2021 - Página 21 De 173 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

Tatuagem, da ideia até a montagem

Da Cepe A Cepe publica um livro fundamental para jovens cineastas e interessados na nova produção audiovisual brasileira: A invenção de Tatuagem. Ricamente ilustrado, o título aborda o processo criativo do cineasta pernambucano Hilton Lacerda, Tatuagem (2013), que em 2015 entrou para a lista da Associação Brasileira de Críticos de Cinema entre os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. A publicação é resultado de pesquisa feita pelos autores: Paulo Cunha, Marcos Santos e Georgia Cruz. Eles narram o processo criativo em todas as etapas do primeiro longa de Hilton, desde a ideia inicial até a montagem. O lançamento será no próximo dia 20, às 17h, no pátio térreo da Fundaj do Derby. O evento acontece logo após a exibição do filme, às 15h, na Sessão Cinemateca no Cinema da Fundação. A entrada é gratuita, mas terá limite de 100 espectadores na sala. A Fundaj adotará o protocolo anti-Covid. "A Cepe tem se interessado cada vez mais em abordar a produção audiovisual pernambucana no seu catálogo, e A invenção de Tatuagem faz parte desse caminho. É um livro que traz o efervescente processo criativo e as várias etapas de elaboração do longa de Hilton Lacerda, com um mergulho não só no filme como produto final, mas também nas pesquisas, discussões e histórias que fomentaram a obra", define o editor da Cepe, Diogo Guedes. Para quem não assistiu ao filme, Tatuagem conta o romance entre Clécio, líder de um grupo teatral, o Chão de Estrelas, e Fininha, um soldado do Exército brasileiro. A história se passa em Olinda, em 1978, nos primeiros anos da ditadura militar. No livro os autores contam que a obra faz referências afetivas ao grupo de teatro Vivencial, ao ator Pernalonga, ao pop-filósofo Jomard Muniz de Britto e ao diretor Guilherme Coelho. Quando ainda elaborava a ideia do longa, o cineasta chegou a pensar em fazer um filme baseado no romance Orgia, do escritor argentino Túlio Carella, que viveu no Recife nos anos 1960. Outra possibilidade era um documentário sobre o escritor Jomard Muniz de Britto, que segundo Hilton é o maior articulador entre a vida boêmia, marginal e a vida acadêmica. Numa conversa com o escritor João Silvério Trevisan, o diretor foi aconselhado a abordar ficcionalmente o universo do Vivencial, conhecido como o território da diferença na época em que existiu, ocupado por transformistas, favelados, gays e héteros, professores e estudantes universitários, militantes de esquerda e gente do povo. Uma vastidão humana e a oportunidade de contar várias histórias em uma só, abordar vários temas que vinha estudando, como sexualidade, contracultura, a importância do próprio Jomard num cenário de resistência e a vida recifense. Todo esse universo faz parte do livro, a força da prosa poética de Jomard no prefácio, a construção do argumento, a discussão cinematográfica sobre o âmbito do Super-8, enfim, um filme contemporâneo a partir da ótica passada. Os três autores leram diferentes tipos de tratamentos do roteiro, estudaram fotografias de cena, consultaram materiais da direção de arte, como cenografia, figurinos e adereços, assim como retornaram às obras que inspiraram o diretor: livros, filmes e histórias. A pesquisa foi realizada no campo dos programas de pós-graduação em comunicação e em design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Diretor e roteirista de Tatuagem, Hilton Lacerda diz que o livro é uma janela interessante para compreender processos e escolhas e criar a sensação de proximidade na realização do filme. "Pessoalmente, e acredito que para todos que participaram do projeto, adiciono uma forte dose de paixão por ver as memórias eclodirem de maneira tão viva no livro. E isso nós precisamos muito: manter-nos atentos e provocadores, mesmo sob as nuvens cinzas que pairam sobre o nosso País", enfatiza. A invenção de Tatuagem é ricamente ilustrado, com fotos do diretor de fotografia Ivo Lopes, do fotógrafo Flávio Gusmão e do autor Marcos Santos, sem falar das imagens anteriores às filmagens que são de outros fotógrafos, como Ana Farache, que cedeu imagens do Vivencial. O projeto gráfico da designer Sandra Chacon, traz para o leitor a estética do filme. "A Cepe é provavelmente a única editora no Brasil com coragem para bancar uma edição dessas a preço acessível. O catálogo da Cepe demonstra um cuidado todo especial com o cinema feito em Pernambuco, publicando livros com roteiros e pesquisas relevantes", enfatiza Paulo Cunha, autor de Geneton - Viver de ver o verde mar (Cepe 2019), em coautoria com a jornalista e fotógrafa Ana Farache. O escritor tem ainda outro título pela Cepe, também com a abordagem do audiovisual, A aventura do Baile Perfumado: 20 anos depois (2016), escrito em parceria com a jornalista Amanda Mansur.

Tatuagem, da ideia até a montagem Read More »

Os novos baianos e os anos 1970 são temas do Sonora Coletiva

Acontecimentos políticos ocorridos no final dos anos 1960 e ao longo da década de 1970 marcaram a história do país pelo endurecimento da repressão imposta pelos militares. Sobretudo a partir da edição do AI-5, em 1968, que estabeleceu a censura e o fim das liberdades individuais e de manifestação política. Mas também entraram para a história como o ponto alto da contracultura a partir do surgimento do Tropicalismo e, na esteira do movimento, de muitos outros artistas e grupos musicais. Um dos grupos mais importantes criados na época foi o ‘Novos Baianos’, formado por Moraes Moreira, Galvão, Baby, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu e outros grandes músicos. Com uma musicalidade original, que misturava samba, sons regionais e rock and roll, e uma atitude culturalmente transgressora, que flertava com o modo de vida dos hippies norte-americanos, os Novos Baianos criaram alguns dos álbuns mais cultuados da nossa MPB, a exemplo do clássico Acabou Chorare. E experimentaram na prática esse novo estilo de vida. Essa história será o tema do bate-papo com a produtora e escritora paulista Marília Aguiar, que participou ativamente da trajetória do grupo e a contou no delicioso livro ‘Cai na estrada com os Novos Baianos’, na hoje (dia 18/11), às 19h. O livro é um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Biografia, Documentário e Reportagem. O novo episódio do Sonora será transmitido pelo Canal multiHlab, no YouTube, como parte das atividades do Sonora Coletiva, vinculado à Revista Coletiva, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Participarão da conversa os editores Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto. Segundo o diretor, autor e produtor Caco Hamburger, “as Novas e os Novos Baianos tiveram a coragem de quebrar paradigmas, de enfrentar a barra pesada da ditadura militar e ainda fazer música da mais alta qualidade que até hoje é referência. Marília viveu essa história com a mesma intensidade e paixão com que a recontou no seu primeiro livro”. Com o livro, destacam os editores do Sonora, Marília Aguiar deu outra dimensão ao protagonismo feminino na história dos Novos Baianos, até então praticamente resumido à presença de Baby Consuelo (hoje, do Brasil) no grupo. SERVIÇO LIVE – OS NOVOS BAIANOS E OS ANOS 1970 SONORA COLETIVA conversa com MARÍLIA AGUIAR Autora do livro ‘Caí na estrada com os Novos Baianos’ 18 NOVEMBRO (quinta-feira) - 19h - Canal do multiHlab no YouTube Participações - Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto (Fundaj)

Os novos baianos e os anos 1970 são temas do Sonora Coletiva Read More »

Consul Geral Jessica Simon 2 1

Entrevista com Jessica Simon: cônsul-geral dos EUA fala sobre a agenda diplomática para o Nordeste

Jessica Simon, cônsul-geral no Consulado Geral dos Estados Unido no Recife e Senior Fellow do Iperid, fala nesta entrevista sobre a sua agenda de trabalho na região Nordeste e destaca algumas das prioridades diplomáticas do Governo Biden desde o início do seu mandato. Há pouco mais de um ano na capital pernambucana, a cônsul-geral comenta também sobre algumas parcerias firmadas nesse período, mesmo com as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. O combate às mudanças climáticas, a defesa do meio ambiente e o enfrentamento da Covid-19 estão na agenda do dia do governo americano e do consulado, que tem interesses também em pautas como o fomento às energias renováveis, infraestrutura e tecnologia.   Na sua visão, quais as principais agendas globais no cenário pós-pandemia? O mês de setembro marcou meu primeiro ano como cônsul geral dos Estados Unidos no Recife. E desde que cheguei ao Consulado Geral no Recife, temos feito um trabalho extraordinário em diversas áreas: apoiando a promoção dos direitos humanos com parceiros locais; trabalhando para ampliar laços comerciais entre os Estados Unidos e o Nordeste do Brasil; e dando suporte à agenda do presidente Biden, como o combate à mudança climática e proteção ao meio ambiente. E isso inclui apoiar empresas e governos a estabelecer boas práticas socioambientais. Nós também criamos a Parceria Nordeste para destacar o trabalho que tem sido desenvolvido na região. E é claro, uma das prioridades da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil é o combate à Covid-19. Temos trabalhado e conversado com governos estaduais e municipais no Nordeste e fornecemos dezenas de milhares de equipamentos médicos e cestas básicas para parceiros em Pernambuco e no Ceará; e de um hospital de campanha com capacidade para 40 leitos para a cidade de Bacabal, no Maranhão. Além das ações nacionais, como a doação de três milhões de doses da vacina Janssen ao Brasil. Nossa atuação é em oito estados do Nordeste: Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Alagoas e Sergipe. E, durante a pandemia, seguimos todos os protocolos determinados pelos governos locais e adaptamos nosso trabalho, assim como todos tiveram que fazer. Com reuniões online e poucas viagens ou encontros presenciais, conseguimos dar continuidade às nossas atividades e debater assuntos que são relevantes para os EUA e para o Brasil. Destaco a recuperação econômica, promoções de negócios e a promoção dos direitos humanos. Nossa ações na preservação ao meio ambiente e combate às mudanças climáticas são importantes assuntos para o presidente Biden, que nomeou John Kerry como enviado especial para o Clima e que já participou de encontro virtual com governadores brasileiros. Dentre os participantes do encontro, em que foram discutidos temas como redução de CO2, estavam o governador do Maranhão, Flávio Dino, e o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias. Esperamos sempre que conversas como essa gerem intercâmbio de conhecimento e projetos que sejam relevantes para os dois países. Como Pernambuco e o Recife poderiam se beneficiar mais da presença consular tão forte na capital? É a segunda vez que moro e trabalho no Brasil como diplomata americana. Tenho consciência e respeito pela longa e rica história da presença americana em Pernambuco, onde se estabeleceu a primeira presença diplomática dos Estados Unidos no Brasil em 1815. Nossa sede se localiza no bairro da Boa Vista, no Recife, há mais de 50 anos - e confesso que fiquei feliz ao saber que as pessoas se referem a Rua Gonçalves Maia como "a rua do consulado". Tudo isso mostra como temos raízes fortes com a população e com o estado de Pernambuco. Somos o mais antigo e o maior consulado no Nordeste do Brasil, o que demostra nosso comprometimento e importância da região para os EUA. Mas tenho que dizer que nosso objetivo é trabalhar sempre com todos os estados que fazem parte do nosso distrito consular. É por isso que criamos a Parceria Nordeste, uma iniciativa que reforçam nosso comprometimento com os oito estados nordestinos onde trabalhamos. Reforço que a pandemia não nos impediu de continuar estabelecendo parcerias e dialogando com representantes dos governos, sociedade civil, organizações não-governamentais e instituições educacionais. Posso citar alguns exemplos, como os memorandos de entendimento assinados com os governos de Pernambuco ou da Paraíba; ou programas da área de educação e empreendedorismo, como o curso online American English Experience, e a Academia para Mulheres Empreendedoras (AWE). Mas, (risos) quando reuniões presenciais são possíveis, o recifense tem o benefício de estar fisicamente mais perto para tomar um cafezinho comigo. Também estão mais perto do nosso escritório do Serviço Comercial, cuja algumas das áreas de atuação no momento são produtos e equipamentos do setor de Saúde, Tecnologia da Informação e energia renovável. Quais os principais projetos ou planos do Consulado Americano no horizonte até 2022? Já citei alguns assuntos importantes na agenda dos EUA no Brasil, mas quero reforçar que também temos interesse nas áreas de infraestrutura que abrange portos, aeroportos, água e saneamento; 5G e inovação. Gostaríamos de ampliar as parcerias com o Nordeste para lidar com as preocupações ambientais na região, incluindo a sustentabilidade dos biomas da Caatinga e do Sertão. Os investimentos em geração de energia solar e eólica é de interesse mútuo e o mercado americano está pronto para fornecer a tecnologia necessária para ajudar o desenvolvimento do setor na região. E queria dar um exemplo, no setor de inovação, de colaboração com uma instituição pernambucana. Ajudamos a viabilizar a doação ao Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) de um protótipo de equipamento da empresa americana Wave Water Works, especializada em tecnologia de geração de energia através das ondas do mar. O processo contou com o trabalho também da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do Porto de Suape, onde em breve o equipamento deve ser instalado. Nos orgulhamos de ter fortes parcerias locais, como o Porto Digital e CESAR na área de tecnologia, e queremos ampliar o diálogo para que novos laços sejam estabelecidos. Também temos um leque amplo de programas em educação e cultura.

Entrevista com Jessica Simon: cônsul-geral dos EUA fala sobre a agenda diplomática para o Nordeste Read More »

Gente & Negócios: Movimentação no mercado

Annie Cake Shop inaugura doceria na Zona Norte A nova unidade da Annie Cake Shop, no bairro de Casa Forte, foi inaugurada ontem, dia 17 de novembro, em um evento para convidados, e a partir de hoje (18) para o público em geral. A loja tem projeto arquitetônico assinado por Felipe Valadares e decoração “instagramável”. A doceria promete um cardápio de tortas, doces salgados e cafés sofisticados. “A intenção é que o nosso cliente tenha uma experiência inesquecível. Para isso, investimos na ambientação e na decoração do lugar, e também no sabor e na beleza dos doces, que, além de muito gostosos, são bonitos e fotogênicos”, adianta a empresária Annie Cavalcanti. A loja fica na Rua Dona Ada Vieira, 113, Casa Forte, na Zona Norte do Recife. . Recife recebe a ExpoCanadá no dia 23 de novembro Será realizada no dia 23 de novembro, das 19h às 22h, no Bugan Hotel – avenida Eng. Domingos Ferreira, 4661 – Boa Viagem, a ExpoCanadá 2021 em Recife (PE). O evento, através de um de seus palestrantes e sócio da Canada Intercâmbio, Ed Santos, vai abordar as oportunidades para brasileiros que tenham interesse em estudar ou trabalhar no Canadá, além de oferecer dicas de especialistas sobre todos os processos e exigências para a imigração e qualificação profissional canadense. O evento será gratuito e somente as palestras são pagas (R$ 150,00 – inclui todas as palestras). . Fecomércio-PE lança Cartão do Empresário em Garanhuns Ampliando a atuação na região do Agreste Pernambucano, a Fecomércio-PE leva o Cartão do Empresário à cidade de Garanhuns. A chegada do Cartão será marcada por eventos na próxima quinta-feira (18). O lançamento do produto que oferece descontos e vantagens exclusivas para os usuários será no Centro de Produção Cultural, Tecnologia e Negócios (CPC) de Garanhuns, às 19h. A ocasião conta ainda com a palestra ‘Cenários Econômicos para 2022’ e apresentação da banda Quinteto Violado. O Cartão do Empresário proporciona aos associados a aquisição exclusiva de produtos e serviços com preços vantajosos. No catálogo são mais de 500 parceiros, como Vivo, Unimed, General Motors (GM), Banco BV, Rede Atacadão MEC, Portal de Gravatá e Sebrae, além de descontos de até 25% nos produtos e serviços do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE. Em Garanhuns, são 33 parceiros do produto, com expectativa de crescimento no lançamento.

Gente & Negócios: Movimentação no mercado Read More »

Para não morrer na praia

Felizmente a observação dos números da pandemia no Brasil parece indicar que, na disputa entre as vacinas e as variantes, as vacinas estão levando vantagem, inclusive sobre a temida variante Delta. Se for isto mesmo, trata-se de uma notável vitória da ciência (no desenvolvimento de vacinas eficazes em tempo recorde) e da capacidade instalada de décadas do SUS na administração vacinal. Tudo isso, com uma característica notável demonstrada pela população brasileira que é a determinação de se vacinar. As pesquisas mais recentes dão conta de que mais de 94% da população afirma que tomou ou tomará a vacina contra o novo coronavírus. Muito diferente, por exemplo, do que acontece nos EUA onde as pesquisas dão conta de que cerca de 40% dos norte-americanos dizem que não vão se vacinar de jeito nenhum. Resultado: lá a epidemia está grassando na parcela dos não imunizados. Mais de 90% das internações e óbitos são de não vacinados. Na predominância do bem-vindo cenário de controle, há um risco de considerarmos que o perigo passou e, como se diz popularmente, muita gente querer “meter o pé na jaca”. Ou seja, fazer de conta de que o perigo desapareceu e relaxar, antes do tempo, as medidas preventivas. Embora seja uma atitude esperada da natureza humana e até previsível diante do tanto de provação e sofrimento que todos nós passamos, ela traz associada o risco de abrir espaço para novas artimanhas de um vírus que já se mostrou suficientemente traiçoeiro para ser subestimado. A imagem que me vem à cabeça e a do náufrago que dispendeu enorme esforço para chegar na praia e, assim que a avista, relaxa e se afoga antes de pisar em terra firme. Diante da feliz possibilidade de estarmos chegando ao fim do terrível estorvo da epidemia, cabe a nós não baixar a guarda de jeito nenhum, mesmo quando vacinados até três vezes, já que está provado que vacinados podem se contaminar também, ainda que com reduzidas chances de desenvolvimento das formas mais graves da doença. Máscaras são incômodas, sim! Distanciamento é desagradável, sim! Aglomerar com pessoas queridas ou até mesmo em eventos coletivos é bom, sim! Todavia, como o seguro morreu de velho, o mais indicado e sensato é concentrar a mente e os esforços necessários para chegar são e salvo na areia e ficar longe das ondas assassinas. Com mais um pouco de sorte e cuidado breve estaremos em segurança sanitária real. Até lá, é manter toda a atenção para não morrer na beira da praia.

Para não morrer na praia Read More »

Circuito Aurora Instrumental retorna ao Teatro Arraial

O Circuito Aurora Instrumental volta ao palco do Teatro Arraial Ariano Suassuna, na Rua da Aurora, Centro do Recife, para uma nova temporada de concertos presenciais. Consolidado como um espaço de expressão da diversidade, tradição e renovação da música instrumental pernambucana, o festival retorna com uma edição de espetáculos inéditos para o público: o Aurora Convida. Grupos e artistas se apresentarão com instrumentistas convidados, encontros que possibilitarão criar novas sonoridades, dinâmicas e desafios, agregando diferentes linguagens. O evento, que foi contemplado pela seleção pública do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), vai promover oito concertos entre os dias 19 de novembro de 11 de dezembro, com programação às sextas-feiras e sábados, sempre a partir das 19h30. “O Aurora permanece com a proposta de valorizar os artistas de vanguarda da música instrumental assim como os jovens talentos de alta qualidade técnica, e que estão ativos em seus respectivos processos criativos”, explica o produtor executivo do Aurora Instrumental, Félix Aureliano, que ao lado de Gilú Amaral também é responsável pela idealização e curadoria do circuito. O Henrique Albino Quarteto abre a temporada de shows no dia 19. Liderado pelo talentoso compositor e multi-instrumentista Henrique Albino, o grupo vai tocar composições do disco recém-lançado “Música Tronxa”, trabalho que traz um novo conceito para analisar as músicas que unem a intuição e a matemática para gerar novas sensações e estéticas. É esperado do quarteto um show sofisticado de música instrumental, que terá como convidado o guitarrista e violonista Breno Lira. Professor do Conservatório Pernambucano de Música e do Centro de Educação Musical de Olinda, Breno é integrante da Orquestra do Maestro Duda, Treminhão e do Ave Sangria, e mestre em Música/Performance em Jazz pela Universidade de Aveiro (Portugal). Há um bom tempo na estrada, a Joinha’s Band vai mostrar seu repertório autoral, que mistura punk, hardcore, groove e free jazz. O trio de músicos excelentes, conhecido na cena instrumental underground de Recife, vai tocar ao lado do trompetista Márcio Oliveira, que apresenta no instrumento uma linguagem expressiva, regional e inovadora, e já lançou um disco solo e acompanhou artistas como Otto, Di Melo e Maestro Forró. Amigos e parceiros, eles vão mostrar uma interação sinérgica e intensa no palco do Aurora. Para quem sente saudades da música da Saracotia não pode perder a apresentação do grupo no Aurora. “Conhecida por ser uma banda de identidade própria, embora tenha influências do choro, forró e do jazz, Saracotia promete um show carregado de memórias afetivas e também com muita energia e uma sonoridade diferente, já que terá como convidado o incrível Cláudio Rabeca. Eles nunca tocaram juntos. Cláudio é um músico experiente, ele explora toda versatilidade da rabeca brasileira e mostra que pode tocar qualquer coisa com o instrumento”, explica o diretor artístico do Aurora, Gilú Amaral. Laís de Assis, que vem desenvolvendo uma linguagem singular e vibrante em relação a viola de dez cordas brasileira, apresentará ao público do Aurora um passeio sonoro pelo seu repertório autoral e por releituras das obras de grandes compositoras e compositores nordestinos. A artista terá como convidado especial o trombonista Nilsinho Amarante, referência nacional na linguagem do trombone para a música popular brasileira, com destaque para o frevo pernambucano. Já a Mabombe promete um show dançante e cheio de groove para esta edição do Aurora Convida. O grupo, que já está há 12 anos na estrada e dois discos gravados, tem como característica a experimentação sonora livre. A Mabombe vai dividir o palco com o multi-instrumentista Júnior do Jarro – pela primeira vez - abrindo ainda mais as possiblidades sonoras para o concerto. Experimental - O Aurora também abraça a música instrumental do interior do estado. De Garanhuns, o circuito trouxe o percussionista Nino Alves. Inventivo, intuitivo e criador de instrumentos musicais, Nino apresentará temas do seu show "ExperimentaSons" e também composições do repertório do seu convidado, o saxofonista, arranjador e compositor Parrô Melo, que é fundador da Orquestra Bomba do Hemetério. Muitas expectativas em torno desse show que vai unir a criatividade percussiva de Nino com a experiência musical de Parrô. Uma das apostas dos curadores é a Makamo Quinteto, formada por musicistas, compositoras, alunas e professoras do Conservatório Pernambucano de Música. O grupo lançou um EP neste ano e vai mostrar um repertório autoral, que passeia pelo frevo, forró, baião, choro, maracatu e ciranda, incluindo arranjos inéditos de novas composições. O grupo vai tocar com a percussionista Aishá Lourenço, veterana e dona de uma vivência musical amplificada, que agregará elementos eletro percussivos ao show. Será um encontro inédito, que deve elevar a potência sonora da Makamo. Encerramento – O concerto derradeiro desta temporada do Aurora será apresentado por Gilú Amaral e Rimas.INC (Clécio Rimas). Pode-se sintetizar a parceria entre o percussionista e o DJ e produtor como a música tecnológica e orgânica em perfeita harmonia, que mescla os instrumentos percussivos com as batidas eletrônicas da MPC – duas vertentes que estão em alta no mundo todo. A dupla vai mostrar um show essencialmente dançante, mas também experimental, misturando essas duas vertentes que serão reforçadas pelo convidado DeCo N., artista sonoro e compositor de música eletrônica. DeCo N é professor do curso de Tecnologia em Produção Fonográfica de Música Eletrônica da Universidade Anhembi Morumbi. SERVIÇO: Aurora Convida Período: às sextas-feiras e sábados, de 19 de novembro a 11 de dezembro de 2021. Horário: às 19h30 Local: Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, nº, Boa Vista, Recife – PE) Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Vendas: Bilheteria do Teatro Arraial (abre 1 hora antes do show) e no https://www.sympla.com.br/aurorainstrumental **PROGRAMAÇÃO AURORA CONVIDA** 19/11 – Henrique Albino Quarteto convida Breno Lira 20/11 - Joinha’s Band convida Márcio Oliveira 26/11 – Makamo Quinteto convida Aishá Lourenço 27/11 – Saracotia convida Cláudio Rabeca 03/12 – Mabombe convida Júnior do Jarro 04/12 – Laís de Assis convida Nilsinho Amarante 10/12 – Nino Alves convida Parrô Melo 11.12 – Gilú Amaral feat Rimas.INC convida Deco N

Circuito Aurora Instrumental retorna ao Teatro Arraial Read More »

CNI: indústrias de pequeno porte vão investir mais em sustentabilidade

Da Agência Brasil A maioria das indústrias de pequeno porte (55%) tem intenção de investir mais nos próximos dois anos na implementação de ações sustentáveis, para uma transição para a economia de baixo carbono. Para outras (37%) os recursos devem ficar no mesmo patamar dos atuais e apenas 4% afirmaram que esse investimento deve ser reduzido. Os dados são de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Instituto FSB que avaliou a visão dessas indústrias sobre a sustentabilidade. Segundo a entidade, em alguns quesitos, as indústrias de pequeno porte estão avançadas. Mesmo em meio à pandemia de covid-19 e à crise econômica, 20% dos pequenos negócios industriais aumentaram o investimento nesse tipo de ação. Ações para evitar o desperdício de energia e de água já são adotadas por 90% e 89% das empresas desse porte, respectivamente. Já a gestão de resíduos sólidos é uma realidade em 85% dos negócios. De acordo com a pesquisa, três em cada quatro (76%) executivos afirmam que o setor industrial, considerando o ambiente de negócios no Brasil hoje em dia, enxerga o tema sustentabilidade como uma oportunidade. E para quase um terço deles a agenda de sustentabilidade envolve mais oportunidades do que riscos. Apenas 22% afirmaram que há mais riscos que oportunidades ou só riscos. Para a CNI, os dados mostram que as indústrias de pequeno porte estão atentas à importância da implementação de ações concretas de sustentabilidade em seus processos produtivos, alinhadas à estratégia levada pela entidade para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), que aconteceu de 1º a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Nesse sentido, a CNI, destaca que não há mais espaço para a “falsa divergência” entre desenvolvimento e conservação do meio ambiente. Para 16% dos executivos consultados, o financiamento a ações sustentáveis e a conscientização da sociedade deveriam ser prioridades do governo. Para 71% dos representantes das pequenas indústrias do Brasil, cabe ao poder público, além de controlar, estimular as empresas para que sigam as regras ambientais. Razões para investimentos Os dois principais motivos que levam indústrias de pequeno porte a investir em sustentabilidade são a reputação junto à sociedade e aos consumidores (40%) e o atendimento às exigências regulatórias, também com 40% das respostas. A redução de custos, com 36%, e o aumento da competitividade, com 34%, completam a lista de itens que mais estimulam os empresários a adotarem a agenda sustentável. Do outro lado, a falta de cultura voltada para o tema (46%) e a falta de incentivos do governo (45%) são apontados como os principais entraves. A pesquisa mostra ainda que apenas 36% dos pequenos industriais já teve, como fornecedor, alguma exigência de certificado ou ação ambientalmente sustentável como critério de contratação por parte dos clientes. O índice é ainda mais baixo (24%) quando a análise recai sobre a exigência por parte das pequenas indústrias de critérios sustentáveis para a contratação de fornecedores. O percentual de empresas que já deixaram de vender algum produto por não ter alguma certificação ou seguir alguma ação de sustentabilidade exigida pelo mercado cai pela metade: 12%. Entraves De acordo com a CNI, apesar dos indicadores positivos, 79% dos entrevistados admitem que estão pouco ou nada familiarizados com a sigla ESG (do inglês environmental, social and governance) usada para designar ações de sustentabilidades com base nos pilares ambiental, social e de governança. “Mesmo pouco ou nada familiarizados com o tema, 81% dos líderes empresariais dizem que o ESG é importante ou muito importante”, diz a pesquisa. Em termos de estrutura organizacional, apenas 21% das empresas têm uma área formal para lidar com o tema sustentabilidade. Dessas, pouco menos da metade, 10% do total das empresas pequenas, dá autonomia financeira a essa área. Outro ponto de atenção para a CNI diz respeito à estratégia e ao estabelecimento de metas de sustentabilidade: apenas 22% das empresas entrevistadas afirmam ter metas. O Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, executivos de 500 empresas industriais de pequeno porte, em quantitativo proporcional em todos os estados brasileiros. As entrevistas foram realizadas entre 13 e 27 de outubro de 2021. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%.

CNI: indústrias de pequeno porte vão investir mais em sustentabilidade Read More »

Agenda TGI traça cenários políticos e econômicos para 2022

Como será o mundo, o Brasil, Pernambuco e o Recife em 2022, além da crise? Essa será a questão principal que norteará a palestra do consultor e sócio fundador da TGI Consultoria, Francisco Cunha, durante a 23ª edição do evento Agenda TGI que acontece no próximo dia 29, às 19h, em formato digital, com acesso gratuito e transmissão ao vivo pelo YouTube da TGI Consultoria. ANÁLISE “O evento é um momento especial para refletir sobre os principais acontecimentos deste ano e sobre o que vamos enfrentar em 2022. Vivemos um momento desafiador em todos os setores. A situação política e econômica do Brasil é muito delicada e isso faz crer que o próximo ano será bem exigente para todos nós”, pontua o consultor Francisco Cunha. Para participar do evento, os interessados devem se inscrever pelo link https://agenda.tgi.com.br/. NOVIDADE Este ano, Agenda 2022 também marca o lançamento da ferramenta online e gratuita iTGI Diagnóstico de Competitividade, um novo produto com a assinatura da TGI. A ideia do produto é mapear a percepção dos dirigentes e principais gestores em relação às condições empresariais que podem ampliar ou prejudicar a competitividade. Com o uso da iTGI é possível promover uma reflexão que ajude a construir o modelo de gestão estratégica e um melhor posicionamento do negócio. Serviço: AGENDA TGI 2022 Quando: Dia 29 de novembro de 2021 Horário: 19h Onde: YouTube da TGI Consultoria em Gestão Inscrição: https://agenda.tgi.com.br/ Gratuito

Agenda TGI traça cenários políticos e econômicos para 2022 Read More »

beto macedo easy resize com

"O 5G vai trazer maior interatividade para a mão do consumidor."

Imagine uma experiência imersiva em que o consumidor aponta o seu celular para um produto e de pronto descobre os preços nas lojas ao redor de onde ele está e nos diversos sites de e-commerce. Ele pode até assistir a um vídeo com o depoimento de consumidores que já compraram esse produto. Ou ainda, imagine o consumidor poder visualizar como um novo sofá ficaria na sua sala de estar. Essas são apenas algumas das grandes possibilidades proporcionadas pela tecnologia 5G. O leilão para a escolha das empresas que vão operar a tecnologia no Brasil foi concluído na sexta-feira (5/11), mas sua implantação deve ter início no meio do ano que vem. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Benedito Macedo, diretor executivo de desenvolvimento e operações do C.E.S.A.R., projeta outras aplicações que o 5G pode ter em áreas como a saúde, o agronegócio e na gestão de cidades. Formado em administração de empresas, com mais de 35 anos de experiência no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, ele também analisa o resultado do leilão e defende a mobilização da sociedade para que a nova tecnologia contribua para o desenvolvimento do País e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. O que é a tecnologia 5G e quais as suas vantagens? Uma nova tecnologia de comunicação móvel, que segue a linha evolutiva do 3G/4G. Os principais diferenciais são maior velocidade nas conexões, menor tempo de resposta (menor latência), uma maior concentração de equipamentos em uma área, uma maior interoperabilidade entre equipamentos de diferentes fornecedores e, por fim, uma arquitetura distribuída de processamento na borda da rede (edge computing). Provavelmente a primeira vantagem que o público em geral vai notar é que vai ser mais rápido para baixar um vídeo ou que o streaming vai ter uma qualidade maior e menos falhas. Quais as principais aplicações do 5G? A maior velocidade vai beneficiar todo tipo de aplicação. Especificamente existem diversas aplicações sendo testadas e/ou previstas para as áreas de saúde, educação, logística e transporte, entretenimento e games, cidades inteligentes, segurança pública. Mas o salto tecnológico para o 5G será bem maior do que foi o do 3G/4G, dessa forma, diversas aplicações serão recriadas de uma maneira que ainda não somos capazes de imaginar ou prever. É um processo criativo, iterativo e incremental. O senhor acredita que o 5G será acessível a um grande número de pessoas ou levará algum tempo para a maioria da população brasileira ter acesso a essa tecnologia? Grande parte da população brasileira está concentrada nas grandes cidades, incluindo as capitais. A previsão da chegada do serviço para as capitais e o distrito federal é julho/2022. Entretanto, a implantação de uma rede de comunicação em um país continental como o Brasil requer altos investimentos e um tempo na escala de anos. Inclusive as exigências do edital do 5G já incorporam exigências nessa escala temporal, por exemplo, a cobertura das cidades de 30 mil habitantes será somente em julho de 2029. O que o senhor achou do resultado do leilão do 5G? Apesar de tardio, a previsão inicial era que o leilão fosse realizado em 2020, os resultados foram bons e não trouxeram grandes surpresas. Dos 26 blocos colocados à disposição, somente três não tiveram proposta. Como esperado, as grandes operadoras ficaram com os blocos nacionais, e houve a entrada de novos competidores, que é muito bom para o usuário final, pois com uma maior concorrência, os preços podem cair mais rapidamente. O leilão arrecadou cerca de R$ 7 bilhões em outorgas e R$ 47,2 bilhões em obrigações. Leia a entrevista completa na edição 188.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com

"O 5G vai trazer maior interatividade para a mão do consumidor." Read More »

No século do automóvel

Nos primeiros anos do Século 20, vivia-se em Pernambuco um período de relativa paz e progresso, particularmente no Recife, vendo o movimento das obras do seu porto, iniciadas em 29 de julho de 1909. As obras, orçadas em 54.242:838$000 e confiadas à companhia francesa Societé de Construction du Port de Pernambuco, arrastaram-se ao longo dos anos com sucessivas interrupções. O Porto do Recife que, em 1899, recebera 1.616 embarcações, num total de 1.200.650 toneladas e 9.748 passageiros, era o maior anseio da população, tendo a notícia da assinatura do contrato de construção, em 4 de agosto de 1908, sido motivo de grandes festas. A conclusão de suas obras, porém, só foi efetivada em 15 de abril de 1922, quando o Arlanza, transatlântico inglês de 14 mil toneladas, atracou no seu ancoradouro interno. As obras do Porto do Recife, fizeram passar o bairro portuário por uma grande reforma urbana: seculares prédios, testemunhas do crescimento do velho burgo desde os primeiros anos da colonização, alguns até da primeira metade do Século 16, foram demolidos cedendo lugar às novas avenidas e ruas do novo traçado. Com tais demolições também sumiram da paisagem em 1917, a igreja do Corpo Santo (Século 16), cujos primórdios datavam dos primeiros anos da colonização, e duas das primitivas portas da cidade, os arcos de Nossa Senhora da Conceição e de Santo Antônio, que se erguiam nas cabeceiras leste e oeste, respectivamente, da atual ponte Maurício de Nassau. A cidade tomava novos aspectos. Nas ruas já corriam automóveis; o primeiro fora trazido, em 1904, da Europa, pelo médico Otávio de Freitas, sendo de marca Renault, iluminado à luz de carbureto e com a alavanca de marcha do lado externo. Desde 1903, a partir 23 de março, o Recife estava ligado a Goiana por um carro ônibus que fazia o percurso com “pouco mais de oito horas”. Os carros de aluguel, precursores dos nossos táxis, só vieram a aparecer em 1919, sendo pertencentes às Garagens Ford e União. Com o automóvel nas ruas surgiram os atropelamentos, como aquele acontecido na Rua Barão da Vitória (hoje Rua Nova), em 7 de novembro de 1915, com o saldo de um morto e quatro feridos. A paisagem urbana foi-se modificando, com o desaparecimento dos bondes de tração animal, puxados por burros e que aqui circulavam desde 1870, substituídos por elétricos, cuja primeira linha foi inaugurada a 13 de maio de 1914, ligando a Praça Rio Branco à Maciel Pinheiro. Na verdade, o século 20 veio a ser conhecido como o “Século do Automóvel”. A invenção foi elitizada com o aparecimento de novos adeptos, inclusive o governador Dantas Barreto em 1911, mas logo popularizada com os primeiros veículos de aluguel, em 1920, de propriedade das garagens Ford e União. O usuário pagava o preço de dez mil réis na primeira hora, decrescendo proporcionalmente para sete mil réis para quarta meia hora. O taxímetro dos nossos dias é invenção dos anos 1950. As ruas começaram a se adaptar para receber a nova invenção. A mão única, já conhecida no Recife desde 1864 quando foi assim considerado o tráfego na ponte da Boa Vista, passou a ser uso frequente em várias de nossas estreitas ruas, onde não mais era permitido o trânsito dos carros de bois (1905), sendo demolidos os pequeninos prédios da Praça da Independência. Em 1974, numa consulta ao Departamento de Trânsito, recebi a informação que circulavam no Recife 82.486 veículos matriculados, sendo 5.870 táxis, 6.899 caminhões e 69.717 entre automóveis, ônibus e utilitários. Em 2012 o número de veículos matriculados na cidade do Recife era de 598.433, dos quais 378.540 são automóveis, seguindo-se de 78.029 de carga e 78.029 de passageiros e 114.399 motocicletas. *Leonardo Dantas Silva é jornalista e pesquisador

No século do automóvel Read More »