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Stellantis faz recorde de market share na América do Sul no semestre e apresenta o Bio-Hybrid

A Stellantis registrou uma receita líquida na sua operação global de £ 98,4 bilhões no primeiro semestre. O desempenho representa um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2022. A empresa teve 14,4% de margem de lucro operacional no período. O presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, apresentou um balanço do primeiro semestre da empresa, com alguns dados também do continente. Na América do Sul, a Stellantis registrou uma participação de mercado de 23,7%. No Brasil, o market share do grupo é de 32,3%. A empresa lidera também na Argentina, com 31,2%. Na região se destacam ainda os mercados do Uruguai (24,5) e do Chile (12,1%). O grupo vendeu 411 mil unidades na América do Sul, onde tem uma liderança consolidada. Filosa destacou que entre 2021 e 2025 a Stellantis registrou 43 lançamentos em suas 8 marcas, sendo 17 SUVs, 9 carros de passeio, 9 vans e 8 picapes. "Estamos crescendo todos os meses na América do Sul, o que nos levou a marca histórica de 23,7% de market share no continente. Somos a região de maior market share de todas as regiões da Stellantis, o que é claramente um orgulho para o time, que consegue chegar a resultados históricos e robustos". Ele ressaltou também que as marcas do grupo avançam na Colômbia. Em relação aos carros elétricos, a empresa globalmente teve um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. No evento, que aconteceu no parque industrial de Betim, em Minas Gerais, os executivos do grupo apresentaram a estratégia de transição para atingir a meta de descarbonização e apresentaram o Bio-Hybrid. Trata-se da tecnologia de motopropulsão híbrida, que combina energia térmica flex e eletrificação em três plataformas correntes da empresa, oferecendo soluções acessíveis para uma transição mais sustentável na mobilidade. Essas distintas alternativas híbridas poderão ser adotadas de forma flexível em diversos produtos e marcas do grupo. As metas são de reduzir as emissões em 50% até 2030 e atingir net zero (neutralidade de carbono) emissões até 2038. O etanol terá um papel importante nessa transição (Leia mais na reportagem Descarbonização: etanol na transição energética) . “O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos”, declarou Antonio Filosa. STELLANTIS NO BRASIL Sobre os números no Brasil, o grupo Stellantis tem o modelo mais vendido no País (Fiat Strada) e lidera no segmento SUV também, com a Jeep, que tem a frota produzida em Goiana. Nos destaques do semestre foi o anúncio do Rampage, que cresceu 336% de vendas. "O Brasil representa 60% do mercaso sulamericano. Então, a maioria das nossas deciões são feitas para o mercado brasileiro", destacou Filosa. No pacote de novidades de 2023 do grupo, Filosa apresentou os 6 novos veículos já lançados, incluindo o Rampage - produzido em Goiana - e fez segredo sobre a imagem do novo Fiat Strada Turbo, que será apresentado ao mercado ainda neste ano. Para dar suporte às novas demandas de veículos híbridos, a empresa deve anunciar um novo plano de investimentos, mas não tem data ainda para isso. Filosa ressaltou que atualmente a empresa está em meio a um cliclo de investimentos (2018 - 2025) de R$ 16 bilhões (95% no Brasil, sendo metade em Minas Gerais e metade em Pernambuco). "Até 2025 os investimentos já estão previstos, para frente é muito mais dinheiro. De 2026 em diante estamos negociando investimentos com nossos acionistas. Até agora tivemos um bom debate para uma quantia de investimentos muito maior que R$ 16 bilhões. Mas não podemos falar nem quando, nem quanto", declarou o presidente da Stellantis na América do Sul. O último grande investimento na fábrica de Goiana foi para a nova linha da Rampage. PERSPECTIVAS DO GOVERNO LULA "Os dados dos últimos meses são melhores que o mesmo período do ano passado, com bons resultados. O que precisamos observar é como a economia se desenvolve para os próximos anos. Entendemos que a taxa de juros deve começar a cair. O setor imobiliário e as vendas de carro se beneficiam. Somos otimistas em relação a isso. Caindo a taxa de juros, porque a inflação está controlada, entendemos que aumenta o consumo. Tudo começa a se encaixar tendo uma lógica de crescimento para todos", afirma Filosa. As dúvidas do executivo são nas tensões globais, mas as expectativas com o Brasil são otimistas. FUTURO DA STELLANTIS "O principal objetivo que temos a partir de 2030 e para frente é a redução de emissões de CO2. O problema é a excessiva emissão de CO2 na atmosfera. Nosso objetivo é até 2030 chegar a cortar em 50% do que era medido em 2019 e a até 2038 entregar zero. Segundo objetivo, para sustentar o primeiro é acelerar as vendas de carros elétricos. Nós queremos até 2030 queremos chegar a 100% das vendas na União Europeia, a 50% das vendas nos Estados Unidos e a 20% das vendas no Brasil. E o outro é ser líder de experiências positivas de nosso consumidor, seja em qualidade de produto, seja em qualidade dos serviços, onde queremos ser número 1", projetou Filosa. "Já somos financeiramente muito robustos, mas nós queremos crescer e até duplicar a receita líquida em 2030 a receita que tínhamos até 2019. Queremos impulsionar a rentabilidade na América do Sul, pois isso gera mais caixa para investir em espaços e em competências de desenvolvimento de tecnologias de produtos na região". O grupo pretende acelerar o lançamento de novos produtos para consolidar a liderança no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, além de crescer nos demais países. Entre os pilares para o crescimento da empresa no futuro, Filosa destacou a nacionalização do desenvolvimento de componentes e de fornecedores, a descentralização da indústria em todas as regiões do País, além da descarbonização.

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Capa Algomais 228

Descarbonização: etanol na transição energética

*Por Rafael Dantas A eletrificação da frota de veículos é uma tendência sem volta em um mundo que luta contra as emissões de carbono. No entanto, a disponibilidade brasileira de etanol e a estrutura socioeconômica do País apontam para uma transição de descarbonização híbrida. O modelo a ser adotado pela indústria automobilística do País tem impacto direto em Pernambuco, visto que o Estado possui tanto uma montadora, em Goiana, como uma das gigantes do fornecimento de baterias, em Belo Jardim, além de ter também tradição no setor sucroenergético, fornecedor de etanol. Diante da pressão global pela descarbonização da mobilidade brasileira, as expectativas do mercado são do aumento da produção de veículos elétricos alimentados a bateria (BEV) e ao etanol. Além dessa aposta de migração para o carro 100% elétrico mais lenta e gradual, a expectativa das empresas do setor e da sociedade civil organizada é de que essa virada comece pelos ônibus. “O Brasil passará por um processo de eletrificação gradual dos seus automóveis. Isso não tem a ver com modismo, mas bastante a ver com a legislação. Ela é também, em muitos casos, indutora de inovação. Tira as pessoas e empresas de uma situação de acomodação para que busquem a inovação”, afirmou Luiz Mello, diretor de baterias industriais, BESS, Lítio e Rede de Serviços da Moura. Apesar das definições serem internas, a agenda de transição é internacional, diante do aquecimento global, com suas previsões catastróficas. “Até 2050 precisamos alcançar a meta de atingir o equivalente a 10% do que emitimos hoje no planeta de CO2. É urgente a mitigação das emissões”, destaca o vice- -presidente de Compliance de Produto da Stellantis na América do Sul, João Irineu. Ao fazer uma comparação entre o cenário do Brasil e do mundo, ele destaca que o País está melhor posicionado mas defende que todos precisam contribuir nessa agenda climática global. “O setor de energia é responsável por dois terços das emissões de CO2 no mundo para gerar energia e transporte. No Brasil é um quarto, porque temos uma matriz energética favorável nesse aspecto. Mais de 85% da nossa energia é renovável, de baixo carbono”, destacou. Dentro do setor de transporte no Brasil, os caminhões são responsáveis por 45% das emissões de CO2, enquanto que os veículos de passeio e comerciais leves representam 41%. Completam essa lista os ônibus, com contribuição de 11%, e as motos, com 3% de emissões. Os números são de um combinado de estudos do SEEG (Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, do Boston Consulting Group e do Cait, ranking global de emissões do World Resources Institute. “Da frota circulante de 44 milhões de carros, 2 milhões são veículos pesados e 42 milhões são veículos leves. Ou seja, 5% da frota é responsável por 56% das emissões”, destacou o diretor da Stellantis. “Todo mundo tem responsabilidade e tem que fazer o dever de casa”. As metas da empresa são, inclusive, mais ousadas do que aquelas assinadas nos compromissos internacionais com o clima. A Stellantis projeta reduzir 50% das emissões catalogadas em 2021 até 2030, quando será feito um novo inventário. Enquanto o mundo tem observado as emissões diretas dos carros (exclusivamente o que sai do escapamento do veículo), há um conjunto de especialistas que têm defendido observar toda a cadeia produtiva do processo de fabricação, desde a extração da natureza ao transporte e matéria-prima dos seus componentes. É um cálculo do poço à roda. Ou seja, nessa conta, o etanol brasileiro possui patamares de emissões bem próximos aos dos identificados em toda a cadeia dos carros elétricos. Daí está a competitividade do setor sucroenergético na pauta de descarbonização. “O CO2 fóssil não é renovável, vai para a atmosfera e acumula. Mas todo CO2 que sai na combustão do motor etanol é capturado pela plantação da cana-de-açúcar da próxima safra. O CO2 que sai da frota que está rodando com etanol ao longo do ano está sendo capturado pela plantação de cana-de-açúcar que está crescendo e que vai gerar o etanol da próxima safra. Ele só não é 100% renovável, mas é baixo carbono porque se usa ainda muita máquina diesel para produzir e distribuir o etanol. Caminhões, colheitadeiras, serviços de irrigação ainda usam diesel. Por isso, o etanol é entre 70% a 80% renovável”, afirmou João Irineu. O presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, afirma que o setor tem avançado em iniciativas para reduzir as suas emissões, bem como tem avançado no desenvolvimento de combustíveis para outros setores. “O setor sucroenergético é pioneiro nessas iniciativas e caminha com avanços no transporte agrícola com o biogás e biometano, também na rota do chamado SAF (sustainable aviation fuel – combustível de aviação sustentável), assim como, no abastecimento verde de combustíveis marítimos. A atividade do setor envolve ciclos de produção sustentáveis, notadamente pela biomassa da cana com seus derivados, que representam cerca de 16% de nossa matriz energética”, afirmou Renato Cunha. Em Pernambuco, a safra que terá início de moagem entre julho e agosto deve resultar em produção e processamento de mais de 14,5 milhões de toneladas de cana e no mínimo um milhão de toneladas de açúcar e em torno de 370 milhões de litros de etanol. Para incentivar o setor, a grande expectativa fica por parte do Renovabio, programa que envolve as distribuidoras de combustíveis e as usinas de etanol e de biodiesel. De acordo com Renato Cunha, o objetivo desse sistema é que as distribuidoras tenham metas de compras de Certificados de Descarbonização para compensação por distribuírem combustíveis fósseis. “Constitui-se em um programa de incentivos aos créditos de carbono, bem consolidado, inclusive com penalidades financeiras para o não cumprimento de metas. Assim, os programas de descarbonização, para terem mais eficiência, necessitam de compromissos bilaterais que não fiquem apenas no voluntarismo das partes”. APOSTA EM CARROS HÍBRIDOS PARA DESCARBONIZAÇÃO Quando colocado na balança todo o processo de produção e uso dos veículos e não apenas os resíduos que saem do escapamento, a contribuição do etanol para a descarbonização dos transportes se aproxima muito do

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10 fotos de Garanhuns Antigamente

No clima de Festival de Inverno, que acontece nesta semana em Garanhuns, a coluna Pernambuco Antigamente visita a cidade que está na lista das preferidas no turismo do interior do Estado. O passeio de hoje por este destino turístico do Agreste caminha pelas ruas, prédios e praças do município. As fotos foram localizadas no banco de imagens da Biblioteca do IBGE. Prefeitura de Garanhuns . Estação Ferroviária de Garanhuns . Vista panorâmica da cidade, bairro da Boa Vista . Rádio Difusora de Garanhuns . Parque Municipal Ruber van der Linden . Mosteiro de São Bento  . Catedral de Santo Antônio . Avenida Santo Antônio . Sanatório Tavares Correia . Vista aérea de Garanhuns . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Multinacional japonesa de tecnologia inaugura operação no Recife

NTT DATA já conta com 180 profissionais no Recife e mais de 5 mil trabalhadores em todo o Brasil. Fotos: Edson Holanda/PCR A nova sede da multinacional japonesa NTT DATA foi inaugurada no Bairro do Recife ontem (26). Especializada em integração de sistemas de Informação, a empresa chegou à cidade em 2022, oficializando uma parceria com o Porto Digital. Com uma rede global e atuando em 9 cidades ao redor do Brasil, a NTT DATA escolheu o Recife como ponto de entrada para o Norte e Nordeste brasileiro. “Recife é a cidade que mais forma estudantes em tecnologia per capita no Brasil. E, hoje, estamos trazendo mais um grande anúncio: a NTT DATA com o seu novo escritório no Bairro do Recife. É uma super empresa, de porte global, com origem no Japão e que escolheu o Recife pra ser seu ponto de entrada no Norte e Nordeste brasileiro. Eu tenho certeza que quem aposta e acredita no Recife também vai colher bons resultados”, afirmou o prefeito João Campos na inauguração da nova sede. ESTRUTURA A nova unidade da NTT DATA, comandada pela engenheira pernambucana Virgínia Heimann, está localizada no complexo imobiliário Moinho Recife Business & Life, ocupando cerca de 700 m². O espaço conta com um auditório com capacidade para 50 pessoas, além de áreas destinadas a reuniões híbridas e demonstrações de soluções. EMPREGOS Atualmente, a NTT DATA conta com mais de 5 mil profissionais em todo o país, incluindo mais de 180 talentos no Recife. A empresa oferece a possibilidade de trabalho remoto, enquanto seus escritórios funcionam como locais para reuniões, eventos e ocasiões especiais.

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"Não há vento favorável para quem não sabe onde deseja ir" (por Francisco Cunha)

Enquanto acompanhava atentamente da plateia, depois de ler no palco o manifesto pela inclusão do trecho em Pernambuco da Transnordestina no PAC e no PPA, as falas dos empresários e políticos no evento articulado pelas entidades empresariais pernambucanas na Fiepe, semana passada (ver matéria de capa desta edição), tive consolidado meu entendimento de que estamos nesta situação, que classificaria de dramática, por causa do quase completo desmantelamento do planejamento público estratégico no País. Se não, vejamos. A começar do nível federal, chegamos ao cúmulo, no governo passado, depois de décadas de desprestígio, com a extinção do ministério do Planejamento, fundindo-o num mal ajambrado ministério da “Economia”, reunindo num só lugar, de forma totalmente inadequada (só para falar de um aspecto danoso), quem cuidava da elaboração do orçamento e quem cuidava de sua execução financeira. No nível regional, a absurda extinção da Sudene no governo de Fernando Henrique Cardoso causou um dano enorme ao Nordeste que, nem a sua “substituição” pelo Banco do Nordeste (como pretendiam os proponentes e operadores da extinção), nem a sua tímida recriação anos depois, sequer chegaram a mitigar. No plano estadual, a lenta agonia da hoje agência Condepe/Fidem, infelizmente, terminou por contribuir com a perda da capacidade provocativa essencial que teve na época de sua criação, na década de 1950, para a deterioração do posicionamento estratégico de Pernambuco na região e no País. No âmbito municipal do Recife, o desmantelo vem de longe e só mais recentemente começou a ser minimamente revertida a perda de capacidade propositiva de longo prazo. A inacreditável eliminação (do Natal para o Ano Novo do ano passado) do trecho pernambucano da Transnordestina é, para mim, uma espécie de trágico coroamento desta terrível incapacidade de planejar no longo prazo. O Governo Federal não soube, até a consumação da exclusão, distinguir o que é uma concessão privada do que é uma diretriz de desenvolvimento regional. A Sudene esteve nos últimos anos completamente alheia ao processo, com a capacidade de planejar e conduzir o desenvolvimento regional drasticamente reduzida. No âmbito estadual, as instâncias de planejamento, não obstante terem trabalhado muito para encontrar uma alternativa à permanente má vontade da concessionária para com o trecho ferroviário estadual, não conseguiram articular uma visão exequível e disseminada de futuro para o Estado como um todo considerando, inclusive, suas enormes desvantagens competitivas em termos de clima, território e recursos naturais face às enormes exigências contemporâneas da revolução tecnológica do conhecimento e das mudanças climáticas. Os eventos recentes, sejam aqueles positivos relacionados à articulação da sociedade civil como vimos na Fiepe, sejam aqueles negativos relacionados à articulação concorrencial contra os interesses dos pernambucanos ou, ainda, aqueles relacionados às avassaladoras mudanças tecnológicas e climáticas, nos induzem a crer que é mais do que chegada a hora de restaurar a indelegável capacidade de planejamento público estratégico em todas as esferas federativas. E, em sendo assim, minha sugestão é que os pernambucanos, aproveitando a oportunidade do evento da Fiepe, nos concentremos na instância sobre a qual temos maior governabilidade que é a estadual, sem desconsiderar, claro, a oportunidade política atual de termos à frente da Presidência da República, do Banco do Nordeste e da Sudene três políticos pernambucanos. Atribui-se ao filósofo romano Sêneca (4 a.C – 65 d.C.) a frase: “Não há vento favorável para quem não sabe onde deseja ir”. Que consigamos definir, com o apoio da sociedade organizada, para onde Pernambuco deseja ir, antecipando os ventos desfavoráveis e aproveitando bem os favoráveis que surgem. Que Sêneca nos inspire!

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algomais 227

Ramal de Suape da ferrovia mais próximo da realidade

União de políticos de diferentes correntes partidárias, da classe empresarial e da sociedade civil organizada começa a dar resultados e cresce a perspectiva de que a obra será realizada com verbas públicas, podendo ter participação da Bemisa numa segunda etapa *Por Rafael Dantas O projeto da Transnordestina percorreu alguns passos, de volta, em direção a Pernambuco. Após a remoção da linha Salgueiro-Suape, em dezembro do ano passado, uma forte articulação empresarial e política está construindo uma alternativa para a retomada das obras. O primeiro vagão a voltar aos trilhos é sobre o financiamento. As sinalizações do Governo Federal são de que o empreendimento em solo pernambucano seja anunciado no PAC 3 - Programa de Aceleração do Crescimento e entre no PPA (Plano Plurianual), que define o orçamento para os próximos anos. Enquanto não acontece o anúncio oficial, o movimento em defesa do transporte sobre trilhos no Estado segue avançando. Nesta semana, 32 organizações empresariais assinaram na sede da Fiepe o documento Pela garantia de conclusão da Transnordestina até o Porto de Suape. É uma locomotiva da sociedade que tem posicionado esse empreendimento como uma prioridade para a economia regional. “A perda desse trecho significa para nós uma mutilação tão grande quanto foi a perda da Comarca das Alagoas e da Comarca do São Francisco, quando das revoluções de 1817 e 1824. Estamos hoje neste momento especial de fazer essa mobilização para que o trecho Salgueiro-Suape seja recolocado no desenvolvimento de Pernambuco”, disse no evento Francisco Cunha, consultor da TGI Consultoria e presidente do comitê de Business Affairs da Amcham Recife, antes da leitura que fez do manifesto das entidades. O tom histórico dado à essa luta estava representado na mesa da Fiepe que reuniu opositores políticos que formaram um consenso em torno da pauta. “A perseverança necessária e a mobilização das bancadas, da sociedade civil e do Governo do Estado fez a gente ser reincluído na fala. A gente precisa agora é ser reincluído no orçamento, para recomeçar a obra com orçamento público pela Infra S.A., que faz ferrovias pelo Brasil”, afirmou a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE). A esperança de que o pleito dos empresários será atendido, veio com a fala do senador Humberto Costa (PT-PE). “A decisão sobre a continuidade da Transnordestina está tomada. O presidente nos disse isso”, garantiu durante o evento na Fiepe. “Agora, no final do mês, ou no máximo no começo de agosto, será lançado o novo PAC. A retomada da Transnordestina está garantida ali. Agora, a gente só tem condições de abrir mão de estarmos nos reunindo quando isso estiver devidamente garantido, viabilizado e no orçamento”, ressalvou o senador. Além da sinalização de Humberto Costa de que o empreendimento estará contemplado no PAC, o superintendente da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento Econômico do Nordeste), Danilo Cabral, anunciou que no Plano de Desenvolvimento Regional do órgão o trecho pernambucano também está contemplado. “A Sudene, cumprindo seu papel, aprovou, na semana passada, o Plano Regional de Desenvolvimento para o Nordeste. A Transnordestina hoje não significa mais Suape-Salgueiro, significa Pecém. O trecho Suape-Salgueiro vai receber outro nome. Mas a gente reposicionou a ferrovia no nosso plano para, inclusive, fazer parte do próximo PPA. A Sudene é parte obrigatória da solução da questão da Transnordestina. Essa é uma obra da unidade dos pernambucanos, da mesma forma como foi Suape”, comparou Danilo Cabral. Ele lembrou que a superintendência tem mais de R$ 3 bilhões já investidos na atual obra da ferrovia. Outras fontes de financiamento, que foram acessadas pela Transnordestina SA, também estão na mira para a retomada das obras da linha pernambucana, segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste também é um dos caminhos para buscarmos os recursos. Aliás, o presidente Lula determinou que é preciso revisitar todos os fundos disponíveis para que não sirvam só para o superávit primário. Mas precisam servir para investir no setor produtivo, gerador de produção de riquezas. Acredito que vamos ganhar mais uma batalha, que é do povo brasileiro”. NOVO COMANDANTE DA LOCOMOTIVA À VISTA Nas últimas semanas cresceram as menções sobre a Infra S.A. (antiga Valec) como a empresa que fará a retomada das obras até que se encontre um parceiro privado para assumir a concessão. Caso não seja viabilizada uma parceria público-privada para o empreendimento, o Governo Federal seguirá como responsável pela construção do trecho pernambucano. A escolha pela Infra S.A. será mais um vagão sendo colocado no trilho de retomada das obras do empreendimento no Estado, que ficou sem direção após a amputação do trecho pela TLSA. A empresa, inclusive, é acionista minoritária do trecho que segue para Pecém, com 36,47% do capital social constituído da Transnordestina S.A. Foi por intermédio da Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, que foi demandado o estudo sigiloso da Mckinsey sobre a ferrovia na região. “Nossa expectativa é que todo esse esforço do povo pernambucano seja transformado no compromisso do Governo Federal de reiniciar as obras do trecho Salgueiro-Suape já a partir do ano que vem com recursos públicos do orçamento da União, através da Infra S.A. E garantir que para cada dormente que seja instalado, cada metro de trilho colocado lá, ela se torne ainda mais viável para atrair também investimentos privados que podem concluir a obra. Que possamos ver a Transnordestina se tornando realidade na sua visão de integração regional, que uniu o Piauí, o Ceará e Pernambuco”, afirmou o deputado Pedro Campos (PSB-PE). Na semana passada, o atual presidente da companhia, Jorge Bastos, esteve na Paraíba, onde defendeu pretender retomar as obras da malha ferroviária local, ligando-a à Transnordestina. O Estado vizinho também sofreu a interrupção das operações ferroviárias de carga, após a privatização da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal). A construção da linha Salgueiro-Suape é condição necessária para reativação de ramais ferroviários para Paraíba e Alagoas. Esse interesse dos estados vizinhos pela conexão com o tronco Salgueiro-Suape da ferrovia é outro ingrediente que contribui para a mobilização política e empresarial pela retomada do trecho, que tem relevância regional. A

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Inteligência artificial no Setor Público: rumo a um Estado ágil e eficiente

*Por Rafael Toscano Nos últimos anos, as revoluções da Indústria 4.0 têm desencadeado mudanças significativas em todos os aspectos da sociedade. Uma das maiores transformações é a adoção e a evolução da Inteligência Artificial (IA), que tem o potencial de revolucionar a forma como o setor público opera e como os governos servem seus cidadãos. A utilização de tecnologias disruptivas, como a IA, pode impulsionar a eficiência governamental, aprimorar a tomada de decisões e capacitar o Estado a oferecer serviços mais ágeis e personalizados. A IA como Aliada do Setor Público A Inteligência Artificial compreende uma série de técnicas e algoritmos que permitem que os sistemas computacionais simulem a inteligência humana e aprendam com dados, melhorando sua performance ao longo do tempo. No setor público, a IA pode ser aplicada em diversas áreas, como transporte, saúde, educação, segurança, administração pública e políticas públicas. A burocracia muitas vezes é apontada como um dos principais obstáculos à eficiência governamental. Processos demorados e complexos podem tornar a interação com o Estado uma experiência frustrante para os cidadãos. No entanto, com a IA, é possível automatizar e agilizar muitas dessas tarefas burocráticas. Chatbots e assistentes virtuais, por exemplo, podem fornecer respostas rápidas a perguntas comuns e orientar os cidadãos sobre procedimentos e serviços disponíveis. Além disso, a análise de dados pode ajudar os governos a identificar gargalos e pontos de ineficiência em seus processos, permitindo que sejam tomadas ações corretivas de forma mais ágil e precisa. Tomada de Decisões Baseada em Dados A tomada de decisões no setor público é frequentemente complexa e envolve um grande número de variáveis. Nesse contexto, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para auxiliar os gestores públicos a tomarem decisões mais informadas e embasadas em dados. Ao analisar grandes volumes de informações, a IA pode identificar tendências, prever cenários futuros e ajudar a antecipar problemas. Isso pode ser especialmente útil em áreas como planejamento urbano, segurança pública e gestão de recursos, permitindo que o Estado adote medidas proativas para enfrentar desafios antes que eles se tornem crises. Serviços Públicos Mais Personalizados Cada cidadão é único, com necessidades e expectativas diferentes em relação ao governo. A IA possibilita a personalização de serviços públicos, tornando a experiência do usuário mais satisfatória e eficiente. Por exemplo, sistemas de recomendação podem sugerir programas sociais ou benefícios específicos para cada cidadão, com base em seu perfil e histórico. Isso evita que as pessoas tenham que procurar informações em diversas fontes, tornando o acesso aos serviços mais acessível e fácil. Desafios e Preocupações Embora a IA ofereça um enorme potencial para transformar o setor público, também há desafios e preocupações que devem ser abordados. A segurança dos dados é uma das principais questões, já que o Estado lida com informações sensíveis de milhões de cidadãos. É essencial garantir que as soluções de IA adotadas sejam seguras e estejam em conformidade com as regulamentações de proteção de dados. Outra preocupação é a possibilidade de viés nos algoritmos. Se os sistemas de IA forem treinados com dados que refletem preconceitos ou desigualdades existentes na sociedade, isso pode resultar em decisões discriminatórias ou injustas. É fundamental que os governos implementem mecanismos de auditoria e supervisão para garantir que a IA seja usada de forma ética e justa. Assim, a Inteligência Artificial tem o potencial de revolucionar o setor público, tornando-o mais ágil, eficiente e centrado no cidadão. Ao adotar tecnologias disruptivas como a IA, o Estado pode automatizar processos, melhorar a tomada de decisões e oferecer serviços mais personalizados e acessíveis. A colaboração entre setor público, sociedade civil e especialistas em tecnologia é fundamental para garantir que a IA seja utilizada de forma ética, responsável e em benefício de todos os cidadãos. O futuro do setor público está intimamente ligado à adoção de tecnologias disruptivas, e a IA certamente está no centro dessa transformação. Ao abraçar essa revolução tecnológica, os governos podem alcançar níveis inéditos de eficiência e melhorar significativamente a qualidade de vida dos cidadãos que servem. Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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Luiz Alves

"É urgente recuperar o metrô e ampliar a sua função social"

Economista defende reverter o processo em andamento de privatização do metrô do Recife, com a retirada da empresa do Plano Nacional de Desestatização, e priorizar a recuperação do sistema. "É urgente recuperar o metrô e ampliar a sua função social", afirma o economista Luiz Alves, doutor em geografia econômica e professor da Universidade de Pernambuco. Além de alertar para a necessidade de reverter o cenário de precarização atual do serviço de transporte público de passageiros sobre trilhos no Recife, que decaiu vertiginosamente após a entrada no Plano Nacional de Desestatização (PND) do Governo Bolsonaro, o docente destaca a relevância socioeconômica do setor dentro da gestão pública. Os profissionais do sistema metroviário pernambucano realizaram ontem a primeira paralisação durante o terceiro mandato do Governo Lula, pedindo investimentos para recuperação do sistema e solicitando a retirada da empresa do Plano Nacional de Desestatização. A discussão, que já passou pelo Senado, pela Alepe e pela Câmara de Vereadores do Recife, trata do modelo de gestão do transporte de passageiros sobre trilhos, o único que sobrou dentro da gestão pública. O transporte de cargas no Estado foi privatizado no final dos anos 90, entrando em falência em poucos anos. "O setor de transporte é muito importante. O metrô, especialmente no Recife, transporta trabalhadores e trabalhadoras de bairros populares. Se você observar nossas linhas, tanto Camaragibe, como Cajueiro Seco e Jaboatão, elas atendem áreas de muito adensamento populacional e de uma necessidade muito grande de transporte de qualidade e barato, pois são regiões populares. O Governo Federal deve avançar as conversas e diálogo sobre a CBTU no sentido de tirá-la do PND, não só por isso, mas por outros fatores. Há viabilidade técnica e financeira da CBTU de se manter viável", avaliou o economista. O economista é crítico do modelo de privatização das empresas públicas com funções sociais e defende que a prioridade no caso do sistema pernambucano não é a transferência para uma administração privada, mas de recepção de investimentos públicos para sua recuperação. "O mais importante é a recuperação. Houve recentemente um acidente mais sério, com a quebra dos cabos, o que é indício de precariedade. Isso precisa ser urgente revertido, pois são vidas em deslocamento pelo metrô. Defendo também a permanência na gestão pública e a adequação para que cumpra a sua função social. Empresa privada não tem função social, tem lucro, eficiência a todo custo. Mas empresas como a Petrobras e a CBTU tem cláusulas relacionadas a sua função social". Ele lembra que o sucateamento das empresas públicas é típico desses processos de privatização. "Tivemos num dado período de nossa história econômica, recente, essa estratégia de sucatear, deixar cair a um nivel precário dos serviços, para justificar uma possivel privatização. Essa precarização faz também o preço da empresa cair e venda se tornar mais fácil. Isso foi muito denunciado também no caso dos Correios. Infelizmente é uma prática deliberada". FUNÇÃO SOCIAL Além de melhorar a qualidade do transporte, uma das pautas em discussão dos movimentos em defesa do metrô é pela tarifa social. Até março de 2019 o preço das passagens do Metrô do Recife era de R$ 1,60, quando começou uma escalada de subida. O sistema foi incluído no PND em setembro daquele ano, o primeiro ano do Governo Bolsonaro. Em 2021, o valor da tarifa já era de R$ 4,25. "O mais urgente é recuperar. Sua malha por inteiro está muito precária. Após a recuperação do metrô, é importante avançar na questão social. O Governo Federal tem o desafio de cumprir políticas sociais amplas, o que já tem feito, como o Bolsa Família e Brasil Sorridente. É preciso aprofundar a pauta social. Quanto menos a população gasta com escola, saúde e transporte, mais tem recursos para outros itens de consumo, isso impacta positivamente na economia, com a movimentação das feiras, mercadinhos e supermercados. Para isso precisa de dinheiro, que vai acontecer à medida que a renda sobe ou com o barateando dos custos dos serviços. O metrô é um instrumento poderoso disso. Temos que ter uma preocupação com a função social, que também é socioeconômica", afirmou Luiz Alves. Nos Estados que já passaram por privatizações recentes ou antigas, o modelo de gestão tem resultado em tarifas elevadas nas passagens, como no Rio de Janeiro (R$ 7,40) e, recentemente, em Belo Horizonte (R$ 5,30). Além da inflação no bolso dos passageiros, as privatizações, concessões ou Parcerias Público-Privadas não conseguiram reverter o sucateamento no setor de transporte sobre trilhos, que enfrenta fortes crises em todo o País, como na Supervia, no Rio de Janeiro, e nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, da CPTM em São Paulo. Os sistemas têm acumulado falhas graves nos últimos meses, com um padrão de serviço inferior aos prestados pelos serviços públicos anteriores.

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Governo de Pernambuco assina empréstimo de R$1,7 bilhão da Caixa para obras

O Governo de Pernambuco garantiu nesta quarta-feira (11) um montante de R$1,7 bilhão para obras, contratado por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal. O contrato foi assinado pela governadora Raquel Lyra e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, na presença da bancada federal de Pernambuco. A governadora Raquel Lyra expressou sua satisfação com a assinatura do contrato: "Assinamos hoje o contrato de financiamento com a Caixa para garantir o investimento em obras de infraestrutura e saneamento em Pernambuco. Esse empréstimo, da ordem de R$ 1,7 bilhão, mais os R$ 900 milhões que já assinamos com o Banco do Brasil, representam mais de R$ 2 bilhões garantidos. Agradeço ao presidente Lula o apoio no trabalho para alavancar novos investimentos que permitam a Pernambuco se reposicionar no cenário do Nordeste e de todo o Brasil. Por muito tempo nosso Estado investiu pouco, e para enfrentar as desigualdades, seu principal problema, precisamos gerar oportunidades e garantir novos investimentos a partir de obras que estão sendo colocadas de pé", assegurou a governadora." Após anos sem aportes federais robustos, em seis meses, as operações de crédito contratadas com o Banco do Brasil (R$900 milhões) e a Caixa Econômica Federal (R$1,7 bilhão) somaram R$ 2,6 bilhões, o maior volume de captação de recursos para investimentos desde 2013. No ato, o presidente Lula reforçou a disposição de diálogo e cooperação com os governos locais. "Qualquer coisa que as cidades e os estados precisarem, nós estamos a postos, porque nosso papel é esse. Ainda esse mês nós vamos fazer um grande lançamento, que os governadores do Nordeste devem estar presentes, que é um ato do Crediamigo, na cidade de Fortaleza, para que a gente mostre para a sociedade brasileira que vai ter crédito, sim”, afirmou o presidente.

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Inflação negativa aumenta pressão por queda de juros

(Da Agência Brasil) A queda no índice oficial de inflação em junho, anunciada nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é vista como um elemento de pressão para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciar um ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, a partir de agosto. A opinião é de economistas ouvidos pela Agência Brasil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em -0,08% no mês passado. Foi o menor índice para um mês de junho desde 2017. Os grupos alimentação e bebidas e transportes foram os que mais ajudaram a puxar os preços para baixo no mês passado. “A inflação está em uma trajetória decrescente desde fevereiro, e o acumulado em 12 meses está em 3,16%, bem no centro da meta de inflação. Como a taxa Selic é para se atingir esta meta, a cobrança pela redução deve ganhar força”, diz o professor Jorge Claudio Cavalcante, do Departamento de Análise Econômica da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), considera o resultado do IPCA uma “grata surpresa”. “Esperava até uma estabilidade, uma ligeira queda, e veio um recuo um pouco mais forte que o esperado”, avalia. Para André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), há três fatores principais que fazem pressão sobre a autoridade monetária. Um deles é o índice de difusão, que mede o percentual de produtos e serviços que registraram aumento de preços. Esse índice tem apresentado queda. “Em junho caiu para 50%. Esse número dois ou três meses atrás estava em torno de 60%, então, isso mostra que menos produtos e serviços subiram de preço, isso é um bom indicativo”, destaca. Outro fator, segundo Braz, é o chamado núcleo da inflação. “O núcleo tem a tarefa de medir a verdadeira tendência da inflação e, apesar de estar muito distante da meta, está mostrando desacelerações, isso também antecipa que a inflação está realmente em um processo de redução”, analisa. O economista destaca ainda o comportamento dos preços dos alimentos. “Isso é bom porque mostra que, onde a população mais carente sente mais a inflação, o IPCA também está perdendo fôlego. Esse processo de desinflação que começa nos alimentos favorece a condição da própria política monetária [controle dos juros]. Eu diria que a gente tem os elementos para um primeiro corte na taxa básica de juros na reunião [do Copom] de agosto”, aponta Braz. O economista e professor do Ibmec Gilberto Braga acredita em um consenso por redução dos juros, mas aponta um sinal de alerta que pode diminuir o tamanho do corte. “Houve um aumento no preço dos serviços, que é um setor extremamente relevante dentro da composição da inflação. É o único ponto negativo que se pode verificar nesse IPCA de junho. Isso afasta a possibilidade, no meu ver, de uma redução maior que 0,25 ponto percentual”, avalia. Bolso do consumidorApesar de o grupo alimentação e bebidas ter sido o de maior impacto no recuo dos preços em junho, o professor Jorge Claudio Cavalcante, da Uerj, explica que não necessariamente a população possa já ter sentido esse alívio no bolso. “Devemos esperar uma queda mais pronunciada até que as pessoas comecem a sentir um alívio”, prevê. Destacando que o IPCA de junho apontou uma queda de 8,96% no preço do óleo de soja, o economista Ricardo Caldas, professor da Universidade de Brasília (UnB), aponta que o consumidor ganha poder de compra. “É uma queda bastante substancial e, certamente, vai refletir no poder de compra porque o consumidor que economiza com óleo de soja vai gastar esse dinheiro que sobra em outras coisas.” "A percepção geral, quando você compara numa perspectiva de mais longo prazo, é de que os alimentos ainda estão caros, o que, de fato, se comprova porque eles foram os vilões da inflação desde a pandemia. Quem faz compra de maneira frequente percebe que alguns itens ficaram mais baratos. Mas aquelas pessoas que não vão com habitualidade aos mercados e que têm memória de preços ainda têm uma noção de que está tudo muito caro", aponta Gilberto Braga. CopomO professor Marco Antônio Rocha, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas), relativiza a pressão que a inflação negativa de junho pode fazer no Copom. "A deflação está muito concentrada em itens do IPCA que respondem pouco à política monetária [taxa de juros]. Alimentos têm preço formado em mercado, e transportes são preços administrados, então, no fundo, a política monetária teve pouca relação com essa deflação”, avalia. O Copom faz reuniões a cada 45 dias, em que decide a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75%, sob a justificativa de que é preciso combater a inflação. Ao fim da reunião mais recente, 21 de junho, o Copom emitiu um comunicado para explicar a decisão: “O comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, ressalta a nota. O juro alto é uma forma de controlar a inflação, pois desestimula o consumo e deixa o crédito mais caro. Porém, é mais recessivo, afetando o crescimento da economia e a geração de empregos. Por isso, governo, empresários e centrais sindicais têm pressionado pela queda da Selic. A próxima reunião do Copom será nos dias 1º e 2 de agosto. Ricardo Caldas, da UnB, lembra que, além do cenário de deflação recente, uma mudança na formação do comitê aumenta a pressão pela queda da Selic. O Senado aprovou, no começo do mês, os nomes de dois novos diretores indicados pelo governo do presidente Luiz Inácio

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