Revista Algomais, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 29 De 72

Revista Algomais

Revista Algomais
OLAR PARA TODOS

Podcasts pernambucanos se apresentam ao vivo pela primeira vez no Let’s Geek

Pela primeira vez em Pernambuco, dois podcasts locais ganham palco e plateia em uma gravação ao vivo. Os programas “Olar para Todos” e “Pausa para o Café” se apresentam neste sábado (19), dentro da programação do Let’s Geek, evento gratuito realizado no rooftop do Shopping Tacaruna, das 16h às 22h. A entrada é livre mediante reserva de ingresso no site oficial. O “Olar para Todos”, comandado por Mateus Morais e Airton Santos (Sr. Aranha), abre a programação às 17h, com seu humor ácido e comentários sobre as últimas novidades do universo nerd, incluindo Quarteto Fantástico e Superman. Na sequência, às 18h30, é a vez do “Pausa para o Café”, com Rafael Melo e Hévila Mendes, professora e social media que traz uma perspectiva jovem e crítica sobre games, animes e cultura pop. A programação do Let’s Geek inclui ainda feira geek com marcas locais, mesa de RPG, partidas de TCG com a Liga Pokémon Recife, além de painéis, shows e concursos de cosplay. A iniciativa celebra a criatividade e a produção de conteúdo local, marcando um novo momento para a cena geek pernambucana ao aproximar criadores e público em um ambiente vibrante e interativo. Serviço Let’s Geek 19 de junho (sábado) Episódios ao vivo dos podcasts Olar para Todos e Pausa para o Café Rooftop do Shopping Tacaruna (Av. Gov. Agamenon Magalhães, 153 – Santo Amaro) Das 16h às 22h   Entrada gratuita, com ingressos no site https://eventos.besistemas.com.br/tacaruna/event/snop4ejojaxp39um/lets-geek-no-rooftop 

Podcasts pernambucanos se apresentam ao vivo pela primeira vez no Let’s Geek Read More »

imagem restauro

Prefeitura do Recife inicia restauração da imagem de Nossa Senhora da Conceição

Com investimento de R$ 117 mil, obra será executada por equipe especializada em metais e preservação histórica; escultura tem 120 anos e é símbolo de fé na Zona Norte. Foto: Vanessa Alcântara/Prefeitura do Recife A Prefeitura do Recife deu início, nesta quinta-feira (17), ao processo de restauração da imagem de Nossa Senhora da Conceição, localizada no Morro da Conceição, na Zona Norte da capital. A cerimônia de assinatura da ordem de serviço aconteceu no Santuário da Santa, com a presença do prefeito João Campos, do vice-prefeito Victor Marques, de Dom Paulo Jackson, arcebispo de Olinda e Recife, e do reitor do Santuário, Padre Emerson. O investimento para a realização dos serviços é de R$ 117.648,46, com prazo de conclusão previsto para 45 dias. A escultura de ferro fundido passará por manutenção geral e tratamento nos pontos de oxidação, com reavivamento da pintura e uso de materiais certificados, a fim de preservar a integridade da obra centenária. A responsabilidade técnica é da engenheira Regina Gaudêncio, que coordenará uma equipe de quatro profissionais e um consultor especializado em restauração de metais. Os trabalhos serão executados pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), com acompanhamento da Igreja. “Foi um compromisso firmado com a Igreja e agora, no tempo que eles solicitaram o início, vamos começar o restauro. É uma obra que será conduzida pela Prefeitura do Recife, contratando uma empresa especializada nesse serviço. Então, tem a manutenção da parte física, mas um restauro de uma obra de 120 anos que envolve uma parte histórica. Por isso a necessidade da equipe contratada ter essa especialização de restauro, que é também uma demanda da Igreja”, afirmou o prefeito João Campos durante a cerimônia. Símbolo de devoção para milhares de fiéis, a imagem da Imaculada Conceição ocupa posição central na vida religiosa da cidade. “Essa imagem [da Nossa Senhora da Conceição] representa muito para todos os devotos. Em nossas palavras, gostaríamos de agradecer ao prefeito João Campos e ao vice-prefeito Victor Marques por ter acolhido esse pedido, que foi feito no período da festa do morro, e que estamos aqui para formalizar e dar todos os encaminhamentos hoje”, declarou o reitor do Santuário, Padre Emerson.

Prefeitura do Recife inicia restauração da imagem de Nossa Senhora da Conceição Read More »

diabetes

O Brasil é um país de feridas: a negligência no cuidado com a diabetes

*Por Andrea Tavares A palavra que define boa parte da realidade de quem convive com a diabetes no Brasil é negligência. Não apenas pela falta de políticas públicas eficientes, mas também pela forma como muitos pacientes lidam com a própria saúde. A doença, que atinge mais de 13 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o que representa 6,9% da população nacional, carrega um peso silencioso: as lesões ocultas. Elas surgem nos pés, onde a perda da sensibilidade faz com que pequenas feridas se tornem portas de entrada para infecções graves, podendo levar à amputação. A cada 20 segundos, um pé é amputado por complicações da diabetes. É um cenário alarmante. Aproximadamente 25% dos pacientes diabéticos desenvolvem úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores ocorrem em pessoas com a doença, segundo o Ministério da Saúde, e o mais assustador é que a grande maioria poderia ser evitada com um simples acompanhamento. Mas as pessoas não têm o cuidado, mesmo com a informação, por isso é preciso conscientização.  Presenciei casos de pessoas que escondem lesões, até mesmo do seu cônjuge. O medo, a vergonha e a falta de orientação fazem com que muitos pacientes ignorem os sinais até que seja tarde demais. Pequenos machucados podem evoluir para infecções severas, que acabam levando à perda do membro. Isso não é uma fatalidade, mas uma consequência da falta de prevenção. Prevenir é sempre o melhor caminho. Praticar atividades físicas, manter uma alimentação saudável e evitar o tabagismo e o álcool são formas de reduzir o risco da doença. Para quem já foi diagnosticado, o acompanhamento médico e o cuidado com os pés são essenciais. Não podemos mais aceitar que tantas vidas sejam mutiladas por falta de informação ou medo de buscar ajuda. Com o espaço especializado para atender pacientes diabéticos e oferecer suporte integral, é necessário focar na prevenção, no tratamento e na educação. O trabalho multidisciplinar, com o cuidado de feridas e ostomias, acompanhamento nutricional para controle glicêmico e orientação para que os pacientes entendam a importância do autocuidado, é necessário para uma evolução no tema. O Brasil precisa deixar de ser um país de feridas. O primeiro passo é romper o silêncio, oferecer suporte e garantir que ninguém mais tenha que esconder uma lesão, muito menos perder parte do seu corpo por algo evitável. *Andrea Tavares é coordenadora do curso de Enfermagem da UniFBV Wyden

O Brasil é um país de feridas: a negligência no cuidado com a diabetes Read More »

Tatu do bem. FOTO Luiza Costa Easy Resize.com

Teatro infantil toma conta do Recife com fábulas, musicais e aventuras neste fim de semana

Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco apresenta quatro espetáculos únicos com ingressos acessíveis e sessões com Libras A terceira semana do 21º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco (FTCPE) traz uma programação diversa e acessível para toda a família. Neste sábado (19) e domingo (20), os teatros do Parque e Barreto Júnior recebem quatro espetáculos infantis, com estilos que vão da fábula ao musical, passando pela palhaçaria e o teatro de aventura. Todas as sessões contam com interpretação em Libras, reforçando o compromisso com a inclusão cultural. No Teatro do Parque, a programação começa no sábado, às 16h30, com Cantigas de Fiar, montagem autoral da Companhia Fiandeiros de Teatro que trata da saudade com leveza e emoção. No domingo, no mesmo horário, entra em cena O Mágico de Oz, clássico adaptado pela Capibaribe Produções com direção de Roberto Oliveira. A história de Dorothy ganha nova vida com trilha musical e reflexões sobre coragem e amizade. Já o Teatro Barreto Júnior, no Pina, apresenta duas montagens. No sábado, às 16h, o público confere Tatu-do-Bem, uma aventura sertaneja e ambiental com tatus-bolas falantes e elementos da cultura nordestina. No domingo, no mesmo horário, a Trupe Arlequin (PB) apresenta A Batalha de Botas, uma fábula cômica e crítica sobre o que é ser civilizado ou selvagem, com inspiração em autores ibero-americanos e na tradição circense. Serviço – 21º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco📅 Quando: sábados e domingos até 27 de julho📍 Onde: Teatro do Parque (16h30) e Teatro Barreto Júnior (16h)🎫 Ingressos: R$ 20 a R$ 80 (meia-entrada disponível)🌐 Venda online: www.teatroparacrianca.com.br🎟️ Bilheteria: disponível nos teatros a partir das 15h, sujeito à lotação📸 Link para fotos de divulgação Meia-entrada para crianças a partir de 2 anos, estudantes, professores, idosos, autistas e acompanhantes, doadores regulares de sangue ou medula óssea (com documentação).

Teatro infantil toma conta do Recife com fábulas, musicais e aventuras neste fim de semana Read More »

vila padre arlindo

Vila Padre Arlindo celebra expansão com programação especial de solidariedade e cultura

Primeira fase do projeto amplia estrutura, inaugura cinema 8D e marca os 50 anos do padre com ações sociais e shows em Tamandaré A Vila Padre Arlindo inaugura a primeira etapa de sua expansão entre os dias 18 e 20 de julho, com uma série de eventos que celebram os dois anos do espaço, os 50 anos do Padre Arlindo e o Dia da Solidariedade — feriado municipal em Tamandaré. A ampliação contempla a instalação de 30 lojas em um terreno de 4,5 hectares, e já apresenta novidades como o primeiro cinema 8D em um balneário do Nordeste e a chegada da franquia Chicken Town ao litoral pernambucano. Criada com o propósito de aliar desenvolvimento econômico e impacto social, a Vila segue dando forma ao sonho do Padre Arlindo, referência em mobilização comunitária na região. “Estamos muito felizes com o resultado. A Vila é algo que tem muito para crescer ainda. Além de movimentar naturalmente a economia, gerando mais de 300 empregos diretos e indiretos, ela dá vida ao litoral de Tamandaré e Carneiros. Sem contar na energia vibrante do padre, através dos projetos que ele desenvolve”, afirma Marcelo Alves, um dos sócios do empreendimento. A programação do Dia da Solidariedade contará com serviços gratuitos para cerca de 5 mil pessoas, oferecidos pelo Instituto Padre Arlindo. Haverá atendimentos médicos e odontológicos, emissão de documentos, exames preventivos, ações de beleza, atividades recreativas e educação para o trânsito com a Turma do Fom Fom. O encerramento da noite do sábado (19) terá Missa de Ação de Graças às 19h e shows com Almir Rouche, Benil, Anna Alves, Nena Queiroga e Dudu do Acordeon a partir das 20h. No domingo (20), às 10h, será realizado o sorteio de uma Moto Retrô (ano 2012), como ação solidária para custear o evento. Os bilhetes custam R$ 25 e podem ser adquiridos pelo WhatsApp: (81) 98318-9665. A segunda fase da expansão da Vila está prevista para dezembro de 2025, com novas lojas de variados segmentos. ServiçoInauguração da primeira fase da expansão da Vila Padre Arlindo📍 Onde: R. do Sesi, s/n – Campas, Tamandaré – PE📅 Quando: 18 a 20 de julho de 2025📲 Rifa solidária: (81) 98318-9665

Vila Padre Arlindo celebra expansão com programação especial de solidariedade e cultura Read More »

cabotagem

Governo regulamenta BR do Mar e aposta na cabotagem para reduzir custos logísticos

Decreto assinado por Lula fortalece indústria naval, incentiva transporte marítimo entre portos e estimula uso de embarcações sustentáveis O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que regulamenta o programa BR do Mar, voltado à ampliação da cabotagem no Brasil. A medida visa estimular o transporte marítimo de cargas entre portos nacionais, com expectativa de redução de até 60% nos custos logísticos, geração de empregos e fortalecimento da indústria naval. Hoje, a cabotagem representa 11% do volume transportado por navios no país, mas o governo aposta em seu crescimento nos próximos anos. A regulamentação, elaborada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, define critérios que facilitam o afretamento de embarcações estrangeiras — com incentivos maiores para navios sustentáveis — e promove o uso de estaleiros brasileiros para manutenção de frotas. A estratégia busca reduzir o frete em até 15%, segundo estimativas da Infra SA, o que pode representar uma economia anual de R$ 19 bilhões. Além disso, a navegação marítima reduz em 80% a emissão de gases de efeito estufa quando comparada ao transporte rodoviário. Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o programa traz impactos positivos para a economia nacional. “O programa tem o papel de reduzir os custos logísticos no país de 20% a 60%, potencializando, ainda mais, o setor portuário brasileiro”, afirmou. Ele ressaltou que o BR do Mar contribui para a agenda de descarbonização ao favorecer o transporte marítimo de contêineres entre portos como Suape (PE) e Santos (SP). A medida também foi celebrada por lideranças do setor produtivo e sindical. “Essa regulamentação irá fortalecer e tornar o programa BR do Mar mais equilibrado e mais justo para os trabalhadores e representa um passo muito importante”, avaliou Carlos Augusto Muller, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário. Já Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval, destacou que os incentivos “assegurarão a competitividade da indústria naval brasileira” frente ao mercado internacional.

Governo regulamenta BR do Mar e aposta na cabotagem para reduzir custos logísticos Read More »

brazil america flag moving different

Maioria dos brasileiros apoia retaliação comercial contra os EUA após tarifaço de Trump

Pesquisa revela que 66% defendem resposta do Brasil à taxação de 50% imposta por Washington sobre produtos nacionais A maioria da população brasileira é favorável a uma retaliação comercial do Brasil contra os Estados Unidos após a decisão do presidente Donald Trump de impor um tarifaço de 50% sobre a importação de produtos brasileiros. De acordo com pesquisa do Instituto Realtime Big Data, 66% dos entrevistados defendem a aplicação de tarifas sobre produtos americanos como forma de resposta à medida adotada por Washington. O levantamento, realizado nos dias 14 e 15 de julho com 1.500 pessoas de todas as regiões do país, indica ainda que apenas 16% são contrários a qualquer forma de retaliação, enquanto 18% dizem depender do impacto da taxação. Além disso, 69% dos brasileiros afirmaram não concordar com a decisão de Trump, contra 31% que aprovaram a medida. A percepção sobre os efeitos econômicos da medida também foi investigada: 86% dos entrevistados acreditam que o Brasil sofrerá prejuízos, sendo que 45% esperam grandes perdas e 41% preveem impactos menores. Para 6%, a decisão dos EUA não trará consequências ao país, e 8% não souberam responder. Sobre as causas da crise comercial entre os dois países, os entrevistados se dividiram: 33% responsabilizam o governo dos Estados Unidos, 32% culpam a gestão brasileira atual, e 28% atribuem a responsabilidade ao governo anterior. Outros 5% acreditam que ambos os governos são igualmente responsáveis, enquanto 2% não atribuem culpa a nenhum dos lados.

Maioria dos brasileiros apoia retaliação comercial contra os EUA após tarifaço de Trump Read More »

ana elizabeth

Ana Elizabeth Cavalcanti: “Vivemos numa sociedade incompatível com a vida humana”

A psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, sócia do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem), faz uma análise contundente da crise de saúde mental no Brasil, apontando as raízes estruturais que adoecem o sujeito contemporâneo: hiperindividualismo, precarização do trabalho, colapso ambiental e culto à alta performance. Ansiedade, depressão, síndrome de burnout, compulsões, fobias. Esses sintomas têm se alastrado como uma epidemia silenciosa, atravessando faixas etárias, classes sociais e ocupações diversas. Mas o que há de comum nas causas desse adoecimento coletivo? Para a psicanalista Ana Elisabeth Cavalcanti, o problema não está nas pessoas, mas no sistema. “O capitalismo tardio, em sua versão neoliberal, criou um ambiente hostil à vida”, afirma. Na entrevista a seguir, Elizabeth traça conexões entre saúde mental, desigualdade, solidão, tecnologia e cultura da performance. E alerta: tratar os sintomas sem questionar o modelo de sociedade é como tentar conter um grande incêndio com baldes d’água. Com linguagem acessível e posicionamento firme, ela propõe que as saídas não sejam apenas individuais, mas comunitárias e políticas, pautadas no fortalecimento de vínculos, na solidariedade e na reconstrução de um ideal de bem-estar coletivo. Qual é o cenário base para explicar o avanço dos problemas de saúde mental que tem nos afetado com sintomas tão distintos? A gente está vivendo um capitalismo tardio que, do meu ponto de vista, é incompatível com a vida humana. Então, temos uma concentração de riqueza absurda e muitos em situação de vulnerabilidade extrema. Atualmente, o que importa é o lucro, é juntar muito dinheiro. Isso desfaz algumas condições que são indispensáveis para o ser humano, como a questão da solidariedade e das redes de apoio, que inclui família, amigos e também mecanismos sociais.  Hoje, infelizmente, nada é mais retrógrado do que pensar no estado de bem-estar social. Isso não significa que não haja pobres e ricos, mas significa que o estado deveria garantir o mínimo de bem-estar social, seja por meio de políticas públicas, seja por meio de políticas afirmativas ou de programas, como nós temos aqui com o Bolsa Família e o Pé de Meia. Por outro lado, dentro dessa mesma lógica, as pessoas foram “transformadas” em empreendedores de si mesmos. Muitas vezes, são pessoas em condições de miserabilidade, que vivem entregando coisas, atropelando-se nos sinais, voando com as motos e com as bicicletas, porque precisam produzir muito para ganhar pouco. Então, temos hoje esse fenômeno incrível que é o fato de 60% dos jovens abominarem a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. Preferem ser empreendedores. É uma precarização absurda e que é englobada por esse discurso falacioso do neoliberalismo de que é mais importante empreender do que ter um trabalho com as suas garantias. Vivenciamos esse combate há muito tempo contra a CLT. Isso tem relação com o discurso de incentivo para o indivíduo “sair da zona de conforto”? A rigor, ninguém vive sem zona de conforto. Mas não estou falando de uma pessoa que é preguiçosa. É necessário ter sua zona de conforto, suas ilhas de conforto. Ninguém vive sem isso. É outra falácia.  É uma mensagem de que você não pode descansar, não pode ter seu momento de ócio criativo, nada disso é admitido. Aí, passam a existir apenas duas qualidades: consumidores e produtores. Duas coisas que estão interligadas porque para consumir é preciso ser produtivo.  Acho que a gente caminhou nesse sentido e chegará um momento em que vai surgir outra alternativa. Mas o que se desenvolveu é incompatível, vai surgir aí desse caldo alguma coisa diferente, mais compatível com a condição humana. Há um outro lado. A ideia de que é preciso dar sempre o máximo no trabalho. Quando a pessoa não suporta a pressão ou não atinge as metas incumpríveis, tudo isso é creditado ao indivíduo. Ninguém se pergunta se o que está ali em jogo é um sistema, uma exigência sobre-humana. Todo mundo vai dizer: “ah, isso aconteceu porque você não foi suficientemente competente, você não foi atrás dos seus objetivos; se você for atrás, se você fizer tudo, você vai alcançar os seus objetivos”.  Aliado a isso também, vivemos um período de exigência tecnológica que é imensa e que está corroendo a cabeça de muita gente, sobretudo das crianças, que não sabem mais esperar. Elas ficaram mais imediatistas, o mínimo de espera as torna completamente ansiosas. Não é uma patologia. Mas a criança vive pendurada numa tela, sendo bombardeada com informação de forma passiva, informações muitas vezes de que não dão conta. Daqui a pouco, elas não têm mais paciência de ler um texto de duas páginas porque estão habituadas a essas mensagens curtíssimas que você lê rapidamente. A gente tem o que poderia chamar de um ambiente extremamente hostil à vida humana. Quais são os efeitos no corpo de quem vive constantemente nessa situação de estresse? Existem as doenças chamadas psicossomáticas que são reumatológicas, alergias de todo tipo, gastrite, doenças autoimunes que têm tido um crescimento enorme. E há algo muito preocupante: o aumento exponencial do câncer que tem uma ligação com tudo isso, porque as pessoas não têm tempo de se alimentar, de fazer comida, só comem alimentos ultraprocessado porque são rápidos. Então, é muito contraditório porque a preocupação com a saúde e com o corpo ficou priorizada. Mas, acontece que a preocupação é com a performance, é produzir o máximo, é não envelhecer, é estar magro, é estar com o rosto todo harmonizado… É uma contradição estar se cuidando mas almejando um corpo performático, que não pode envelhecer, que não pode ter nenhum desvio.  É muito incrível porque a gente chama de cuidado, mas nisso entra a utilização de medicamentos, anabolizantes, ou seja, o que se chama de cuidado é voltado para a performance. É também fruto de muita angústia porque esses corpos que aparecem na internet com mil filtros são ideais inalcançáveis.  A exposição das redes sociais proporciona a comparação com esses modelos inalcançáveis? Eu acho que um dado dessa nossa cultura hoje é o oferecimento social de ideais que são inalcançáveis. Isso gera muita angústia. Ninguém vive sem ter ideais.

Ana Elizabeth Cavalcanti: “Vivemos numa sociedade incompatível com a vida humana” Read More »

SebraePE InscricoesALI CreditoAdobeStockFotos

Últimos dias para se inscrever nos programas ALI Produtividade e ALI Rural do Sebrae-PE

Iniciativas oferecem consultorias gratuitas para impulsionar negócios urbanos e rurais com foco em inovação e gestão Empreendedores de micro e pequenas empresas ainda podem se inscrever até esta sexta-feira (18) nos programas ALI Produtividade e ALI Rural, promovidos pelo Sebrae em Pernambuco. As iniciativas integram o Programa Brasil Mais Produtivo, do Governo Federal, e têm como foco aumentar a competitividade dos pequenos negócios por meio da inovação e da melhoria da gestão. Estão disponíveis 700 vagas para empresas urbanas e 100 para empreendimentos do setor rural. O ALI Produtividade oferece consultoria gratuita por até seis meses, com diagnóstico personalizado e acompanhamento de especialistas para identificar gargalos e implementar soluções inovadoras. Empresas formalizadas como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP) podem participar. Já o ALI Rural é voltado a produtores rurais, pequenas agroindústrias e negócios do agronegócio, com suporte especializado por até um ano em áreas como controle gerencial, vendas, marketing e processos produtivos. Casos de sucesso mostram o impacto dos programas. A esteticista Lane Costa, de Jaboatão dos Guararapes, dobrou seu faturamento após quatro meses no ALI Produtividade. “Depois do acompanhamento com a Agente Local de Inovação, percebi, de fato, que eu era empresa e não pessoa física… Meu faturamento dobrou com a adoção de mudanças básicas, apesar de não serem simples. O básico bem feito dá retorno, e estou vendo isto acontecer”, relata. Já a empreendedora Maristella Lúcio reestruturou sua loja colaborativa com apoio do programa. “A partir disso, fizemos o rebranding da marca e nasceu o novo nome: Ela Vende… Estamos na loja, nas ruas e na rede conectando mulheres, fortalecendo negócios e espalhando empreendedorismo feminino por onde passamos”, afirma. Serviço🗓 Inscrições até: 18 de julho de 2025🌐 Inscreva-se: sebrae.com.br/pernambuco📌 Vagas: 700 para ALI Produtividade e 100 para ALI Rural💼 Público-alvo: MEs, EPPs, produtores rurais e agroindústrias de Pernambuco

Últimos dias para se inscrever nos programas ALI Produtividade e ALI Rural do Sebrae-PE Read More »

artesanato barro

A Economia do Artesanato: artesãos transformam inspiração em negócios sustentáveis

Impulsionados pela Fenearte e, em muitos casos, com apoio de entidades e políticas públicas, os pequenos empreendedores do setor consegue gerar e promover o desenvolvimento de suas comunidades *Por Rafael Dantas O barro se transforma em cerâmica, os fios de lã viram tapetes e a madeira ganha formas nas mãos dos artesãos. Essas e tantas outras tipologias, como a pedra e até mesmo a sucata, representam a união de inspiração, talento e saberes que há tempos moldam a identidade cultural de Pernambuco. Esse legado, somado ao empreendedorismo e à profissionalização, também impulsiona negócios e desenvolvimento. A combinação tem levado pequenos artesãos, associações e pequenas empresas a ultrapassarem fronteiras, exportando suas criações da Região Metropolitana e do interior para o Brasil e o mundo. A Fenearte, que reúne centenas de artesãos pernambucanos, dos mais diversos municípios, é a principal passarela de todo esse trabalho que coloca lado a lado mestres consagrados e novas gerações de artistas e empreendedores. Apesar da importância da feira, que movimentou R$ 108 milhões no ano passado, a vitalidade desse segmento vai muito além dos 12 dias do evento. Gera emprego, renda e muita cultura ao longo dos 12 meses do ano.  “As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária. As pessoas valorizam, reconhecem o valor agregado dessa atividade. Além disso, o artesanato pernambucano está bem-posicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade”, afirmou Camila Bandeira, diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). “As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária, e reconhecem o valor agregado dessa atividade. O artesanato pernambucano está bemposicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade.” Camila Bandeira Pernambuco tem 16.339 artesãos ativos pelo Sicab (Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro), deste mês. Como a atividade é muito informal e em muitas comunidades uma pessoa é cadastrada para fazer a comercialização de um produto construído coletivamente, o número de profissionais que vive da atividade é muito maior.  A  pesquisa Diagnóstico do Artesanato Brasileiro e Planejamento Estratégico, coordenada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021, apontou que 18% do total de pessoas ocupadas no País em atividades artístico-culturais, são do artesanato. Entre 2012 e 2021, houve um crescimento de 26% do número de profissionais no setor.  Marcos de Sertânia tornou sua arte conhecida e a cidade se firmou como celeiro de talentos. Trabalham com o mestre de 15 e 20 pessoas e outros seis coletivos surgiram na região. Ele montou um local para ateliê e exposição, que vai ganhar um café, e espera torná-lo um ponto turístico. Um dos nomes que simboliza bem a transformação do fazer manual em atividade econômica é Marcos de Sertânia. A mais de 300 quilômetros do Recife, o município sertanejo se firmou como um celeiro de talentos. Só no ateliê do mestre, entre 15 e 20 pessoas estão envolvidas na produção. Marcos destaca ainda que outros seis coletivos surgiram na região, consolidando o nome da cidade no cenário da cultura popular pernambucana. “A gente fortaleceu isso no interior. Pegamos dinheiro de fora para injetar na economia da nossa cidade. O maior empreendedorismo para a gente foi esse”, celebra o mestre. Marcos, inclusive, construiu um novo espaço para ateliê e exposição, que ainda vai ganhar um café. A expectativa é que se consolide como um atrativo turístico de Sertânia. Há 38 anos na atividade, Marcos construiu seu talento com o aprendizado vindo de feira em feira. Suas esculturas de animais de membros longos conquistaram espaço em galerias, coleções particulares e eventos culturais. O cachorro – peça mais vendida do ateliê – lembra, por coincidência, a personagem Baleia, da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Curiosamente, Marcos só conheceu a história depois de já representar, por instinto e inspiração no Sertão, a figura que se tornaria a marca do seu trabalho. COMUNIDADES DO ARTESANATO Por trás dos mestres, não é incomum existirem verdadeiras comunidades de artesãos. Inclusive, diferentes gerações vivendo do artesanato. Esse é o caso do Sítio Rodrigues, que fica em Belo Jardim. “Lá é um berço de artistas. É uma comunidade com mais ou menos 200 habitantes, mas tem três mestras: Cida Lima, Neguinha e Nanai e a minha mãe, que infelizmente faleceu. Fora elas, tem uma grande parte da população que também trabalha com barro”, conta Carol, que veio para a Fenearte ao lado da irmã Pepinha, trazer o DNA de Luiza do Tatus, que morreu em 2023.  Carol brinca com o barro desde criança. Na adolescência passou a fazer suas próprias peças em forma de onças. Com a despedida da matriarca, ela reproduz as peças de Luiza dos Tatus, mas também tem obras de sua inspiração à venda. A irmã é mais recente na atividade, tendo a experiência de contribuir no acabamento das peças, e fez a sua primeira participação na Fenearte neste ano.  O Sítio Rodrigues, em Belo Jardim, é um berço de artistas. Entre as mestras mais conhecidas está Luiza dos Tatus, falecida em 2023, mas cujo talento foi passado para suas filhas Carol (esquerda), e Pepinha (direita), ao centro o pai delas, João José de Cazuza. Com foco na produção do ateliê, sobra pouco tempo para se capacitar como empreendedora. Mas Carol afirma que algumas formações foram oferecidas no município. Apesar dos obstáculos, como a baixa remuneração e a dificuldade para escoar a produção, a família resistiu. Com a Fenearte um novo horizonte começou a se desenhar. “A partir da Fenearte passou a abrir as janelas para nosso trabalho. As pessoas começaram a valorizar mais e as peças passaram a ter um valor diferenciado”. Entre fios e inspirações, uma cidade pernambucana que gira em torno da tapeçaria é Lagoa do Carro. Quem passeia pelas inúmeras ruas da Fenearte vai encontrar sete estantes com as mestras. Isabel Gonçalves, há 44 anos na atividade

A Economia do Artesanato: artesãos transformam inspiração em negócios sustentáveis Read More »