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Cafecomdengo FOTO FilipeRamos1

7º Recife Coffee: confira as "sugestões dos baristas" das 30 cafeterias participantes

O festival vai acontecer de 02 de maio a 05 de junho, oferecendo “sugestão do barista”, com café, salgado e sobremesa, por R$ 34,90 A sétima edição do Recife Coffee acontece de 02 de maio a 05 de junho, contando com a participação de 30 cafeterias do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Com realização da Associação dos Empresários de Cafeterias de Especialidades de Pernambuco (ASCAPE), o festival de cafés especiais oferece uma “sugestão do barista”, com café, salgado e sobremesa, por R$ 34,90. Nesta edição, estão participando do Recife Coffee pela primeira vez seis cafeterias: 81 coffee e co, Conexão Café, Elã Cafés especiais, Feito Café, Kaffe (Zona Norte), Versado (Derby) e Kairos Café. Já as veteranas, são: A vida é bela café, Artisano Café e Cozinha, Aurora Café, Café Com Dengo, Café mais Prosa, Castigliani Cafés, Coffee Cube, Contém Café, Ernest Café Bistrô, Fervo Coffee Shop, Fridda Café, Grãocheff, Kaffe Torrefação e Treinamento (Zona Sul), Lalá Café e Cozinha Afetiva, Livraria da Praça, O Melhor Cantinho da Cidade, Olinda Café, Palatsi Convenience, Coffee Shop, Santa Clara (Graças e Parnamirim), Versado (Graças), Xêro Café e Zoco Café. Outra novidade nesta edição é a volta do evento de abertura do Recife Coffee, o Café na rua, que não foi realizado nos dois últimos anos, por conta das restrições da pandemia. Desta vez, o evento vai acontecer na Rua dos Amores, no Recife Antigo, no dia 01 de maio, das 9h às 17h. Na ocasião, serão oferecidos ao público, gratuitamente, cafés filtrados, espressos e cappucinos. Além disso, haverá palestras, feira de artesanato, show cultural, adoção de cães e distribuição dos livretos do Recife Coffee, com todo o roteiro do festival. Todas as cafeterias participantes contam com baristas, que é o profissional especializado em cafés e toda sua cadeia produtiva, responsável por extrair do café as suas melhores características. E todas as “sugestões dos baristas” são feitas com café especial ou de especialidade (classificados assim aqueles grãos livres de impurezas e defeitos e, por isso, considerados de altíssima qualidade). Esses cafés especiais possuem como características sensoriais uma bebida limpa e doce, além de corpo e acidez equilibrados. São cafés produzidos, observando critérios de sustentabilidade ambiental, social e econômica, e que possuem rastreabilidade certificada. Segundo o presidente da ASCAPE, Carlos Daniel, as expectativas para a sétima edição do Recife Coffee são as melhores possíveis. Isso porque, “com as novas regras do plano de convivência com a Covid-19, há possibilidade de receber mais pessoas nas cafeterias, aumentando o alcance do festival”, explica. Neste ano, a estimativa é que 160.000 pessoas circulem pelas 30 cafeterias, ao longo do festival. O Recife Coffee conta com patrocínio do Koar e Coffeebar, além do apoio do Sebrae e Prefeitura do Recife. Mais informações pelo Instagram @recifecoffeeoficial. SERVIÇO | RECIFE COFFEE 2022 Período oficial: de 02 de maio 05 de junho de 2022 Café na rua: 01 de maio, das 9h, às 17h, na Rua dos Amores (Recife Antigo) Valor da sugestão do barista: R$ 34,90 (café + salgado + sobremesa) Realização: Associação dos Empresários de Cafeteria de Especialidades de Pernambuco (ASCAPE) Informações: Instagram @recifecoffeeoficial SUGESTÕES DOS BARISTAS RECIFE – CENTRO Aurora Café Sugestão do barista: Chococcino - espresso, leite vaporizado e chocolate; Generoso croissant de peito de peru com recheio de creme de ricota, alface e tomate confitado; e Gateau de bolo de rolo com recheio de cream cheese e leite condensado. Serviço: Ter a sex, das 10h às 18h, e sáb e dom, das 11h às 19h. Praça Arsenal da Marinha, 91, Museu Paço do Frevo - Bairro do Recife. Palatsi Convenience Coffee Shop Sugestão do barista: Capuccino Especial (tradicional receita de café e leite vaporizado finalizado com raspas de chocolate meio amargo); Baguete de Linguiça, feito com pão baguete, recheio cremoso de linguiça toscana e blend de queijos, com leve toque de mostarda; e Torta de Caramelo com Chocolate, inspirada no chocolate Twix (base de biscoito, caramelo salgado e ganache de chocolate). Serviço: Seg a sex, das 07h30 às 20h. Av. Agamenom Magalhães, 4779, Térreo - Empresarial Isaac Newton, Ilha do Leite. Telefone: (81) 97903.2646 RECIFE – ZONA NORTE 81 Coffee & Co. Sugestão do barista: Iced Flat White - bebida cremosa com café espresso, leite espumado e xarope de caramelo salgado servida bem gelada; Francesinha de ragu ao vinho: pão francês, recheio de ragu ao vinho e queijo maçaricado; e Banana bread, caramelo e merengue. Serviço: Seg a sex, das 10h às 21h, e sáb e dom, das 09h às 21h. Rua das Creoulas, 55 A, Graças. Telefone: (81) 99778.7140 Artisano Café e Cozinha Sugestão do barista: Frapuccino de Caramelo - café coado bem gelado, com leite, caramelo e chantilly; Mini Sanduíches de pernil suíno defumado, na focaccia artesanal, com creme de queijo e mostarda de mel e tomilho; e Mousse de Chocolate com caramelo salgado e crumble de castanha. Serviço: Seg a qui, das 10h às 20h, sex, das 10h às 22h, sáb, das 15h às 22h, e dom, das 15h às 20h. Rua José Higino, 212 Madalena. Telefone: (81) 99602.1840 Café com dengo Sugestão do barista: Latte brigadeiro limão (café com leite com borda de brigadeiro de limão); Sanduíche delícia de sol na nata (deliciosa carne de sol desfiada na nata, queijo provolone maçaricado e macaxeira palha); Bolo torta de limão (massa fofinha, recheio de mouse de limão, merengue maçaricado e farofinha crocante). Serviço: Seg a sáb, das 11h30 às 20h. Rua Desembargador Martins Pereira, 45, Rosarinho. Telefone: (81) 3129.9030 e 98451.5217 Café mais Prosa Sugestão do barista: Cappuccino Ruby: combinação de café especial, leite vaporizado e ganache de chocolate Ruby; Sanduíche de pão brioche de café, frango desfiado e creme de queijo, com toque de geleia de morango e limão siciliano; e Delicioso Bolo Brownie Red Velvet, com cobertura de brigadeiro de limão siciliano e gotas de chocolate Ruby. Serviço: Seg a sex, das 14h às 21h, e sáb e dom, das 15h às 21h. Rua da Hora, 284, Galeria Chalé | loja 04 | Espinheiro. Telefone: (81) 3048.4008 Castigliani Sugestão

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Andre Longo 1

Governo detalha novas regras do Plano de Convivência com a Covid-19

Secretário de Saúde explicou, durante coletiva, a flexibilização do uso de máscaras em ambientes fechados O Governo de Pernambuco detalhou, em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (19.04), a determinação de liberar o uso de máscaras em ambientes fechados no Estado, e anunciou ainda a desobrigação de apresentação do comprovante vacinal em ambientes e eventos realizados em espaços abertos. As medidas entram em vigor a partir de amanhã (20.04). O passaporte vacinal, porém, continuará sendo exigido para acesso a bares, restaurantes e eventos localizados em ambientes fechados. O secretário estadual de Saúde, André Longo, explicou que as novas medidas foram tomadas com base nos indicadores da doença, que apontam uma taxa de positividade de 0,7% na última semana e que há seis semanas consecutivas têm se mantido abaixo de 3%, percentual considerado um patamar de controle. “Além disso, nas últimas cinco semanas temos registrado menos de 60 casos graves de Covid-19 e há 12 dias não tivemos mortes pela doença”, pontuou. Por sua vez, a secretária executiva de Desenvolvimento Econômico, Sidia Haiut, reforçou a necessidade de manter os cuidados e a atenção máxima no cumprimento dos protocolos. “Essa é uma fase essencial para que o governo consiga manter o suporte na saúde e que a economia não precise sofrer novas restrições”, enfatizou. O uso de máscaras permanece obrigatório nos serviços de saúde, farmácias e nos transportes coletivos, onde o item será exigido apenas dentro do veículo. Nos demais serviços de transportes, como táxis e carros de aplicativo, o uso da máscara é facultativo. Nas escolas de ensino infantil – a partir dos três anos de idade – fundamental e médio, a utilização segue obrigatória. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), a cobertura vacinal entre os jovens de 12 a 17 anos está em 73% para a primeira dose e de 54% na segunda. Já entre as crianças de 5 a 11 anos, as coberturas estão em 52% para a primeira aplicação e de apenas 15% na segunda. “Ainda estamos passando por nosso período de sazonalidade. E apesar da baixa positividade para Covid-19, outras enfermidades, até mais graves para as crianças, estão circulando, como metapneumovírus, rinovírus e adenovírus. Além de proteger do novo coronavírus, as máscaras são efetivas para evitar a contaminação por essas e mais outras doenças”, ressaltou André Longo, enfatizando que a decisão sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras nas faculdades e universidades públicas e privadas fica a cargo da direção de cada instituição. O secretário alertou ainda que, mesmo com a desobrigação, o uso de máscaras ainda é fortemente recomendado para pessoas com sintomas gripais, pacientes imunossuprimidos e idosos, especialmente os que ainda não tomaram as doses de reforço da vacina. A utilização da proteção também é pertinente para qualquer pessoa onde houver aglomeração. Longo também reforçou que, mesmo com um cenário favorável, ainda há circulação do vírus no Estado e a Organização Mundial da Saúde (OMS) continua classificando a emergência em saúde provocada pela Covid-19 como pandemia. “Além das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, cujas coberturas estão aquém do desejável, 245 mil pessoas com mais de 60 anos ainda não tomaram a primeira dose de reforço, que é essencial para alavancar a proteção da vacina. Também precisamos lembrar que os idosos que tomaram a terceira dose há mais de quatro meses precisam receber a quarta dose”, finalizou o secretário de Saúde.

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hidroterapia

Espaços apostam na hidroterapia para a reabilitação física no pós- Covid

De acordo com a empresária, Nicole Carrilho, da Hydro Master, o surgimento da pandemia da Covid-19 gerou aumento pela procura do serviço de hidroterapia, pelo fato de muitas pessoas terem ficado com sequelas no pós-Covid. "A prática da hidroterapia gera muito benefícios para qualquer pessoa. Mas, para aquelas que ficaram com algum tipo de sequela por conta da Covid, permite maior amplitude de movimentos, o músculo consegue relaxar, pelo fato de a água ser aquecida, a modalidade é associada a exercícios respiratórios, melhorando a expansão pulmonar e oxigenação, o que é excelente para os nossos pacientes pós-covid”, informou a empresária. Ainda segundo Nicole, a hidroterapia é um recurso que utiliza as propriedades da água na prevenção e no tratamento de diversas patologias e consiste na realização de exercícios específicos em piscina coberta e aquecida, visando obter a máxima recuperação do paciente. "Atendemos clientes com algumas limitações físicas, assim como com deficiência e o benefício da hidroterapia é visível ao longo do tempo, a evolução deles, na amplitude dos movimentos", destacou Nicole. A Hydro Master está no mercado de Multiterapias há 17 anos, foi fundada pela empresária Raquel Carrilho, uma das pioneiras na implementação do serviço, na Zona Sul do Recife.

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Maestro JoseRenato

Orquestra de Câmara de Pernambuco celebra o forró

Festival São João Sinfônico volta mais robusto na edição 2022, com dois concertos-aula, live e dois espetáculos no Teatro de Santa Isabel, nos dias 21, 22 e 23 de abril Depois de dois anos sem se realizar devido à pandemia, o Festival São João Sinfônico volta mais robusto na edição 2022, com espetáculos no Teatro de Santa Isabel, nos dias 22 e 23 de abril, às 20h. Sob a batuta do maestro José Renato Accioly, um time de 32 instrumentistas da Orquestra de Câmara de Pernambuco (OCPE) subirá ao palco trazendo alguns convidados especiais, para atuarem como solistas. Dessa vez, foram convocados os forrozeiros Geraldinho Lins e Petrúcio Amorim, na estreia, e o grupo Quinteto Violado, na noite seguinte. Sérgio Campelo (maestro e fundador do SaGrama) assina os arranjos e os dançarinos Josy e Tico Caxiado, do Balé Cultural de Pernambuco, farão a conexão da música com as danças populares. A programação inclui, ainda, a cada dia, um concerto-aula, às 16h. No dia 21, ocorrerá também a Prosa de São João, evento online, com transmissão ao vivo pelo YouTube, às 19h, com o objetivo de mostrar como se faz esta mistura do erudito com o popular. “Nossa ideia era a de comemorarmos os 30 anos de carreira de Geraldinho Lins e os 50 anos de trajetória do Quinteto Violado, em 2021. Mas, por questões de restrição da pandemia, tivemos que adiar para este ano. Esta possibilidade de estarmos juntos num teatro outra vez, ouvindo música e cantando ao lado de outras pessoas, junto de quem não se conhece, é algo raro, genuíno. É sempre uma surpresa, até para a gente”, destaca José Renato Accioly. Além do lado inusitado de uma orquestra celebrar o São João, tocando os ritmos do período, o projeto - que estreou em 2017 e chega à terceira edição - ganha importância pela homenagem aos artistas convidados, ressalta a produtora executiva e diretora-geral do São João Sinfônico, Carla Navarro. “Buscamos dar visibilidade para a obra autoral dos convidados, mostrando que são compositores incríveis. O objetivo é furar as bolhas do erudito e do popular e até dentro do próprio forró, fazendo com que o público tenha contato com uma sonoridade sinfônica que nunca chegou a experimentar”, pontua a produtora. CONVIDADOS ESPECIAIS Na primeira noite, a sexta-feira, dia 22, antes de Geraldinho Lins e Petrúcio Amorim subirem ao palco para cantarem ao lado da OCPE, o público assistirá a uma apresentação do trio de percussão Tamboreando. Formado por Emerson Coelho, Emerson Rodrigues e Jerimum de Olinda, o grupo utiliza marimba, xilofone e vibrafone para fazer uma música única, fortemente marcada pelos três instrumentos. No repertório anunciado, estão algumas das composições mais famosas de Gonzagão, a exemplo de “Asa Branca” e “A Vida do Viajante”. O prelúdio orquestral conta ainda com outro grande artista do forró pernambucano, que já marcou presença em edições anteriores, o sanfoneiro Beto Hortis, que acompanhará a OCPE em “Sanfona Sentida” e em dois pout-pourri: um com músicas de Gonzagão e um de marchinhas juninas. Depois deste momento de aquecimento da plateia, é a vez dos grandes convidados da noite subirem ao palco. Geraldinho Lins e Petrúcio Amorim não escondem a emoção de poder participar do festival. “Vou ter o privilégio de ter minhas canções arranjadas e executadas pela Orquestra de Câmara de Pernambuco, sob a regência do maestro José Renato Accioly e os arranjos de Sergio Campello. Estou muito honrado e feliz”, revela Geraldinho. Já Petrúcio aguarda o momento de ouvir a plateia cantando junto sucessos como “Anjo Querubim”. “O espetáculo está maravilhoso. Poder estar ao lado da orquestra e apresentar minhas músicas de uma maneira bem gostosa e harmoniosa, fazendo um sincronismo junto com a plateia é muito especial”, diz o compositor caruaruense. No segundo dia de espetáculos, o sábado, dia 23, será a vez de os espectadores começarem a noite assistindo ao duo formado pela violinista Paula Bujes e o violoncelista Pedro Huff. Artistas e professores de música gaúchos radicados em Pernambuco, desde 2013, e premiados pelo CD “Afluências”, eles farão uma mistura de clássicos orquestrais, como a “Sinfonia Nº5 de Beethoven” ou um prelúdio de Bach, com sucessos do forró de Luiz Gonzaga, a exemplo de “Pau de Arara” e “Olha pro Céu”. “Vamos misturar tudo, gerando um repertório inédito. É aquele instrumental que as pessoas vão reconhecer a partir da segunda nota musical. Crescemos em orquestra, mas Paula está tocando rabeca e se dedicando a um trabalho de forró chamado ‘Baila’. Foi muito divertido criar estes arranjos”, pontua Pedro. A grande estrela do dia, o Quinteto Violado, virá logo em seguida, com músicas que já viraram clássicos, a exemplo de “Disparada” e “Sete Meninas” (Dominguinhos e Toinho Alves). O grupo é formado por Marcelo Melo, Dudu Alves, Ciano, Roberto Medeiros e Sandro Lins, que festeja 50 anos de música. “Não percam, pois será uma noitada muito bonita, com o São João fantástico da nossa terra”, garante Marcelo Melo. ACESSIBILIDADE Nas duas sessões dos concertos-aulas, estão previstas ações de acessibilidade, com audiodescrição pela VouSer Acessibilidade. O público-alvo da ação são ONGs e entidades sociais, mas meia hora antes do início das apresentações, os ingressos são liberados para o público em geral. “O concerto-aula ocorre como uma conversa descontraída, na qual exploramos a sonoridade pouco vista de uma orquestra sinfônica. São sons que você já ouviu, mas não se lembra de onde. Pode ter sido de uma trilha sonora, de um toque de celular, e que desvendamos de onde vem durante a aula”, explica o maestro. Carla Navarro completa: “Além de promover a inclusão social, a aula busca formar plateia para a música instrumental e para a música junina”. O São João Sinfônico é realizado por Carla Navarro Produção Cultural, tendo o incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura de Pernambuco e do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE), com apoio do Conservatório Pernambucano de Música, Estúdio Carranca, Virtual Filmes e da Frutetto. SERVIÇO FESTIVAL SÃO JOÃO SINFÔNICO Prosa de São João, dia 21, 19h,

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Obra Paisagem Artista Regina Silveira

Discussões sobre fome e violência pulsam a expansão do acervo da Usina de Arte

Em diálogo com sintomas sociais atuais, “Paisagem”, de Regina Silveira, e “Um Campo da Fome”, de Matheus Rocha Pitta, ampliam a lista de instalações do museu pernambucano para mais 40 obras Um labirinto de paredes transparentes de vidro cravejadas por bala e uma horta sagrada que contém e congela a fome. Duas obras estruturadas individualmente, cada uma ao seu tempo e modo, por dois dos principais nomes das artes visuais do País, ocupando juntas mais de 800m² de área e que sintonizam a criação artística às cicatrizes sociais que marcam o Brasil e o mundo. São com esses ingredientes que a Usina de Arte amplia o acervo do seu Parque Artístico-Botânico, com as obras recém-inauguradas “Paisagem”, de Regina Silveira, e “Um Campo da Fome”, de Matheus Rocha Pitta. A visitação é gratuita, de domingo a domingo, das 5h30 às 18h. De nome sugestivo para uma obra interativa, “Paisagem” fixa residência no Parque Artístico-Botânico do equipamento cultural em Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco, após ser um dos destaques da 34ª Bienal de SP em 2021. Financiada pela Usina de Arte, a obra propõe uma experiência singular, ao convidar o visitante a enfrentar um labirinto de quase 100m², com paredes de vidros medindo 2,5m de altura que trazem a 1,4m do chão furos com imagens impressas de tiros que mimetizam terem sido cravejadas por balas. “Cada um tem a sua percepção e experiência ao entrar em Paisagem. O percurso pode ser muito curto ou infinito, direto ou circular - observo que há muitas saídas e todas estão à vista”, provoca Regina. Em uma conversa sobre as violências assistidas e sentidas, a obra materializa uma série de labirintos gráficos que a artista iniciou nos anos de 1970, trazendo também a representação de tiros, outra marca do seu trabalho, a exemplo da série Crash, nas quais louças de porcelanas são “quebradas”. Silveira explica que labirintos são configurações ancestrais de espaços difíceis de habitar ou atravessar. “Paisagem, deliberadamente, remete à violência diária que experimentamos – presencialmente ou virtualmente – em todo o mundo. Os tiros, furados e impressos digitalmente nos vidros, foram apropriados da mídia que consumimos em jornais, revistas e TV”, aponta a artista visual que utilizou na obra 12 tipos de representações visuais de estilhaços. Para ela, a nova residência fixa da instalação, agora ao ar livre, também acresce a ela novas nuances às já percebidas na Bienal. “Estar em espaço aberto transformou o labirinto numa verdadeira fantasmagoria - porque reage totalmente à qualidade da luz. Ganhou outro tipo de presença e até diria que ampliou muitíssimo seu grau de irrealidade”, finaliza. Os corredores do labirinto medem 1,20m e atendem às normas de circulação e de acessibilidade. A estética glauberiana da fome O enredo da violência também encontra assento em outra inauguração da Usina de Arte, a superlativa – em escala e entendimentos - “Um Campo da Fome”, de Matheus Rocha Pitta. O violento aqui, entretanto, é legitimado pela função transformadora que pode ter. O instrumento de resistência do oprimido apontado por Glauber Rocha no manifesto “A estética da fome”, grito anticolonialista de 1965 e pilar do Cinema Novo, no qual o diretor defende uma linguagem emancipadora a partir da falta de comida e diagnostica que “enquanto não ergue as armas, o colonizado é um escravo”. Pitta também trouxe como insumo criativo a descrição de um campo da fome ao leste da Acrópole, na Grécia Antiga. Um terreno de mata onde não se podia entrar sob a pena de que a fome fugisse daquela redoma, como se estivesse presa, e alcançasse outros lugares. “Quis fazer a obra nesse sentido de contenção da fome. Recentemente, o Brasil voltou para o Mapa da Fome, as condições brasileiras estão voltando para uma situação parecida com a época do Glauber, então imaginei um lugar quase que sagrado, para deixar que a falta de comida fique só ali, congelada”, explica o artista visual. Maturada por três anos, a obra traz uma horta petrificada de 720m² (18x40m), com 30 canteiros, onde em cada um deles estão dispostas peças de cerâmica de uma fruta, raiz ou legume, de tradição no cultivo agrícola pernambucano, com feição do seu momento de colheita e armazenamento. Ao todo, a instalação é composta por cerca de 9 mil peças produzidas por Seu Domingos, artesão de Tracunhaém (i.m.) - cidade da Mata Norte de Pernambuco que se destaca pela produção de artesanato com barro. O resultado é um sequestro cromático de matiz terracota, no qual os alimentos – tal qual a fome - só são percebidos a partir de um contato visual mais próximo. “A obra faz esse diálogo com o tempo em que se apresenta e também com o seu entorno a partir da homenagem à mão popular e ao artesanato, elemento imprescindível para a obra e que sai do seu meio de circulação. Frutas que são feitas para ficar na decoração de casa assumem outros papéis”, acrescenta Matheus Rocha Pitta, que tem deitado luzes sobre o elemento comida em sua trajetória artística. “Campo da Fome estabelece um novo marco nessa régua do tempo, pois nunca fiz um trabalho nessa escala monumental, e agradeço à Usina de Arte por isso. Tive liberdade total durante o processo criativo, sem restrição temática nem de espaço. Existe uma coragem muito grande aqui de abraçar a liberdade artística”. Originalidade e responsabilidade cultural O curador da Usina de Arte, Marc Pottier, sublinha que esse momento de expansão do acervo do Parque Artístico Botânico consolida dois formatos estratégicos de aquisição de obras do projeto: via residência artística e relacionamento institucional. “Ao tempo que queremos que o artista namore o espaço da Usina, entenda seu entorno e pense em um projeto que esteja em acordo com a natureza, com a história desse lugar que foi uma usina de cana-de-açúcar, exaltando a originalidade do projeto, também entendemos a responsabilidade cultural que a Usina de Arte tem para o fomento da produção artística a partir de laços com institucionais”. É nesse último caminho que a obra de Regina Silveira se insere, fruto

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sem mascara

Pernambuco retira obrigatoriedade de máscaras em ambientes fechados

Números da Covid-19 em queda contínua permitiram a flexibilização no Plano de Convivência. Nova medida foi anunciada pelo Governo do Estado nesta terça-feira O governador Paulo Câmara anunciou, em pronunciamento divulgado nesta terça-feira (19.04), a retirada da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados a partir desta quarta-feira (20.04). A diminuição dos números da Covid-19 no Estado permitiu mais esta flexibilização no Plano de Convivência. De acordo com o governador, a semana epidemiológica 15, encerrada no último sábado (16.04), confirmou todos os indicadores da pandemia em queda. “Também na semana passada atingimos o patamar de 80% da população vacinada com duas doses ou dose única, e mais de 80% dos maiores de 60 anos de idade havia tomado a dose de reforço. Esses números nos dão condições de avançar mais um passo no nosso Plano de Convivência com a Covid”, explicou Paulo Câmara. O uso obrigatório da máscara será mantido nos transportes coletivos, escolas e unidades de saúde no Estado. “Vamos continuar incentivando a vacinação e trabalhando para encerrar definitivamente esse capítulo da nossa história”, concluiu o governador.

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AS SEVERINAS

Forró das Severinas será lançado no próximo dia 22

Com canções autorais e clássicos do forró e da MPB, o álbum Forró das Severinas estará disponível em todas as plataformas de música, no dia 22 de abril As Severinas, trio de mulheres do Sertão do Pajeú que há 11 anos encantam os fãs da poesia e da música regional, vão lançar o álbum Forró das Severinas, em todas as plataformas digitais de música, no próximo dia 22 de abril. O trabalho brinda toda a trajetória artística do grupo, passeando por canções presentes nos CDs e por clássicos do forró e da Música Popular Brasileira que o público já curtiu nos shows ao vivo. O Forró das Severinas foi gravado no CEU das Artes, em Serra Talhada. Para quem quiser assistir a gravação, além de ouvi-la, As Severinas vão disponibilizar o material no canal do YouTube do grupo em julho. As músicas autorais são composições individuais de Monique D’Angelo (Voz, declamações e sanfona) e de Isabelly Moreira (triângulo e declamações) e também parcerias das duas integrantes. “O repertório poético é versátil e traz várias poesias autorais, além de poemas dos vates pajeuzeiros Rogaciano Leite e Cancão. O nosso trabalho, além de trazer músicas autorais, traz músicas que já gravamos nos nossos três álbuns, a exemplo de composições de Zé Marcolino, Flávio Leandro, Chico César e Carlos Rennó, Benil, Ivan Gadelha e Luiz Romero”, detalhou Isabelly Moreira. “Além das grandes Bia Marinho e Maria Dapaz e também composições dos poetas Islan e Xico Bizerra em parceria com Biguá. E para engrossar esse caldo cultural, acrescentamos faixas de Assisão e Accioly Neto”, acrescentou ela. De acordo com Isabelly, o álbum vai levar a verdade musical e poética do grupo para dentro dos lares, ruas, calçadas e terreiros. Nas músicas Xamego de Fulô (Monique D’Angelo) e Forró das Severinas (Isabelly Moreira e Monique D’Angelo) são retratados os forrós sertanejos, as noites juninas, e é também um convite para o povo dançar e cantar, pois são dois baiões contentes. Nas canções Outros Pedidos e Ao Amor Que Chegará, ambas de Monique D'Angelo, é realizado um passeio pelas emoções dos amores, das saudades, dos afetos e das relações. Já em Mina Água, de Isabelly Moreira, são apresentadas algumas cidades do Pajeú, os costumes e as vivências locais que tanto marcam a própria identidade de As Severinas. “O Forró das Severinas é uma mostra de tudo o que fizemos até agora e é um mote do que pretendemos fazer. Esperamos que ao ouvirem esse projeto no dia 20 e ao assistirem, em julho, as pessoas curtam com a mesma ‘gostosura’ que foi poder construí-lo. Com esse álbum, todo mundo terá um show contratado para ver quando e como quiser”, comentou Isabelly Moreira.

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idoso domino

Saúde e cidadania dos homens idosos é foco de projeto no Recife

Instituto Boa Vista promove encontros para formação, debates e… campeonato de dominó O Instituto Boa Vista está realizando o projeto Entre Homens, com foco na saúde, cidadania e qualidade de vida de homens idosos. Com o pretexto de um campeonato de dominó, que atrai muitos homens com mais de 60 anos e aposentados, a instituição está promovendo encontros para diálogo, debates e formação desse público, com o objetivo de fazer com que se mantenham protagonistas de suas próprias vidas. “As mulheres idosas costumam ser mais ativas do que os homens. Em geral, elas cuidam mais da saúde, indo ao médico com mais frequência, buscam participar de atividades sociais e conversam entre elas sobre a família e demais questões relacionadas com o seu cotidiano. Os homens idosos não têm uma rotina de cuidados com a saúde e conversam pouco sobre si mesmos. Também falta informações de qualidade e políticas públicas que considerem as especificidades dos homens nessa fase da vida. Percebendo isso, elaboramos o Entre Homens, um projeto dirigido exclusivamente para esse público”, afirma Acioli Neto, coordenador geral do IBV. Por serem mais negligentes com a saúde, os homens morrem mais cedo que as mulheres. Durante a pandemia, por exemplo, eles ficaram ainda mais afastados dos consultórios médicos do que elas. É o que aponta uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), segundo a qual 55% dos 499 entrevistados acima de 40 anos em 22 estados brasileiros deixaram de fazer alguma consulta ou tratamento médico em função da Covid-19. Mais grave ainda, 40% dos entrevistas informou não ter procurado por nenhum atendimento de saúde no período. Apesar disso, apenas 6% dos homens admitiram que não cuidavam ou não se importavam com a sua saúde de forma habitual. O mesmo levantamento detectou que cerca de 81% dos homens entrevistados têm a impressão de que as pessoas estão indo menos ao médico ou fazendo menos tratamentos. “A ideia do nosso projeto é fazer um campeonato de dominó, que possamos usar como um chamariz. Para muitos homens idosos o jogo de dominó é o passa-tempo mais frequente nessa fase da vida. O nosso objetivo é aproveitar esse momento, nas ligas de dominó existentes em vários bairros do Recife, para estimular o diálogo sobre saúde e cidadania, além de, ao mesmo tempo, contribuir com informações qualificadas que melhorem a qualidade de vida desses homens e sobre a importância de se reconhecer como cidadão com direitos invioláveis na maturidade”, finaliza Acioli Neto.

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74% dos pais sofrem com a falta de interesse dos filhos pelos estudos

Uma relação saudável com os estudos não é a realidade da maioria das crianças e adolescentes, afetando pais e responsáveis Faltando 10 dias para o Dia Mundial da Educação, uma pesquisa realizada pela Piva Educacional, startup que ajuda crianças e adolescentes a terem autonomia nos estudos, revelou que 74,4% dos pais sofrem com a falta de interesse dos filhos pelos estudos e 57,6% dos responsáveis já colocaram os filhos de castigo por conta disso em algum momento. O levantamento ainda revelou que a pandemia foi um agravante na relação entre pais, filhos e os estudos: 67,6% dos pais precisaram ser mais ativos na educação dos filhos após o início da pandemia e 57,5% estudaram junto com eles para suprir as necessidades daquele momento. Outro recurso buscado por 67,9% dos pais nesse período foi a contratação de reforço escolar ou de professores particulares. “Com o ensino à distância, os pais participaram mais ativamente do ensino dos filhos. Dependendo da forma que isso acontece, pode ser um grande problema para a autonomia das crianças e para a qualidade do tempo gasto entre pais e filhos”, explica Bruno Piva, CEO e fundador da Piva Educacional. Bruno explica que o ideal é que crianças e adolescentes consigam estudar de forma autônoma. “Autonomia nos estudos não significa deixar de acompanhar seus filhos na escola, mas sim proporcionar independência para estudar, uma relação mais saudável com os estudos e, consequentemente, maior produtividade e aprendizagem. Esse é o propósito da Piva Educacional, fazer crianças e adolescentes aprenderem e gostarem de estudar sozinhas, e pais e responsáveis podem auxiliar nesse processo de diversas maneiras”, aponta o CEO. Os dados foram obtidos por meio de um formulário respondido por mais de 1500 famílias, com filhos entre 7 e 17 anos, durante o mês de janeiro, na Semana do Filho Estudioso, evento com conteúdos educacionais gratuitos promovido periodicamente pela startup como porta de entrada para as famílias que buscam auxílio no processo de aprendizagem dos filhos.

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Rodrigo Oliveira Balaio IMS creditos Carol Gherardi 1

"Sempre me apresentei como um paulistano de coração pernambucano"

Rodrigo Oliveira, Chef do estrelado restaurante Mocotó, de São Paulo, que se tornou conhecido por mostrar o valor gastronômico da cozinha sertaneja nordestina, fala da sua trajetória, da emoção de receber o título de cidadão pernambucano e dos projetos na fazenda da família no agreste de Pernambuco. Um dos mais badalados chefs da nova cozinha brasileira, Rodrigo Oliveira, ganhou inúmeros prêmios nacionais e inter- nacionais, como a estrela do Guia Michelin e ocupa o 23° lugar na lista do Latin America‘s 50 Best da revista britânica Restaurant, em 2021. Mas em maio receberá um novo reconhecimento que segundo ele “se compara a todos os maiores e mais honrosos prêmios” que recebeu: o título de cidadão pernambucano. Filho de pais nascidos no semiárido de Pernambuco, Rodrigo conquistou seu sucesso ao mostrar o valor gastronômico da comida sertaneja no Mocotó, restaurante fundado por seu pai na Vila Medeiros, periferia de São Paulo, que atrai de chefes de estado, aos vizinhos do entorno e até estrangeiros como o famoso chef televisivo Anthony Bourdain. Nesta conversa com Cláudia Santos, ele fala da sua trajetória, da forte relação com o sertão pernambucano, do projeto Quebrada Alimentada, que distribui quentinhas para pessoas sem acesso à alimentação, e da primeira produção de farinha da fazenda da família no agreste de Pernambuco. Como surgiu a ideia de ser chef e trabalhar no restaurante do seu pai? É uma história longa. O Mocotó foi fundado por meu pai, José Almeida, um pernambucano, sertanejo retirante, que saiu do sertão fugindo da fome e da seca. Ele chegou em São Paulo jovem, com zero recurso, sem educação formal. Trabalhou na feira, em metalúrgica, fundição, malharia até que, com dois Irmãos abriu uma casa do norte, que aqui em São Paulo é um misto de empório e, às vezes, um bar. Vendia favas, feijões, queijos. Aí, os três irmãos começaram a se estabilizar, viram que era um negócio próspero. Resolveram montar a segunda casa do norte e um tempo adiante, montaram a terceira. Depois se separaram e cada um ficou com uma das casas. Meu pai ficou com a localizada na Vila Medeiros, onde estamos até hoje. Esse empório que tinha um “quê” de bar foi ganhando notoriedade, por servir um caldo de mocotó. Meu pai é um cozinheiro intuitivo, nunca teve formação na área e tampouco cozinhava, começou a cozinhar por necessidade. Só que ele tem um paladar tão fino, que mesmo sem haver na época essa tendência de comida saudável, de evitar excesso de gordura e sal, ele aplicava isso intuitivamente. O caldo de mocotó começou a ganhar fama e o empório foi dando lugar a um boteco modesto. Nasci praticamente dentro desse restaurante. Com 13 anos, já comecei a lavar prato, servir mesa, ajudar na cozinha. Hoje, vejo que o que me levou para lá não foi, especialmente, o apreço pela cozinha, mas a possibilidade de ficar mais perto do meu pai. Todos os finais de semana, eu trocava os passeios, as brincadeiras, os encontros com os amigos para lavar louças. Era difícil vislumbrar uma carreira ali e meu pai nunca me incentivou. Então fui estudar engenharia ambiental, depois troquei de curso, fiz gestão ambiental, até que conheci um cara que estudava gastronomia. Eu perguntei: gastronomia? Eles te ensinam a cozinhar? Ele disse que sim e era aluno do primeiro curso de gastronomia do País da Anhembi-Morumbi. Do convívio com esse cara, que se tornou um grande amigo, veio o encantamento por esse mundo, porque nossa família não tinha acesso a restaurantes, por cultura e por falta de recurso. Comecei a pensar: será que eu poderia ser cozinheiro? Porque eu era muito diferente dos chefs que estavam nas revistas e nos livros. E concluí: talvez não seja o aluno mais talentoso, mas serei o mais aplicado. Larguei a segunda faculdade para estudar gastronomia. Foi quando tive contato com esse mundo, descobri que essa base universal da boa cozinha se aplica desde ao restaurante estrelado, da hotelaria, até a barraca de rua ou ao restaurante nordestino da Vila Medeiros. Esse foi o nosso ponto de virada, quando entendemos que podíamos apresentar uma cozinha nordestina sertaneja autêntica, mas por meio de uma linguagem universal. Este é o grande feito do Mocotó: apresentar uma cozinha que sempre foi estigmatizada. O que se falava sobre a cozinha do sertanejo? Que era pobre, feia, grosseira, pesada. Imagina você reverter essa percepção! E é aí que o Mocotó se torna um restaurante notável porque – não digo que a gente cozinha melhor do que minhas tias e avós lá no Sertão, longe disso – mas conseguimos criar uma linguagem que não só o público daqui entende, mas que o mundo entende como uma cozinha de valor gastronômico. E é uma linguagem nova porque se você observar as listas internacionais de restaurantes das quais o Mocotó faz parte, nenhum se parece com ele, nem na forma, nem no conteúdo. Qual a proposta dos seus outros restaurantes? Em São Paulo temos o Balaio IMS, dentro do Instituto de Moreira Salles, na Avenida Paulista, um lugar belíssimo, dentro de um centro de arte. O Balaio é cozinha brasileira plural. A gente tinha muita vontade de trabalhar com o Brasil e lançar mão desse entreposto incrível que é São Paulo, que tem uma confluência tremenda de culturas. Temos também o Mocotó Café, que são três unidades, é uma versão mais expressa do Mocotó. Em Los Angeles (EUA) temos o Caboclo, talvez o primeiro restaurante de cozinha brasileira moderna. A gente leva a gastronomia do Brasil, mas com um sotaque californiano, porque seria um grande desperdício e talvez receita de insucesso ignorar aquele contexto riquíssimo. Queremos mostrar um Brasil moderno, sem estereótipos. Nossa ideia não era ter um grande restaurante brasileiro, mas ter um grande restaurante, notável por seus méritos, e que é brasileiro. Senão, vira um restaurante pitoresco. A cozinha brasileira não é notável só porque é exótica para o resto do mundo, mas porque temos ingredientes e técnicas de primeira linha e hoje temos chefs de classe

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