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Liderança feminina ainda enfrenta obstáculos para assumir cargos de alta gestão no Brasil

Apesar de avanços pontuais, apenas 17,4% das presidências formais no Brasil são ocupadas por mulheres, revelando estagnação e barreiras estruturais à equidade de gênero nas empresas O relatório Women in Business 2024, da Grant Thornton International, mostra que 33,5% dos cargos de alta gestão em empresas de médio porte no mundo são ocupados por mulheres — uma alta de 1,1 ponto percentual em relação a 2023 (32,4%). Embora esse seja o maior percentual já registrado desde o início da pesquisa, o dado ainda revela que apenas uma em cada três posições de liderança é ocupada por uma mulher. No Brasil, a igualdade de gênero enfrenta ainda mais desafios e está longe de alcançar o comando das principais empresas, segundo a pesquisa Panorama Mulheres 2025, realizada pelo Instituto Talenses Group em parceria com o Insper. Das 310 empresas de diferentes setores e portes analisadas, 224 possuem presidência formalizada, mas apenas 39 são lideradas por mulheres — o que representa 17,4% do total. O número evidencia uma estagnação no avanço da presença feminina nas lideranças corporativas do país. “Historicamente, as mulheres foram condicionadas a priorizar a vida doméstica, o cuidado familiar e o amor romântico, muitas vezes em detrimento de suas ambições profissionais. Essa construção social ainda persiste, influenciando desde a infância a forma como meninas enxergam seu lugar no mundo”, comenta Luciana Almeida, consultora e sócia da TGI, especialista em liderança nas empresas. Segundo ela, na vida adulta, as competências das mulheres continuam sendo frequentemente questionadas — seja pela maternidade ou pela suposição de que não são tão técnicas quanto os homens. “Mesmo mais preparadas academicamente, muitas vezes recebem menos investimento em capacitação e têm acesso limitado a oportunidades de crescimento”, completa. Apesar de avanços em setores como saúde, educação e empreendedorismo em serviços, a presença feminina em posições estratégicas de alta gestão ainda é reduzida. “E, quando chegam lá, muitas vezes é por caminhos paralelos, como o empreendedorismo, que oferece maior flexibilidade — embora enfrente obstáculos como o acesso restrito ao crédito. Soma-se a isso o impacto emocional da chamada ‘síndrome da impostora’, que leva muitas profissionais a duvidarem da própria capacidade, mesmo quando plenamente qualificadas”, explica Luciana. Para a consultora, mais do que uma questão de justiça, ter mulheres em cargos de gestão é uma estratégia de negócio. “Lideranças femininas tendem a fomentar culturas mais inclusivas, promover equilíbrio emocional nas equipes e estimular a inovação”. Segundo ela, a equidade de gênero nas empresas deve ser tratada como uma meta estratégica. “É preciso estabelecer objetivos claros de equidade no planejamento organizacional; criar programas de desenvolvimento e mentoria voltados para mulheres; adotar políticas como vagas afirmativas; além de promover transparência nos critérios de promoção, licença parental igualitária e apoio à parentalidade — como a oferta de creches”, conclui.

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LIVRARIA CEPE

Cepe volta ao azul com novos serviços e aposta em inteligência artificial

Após anos de prejuízo, a Companhia Editora de Pernambuco diversifica suas frentes de atuação, moderniza sua estrutura e transforma a gestão para manter viva a excelência editorial e garantir sustentabilidade financeira. Ao assumir a presidência da Cepe, há pouco mais de dois anos, o jornalista João Baltar Freire se deparou com uma empresa em crise, acumulando um prejuízo de cerca de R$ 11 milhões. A saída foi ousada: reconfigurar o perfil da companhia, historicamente vinculada à publicação do Diário Oficial, e impulsionar novos ramos de atividade, como a impressão de materiais didáticos, bulas de medicamentos e a fabricação de embalagens farmacêuticas, além de oferecer serviço documental. Com uma gestão mais racional e profissionalizada, a gráfica da Cepe saiu da ociosidade e deve fechar 2025 com mais de R$ 27 milhões em contratos com o Governo do Estado. Logística como nova fronteira Um dos movimentos mais estratégicos da gestão atual foi consolidar a Cepe como prestadora de serviços de logística documental. Com sede operacional no Cone (Cabo de Santo Agostinho), em um espaço de 12 mil m², a empresa armazena e digitaliza documentos de clientes, como hospitais públicos e empresas privados, como Agemar e AGR. Hoje são cerca de 1 milhão de caixas organizadas com rastreabilidade total. A atuação vai desde a coleta e organização de prontuários até a digitalização e indexação de dados. A expectativa é ampliar esse serviço e, futuramente, atuar também na distribuição e transporte. Reinvenção editorial sem perder a essência Mesmo com a reestruturação voltada à sustentabilidade, a Cepe manteve o compromisso com a qualidade editorial. A produção de livros passou a seguir rigorosamente os pareceres do conselho editorial, e os periódicos Continente e Pernambuco foram tratados como unidades autônomas, com gestão específica. A revista Continente, por exemplo, ganhou um aplicativo e vem retomando a entrada de anúncios. Já a Pernambuco deixou o formato de jornal para se tornar uma revista com apelo gráfico mais refinado. Um contrato com a Secretaria de Educação garante que ambas sejam distribuídas em todas as escolas estaduais. Digitalização como ativo estratégico Com 140 milhões de imagens digitalizadas de documentos governamentais e das edições históricas do Diário Oficial, a Cepe prepara um salto tecnológico. A empresa está implementando uma ferramenta de inteligência artificial, desenvolvida em parceria com o Porto Digital, que permitirá buscas avançadas em segundos por meio desses arquivos. A inovação poderá transformar completamente o acesso a dados históricos, administrativos e jurídicos, e abre caminho para novos modelos de negócios. “A informação digitalizada tem um valor intrínseco, é o novo petróleo”, afirma Baltar. Lucro com missão pública Apesar das mudanças e ganhos financeiros, o foco da Cepe segue sendo o fortalecimento da sua função cultural e pública. A editora voltou a registrar lucro mesmo com a queda nas receitas do Diário Oficial, que hoje representa apenas 24% do faturamento da empresa. A meta agora é manter a editora funcionando com excelência e independência. “A função da gráfica e da logística é garantir que a Cepe continue publicando livros e revistas com o mesmo cuidado editorial. Não é sobre maximizar lucros, mas sobre assegurar nossa razão de existir”, resume Baltar.

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O arquiteto Sandro Guedes o empresario Guilherme Guerra e o enologo Paulo Laureano no vinhedo em Gravata CREDITO Carlos Souza

Vin Club Premiere une vinhedo, haras e residências de luxo em projeto inédito em Gravatá

O arquiteto Sandro Guedes, o empresário Guilherme Guerra e o enólogo Paulo Laureano, no vinhedo em Gravatá. Foto: Carlos Souza A cidade de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, será o cenário de um empreendimento singular no mercado imobiliário brasileiro. Trata-se do Vin Club Premiere, projeto desenvolvido pela GMG Premiere que une, em um mesmo espaço, uma vinícola boutique, um haras privativo e residências de alto padrão. O plantio definitivo do vinhedo teve início no fim de junho, marcando o primeiro passo para a consolidação desse novo destino de luxo no interior do Estado. O projeto conta com a expertise do enólogo português Paulo Laureano, referência internacional no setor e responsável pela gestão da vitivinicultura no Vin Club Premiere. Paulo Laureano tem como missão adaptar as melhores castas de uva ao terroir local, entre elas sauvignon blanc, chardonnay, alvarinho, merlot, cabernet franc, syrah e touriga nacional – que resultarão em vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes. A previsão é que os primeiros vinhos estejam disponíveis em até três anos, com uma produção inicial estimada em 36 mil garrafas por safra. Voltado a um público premium, o Vin Club Premiere oferece um estilo de vida sofisticado e integrado à natureza, a apenas 80 km do Recife. As residências exclusivas terão entre 150m² e 325m², implantadas em terrenos amplos com piscina, deck, gazebo e oito vagas de garagem. A concepção arquitetônica é assinada por Sandro Guedes, do Studio SG55, com execução da Monthé Engenharia, de Lucian Fragoso. O empreendimento segue o modelo de Sociedade de Desenvolvimento Imobiliário (SDI), onde os sócios não apenas investem, mas também usufruem diretamente do que é criado. “Projetamos empreendimentos que gerem valorização e rentabilidade mas, acima de tudo, que sejam vividos pelos nossos sócios e suas famílias”, afirma Guilherme Guerra, sócio-fundador da GMG Premiere.

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Moacir Santos, o ouro negro do Brasil

*Por Geraldo Eugênio Em um sertão onde Lampião e Padre Cícero se destacaram como as figuras emblemáticas nas primeiras três décadas do século passado, marcando a história religiosa e de tensões e arranjos sociais típicos de uma região distante e esquecida, um movimento emergia na forma de música. O tradicional baião, tendo como instrumentos principais a sanfona, o zabumba, o triângulo e o pandeiro, se fazia ouvir, saía da roça e conquistava o grande público. Neste ambiente assustador e mágico, no distante município de Exu nascia em 1912, Luiz Gonzaga, filho de Januário e Anna, que ao longo do tempo se consolidou como o maior de todos os artistas nordestinos. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1939, conseguiu, ao longo dos próximos 20 anos, levar o baião aos salões e torná-lo um estilo de caráter nacional. Não é à toa que ganhou a alcunha de Rei do Baião. Nessa região de Gonzaga e da veia artística de dezenas de repentista do Pajeú e da Paraíba, merece uma atenção diferenciada o cultivo da música por meio dos trios, quartetos ou de bandas filarmônicas e orfeônicas, com isso tornando este sertão distante, um celeiro de grandes compositores, cantores e instrumentistas. Destaca-se a influência da Igreja Católica que em muitas dioceses foi responsável pela gestão dos corais e das bandas filarmônicas. Um gênio brota do improvável A partir de uma camerata ocorrida na UFRPE-UAST (Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada), em maio de 2025, como parte de um circuito cultural que germinou a partir de um evento com a Orquestra Sinfônica do Instituto Federal do Sertão, campus de Petrolina, a escola e os empresários de Serra Talhada se decidiram por encampar uma agenda de divulgação da música clássica e regional para o ano de 2025. Nascido em 2026, em Flores, Pernambuco, filho de família humilde, preto e logo cedo órfão, surge um personagem que merece ser mais bem conhecido: Moacir Santos. O evento em sua homenagem foi conduzido pelo maestro Cacá Malaquias, músico e professor residente na cidade de Carnaíba, Sertão do Pajeú, acompanhado de quatro companheiros. Um especialista em rabeca, um saxofonista, um trompetista, um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Neste programa Cacá de Malaquias educou a todos sobre a trajetória deste compositor que dominava instrumentos como o mandolim, saxofone, banjo e violão. Ainda adolescente se tornou membro e depois maestro da Banda da Polícia do Estado da Paraíba e fez parte de grupos musicais mambembes de circos que circulavam no interior do Nordeste. Destacando-se sempre, chegou ao Rio de Janeiro na década nos anos 1950 conquistando um espaço privilegiado em um momento que o Brasil passava por uma revolução musical sem precedentes, com a Bossa Nova se tornando um ritmo de alcance e respeito mundial. Não é a toa que foram companheiros de Moacir Santos artistas do naipe de Sérgio Mendes, Nara Leão, Roberto Menescal, Linda Laurence, entre outros, além de ter como aluno um compositor que marcou época como Baden Powell. Somente essa façanha já o colocaria em um patamar a ser respeitado pela coragem, ineditismo, autodidatismo e brilho. Por estudar jazz e o repertório das grandes bandas típicas da época foi convidado a Hollywood participar como músico e compositor em alguns arranjos para filmes americanos. Conforme bem colocado por Cacá Malaquias, Moacir Santos chegou à conclusão de que na Califórnia havia oportunidade para todos, fossem os músicos mais refinados ou não e que ele se sentia à vontade para tentar fixar-se por lá. Foi bem-sucedido, passando a trabalhar como compositor coadjuvante ou principal em várias trilhas, além de continuar seu esforço como educador, ensinando música até sua morte em 2006, na cidade de Pasadena. Seu legado é fenomenal. A beleza de suas composições e o domínio do jazz, estilo em que se excedeu. O disco Coisas, por exemplo, mostra a maturidade, o domínio e a humildade de um artista que levou o nome de Pernambuco, de sua Flores e de Serra Talhada (onde viveu parte de sua infância e adolescência) ao cenário internacional. Sua história é pouco conhecida e não chegou ao glamour de outros grandes artistas regionais, mas sua obra o coloca em um patamar de qualidade de Luiz Gonzaga. Pernambuco ainda não resgatou a genialidade desse seu filho humilde e igualmente brilhante. Não é fácil cumprir uma trajetória que vai do circo, à banda filarmônica, à Bossa Nova e aos encantos de Hollywood. Isto ele conseguiu sem fanfarras, padrinhos ou invencionices. Graças a personagens como Cacá Malaquias, tem sido possível divulgar quem foi o grande artista e não há como não reconhecer o mérito do empresariado de Serra Talhada, na pessoa do Pio Simplício, e da direção da UFRPE-UAST em deixar claro que a cultura é essencial para um projeto de desenvolvimento de um povo. A arte em busca de espaço Vale notar que a cultura, seja música, dança, literatura, teatro, artesanato, pintura, escultura, além de enaltecer o espírito e lapidar o caráter das pessoas, também pode fazer parte do perfil econômico dos municípios e do Agreste e Sertão de Pernambuco. A trajetória de Moacir Santos e Cacá Malaquias deixa algumas lições. A primeira delas, de quão importante é o apoio que pode ser dado às orquestras filarmônicas e sinfônicas por parte dos gestores municipais; a segunda é que a organização de certames e concursos é algo extremamente importante na identificação de talentos; e uma terceira é que o envolvimento da comunidade, a exemplo dos empresários de Serra Talhada, é de um valor inestimável no cultivo do clássico e das tradições locais. Basta de se pensar somente em grandes shows. Sempre caros e com efetividade duvidosa. Há uma efervescência por parte da juventude regional que merece ser levada em consideração e realçada. Afinal, quantos artistas da qualidade de Luiz Gonzaga e Moacir Santos não estariam em busca de oportunidade?

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O Futuro Humanizado pela IA

Como a inteligência artificial pode nos libertar para criar, cuidar e conviver E se o futuro for mais humano, justamente porque será mais inteligente? Essa é uma das possibilidades mais bonitas que a inteligência artificial nos oferece. Muito se fala sobre o medo de que as máquinas nos substituam. Mas talvez a pergunta certa seja: e se elas nos libertarem? Libertar do que é repetitivo, exaustivo, automático. Libertar tempo e energia para aquilo que nos faz únicos: criar, cuidar, imaginar, conviver. A IA pode organizar o trânsito, processar exames médicos, sugerir caminhos de estudo, automatizar tarefas administrativas — e com isso, abrir espaço para que possamos olhar mais uns para os outros, e menos para telas, prazos e planilhas. Ao longo deste livro, vimos que a IA é mais do que uma tecnologia. É uma lente. Um espelho. Um campo de possibilidades. Ela não traz respostas prontas, mas provoca novas perguntas. E talvez a mais importante seja: que tipo de humanidade queremos cultivar neste novo tempo? Não se trata de idealizar a IA. Sabemos que ela pode ser usada de forma destrutiva, injusta, excludente. Mas também sabemos que ela pode ser usada para ampliar acessos, democratizar saberes, acelerar descobertas, salvar vidas. O que define esse caminho não está na máquina — está em nós. Já imaginou uma IA treinada para detectar sinais precoces de doenças em populações vulneráveis? Ou sistemas inteligentes ajudando a alfabetizar crianças em regiões remotas, adaptando o ensino ao ritmo de cada uma? E se bibliotecas digitais, alimentadas por algoritmos de recomendação culturalmente sensíveis, levassem livros e histórias aos lugares onde o silêncio antes imperava? O futuro da IA é, em grande parte, o futuro da nossa capacidade de sonhar — e de agir com responsabilidade. Não precisamos escolher entre progresso e humanidade. Podemos, sim, construir um progresso que seja para a humanidade. Que tenha a dignidade como princípio, e a empatia como guia. A IA nos ensina algo curioso: para ensinar máquinas a pensar, precisamos antes entender melhor como nós mesmos pensamos. Para ensinar robôs a tomar decisões, somos obrigados a discutir o que é certo e o que é justo. Para programar vozes sintéticas que soem humanas, revisitamos o que significa comunicar-se com afeto. Ou seja: ao construir a IA, estamos, ao mesmo tempo, reconstruindo o nosso próprio entendimento sobre quem somos. Esse ciclo de criação e reflexão é precioso. Ele nos convida a abandonar o automatismo do cotidiano e a viver com mais intenção. Afinal, se a máquina pode resolver o trivial, talvez possamos dedicar nosso tempo ao essencial. E o essencial, como sabemos, não se resume a cálculos. Está nas relações. Está no gesto de ouvir com atenção. Na coragem de mudar de ideia. Na disposição de construir o bem comum. A IA pode nos ajudar a lembrar que a inteligência, por si só, não basta. É preciso também sensibilidade. É preciso sabedoria. A palavra “futuro” costuma carregar uma certa ansiedade. Mas e se ela puder carregar também acolhimento? Um futuro em que não sejamos engolidos pela tecnologia, mas inspirados por ela. Em que possamos viver com mais leveza, porque teremos aliados digitais cuidando do que é pesado. Em que o humano não perca espaço, mas floresça — com mais tempo para criar, cuidar, conviver. Ao final desta jornada, percebemos que a pergunta já não é “o que a IA pode fazer?”, mas sim “o que nós queremos fazer com ela?”. E a resposta está em nossas mãos, em nossas escolhas diárias, em nossas políticas públicas, em nossos projetos sociais, em nossos sonhos coletivos. O futuro não está pronto. Ele está sendo escrito agora — em código, em debate, em arte, em sala de aula, em laboratórios, em cafés da manhã. E se há algo que a IA ainda não pode fazer por nós, é decidir o que vale a pena. Isso continua sendo um privilégio humano. Que possamos, então, escolher com sabedoria. Escolher caminhos que ampliem a liberdade, aprofundem a justiça e fortaleçam a nossa conexão com tudo o que nos torna humanos. O futuro é uma construção coletiva. E, com inteligência artificial, ele pode — e deve — ser profundamente humano. *Rafael Toscano é escritor, pesquisador e professor na CESAR School, engenheiro na Companhia Brasileira de Trens Urbanos e ocupa o cargo de Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Negócios na Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia (SECTI) da Prefeitura do Recife. Formado em Engenharia da Computação pela UFPE, é Mestre e Doutor pela Universidade de Pernambuco. **Esse Texto integra o livro IA Transformação das Humanidades

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FW Revista Algomais capa danca

Dança: expressão artística, bem-estar e transformação de vidas

Mais do que arte, a dança promove saúde, bem-estar e transformação pessoal. Educadores destacam seus benefícios físicos e emocionais, além de orientações para a prática segura A dança é uma expressão artística que transcende palavras, permitindo que o corpo comunique emoções, histórias e sentimentos de forma única. Muito além da estética, ela atua como uma poderosa aliada do bem-estar, promovendo saúde física, mental e emocional. Por ser uma atividade predominantemente aeróbica, é excelente para o condicionamento cardiorrespiratório, além de melhorar postura, mobilidade e flexibilidade — contribuindo para uma vida mais equilibrada. Essa conexão entre movimento e emoção faz da dança uma prática que revitaliza o corpo e a mente. “Dançar é uma atividade democrática, que acolhe todas as pessoas, independentemente da idade, corpo ou gênero, oferecendo um espaço para expressão e crescimento pessoal. Ela representa superação, amor e descoberta. É ainda uma fonte de felicidade e um propósito que motiva”, afirma a profissional de educação física Nataly Araújo, professora do Curso Técnico em Dança do Aria Social — único do tipo no Nordeste, voltado para jovens que buscam profissionalização na área. Segundo Nataly, a prática regular da dança impacta positivamente a saúde mental. “Na minha experiência como professora, percebo que a dança ajuda a reduzir a ansiedade, depressão e estresse, além de fortalecer a autoestima, tornando os alunos mais confiantes e sociáveis”, diz. Ela também destaca como a dança ajuda a enfrentar desafios emocionais, como a timidez e o medo de errar. “Ao dançar, aprendemos a superar nossos limites e a perder o medo de falhar — isso reflete diretamente na qualidade de vida”, acrescenta. Embora seja possível começar em qualquer idade, é fundamental procurar profissionais qualificados e escolas sérias para garantir segurança e evolução no aprendizado. “Também é importante se permitir experimentar estilos diferentes para descobrir qual combina mais com sua personalidade. Dançar por hobby deve ser uma atividade prazerosa, sem cobranças excessivas, respeitando o próprio ritmo e aproveitando o processo”, orienta Nataly. Prevenção de lesões Para quem dança com frequência, a prevenção de lesões é essencial. Aquecimentos e alongamentos antes e após as aulas são indispensáveis. Os problemas mais comuns envolvem músculos e articulações. “É fundamental preparar a musculatura e as articulações para o movimento e para a carga que elas vão receber”, explica o fisioterapeuta e professor Flávio Henrique, também docente no Curso Técnico em Dança do Aria Social. Outro ponto importante, segundo Flávio, é desenvolver consciência corporal. “Conhecer seus próprios limites ajuda a evitar contusões. Bons professores e coreógrafos sabem orientar sobre o que pode ou não ser feito, minimizando riscos”, afirma. Ele alerta que algumas lesões podem surgir por uso excessivo ou repetitivo. “Tudo depende de como o corpo está sendo exigido.” Exercícios de fortalecimento, especialmente para a região abdominal, também contribuem para a segurança do praticante. “Se o nosso centro está fortalecido, temos um tronco firme, capaz de sustentar o movimento com estabilidade. Isso aumenta a consciência corporal e previne lesões”, destaca. Para Nataly, a dança representa superação, amor, descoberta e realização. “Hoje, não me imagino sem dança na minha vida.” Já Flávio resume de forma poética: “Dançar é viver. Quem dança é mais feliz. A dança transforma o corpo, a mente, a alma — e o jeito de enxergar o mundo.” Curso O curso técnico de Dança do Aria Social é uma formação profissionalizante que visa capacitar jovens e adultos nas diversas linguagens da dança, unindo técnica, expressão artística e fundamentos teóricos. Com uma grade curricular abrangente e professores qualificados, o curso oferece disciplinas como balé clássico, dança contemporânea, dança popular brasileira, anatomia aplicada à dança, entre outras, preparando os alunos tanto para atuar artisticamente quanto para seguir carreira no campo da educação e da produção cultural. Reconhecido pelo Ministério da Educação, o curso promove inclusão social e oportunidades profissionais no universo da arte e da cultura. @projetoariasocial @tecnicoemdancaariasocial @natalyaraujopersonal Saúde 5.0: nova era transforma atendimento com foco no paciente A área da saúde vive uma transformação sem precedentes. Com a chegada da chamada Saúde 5.0, o foco deixa de ser a quantidade de procedimentos realizados e passa a priorizar resultados clínicos, experiência do paciente e eficiência dos cuidados. Essa mudança de paradigma exige não apenas novas formas de gestão, mas uma base tecnológica sólida — e, nesse cenário, dois pilares ganham destaque: análise de dados e blockchain. A digitalização do sistema de saúde é um caminho sem volta, mas que ainda enfrenta barreiras importantes no Brasil. Temos um sistema fragmentado, com dificuldade de integração entre plataformas e falta de interoperabilidade. Isso afeta diretamente a continuidade do cuidado e a tomada de decisão clínica. A  Saúde 5.0 propõe uma abordagem centrada no paciente, com uso intensivo de tecnologias como inteligência artificial, big data, Internet das Coisas Médicas (IoMT) e blockchain para garantir segurança, rastreabilidade e personalização no atendimento.  O  blockchain, por exemplo, pode revolucionar o armazenamento e o compartilhamento de dados de saúde, oferecendo mais transparência e proteção contra fraudes. De forma simples, blockchain é uma tecnologia que funciona como um grande livro de registros digital. Nele, todas as informações são armazenadas em blocos, que se conectam como uma corrente (daí o nome block + chain). Cada vez que algo novo é adicionado — como um dado de saúde, por exemplo — isso é registrado de forma permanente e segura, e não pode ser apagado ou alterado sem deixar rastros. O uso de dados precisa vir acompanhado de responsabilidade. E a análise preditiva pode antecipar riscos e salvar vidas, mas só será eficaz se respeitar a ética, a privacidade e a confiança do paciente. A tecnologia não substitui o cuidado humano — ela o potencializa. Com o avanço das healthtechs, o Brasil começa a dar passos importantes na direção de um sistema mais moderno e centrado em valor. A transição, no entanto, depende de investimento, capacitação e mudança cultural no setor público e privado. A promessa da Saúde 5.0, segundo especialistas, é transformar não apenas o atendimento, mas toda a lógica da saúde como conhecemos hoje. Como médico, entendo que não basta

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hotel marriot suape

Rede Marriott investe R$ 60 milhões em hotel voltado ao setor corporativo em Suape

Empreendimento deve gerar 800 empregos e impulsionar turismo de negócios em Pernambuco. Foto: Janína_Pepeu – Secom Pernambuco foi escolhido para receber a primeira unidade da bandeira City Express by Marriott no Brasil. O novo empreendimento, batizado de Latitude Suape, será construído no Complexo Industrial Portuário de Suape, com um investimento estimado em R$ 60 milhões e previsão de geração de 800 empregos, entre diretos e indiretos, ao longo da obra e operação. A iniciativa foi oficializada nesta terça-feira (15), durante encontro no Palácio do Campo das Princesas com a governadora Raquel Lyra, representantes da Rede Marriott, da Casa Orange e da Fábrica de Hotéis. Hotel voltado ao setor logístico e industrial O hotel contará com 164 apartamentos e será voltado ao público corporativo e logístico, com estrutura funcional e moderna voltada para atender à crescente demanda do polo industrial e portuário. “A escolha se deu muito por acreditar que Suape tem uma demanda reprimida, que a gente pode vir a atender”, acrescentou Eduardo Malheiros, diretor da Fábrica de Hotéis. Projeto inclui torre empresarial e centro comercial A operação é fruto de uma parceria entre a Casa Orange, a Marriott e a Fábrica de Hotéis, responsável pela execução da obra. Além da hospedagem, o projeto prevê uma torre empresarial e um mall, criando uma nova centralidade na região. “A Marriott é a maior empresa hoteleira do mundo e agora traz o City Express para Suape”, comentou Renato Carvalho, gerente de Desenvolvimento da rede. Expansão da rede no Nordeste A unidade faz parte de um plano de expansão da Marriott, que prevê 30 novos hotéis no Nordeste nos próximos 15 anos, incluindo destinos como Porto de Galinhas e Cabo de Santo Agostinho. “O Porto é hoje um dos maiores do país, com cerca de 90 indústrias, e esse investimento representa confiança no turismo, na indústria e no próprio Complexo de Suape”, Armando Monteiro Bisneto, presidente do Complexo de Suape

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Itacoatiara AM 2

Carrilho Infraestrutura inicia novo terminal de combustíveis no Porto do Pecém

Com investimento de R$ 430 milhões, obra reforça presença da construtora pernambucana no setor industrial e logístico. Na foto, o Porto de Itacoatira, no Pará, onde a empresa também tem operação. A Carrilho Infraestrutura, braço industrial da Construtora Carrilho, deu início à construção de um novo terminal de armazenamento de combustíveis no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará. O projeto, avaliado em R$ 430 milhões em sua fase inicial, inclui 13 tanques com capacidade total de 130 milhões de litros. A operação será classificada e alfandegada, com conexão direta ao porto, e deve ser concluída em até dois anos. Estão previstos cerca de 500 empregos diretos, com prioridade para a contratação de mão de obra local. Infraestrutura estratégica para a logística nacional Com mais de uma década de experiência no setor industrial, a Carrilho já executou grandes projetos em estados como Amazonas, Rondônia, Pará e Mato Grosso. Entre eles está o porto flutuante de Itacoatiara, considerado o maior terminal fluvial do Brasil, capaz de operar durante todo o ano mesmo em condições extremas. “A localização estratégica dos empreendimentos reforça o papel da Carrilho Infraestrutura na logística nacional, especialmente na integração do agronegócio do Centro-Oeste com os corredores de escoamento do Norte e Nordeste. Temos experiência em regiões desafiadoras, unindo engenharia de alto padrão e expertise logística para movimentação de grandes volumes de carga e combustíveis”, destaca Carlos Carrilho, vice-presidente e diretor técnico da empresa. Inovação com metodologia internacional Para ampliar sua eficiência, a construtora investiu na formação do corpo gestor em Advanced Work Packaging (AWP), metodologia internacional que vem transformando o planejamento e a execução de grandes obras. Baseado em estudos do Construction Industry Institute (CII), o AWP tem gerado aumentos expressivos de produtividade e redução de riscos em projetos industriais. “Ao investir na capacitação da sua equipe, a Construtora Carrilho reafirma seu compromisso com a inovação e a melhoria contínua dos seus processos, fortalecendo sua atuação no mercado com práticas de excelência que elevam a qualidade, reduzem riscos e entregam mais valor em cada projeto”, conclui Carrilho.

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Joao Galamba Divulgacao

Sísifo veste farda: a escala 6×1 como o castigo do trabalhador atual

João Galamba* Imagine acordar todos os dias, de segunda a sábado, repetindo uma jornada exaustiva que consome corpo, mente e alma. Ao final da semana, um único dia é concedido como “descanso”, onde o trabalhador não repousa, ele apenas se prepara para sobreviver à semana seguinte. Agora, imagine que isso se repete indefinidamente, como um ciclo sem fim. Assim vive o trabalhador submetido à escala 6×1. Quem vive sob essa lógica sabe: o domingo não é repouso, é manutenção. Lava-se a roupa, compra-se comida, arruma-se a casa, visita-se a família. Prepara-se o corpo para mais seis dias. E quando o corpo não responde, é culpa do cansaço? Não do sistema! No mito grego, Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra até o topo da montanha, apenas para vê-la rolar de volta, num ciclo eterno, sem propósito ou recompensa. O esforço contínuo que não leva a lugar algum. Hoje, milhões de trabalhadores brasileiros vivem uma versão moderna desse castigo, disfarçada de legalidade: a jornada 6×1. No Brasil, Sísifo veste uniforme e bate ponto. Sua pedra é o turno de trabalho. Seu castigo é a repetição constante, sua liberdade é ficção. A cada semana vencida, não há vitória: há apenas o reinício do ciclo. A pedra rola de novo. O trabalhador acredita que está descansando, mas está apenas se preparando para recomeçar. Ele acorda cedo, enfrenta transporte precário, jornadas intensas e metas inalcançáveis. Quando finalmente chega o domingo, ele não vive: sobrevive. Tal como Sísifo, que via sua pedra rolar sempre de volta, o trabalhador vê a semana reiniciar, ainda mais pesada. E o mais perverso: acredita que isso é normal. Afinal, “sempre foi assim”. Mas naturalizar o excesso é aceitar a desumanização. É urgente discutir a redefinição da jornada de trabalho. Reduzir o tempo de labuta, garantir folgas reais e combater abusos que transformam o descanso em ficção. O trabalho não pode ocupar todos os espaços da vida. Se o tempo de viver se resume ao tempo de produzir, então não há liberdade e sim uma condenação. Sísifo não teve escolha. Mas o trabalhador tem. É hora de parar de empurrar a pedra. Repensar a escala 6×1 não é apenas uma questão de legislação. É uma questão de humanidade. *João Galamba é advogado especialista em direito do trabalho e sócio do escritório Galamba & Félix

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Nova gestão do Pernambuco Centro de Convenções aposta no turismo de negócios

Durante a Fenearte, consórcio apresenta primeiros resultados e plano estratégico para reposicionar o CECON como referência no setor. Na imagem acima: Thiago Soares (Diretor de Operações), Antônio Peçanha (Diretor-executivo), Alexandre Manata (Acionista), Nenety Cristiano (Acionista), Wesley Rodrigues (Acionista). Durante a 25ª Fenearte, maior feira de artesanato da América Latina, o Consórcio CID Convenções Pernambuco apresentou a nova gestão do Pernambuco Centro de Convenções (CECON), equipamento estratégico para o turismo de negócios no Estado. O grupo mineiro — formado por Conata Engenharia, Infracon Engenharia e Dezembro Eventos — já implementou ações de modernização e anunciou um plano estratégico voltado à eficiência operacional e ao reposicionamento do espaço como polo de grandes eventos. Estrutura e diferenciais do CECON Com um pavilhão de 20 mil m² — o maior do Nordeste —, teatro para quase 2,4 mil pessoas, amplo estacionamento e localização estratégica, o CECON oferece infraestrutura para sediar feiras, congressos e espetáculos simultaneamente. “Assumimos o compromisso de requalificar o Pernambuco Centro de Convenções para oferecer aos clientes e visitantes um equipamento moderno, versátil e competitivo”, afirmou o Diretor de Operações, Thiago Soares. Entre os primeiros avanços estão melhorias no sistema de climatização, iluminação, paisagismo e reestruturação de equipes. Liderança técnica e parcerias estratégicas A gestão é comandada por Antônio Peçanha (CEO), Thiago Soares (Operações) e Gabriela Diaz (Comercial), profissionais com vasta experiência em concessões, infraestrutura e captação de eventos. A nova equipe atua em articulação com o Governo do Estado e o Recife Convention Bureau para fortalecer a presença de Pernambuco no circuito nacional e internacional de feiras e encontros corporativos. Roadshows e feiras especializadas fazem parte da estratégia de divulgação. Turismo de negócios movimenta a economia De acordo com a Empetur, o turismo de negócios segue como uma das atividades mais relevantes para a economia pernambucana, impulsionando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio. A nova gestão reforça o papel do CECON como motor desse segmento, com infraestrutura moderna e flexível, capaz de atender demandas de grandes promotores e agentes de turismo corporativo.

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