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Juliana Luiz e Fotos Anna Carolina Negri Arquivo

"A agricultura urbana atinge a dupla crise: a da fome e a climática"

Juliana Luiz, gerente Projetos de Instituto Escolhas, afirma que o Recife produz 700 toneladas de alimentos/ano. Ela fala de como essa atividade é invisibilizada e do estudo que mostra os gargalos e o potencial da cidade, e também do Rio de Janeiro e Curitiba, de ampliar essa produção. Poucos recifenses sabem que agricultores familiares produzem em pleno Recife 700 toneladas de alimentos/ano. Na cidade existem 242 estabelecimentos que cultivam hortaliças como quiabo, milho e alface. Esses dados constam no último Censo Agropecuário, mas estão invisibilizados. Reverter essa invisibilidade da agricultura praticada nos centros urbanos e aumentar as áreas produtivas são objetivos perseguidos pelo Instituto Escolhas. Essa seria uma estratégia para promoção da segurança alimentar nas cidades e para torná-las mais resilientes às mudanças climáticas. A organização acaba de lançar o estudo Como o Governo Federal pode apoiar os municípios no fomento à produção local de alimentos?. A pesquisa traz dados sobre a produção de alimentos no Recife, em Curitiba e no Rio de Janeiro, os gargalos que enfrentam para consolidar a atividade, além de uma proposta para elevar a produção de hortaliças nas três cidades e recomendações para a União. Foi desenvolvida em parceria com as prefeituras dos três municípios e com a Cátedra Josué de Castro do Nupens/USP. Nesta entrevista a Cláudia Santos, a gerente de Projetos do Instituto Escolhas, Juliana Luiz, fala do estudo, dos benefícios e desafios para a produção de alimentos nos espaços urbanos e elogiou a iniciativa da Prefeitura do Recife de criar a Secretaria de Agricultura Urbana dentro da Secretaria de Planejamento Urbano. Antes de falar do estudo, gostaria que a senhora explicasse os benefícios da agricultura urbana e periurbana. Agricultura urbana e periurbana podem parecer uma novidade, mas não são. A produção perto das cidades é histórica. Elas foram constituídas ao redor do cultivo de alimentos. Mas as longas cadeias de produção fizeram com que esses alimentos ficassem cada vez mais distantes dos consumidores. Só que agora, as cidades estão cada vez maiores, com mais pessoas e esse alimento está cada vez mais distante, mais caro, pouco variado, que é a chamada monotonia alimentar. Quando olhamos para a produção perto das cidades, falamos, sobretudo, de horticultura. O último Censo Agropecuário, de 2017, mostra que no Recife existem 242 estabelecimentos agropecuários, mais de 50% deles tem até 20 hectares, um número considerado dentro do módulo rural em que se enquadra um agricultor familiar. Mais de 50% são considerados com parentesco, ou seja, mais uma vez estamos falando de agricultores familiares. Eles existem na cidade, mas são invisibilizados. No Censo, existe ainda uma categoria que são produtores de horticultura, quase 80% deles são agricultores familiares que produzem muito pouco no Recife, mais ou menos 700 toneladas por ano. A maior parte, quiabo, milho verde e alface. Um movimento positivo da Prefeitura do Recife começou em 2021, quando criou uma secretaria para olhar a agricultura urbana porque ela se confunde, tanto com agricultores familiares – que são esses números que informei – mas há, também, agricultores comunitários que, não necessariamente, têm um vínculo familiar mas produzem dentro da cidade. Quanto aos benefícios, estamos falando de uma produção próxima do consumidor, de um aumento da disponibilidade de legumes e verduras. O Nordeste consome apenas 31% do recomendado de frutas, legumes e verduras, só não é pior do que o Norte. Na nossa pesquisa ouvimos muitos agricultores, produtores e grupos comunitários que produzem em cidades satélites à capital, então há essa interação com outras cidades, o que é extremamente benéfico. Outro benefício é conter os choques de abastecimento. Vimos isso acontecer na pandemia, quando a circulação dessa produção mais distante começou a ser afetada. A greve dos caminhoneiros foi um outro exemplo. Quando se produz perto, esses riscos são reduzidos. Outro ponto positivo é o uso de áreas abandonadas consideradas como perigosas na cidade, como terrenos baldios usados como lixões que ficam improdutivos porque sofreram despejo inapropriado de resíduos. Mas ao recuperar a qualidade do solo para a produção, geram o benefício de aumentar a infiltração do solo, evitando outro problema nas cidades que são os alagamentos. E, óbvio, existem dois grandes benefícios associados aos efeitos das mudanças climáticas: quanto mais áreas verdes, menor é o calor que sentimos, além disso, teremos mais alimentos disponíveis. Estamos falando de um país que passa fome, dos 33 milhões que estão nessa situação, 27 milhões estão nas cidades. Então ter mais alimentos próximos das pessoas que passam fome também é uma estratégia de política pública. Qual a proposta do estudo do Instituto Escolhas e por que o Recife foi uma das cidades analisadas? O Escolhas trabalha com o tema da produção local de alimentos há vários anos. Começamos em 2019, falando sobre a produção metropolitana de São Paulo, depois fomos para o Norte, para olhar a produção em Belém e, aí, demos um novo passo, que é olhar a produção em três cidades em diferentes regiões do País para sugerir propostas ao Governo Federal. Curitiba, Rio de Janeiro e Recife foram escolhidas porque possuem políticas públicas voltadas para o tema. O Recife tem a Secretaria de Agricultura Urbana dentro da Secretaria de Planejamento Urbano. Embora a agricultura urbana esteja institucionalizada nessas cidades, há inúmeros desafios. O orçamento dessas políticas públicas é sempre muito baixo e elas são vistas como projetos pilotos ou pontuais, dialogam pouco com o planejamento urbano. Poderíamos olhar para os estados mas eles têm muitas áreas rurais e o desafio dessa produção local de alimentos são das cidades que é onde as pessoas moram e consomem. Também é onde as regras do planejamento urbano são aplicadas, como o plano diretor, o zoneamento, a lei de uso do solo, isso tudo é competência da cidade. Não é à toa que o pontapé inicial para esse debate sobre produção de alimentos e resiliência dos centros urbanos veio com o Pacto de Milão, que é um acordo internacional que várias cidades, o Recife inclusive, assinaram, com o compromisso de fomentar e melhorar a produção, o acesso e o consumo de

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Ressaca de Carnaval: como lidar com os efeitos da folia na quarta-feira de cinzas

Após dias de folia e diversão intensa, muitos foliões enfrentam a temida ressaca de Carnaval, uma condição que pode afetar o bem-estar e a disposição na quarta-feira de cinzas. Saiba como cuidar de si e recuperar as energias após a festa. Convidamos o nutricionista Ruy Santos para orientar o folião da Revista Algomais.

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Retirada de recursos da poupança pressiona mercado imobiliário

(Da Agência Brasil) A debandada de investidores da mais tradicional aplicação financeira do país está provocando reflexos em outros setores da economia. Uma das mais tradicionais fontes de recursos para financiamentos de imóveis para a classe média com juros limitados, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) é afetado pela retirada persistente de recursos da caderneta de poupança. Somente em janeiro, os investidores retiraram da poupança R$ 20,1 bilhões a mais do que depositaram. Isso após três anos seguidos de saques. A aplicação perdeu R$ 87,8 bilhões em 2023, R$ 103,2 bilhões em 2022 e R$ 35,4 bilhões em 2021. Atualmente, os bancos são obrigados a destinar 65% dos depósitos da poupança ao SBPE. Esse sistema cobre até 80% de imóveis de até R$ 1,5 milhão, com juros limitados a 12% ao ano, o teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). A modalidade tem risco historicamente baixo de inadimplência porque as prestações são limitadas a 30% da renda do mutuário, e os financiamentos duram até 35 anos. Especialista em direito imobiliário, o advogado Marcelo Tapai destaca que o mercado imobiliário passa por uma mudança estrutural, que reflete a perda de interesse do investidor pela caderneta. Tanto o rendimento baixo da poupança quanto a ampliação de opções no mercado financeiro estimulam a fuga de investidores. “A diminuição do estoque de dinheiro das poupanças é um caminho sem volta. O mercado financeiro hoje é muito mais simples. Bancos de investimento populares permitem às pessoas físicas investir em instrumentos financeiros com muita facilidade e muito mais perspectiva de retorno. A poupança traz prejuízo e, a cada dia, menos pessoas pensam nela como um investimento”, explica. Perspectivas Com cada vez menos recursos na poupança, os bancos destinam menos dinheiro para empréstimos no SPBE. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o número de lançamentos de unidades imobiliárias pelo SBPE caiu entre 20% e 30% no ano passado. A CBIC não tem projeções para essa modalidade em 2024. No fim do ano passado, a entidade informou apenas que acredita em uma recuperação no SBPE no segundo semestre e que o número de lançamentos será ao menos igual ao de 2023. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) prevê que o volume de crédito no sistema fique estável em relação ao ano passado, afetado tanto pela retirada de recursos da poupança como pelos juros ainda altos. Opções Com o SBPE menos requisitado, os mutuários de classe média têm duas alternativas. A primeira são os financiamentos com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Essa modalidade também financia imóveis de até R$ 1,5 milhão com juros de até 12% ao mês, mas exige regras adicionais em relação ao SBPE. O comprador precisa trabalhar pelo menos três anos com carteira assinada, não pode ter outro financiamento ativo no SFH, nem ter outro imóvel na cidade onde mora ou trabalha, nem em municípios vizinhos e na mesma região metropolitana. A outra opção consiste no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que obedece a taxas e condições de mercado. Essa modalidade permite o financiamento de imóveis acima de R$ 1,5 milhão e entrada zero (100% do valor financiado), mas normalmente tem juros mais altos. Atualmente, as principais fontes de recursos dos bancos que concedem os financiamentos no mercado livre são os títulos privados, como as letras de crédito imobiliário (LCI), os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e as letras imobiliárias garantidas (LIG), objeto de uma mudança recente de regras do Conselho Monetário Internacional. Mudança Segundo Tapai, ocorre uma mudança na composição dos fundos para financiamento imobiliário, com o crescimento dos títulos privados, que custam mais para as instituições e elevam o custo do crédito para a compra de imóveis. “Isso é ruim para quem financia imóveis não abrangidos pelo SFH, pois não há limitação de taxa de juros e os prazos são menores. Não há nenhuma limitação e as regras de mercado são as que valem”, declara. O especialista diz ainda não ser possível avaliar o impacto das mudanças das regras para a LCI, o CRI e o LIG. Tapai não descarta que as restrições ao lançamento desse tipo de papéis se reflitam em juros menores, como alega o Banco Central (BC), porque parte dos recursos levantados com tais títulos não estava sendo usada no mercado imobiliário. “O BC afirma que sim, mas somente o mercado poderá dizer que os juros no mercado livre vão baixar”, pondera. Crescimento Mesmo com a estagnação do SBPE, a Abecip aposta em crescimento de 3% no crédito imobiliário em 2024, com as concessões fechando o ano em R$ 259 bilhões, superando o recorde de R$ 255 bilhões emprestados em 2021. Segundo a entidade, essa expansão deve ser sustentada pelos financiamentos do FGTS. A CBIC, cuja análise se concentra no número de lançamentos, estima que o volume de empreendimentos imobiliários com recursos do FGTS e do Minha Casa, Minha Vida cresça 15% em 2024. Para o mercado imobiliário total, a entidade projeta que 320 mil unidades devem ser lançadas neste ano. Ainda não dá para projetar se essa volume representa crescimento em relação a 2023 porque as estatísticas do ano passado ainda estão sendo fechadas.

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Mundo cervejeiro: Chegou a vez do lúpulo nacional?

O lúpulo, um dos ingredientes essenciais na produção de cerveja, é tradicionalmente cultivado em regiões de clima temperado. No entanto, o Brasil tem, sim, produção de lúpulo, embora em menor escala se comparado a países como Alemanha, Estados Unidos e República Tcheca. Nos últimos anos, alguns produtores brasileiros têm investido na produção de lúpulo em regiões específicas do País, aproveitando as condições climáticas favoráveis e buscando atender à demanda crescente da indústria cervejeira nacional. Muitos pensam que o lúpulo é uma planta que só gosta de ambiente frio. A Mundo Hop nasceu pra rebater esse mito e abastecer as cervejarias artesanais brasileiras com lúpulo fresquinho produzido aqui mesmo no Brasil – mais exatamente numa fazenda em Mateus Leme (MG), a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte. Amigos desde a adolescência, Thiago Fenelon, 31, engenheiro, e Gabriel Purri, 32, administrador, estão à frente da startup. Fundada em 2018, a Mundo Hop fechou 2023, sua primeira safra comercial, com uma estimativa de algo entre 12 e 15 toneladas produzidas. Tudo de bom, lúpulo brasileiro numa boa IPA. Vamos torcer!

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"O impacto do Jazz é muito positivo, milhares de turistas vem à Garanhuns"

Garanhuns mais uma vez se entregou nos dias de Carnaval, com um estilo diferente da maioria dos destinos para os dias da folia. Nessa breve entrevista, a secretária de cultura Sandra Albino fala sobre os festejos de 2024 na suíça pernambucana. Qual a expectativa de Garanhuns de atração de turistas para o período carnavalesco? Garanhuns possui uma alta expectativa para mais uma vez atrair um grande público durante o Ciclo Carnavalesco 2024 que será realizado na cidade. Aqui vamos contar com o Bloco das Virgens, o Carnaval nos Bairros e o Garanhuns Jazz Festival, em sua segunda edição, desde a sua retomada em 2023. Vale lembrar ainda que em 2023, Garanhuns chegou ao posto de cidade que mais recebeu turistas durante o período carnavalesco, de acordo com levantamento realizado pelo Setor de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Turismo (Setur) e Empetur. Por isso, acreditamos que estes números podem ser alcançados novamente. No Carnaval 2024, o que tem atraiu os turistas para o carnaval da cidade? O Garanhuns Jazz Festival sem dúvidas é um grande atrativo, sobretudo para as pessoas de diversos estados do Brasil que procuram uma alternativa à agitação do carnaval tradicional. É um evento já consolidado, com shows totalmente gratuitos na Praça Mestre Dominguinhos, até 13 de fevereiro. Mas neste ano, também vamos ter mais uma edição da prévia carnavalesca que é o Bloco das Virgens, e que vai contar com uma grande atração que é a banda Cheiro de Amor, no dia 09 de fevereiro. Além de atrações que vão se apresentar nos quatro dias do Carnaval dos Bairros. Toda a programação dos eventos está disponível nas redes sociais @garanhunsjazzfestival e @prefgaranhuns. Qual a importância do carnaval para aquecer a atividade econômica do município? Há alguma estimativa de movimentação econômica que o período traz? O impacto do Jazz é sempre muito positivo, pois milhares de turistas vem à Garanhuns buscando esta opção alternativa. São quatro dias que movimentam o circuito gastronômico e toda a rede hoteleira, que no ano passado registrou números de ocupação em torno de 90%. E para este ano a expectativa não é diferente, pois vamos fazer um evento ainda maior e melhor. Quanto a cidade está investindo na festa? Houve alguma novidade neste ano? Temos boas novidades no Ciclo Carnavalesco de 2024 em Garanhuns. Fortalecemos o tradicional Bloco das Virgens que este ano tem realização direta da Prefeitura de Garanhuns e tendo como principal atração a banda Cheiro de Amor. Além disso, ampliamos o número de dias e locais onde é realizado o Carnaval nos Bairros. Do sábado a terça-feira do carnaval, vamos ter programação na Cohab II, Magano, Cohab I e Boa Vista, com diversas atrações de Garanhuns e Região, que foram selecionadas por meio de edital convocatório. No Jazz, também são muitas novidades, já na abertura vamos contar com a ‘Noite do Chorinho’, que é um dos principais ritmos musicais do Brasil e se aproxima das raízes do jazz norte-americano. Também vamos ter tributos a grandes nomes como o violonista e compositor brasileiro Sebastião Tapajós; o cantor, compositor, violonista e pianista Tom Jobim; o cantor estadunidense Frank Sinatra; o trompetista Miles Davis; o guitarrista da banda brasileira Blues Etílicos, Greg Wilson e o pianista Ray Charles.

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Intenção de Consumo Familiar em Pernambuco ganha fôlego para 2024.

(Da Fecomércio-PE) O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) variou 0,6% no Brasil e 2% em Pernambuco entre dezembro/2023 e janeiro/2024. No estado, há sinais de melhoria em indicadores como emprego, renda, compras a prazo e perspectiva de consumo. A população de renda mais alta demonstra maior satisfação no emprego e boas expectativas de carreira. Em relação ao acesso ao crédito, 50% da população com renda acima de 10 salários-mínimos afirma que ficou mais fácil obtê-lo, indicador que alcança 35,9% da população cuja renda familiar é inferior a 10 salários-mínimos. Quanto ao consumo, 41,2% das famílias com até 10 salários-mínimos compram menos do que no ano passado, enquanto a população acima de 10 salários-mínimos indica que 46,8% têm comprado mais. Em Pernambuco, 28,7% das famílias de menor renda relativa esperam consumir mais, enquanto 35,9% das famílias com renda superior a 10 salários-mínimos têm a mesma expectativa. No entanto, 50,2% dos pesquisados consideram este um mau momento para compra de bens duráveis. O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, destaca a recuperação do consumo, reconhecendo os desafios a serem superados. Para a Fecomércio-PE, a perspectiva otimista da população de menor renda relativa é um ponto a ser observado, alerta o economista Rafael Lima.

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Nós somos madeira de lei que cupim não rói

Por Manu Siqueira Quebrei o tornozelo. Após três segundos de dor lancinante, pensei imediatamente: não vou conseguir brincar o Carnaval. A minha previsão, infelizmente, se concretizou. A fratura e o rompimento de um ligamento me colocaram com uma bota ortopédica imobilizadora por cruéis cinco semanas, no mínimo. É! Não vou brincar o Carnaval. Esses dias precisei ir a uma loja, mancando e munida do meu mais novo companheiro: o estabilizador de tornozelo, que é menos incômodo que a bota. Ao fundo, um frevo me fez lembrar do meu pai. Comecei a chorar no meio do estabelecimento. Uma jovem, ao me ver mancar, disse: tá doendo, moça? Quer ajuda? Eu respondi: sim. Tá doendo demais meu coração por não poder brincar meu Carnaval este ano. Demos uma boa gargalhada. Mas nem sempre fui essa foliã que chora de emoção ao escutar um frevo. Eu fui uma criança que não gostava de Carnaval. Toda foto das matinês nos clubes que eu ia, apareço apática e com a cara desanimada. Só gostava mesmo da guerra de confetes. Acho que despertei oficialmente para essa ofegante epidemia lá para os meus 12 ou 13 anos. Por essa idade, eu comecei a fazer dança popular, no Balé Popular do Recife, e a minha professora, Aninha, colocava os frevos, que eu ouvia quase todo dia em casa, para a gente se alongar na aula. Então, aos poucos, fui me apaixonando pela dança e pela música, aprendendo a sua história e origem, entendendo a diferença entre o frevo de bloco, de rua e o frevo-canção. Sou filha de pai e mãe carnavalescos. Meu pai ouvia frevo o ano inteiro. Lembro com riqueza de detalhes das capas dos LP’s de Capiba, Claudionor Germano, Levino e Nelson Ferreira... e tantos outros, que tocavam na radiola que ficava na sala de casa. Morei na mesma rua que Capiba morou, no Espinheiro. Lembro de, ainda criança, a caminho da escola, vê-lo, cotidianamente, no portão da sua casa. Eu tenho uma relação inexplicável com o Carnaval. Talvez por ter nascido em um. Talvez por não resistir ao glitter. Talvez por me permitir ousar, debochar e ironizar através das fantasias. Talvez seja meramente por considerar a festa mais democrática do planeta. Para mim, o Carnaval horizontaliza pessoas, nem que seja por um breve momento. Já entoei “Madeira do Rosarinho” com um senhor que catava latinhas e tinha um brilho alegre e cantante em seu sorriso que nunca vou esquecer. Carnaval é, para mim, uma profusão de amor. Sem gênero, sem sexo, sem preconceito. É abraçar desconhecidos e é fazer dos desconhecidos, amigos. É tomar uma bebida quente, sem saber sua origem, e brindar com uma pessoa que você estava paquerando e que acabou de conhecer. É tomar banho de chuva ou de mangueira sem se preocupar com a maquiagem derretida ou com o cabelo desgrenhado. Eu só acredito nesse Carnaval: o real, com cheiro de gente, calor e banho de mangueira, multidão, alegria esfuziante e exaustão na volta para casa. Eu sempre me emociono ao ouvir os primeiros acordes de um frevo rasgado. E também me arrepio em toda saída de bloco, ao ouvir os fogos e a orquestra em seguida. Quem consegue não se arrepiar com isso, meu Deus? Acredito que, de alguma maneira, o Carnaval é muito mais que um período de descanso ou de folia. O Carnaval é um sentimento que deixa a gente em um estado letárgico. Tem um cheiro característico. A comida tem um sabor diferente. Os ouvidos estão sempre atentos e a postos para aquela música que arrepia e aquece a alma. Como em um coral, numa energia só, todos cantando juntos. É lindo demais! Os olhos brilham tanto quanto purpurina. De encanto, de magia e de esplendor. Sim, quebrei o pé, mas descobri que o Carnaval é muito além de quatro dias de folia e brincadeira. O Carnaval é um estado de espírito que devemos deixar vivo dentro da gente o ano inteiro. Brincar, pular e escolher brilhar, todo dia do ano. Essa é a verdadeira essência, pura e pueril, do Carnaval. Mas há de se lembrar que a injustiça dói e que sempre seremos madeira de lei que cupim não rói. *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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Comitiva do Porto de Suape prospecta negócios na Alemanha

Uma equipe representando o Porto de Suape, sob a liderança do diretor-presidente Marcio Guiot, encontra-se atualmente na Europa, para estabelecer novos vínculos entre o porto pernambucano e o mercado internacional. A missão pernambucana não apenas busca identificar oportunidades de conexão global, mas também almeja estabelecer padrões de referência por meio do benchmarking com o setor portuário e logístico da Alemanha. Além disso, o grupo está presente na Fruit Logistica, uma das maiores feiras de produtos frescos do mundo, sediada em Berlim, com eventos até sexta-feira (9). Na foto: Alexandre Reis, coordenador de Prospeções de Suspe; Arthur Neves, diretor de Desenvolvimento e Gestão Industrial; Marcio Guiot, diretor-presidente, ultimo à direita Marcio Guiot, diretor-presidente do Porto de Suape “Queremos projetar Suape nos principais entrepostos marítimos do mundo. Conhecer o funcionamento da estrutura portuária alemã e de outros países é essencial para explorar novos mercados. A iniciativa pode abrir oportunidades de crescimento, ampliando ainda mais a nossa competitividade. A visita a países como a Alemanha é importante para expansão e sucesso a longo prazo de Suape, principalmente para conhecer os projetos de descarbonização liderados pelas autoridades portuárias. Queremos gerar aproximação e compartilhar estratégias”. Propeg Pernambuco reforça equipe de criação e mídia A agência Propeg reforça seu time no Nordeste. O escritório da capital pernambucana recebe uma nova dupla de criativos, Renata Melo e Rodrigo Carvalho, além de um gerente de mídia, Leonardo Aguiar. Os três publicitários ficarão à frente de clientes como Governo de Pernambuco, Chesf e Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife. A empresa possui atuação em seis estados brasileiros. Todos os novos contratados para o time contam com longa bagagem dentro da indústria da comunicação. Associação das Pousadas de Fernando de Noronha promove a ilha em Goiana e Brasília Goiânia e Brasília estão recebendo esta semana um evento especial da Visual Turismo com apresentação de novos produtos e posicionamento. A ação tem o apoio da APFN, que realiza um momento de promoção turística da Ilha para aproximadamente 40 agentes de viagens de turismo de luxo em cada cidade. Nas capitais do centro oeste, o grupo visita também franqueados da CVC nas duas cidades. Em janeiro, a associação já havia participado de eventos em São Paulo e Campinas. Fabiana de Sanctis, vice-presidente da APFN “Desde a nossa fundação ainda durante a pandemia, é a primeira vez que estamos participando de um evento no Centro Oeste, que é um mercado muito promissor para a Ilha. Já temos observado um crescimento no número de visitantes dessas localidades e com essa ação esperamos incrementar as vendas ainda neste primeiro semestre, na baixa temporada. Queremos estar ainda mais próximos do Centro Oeste. Esta será nossa primeira aproximação, mas já estamos planejando retornar.

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Alertar para a hidratação durante a folia

Carnaval 2024: dicas de saúde e bem-estar para fazer da folia uma celebração saudável

Enquanto o carnaval se aproxima, a animação toma conta das ruas, mas é importante não perder de vista os cuidados essenciais para garantir uma celebração saudável. Além da alegria e da festa, é importante direcionar a atenção para aspectos que passam muitas vezes despercebidos, como a alimentação consciente, alongamento para o corpo, a proteção contra infecções sexualmente transmissíveis e a atenção ao uso de bebidas alcoólicas e medicamentos.

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Pernambucano Thiago Rebello é o novo CEO do Grupo Ri Happy

O Grupo Ri Happy, maior varejista brasileiro de brinquedos, anuncia o pernambucano Thiago Rebello como novo CEO. O executivo ingressou na empresa em novembro de 2022 para conduzir a transição junto ao então CEO Ronaldo Pereira Júnior, agora nomeado membro do conselho. O executivo possui uma extensa trajetória no varejo. Antes de ingressar na companhia, ocupou o cargo de Vice-Presidente de Varejo no Grupo SBF e passou por empresas como Casa do Pão de Queijo, Walmart e Bompreço. O novo CEO tem MBA em negócios pela FGV, especialização na Universidade de Ohio, e é formado em Administração de Empresas pela Faculdade Integrada do Recife. Sob a nova gestão, o grupo já indicou os planos de expansão. A marca, que conta hoje com aproximadamente 300 lojas, tem a expectativa de crescer com a ampliação do número de franquias e a abertura de novas lojas em cidades a partir de 70 mil habitantes. Thiago Rebello “Queremos transformar nossas lojas em espaços de encontro e diversão para toda a família, com várias atividades, oficinas criativas e experimentação de brinquedos, oferecendo uma experiência que vai além da compra. Queremos tornar cada contato com nossas marcas um momento mágico que mereça ficar guardado na memória das crianças e suas famílias” R$ 26 milhões para a Compesa, no Sertão do Pajeú A governadora Raquel Lyra inaugurou, nesta terça-feira (6), em Flores, no Sertão do Pajeú, a primeira etapa de uma usina de autoprodução de energia elétrica que vai abastecer unidades da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Com o parque solar, 86 das unidades consumidoras da empresa passarão a operar na distribuição de água e no tratamento de esgoto com energia limpa. O projeto recebeu investimentos da ordem de R$ 26 milhões e vai representar uma economia na fatura de energia da estatal de aproximadamente R$ 2 milhões por ano. O parque solar foi adquirido por meio de arrendamento através de uma Parceria Público Privada (PPP) entre a Compesa e o Consórcio Pernambuco Energia, um movimento inédito no Brasil para a autoprodução de energia. Vivo renova patrocínio com Galo da Madrugada Pelo segundo ano consecutivo, a Vivo será uma das patrocinadoras oficiais do Galo da Madrugada, o maior bloco de carnaval do mundo e que, em 2023, reuniu mais de 2,5 milhões de pessoas nas ruas do Recife. A marca terá um trio exclusivo no evento e fará ativações especiais no camarote do evento, além de reforçar sua presença com ações de marketing nas suas lojas de Recife. Karina Tenório, diretora da Regional da Vivo no Nordeste “O Galo da Madrugada é a cara do carnaval pernambucano e um símbolo da festa brasileira. Estamos muito felizes em fazer parte da história do maior bloco de carnaval do mundo pela segunda vez consecutiva”.

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