Arquivos Colunistas - Página 285 De 298 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Colunistas

Concurso do Crefito para o Nordeste (nível médio e superior). Os salários são de até R$ 4,4 mil

O Crefito-1 abre concurso com vagas de ingresso imediato e cadastro de reservas (CR) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas para os cargos de assistente administrativo, fiscal fisioterapia e fiscal terapia ocupacional. As vagas para o cargo de Assistente Administrativo (Ensino Médio) oferecem salário de R$1.479,95. Já para o cargo de Fiscal Fisioterapia e Fiscal Terapia Ocupacional (Ensino Superior – Fisioterapia ou Terapia Ocupacional), o salário é de R$4.438,35. Além do salário os cargos contam benefícios: vale-alimentação, vale-transporte e plano de saúde A concorrência para o cargo de Assistente Administrativo será realizada por meio de provas objetivas, com conteúdo de português, informática, matemática, noções de administração, conhecimentos específicos e legislação, totalizando 40 questões. Para Fiscal Fisioterapia e Fiscal Terapia Ocupacional a concorrência contará com provas objetivas com conteúdo português, informática, noções de administração e gestão pública e legislação/fiscalização, totalizando 40 questões e ainda 1(uma) questão discursiva. Além das provas, para Fiscal Fisioterapia e Fiscal Terapia Ocupacional, é necessário que o candidato tenha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B, dentro da validade, bem como certidão de prontuário do condutor emitida pelo DETRAN que não responde a processo de suspensão ou casacão de CNH, também são necessários 2 anos de experiência e baixa no registro profissional junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. As provas serão realizadas no dia 04 de junho de 2017, às 08h e às 14h. As taxas de inscrição são: R$ 60,00 para os cargos de Assistente Administrativo e R$ 80,00 para o cargo de fiscal fisioterapia e fiscal terapia ocupacional. O edital completo do concurso está disponível no site www.institutodeselecao.org.br.  

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As cervejas para o calor das prévias do Carnaval (por Rivaldo Neto)

O verão traz os dias mais quentes do ano, e para os amantes da cerveja não há nada melhor do que degustar um copo bem gelado da bebida. Com os diversos tipos e famílias cervejeiras, é possível encontrar opções ultra refrescantes que combinam com este período. Com o carnaval chegando e o calor aumentando, a vontade de tomar uma cerveja para refrescar cresce cada vez mais entre os apreciadores da bebida. A cidade está com uma enorme ebulição de blocos e prévias carnavalescas, com isso estabelecesse um clima pra lá de favorável para curtimos alguns estilos. De que cerveja vamos? Quais são os estilos mais indicadas para as prévias da festa de Momo? Pra começar uma Pilsen. É o estilo de cerveja mais consumida no país, o que não é pra menos, por se tratar de uma cerveja leve, clara e que combina muito bem com nosso clima. O cuidado que deve ser tomado ao comprar é observar a quantidade de milho, arroz e açúcar, adjuntos do lúpulo. Assim garante-se mais sabor! Tem variação alcoólica entre 3% e 5%. No Brasil, 98% das cervejas consumidas são do estilo Pilsen. Outra cerveja leve e de baixa fermentação são as Lagers, são igualmente leves e menos aromáticas que as tradicionais Ale. Dentro do estilo abre-se um leque de boas opções que possam incrementar as escolhas. As variações são as American Lagers que é muito semelhante as Pilsens, a Munich Hells, Ambar Lager ou até uma Dark Lager. A diferença se dá devido a alguns tipos de insumos usados e que acentuam os sabores e modificam as colorações. As weissbiers são produzidas apenas com água, lúpulo, leveduras e mais de 50% de malte de trigo, geralmente é servida sem passar pelo tradicional processo de filtragem. Dessa forma, o aroma se aproxima a odores de frutas, como a banana. Além disso, leva especiarias na receita como o cravo e a canela, o que tornam o seu gosto mais adocicado, saboroso e refrescante. Igualmente de trigo, um outro estilo que vai muito bem nesse verão são as Witbers. Sua origem é belga. São cervejas igualmente refrescantes e muito aromáticas e frutadas, tem bom corpo sem deixar de ser leve. Insumos como sementes de coentro e raspas de laranja lhe dão uma característica marcante. Então nas prévias de carnaval e nos blocos escolha cervejas com graduações mais baixas. Se estamos em alta estação, bebidas mais leves combinam melhor e vão deixar você com todo gás! Evoé! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Bunda pra cima, não! (por Joca Souza Leão)

Taí uma coisa que você nunca vai ouvir um coroa dizendo que os de antigamente eram melhores do que os de hoje: tira-gosto de bar. Nos anos 50/60, no Bar Savoy – o do poema de Carlos Pena (“são trinta copos de chope, são trinta homens sentados...”) – tira-gosto era ovo cozido (com sal, num pires, pro freguês, após tirar a casca, salgar) e coxinha (enfadada, seca, por vezes dormida). Lembro vagamente de um sanduíche de pernil. Mas, quem tinha coragem? Carne de porco sem refrigeração? O diabo é que comia. Talvez tivesse queijo-prato e presunto em cubinhos, no palito. Não lembro. (Cartas à redação). Se o local fosse bar e restaurante, havia a chance de sair um filezinho ao palito com fritas (pelo preço do filé servido como refeição) e frango à passarinho. Caldinho de feijão foi uma grande novidade. (Acho, até, que foi inventado aqui no Recife nos anos ‘60. A pesquisar). Não tinha em todo canto e quando tinha não era todo dia. Só o caldinho. Sem charque, paio, torresmo, nada. Servido em xícara de café pequeno. “Dentro do Recife” – como era chamado o bairro antigamente – uma barraca servia em xicrinha de plástico de casa de boneca; o caldinho ganhou fama, fazia fila na rua, acho que Alfredo Lisboa. Um dia, Vinte e Oito (que ganhou o apelido porque fora, no passado, o guarda nº 28 do Porto) apareceu com uma novidade no bar Chip Shandler: uma sanduicheira elétrica doméstica. Demorava a esquentar e só fazia um sanduíche por vez. Pão francês e queijo do reino. Sucesso absoluto. E estava inventado o que agora chamam Tostex. Em boteco de subúrbio e barraca de cachaça, tira-gosto era caju, umbu, cajá, charque crua e passarinha (baço de boi salgado). A gente ia a um restaurante popular e pedia, pra tira-gosto dos quatro que estavam à mesa, uma rabada, depois um sarapatel ou uma dobradinha. Hoje, o bar é uma festa. Os tira-gostos são servidos em espetos, quando grelhados, e tabuleiros. No tabuleiro do botequim tem: tem casquinho de Dona Margarida, tem; tem coxinha e tem coxão; tem empada de camarão, palmito e queijo do reino; tem pastel, bolinho de bacalhau, quibe e agulha frita, tem... tudo quentinho, feito na hora. Nos espetos, recém-saídos da brasa, tem codorna, tem; tem galeto, tem costela, tem picanha, linguiça de frango, porco e bode... tudo com farofa e vinagrete no capricho. Caldinho? Feijão, camarão, peixe, sururu... até de rabada e cozido, tem. Olho na balança, freguês, pra não engordar muito, e olho no bolso pra não gastar demais. Que é tudo bom, é. E que é caro, também. Só tem um porém. O garçom traz a empada ainda na fôrma, quentinha, dourada, com uma cara ótima. Na hora de servir, desenforma com habilidade, segurando a fôrma quente com duas colheres e dando umas batidinhas para soltar. Mas, na hora de servir, serve a empada emborcada. Seria o mesmo, leitor, que servir pizza com o queijo pra baixo. – Seu garçom, uma empada! Mas, por favor, de cara pra cima e bunda no prato!

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Rumos da UFPE

Tem havido expressivas mudanças no ensino superior brasileiro. As matrículas nos cursos de graduação cresceram significativamente no País entre 2010 e 2015 (+ 25,8%), as unidades privadas ganharam mais espaço (+1,5%) no conjunto das instituições de ensino e houve reposicionamentos na hierarquia das principais universidades brasileiras. Do ponto de vista qualitativo, em algumas universidades, como a UFPE, estratégias equivocadas de gestão, ocupações, greves e vandalismos de motivação ideológica evidenciaram sinais de crise que foram percebidas com preocupação pela sociedade. A despeito do crescimento relevante nas matrículas, o percentual de estudantes no ensino superior brasileiro em relação à população com idade entre 18 e 29 anos, grupo etário que abriga a maioria das pessoas cursando a universidade, foi 21,3 %, em 2015 (Censo do Ensino Superior/INEP e PNAD/IBGE). Ademais, no mesmo ano, a importância relativa das pessoas com ensino superior completo no conjunto da população ocupada com carteira de trabalho assinada foi de 19,5% (RAIS/MTE). Esses dados evidenciam que há ainda uma grande demanda insatisfeita por cursos de graduação no País. Em 2015, um pouco mais de três quartos (75,7%) das matrículas nos cursos de graduação ocorreram em instituições privadas, com e sem fins lucrativos. E esse percentual vem crescendo ao longo dos anos. Os cursos de graduação públicos vêm perdendo espaço para os da esfera privada. Esse fenômeno traz em si um mecanismo consolidador de desigualdades a despeito dos avanços dos últimos anos com o sistema de cotas, bolsas (Prouni) e financiamento (Fies), entre outras medidas. As universidades públicas são de melhor qualidade e gratuitas. Nelas ingressam os melhores estudantes originados, em sua maioria, de escolas privadas onde o ensino médio – como comprovado pelos resultados do Enen – é superior. Os estudantes menos preparados e de menor posicionamento na hierarquia de renda do País ou frequentam escolas pagas ou enfrentam muitas dificuldades para acessarem a universidade pública. Ou seja, o sistema de ensino superior brasileiro ratifica e reforça as desigualdades geradas antes dos estudantes ingressarem nos cursos de graduação. Isso sugere que a melhor forma de democratizar e de facilitar o acesso à universidade pública é investir no ensino básico: educação infantil, fundamental e médio. A melhoria terá que ser nos três níveis para evitar retenções e desequilíbrios entre eles. As universidades federais estão entre as melhores do País. No ranking universitário Folha de S. Paulo, sete das dez melhores universidades do Brasil, em 2016, são federais. Entre as dez melhores não consta nenhuma privada. A UFPE ficou em 12º lugar perdendo duas posições no ranking em relação a 2015 quando ocupou a décima posição. Como a melhor instituição de ensino superior do Nordeste situa-se agora a Universidade Federal do Ceará (UFCE) que se posicionou em 10º lugar. A pontuação é o resultado ponderado de notas para o ensino, pesquisa, mercado, inovação e internacionalização. Claro que há diferenças de desempenho entre os diversos Centros e Departamentos, mas, na média, houve retrocesso. Cabe questionar as razões pelas quais a UFPE perdeu posição relativa, mas isso é um desafio que não cabe analisar neste espaço. A gestão da UFPE, em todos os seus níveis, deve identificar as causas e atuar para reposicionar a instituição no conjunto das dez melhores universidades federais brasileiras. Os recentes atos de vandalismo e de intolerância política que transformaram ocupações pacíficas em palco de inaceitável espetáculo de barbárie e de incivilidade, especialmente nos Centros de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, não estão associados à perda da instituição no ranking, mas sinalizam uma alteração preocupante no ambiente político e na estratégia de gestão da universidade. Os lamentáveis fatos ocorridos revelam que a direção da universidade foi leniente com as ocupações e que confiou ingenuamente em negociações com grupos radicais e descompromissados que não têm nenhuma representatividade institucional, até mesmo porque não foram legitimados por nenhuma eleição. Além do mais, o direito fundamental de ir e vir de estudantes, professores e funcionários foi cerceado de forma acintosa e violenta, rompendo um dos princípios fundamentais do nosso ordenamento jurídico. O direito de protestar de alguns não pode se sobrepor aos direitos da maioria de cumprir atividades acadêmicas e profissionais pelas quais é paga com dinheiro público. O diálogo é necessário, mas pressupõe que o outro lado deseje ouvir, negociar e cumprir o que foi acordado. Insistir neste caminho depois de renovadas confirmações de má fé põe em risco a integridade das pessoas, do patrimônio público e abala o respeito e a credibilidade que a sociedade deve ter pela instituição universitária. Fatos como esses contribuem para criar uma imagem negativa da universidade e se somam aos que têm conduzido a UFPE a perder importância relativa no conjunto das universidades brasileiras.

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Cais do Imperador, novo ponto de encontro da cidade

Uma novidade surgiu recentemente no centro do Recife e vem atraindo um público romântico, ávido por um ponto de encontro para congraçamento de amigos e curtição da brisa, contemplando o entardecer refletido nas águas da bacia do Capibaribe. Assim surgiu, o Cais do Imperador, situado em frente à Praça Dezessete onde, em 22 de novembro de 1859, desembarcou o imperador D. Pedro II, acompanhado da imperatriz Tereza Cristina, em sua visita oficial a Pernambuco. O local, no passado denominado Cais do Colégio, foi hoje transformado em ponto de convívio, com a construção de uma esplanada, na qual se abriga um café com suas mesas, que, se devidamente explorada, poderá se transformar numa grande atração turística da cidade do Recife: Bastaria tão somente um barquinho, com um saxofonista da categoria de um Edson Rodrigues, para em um recital de meia hora, nos pôr em contato com as mais belas páginas musicais de exaltação de nossa cidade, compostas por Capiba, Nelson Ferreira, Luiz Bandeira, dentre outros autores, congregando assim os românticos frequentadores dos finais de semana. Neste local, quando de sua chegada ao Recife, teria Dom Pedro II exclamado: “Pernambuco é um céu aberto”. Ao que o redator do Diario de Pernambuco acresceu “na realidade, a Veneza Americana seduzia e encantava, pois, como mágica sereia estava deslumbrante de esplendores”. (DP 23.11.1859). No mesmo Cais do Imperador gozaremos da visão do entardecer do Bairro do Recife, destacando-se o Cais da Alfândega, as pontes Giratória e Maurício de Nassau, como se encantar nas águas do Capibaribe no seu caminhar em busca do oceano. Na mesma avenida, voltado para o nascente, ergue-se o grande monumento em mármore construído em honra aos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que, saídos de Lisboa a bordo do aeroplano Lusitânia, em 3 de março, aqui amerissaram nas águas Capibaribe, em 5 de junho de 1922, realizando assim a primeira travessia do Atlântico Sul em hidroavião. O monumento, esculpido por Santos & Simões – estatuários, foi ofertado pelos portugueses residentes em Pernambuco no ano de 1927. No outro extremo da Praça Dezessete (1817), iremos conhecer a igreja do Divino Espírito Santo próxima de uma fonte com uma estátua de uma índia, esculpida em mármore, representa a nação brasileira. Trata-se de uma oferta feita pela Companhia do Beberibe em 1846, em cujo pedestal foram posteriormente fixadas quatro datas ligadas à história de Pernambuco: 1654, Restauração Pernambucana; 1817, Revolução Republicana; 1824, Confederação do Equador; e 1889, Proclamação da República. No edifício da atual Igreja do Divino Espírito Santo funcionou, durante a dominação holandesa, o templo dos calvinistas franceses – o único templo religioso levantado pelos holandeses no Recife –, construído obedecendo ao traço do arquiteto Pieter Post e concluído em 1642. Em suas imediações ficava a Porta Sul da cidade Maurícia, chamada de Porta de Santo Antônio, por onde entraram as tropas luso-brasileiras quando da Restauração Pernambucana, ao meio-dia de 28 de janeiro de 1654. A primitiva igreja dos calvinistas franceses, construída em forma de cruz latina nos moldes da igreja reformada de Haarlem (Holanda), foi, após a rendição dos holandeses, entregue aos padres da Companhia de Jesus. Entre 1686 e 1689, o templo sofreu reformas, confiadas ao mestre-pedreiro Antônio Fernandes de Matos, que acresceu no seu lado direito o edifício do colégio (demolido para dar lugar ao último trecho da Rua do Imperador). Sob a direção dos padres jesuítas, o templo recebeu a invocação de Nossa Senhora do Ó. Em seu lado esquerdo, foi construída a Capela das Congregações Marianas, fundadas em 1687, que ostenta em sua fachada a data de 1708 e em seu altar-mor a imagem de São João Batista, trasladada em 1839 da igreja olindense daquela invocação, pertencente à irmandade dos militares de Olinda, e nunca mais devolvida. O Colégio dos Padres Jesuítas do Recife, demolido quando do prolongamento da atual Rua do Imperador, esteve em atividades até 1760, ano da extinção da ordem pelo Marquês do Pombal. Após à expulsão dos Jesuítas de Pernambuco, o edifício do antigo colégio teve várias destinações, inclusive como Palácio do Governo da Capitania e Tribunal da Relação, este último instalado em 13 de agosto de 1822. A sua igreja voltou ao culto católico em 1855, sob a invocação do Divino Espírito Santo e hoje permanece, escondida entre as árvores da praça, compondo a nova paisagem do Cais do Imperador, ponto de encontro dos finais de semana da cidade do Recife. *Por Leonardo Dantas

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Cada cerveja tem uma temperatura ideal! Você sabia? (Por Rivaldo Neto)

Uma das dúvidas mais frequentes que me deparo no universo das cervejas são pessoas que têm dúvidas sobre qual temperatura deve ser servido os diversos estilos da bebida. Essa semana fui indagado por um amigo que me ligou de um Foodpark que tinha cervejas artesanais e me perguntou: “Qual a temperatura ideal para se tomar uma IPA?”. Aqui no Brasil existe uma questão cultural de qual o grau que devemos bebê-la. Absolutamente toda propaganda de cervejas sugere em frases estampadas nos cartazes ou em outras mídias a frase: estupidamente gelada. Ou mofada, ou canela de pedreiro e por aí vai. Até o compositor Chico Buarque na letra da música “Feijoada Completa”, cita esse hábito com o seguinte trecho: “Solta uma cerveja estupidamente gelada para uma batalhão, e vamos botar água no feijão”. Com a mudança no panorama do mercado de cervejas no País e a chegada de novos rótulos e estilos, essas dúvidas se multiplicaram. Aqui no Brasil, de certa forma, como a Pilsen é o tipo de cerveja mais consumido devido ao clima, realmente é propício tomá-la com uma temperatura mais baixa que os demais estilos. Mas que temperaturas são essas? Como pudemos usufruir de uma boa cerveja e em seu grau mais correto para ser degustada.   O ideal é evitar tomar cervejas abaixo de 0°C, isso mascara o sabor, pois nesse grau as papilas gustativas se fecham e aí adeus sensibilidade, sabor e teor alcoólico. E verdade que também não tem como beber uma Pilsen, nesse calor, numa temperatura de 10° C, 12° C. Se uma cerveja excessivamente gelada em alguns estilos não deve se servida, um dano “fatal” a bebida é deixá-la congelar. Isso em nenhuma hipótese. Uma dica importante antes de fazermos um apanhado de estilos é que cervejas mais claras e suaves devem ser servidas mais geladas, enquanto as mais escuras e robustas em temperaturas maiores. Isso não é uma regra determinante, mas no geral dá uma orientação. Isso também vai muito do paladar de quem bebe. O saudoso e famoso cervejólogo Michael Jackson sugere alguns níveis de temperatura que se pode aplicar ao gosto e clima do Brasil: 1- Muito Gelada (de 0 a 4°C): As Pale Lagers, Pilsens e cervejas sem alcóol. Ou seja, cervejas que têm o intuito de apenas refrescar e não degustar devido ao processo citado acima do anestesiamento das papilas gustativas. 2 - Bem Gelada: (de 5 a 7°C): Weissbiers claras, Lambics frutadas e Gueuzes (Gueuze é um tipo de cerveja lambic, típica do sul de Flandres.) 3 - Gelada (de 8 a 12°C): Lagers mais encorpadas e escuras e variações das Pale Ale, como as Ambar Ale ou Brown Ale, Weissbiers escuras, Porters, Tripel e suas variações (menos a quadrupel) também se inserem nesse contexto. As IPAS (Indian Pale Ale) ou APAS (American Pale Ale) devem ser consumidas até no máximo 12 °C. 4 - Levemente gelada ou Temperatura de Adega: Quadrupel, Strong Ales Escuras, as Stout e a maioria das cervejas especiais Belgas, incluindo as Trapistas. Mesmo com essas referências acima e, como aqui no Nordeste o clima realmente pesa, sirva uns dois graus a menos pois rapidamente chegará a temperatura ideal. O importante é aproveitar o máximo o que os variados estilos de cervejas proporcionam com seus deliciosos insumos. Um festival de aromas e sabores. MUNDO CERVEJEIRO ShowerBeer: a cerveja para ser bebida no banho Para quem gosta, qualquer hora e lugar são propícios para tomar aquela gelada – até debaixo da água. Pode soar estranho, mas muita gente curte ao tomar banho também relaxar com uma cerveja. Pensando nisso, a micro empresa sueca PangPang criou o produto perfeito para esse pessoal. A ShowerBeer tem teor alcoólico maior que o convencional e tamanho menor. “O formato garante temperatura ideal e a força etílica necessária para limpar a cabeça depois de um dia exaustivo”, disso Fredrik Tunedal, criador da invenção, em entrevista para a Vice. Por ser do tipo Pale Ale, a bebida tem um gosto mais encorpado com tons cítricos e perfil de ervas em sua composição. Além de todos esses atrativos, Tunedal alega que a cerveja foi feita dessa maneira para também ser usada como condicionador. Se é verdade mesmo o poder higienizante do produto não é possível saber, pois as pouquíssimas unidades vendidas na Suécia se esgotaram igual água e não há mais garrafas à venda. Porém, a empresa pronunciou que prepara nova remessa que poderá ser comprada nos EUA e Reino Unido. Fonte: Portal Adnews *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Por uma peinha de nada (por Joca Souza Leão)

2016. O ano em que quase virei um vira-casaca. Como você e todo mundo, caro leitor, eu também sei pouco, muito pouco, sobre a Islândia. Mas, por algum motivo, não sei qual, sabia-lhe a capital e, até mesmo, como se escreve: Reykjavík. Dessa Islândia de ouvir-dizer, fiquei sabendo um pouco mais com a transmissão da televisão portuguesa do jogo da Eurocopa em que os islandeses bateram os ingleses por 2 a 1 (se não me falha a memória, em julho). “A Islândia tem pouco mais de 300 mil habitantes e cerca de 10% deles, 30 mil, estão aqui em Nice, na França, dando um verdadeiro show de alegria e civilidade, torcendo por sua boa, ótima seleção”, dizia o speaker, num jogo que narrava sem nenhuma imparcialidade, mas declarada torcida. E quem nas arquibancadas não torcia pela Islândia? No final, acho, até os ingleses. No intervalo, a TV portuguesa exibiu um pequeno documentário sobre a Islândia. Cidades e vilarejos com casinhas seculares, sem prédios, sem congestionamentos e sem poluição, grandes parques e lagos. E, meu caro leitor, você não imagina como são feias as lourinhas islandesas. “Aqui, havia uma cadeia pública. Fecharam-na por falta de presos. Não há desempregados nem desabrigados na Islândia. Todos têm direito à educação e à saúde pública plena e universal. É o país com o maior índice de felicidade do mundo” – disse com convicção o narrador do documentário. (Enquanto isso, a gente paga caro pelo que se convencionou chamar de progresso, morando em cidades cada vez mais congestionadas, poluídas e violentas. Progresso? É ruim, hein?) Bem, não é novidade pra ninguém que as coisas por aqui, no Brasil, aí pelo meio do ano, iam de mal a pior. Em campo, então, nem se fala. A gente já tinha até esquecido o 7 a 1 de 2014, o Mineiratzen. Mas, e a era Dunga? Dunga não dava pra esquecer, né? Ele não deixava. Falava. Como eu não tinha como trocar Dunga, cogitei, confesso, trocar de time. Sempre achei essa história de “pátria de chuteiras” uma das invencionices geniais de Nelson Rodrigues. Patriotada. E não patriotismo. Patriotismo é saúde pública e educação. Na Copa, meu time era o Brasil. Agora, pensei, será a Islândia, porque ela tá dando show de bola dentro e fora dos gramados. Sem perda de tempo, dei tratos à bola. Escrevi ao primeiro-ministro da Islândia. Expliquei a ele direitinho a situação e pedi autorização para torcer oficialmente pela seleção deles, mesmo que ela não viesse a ser classificada para a Copa de 2018. “Não há de ser nada – disse-lhe – haverei de torcer na próxima Eurocopa e nos jogos amistosos.” Vã tentativa. Sua Excelência foi diligente e gentil. Agradeceu, mas dispensou minha torcida. Nórdico, mas também político, ele se disse “fã do futebol brasileiro”, até citou Pelé e Neymar. E, em bom e claro íslenska, recomendou-me paciência. E vaticinou: “Dunga vai passar”. Não é que passou? E eu quase viro um vira-casaca. Foi por uma peinha de nada. 2017. O Brasil volta a ser o país do futebol. (Por Joca Souza Leão)

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O'linda! O teu nome bem diz...

Aos olhos de quem a contempla pela primeira vez, Olinda se apresenta povoada de sonhos e tomada pela claridade a ofuscar as retinas de quem chega: De limpeza e claridade é a paisagem defronte. Tão limpa que se dissolve a linha do horizonte. Carlos Pena Filho Aquele conjunto de colinas, que pouco interessou aos indígenas habitantes de suas redondezas antes da chegada do colonizador, fascinou o português que nele viu o local ideal para a construção de uma vila. Segundo a tradição recolhida pelo frei Vicente do Salvador, registrada na sua História do Brasil (1627), a denominação Olinda vem de um galego criado de Duarte Coelho, porque, andando com outros por entre o mato, buscando um sítio em que se edificasse [a vila], e achando este, que em um monte bem alto, disse com exclamação e alegria: O’ linda!. A versão já fora antes relatada pelo cristão-novo Ambrósio Fernandes Brandão, autor dos Diálogos das grandezas do Brasil (1618), que residiu em Olinda na segunda metade do século XVI, sendo repetida pelo franciscano frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695-1779) e pelo beneditino dom Domingos do Loreto Couto (c.1696-c.1762), chegando o historiador inglês Robert Southey (1810) a atribuir a exclamação ao próprio Duarte Coelho: Oh! linda situação para se fundar uma vila!. Com a versão de frei Vicente do Salvador, que também residiu no convento franciscano de Olinda e começou a recolher anotações para sua História em 1587, não concorda o historiador Adolpho de Varnhagen que, meticuloso em suas conclusões, lembra que a denominação teria origem em Portugal: Nada mais natural que aquele nome fosse de alguma quinta, ou casa, ou burgo, por qualquer título caro ao donatário na sua pátria, e que ele no Brasil quisesse perpetuar [...] Sabe-se também que Olinda era o nome de uma das belas damas na novela do “Amadis de Gaula”, cuja leitura estava então muito em voga, não faltando leitores que lhe davam fé, como em nossos dias se dá à história. Alfredo de Carvalho, em Frases e palavras (1906), ao concordar com Varnhagen, chama a atenção para a existência, nas cercanias de Lisboa, das freguesias de Linda-a-Pastora e Linda-a-Velha. A versão do frei Vicente do Salvador, corroborada por Ambrósio Fernandes Brandão, é a mais aceita para explicar o nascimento da primitiva capital de Pernambuco, cujo núcleo urbano parece delineado na carta de doação, assinada por Duarte Coelho, de 12 de março de 1537. Naquele documento, impropriamente chamado de Foral de Olinda, a nascente vila recebe do primeiro donatário as terras de serventia, para uso comum dos seus habitantes. Nele se faz menção à existência da Câmara, da Rua Nova (Bispo Azeredo Coutinho), das fontes de água potável, do Varadouro Galeota (onde aquela embarcação sofreu reparos) e do Arrecife dos Navios, porto da vila que veio a dar origem à cidade do Recife. Nome poético, surgido de uma leitura de novela; ou denominação saudosista, a relembrar um sítio perdido na toponímia portuguesa; ou ainda, exclamação de um criado de Duarte Coelho, oriundo da Galícia, perdido entre as matas de cajueiros que se espalhavam na planície arenosa, hoje ocupada pelos bairros do Rio Doce e Rio Tapado, tudo serve para explicar o que há no nome: Olinda. Os olindenses, porém, a exemplo dos seus avós, têm uma explicação própria para todo esse feitiço que toma conta de quem a conhece: Quem não viu Olinda, não amou ainda! Os cronistas que descrevem a Vila de Olinda no final da segunda metade do século XVI e nos anos que antecederam ao incêndio provocado pelos holandeses, na noite de 25 de novembro de 1631, são unânimes em proclamar as suas belezas naturais e a imponência do seu casario, dominados por ricos conventos, belas igrejas, a grandiosidade do seu colégio e o ambiente acolhedor de suas residências. Em sua narrativa, assinala o capelão holandês Johannes Baers, além das construções religiosas e do Colégio dos Jesuítas, alguns aspectos importantes da casa urbana olindense: As casas não são baldas, mas, cômodas e bem feitas, arejadas por grandes janelas, que estão ao nível do sótão ou celeiro, mas sem vidros, com belas e cômodas subidas todas com largas escadarias de pedra, porque as pessoas de qualidade moram todas no alto. Os umbrais de todas as portas e janelas são de pedra dura e pesada. Na visão romântica do oficial inglês Cuthbert Pudsey, que esteve a serviço da Companhia das Índias Ocidentais de 1629 a 1640, era Olinda uma cidade formosa, situada numa curiosa situação, de prazerosa perspectiva, com edifícios suntuosos, acompanhados por raros jardins com frutos e prazeres, fontes de uma água pura e maravilhosa. Uma visão de Olinda, no início do século XVII, nos é dada por Ambrósio Fernandes Brandão, em Diálogos das grandezas do Brasil (16l8): Dentro na Vila de Olinda habitam inumeráveis mercadores com suas lojas abertas, colmadas de mercadorias de muito preço, de toda a sorte em tanta quantidade que semelha uma Lisboa pequena. A barra do seu porto é excelentíssima, guardada de duas fortalezas bem providas de artilharia e soldados, que as defendem; os navios estão surtos da banda de dentro, seguríssimos de qualquer tempo que se levante, posto que muito furioso, porque têm para sua defensão grandíssimos arrecifes, a onde o mar quebra. Sempre se acham nele ancorados, em qualquer tempo do ano, mais de trinta navios, porque lança de si, em cada um ano, passante de 120 carregados de açúcares, pau-brasil e algodão. A vila é assaz grande, povoada de muitos e bons edifícios e famosos templos, porque nela há o dos Padres da Companhia de Jesus [1551], o dos Padres de São Francisco da Ordem Capucha de Santo Antônio [1585], o Mosteiro dos Carmelitas [1588], e o Mosteiro de São Bento [1592], com religiosos da mesma ordem. Na primeira metade do século XVII, a riqueza da capitania de Pernambuco, bem conhecida em todos os portos da Europa, veio a despertar a cobiça dos Países Baixos. A produção de 121 engenhos de açúcar, correntes e moentes, no dizer de van der Dussen, viria a

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Abaixo o escapamento aberto (por Francisco Cunha)

Passei recentemente uma semana trabalhando em casa no bairro do Parnamirim e pude atentar para uma coisa que me incomodava de forma difusa e, pensava eu, episódica em dias anteriores: o barulho ensurdecedor de escapamento de motos e, pude constatar observando mais atentamente, de carros também. Sim, a qualquer hora do dia e da noite, motos e carros passam pelas ruas próximas fazendo um barulho insuportável e, evidentemente, proibido pela legislação pertinente (Inciso XI, Art. 230 do Código de Trânsito Brasileiro: “Conduzir o veículo com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou inoperante”). Trata-se de uma infração de trânsito grave, com cinco pontos na carteira, multa de R$ 195,23 e medida administrativa de retenção do veículo. Profundamente incomodado, passei a prestar mais atenção e a perguntar a pessoas diversas se também estavam percebendo a ampliação do fenômeno. Descobri espantado que não só a coisa vem num crescendo preocupante como está espalhada por toda a cidade e vários locais da região metropolitana. Há casos relatados até de caravanas de dezenas de motos promovendo verdadeiro ralis itinerantes da velocidade e do barulho. Outro dia, já mais atento ao problema, presenciei estupefato, na minha rua outrora pacata, um motorista de um veículo importado Porsche branco reduzindo a marcha e entrando numa curva com o escapamento aberto como se estivesse numa pista de Fórmula 1... E aqui não posso deixar de fazer um apelo veemente às autoridades de trânsito: ajam! Não permitam que esse abuso incivilizado continue em progressão vigorosa. Sim, vigorosa porque a permissividade aumenta o estímulo e cada vez mais e mais incentivados pela impunidade, independente da potência dos seus carros e motos, abrem os escapes e impõem sua ditadura azucrinante a quem precisa de concentração, de descanso ou simplesmente de paz nos recessos dos seus lares, um direito essencialmente democrático. Nesses tempos de ajustes fiscais severos, pode-se até prescindir de grandes aparatos fiscalizatórios: basta colocar alguns fiscais bem posicionados em determinados corredores de trânsito para multar os infratores na passagem. Tenho certeza que o valor das multas e os pontos na carteira os fará bem mais silenciosos... *Francisco Cunha, publicado na coluna Última Página, da Revista Algomais (fcunha@tgi.com.br)

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Literatura e psicanálise de mãos dadas (por Paulo Caldas)

De repente, no final do ano de 2016, é lançada outra coletânea no cenário das letras pernambucanas - Escrituras III - Manuscritos de Viagem, organizada pela escritora Lourdes Rodrigues com textos dos participantes da Oficina de Criação Literária Clarice Lispector. Segundo ela, a oficina criada em 2006 no âmbito da Associação Traço Freudiano Veredas Lacaniana, escola de psicanálise, “mantém estreito vínculo entre a Literatura e a Psicanálise”. Ela conta com maestria o nascer, o crescer e o findar, no conto William Wilson de Edgar Allan Poe, “referência de estudos literários sobre o ‘duplo’, há mais de um século”. Nos textos bem elaborados, é visível a criatividade, virtude que não pode ser ensinada conforme a organizadora, “mas consegue se desenvolver por meio de desafios que impulsionam sujeito criador”, argumenta. Dentre os participantes da coletânea aparecem nomes já publicados, caso da própria Lourdes, de João Gratuliano e César Garcia. No conteúdo, o livro cumpre o percurso dos viageiros (codinome dos participantes dessa obra) pelos mares das palavras, adota o rumo de um barco imaginário, que obedece a escalas inadiáveis pelos portos dos desafios. Durante cada uma dessas abordagens lítero psicanalistas, os autores fazem agradáveis visitas a Edgar Allan Poe, Raduan Nassar, Lígia Fagundes Teles ou mostram o perfil inocente dos bichinhos, tal o pato de Andersen.  Navegam ainda um périplo intimista, viagem em torno de si mesmo ou aportam pelos dramas do cotidiano. Trata-se de um livro que vale a pena conhecer e como vale, pois ainda reúne ilustrações de alguns dos autores, traços inspirados que adornam uma edição bem elaborada com a assinatura de Tarcisio Pereira Editor. Interessados em adquirir a obra, contatar via marilurde@gmail.com

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