia e tornando-a nos municípios citados uma avenida – não querem tocar no assunto. Todos alegarão prejuízos irrecuperáveis em se contar com um novo traçado, entretanto não há como se tentar fugir da questão e imaginar que, na maioria dos casos, não serão um ou dois viadutos ou rotatórias que resolverão a lentidão do tráfego, mas cinturões viários deslocando o traçado – principalmente dos maiores veículos – das aglomerações urbanas. O trecho duplicado entre o Recife e São Caetano merece ser tratado como exemplo. O município que mais benefícios colheu com a duplicação foi Vitória de Santo Antão. No início, deslocar a rodovia para a região de Natuba era decretar o fim da cidade, hoje se nota que foi a redenção do município, que atraiu um parque industrial diferenciado, deixando de ser apenas a terra da cachaça Pitú. A cidade foi se deslocando para o Sul e hoje se aproxima do novo traçado da rodovia. Obviamente não se pode pensar em investir alguns bilhões de reais na requalificação desta rodovia atendendo a questões de natureza pessoal ou local. Logo, é de se esperar que qualquer negociação que busque recursos públicos ou privados passará por se debruçar no que tal investimento trará de benefício para os municípios e para o Estado, uma vez que além das cidades localizadas diretamente na rodovia, todos os municípios do Agreste e do Sertão serão beneficiados com a obra. Imagina-se que cadeias produtivas exportadoras ou que aspiram a participar do comércio exterior, como a fruticultura irrigada e a avicultura, podem prestar uma boa contribuição à discussão, bem como o Complexo Industrial Portuário de Suape, uma vez que até que a ferrovia Transnordestina possa ser concluída, a BR-232 é a principal via de escoamento de carga do porto para o interior do Nordeste. A alternativa aos viadutos e rotatórias seriam os elevados, mas não se imagina que haja disponibilidade de recursos para se investir em algumas dezenas de quilômetros de rodovia suspensa, mesmo em situações de maior densidade populacional. O fato é que essa discussão pode ser antecipada de modo a evitar que o projeto em elaboração, ao tentar ser executado, seja objeto de modificações que o tornem obsoleto antes do início das obras. Que se garanta o orçamento para a obra Por último, mas não menos importante, é saber de onde se contará com os recursos para a execução desta duplicação. No orçamento da União ou no Novo PAC ele ainda não se encontra nem o Governo de Pernambuco contará com recursos da privatização de uma outra estatal tal qual a Celpe. Esse é um esforço que exigirá a aliança entre todos os estamentos de governo, empresariais e forças políticas. Até o momento não tem sido notada esta coesão, o que será necessário, uma vez que há em paralelo a demanda pela ligação ferroviária entre o Porto de Suape e o município de Salgueiro, negligenciado ao ponto de vê-la ser sacada, em dezembro de 2022, do projeto da ferrovia. Um outro aspecto determinante é que não haja procrastinação desta obra. Neste instante, Pernambuco não pode aceitar um programa de execução seccionado em pequenos trechos, o que poderia levar entre uma e duas décadas para sua conclusão. Vale deixar claro que estados vizinhos estão direcionando esforços na duplicação de seus principais eixos rodoviários, sejam com recursos próprios ou federais. Há uma corrida e uma aposta no futuro. Desde o bem-estar da população à atração de novas empresas para os municípios do interior. Para Pernambuco não há opção sob o risco de ver a concorrência erodir suas vantagens competitivas a exemplo do estratégico porto de Suape.

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“Diante das tarifas aplicadas pelos EUA, produtos pernambucanos deverão buscar novos mercados consumidores.”

Os impactos do tarifaço provocado por Donald Trump são analisados pelo vice-presidente do Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia, João Canto. Ele avalia as oportunidades e ameaças que a crise apresenta a países como China e Brasil, aponta os setores mais afetados em Pernambuco e a necessidade de o Estado encontrar novos parceiros comerciais. Ao analisar a intrincada guerra tarifária desencadeada pelo Governo Donald Trump, João Canto, vice-presidente do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia), aponta para a perspectiva de o Brasil ser considerado como um destino interessante para algumas cadeias produtivas. Entretanto, caso a crise comercial se intensifique, o País pode ser prejudicado, segundo Canto, porque o comércio mundial perderá dinamismo, o que afetaria a demanda por commodities brasileiras. “A balança comercial brasileira sofreria alto impacto pois a China é o maior parceiro do Brasil; haveria fuga de dólar e desvalorização do real; aumento do custo de produção de muitos setores industriais brasileiros; entrada massiva de produtos chineses mais baratos no País; maior dificuldade para a indústria brasileira competir”, adverte o vice-presidente do Iperid. Na verdade, nesse xadrez de aumento tarifário, é difícil saber quem perde e quem ganha. Profissional de Comércio Internacional com mais de 15 anos de experiência, Canto afirma que a China aposta num jogo de paciência. “Quanto mais os EUA intensificam a retórica protecionista, mais se isolam de aliados e perdem competitividade global, abrindo espaço para Pequim se apresentar como alternativa estável e racional”. Mas salienta que a guerra comercial traz impactos para as duas maiores economias do mundo, que são as que mais importam e exportam. “O custo de conversão para empresas exportadoras chinesas e importadoras americanas é alto, e não há muitas saídas a curtíssimo prazo: ou absorvem o custo da tarifação (reduzindo rentabilidade), ou repassarão no preço (risco de redução no consumo). Isso desencadeia desaceleração econômica e pressão sobre outros parceiros econômicos das duas potências”.  De qualquer forma, para o analista, a alternativa para o Brasil e Pernambuco é buscar novos mercados exportadores para mitigar os impactos tarifários.  E acrescenta que exportadores pernambucanos têm ainda a possibilidade de se voltar para o mercado doméstico. Qual sua análise sobre o enfrentamento da China aos sucessivos anúncios de aumento de tarifas feitos por Trump? Especialistas afirmam que o Gigante Asiático já se preparava para esta situação e tem investido no seu mercado interno para não ficar à mercê das exportações.  A China tem adotado uma estratégia cuidadosamente calibrada que mescla firmeza diplomática, resiliência e planejamento de longo prazo, e tem respondido aos aumentos tarifários de forma equivalente ou até mais rigorosa, como ocorreu recentemente com a elevação de taxas para produtos norte-americanos de 84% para 125%. É um recado de que Pequim não cederá à pressão, nem aceitará acordos desvantajosos, preservando sua imagem tanto interna, quanto externa.  A China vem diversificando suas cadeias de suprimentos, incentiva a inovação tecnológica, para semicondutores, IA, entre outros, como forma de independência estratégica, e vem investindo no consumo interno para depender cada vez menos de exportações. Uma diretriz clara desde o plano “dupla circulação” anunciado por Xi Jinping. Entretanto, ainda que a China tenha poder de reação, a guerra comercial com os EUA traz impactos para os dois lados, pois são as duas economias que mais importam e exportam, sempre estão no topo e dependem uma da outra.  A função de pivotar grandes cadeias de suprimentos estabelecidas para países intensivos em comércio internacional, como China e EUA, tem um custo alto. O custo de conversão (ou também de não fazer nada) para empresas exportadoras chinesas e importadoras americanas é alto, e não há muitas saídas a curtíssimo prazo: ou absorvem o custo da tarifação (reduzindo rentabilidade), ou repassarão no preço (risco de redução no consumo). Isso desencadeia desaceleração econômica e pressão sobre outros parceiros econômicos das duas potências.  Segundo especialistas, a China aposta num jogo de paciência: quanto mais os EUA intensificam a retórica protecionista, mais se isolam de aliados e perdem competitividade global, abrindo espaço para Pequim se apresentar como alternativa estável e racional. Isso também é importante domesticamente para a China, onde o governo precisa mostrar à população e ao próprio Partido Comunista que não se dobra às provocações estrangeiras, especialmente de um rival estratégico como os EUA.  Todo esse embate tarifário não está apenas no comércio de bens e serviços, há conexão com o tema da dívida pública americana. A China é um dos maiores detentores de títulos da dívida americana, e, há anos, exportava produtos para os EUA e reinvestia os dólares recebidos comprando títulos dessa dívida. Isso ajudava a financiar gastos do governo americano a juros baixos, a manter o dólar forte e o yuan relativamente desvalorizado, favorecendo suas exportações. Com a guerra comercial imposta, a tendência é que a China venda menos, tenha menos dólares e, portanto, compre menos títulos da dívida.  Atualmente, a dívida pública dos EUA ultrapassa US$ 34 trilhões, e o país precisa vender mais títulos para pagar juros e financiar seus programas. Se a China e outros países compradores (como Japão) se retraem economicamente, os EUA precisariam aumentar o juro da dívida para atrair outros investidores e, caso o FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) recompre, terá efeitos inflacionários, agravando a situação.  A China, claro, evita fazer isso de forma agressiva porque também seria prejudicada. Mas o simples fato de ter esse poder é uma alavanca estratégica importante no contexto. É curioso o comportamento da China, que tem uma economia socialista de mercado, criticar e desestimular tarifas no comércio internacional e, ao mesmo tempo, o descompasso teórico ou ideológico de Washington que, nesse tema, renunciou ao liberalismo da Escola de Chicago para defender sua economia sob o protecionismo tarifário. Quais os prejuízos da economia brasileira, especialmente o setor industrial, provocados pela guerra tarifária? Há risco de o mercado do Brasil ser invadido por produtos chineses mais baratos? Sim. Já estamos sendo invadidos por produtos chineses há muito tempo e seriámos ainda mais. A China é uma economia em que a

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Mal súbito pode atingir qualquer pessoa, alerta cardiologista

A cardiologista Veronica Monteiro reforça a importância de uma avaliação médica antes de iniciar treinos, mesmo para quem já pratica atividades físicas há anos O mal súbito é uma emergência médica que pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive aquelas que aparentam boa saúde. Por isso, é fundamental que a prática esportiva venha acompanhada de cuidados médicos, alimentação equilibrada e acompanhamento de especialistas, como alerta Veronica Monteiro, gerente do serviço de Cardiologia do Real Hospital Português. "Mal súbito é uma emergência médica onde o paciente apresenta uma instabilidade clínica importante, que pode ser perda súbita da consciência, queda importante da pressão arterial — por arritmia cardíaca ou infarto do miocárdio, na maioria das vezes — ou alteração de batimentos cardíacos que também levam à perda de consciência", explica a cardiologista. Embora os riscos sejam maiores entre pessoas com histórico de problemas cardíacos ou fatores de risco, como hipertensão, diabetes, angina, infarto prévio ou arritmias, ninguém está isento. “Qualquer indivíduo, de qualquer idade, pode sofrer um mal súbito. Indivíduos aparentemente saudáveis também podem ser afetados, como uma ruptura de aneurisma cerebral ou de aorta em pacientes sem sintomas prévios”, alerta a médica. Avaliação médica antes de começar — ou continuar A prática de atividades físicas deve ser incentivada, mas sempre com responsabilidade. Isso significa procurar um cardiologista antes de começar a treinar, independentemente da idade ou do nível de preparo físico. “Todos os indivíduos devem passar pelo cardiologista para colher uma breve história de seus hábitos de vida e fatores de risco, assim como história familiar de problemas cardiovasculares”, afirma Veronica. Entre os exames indicados, está eletrocardiograma, teste ergométrico ou ergoespirométrico e ecocardiograma, além de exames de sangue para detectar anemia, alterações hormonais e colesterol. E esse cuidado não se restringe aos iniciantes. “Mesmo quem já treina há anos deve manter uma rotina de avaliação cardiológica regular, especialmente acima dos 40 anos. Pequenos sinais clínicos podem indicar a necessidade de investigação mais profunda”, reforça a especialista. Alimentação e suplementação: cuidado redobrado Além da avaliação cardiológica, Veronica Monteiro também alerta sobre os cuidados com a alimentação e o uso de suplementos e substâncias estimulantes. “Energéticos nunca são recomendados, mesmo em indivíduos saudáveis. Têm efeitos extremamente maléficos para a pressão arterial, frequência cardíaca e regulação do ciclo sono-vigília”, enfatiza. Quanto aos suplementos como creatina e proteínas, ela reconhece os benefícios, desde que sejam utilizados com orientação. “Podem sim ser utilizados para melhorar a performance e o ganho de massa magra, mas é necessário avaliar possíveis contraindicações e ajustar a dose ideal para cada pessoa com a ajuda de um nutricionista”, completa. Apesar dos riscos, o recado da cardiologista é positivo: “Exercício físico prolonga o tempo de vida”. A chave está no equilíbrio e no acompanhamento profissional adequado. Antes de calçar os tênis e começar a treinar, vale parar e ouvir o coração — literalmente. Veronica Monteiro é cardiologista - @veomonteiro Felicidade, saúde e bem-estar A Associação Brasileira de Recursos Humanos –Pernambuco (ABRH-PE) realiza na quinta-feira (25), das 8 às 12h30, o Fórum Felicidade, Saúde & Bem-estar, que vai debater as temáticas no ambiente corporativo. A iniciativa visa promover uma discussão sobre as principais abordagens, cases de sucesso e desafios enfrentados pelas empresas para garantir o bem-estar de seus colaboradores. O encontro acontece no Empresarial Moura Dubeaux, no Pina, com gestores e profissionais de RH, líderes organizacionais, além de estudantes. “A verdadeira transformação começa no indivíduo e se expande para o coletivo”, afirma Dani Maciel, presidente da ABRH-PE, lembrando que a felicidade é um pilar estratégico para a inovação, o engajamento e o sucesso sustentável das organizações. Também haverá um momento dedicado à nova legislação NR-1 e suas implicações. SERVIÇO: Academias têm que disponibilizar questionário sobre saúde para alunos A busca por um estilo de vida mais saudável tem levado cada vez mais pessoas às academias de ginástica e centros de treinamento. No entanto, a prática de atividades físicas deve ser orientada e segura. Um dos principais instrumentos para garantir essa segurança é a avaliação física, procedimento fundamental e obrigatório antes do início de qualquer programa de exercícios. De acordo com Lúcio Beltrão, presidente do Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região Pernambuco (CREF12/PE), a avaliação física é um passo essencial para conhecer o histórico de saúde do praticante e orientar a prescrição dos exercícios de forma individualizada. “A avaliação física é uma ferramenta que permite ao Profissional de Educação Física compreender as limitações, capacidades e possíveis riscos à saúde da pessoa. Não é apenas uma formalidade, é uma medida de segurança e cuidado com a vida”, destaca Lúcio Beltrão. PAR-Q: questionário obrigatório por lei A Lei Estadual nº 13.109/2006, em vigor em Pernambuco, determina a obrigatoriedade do uso do PAR-Q (Physical Activity Readiness Questionnaire) em academias e estabelecimentos similares. O PAR-Q é um questionário simples, composto por sete perguntas que identificam possíveis riscos à saúde durante a prática de atividades físicas. Caso o praticante responda “sim” a qualquer uma das perguntas, é altamente recomendável que ele procure um médico para realizar exames mais detalhados e obter uma liberação formal. No entanto, se todas as respostas forem “não”, o indivíduo está liberado para iniciar o treinamento, desde que sob a supervisão de um profissional de Educação Física. “O PAR-Q é um instrumento rápido e eficaz que contribui para a triagem inicial. Ele não substitui a avaliação médica, mas sinaliza quando ela é necessária. E, acima de tudo, é uma exigência legal que deve ser respeitada por todos os estabelecimentos”, explica Lúcio.

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Inflação desacelera, mas alimentos pressionam famílias de baixa renda

Queda nos preços da energia e do transporte urbano alivia orçamento das camadas mais pobres, mas itens da cesta básica ainda pesam A inflação desacelerou para todas as faixas de renda em março, de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O maior alívio foi registrado entre as famílias de renda muito baixa, cuja taxa caiu de 1,59% para 0,56% no mês. Para os mais ricos, a inflação também recuou, de 0,9% para 0,6%. O principal fator para a melhora nos indicadores foi a estabilidade das tarifas de energia elétrica e a redução nos preços das passagens de ônibus (-1,1%) e metrô (-1,7%). Apesar do alívio geral, o encarecimento dos alimentos continua sendo um desafio especialmente para as famílias de menor renda. Em março, subiram os preços dos ovos (13,1%), café (8,1%), leite (3,3%) e tomate (22,6%), pressionando o custo da alimentação no domicílio. Por outro lado, houve queda em produtos como arroz (-1,8%), feijão-preto (-3,9%), carnes (-1,6%) e óleo de soja (-2,0%). Já no caso das famílias de renda alta, o que mais pesou foram os gastos com transporte e lazer, como as passagens aéreas (+6,9%) e os serviços recreativos (+1,2%). A desaceleração da inflação nesse grupo foi puxada, principalmente, pelo arrefecimento dos reajustes em mensalidades escolares, que haviam ocorrido com mais força em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a inflação segue mais intensa para as faixas de renda alta (5,61%), enquanto a renda muito baixa acumula alta de 5,24%. Os grupos que mais pressionaram a inflação nesse período foram alimentos e bebidas, transportes e saúde e cuidados pessoais, com destaque para os aumentos de café (77,8%), óleo de soja (24,4%) e planos de saúde (7,3%). Com a inflação cedendo no curto prazo, o cenário favorece uma retomada mais equilibrada do poder de compra — principalmente se a tendência de queda nos preços dos alimentos essenciais se mantiver nos próximos meses.

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Endividamento recua no Recife, mas inadimplência segue alta entre famílias de baixa renda

PEIC aponta redução no total de lares com dívidas e alerta para impacto do crédito consignado no orçamento das famílias A mais recente edição da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com recorte local feito pela Fecomércio-PE, revela que o endividamento das famílias recifenses caiu para 81,2% em março de 2025 — uma retração de 2,2 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Por outro lado, a inadimplência registrou leve alta, atingindo 27,1% das famílias, 0,1 ponto percentual acima do observado em fevereiro. Entre os destaques da pesquisa, chama atenção a desigualdade no impacto financeiro entre as faixas de renda: entre os lares com rendimento de até 10 salários mínimos, o índice de inadimplência chega a 35,7%. Já nas famílias com renda acima desse patamar, a taxa é bem menor, de 8,9%. Em uma sinalização positiva, o percentual de famílias que declararam não ter condições de quitar suas dívidas no mês seguinte recuou para 12,2%, indicando um avanço na organização orçamentária. A pesquisa também mostra que o cartão de crédito, principal fonte de endividamento das famílias, apresentou redução na participação: de 94,4% em março de 2024 para 88% este ano. O presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, ressalta que o cenário sinaliza recuperação, impulsionada pela geração de empregos formais. “O fortalecimento do mercado de trabalho, com saldo positivo de 7.588 novos postos em fevereiro segundo o Caged, contribui para a melhora dos indicadores. Mas ainda há desafios significativos, especialmente para os grupos de menor renda”, afirma. Para o economista Rafael Lima, da Fecomércio-PE, é necessário cautela com o avanço do crédito consignado ao trabalhador. “Apesar de facilitar o acesso ao crédito, essa modalidade pode comprometer uma parcela significativa da renda familiar, elevando os riscos de inadimplência no médio prazo”, alerta.

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"O problema da violência de adolescentes na internet não é responsabilidade apenas dos pais, mas da sociedade"

Psicóloga e professora da UPE, Jacqueline Queiroz analisa a série Adolescência – que tem chocado o público – e a realidade de crianças e jovens impactados por conteúdos violentos nas redes sociais. Ela fornece dicas de como os pais podem lidar com essa geração conectada e defende que eles não são os únicos responsáveis pelo cuidado dos filhos, mas toda a sociedade. “Onde foi que eu errei?”, indaga-se, angustiado, o personagem Eddie Miller (interpretado por Stephen Graham) na minissérie Adolescência. Ele é pai de Jamie (Owen Cooper), que comete um brutal assassinato, influenciado por conteúdos misóginos da internet. Esse desconhecimento sobre por que teria falhado na educação do filho e também sobre o comportamento de Jamie – que ele imaginava estar seguro, sozinho no quarto com seu celular – tem mexido com o público em todo o mundo. A série tornou-se um fenômeno de audiência e é uma das mais assistidas da Netflix em vários países. Debatida na mídia, nas escolas e em conversas no cotidiano das pessoas, Adolescência abriu caminho para uma reflexão sobre a influência das redes sociais nos valores e na violência dos jovens. Também deixa um grande questionamento em relação a como impedir que a garotada nessa faixa etária esteja vulnerável e exposta a esses corrosivos conteúdos. Questões que foram analisadas pela psicóloga escolar Jacqueline Travassos de Queiroz, professora da Faculdade de Psicologia da UPE (Universidade de Pernambuco) nesta entrevista concedida a Cláudia Santos.  Ela fala da misoginia dentro e fora das redes sociais e de como estar próximo do adolescente e acompanhar sua atuação na internet.  Ao defender uma visão de que não se deve culpar mães e pais por essa impactante realidade, ela afirma que eles não são os únicos responsáveis pelo comportamento de crianças e adolescentes que é, também, de toda a sociedade, incluindo as big techs, que ganham bilhões de dólares com a propagação do discurso misógino, as escolas, os governantes. Ou seja: Eddie Miller não errou sozinho, mas junto com toda a sociedade. Há um intenso debate sobre a série Adolescência acerca da violência relacionada às redes sociais digitais. No Brasil, por exemplo, um jovem ateou fogo num morador de rua e transmitiu online. Como a senhora analisa essa influência do uso das redes pelos adolescentes?  Para entender como as tecnologias influenciam os adolescentes, é preciso alterar a forma de compreender as coisas. Há diferença entre o comportamento da geração que viveu adolescência há 10 anos para os adolescentes de hoje que usam tecnologias, como prints, áudios e compartilhamentos via redes digitais.  A grande contribuição da série é desmistificar a ideia que se tem de que o assassino ou o violento é o preto, periférico, que está num espaço de negligência parental. A série, pelo contrário, constrói o perfil de assassino em um menino branco, bem-cuidado, mostrando que a tecnologia insere todos nessa possibilidade de violência. Além disso, não acredito na ideia de que são apenas os conteúdos ou as tecnologias que causam violência ou morte, como a da menina de 11 anos que faleceu, em Pernambuco, após usar desodorante spray no rosto, debaixo de um lençol, sob influência de um desses desafios da internet. É claro que o compartilhamento direto influencia, principalmente crianças e adolescentes que estão sozinhos no quarto tendo acesso a esses conteúdos. Para além do excesso de telas, é importante refletir também sobre o esvaziamento das relações. Essa tecnologia é mais voltada à individualização. O adolescente está sentado, fechado, num quarto onde não é acompanhado, e traz a ideia de segurança para os pais por estar em casa, por ele não estar na rua.  Além disso, os conteúdos compartilhados na internet têm contribuído para a formação desses meninos, conforme a série mostra, em relação ao ódio para contra as meninas. E isso é grave.  Qual o papel da escola diante desse problema?  Na verdade, a escola tem contribuído para isso porque temos visto que ela é um espaço de guerra, de disputas na infância, mas principalmente na adolescência, com as pressões relacionadas à profissionalização, em que o adolescente pensa em que carreira seguir. É nessa pedagogia do exame, em que a escola é o lugar que aprova ou reprova, que a escolarização tem contribuído para o adoecimento, para dificultar essas relações. Antes, a importância de estar na escola era vista com mais tranquilidade, era a oportunidade de encontrar os amigos. Hoje, para além das violências no ambiente escolar, a própria escolarização e cobrança de aprovação, de ser melhor do que o outro, tem contribuído para esse adoecimento em geral. Deveríamos trabalhar para inverter essa lógica reforçando a ideia de que a escola seja um espaço de crescimento, de olhar para si, de descobrir seus interesses.  Uma dica que eu sempre oriento, é que nunca pergunte ao seu filho, depois da prova, qual nota ele vai tirar. O ideal é perguntar se ele teve dúvidas, qual a facilidade ou dificuldade que ele encontrou na avaliação. Porque a escola tem sido um lugar de buscar notas, alcançar metas, principalmente na adolescência, em meio a cobranças do Enem, por exemplo, com uma grande quantidade de conteúdos e uma pressão para tirar 1000 na redação que anula a criatividade.  E qual a responsabilidade das big techs? A responsabilidade com o cuidado é coletiva, e uma dessas responsabilidades é o papel do estado em regular essas empresas. Somos bombardeados por qualquer acesso, qualquer busca. Eu li uma pesquisa em que jovens criaram perfis fakes e, em um deles, uma jovem se colocou na plataforma como cristã. Em pouco tempo, começaram a aparecer discursos fascistas, de ódio contra as mulheres, uma exaltação à masculinidade.  Então, acredito, sim, que é preciso regular, não apenas punir. Também acho que as universidades têm que contribuir com pesquisas nesse sentido.  É papel de todo mundo interferir para que seja ofertado um serviço de melhor qualidade, de menos risco. Até mesmo em relação à fiscalização etária do conteúdo na internet. Ou seja, não é papel só da família fiscalizar se o conteúdo que as crianças acessam é

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Sem novas linhas de transmissão, setor de energia em Pernambuco pode travar?

Especialistas apontam que o Estado pode deixar de atrair investimentos bilionários em energias renováveis e perder espaço para Estados vizinhos *Por Rafael Dantas Pernambuco, como todo o Nordeste, vem arrematando investimentos bilionários no setor de energias renováveis nos últimos anos. A Zona da Mata, o Agreste e o Sertão estão atraindo empreendimentos em energia solar e eólica. A comparação regional, porém, indica que há uma concentração maior desses projetos em estados vizinhos. Há algumas motivações naturais, mas um gargalo que contribui para isso é a ausência de uma estrutura mais robusta de linhas de transmissão. Elas são as estruturas responsáveis por transportar a energia elétrica das usinas geradoras até as subestações para ser transformada em níveis de tensão mais baixos e distribuída para os consumidores. São como as estradas por onde a produção hidroelétrica, eólica, solar ou térmica percorrem para chegar nas cidades, seja para atender a demanda do setor industrial, residencial ou quaisquer outras. Acontece que os pesquisadores e os representantes empresariais do setor estão alertando para a urgência de o Estado projetar novas linhas de transmissão. Sem elas, os possíveis empreendimentos no interior, ainda que sejam construídos, não teriam como escoar sua produção. A percepção dos representantes da área elétrica é que Pernambuco está no limite. O problema, porém, não é exclusivo local e está sendo enfrentado também em outros estados. “Pernambuco hoje está praticamente sem nenhuma margem a mais, ou seja, os parques que existem já ocuparam todas as barras disponíveis e, se esse trabalho não for feito, a gente compromete o desenvolvimento do Estado no futuro”, afirmou o presidente do Sindienergia-PE (Sindicato das Empresas de Energia de Pernambuco), Bruno Câmara.  "Pernambuco está praticamente sem nenhuma margem a mais [quanto às linhas de transmissão], ou seja, os parques que existem já ocuparam todas as barras disponíveis e, se esse trabalho não for feito, a gente compromete o desenvolvimento do Estado no futuro." (Bruno Câmara) De acordo com o presidente da Aperenováveis, Rudinei Miranda, a infraestrutura existente ficou deficitária pois as malhas de transmissão não foram dimensionadas para um aumento de geração oriunda de outras fontes. Ou seja, o sistema criado para atender principalmente a geração hidroelétrica, hoje recebe a geração solar, eólica e vê a aproximação de outros projetos num horizonte próximo.  “Não houve um planejamento energético para que isso fosse corrigido ao longo do tempo. Isso é um problema de estado, não de governo. Pernambuco perdeu o timing de entender as necessidades energéticas. Então, hoje temos capacidade de captar investidores, temos atratividade pelo posicionamento logístico, mas o Estado esqueceu que a malha elétrica, o planejamento energético, precisa de um tempo maior para acontecer e ser construído”, afirmou Rudinei. "Não houve planejamento energético para que isso fosse corrigido. Temos capacidade de captar investidores e atratividade pelo posicionamento logístico, mas o Estado esqueceu que a malha elétrica precisa de um tempo maior para acontecer e ser construída." (Rudinei Miranda) A realidade apresentada pelos especialistas e representantes setoriais expõe uma gradativa perda de competitividade do setor elétrico, em Pernambuco, que já foi protagonista no Nordeste. No momento em que o mundo volta os olhos para regiões com alto potencial solar e eólico, como o Nordeste brasileiro, a ausência dessa infraestrutura pode reposicionar o Estado a um papel menor na região. Essa percepção fica mais evidente quando comparados os empreendimentos no setor entre os estados do Nordeste. A conta foi explanada durante o evento Exporenováveis 2025 pelo professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPE, Methodio Varejão. “Existe uma realidade bem clara: os investimentos em geração eólica e solar em Pernambuco nos últimos 8 a 10 anos são muito menores. No Ceará, os aportes foram 10 vezes maiores, no Rio Grande do Norte 8 vezes e na Bahia 14 vezes”.  O docente afirma que embora a geração de energia eólica não seja uma realidade para todos lugares no Nordeste, os empreendimentos solares poderiam ter avançado mais no Estado. “Esses outros têm uma condição mais favorável de ventos. Mas, sobre a geração solar não tem justificativa nenhuma. A radiação é alta em qualquer estado. Esse é o ponto principal”.  BARREIRAS PARA ATRAÇÃO DE NOVOS PROJETOS O presidente da Sindienergia-PE considera que esse gargalo na transmissão é o motivo pelo qual Pernambuco não consegue atrair um volume maior de  empreendimentos. “Os investimentos no setor estão indo para Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Esses estados se organizaram melhor, conseguiram criar facilidades e estão atraindo muito mais projetos. Pernambuco é um estado que não ‘exporta’ energia. Todo o resto do Nordeste é exportador. A gente precisa aumentar nossa capacidade para poder se tornar um exportador de energia também”, alerta Bruno.  A fuga de projetos se dá exatamente porque uma das condições para qualquer investimento de geração é a infraestrutura de escoamento. Rudinei Miranda ressalta que esse problema tem afetado especialmente os empreendimentos de usinas fotovoltaicas em Pernambuco. “Hoje, dois critérios são levados em consideração pelos grandes investidores – dependendo da região onde pretendem instalar um projeto solar: como eles vão conectar essa usina; e se a subestação que vai receber essa energia terá condições de escoar. Como temos essa restrição em vários pontos do Estado, algumas usinas deixaram de ser feitas aqui e foram deslocadas para o Ceará ou para estados vizinhos, em virtude do receio de se avançar no projeto e não ter viabilidade.” Methodio Varejão observa o problema também pelo ângulo contrário. Ele destaca que Pernambuco não tem uma quantidade maior de linhas de transmissão, justamente pelo fato de não ter atraído maiores investimentos em geração ou em carga, como os estados vizinhos. Ele exemplifica com o Ceará que atraiu um projeto de data center que representa uma demanda de consumo que equivale a 40% de todo o Sergipe. “Quando esse projeto estiver em plena operação, vai consumir o equivalente a todo o estado do Sergipe. Tendo uma carga dessa, terá investimento em transmissão… ninguém fez uma linha para nada”. "Existe uma realidade bem clara: os investimentos em geração eólica e solar em Pernambuco nos últimos 8 a 10

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Como evitar infecções em academias de ginástica?

Ambientes com grande circulação de pessoas e suor, como academias, exigem atenção redobrada à higiene para prevenir infecções de pele, respiratórias e até oculares. Mas não há motivo para alarde: com cuidados simples e rotinas adequadas de limpeza, é possível manter o treino seguro e saudável. Frequentar a academia traz inúmeros benefícios à saúde física e mental. No entanto, o ambiente que promove qualidade de vida também pode esconder armadilhas invisíveis: vírus, bactérias e fungos. Por isso, manter boas práticas de higiene é fundamental para evitar infecções comuns nesse tipo de espaço coletivo. Segundo especialistas, infecções respiratórias como Covid-19 e influenza, além de problemas dermatológicos como foliculite e impetigo, bem como oculares, podem ser transmitidos em academias por meio do contato com superfícies contaminadas e da exposição a ambientes fechados sem ventilação adequada, como em diversos ambientes públicos. “As academias, por terem muitas superfícies tocadas por diferentes pessoas e, muitas vezes, por serem ambientes fechados, podem facilitar a disseminação de vírus e bactérias caso não haja higiene adequada”, alerta a infectologista Millena Pinheiro. Quais infecções são mais comuns nas academias? Ambientes compartilhados e com muita circulação de pessoas favorecem a transmissão de alguns tipos de infecção. Nas academias, as mais comuns são: “Essas doenças podem surgir mesmo em pessoas com a pele íntegra, mas o risco aumenta se houver pequenos machucados ou lesões que possam entrar em contato com áreas sujas”, explica a infectologista. Por isso, redobrar a atenção com a higiene pessoal e com a limpeza dos equipamentos é fundamental para quem deseja manter a rotina de treinos sem comprometer a saúde. Equipamentos mais críticos na contaminação Qualquer aparelho pode se tornar um vetor de microrganismos, mas alguns itens merecem atenção redobrada: “São equipamentos em que a atividade gera suor com maior intensidade ou pela dificuldade de higienizar”, afirma a infectologista Millena Pinheiro. A recomendação é sempre limpar os aparelhos antes e depois do uso com produtos adequados fornecidos pela academia. Essa prática simples ajuda a reduzir significativamente o risco de contaminação e garante um ambiente mais seguro para todos. O papel do suor e da umidade A combinação de temperatura elevada e suor favorece a proliferação de microrganismos, principalmente bactérias. “Umidade e calor criam o ambiente perfeito para bactérias se multiplicarem. Por isso, é essencial higienizar os equipamentos antes do uso e se houver lesões ou feridas na pele, mantê-las cobertas sempre que possível”, reforça a especialista. Além disso, usar roupas leves e respiráveis e evitar permanecer com peças úmidas por muito tempo também ajuda a prevenir infecções cutâneas, como micoses e foliculites. Como se proteger nas academias? As boas práticas de higiene fazem toda a diferença. Confira as principais orientações: Frequência e qualidade da limpeza A limpeza das academias deve ser diária nas áreas de uso comum, com produtos antissépticos capazes de eliminar bactérias, vírus e fungos. Já a limpeza geral deve ser feita semanalmente. “Não basta passar um pano. É necessário usar saneantes apropriados para garantir a desinfecção real dos equipamentos”, alerta Millena Pinheiro. Essa higienização criteriosa não só protege os frequentadores de possíveis infecções, como também contribui para a credibilidade e segurança oferecidas pelo espaço fitness. Ventilação e ar-condicionado: vilões ou aliados? Ambientes mal ventilados podem facilitar a propagação de partículas virais pelo ar. E mais: um sistema de ar-condicionado sem manutenção adequada pode acumular fungos prejudiciais à saúde “A ventilação inadequada não influencia tanto na propagação de bactérias, mas pode sim favorecer a permanência de vírus no ar por mais tempo. Além disso, fungos presentes em sistemas de climatização que não passem por manutenção periódica, podem causar infecções respiratórias graves em pessoas imunossuprimidas”, completa a infectologista Millena Pinheiro. Importante manter ventiladores e condicionadores de ar, higienizados e limpos. MITOS E VERDADES SOBRE INFECÇÕES EM ACADEMIAS Afirmativa Verdadeiro ou Mito? Explicação Equipamentos compartilhados, como halteres, podem transmitir vírus e bactérias. ✅ Verdade O contato com superfícies contaminadas pode facilitar a transmissão por toque ou pele. Apenas academias muito movimentadas oferecem risco de infecção. ❌ Mito O que importa é a qualidade da limpeza, não o número de frequentadores. Usar chinelos no vestiário protege contra fungos e verrugas plantares. ✅ Verdade Minimiza o contato direto com pisos úmidos e possíveis fontes de contaminação. Álcool em gel é suficiente para limpar aparelhos de treino. ❌ Mito Se houver sujeira visível, o álcool não é eficaz. É necessário usar produtos desinfetantes. Roupas úmidas dentro da bolsa aumentam o risco de proliferação de fungos e bactérias. ✅ Verdade A umidade favorece o crescimento de microrganismos. Sentar sem roupa íntima em banco de banheiro pode causar ISTs. ❌ Mito As ISTs não são transmitidas por superfícies, mas sim por contato sexual direto. Treino com proteção é treino seguro Cuidar da higiene pessoal e respeitar as regras de limpeza da academia são atitudes que protegem não apenas você, mas toda a comunidade que compartilha o mesmo espaço de treino. Leve sua garrafa de água, toalha individual e mantenha os cuidados com a pele e as mãos — seu corpo agradece dentro e fora da academia. Em caso de você apresentar algum sintoma infeccioso como por exemplo febre, espirros, coriza e se sentir bem para frequentar a academia, usar máscara e higienizar as mãos. “Treinar com segurança é possível. Basta ter atenção aos detalhes e adotar medidas preventivas simples no dia a dia”, finaliza a infectologista Millena Pinheiro. Pequenas atitudes, como higienizar os equipamentos e evitar o uso de objetos compartilhados sem limpeza, fazem toda a diferença na prevenção de doenças. E vale lembrar: a academia é um espaço como qualquer outro. Manter hábitos de higiene deve ser uma prática constante — seja no treino, no trabalho ou em casa — para garantir saúde e bem-estar em todos os ambientes. Millena Pinheiro é médica infectologista do Real Hospital Português (RHP) @realhospitalportugues - @millenapinheiro Escritório de advocacia promove walking tour pelo Recife Antigo O escritório de advocacia Portela Soluções Jurídicas promoveu, no sábado (12), um walking tour pelo Recife Antigo. Os participantes caminharam pelas ruas e pontes da cidade e foram auxiliados

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Gente & Negócios: Páscoa aquece a economia informal e o varejo no Centro do Recife

Com a proximidade da Páscoa, o comércio do Centro do Recife já sente os efeitos da movimentação sazonal. Empreendedores e pequenas empresas do ramo alimentício aproveitam o momento para economizar e gerar renda, abastecendo-se de insumos, embalagens e produtos prontos. A busca inclui desde chocolates e forminhas até itens de decoração e utensílios para refeições, impulsionando a atividade de lojas especializadas e o setor informal. A tradição de presentear com ovos de chocolate e realizar trocas no “amigo ovo” também estimula o consumo. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife), o período representa uma importante injeção de recursos para o comércio local. “A Páscoa impacta diretamente o setor gastronômico e o varejo, especialmente no Centro do Recife”, afirma o presidente da entidade, Fred Leal. Além de ser uma oportunidade de geração de renda extra para quem produz em casa, o período ainda aquece o setor de decoração com famílias buscando ambientações temáticas para celebrar a data. PÃES E DELÍCIAS COMEMORA 2025 E APOSTA NA CEIA DA SEMANA SANTA Com 33 anos de atividades, a Pães e Delícias, de Caruaru, comemora o desempenho da sua unidade no bairro Maurício de Nassau. Após quatro anos de inauguração, a loja superou pela primeira vez a sua tradicional matriz no mês de março. “Desde que inauguramos, a unidade Maurício de Nassau cresceu de forma constante. Essa foi a primeira vez que ela ultrapassou a nossa loja do Centro que, também, não perdeu público. São novos clientes que chegaram”, afirmou o empresário Eli James Laureano. A rede registra em média 1,6 mil clientes por dia. A marca vem agregando novos produtos, antenados com os pedidos do público. Em 2025, a novidade do ano foi a inclusão do gelato no cardápio, com alta procura pelo pistache. No ano passado, foram as pizzas que passaram a ser servidas no local. Nesse período de Páscoa, um produto procurado pela clientela tradicional Pães e Delícias é o Colomba Pascoal, um brioche enriquecido de chocolate desenvolvido e fabricado na padaria. Além disso, a procura das encomendas para a ceia da sexta-feira na Santa Santa é outra aposta da empresa familiar para atender a clientela, com itens como Bacalhau e Bobó de Camarão. DECORAÇÃO DE PÁSCOA GANHA FORÇA NO VAREJO E AUMENTA VENDAS EM 30% NA FERREIRA COSTA Com a proximidade da Páscoa, o varejo já sente o impacto da data nas prateleiras. No Home Center Ferreira Costa, a procura por itens decorativos cresceu 30% no último ano, impulsionada pela tendência de transformar a casa em um ambiente acolhedor e festivo. Coelhos, ovos, flores permanentes e até "árvores de Páscoa" entraram na lista de compras dos consumidores que buscam dar um charme extra à celebração. A combinação de tradição e criatividade tem levado os brasileiros a antecipar as compras, aproveitando a versatilidade dos produtos também para outras ocasiões. BRASILEIROS TROCAM OVOS POR BOMBONS E REDUZEM GASTOS NA PÁSCOA DE 2025 Com preços elevados e orçamento apertado, os brasileiros estão repensando o consumo de chocolate nesta Páscoa. Segundo pesquisa da Hibou, 10% afirmam que não vão comprar nenhum tipo de chocolate, enquanto a preferência recai sobre alternativas mais acessíveis, como caixas de bombom (43%) e barras avulsas (42%). Apenas 34% ainda optam pelos tradicionais ovos, considerados caros por 87% dos entrevistados.

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