Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 366 De 441

Rafael Dantas

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O que fazer na quarentena?

Por Yuri Euzébio A tv aberta vem trazendo uma intensa e importante cobertura acerca da pandemia do Coronavírus, mas chega um momento que é melhor se manter distante dessa programação. Pelo bem da sua saúde mental, é bom filtrar esse excesso de informação diária. Nos serviços de streaming, não faltam opções de qualidade para entreter você, querido leitor, nesse período de isolamento social. Como o negócio aqui é música, tomei a liberdade de levantar algumas opções de filmes que envolvam, de alguma forma, a maravilhosa mistura entre som e ritmo.  Todos estão disponíveis para deleite na Netflix. O Barato de Iacanga - Um belíssimo documentário com os bastidores do Festival de Águas Claras, o mais lendário festival alternativo dedicado à música brasileira. Fazendo sucesso entre a década de 1970 e de 1980, ficou conhecido como o "Woodstock do Brasil". Vínicius de Morais - Um doc drama que mistura diversas liguagens cinematográficas para falar sobre a vida do poetinha. A partir da realização de um pocket show em homenagem a Vinicius de Moraes e conduzidos por dois atores (Camila Morgado e Ricardo Blat) se dá início da reconstrução da carreira do cantor e compositor. Nascido em 1913 no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes testemunhou e foi personagem de uma série de transformações na cidade, tendo criado para si um dos percursos mais relevantes da cultura brasileira no século XX. Vale a pena assistir. Raul: O início, o fim e o meio -  A vida e a obra de um dos maiores artistas brasileiros. Expoente do rock nacional, Raulzito é desvendado desde o início influenciado por Elvis Presley até seu precoce fim, com uma parceria com Marcelo Nova. Claro que passando pela Sociedade Alternativa e os anos de parceria com Paulo Coelho. A obra descortina por imagens raras de arquivo, encontro com familiares, conversas com artistas, produtores e amigos, a trajetória da lenda do Rock brasileiro. Prepara a pipoca e vai correndo! Chasing Trane - Por aqui, também gostamos de jazz e esse eu assisti ontem. Por meio de entrevistas, filmagens antigas e informações privilegiadas, a obra relata a trajetória de um dos maiores músicos do jazz norte-americano, John Coltrane. Miles Davis: Birth of the cool - Um retrospecto da carreira do, talvez, mais importante jazzista de todos os tempos. O responsável por tornar o jazz um gênero musical mais difundido e por ter levado esse estilo para a população de massa, além de revelar outros grandes nomes da música, como o próprio John Coltrane, Wayne Shorter, Ron Carter, Herbie Hancock e Chick Corea. Veja o filme e depois ouça o Kind Of Blue. La La Land: Cantando Estações - Um belíssimo musical que conta a história da aspirante a atriz Mia e do pianista Sebastian que se conhecem  e se apaixonam perdidamente. Em busca de oportunidades para suas carreiras na competitiva Los Angeles, os jovens tentam fazer o relacionamento amoroso dar certo, enquanto perseguem fama e sucesso. Tudo isso embalado por lindas canções e perfomances dignas dos melhores tempos do gênero musical em Hollywood. O mesmo diretor, Damien Chazelle, realizou o empolgante "Whiplash - Em Busca da Perfeição" que também vale a pena assistir. Ray - A turbulenta história do gênio da música Ray Charles. A audácia e o talento incomparável do músico, o transformou em um fenômeno nas turnês e nos estúdios, mas drogas, mulheres e lembranças ruins afetaram muito a sua vida pessoal. A obra aborda sua perda de visão na infância, o quanto isso o prejudicou no início da carreira e alguns traumas que dificultaram sua carreira artística. Filmaço!! Dirty Dancing - Clássico dos anos 80, conta a história de Frances "Baby" Houseman, uma jovem que se apaixona pelo instrutor de dança Johnny Castle (Patrick Swayze) durante as férias em um resort. É sempre uma boa história para se rever e com uma trilha sonora recheada de clássicos. E, convenhamos, faz tempo que não passa na Sessão da Tarde. Mamma Mia! - Uma ode ao Abba. Musical que conta a história de Donna, a proprietária de um hotel nas ilhas gregas, está preparando o casamento de sua filha com a ajuda de duas amigas. Enquanto isso, a noiva Sophie convida três ex-namorados de sua mãe na esperança de conhecer seu verdadeiro pai. Não tem perfomances musicais memoráveis, mas é difícil não se pegar cantando algum sucesso da banda sueca. Tão ruim que fica bom!! Dê uma chance P.S: Outra alternativa pra quem tá em casa nessa quarentena são as lives do Instagram. Inúmeros artistas estão promovendo shows em suas casas e transmitindo via live na rede social. Destaco aqui duas iniciativas locais desse tipo de proposta, mas existem inúmeras outras que fique bem claro. Neste final de semana, o perfil @DescubraPernambuco inaugura uma ação cultural em conjunto com artistas do Nordeste. A primeira edição do Festival Palco em Casa, reunindo grandes nomes da cena musical da região, se dá nesta sexta-feira (27), sábado (28) e domingo (29). O evento contará com a participação de nove artistas e grupos, que farão pocket shows, sempre a partir das 19hrs. Confira abaixo a programação: Sexta-feira (27) 19h – André Rio 20h30 – Elba Ramalho 22h – Luciano Magno Sábado (28) 19h – Santana, o Cantador 20h30 – Maestro Spok 22h – Nena Queiroga Domingo (29) 19h - Cezzinha 20h30 – Quinteto Violado 22h – Gerlane Lops Quem também tá investindo nesse segmento é a TV Pernambuco, todo dia às 19h30 ela promove, a partir de seu novo programa Pernambuco.som, shows ao vivo de artistas pernambucanos. Com transmissão pelo youtube e nos canais digitais da emissora. Veja a programação completa no PortalEPC.com.br, mas já adianto que é só jóia fina e já teve Juliano Holanda, Sam Silva, Gean Ramos, Pc Silva, Mazuli e muitos outros estão por vir. P.S 2: Acaba de sair nas plataformas digitais, o novo álbum da Academia da Berlinda, "Descompondo o Silêncio", então já sabe... Se nada disso te chamou a atenção, corra pra ouvir que o balanço e o suíngue da banda podem te conquistar. Vamos  enfrentar o coronavírus com arte, cultura e muita música, portanto fique em casa, lave as mãos e se

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Pesquisadores testam antivirais existentes para combater coronavírus

Um grupo de pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBio-CNPEM), em Campinas, está buscando um novo tratamento para a COVID-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. A estratégia, conhecida como reposicionamento de fármacos, consiste em testar a ação antiviral de drogas já disponíveis no mercado para outras doenças. Os cinco primeiros fármacos selecionados têm como alvo uma das proteases do vírus, enzima essencial em seu ciclo de vida. Posteriormente, o grupo vai testar outros fármacos em mais quatro alvos moleculares com diferentes funções no novo coronavírus. O grupo faz parte de uma rede criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que articula pesquisas sobre coronavírus em diversos laboratórios pelo Brasil, a fim de encontrar soluções para a pandemia. Alguns dos pesquisadores envolvidos atuam em projetos financiados pela FAPESP.  “Na RedeVírus MCTIC, cada grupo participante tem uma missão. A nossa é o reposicionamento de fármacos. Assim que tivermos os resultados, eles serão imediatamente encaminhados para outro grupo, que fará os testes em pacientes”, diz Daniela Barretto Barbosa Trivella coordenadora científica do LNBio e uma das pesquisadoras envolvidas no estudo. “A protease que temos como alvo é responsável por um processo que torna o vírus ativo, ou seja, capaz de infectar as células e se multiplicar”, explica. Trivella coordena um projeto, financiado pela FAPESP e conduzido em colaboração com a Universidade de Nottingham (Reino Unido), cujo objetivo é elucidar o funcionamento de receptores celulares considerados potenciais alvos terapêuticos. “Um medicamento novo pode demorar até 15 anos para chegar ao mercado. Por isso, optamos por essa estratégia, que é a melhor opção no curto prazo. A ideia é usar fármacos já aprovados para uma determinada doença no tratamento de outra. É o que aconteceu com a hidroxicloroquina, indicada para malária, mas usada experimentalmente contra o coronavírus”, diz Eduardo Pagani, gestor de fármacos do LNBio. Pagani explica que a vantagem dessa estratégia é que, se forem encontrados fármacos com potencial para tratar a COVID-19, a eficácia de seu uso no combate a esta doença poderá ser testada diretamente nos doentes, uma vez que os órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já possuem todas as informações de segurança dessas drogas, já testadas em humanos antes de entrarem no mercado. Os pesquisadores alertam, porém, que ainda que esses fármacos estejam disponíveis nas farmácias, nenhum foi testado em humanos portadores do novo coronavírus. Por isso, é fundamental que sejam conhecidos os efeitos nesse contexto, antes que possam ser administrados em pacientes com a COVID-19. Cinco candidatas Para chegar às primeiras cinco drogas potencialmente eficazes contra o SARS-CoV-2, o grupo realizou uma triagem, por meio de simulações computacionais, de 2 mil drogas já aprovadas para outros usos terapêuticos pela FDA (Food and Frug Administration), agência do governo dos Estados Unidos que regula alimentos e drogas. “Durante mais de um mês rodamos simulações que exigem grande capacidade computacional. Nelas, a molécula precisava primeiro se encaixar no chamado sítio catalítico da protease e depois permanecer nesse local após uma simulação de movimento das moléculas. As que se mantiveram conectadas seguiram no protocolo. As outras foram descartadas”, diz Paulo Sergio Lopes de Oliveira, pesquisador do LNBio responsável pela parte computacional da pesquisa. Oliveira coordena o projeto “Detecção e caracterização de cavidades proteicas através de computação paralela e descritores moleculares”, financiado pela FAPESP. Além dos equipamentos e recursos do projeto atual, sua equipe utilizou computadores de um Auxílio à Pesquisa, na modalidade Equipamentos Multiusuários, coordenado por Wilson Araújo da Silva Junior, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). A simulação resultou em 16 fármacos com potencial terapêutico contra o vírus. Destes, foram selecionados cinco para serem testados em células infectadas com o SARS-CoV-2. Entre os critérios para a seleção estava a disponibilidade dessas drogas no mercado brasileiro a um custo relativamente baixo. Biossegurança Os testes da ação dos medicamentos em células infectadas são liderados por Rafael Elias Marques Pereira Silva, pesquisador do LNBio e coordenador de dois projetos financiados pela FAPESP: o primeiro sobre o potencial terapêutica de quimiocinas e o segundo sobre infecções por vírus. Os testes são realizados no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (LEVE), no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp). O LEVE é liderado por José Luiz Proença Módena, professor do IB-Unicamp e coordenador do projeto “Patogênese e neurovirulência de vírus emergentes no Brasil”, também financiado pela FAPESP. O laboratório possui nível de biossegurança 3 (NB3), em uma escala que vai até 4. “Por conta da segurança, os testes são bastante exaustivos, têm de ser feitos quase um a um. Por isso a seleção prévia das drogas é importante”, diz Trivella. Participa ainda das pesquisas Marcio Chaim Bajgelman, coordenador do Laboratório de Vetores Virais (LVV) do LNBio. O pesquisador trabalha no desenvolvimento de ensaios de teste de fármacos, em que será possível acompanhar a capacidade de entrada do fármaco nas células humanas. Bajgelman coordena projeto apoiado pela Fundação. Os pesquisadores agora preparam mais quatro alvos moleculares presentes no vírus para serem testados. Os chamados bioensaios serão conduzidos por Artur Torres Cordeiro, pesquisador no LNBio, em projeto também financiado pela FAPESP. Para cada um dos novos alvos, serão feitas novamente as simulações com as 2 mil drogas já existentes. A estimativa é chegar, no total, a 60 fármacos candidatos para os testes in vitro com os alvos isolados e com o vírus. Entre um e três serão indicados para testes clínicos. Encontrar mais de um fármaco é estratégico para que o vírus não desenvolva resistência. Em tratamentos antivirais como o do HIV, por exemplo, são usadas diferentes combinações de fármacos que atacam diferentes alvos moleculares do vírus. “As drogas encontradas nessa pesquisa poderiam ser combinadas entre si ou mesmo à hidroxicloroquina, por exemplo, a fim de aumentar as chances de cura”, diz Pagani. Os testes com os primeiros cinco candidatos já foram iniciados. Os resultados são esperados nas próximas três semanas. Por André Julião -Agência FAPESP

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Cultura pela internet em tempos de isolamento social

Com expedientes de atendimento ao público interrompidos pela pandemia, museus e equipamentos de arte mantidos pela Prefeitura do Recife estão recorrendo às redes sociais para semear cultura, lazer e entretenimento como alternativa ao isolamento social. Com informação e até programação criadas especialmente para esse período em que os recifenses estão sendo orientados a ficar em casa para evitar a disseminação rápida do vírus, gestores e artistas estão testando novas estratégias remotas para assegurar o sempre urgente encontro entre público e arte. Diante da crise de saúde pública internacional, que atingiu toda a cadeia cultural, o Paço do Frevo começou a usar o Instagram como espaço de resistência cultural para assegurar palcos alternativos para o mais pernambucano dos gêneros musicais. Para engajar a comunidade do Frevo a ocupar as redes sociais do Paço como um vértice de reverberação de artistas e brincantes, foi criada uma agenda virtual intensa e sistemática de ativações culturais as mais diversas, com atividades todos os dias da semana no Instagram do museu (@pacodofrevo). Às segundas, o conteúdo será dedicado ao público infantil, com a disponibilização de livros em PDF da Coleção Mestres e Mestras e atividades educativas. Toda terça, serão divulgados depoimentos em vídeo de personalidades sobre o frevo e posts com minibiografias de personalidades do frevo e artigos abertos do livro "Frevo, Memória e patrimônio". As postagens das quartas-feiras serão dedicadas às dicas de conteúdos de frevo na internet, como partituras, shows, discos, playlists e filmes. Dia internacional do TBT, a quinta-feira será destinada às reminiscências do frevo, com a divulgação de conteúdos do acervo do Centro de Documentação Maestro Guerra Peixe. Especificamente nesta quinta (26), tem também live no perfil do museu. A partir das 16h, a publicitária e produtora cultural Taciana Enes e a coordenadora de Música do Paço do Frevo, Fernanda Pinheiro, conversarão sobre os desafios impostos aos artistas pela necessidade de isolamento. De sexta a domingo acontecerá, o #OcupaçoDigital, convidando artistas de várias gerações do frevo a compartilhar conteúdos com divulgação no perfil do Paço. Por ora, estão agendadas as participações de Maria Flor, Cesar Michiles, Junior Viegas, Spok e Flaira Ferro, nos próximos dias 27 de março, além de 3, 10, 17 e 24 de abril. O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) também está reforçando sua atuação nas redes sociais, militando arte como resposta ao isolamento e a muitas outras questões sociais contemporâneas. Em seu perfil no Instagram (@mamamrecife), o museu está partilhando informações sobre obras e artistas que compõem seu acervo permanente. Também estão programadas para os próximos dias postagens com sugestões de livros e informações sobre obras de arte que podem servir de bálsamo para a alma neste isolamento, com destaque para os artistas que integram a exposição “Completely Knocked Down - Recife Bremen Connection", que estaria em cartaz no equipamento, promovendo a comunhão artística entre Alemanha e Recife, a partir das obras de Paulo Bruscky, Sílvio Hansen, Márcio Almeida, Christian Haake, Wolfgang Hainke, Tobias Heine, Maria do Carmo Nino, Francisco Valença Vaz e Rebekka Kronsteiner. “Quanto mais dura a realidade, maior a necessidade de usarmos a arte para elaborar, transcender e mudar os rumos da história. Se os museus precisaram fechar as portas, então vamos abrir janelas para a produção e para o consumo da arte”, defende a gestora do MAMAM, Mabel Medeiros. Os dois museus geridos pela Prefeitura do Recife oferecem também ao público a única alternativa de visita possível a um equipamento de arte na atualidade. O Paço e o MAMAM, além de diversos equipamentos do mundo inteiro, têm seus acervos disponibilizados no Google Arts and Culture, galeria de arte online mantida pelo Google, que oferece tours a acervos de milhares de equipamentos de arte de vários países. Para passear sem sair de casa, basta acessar: https://artsandculture.google.com Até o Teatro Santa Isabel, já saudoso de seu público cativo, está investindo na interação digital. Lançou, na última segunda-feira, em seu perfil no Instagram (@teatrosesantaisabel), o #santaisabelchallenge, pedindo que os seguidores e frequentadores do teatro patrimônio postem fotos de momentos memoráreis vividos numa das mais antigas e bonitas casas de espetáculo do país. O Museu da Cidade (@museudacidadedorecife) é outro equipamento que vai reforçar sua presença na internet, usando o Instagram para contar passagens históricas da cidade. Pelo rádio - A Frei Caneca FM, emissora pública de rádio mantida pela Prefeitura do Recife, também está caprichando no conteúdo para embalar a quarentena. Com foco nos pequenos, foi criada a faixa "Quarenteninha”, com a reprise dos três programas que já fizeram parte da grade da emissora, selecionados através de editais. A programação, que estreou no último dia 18, combina contação de histórias com músicas e será transmitida de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h, reprisando os programas Rádio Matraquinha, com Mariane Bigio e Cláudia Betini, Palavras No Ar, com Márcia Cruz e convidados, e Cantando e Brincando nas Ondas do Rádio, comandado por Tia Ilana e sua turma.

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Fernando de Noronha determina quarentena de até 14 dias para quem chega do continente

Por determinação da Administração de Fernando de Noronha, todas as pessoas que desembarcarem na Ilha vão passar por uma investigação do seu estado de saúde, através de um questionário epidemiológico, como forma de prevenção ao novo coronavírus. Além disso, terão que ficar isoladas em casa por, no mínimo, sete dias, mesmo que não tenham sintomas de gripe. Para as pessoas que apresentarem algum tipo de sintoma, como tosse e/ou febre, o isolamento domiciliar obrigatório será por quatorze dias. A medida entrou em vigor nesta quarta-feira (25). O primeiro voo recebido com essa nova regra transportou vinte e quatro pessoas. A Administração Distrital montou uma operação na área de desembarque do aeroporto em conjunto com a Vigilância Sanitária e a Polícia Militar. Todos os passageiros responderam o questionário e foram orientadas sobre a quarentena. “Vieram vinte e quatro pessoas. Sendo vinte e três moradores e uma pessoa da área da saúde. Foi aplicado o teste epidemiológico para se identificar o local de onde cada um veio, se apresenta ou não os sintomas de gripe, depois todos foram notificados a manter quarentena. Algumas pessoas vão ficar quatorze dias e o outro grupo sete dias. É importante esta ação, porque é mais uma medida para evitar a circulação do coronavírus em Fernando de Noronha”, disse o superintendente de Saúde do arquipélago, Fernando Magalhães. Atualmente só são permitidos voos na Ilha para o transporte de moradores regulares perante o controle migratório do Distrito e de servidores públicos federais e estaduais, bem como para outras situações excepcionais definidas pelas autoridades sanitárias. “A quarentena para quem chega do continente será fiscalizada, inclusive nas residências. A pessoa que descumprir poderá sofrer processos”, diz Guilherme Rocha, administrador de Fernando de Noronha. Essa é mais uma medida dentro do plano de ação para combater o novo coronavírus na Ilha. Depois do Decreto Estadual que suspendeu pousos e decolagens de voos comerciais no arquipélago desde o último sábado, 21, a Administração também determinou a proibição de atividades turísticas no território da ilha. Não existem turistas na ilha atualmente, pois todos já saíram na última semana. Só a população e os funcionários essenciais estão no arquipélago. A ideia é isolar Noronha para que novos casos não surjam. A ilha está com cinco casos suspeitos de Covid-19. Os exames serão encaminhados ao Laboratório Central de Pernambuco (Lacen), que fica no Recife. O Administrador lembra que está trabalhando incansavelmente junto com a equipe da Administração e que segue a recomendação das autoridades sanitárias, como a Secretaria de Saúde de Pernambuco e o Ministério da Saúde. Guilherme Rocha acredita que as medidas para o recolhimento social são necessárias na contenção do vírus o mais rápido possível. Para isso, no entanto, pede o apoio do ilhéu para vencer a batalha que o mundo está enfrentando. “É importante que a população veja a necessidade de ficar em casa, isolada. Essa é a única forma eficaz de vencer o vírus. A gente precisa passar por esse momento, que é chato, entediante. Mas tenho certeza que seremos o primeiro lugar do país que será salvo dessa pandemia. Se cada um fizer a sua parte agora, em pouco tempo venceremos esse vírus. Temos condições de sermos pioneiros nessa guerra. Vamos ser esse exemplo para o Brasil e o mundo”, completou o administrador.

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Veja epidemias do passado em jornais digitalizados no Acervo Cepe

Se você pensa que fake news nasceu nos tempos modernos, saiba que está redondamente enganado. Desde o século passado a população convive com a disseminação de notícias falsas na imprensa. Tal como acontece agora com o novo coronavírus - a maior crise sanitária que o mundo atravessa em muitos anos - também havia disparos de boatos na década de 1930, quando localidades do Brasil enfrentavam surto da peste bubônica. Você pode resgatar essas histórias em jornais antigos digitalizados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O acessso ao portal é fácil (www.acervocepe.com.br) e a ferramenta é gratuita. Um exemplo de fake news das antigas pode ser conferido na edição do Diário da Manhã do dia 9 de junho de 1935. A nota com o título "Contra o derrotismo" reproduz um telegrama enviado pelo então prefeito do município pernambucano de Alagoa Grande (denominado Sertânia desde 1943), Possidônio Gomes, e pelo então juiz de direito Ascendino Neves. Eles negam o surto de peste bubônica no município e atribuem a informação a terceiros. No telegrama, o prefeito e o juiz afirmam se tratar de uma notícia falsa e ressaltam que, se o lugar estivesse passando pelo problema, eles seriam os primeiros a pedir providências às autoridades sanitárias. Os boatos, de acordo com o prefeito e o juiz, circulavam na capital. Sertânia, distante 316 quilômetros do Recife, fica no Sertão do Estado. O surto da peste bubônica era falso em Alagoa Grande, mas a epidemia chegou a outros municípios sertanejos. A edição de 23 de julho de 1935 do Diário da Manhã publica mensagem do governador Carlos de Lima Cavalcanti (interventor federal em Pernambuco de 1930 a 1935 e governador de 1935 a 1937) à Assembleia Legislativa solicitando abertura de crédito especial para combater o surto em Novo Exu e Granito. Na ocasião havia 40 casos confirmados da doença e 14 óbitos na duas localidades. Em 19 de setembro do mesmo ano, o governador pede mais verba para debelar a peste bubônica em Novo Exu, Ouricuri e Granito. Uma das medidas profiláticas adotadas na época, segundo as edições de 4 de setembro e de 20 de novembro de 1935 do mesmo jornal, foi o isolamento de lugares para evitar que a doença se alastrasse (tá vendo a importância de ficar em casa em tempos de coronavírus?) , o saneamento de Novo Exu para acabar com os focos de ratos (transmissor do mal), e a imunização da população. A campanha durou três meses e terminou em novembro de 1935, tendo à frente o higienista Lessa de Andrade (sim, o homem que dá nome a uma das policlínicas mais conhecidas do Recife), que exercia a função de inspetor de higiene municipal. Graças às medidas adotadas, a peste não causou mais vítimas em Novo Exu, segundo relatos no jornal. Em 1926, o surto epidêmico da peste no município de Triunfo, possivelmente o maior da América do Sul, conforme avaliação de especialista da época, deixou mais de dois mil mortos. Serviço único no Nordeste, o website www.acervocepe.com.br tem navegação intuitiva e é acessível em computador, tablet e smartphone. Nele você vai encontrar manuscritos, impressos e fotografias de diferentes épocas. "Não conheço nenhum projeto semelhante a esse no Brasil, um portal voltado exclusivamente para a população, gratuito e que tenha o objetivo de difundir a cultura, a história, a literatura e a música", declara o superintendente de Digitalização, Gestão e Guarda de Documentos da Cepe, Igor Burgos. Inaugurado em 1º de outubro de 2014, o portal abriga edições do Diário da Manhã, jornal fundado na década de 1920 no Recife, e jornais do século 19, todos do acervo do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. "Lá tem mais de 600 jornais dessa época e mais de 14 mil folhas; tem o primeiro jornal com charge no Brasil, O Marimbondo; e a primeira versão do Diário de Pernambuco", destaca Igor Burgos. "É uma coleção bem importante e que não está mais disponível para manuseio de pesquisadores no Arquivo Público, todos os pesquisadores que vão lá são orientados a fazer a consulta no site do Acervo Cepe", observa. Também estão disponíveis documentos da Comissão Estadual da Verdade sobre violação de direitos humanos e documentos do Instituto Dom Helder Camara (mais de 120 mil páginas, incluindo pensamentos do Dom da Paz), além de produtos criados pela Cepe, como a coleção do Suplemento Cultural (atual Pernambuco) de 1986 a 2006. Igor Burgos também cita uma seção para a Revista Continente Documento (54 edições digitalizadas) e o Almanaque Centenário, lançado pela Cepe nos 100 anos da Imprensa Oficial. Em todo o Acervo Cepe há dez seções de documentos com mais de 800 mil páginas digitalizadas. "É uma boa opção gratuita para as pessoas que estão de quarentena em casa nese momento", sugere Igor Burgos. Aproveite a dica e boa leitura!

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IOR disponibiliza teleatendimento remoto para pacientes

Devido às atuais restrições no contato entre as pessoas, provocadas pelo contágio do Covit-19, e para atender aos seus pacientes durante o isolamento social imposto pela pandemia, o Instituto de Olhos do Recife (IOR) está disponibilizando atendimento por um avançado sistema de telemedicina em oftalmologia. “O atendimento remoto já está disponível para pacientes que constam no nosso prontuário eletrônico. Ou seja, é válido para aqueles que já foram atendidos pela nossa equipe médica”, explica o Diretor Médico do IOR, Durval Valença Filho. É indispensável que o oftalmologista tenha uma relação com o paciente e conhecimento prévio sobre o caso em questão. “Por conta disso, não estamos oferecendo o serviço para quem quiser ser atendido pela primeira vez”, esclarece Durval Filho. Aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o sistema é muito simples de usar. O paciente recebe um email do IOR, avisando sobre a possibilidade de atendimento remoto. Para marcar sua teleconsulta, basta abrir o link recebido ou ligar para a central de atendimento do IOR no (81) 2122-5000. Na data e horário agendados com o oftalmologista da sua preferência, o paciente receberá instruções por email e SMS para o início do atendimento. “Basta clicar no link que enviaremos, concordar com o termo de consentimento do teleatendimento, e iniciar a consulta via videoconferência”, explica o doutor Durval Filho. Para acessar o teleatendimento do IOR, o usuário só precisa ter acesso à internet. “A consulta pode ser feita pelo celular, que deve ter câmera frontal e microfone. Se for pelo computador, o paciente também deve dispor desses equipamentos”, orienta o oftalmologista. Serviço: Teleatendimento no IOR Dr. Durval Valença Filho Diretor Médico Instituto de Olhos do Recife www.ior.com.br

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Governo de Pernambuco e Porto Social lançam campanha para mobilizar doações no combate à Covid-19

O Governo de Pernambuco adotou mais uma frente de ação para combater a disseminação do coronavírus no estado. Em parceria com a entidade sem fins lucrativos Porto Social, lança uma campanha emergencial para arrecadar doações com o objetivo de custear bens e insumos para atender a rede pública de saúde e auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade. Com a nova medida, será possível agilizar a compra e reposição de materiais utilizados pelas unidades públicas de saúde durante o período de duração da pandemia. As contribuições voluntárias não têm valor mínimo ou teto máximo e podem ser efetuadas tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. A fim de viabilizar os depósitos e sua destinação de forma mais rápida possível, um termo de cooperação foi firmado pelo Poder Executivo com a aceleradora e incubadora de iniciativas sociais, que será a operadora dos recursos arrecadados durante o período da campanha. As contribuições devem ser depositadas em nome da Associação Incubadora Porto Social (CNPJ: 25.087.812/0001-47), em conta corrente do Bradesco (AG: 1164 e CC: 50071-2). “A pandemia do coronavírus só será vencida com a união de todos os setores, do primeiro ao terceiro. A convite do Governo de Pernambuco, nós estamos entrando nessa campanha, convocando toda a sociedade para participar e doar. Esses recursos serão utilizados da melhor forma possível para que esses materiais de saúde sejam adquiridos o quanto antes e ajudem no combate a essa doença”, reforça o presidente do Porto Social, Fábio Silva. Embora a arrecadação tenha ficado sob responsabilidade da entidade, a utilização dos recursos será definida pelo Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento à Covid-19, implementado pelo governador Paulo Câmara por meio do Decreto n° 48.810, publicado no dia 16 de março. As secretarias de Desenvolvimento Econômico, de Saúde e de Planejamento e Gestão encabeçarão a gestão. Um site será criado e posto no ar, dentro em breve, para informar a população sobre as doações e emprego dos valores arrecadados. “Precisamos do envolvimento de toda a população no combate à Covid, pois a situação é inédita em todo o mundo e precisamos dar respostas rápidas para evitar a propagação do coronavírus. Este é mais um mecanismo que se criou para auxiliar no atendimento às pessoas infectadas. Faremos a prestação de contas aos moldes do setor privado, no final do período de crise, com o máximo de transparência possível”, reforça o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach. Segue o link com o depoimento do secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach: https://we.tl/t-f1p9gmfPE1

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Moura desenvolve máscaras de proteção para doar à população

Empresa coordenará fabricação local de máscaras que ajudará nas medidas de proteção individual da população. Um dos princípios do Grupo Moura é o compromisso com as pessoas. Como forma de contribuição com o País e também com a responsabilidade social, que é um dos valores da organização, a empresa coordenará a produção local e fará a doação de 100 mil máscaras para reforçar as medidas de proteção individual para a população contra o Coronavírus (COVID-19). A fabricação tem início já nesta semana e a distribuição será realizada na sequência. As equipes de Engenharia da Moura atuaram fortemente nos últimos cinco dias no desenvolvimento de um produto com duas camadas de tecido à base de algodão e um filtro de lã sintética, seguindo o modelo usado pela população chinesa para proteção individual. “Ao longo desses dias pensamos em como poderíamos ajudar em um momento tão desafiador como este em que estamos vivendo. Mobilizamos toda equipe e chegamos à conclusão que tínhamos as ferramentas necessárias para produção de um protótipo de máscara em nosso laboratório. A partir disso, conseguimos avançar junto aos órgãos responsáveis e chegar em um modelo de qualidade que deverá ajudar a população nesse combate. Estamos juntos nessa luta, como empresa e como cidadãos”, afirma o Diretor de Engenharia do Grupo Moura, Antônio Júnior. No primeiro momento de doação, as máscaras serão destinadas à população, aos colaboradores do Grupo Moura e suas respectivas famílias e aos profissionais das revendas da marca em todo País. A máscara é um reforço nas medidas de proteção individual, especialmente para pessoas que integram os grupos de risco ou aquelas que não podem estar em isolamento total neste período. A iniciativa também ajuda a dinamizar a cadeia produtiva do Agreste pernambucano, como forma de contribuir para manutenção dos pequenos e médios negócios. A opção por esse produto segue a orientação do Ministério da Saúde, que, nesta semana, fez um apelo à população brasileira para que não adquirissem as máscaras cirúrgicas descartáveis, já sob risco de escassez no País, pois essas devem ser totalmente destinadas aos profissionais de saúde e para utilização em ambientes hospitalares. A recomendação oficial é de que outras soluções sejam desenvolvidas, com a utilização de materiais têxteis para reforçar as medidas de proteção individual. Importante destacar que as máscaras de tecido não são indicadas para uso hospitalar e não serão destinadas aos profissionais de saúde, nem devem ser consideradas como única barreira preventiva. Elas não dispensam as ações de limpeza frequente das mãos e cuidados para não tocar o rosto. O produto também precisa ser higienizado diariamente, utilizando produtos normais para lavagem de tecidos e água com temperatura superior a 60°C.

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Festival É Tudo Verdade está na internet

O maior festival de documentários do Brasil, o É Tudo Verdade, suspendeu a sua estreia marcada para hoje nas salas de cinema de São Paulo e Rio de Janeiro. A boa notícia é que a organização do evento manteve a data de início da edição deste ano, quando, só na internet. Os cinéfilos podem conferir produção das mostras paralelas e algumas inéditas nos canais de stresming parceiros: Itaú Cultural ((www.itaucultural.org.br.) e Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br.). A iniciativa cultural, coordenada pelo crítico Amir Labaki, comemora 25 anos nesta edição. Em artigo publicado no jornal Valor Econômico, Labaki explica que mostra on-line no site do Itaú Cultural tem como tema as mudanças contemporâneas na experiência cinematográfica. “Com o fechamento das salas de projeção para o combate da pandemia, frisando nossa absoluta solidariedade com seus responsáveis e funcionários, inviabiliza-se a “situação cinema”, isto é, a tradicional relação pública entre os espectadores que partilham um filme numa sala escura. Nada tão radical poderia ser previsto nos cinco documentários nacionais selecionados, mas estão em focos as variadas crises no setor, assim como as mudanças tanto de hábitos quanto na área técnica”, analisa o crítico de cinema. Entre os destaques no site do Itaú Cultural estão “Cine Mambembe – O Cinema Descobre o Brasil” (1999), de Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, que mostram a experiência cinematográfica deles com as projeções de filmes em espaços não-convencionais no Norte e Nordeste. “Cine São Paulo” (2017), de Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli, documenta a luta pela reforma e reabertura de um secular cinema em Dois Córregos, no interior de São Paulo, pelo apaixonado empenho de seu dono septuagenário, seu Chico. Outros destaques são “Quando as Luzes das Marquises Se Apagam” (2018), de Renato Brandão que reconstitui a ascensão e queda da Cinelândia paulistana. “O elegante e popular circuito de salas de cinema de rua, desenvolvido sobretudo entre os anos 1930 e 1950 e hoje virtualmente liquidado, com a migração de parte das telas para os shopping-centers”, afirma Labaki no artigo. Em “Cinemagia - A História das Videolocadoras de São Paulo” (2017), de Alan Oliveira, aborda as videolocadora, que sucumbiram com o surgimento das opções de audiovisual via internet. Já os dez títulos do ciclo no Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br.), segundo Labaki “propõe um balanço da contribuição dos documentários dirigidos por mulheres no último quarto de século. São exibidas as produções de cineastas como Helena Solberg (“Carmen Miranda – Bananas Is My Business”), Sandra Werneck (“Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas’, 2017), Andrea Pasquini (“Os Melhores Anos de Nossas Vidas”, 2003) e Marília Rocha (“Aboio”, 2005). Serviço: É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários Itaú Cultural ((www.itaucultural.org.br.) Spcine Play (https://www.spcineplay.com.br.).    

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54,8% dos primeiros casos de Covid-19 vieram da Itália

Elton Alisson | Agência FAPESP – A Itália foi a principal origem dos primeiros viajantes infectados pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2, que chegaram ao Brasil entre fevereiro e o início de março deste ano – período que marca o começo da epidemia de COVID-19 no país. A constatação foi feita por pesquisadores brasileiros, em colaboração com colegas do Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. “Ao contrário da China e de outros países, onde o surto de COVID-19 começou devagar, com um número pequeno de casos inicialmente, no Brasil mais de 300 pessoas começaram a epidemia, em sua maioria vindas da Itália. Isso resultou em uma disseminação muito rápida do vírus”, diz Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e uma das autoras do estudo. Como o principal destino desses passageiros vindos do país europeu foi São Paulo, a capital paulista acabou registrando os primeiros casos da doença no Brasil. Mas, além da cidade, esses viajantes também seguiram para outras nove capitais brasileiras – Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Vitória e Florianópolis –, deflagrando a epidemia da COVID-19 no país. Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP no âmbito do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), foram descritos em um artigo publicado no Journal of Travel Medicine. As estimativas indicaram que 54,8% de todos os casos importados de COVID-19 para o Brasil até o dia 5 de março foram de viajantes infectados na Itália, seguidos por passageiros vindos da China (9,3%) e da França (8,3%). A rota Itália-São Paulo representou 24,9% do total de viajantes infectados que chegaram ao Brasil durante esse período e o país europeu foi a origem de cinco das 10 principais rotas de importação da COVID-19 ao Brasil – China, França, Suíça, Coreia do Sul e Espanha –, aponta o estudo. Para identificar as rotas mais importantes de importação da COVID-19 para o Brasil, os pesquisadores analisaram o histórico de viagens aéreas entre fevereiro e março de 2020 de 29 países com casos confirmados da doença, que tinham como destino final alguma cidade brasileira. Já com base no número total de passageiros que chegaram aos aeroportos no Brasil nesse período vindos desses países, além do tamanho da população e o número de casos da doença registrados nessas nações entre fevereiro e março de 2020, foi estimada a proporção de viajantes potencialmente infectados que desembarcaram nas capitais brasileiras. As estimativas são corroboradas pelos dados oficiais de registros de casos da doença no Brasil, tabulados pelo Ministério da Saúde, que apontaram que 14 dos 29 primeiros pacientes diagnosticados com COVID-19 no Brasil tinham histórico de viagens à Itália. Desse total de casos, 6 (23,1%) foram registrados em São Paulo, ressaltam os pesquisadores. “Era muito claro que São Paulo seria o epicentro da epidemia de COVID-19 no Brasil porque é a cidade que recebeu o maior número de infectados, vindos principalmente da Itália”, afirma Sabino. Foco na mobilidade interna Na avaliação da pesquisadora, que liderou o sequenciamento do genoma do coronavírus isolado dos dois primeiros casos confirmados de COVID-19 no Brasil, a fim de conter a disseminação da doença pelo Brasil, o foco, agora, deve ser na restrição da mobilidade interna no país, uma vez que a transmissão passou a ser sustentada ou comunitária. Uma ação importante nesse sentido seria restringir a circulação de moradores de São Paulo, onde está concentrado o maior número de casos de infecção pelo novo coronavírus, aponta Sabino. “São Paulo e Rio de Janeiro, em menor proporção, serão os centros de distribuição do coronavírus para o Brasil. Por isso, é preciso restringir a saída de pessoas dessas localidades”, avalia. Continuidade dos sequenciamentos O grupo de pesquisadores coordenado por Sabino continua fazendo sequenciamento de coronavírus isolados de pacientes brasileiros diagnosticados com a doença. O trabalho, porém, teve que ser interrompido em razão da suspeita de que pesquisadores do próprio grupo também poderiam ter sido infectados pelo novo coronavírus. “Tivemos que paralisar o laboratório e estamos retornando agora. Vamos analisar se podemos sequenciar um número maior de genomas do vírus”, diz Sabino. A velocidade de transmissão do novo coronavírus no país também acabou atropelando o cronograma e os planos dos pesquisadores. “A transmissão do vírus está indo tão rápido que os dados de sequenciamento não conseguem ajudar a entender como está progredindo a epidemia como planejávamos”, pondera Sabino. A expectativa dos pesquisadores era que à medida que fossem surgindo casos esporádicos da doença iriam sequenciando para acompanhar a trajetória de transmissão, a fim de gerar estratégias de controle. Eles acabaram se deparando, contudo, com muitos casos para sequenciamento que chegaram ao laboratório ao mesmo tempo. “Não será possível conseguir controlar o surto só com as sequências. A epidemia está progredindo muito rápido e não é possível mais seguir os casos”, diz Sabino. Até o momento, já foram feitos quase 800 sequenciamentos de genomas de coronavírus isolados de pacientes infectados em todo o mundo. Esse conjunto de sequenciamentos, disponibilizados em bases de dados públicas, permitirá a realização de estudos de resistência primária de antivirais promissores para combater o novo coronavírus, aponta Sabino. “Quando surgir algum medicamento candidato, seguramente esse banco de dados de sequenciamento do genoma do vírus será útil para essa finalidade”, afirma. O artigo Routes for COVID-19 importation in Brazil (DOI: 10.1093/jtm/taaa042), de Darlan da S Candido, Alexander Watts, Leandro Abade, Moritz UG Kraemer, Oliver G Pybus, Julio Croda, Wanderson de Oliveira, Kamran Khan, Ester C Sabino e Nuno R Faria, pode ser lido no Journal of Travel Medicine em https://academic.oup.com/jtm/advance-article/doi/10.1093/jtm/taaa042/5809508.

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