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Trabalho e vida pessoal: a busca do equilíbrio

*Por Tiago Siqueira É muito comum ouvirmos em rodas de conversas com colegas de trabalho, amigos ou mesmo familiares, alguma fala com certa entonação de angústia em relação à dificuldade que as pessoas têm em equilibrar o seu tempo entre trabalho e vida pessoal. Eu ouvi, recentemente, de uma pessoa que tem função de liderança numa empresa a sua experiência sobre essa questão. A angústia principal dele era de se sentir devedor em casa por achar que estava se ocupando (em presença física e mental) demasiadamente do trabalho. Isso significava que, mesmo estando fisicamente em casa ou se divertindo com alguma atividade de lazer com a sua família, a cabeça dele não estava necessariamente lá, junto com o corpo, aproveitando esses momentos de lazer. A sua cabeça, na realidade, muitas vezes, se encontrava pensando nos problemas do trabalho, e isso fazia o nível de angústia dele aumentar muito mais do que o normal. Ou seja, além das quase 12 horas diárias dedicadas ao trabalho durante a semana e, muitas vezes, algumas horinhas a mais durante os finais de semana, como se tudo isso não fosse suficiente, a cabeça o traía durante os seus momentos de lazer. Ele era mentalmente sugado para o trabalho, e seus pensamentos não ficavam em compasso com o que seu corpo estava fazendo durante esses momentos de lazer. E, como resultado, ele ficava mais e mais apreensivo, sentindo-se mais e mais devedor com a sua família. Pois bem, alguém se identificou com essa realidade? Essa é uma situação que costuma ser bastante comum no dia a dia de todos nós. A pressão por realizar mais e mais atividades e por entregar resultados cada vez mais exigentes, e cada vez mais num menor espaço de tempo, tudo isso faz refletir na necessidade de aumentar a produtividade das pessoas no trabalho. E essa pressão, se não cuidar, pode fazer com que essas pessoas acabem entrando numa espécie de círculo vicioso, que pode acabar resultando numa bola de neve de tal maneira que elas não irão mais conseguir assumir as rédeas de sua própria rotina. E no final, todo esse comprometimento terá impactos na vida dessa pessoa como um todo: na profissional e na pessoal. E nada disso será bom. Aliás, tudo isso será bastante tenebroso e as consequências não serão nada positivas. E, aí, fica a pergunta para reflexão: como poderemos equilibrar melhor o nosso tempo dedicado ao trabalho e à vida pessoal sem sacrificar a nossa produtividade e nem a nossa qualidade de vida? A resposta a essa pergunta pode não ser tão simples e muito menos fácil de aplicar, mas pode servir de base para você, leitor, fazer uma reflexão sobre sua vida. E eu digo que pode não ser tão fácil porque, mesmo até podendo parecer óbvio, se fosse fácil, ninguém viveria essas angústias (de que falei no início desse artigo). Aliás, resolveria logo isso! Mas não consegue resolver porque “a prática” muitas vezes anda em caminhos diferentes “dos desejos”; o ideal é sempre conflitante com o possível. Mas é preciso mudar! Em prol da saúde mental e da qualidade de vida, e sem deixar a produtividade profissional ficar comprometida. Aliás, o ideal mesmo é termos produtividade profissional crescente e aproveitamento da vida pessoal com qualidade! Pois bem, para que nós possamos equilibrar melhor trabalho e vida pessoal: 1. Primeiro, é buscar fazer o que gosta e encontrar satisfação nas atividades com que se ocupa. A vida de cada um de nós é uma só. Não tem isso de termos a vida profissional dissociada da vida pessoal. Então, necessariamente, uma impactará na outra. E ainda mais, em termos de dedicação de tempo (horas aplicadas no dia), temos mais tempo de horas dedicadas ao trabalho. Se nós nos ocupamos com atividades que não sejam prazerosas, viveremos mais tempo durante o dia nos ocupando com algo que não nos faz bem. E se não nos sentimos bem durante maior parte do nosso tempo, isso vai acabar contaminando “a outra parte” do nosso tempo. E, no final, a nossa vida como um todo é que ficará comprometida, sacrificada. Então, talvez não pareça muito fácil, mas a gente tem que ter em mente que, se a gente ocupa tempo com algo que não nos faz bem, além disso afetar a qualidade de nossa vida como um todo, também vai afetar – diretamente! – a nossa produtividade. Tenha certeza disso; ou comece a perceber que isso tem alguma fundamentação; e que, se você estiver nessa situação, é importante refletir com carinho para enfrentar algumas decisões que você talvez precise tomar. 2. Segundo, é levar a vida com mais leveza, ocupando o seu tempo com qualidade. Quando a gente gasta nosso tempo com momentos prazerosos, fazendo o que gosta durante os momentos de descanso mental, por exemplo, isso faz a gente se revigorar e estar mais disposto para enfrentar o dia a dia e todas as suas habituais pressões. Então, sobretudo na sua vida pessoal, encontre atividades que façam bem e que lhe completem. Experimente dedicar mais tempo para sua família, e para você mesmo! Aí, antes de você me perguntar sobre de que tipo de atividades você pode se ocupar, eu já me anteciparei dizendo que essa resposta quem deve dar não sou eu. É você! Você, mais do que ninguém, sabe o que faz bem. Identifique então o que possa te fazer bem, crie agenda no seu dia a dia para isso e priorize a sua realização! Depois, agradeça a você mesmo por isso. 3. Terceiro, tente aproveitar ao máximo os momentos em que você estiver fisicamente presente. Se você estiver no trabalho, foque nas atividades com toda vontade e disposição possível. Ser produtivo não é só saber das coisas e executar o que precisa ser feito; é, sobretudo, estar disposto para realizar o que precisa ser feito dando o máximo de si. E o diferencial está exatamente aí: dando o máximo de si! E se você estiver nos seus momentos de lazer, com você mesmo ou com

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1824: os passos e a queda da Confederação do Equador

*Por Rafael Dantas Como se inicia um novo país? Os quadros heróicos e hinos de louvor aos revolucionários não dão conta do trabalho de organização de um estado. Opositores, pressões militares e econômicas, reconhecimento internacional… A Confederação do Equador, proclamada há 200 anos em Pernambuco, na sua breve trajetória encampou muitas dessas batalhas nos quase cinco meses que permaneceu de pé. O movimento, que teve entre seus principais expoentes o religioso e intelectual Frei Caneca e o governador Manoel de Carvalho Paes Andrade, expõe os desafios de quem decide construir um novo caminho contra o sistema vigente. A revolução, que pela segunda vez separava Pernambuco do restante do País, não era uma simples revolta contra um mau governo nacional. Havia um conjunto de ideias republicanas e de autonomia local que sedimentaram o caminho revolucionário. Não havia um consenso sobre propostas como a da abolição da escravatura, mas era uma pauta que também circulava na época. NARRATIVAS, DEBATE PÚBLICO E IDEAIS REVOLUCIONÁRIOS Se hoje os debates nas redes sociais – inclusive recheados de fake news – formam o que chamamos de opinião pública e induzem a direção das decisões políticas, na época um dos intelectuais que moveu as ideias foi Frei Caneca. Líder religioso, soube usar seus espaços eclesiásticos e também a imprensa para questionar os caminhos do Império e propor novas alternativas. Em seu emblemático jornal Tiphys Pernambucano, que circulou até agosto de 1824 (durante o governo revolucionário) e em outros escritos, Caneca deixou registrado o pensamento que se tornou o combustível dos dias da revolução. Um semestre antes da proclamação da Confederação do Equador, o frei descrevia que o País estava com uma "uma nau destroçada pela fúria oceânica” e que carecia da ajuda decidida e abnegada de todos os seus filhos. Para ter ideia da consciência do seu papel, Frei Caneca escreveu em uma de suas cartas, em 1823, que “é um dever do cidadão, que escreve, dirigir a opinião pública e levá-la como pela mão no verdadeiro fim da felicidade social”. Na primeira edição após a proclamação da Confederação, que circulou em 8 de julho daquele ano, Caneca celebra o passo dado pelos revolucionários, antecipa a resposta que viria do Império mas de, antemão, já compartilha com seus leitores a aceitação internacional da queda da unidade nacional. O redator contava que jornais da Argentina, do Uruguai e da Inglaterra já previam a queda do governo. Se a segurança pública é um dos temas que atormentam os brasileiros do Século 21, durante o Império, a decisão de Dom Pedro de retirar as tropas de Pernambuco inflamou os revolucionários. Diante de um iminente ataque da Corte Portuguesa, Dom Pedro I deslocou sua presença militar do Recife para defendê-lo no Rio de Janeiro. Isso não passou ileso pelas páginas no Thypis Pernambucano. Frei Caneca denunciou que o imperador teve forças para causar muitas hostilidades aos pernambucanos em tempos de paz, gastando muito dinheiro e só trazendo prejuízos à província e “agora que vê os perigos iminentes, trata unicamente de sua pessoa, desampara-nos, entrega-nos a nossos recursos, energia e valor!. (...) Os defensores são para o tempo dos perigos, e se não servem para esses, menos para os de paz e tranquilidade. Não queremos defensores de mostrar e sim de defender”. O jornalista Luiz do Nascimento escreveu no artigo O Jornalismo Pernambucano ao Tempo da Independência (no Diário de Pernambuco, em 1972) que o “Thypis foi o órgão oficial da Confederação do Equador e o valoroso Frei Caneca só largou a pena depois da 29ª edição, para juntar-se às tropas de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, terminando [fechando o jornal], dada a derrota do movimento”. ESFORÇOS NA SEGURANÇA Enquanto Frei Caneca incendiava os pernambucanos contra o imperador, logo após a proclamação, o governador Paes de Andrade lança um manifesto para tornar a revolução conhecida da população e começa os esforços de defesa. As preocupações com a segurança eram justamente da vinda de embarcações portuguesas para o Recife e, na sequência, dos embates do Império contra a Confederação do Equador. “Em 1824 já era possível imprimir documentos que eram espalhados pelas ruas, colados nos muros e nos postes. Dessa maneira, as pessoas liam e discutiam esses papéis que tiveram uma circulação formidável”, afirma o historiador Flávio Cabral, professor da graduação e pós-graduação da Unicap. “Antigamente se fazia essa comunicação muito verbalmente também e por manuscritos. Mesmo as figuras escravizadas e as mulheres da época tomavam conhecimento dos temas debatidos por meio desses manifestos e pelos boatos”. Se a comunicação da revolução estava em ordem, a organização das forças militares era um desafio. Embora tenha arregimentado muitos apoiadores, a Confederação do Equador tinha opositores também entre as lideranças políticas locais. Logo, parte dos chefes militares locais aderiram à revolução, enquanto a outra parte ficou ao lado do Império. “Manoel de Carvalho tem apoio de parte das elites. Mas havia uma outra parte que foi alijada do poder, que é a de Francisco Paes Barreto, o Morgado do Cabo. Então há um choque dessas elites. O presidente da Confederação do Equador teve apoio do Batalhão dos Henrique, por exemplo, e de outras milícias locais que tenta- ram se organizar para conter a contrarrevolução”, afirmou Bruno Câmara, professor da Universidade de Pernambuco, em Garanhuns. A defesa contrária à revolução, no entanto, vinha de uma estrutura do Império que se fortaleceu nos anos anteriores de 1824. “As tropas imperiais, vale lembrar, passaram por uma reformulação após a Independência de 1822, e se tornaram extremamente fortes. Essas tropas descem em Alagoas e vão marchando, junto a tropas do Morgado do Cabo, até o Recife. Elas têm várias escaramuças. Foi essa força que debelou várias revoltas contra o Império, após o período regencial”. A ameaça do avanço imperial fez Frei Caneca clamar, no Thypis Pernambucano de 5 de agosto de 1824, pela participação popular para pegar em armas. “Quando a pátria está em perigo, todo cidadão é soldado. (...) todos deveriam se adestrar nas armas para rebater o inimigo agressor”. CONSTITUIÇÃO PROVISÓRIA E OS DEBATES CONSTITUCIONAIS

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Mostarda Premium com Mel

Tambaú investe em novos produtos e amplia linha premium

Para satisfazer os consumidores mais exigentes e amantes de novos sabores, a empresa pernambucana Tambaú Alimentos apresentou ao mercado neste mês três lançamentos exclusivos na sua linha premium: Catchup Premium com Goiabada, Mostarda Premium Amarela e Mostarda Premium com Mel. Os novos produtos são voltados para alcançar paladares sofisticados, oferecendo uma experiência gourmet com a marca. “Queremos ampliar o público A/B com esses lançamentos. São produtos diferenciados, feitos com receitas especiais”, destaca o gestor comercial da Tambaú, Igor Gonçalves. O Catchup Premium com Goiabada traz em sua receita a união do sabor do catchup, campeão de vendas da Tambaú, com os ingredientes da goiabada. “O novo produto é uma demanda antiga de vários players, como os chefs de cozinha, que já usavam a nossa tradicional goiabada para fazer o tal catchup com goiabada”, conta Gonçalves. “O mercado tem sido bem receptivo com a novidade, através do qual temos a expectativa de aumentar em torno de 25% o volume da linha premium da Tambaú”. A Mostarda Premium Amarela tem como diferencial o sabor intenso da mostarda. Ela também pode ser usada no hot dog, hamburguer, salgados em geral e uma infinidade de receitas. Já a Mostarda Premium com Mel apresenta a mesma formulação da Mostarda Amarela, além da doçura do mel de abelha, uma combinação equilibrada e perfeita para os consumidores. “Com os dois novos produtos, esperamos um incremento de 25% nas vendas da linha de mostarda da Tambaú”, frisa o gestor comercial. As duas novas mostardas chegam ao mercado na embalagem de 185g. Nova campanha publicitária A Tambaú Alimentos investe fortemente em uma campanha publicitária institucional, destacando a vasta gama de produtos que enriquecem o dia a dia dos consumidores. Com o mote “Tudo que é bom fica melhor com Tambaú”, a campanha celebra momentos especiais em família e com amigos, realçando as refeições como ocasiões únicas e memoráveis, sempre aprimoradas pelo toque especial que só a marca oferece. “Os produtos são versáteis e podem ser usados em qualquer refeição e a qualquer hora do dia. Foi isso que quisemos mostrar nessa campanha: a versatilidade e qualidade dos produtos Tambaú”, afirma a executiva de marketing Raissa Gonçalves. A campanha destaca a goiabada, o barbecue 100% nordestino, azeitona, catchup 100% nordestino, leite de coco, molhos de tomate, mostarda, shoyu, e o mais novo lançamento do ano, o Catchup Premium com Goiabada. Esses produtos são apresentados no filme publicitário e nas peças promocionais, enfatizando seu papel na criação de refeições deliciosas e momentos inesquecíveis.

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A história de Maria, minha amiga de infância

Por Manu Siqueira Este não é um texto qualquer. É um texto-memória-nostálgico de gratidão à vida. Um daqueles escritos que quero reler daqui a alguns anos. Parece um roteiro novelesco, algo cinematográfico, mas aconteceu comigo recentemente.  “Recife, 24 de abril de 1987. Prezada amiga Manoela: você é a minha melhor amiga do colégio. Como você fez a prova? Eu acho que fiz bem. Minha melhor amiga do colégio era Carol, mas agora é você. Somos muito amigas. Um beijo e um abraço precioso da sua amiga de sempre, Maria”. Essa cartinha, escrita à mão em um papel de carta cor de rosa, está prestes a completar 40 anos, e guardo comigo até hoje, na esperança de reencontrar Maria, minha melhor amiga da época de escola. Quem me acompanha aqui já sabe que travo uma luta diária para frequentar a academia, que fica a 100 metros da minha casa. Pois bem, em uma terça-feira ensolarada, fui a uma aula de dança no início da manhã. A maior parte das alunas é formada por mulheres com mais de 60 anos. Falei com uma, puxei papo com outra e, enfim, começou a aula. Que foi ótima! No final, percebi um rosto familiar. Me aproximei e perguntei: “você é Vera, mãe de Maria?”. Ela me olhou com uma cara de espanto e disse que sim. Eu, com os olhos já marejados, disse: “sou Manu, a melhor amiga de infância da sua filha”. Ela, incrédula, me abraçou, e eu, já chorando, disse que sempre sonhei com esse momento.  Dias depois, Maria me passou uma mensagem. Ela também faz exercícios na mesma academia que estou frequentando. E mais! Estamos morando na mesma rua e no mesmo bairro em que ficava a nossa escola, na infância. Ou seja, somos quase vizinhas. A vida é ou não é uma caixinha de surpresas? Dizem que Recife é um ovo, mas posso provar que não é. Nunca nos cruzamos em nenhum shopping ou restaurante, ou supermercado ao longo desse tempo todo. Seria fácil reconhecê-la porque ela não mudou nadinha. Demos uma pausa nas nossas agendas superlotadas e decidimos tomar um cafezinho em uma cafeteria ao lado da academia. Fui disposta a gravar no celular a minha reação ao vê-la. Mas quem disse que consegui? Eu me emocionei tanto que simplesmente esqueci de filmar. A gente se abraçou longamente e tentamos colocar em dia os 37 anos de conversas atrasadas. Na infância, Maria mudou de colégio. Lembro de sentir uma tristeza profunda com a saída dela. Depois desse dia, nunca mais soubemos notícias uma da outra. Ainda arrisquei procurá-la nas redes sociais, mas não a encontrei. Depois do café, nos despedimos com a promessa de nunca mais nos largarmos. Voltei para casa eufórica, feliz, radiante e escrevi essa mensagem para ela: “Maria, a sensação que tive hoje mais cedo, te reencontrando quase 40 anos depois, foi que, naquele café, a gente ainda tinha 7 anos e continuávamos conversando, como conversávamos, na hora do recreio. Foi muito bacana poder relembrar um monte de coisas que já estavam totalmente apagadas pela poeira do tempo. Nesse processo de envelhecimento, tenho procurado fortalecer os meus laços afetivos de amizade e isso tem sido uma das principais prioridades da minha vida. Que bom te perceber doce, assim como Bárbara falou. A gente não muda nossa essência, né? E como você bem disse: que a gente nunca mais se perca. Um beijo enorme! Adorei nossa tarde! Manu”. Maria está na minha memória afetiva mais bonita. Ela é um tesouro da minha infância. Fecho os olhos e relembro a nossa amizade pairada no ar: ela está na nossa pureza de criança, nas brincadeiras simples e divertidas, nas trocas dos lanches, na nossa doçura, nas intermináveis conversas, na nossa parceria e cumplicidade, nas infinitas trocas de papeis de carta, no encantamento pela vida, e nos sonhos que sonhávamos juntas.  Encontrá-la me permitiu fazer um mergulho dentro em mim e encontrar novamente com esses sentimentos que, às vezes, ficam perdidos dentro da gente.  A nossa comemoração do Dia do Amigo, celebrado no dia 20 de julho, já está marcada e, tenho certeza, vai ser muito especial e divertida. Tenho que concordar com Mário Quintana que disse: “a amizade é um amor que nunca morre”. É sim. Ela pode se ausentar, se perder, ficar guardada num cantinho do coração, mas sempre está lá, viva e pulsante.  

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Estagnação na taxa de vacinação infantil alerta o mundo

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) têm alertado as autoridades para a estagnação nas taxas de vacinação infantil ao redor do mundo. Após uma drástica queda durante a pandemia de Covid-19, houve uma recuperação modesta em 2022, mas desde então, os números não apresentaram crescimento significativo. Para se ter uma ideia, em 2023, segundo a OMS, 84% das crianças receberam as três doses da chamada tríplice vacina (contra difteria, tétano e coqueluche - DTaP). No entanto, antes da pandemia, em 2019, esse número era de 86%, indicando que ainda não se conseguiu retomar o patamar anterior de vacinação. Esse dado é alarmante, pois coloca a população em risco de desenvolvimento de doenças evitáveis e pode trazer de volta doenças que haviam sido erradicadas, como poliomielite e sarampo. “A imunização é essencial para a promoção da saúde coletiva e para o bom desenvolvimento e qualidade de vida, sobretudo das crianças. É importante destacar que, para muitas doenças, a vacina é a única alternativa segura e com garantia”, destaca o Dr. Eduardo Jorge, pediatra, professor e pesquisador integrante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm). No Brasil e no mundo, por exemplo, tem-se observado o crescimento de doenças como a coqueluche, um alerta relacionado à estagnação da vacinação. Em maio deste ano, a União Europeia divulgou um Boletim Epidemiológico indicando aumento da doença em pelo menos 17 países, com mais de 32 mil casos registrados nos três primeiros meses de 2024, contra 25 mil ao longo de todo o ano passado. “É muito importante que a população busque as unidades de saúde para vacinar seus filhos. E entidades médicas, como o CFM, têm também a responsabilidade de orientar profissionais e sensibilizar a população sobre a importância da imunização”, afirma Eduardo Jorge.

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Pernambuco Centro de Convenções investe R$ 8 milhões em nova reforma

Na foto, Camila Linhares, diretora de Operações, Cláudio Vasconcelos, CEO do empreendimento, e Rodrigo Sobral, gerente comercial. O Pernambuco Centro de Convenções está completando 45 anos e entregando de presente uma nova reforma. Fruto do investimento de R$ 8 milhões, o empreendimento irá inaugurar dois novos espaços. Um terá capacidade de receber até 2 mil pessoas ou de forma modulada três eventos simultâneos de 500 participantes. O outro é um conjunto de ambientes, em que a sala principal tem capacidade para 600 presentes, tendo mais três salas de apoio de 40 metros quadrados. Desde o início da concessão, já foram investidos R$ 20 milhões. Com a nova estrutura, que permitirá ao Pernambuco Centro de Convenções receber eventos de maior porte, vários congressos e feiras já tem contratos assinados e realização garantida no Estado, até 2026. A inauguração será com o Conexão Recife Convention, no dia 25 de julho. Com os investimentos, o centro reabrirá o seu acesso principal, que funcionou dos anos 80 até o início dos anos 2000. O jardim interno também passou por requalificação. Mais investimentos Por contrato da concessão, o Pernambuco Centro de Convenções deve fazer R$ 25 milhões de investimentos até o terceiro ano. Mas durante uma concessão, o CEO afirma que podem ser até 500 milhões nos 35 anos. "Iniciamos a operação em janeiro de 2023. De lá para cá, a gente tem feito uma série de intervenções que não são muito visíveis, porque são mais voltadas na parte de manutenção, que não estão sendo feitas da forma mais adequada. Desde o ano passado resolvemos um primeiro ponto a atacar, que seria construir espaço multifuncional e multiúso voltado para um tipo de evento que não estava mais acontecendo aqui, que eram os congressos e as ferias de negócio. Eu arrisco a falar que no Brasil não tem melhor", afirmou o CEO Cláudio Vasconcelos. O gerente comercial Rodrigo Sobral destaca que já existem contratos fechados com diversos congressos nacionais da área da saúde e de outros setores. "Tudo isso causa um impacto econômico do Estado muito grande, além de movimentar toda a cadeia. São eventos que foram fechados por causa que a gente tinha a promessa desse investimento, que a gente realmente executou. Antecipamos os prazos das exigências do contrato de concessão com essas obras", afirmou.

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Por que a reforma tributária já deu certo

*Por Francisco Cunha Comecei minha vida profissional como auditor do Tesouro Estadual e, para o concurso, tive que estudar direito tributário e a legislação relativa ao antigo ICM (Imposto sobre Circulação de Mercadorias). O que me chamou a atenção, logo de partida, foi que a relação das isenções era mais volumosa do que a própria legislação. Aí, comecei a desconfiar de que havia alguma coisa errada com nosso sistema tributário. Quando, cinco anos depois do concurso, deixei o quadro da Secretaria da Fazenda Estadual para me dedicar à consultoria e, mais tarde, fundar com outros sócios a TGI, o fiz com a certeza de que a situação era bem pior do que minha impressão inicial. E, desde então, acompanhando a situação, agora pelo lado das empresas, só vi a coisa piorar mais ainda, inclusive pós-Constituição de 1988. Acompanhei também de longe várias tentativas de Reforma Tributária que deram com os burros n’água enquanto a situação só ia ficando mais emaranhada. Isso a ponto de se dizer, a meu ver com toda razão, que o País não tinha um sistema mas, sim, um “manicômio” tributário dada a bagunça que se criou com legislações federais, estaduais e municipais, conflitantes e superpostas. Além de uma carga tributária das mais elevadas do mundo para um país de renda média como o Brasil. Já tinha perdido a esperança de ver uma reforma digna deste nome quando um estudo feito pelo Centro de Cidadania Fiscal, uma think tank independente, dirigida por Bernard Appy, começou a ganhar corpo e a conquistar corações e mentes, por meio de um amplo debate nacional, até chegar ao Congresso na forma de dois Projetos de Lei, um na Câmara e outro no Senado. Com a ida de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda foi criada uma Secretaria Extraordinária para a Reforma Tributária, encabeçada pelo próprio Bernard Appy, e iniciado o trabalho de negociação que resultou na surpreendente aprovação de uma Reforma Tributária que simplifica enormemente o sistema com unificação de cinco tributos em um imposto de valor agregado (IVA) dual (estadual e municipal). Agora que a regulamentação da Reforma acaba de passar na Câmara dos Deputados (faltando ainda passar pelo Senado Federal) já é possível dizer que, mesmo sem entrar no mérito do que foi aprovado, a reforma já é um sucesso pelo que conseguiu em termos de emprestar racionalidade e simplificação ao sistema, acabando com uma infinidade de distorções adquiridas ao longo do tempo, praticamente desde 1965 quando o sistema ainda vigente foi implantado. Procurando entender o quê permitiu o desenvolvimento e a aprovação de um tema tão complexo, deduzi que foram seguidos os passos fundamentais: (1) formulação técnica bem feita (embasada num diagnóstico preciso da realidade); (2) envolvimento da sociedade civil organizada (com amplas e circunstanciadas discussões); (3) articulação competente com a imprensa e os meios de comunicação; (4) adequada inserção do Poder Executivo no processo (depois do tema ter sido amplamente discutido); (5) negociação republicana com o Poder Legislativo; (6) tempo de implantação alargado para permitir transição segura, testagem e ajustes. Praticamente um roteiro para realização de reformas necessárias e complexas num país que não é, como disse Tom Jobim, “para amadores”… Samuel Pessoa, economista e não propriamente um defensor do governo atual, chegou a dizer que a Reforma Tributária aprovada tem o potencial de vir a ser “o Plano Real do governo Lula” pelo que pode trazer, ao longo do tempo, em termos de competitividade para a economia. Tomara que esteja certo porque o Brasil, as empresas e os contribuintes mais do que merecemos um refresco para trabalhar e empreender sob o abrigo de um sistema racional, depois de tanto tempo mergulhados na mais ampla insanidade tributária.

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Revista Algomais Capa Rodrigo Souto

Calistenia: a arte de usar o próprio corpo para se exercitar ganha espaço no Recife

A calistenia tem se tornado cada vez mais popular no Brasil, incluindo o Recife. A prática de exercícios utilizando apenas o peso do próprio corpo atrai muitas pessoas por sua eficiência, acessibilidade e os benefícios para a saúde e o condicionamento físico. “A calistenia é um método de treinamento que utiliza o peso do próprio corpo para trabalhar a força e resistência muscular, dispensando a necessidade de equipamentos de academia. Além de aumentar a flexibilidade e a mobilidade, a calistenia desenvolve a consciência corporal”, diz o personal trainer Rodrigo Souto.  Segundo o prof. Rodrigo Souto, a calistenia oferece benefícios físicos e mentais. Benefícios físicos Benefícios mentais Prof. Rodrigo Souto complementa sobre a perda de peso: "Quanto a perda de peso, a calistenia pode ser eficaz quando combinada com uma dieta equilibrada, mas é preciso adotar também uma nova rotina para sua nova vida ou você vai passar por uma mudança física e metal". Os princípios básicos da calistenia incluem Níveis de condicionamento Calestemia é uma modalidade para todas as pessoas Essa prática pode ser realizada para ambos os sexos, tendo em vista que a calistênia não tem restrições de gênero nem de idades. Pode ser praticada por crianças, adultos eidosos e grupos especiais, mas atenção, pois devem ter cautela: Isso porque a pessoa tem que informar que tem alguma lesão previamente ou alguma patologia pré-existente. É importante que você consulte um profissional se tiver lesões ou condições médicas. Mulheres grávidas devem adaptar os exercícios com orientação médica. Já os Idosos passam pormovimentos ajustados e a intensidade conforme a capacidade física.Outro ponto importante, você tem que sempre aquecer manter a postura correta e progredir gradualmente. Nos últimos anos, a calistenia tem experimentado um crescimento notável como prática esportiva. Depoimento "Tudo começou no final de 2014, por volta do mês de outubro desse mesmo ano, já praticava alguns esportes como o jiu-jitsu e musculação regular, além estudar Educação Física na faculdade. Mas, nesse mesmo ano eu perdi meu emprego e passei por uma separação conjugal difícil e fiquei sem saber o que fazer naquele momento. Foi quando um amigo do próprio jiu-jitsu me convidou para experimentar uma aula de alongamento misturado com força, tudo junto. Na época ele tinha me falado o nome da modalidade, mas eu também não prestei muita atenção e fui fazer essa aula com um professor convidado na turma de jiu-jitsu, ele fez apresentação para toda turma e falou um pouco sobre a modalidade que tínhamos que realizar os exercícios com o nosso corpo naquele momento, ele deu início ao alongamento e foi conduzindo a turma toda a realizar os exercícios sugeridos. Pois bem, eu já estava acostumando com o puxar e empurrar da luta e com as cargas da musculação, mas nuca tinha vivenciado algo tão interessante sobre uma prática como aquela, ele nos pedia para realizamos movimentos fácies de fazermos, mas tinha uma combinação de tempo de suspenção que tínhamos que ficar logos períodos na mesma posição, isso foi nos deixando cada mês mais cansados e exigia uma concentração total e a aula foi muito boa. Toda turma terminou exausta com aqueles movimentos. Dai eu comecei a estudar a modalidade e realizar com mais frequência ate que me formei e hoje utilizo desses movimentos para recuperar meus alunos e a desfilá-los a se superarem a cada dia".  Rodrigo Souto é personal trainer e ministra aulas de calistenia no Recife - @professor.rodrigo.souto Saúde Integral: nutrição como aliada fundamental na fisioterapia para transformar vidas. Confira! Você sabia que a nutrição desempenha um papel importante nos tratamentos de fisioterapia, contribuindo significativamente para alcançar melhores resultados e prevenir problemas de saúde relacionados a doenças crônicas? Em um contexto onde a saúde integral, a qual envolve corpo, mente e espírito, é tema de extrema relevância, a integração da nutrição aos cuidados de fisioterapia surge como uma estratégia poderosa para promover a saúde integral. A fisioterapia não se limita apenas ao tratamento de sintomas físicos, mas busca abordagens holísticas que considerem o corpo todo. Ao incorporar orientações nutricionais personalizadas, os profissionais não só auxiliam na recuperação física, mas também fortalecem a saúde geral do paciente. A alimentação adequada não apenas complementa os benefícios das sessões de fisioterapia, mas também desempenha um papel crucial na prevenção de condições crônicas, levando à crise urgente que envolve o fardo de doenças crônicas como diabete, hipertensão e obesidade ao sistema de saúde. Portanto, ao investir na integração de nutrição nos cuidados de fisioterapia, você não apenas melhora os resultados do tratamento, mas também contribui fortemente com a abordagem preventiva, além de fortalecer o bem-estar geral do paciente. Descubra como a combinação de fisioterapia e nutrição pode ser a chave para uma saúde integral, duradoura e sustentável. Um artigo recente “Nutrição e Fisioterapia: Um Posicionamento da Seção de Fisioterapeutas da Associação Japonesa de Nutrição para Reabilitação” explora a interseção crítica entre nutrição e fisioterapia, destacando a necessidade de integrar o conhecimento nutricional à fisioterapia para abordar diversos problemas de saúde, como desnutrição, sarcopenia, fragilidade e caquexia. O artigo enfatiza que a fisioterapia e as intervenções nutricionais juntas podem melhorar significativamente os resultados do paciente. Ana Cecília Dias é fisioterapeuta e nutricionista. @acecidias Centro universitário realiza período de capacitações Até 27 de julho, o Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), - localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão – oferece o Masterclass, projeto de formação continuada que visa promover o desenvolvimento e a empregabilidade dos alunos e abrir as portas para a comunidade. Ao todo, serão mais de 20 minicursos que abrangem áreas diversas como Administração, Direito, Enfermagem, Estética e Cosmética, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Odontologia e Tecnologia. Os temas escolhidos para os workshops levantam questões discutidas na atualidade, como “Transtorno do Espectro Autista na vida adulta”, “Direito do trabalho e seus avanços tecnológicos”, “Preparações Vegetarianas”, “Inteligência Artificial”, “Reanimação Neonatal”, “Fitoterapia Aplicada à Saúde da Mulher” entre outros. Para se inscrever, basta acessar o site https://www.unit.br/masterclass-unit-pe-2024.    

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Fenearte comemora movimentação econômica de R$ 108 milhões

A Fenearte tem lugar garantido no calendário dos grandes eventos do Estado. Na edição de 2024, a feira recebeu 320 mil pessoas no Pernambuco Centro de Convenções, com um impacto econômico estimado pela organização de R$ 108 milhões. Ao todo, mais de 5 mil artesãos expuseram seus produtos. O tíquete médio dos consumidores foi de R$ 462. As sondagens realizadas pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) revelaram que 98,6% do público aprovou a 24ª Fenearte. Do total de visitantes, 22,5% eram turistas e 17,4% participaram pela primeira vez. Entre os expositores, 52,3% afirmaram que a expectativa de negócios foi superada. André Teixeira Filho, diretor-presidente da Adepe “A Fenearte é uma política cultural e econômica que se reafirma a cada ano, e acabamos de encerrar uma edição histórica, tanto pelos números apresentados quanto pelas diversas iniciativas iniciadas na feira e que seguirão na vida dos artesãos. A Fenearte tem começo, tem meio, mas nunca tem fim. A 25ª já está sendo preparada com muito carinho” Feira Multimodal Nordeste 2024 impulsiona setor logístico em Pernambuco Recife se prepara para a primeira edição da feira Multimodal Nordeste 2024, que ocorrerá de 6 a 8 de agosto, das 14h às 20h, marcando a abertura do Recife Expo Center. Com todos os estandes vendidos, a organização começou a contagem regressiva e abriu o credenciamento para o público, disponível no site https://multimodalnordeste.com.br, com entrada gratuita para profissionais e empresários do setor. O evento será realizado no Pavilhão Sul do Recife Expo Center e contará com mais de 80 marcas, com uma expectativa de movimentação econômica superior a R$ 250 milhões. Nos três dias de feira, são esperadas cerca de 5 mil pessoas, incluindo especialistas, empresários e autoridades, para discutir as tendências e desafios da logística multimodal na região. BNDES destina R$ 14,8 bi ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizará R$ 66,5 bilhões no Plano Safra 2024/2025, um aumento de 73% em relação ao último ano-safra, para financiar investimentos na agricultura brasileira. Este é o maior orçamento já oferecido pelo banco. Os protocolos abrem nesta quarta-feira, 17. Dos R$ 33,5 bilhões com juros equalizáveis, R$ 14,8 bilhões serão destinados aos pequenos produtores da agricultura familiar, com taxas de juros entre 0,5% e 6% ao ano. Este montante representa um aumento de 28% em relação ao último ano-safra.

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O que quer a Geração Z no mercado de trabalho?

Jovens profissionais não temem mudanças, valorizam a qualidade de vida e preferem horários de trabalho flexíveis impactam o ambiente corporativo e até os sindicatos. *Por Rafael Dantas O choque de gerações é um campo de tensão recorrente, seja nas famílias, na sociedade ou mesmo nas corporações. A chegada ao mercado de uma leva de novos profissionais nativos digitais, que enfrentaram uma pandemia e que nasceram em um mundo globalizado não aconteceria sem grandes transformações. A Geração Z, dos profissionais nascidos entre 1995 e 2010, tem objetivos claros, menos medo de mudanças e posicionamentos que encantam e assustam as empresas que operam em níveis mais tradicionais. A Geração Z já corresponde a mais 45 milhões de brasileiros, segundo os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse grupo, 48% estão em atividade no mercado de trabalho, mas estão longe de ser um grupo homogêneo também. Ao mesmo tempo em que parte desses jovens já ocupa postos de liderança nas empresas, há os que apresentam um perfil típico de tender a trocar de emprego com muita facilidade – sem o apego dos trabalhadores mais antigos ao posto – e ainda os chamados “nem-nem” (dos que nem trabalham, nem estudam). Para ilustrar essa realidade, um estudo do IOS (Instituto da Oportunidade Socia) apontou que 64% dos jovens da Geração Z no Brasil têm planos de subir na vida profissional, ocupando cargos de liderança. Enquanto isso, o relatório Relatório de Clima & Engajamento, da Gupy, indicou que esses jovens ficam em média 15 meses a menos no mesmo emprego que os trabalhadores de outras gerações. Na média, o estudo indicou que esses profissionais permanecem apenas nove meses no mesmo trabalho. Em paralelo, um a cada cinco brasileiros (9,6 milhões) nessa faixa etária estão no grupo dos “nem-nem”, segundo o IBGE. Lidar com perfis diferentes não é uma tarefa das mais fáceis para as empresas, especialmente por conta dos novos desejos profissionais e de vida que movem esses jovens. Movem de verdade as suas carreiras e trajetórias. De acordo com dados da Deloitte, os principais motivos que fazem a Geração Z permanecer em seus trabalhos são a perspectiva de desenvolvimento de habilidades (37%) e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (34%). A consultora da TGI, Carolina Holanda, avalia que sempre que novas gerações entram no mercado de trabalho, há um certo estranhamento por parte das empresas. Ela considera essa dificuldade como natural, visto que cada geração tem comportamentos e preferências que mudam a partir do contexto social, econômico e cultural em que foram formados. “Hoje, observo que parte dos empresários e gestores percebem os jovens da Geração Z como impacientes, inclusive com o processo de crescimento profissional, com pouco comprometimento com a atividade desenvolvida e com a empresa (mudam facilmente de trabalho, se considerarem que terão ganhos – e não só de remuneração), com um maior rigor em separar a vida profissional da vida pessoal e com maior pragmatismo”, considera a consultora. Carolina avalia que os traços mais mencionados pelos empresários se devem ao fato dessa geração ser formada pelos nativos digitais e hiperconectados. Outras questões apontadas pelas gerações anteriores sobre os jovens profissionais são as dificuldades de planejar, cumprir algumas formalidades empresariais e uma menor tolerância à frustração. Se existem muitos problemas nessa adaptação, existem também elementos muito bem avaliados pelas empresas desses novos profissionais que chegam ao mercado. “Há quem observe características bem interessantes como a capacidade de desenvolver diversas tarefas, engajamento nas causas que acredita e uma enorme facilidade com a tecnologia. Em geral, a Geração Z busca por uma empresa que tenha propósitos e valores semelhantes aos seus e que, de fato, ela perceba isso na prática empresarial. Além disso, dá preferência a empresas que são flexíveis e que criam ambientes favoráveis ao desenvolvimento profissional. Apesar do uso da tecnologia e das redes sociais, essa geração também considera importante uma comunicação pessoal e direta com os principais gestores e pares”, explica Carolina. PROMOÇÃO X QUALIDADE DE VIDA O recifense Weydson Ferreira, atualmente com 30 anos, trabalhou numa padaria perto de sua casa por alguns anos. Estava confortável, mas sem perspectivas de crescimento. Decidiu buscar emprego em uma multinacional. Foi contratado em uma função inicial, mais braçal, cresceu na companhia até chegar ao setor comercial, como promotor de vendas. Mesmo com vários reconhecimentos de vendedor do mês e logo após receber uma promoção, ele pediu as contas e arriscou uma transição para trabalhar em Portugal. Para conseguir o sucesso no emprego e fazer faculdade à noite, ele encarava uma jornada das 6h às 23h. “Larguei tudo por causa da sobrecarga, do excesso de trabalho. Chegava em casa cansado, sem disposição de sair com a família. Eu tinha um bom trabalho, mas era muita pressão. Tinha acabado de ser promovido, mas não via perspectiva para o futuro. Via uma vida sempre assim, por mais que fosse bem-sucedido. Talvez ficasse doente. Fiquei mais vulnerável a doenças por estar constantemente trabalhando”, conta Weydson. Casado e com uma filha de 6 anos, ele sabia que era um risco atravessar o oceano para abraçar uma oportunidade que surgiu inicialmente para sua esposa no setor de beleza. Ao chegar em Portugal, ele abraçou um trabalho como auxiliar de eletricista – atividade em que não tinha nenhuma experiência – e passou a trabalhar fazendo instalação de placas solares e ar-condicionados. Mas viver em uma cidade pequena, numa região mais rural e cercada de praias, promoveu a almejada qualidade de vida que ele buscava. Morar no Algarve trouxe novas oportunidades e uma perspectiva diferente para Weydson. Ele aproveita a proximidade das praias e a vasta oferta de lazer na região, ao mesmo tempo em que planeja seu futuro acadêmico, utilizando a nota do Enem para ingressar na universidade em Portugal. Além de seu trabalho principal, Weydson também atua como agente de viagens, um trabalho remoto que o permite explorar seu gosto por vendas. A mudança para Portugal, embora inicialmente desafiadora, está sendo transformadora e satisfatória, trazendo uma nova visão sobre o que é

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