Arquivos Gastronomia - Página 5 De 6 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Gelato italiano do Recife

Os recifenses que são apaixonados por sorvetes receberam neste ano duas unidades da sofisticada marca Bacio di Latte. A rede de gelato tipo italiano inaugurou em abril uma loja do Shopping Recife e em agosto estreou no Shopping RioMar. As lojas da marca dispõem normalmente de 20 sabores a disposição dos clientes. Cremosos e com ingredientes refinados, os sorvetes são produzidos diariamente nas próprias unidades. “Espero que essa segunda loja sirva para ótimos encontros e reencontros. Do nosso lado, trabalhamos cada vez mais para oferecer o melhor gelato e a experiência mais agradável possível para os nossos clientes”, afirma Edoardo Tonolli, sócio da Bacio di Latte. O carro chefe da casa leva o mesmo nome da marca, o Bacio di Latte, que é produzido à base de leite e creme de leite. O Pistacchio é outro sucesso entre os consumidores, sendo apontado como um dos melhores sorvetes de pistache italiano tostado do mundo. Sabores como o 3 Cioccolati (três chocolates de cacaus de origem africana), Cioccolato Belga (à base de cacau africano processado na Bélgica), Lilla (iogurte de frutas vermelhas) e Nocciola (gelato de avelãs) são outras opções da casa. Na compra, o cliente pode escolher até três sabores em cada copinho: pequeno (R$ 12), médio (R$ 14) ou grande (R$ 17). Há ainda a opção de levar o copo massimo (R$ 25) para quatro sabores. Potes de meio quilo (R$ 50) e de 1 kg (R$ 87) também são comercializados pela casa. A empresa, que já possui mais de 100 pontos de venda no País e que já inaugurou uma loja em Beverly Hills, nos Estados Unidos, teve a sua primeira loja aberta apenas em 2011, em São Paulo. Trazer para o Brasil o tradicional gelato artesanal que conheceram na infância, em Milão, foi a motivação dos sócios fundadores, que são italianos. Serviço: A Bacio di Latte possui unidades no RioMar e no Shopping Recife. Mais informações no site: www.baciodilatte.com.br

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Festival Gastrô-Retrô resgata sabores e boemia dos anos 90 e 2000

Em meio ao turbilhão de informações e obrigações dos tempos atuais, que tal uma pausa para matar as saudades de tempos carinhosamente marcados na história de Pernambuco? Relembrando os anos 90 e 2000, entrará em cena, no Recife, o Festival Gastro-Retrô #PQFO. O evento reunirá bares e restaurantes tradicionais da cidade, entre os dias 4 de outubro e 4 de novembro, com reedições e releituras de pratos e petiscos que caíram no gosto do povo durante os happy hours das décadas passadas. A programação desse mês de saborosas homenagens terá início no dia 3 de outubro, com coquetel de abertura para convidados e imprensa. Vale adiantar também que, após o período de saudosismo, o encerramento também será em clima de festa, no buffet Rose Beltrão, numa confraternização embalada pelos ritmos das bandas Papaninfa e Pagunça, além de atrações surpresa que serão confirmadas no decorrer dos encontros. Sempre mirando aquele ritmo agradável, que traga boas lembranças dos tempos de casas e eventos como Fun House, Recifolia, Planeta Maluco, entre outros. O conceito central do Festival Gastro-Retrô é reviver, de forma divertida e prazerosa, as clássicas noitadas da capital pernambucana daqueles tempos, quando os happy hours serviam de esquenta para os principais eventos e boates da cidade. Com a ideia em mente, a criatividade tomará conta de todos os restaurantes integrantes do evento, em que cada um terá espaço para agraciar o público com opções de cardápio que remontem, através da gastronomia, a memória afetiva dos recifenses.  

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Pacha Mamma: um irresistível sabor natural

O ambiente aconchegante e os cafés especiais são alguns dos atrativos da Pacha Mama. Mas são seus pães artesanais que ganharam o paladar dos consumidores da Zona Norte que já conheceram a casa. Feitos com um processo de fermentação natural e com ingredientes em sua maioria orgânicos, os produtos apresentam um sabor diferenciado do das padarias convencionais. Diariamente saem da linha de produção da casa baguettes, focaccia, chiabatta de nozes, pães italianos, entre muitos outros. São 32 variedades de pães no cardápio. Um dos destaques da casa são os brioches, com massa tão fina que parecem pão de ló. Os clientes sabem as horas das fornadas pelas redes sociais, o que faz com que vários desses produtos demorem pouco tempo em exposição nas prateleiras. Muito além de uma padaria, a Pacha Mama (que prefere ser conhecida como uma casa de pães e cafés) tem um cardápio com algumas opções de lanches, como sanduíches, bruschettas, croissants, cartolas, entre outos produtos que são feitos na própria casa. Doces refinados e bolos especiais também fazem parte dos quitutes oferecidos à clientela. Um dos segredos do sabor dos pães é o fato de serem produzidos em um processo de longa fermentação. "Eles descansam de um dia para o outro, garantindo um diferencial no sabor. Respeitamos o tempo correto. E isso torna o pão muito mais digestivo, reduz o índice glicêmico e ele fica mais saudável. Além disso trabalhamos com farinhas integrais e sementes, que deixam o produto bastante nutritivo", explica o empreendedor Pedro Stor, que dirige a casa ao lado da sócia Thais Stor. Foi, inclusive, a procura de produtos saudáveis que levou Pedro, que é advogado e que não comia pães, a empreender na área. Sempre que possível, a casa dá prioridade a produtos orgânicos e de pequenos produtores. "Valorizamos esse fato de conhecer a origem dos alimentos. Buscar produtos orgânicos e regionais são algumas das nossas metas", afirma. "Nossos pães são feitos com muito cuidado, utilizando a matéria-prima que a mãe terra nos oferece", explica Thaís. Daí, a origem do nome da casa: Pacha Mama, significa mãe terra na cultura andina. Apesar do estabelecimento ter sido aberto há pouco tempo, há uma marca de criatividade na sua cozinha. Quem decidir frequentar o espaço, vai se deparar vez ou outra com produtos novos. "Brincamos muito com a criatividade. Criamos alguns pães com amêndoas, introduzimos novos ingredientes. Gostamos de experimentar", afirma Thais. Ousada, a casa decidiu não oferecer o tradicional pão francês no início da sua operação. "Muitos chegam procurando o francês. Mas decidimos não trabalhar com ele agora para dar chance das pessoas provarem outros tipos. Há tantas variedades, muito mais gostosas até, que são menos comuns aqui no Recife. É uma chance de levar o público a experimentá-las", explica Pedro. Outra proposta do espaço é a comercialização de produtos como manteigas, geleias e queijos dentro de um perfil gourmet e, sempre que possível, orgânico. "Nossa ideia é que o cliente que deseja fazer uma reunião social em casa e chamar amigos, possa encontrar aqui o pão especial, mas também os queijos e outros produtos para harmonizar", diz Pedro. Em breve pizzas, vinhos e cervejas artesanais entrarão na oferta dos produtos da casa. Outra novidade que está no radar da Pacha Mama é a realização de pequenos eventos. "Queremos oferecer ações como a quinta-feira da pizza, minifeira de trocas de livros, ações em parcerias de harmonização dos pães com vinhos ou cervejas. Eventos para novos clientes para movimentar a casa e conhecer nossos produtos", planeja Thais. Serviço A Pacha Mama fica localizada na Rua Santo Elias, 261, no Espinheiro. O estabelecimento abre de terça a sábado, das 11h, às 20h. E no domingo de 9h às 13h.   *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Walmart traz, pela primeira vez ao Nordeste, evento de queijos e vinhos

O Walmart realiza, pela primeira vez no Nordeste a Feira Sabores de Inverno. O evento acontece  até dia 15 de julho, no estacionamento da loja de Casa Forte, no Recife. Com entrada gratuita e uma programação nova a cada dia, a Feira apresentará aos frequentadores as novidades do mercado de produtos típicos da estação. A região Nordeste é a região de maior crescimento em vendas de vinhos importados ao longo do ano e Pernambuco tem se destacado ao promover festivais inverno. O consumidor recifense já é uma referência mundial em consumo de whiskies e tem demonstrado interesse em novas experiências de consumo, especialmente vinhos e correlatos, que é o foco da feira. Os mais vendidos na região são os tintos, apesar do crescimento de rosés, brancos e espumantes. As vendas são lideradas pelos vinhos brasileiros, seguidos de chilenos, portugueses e argentinos. Para compor a agenda de degustações e harmonizações, o Walmart preparou uma seleção especial com nomes de destaque da gastronomia: são enólogos, sommeliers, mestres queijeiros e chefs que irão conduzir e comentar de forma descomplicada tudo sobre vinhos, espumantes, pães especiais e azeites para que o consumidor viva uma experiência rica em conhecimento, sensações e sabores. O evento segue até o dia 15 de julho: de terça a sábado das 14h às 22h, e aos domingos, das 14h às 21h. Programação de Cursos Cursos 3/7 – 20h – SALTON – Falando em Vinhos com Leonardo Feitosa 4/7 – 20h – VIÑA LUIS FELIPE EDWARD (CHILE) com Eugênio Echeverria 5/7 – 20h – AZEITE ANDORINHA – Do Plantio à sua mesa com Paula Guedes 6/7 – 20h – INTERBEVERAGES- Vinhos, o saboro inverno com Lana Ruff 10/7 – 20h – RIO SOL – Terroir do Vale do São Francisco com Mary Dubeux 11/7 – 20h – CACHAÇARIA CARVALHEIRA – História, Tipos e Harmonização de Cachaça com Vinícius Rodrigues E Margareth Rezende 12/7 – 19h – RIO SOL – Terroir do Vale do São Francisco com Mary Dubeux

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Música, exposição de fotografias e gastronomia na XepaCult

A XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente realiza mais um encontro em torno da cozinha de tradição afro-indígena, da música e da fotografia neste sábado (09/06), a partir das 13h, no espaço Maumau. No evento, as mestras cozinheiras Roseane Gomes e Esmeralda Torres, do Povo Indígena Kapinawá (Vale do Catimbau, Buíque, Agreste), irão preparar receitas que compõem seu repertório culinário com ingredientes trazidos de seu território e com a xepa da feira de orgânicos do Sítio Trindade. As receitas não são reveladas antes do evento, estimulando a curiosidade do público. No quintal verde da Maumau, os visitantes poderão degustar os pratos e, assim, conhecer um pouco mais do patrimônio gastronômico dos povos indígenas pernambucanos. Enquanto as panelas de barro estão no fogo, é possível conferir a exposição fotográfica “Comida é memória afetiva”, de Dani Neves, e a apresentação musical “O Som do Barro” com Mestre Nado e seu grupo. O evento será realizado neste sábado (09/06) das 13h às 17h. A entrada e a degustação gastronômica são gratuitas. Haverá intérprete de Libras para garantir a acessibilidade comunicacional para pessoas surdas. O espaço também recebe pessoas com mobilidade reduzida. A galeria Maumau fica na Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife. O projeto XepaCult é realizado pela produtora cultural e pesquisadora do campo da comida, memória e patrimônio, Mônica Jácome e tem o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) / Fundarpe / Secretaria de Cultura / Governo do Estado de Pernambuco. A XepaCult se inspira nos princípios do movimento Slow Food que defende sociobiodiversidade alimentar e a valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos. Enquanto as panelas de barro estão no fogo, é possível conferir a exposição fotográfica “Comida é memória afetiva”, a fotógrafa Dani Neves. O ensaio fotográfico retrata a comida enquanto memória afetiva e cultural. “As fotografias mexem com nossa construção - do que faz parte da gente: do cultivo ao alimento, da feira à mesa posta, da comida como poesia. E poesia não só para encher a boca, mas para aquecer a alma”, destaca a fotógrafa que também se dedica ao projeto Leve a Felicidade para Casa. A XepaCult conta ainda com a apresentação “O Som do Barro”, com Mestre Nado de Olinda e seu grupo musical, uma aula-espetáculo sobre o ofício de trabalhar o barro, transformando-o em objetos utilitários e instrumentos musicais como a ocarina. Em seguida, o Mestre Nado e os músicos Micael Cordeiro (percussão) e Talis Ribeiro (voz e violão) cantam e tocam repertório diversificado, inclui samba-canção, baião, ciranda, coco, valsa e bolero. PROJETO - A proposta XepaCult é estimular o consumo consciente, a partir da valorização do patrimônio gastronômico de comunidades quilombolas e povos indígenas de Pernambuco. Ao cozinhar com ingredientes locais e com a xepa da feira de orgânicos, o projeto defende a agroecologia, a agricultura familiar e alerta sobre o uso de agrotóxicos e o combate ao desperdício de alimentos. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) um terço de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado a cada ano. A XepaCult teve início em agosto deste ano de 2017. A cada evento, duas mestras cozinheiras quilombolas ou indígenas preparam pratos tradicionais, utilizando ingredientes da região onde moram e a xepa da feira de orgânicos. Já foram preparados caldeirada, sopa de raízes e talos, xerém com feijão verde e carne de porco, purê de jerimum, xerém com galinha, munguzá salgado, rubacão e beiju feito na pedra, entre outros. Em maio deste ano, a XepaCult contou com cozinheiras do Povo Indígena Pankará. O último evento da primeira edição do projeto será no dia 14 de julho, com mestras do Quilombo Chã dos Negros (Passira), exposição de fotografias de Magda Silva e o lançamento do livro “Memórias temperadas do Quilombo Chã dos Negros”, de Mônica Jácome e Magda Silva. Em 2017, participaram da XepaCult mestras cozinheiras dos Quilombos Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho), Engenho Siqueira (Rio Formoso), Conceição das Crioulas (Salgueiro) e dos povos indígenas Pankararu (Tacaratu) e Xukuru (Pesqueira). Sobre Mônica Jácome Coordenadora e pesquisadora do projeto "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico afro-indígena de Pernambuco”. Autora do livro “Cardápio de Histórias - Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco”. Integrante da 1ª turma de Eco-Gastronomia da Faculdade Arthur de Sá Erp (FASE), de Petrópolis/RJ (2014). Aluna de disciplinas isoladas dos cursos de Chef de Cozinha (2012 – 2013) e de Padaria-Confeitaria (2013 -2014) do Senac-Rio. Integrante da Rede Internacional Slow-Food, desde 2014. Reside e trabalha há mais de 30 anos em Pernambuco, atuando como educadora popular e produtora cultural elaborando, produzindo e coordenando projetos culturais com jovens e mulheres, do meio rural e do meio urbano. Sobre Dani Neves Formada em Jornalismo na UNINASSAU do Recife. Iniciou seus estudos em fotografia em 2009, no curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco, em Caruaru, e no curso de Fotografia do SENAC Recife. Foi repórter fotográfica do Sistema de Comunicação Jornal do Commercio. Em 2015 realizou sua primeira exposição: Pausas Reveladas, na galeria Bike Fit Café (Olinda). Atualmente trabalha como fotógrafa freelancer com foco em food & lifestyle (@daninevesfoto) e também se dedica ao seu projeto Leve a Felicidade para Casa (@leveafelicidadeparacasa). Serviço XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente Degustação gastronômica, apresentação musical com Mestre Nado e abertura da exposição fotográfica “Comida é memória afetiva”, de Dani Neves. Data: 09 de junho (sábado), das 13h às 17h Local: Maumau - Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife - Pernambuco. Entrada e degustação gratuitas

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"A vendedora de tapioca é um fast food"

Autor de mais de 70 livros publicados, e com mais três no prelo, o antropólogo e museólogo Raul Lody especializou-se em arte popular e manifestações de matriz africana. Mas foi a antropologia da alimentação que ganhou força na sua carreira e o tornou uma verdadeira autoridade no tema. Por isso, a equipe da Algomais – Cláudia Santos, Rafael Dantas, Rivaldo Neto e Tom Cabral – decidiu entrevistá-lo no Mercado da Encruzilhada. Ele adorou a configuração, após a recente reforma. Entre boxes de frutas e temperos, fregueses e ambulantes, Lody, que é carioca, falou da sua paixão pelo Recife, da influência de Gilberto Freyre, criticou os ataques aos terreiros de candomblé e fez comentários a respeito das dietas para emagrecer. Você é carioca e optou por morar no Recife, por quê? Quando era criança e adolescente, meus pais viajavam comigo pelo Brasil nas férias. Na primeira Missa do Vaqueiro eu estava, coincidentemente, em julho de 1969, em Serrita. Foi a primeira vez que estive em Pernambuco, ia fazer 18 anos. No Recife, fiquei no Grande Hotel localizado na beira do Capibaribe que era navegável. Um espetáculo! Meu olhar sempre foi o de descobrir a cultura imaterial e aqui encontrei muita coisa e sempre voltava para cá quando podia. Até que nos últimos 10 anos consegui comprar um apartamento no Recife, mas continuo com a minha casa no Rio, onde está minha biblioteca principal. Vivo muito Pernambuco, mas também o Nordeste, onde tenho projetos na Bahia, no Maranhão e no Ceará. Então, estar aqui também traz facilidades para os custos de deslocamento para viajar. Você se formou no Rio? Sim, fiz ciências sociais, depois completei com museologia. Logo que me formei, fui para Dacar, onde passei um tempo estudando arte africana. Viajei muito não só pela África Ocidental, mas também pelo Magrebe, área que me interessa muito (Marrocos, Argélia, Tunísia, Egito). Comecei a trabalhar e ver como a presença dessa região na formação brasileira é fortíssima. O homem português é um afrodescendente, porque foram quase mil anos da presença do Magrebe na Península Ibérica, onde houve uma verdadeira colonização pela civilização afroislâmica. Ela está muito presente em Pernambuco. O pastel de festa, por exemplo, no qual se polvilha açúcar, tem origem num doce folhado português, que lembra a pastilha, uma comida de festa do Magrebe. Como você vê os ataques de grupos religiosos às religiões de matriz africana? Em Pernambuco, em 1985, ocorreu o primeiro tombamento no Brasil de um terreiro por um governo estadual, que foi o de Pai Adão. Eu solicitei o tombamento e instrui o processo pela Fundarpe. Isso ajudou muito a proteger a área do sítio. Os terreiros são verdadeiras universidades vivas: têm música, idioma, culto, dança, artesanato, comida comunitária, arquitetura, mitologia. Possui todo um sistema de relações sociais diferenciado. Não é apenas um lugar de culto, é um lugar de experimentação de cultura e de história cultural. Eles sempre foram perseguidos e agora a perseguição acontece quase de uma forma autorizada por grupos com crescente poder econômico, político e de comunicação. Eu diria que vivemos uma encruzilhada (já que estamos neste mercado com este nome). Lógico, que isso não está acontecendo passivamente, mas se trata de um risco patrimonial, histórico, econômico, social. Por que a alimentação é importante para o estudo antropológico? A transformação do meio ambiente pelo homem se dá por intermédio da cultura. O que é cultura? São ações, formas diversas, tecnológicas, de transformar o meio ambiente e dar significado a essas transformações. A comida, cremos nós antropólogos e arqueólogos, talvez seja o início desse processo cultural. Comer é uma necessidade e ao comer você dá significado a essa comida. Hoje acho que o melhor tempero de um profissional de comida é conhecimento. Hoje um chef de cozinha, uma boleira, um cozinheiro, que não der importância ao seu saber será engolido pela competição. Como você analisa o movimento dos chefs brasileiros em valorizar a comida do Brasil? Isso é muito importante porque se busca o que se chama de ingrediente terroir, aqueles que são próprios, nativos, característicos, feitos ou realizados em contextos ecológicos, num determinado tipo de terra, de clima. Além do terroir, existe a biodiversidade que também faz a diferença nesse mercado tão competitivo. Para você ter uma ideia, já foram codificados mais de 400 tipos de milho, que é um alimento sul-americano, e a batata, que também é latino-americana, tem uma classificação genética com mais de três mil tipos. Quais os componentes culturais que você identifica na gastronomia pernambucana? O Brasil nasce de um processo multicultural. A primeira grande globalização vai se dar no final do século 15 com as grandes navegações, quando o português chega ao Japão, à China, à Índia, Indonésia, ao Ceilão, a todo o continente africano. Imagine nos séculos 15 e 16 ter isso tudo reunido, ampliando o conhecimento que se tinha sobre ingredientes! Lógico que a motivação das grandes navegações era comercial e econômica, mas no meio disso vai junto toda a questão social, religiosa, cultural, civilizatória desses povos. Então eu posso dizer que essa multiculturalidade é uma herança e uma coisa muito boa que está presente na mesa brasileira e muito na mesa pernambucana, onde o açúcar criou toda uma civilização, que foi capaz de reunir as chamadas frutas exóticas, como a jaca, originária da Indonésia, a manga, da Índia, a carambola, das ilhas Molucas, que se juntaram com as frutas tropicais da Mata Atlântica, do Cerrado e da Amazônia. Então aqui se tem um acervo imenso interpretado por essas culturas globais da época, que resultou numa culinária espetacular, única. Como a correria do dia a dia e a cultura do fast food podem prejudicar essa herança cultural? O fast food sempre existiu. A baiana de acarajé é um fast food, a vendedora de tapioca também, o vendedor de doce japonês idem. O que acontece é que existe uma cozinha massificada, padronizada. Uma vez estava na cidade do Marrocos (passa o vendedor de doce japonês com seu tradicional apito). Olha o vendedor de doce japonês! Fantástico!

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Bares do Recife se especializam em drinques com gim

Nada de cervejas artesanais e cafés especiais, a bebida que vem despontando com uma das queridinhas da vez é o gin ou gim. Um velho conhecido dos apreciadores de drinques, que nos últimos anos voltou a ser degustado pelos bares e restaurantes do Brasil e do mundo. Na capital pernambucana não foi diferente. O gim no século 19 era usado como perfume por causa do seu aroma, mas no decorrer do tempo as pessoas começaram a consumi-lo. como bebida. A aguardante à base de cereais recebe ainda na sua composição zimbro, planta responsável pelo cheiro característico do gim. No Recife é possível encontrar desde locais que passaram a incluir no cardápio opções do destilado para agradar a clientela a casas especializadas no produto. Uma delas é o Em cima Gin Bar. O lugar é parada obrigatória para quem deseja consumir e conhecer a bebida, uma vez que oferece cerca de 42 rótulos diferentes de gim. Entre as marcas estão a Bombay Saphire East (R$ 21,90 a dose), Elephant (R$ 56) e o G’Vine (R$ 42,90). E há opções para todos os gostos. “O consumidor mais experiente, que entende do destilado geralmente procura um gim especial e tradicional, como o Monkey 47 (R$ 64,90 a dose), um dos mais premiados do mundo, produzido com a mesma fórmula há mais de 40 anos”, destaca o sócio da casa Emerson Pires. “Já o público mais jovem recorre aos coquetéis clássicos, entre eles, o famoso Gin Tônica (R$ 19,90), conhecido pela simplicidade, feito à base de gim com água tônica, fatias de limão e gelo”, completa o sócio Emerson Pires. Se você é iniciante no assunto, não precisa se preocupar qual tipo de drinque escolher, porque vai encontrar na carta de bebidas sugestões para iniciar a noite, como o London Fog (R$ 21,90), uma combinação de gim da marca Beefeater London Dry, água tônica, fatias de maçã verde e vermelha, com notas de limão siciliano e canela em casca e o Tea Party (R$ 21,90), Beefeater London Dry, água tônica, chá, casca de tangerina e cravos da índia. Depois a sugestão da casa é conhecer o destilado acompanhados de água tônica, pepino e gojiberry, como o B$T Em Cima Bar (R$ 24,90). Há também o favorito do agente James Bond, do filme 007, o Dry Martini (24,90), feito com Gin London Dry, Dry Vermouth, casca de siciliano, azeitonas verdes e toques de salmoura de azeitona. Para quem curte drinques mais fortes, a pedida é o Negroni (24,90), que contém Gin London Dry, vermouth russo (bebida alcoólica à base de vinho) , campari e casca de laranja bahia. Para Emerson Pires, um dos responsáveis pelo retorno do consumo de gim foi o investimento feito pela indústria do porte da Companhia Pernod Ricard, que já vendia o destilado Seagram’s e trouxe para o Brasil as marcas Beefeater e Beefeater 24 e a produtora Diageo, que detém a marca Johnnie Walker. “Elas adotaram estratégias de vendas mais agressivas para divulgação das marcas de gim no Brasil, aproximando ou até mesmo apresentando a bebida tradicional ao consumidor, por meio de campanhas e apoiando/investindo em novas casas voltadas para o destilado, como o próprio Em Cima Gin Bar”, explica Pires. As empresas encontraram uma forma de ampliar os negócios levando uma bebida, que já fazia sucesso na Europa, para os outros países. "Por serem marcas mundialmente conhecidas, o gim se popularizou e o que antes era considerado um destilado ultrapassado, tornou-se sinônimo de status, de um drinque cult, com uma pegada fashionista”, justifica Pires. Um dos sócios da Ursa Bar e Comedoria, Lucas Muniz, também percebeu o crescimento da demanda por gim. “As pessoas começaram não só a tomar, como também exigir um bom drinque”, ressalta. Ele acredita que o crescimento do consumo foi impulsionado pelas redes sociais, como o Instagram. “Depois que as pessoas começaram a ver uma galera tomando a bebida em outras cidades, elas começaram a se espelhar e querer fazer o mesmo”, observa o sócio. Na Ursa, entre as marcas de gim oferecidas estão o nacional Seagers (R$ 6, a dose), e os importados Tanqueray (R$ 9) e Bombay (R$ 9). Já o drinque da casa é o Matahari (R$ 18), composto à base de gim, soda de pepino, sumo de limão, sugar syrup (xarope de açúcar) e pimenta do reino. “Ele é o mais surpreendente de todos, no qual é possível compreender o potencial de um drinque dentro de uma mixologia. Em uma noite, sai pelo menos cinco pedidos dele”, ressalta Muniz. Mas na carta da casa, a clientela pode encontrar outras opções, como o Gina (R$ 18), gim, caju, manjericão, citrus mix, Martini dry e o Bond (R$ 15), gim, martini dry e salmoura e azeitona verde. A Ursa Bar e Comedoria surgiu em 2017 com a proposta de ser um bistrô, oferecendo café e jantar, entretanto, o sócio logo percebeu que o público procurava algo mais animado no período da noite. “Geralmente a clientela que frequenta a Ursa é formada por moradores da região e que buscam “esquentar” a noite antes de ir para uma festa, por exemplo”, conta Muniz. Já quem pede os drinques são pessoas que conhecem a bebida e já provaram em outra ocasião. Serviço: Em Cima Gin Bar, Rua do Atlântico, 102, Boa Viagem, Recife. Funciona de terça a sábado, das 19h às 3h. Telefone: (81) 3132-6040. Ursa Bar e Comedoria, Rua Carneiro Viléla, 30 Espinheiro, Recife. Funciona de quarta a sábado, das 19h às 2h. Telefone: (81) 3038-3916.

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Cozinheiras quilombolas participam da mostra gastronômica XepaCult

A XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente recebe neste sábado (16/12), as mestras cozinheiras Valdeci Silva e Rozeane Mendes, de Conceição das Crioulas, comunidade quilombola localizada em Salgueiro, Sertão do estado. A dupla irá preparar pratos tradicionais quilombolas e novas receitas criadas com a xepa da feira de orgânicos das Graças e ingredientes trazidos do Sertão. No espaço Maumau, o público poderá degustar os sabores da cozinha de tradição quilombola. Além da degustação gastronômica, a XepaCut promove a exposição fotográfica com imagens de Conceição das Crioulas produzidas por jovens quilombolas da produtora Crioulas Vídeo, e a apresentação musical “O som do barro” com Mestre Nado e convidados. O repertório é diversificado com samba-canção, baião, ciranda, coco, valsa e bolero. O evento é realizado neste sábado (16/12) das 13h às 17h. A entrada e a degustação gastronômica são gratuitas. O Maumau fica na Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife. O projeto XepaCult é realizado pela produtora, pesquisadora e cozinheira Mônica Jácome e tem o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) / Fundarpe / Secretaria de Cultura / Governo do Estado de Pernambuco. A proposta XepaCult é estimular o consumo consciente, a partir da valorização do patrimônio gastronômico de comunidades quilombolas e povos indígenas de Pernambuco. A primeira edição da XepaCult teve início em agosto deste ano e segue até março de 2018. A cada evento, duas mestras cozinheiras quilombolas ou indígenas preparam pratos com a xepa da feira de orgânicos e ingredientes trazidos de suas comunidades. A segunda edição do projeto acaba de ser aprovada pelo edital Funcultura. Ao cozinhar com a xepa da feira de orgânicos, o projeto traz um alerta sobre o desperdício de alimentos. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) um terço de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado a cada ano. O cardápio da XepaCult é definido depois da ida a feira agroecológica das Graças, no sábado cedinho, onde as cozinheiras buscam aproveitar alimentos que sobram, a conhecida “xepa”. Entre as receitas que podem ser preparadas estão o Baião de Dois, o Angu com Galinha, o Munguzá e o Baião de xerém. Para criar o projeto, a pesquisadora e produtora Mônica Jácome se inspirou no movimento Slow Food, que defende a sociobiodiversidade alimentar e a valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos. Mônica atualmente é mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO com o projeto de dissertação "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Através da exposição fotográfica, o público poderá conhecer um pouco sobre a comunidade Conceição das Crioulas. Serão expostas imagens de paisagens, artesanato, comida e sua gente. A fotografias fazem parte do acervo da Crioulas Vídeo, produtora formada por jovens da Associação Quilombola Conceição das Crioulas (AQCC). Após o dia 16 de dezembro, os interessados em agendar visitação devem enviar email para virginia.correia2@gmail.com. Serviço XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente Degustação gastronômica, apresentação musical com Mestre Nado e abertura d3 exposição com imagens do acervo da Crioulas Vídeo / AQCC Data: 16 de dezembro (sábado), das 13h às 17h Local: Maumau - Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife - Pernambuco. Entrada e degustação gratuitas Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/737034929840937/  

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Mostra gastronômica XepaCult une tradição e sustentabilidade

A XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente recebe neste sábado (11/11), as mestras cozinheiras Bárbara Oliveira e Maria Rosária Oliveira, do Povo Indígena Pankararu (dos municípios de Tacaratu e Petrolândia), que irão preparar pratos tradicionais ou novas receitas criadas com a xepa da feira de orgânicos. Neste mês de novembro, o evento passa a acontecer no espaço cultural Maumau e irá recolher a xepa da feira agroecológica das Graças. A xepa é tudo o que não é vendido na feira, são alimentos bons para consumo, mas que são descartados como lixo por terem partes amadurecidas, por exemplo. No espaço Maumau, o público poderá degustar os sabores da cozinha de tradição indígena, comida limpa, boa e justa, conforme os princípios do movimento Slow Food. Além da comida, a XepaCut promove a exposição fotográfica “Tem cheiro de Pitiú”, de Dila Vieira, e a apresentação musical “O som do barro” com Mestre Nado e convidados. O evento é realizado neste sábado (11/11) das 13h às 17h. A entrada e a degustação gastronômica são gratuitas. O Maumau fica na Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife. A proposta XepaCult é estimular o consumo consciente, a partir da valorização do patrimônio gastronômico de comunidades quilombolas e povos indígenas de Pernambuco. Ao cozinhar com a xepa da feira de orgânicos, o projeto traz um alerta sobre o desperdício de alimentos. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) um terço de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado a cada ano. Na exposição “Tem cheiro de Pitiú”, a fotógrafa Dila Vieira apresenta uma série de imagens produzidas no Amazonas sobre as tradições da pesca e do preparo de peixes na palha da bananeira. Dila é natural do Macapá, mas mora no Recife.“Tem cheiro de Pitiú” é a sua primeira exposição, que fica em cartaz na Maumau até 30 de novembro. Os interessados em agendar visitação devem enviar email para virginia.correia2@gmail.com Durante a tarde de sábado (11/11), o público também poderá curtir a apresentação O Som do Barro, de Mestre Nado que canta toca instrumentos artesanais feitos de barro ao lado dos percussionistas Sara e Micael Cordeiro (filhos do mestre) e Fábio Bacalhau. O repertório é diversificado com samba-canção, baião, ciranda,coco, valsa e bolero. PROJETO - A XepaCult teve início em agosto deste ano e segue até março de 2018 com eventos mensais, sempre no segundo sábado de cada mês. Os três primeiros eventos (agosto, setembro e outubro) foram realizados no Centro de Cultura Luiz Freire. A partir de novembro, a XepaCult ocupa o espaço Maumau. A cada evento, duas mestras cozinheiras quilombolas ou indígenas preparam pratos com a xepa da feira de orgânicos. Para criar o projeto, a pesquisadora, ecozinheira e produtora Mônica Jácome se inspirou no movimento Slow Food, que defende a sociobiodiversidade alimentar e de valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos. Mônica atualmente é mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO com o projeto de dissertação "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Antes da realização das mostras, a pesquisadora Mônica Jácome e a fotógrafa Magda Silva visitaram quilombos e povos indígenas, do Litoral ao Sertão, para convidar as mestras cozinheiras para participar da XepaCult. A dupla visitou as comunidades de matriz africana Palmeira (Glória do Goitá), Quilombo Chã-dos-Negros (Passira), Quilombo Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho), Engenho Siqueira (Rio Formoso), Quilombo Conceição das Crioulas (Salgueiro) e os povos indígenas Fulni-ô (Águas Belas), Pankararu (Tacaratu), Atikum (Carnaubeira da Penha) e Xukuru (Pesqueira). Sobre Mônica Jácome Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO (2016-2017) com o projeto "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Autora do livro “Cardápio de Histórias - Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco”. Integrante da 1ª turma de Eco-Gastronomia da Faculdade Arthur de Sá Erp (FASE), de Petrópolis/RJ (2014). Aluna de disciplinas isoladas dos cursos de Chef de Cozinha (2012 – 2013) e de Padaria-Confeitaria (2013 -2014) do Senac-Rio. Integrante do da Rede Internacional Slow-Food, desde 2014. Reside e trabalha há mais de 30 anos em Pernambuco, atuando como educadora popular e produtora cultural elaborando, produzindo e coordenando projetos culturais com jovens e mulheres, do meio rural e do meio urbano. Serviço XepaCult - Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente Degustação gastronômica, apresentação musical com Mestre Nado e abertura da exposição fotográfica “Tem cheiro de Pitiú”, de Dila Vieira. Data: 11 de novembro (sábado), das 13h às 17h Local: Maumau - Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife - Pernambuco. Entrada e degustação gratuitas Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/366495083792390/

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XepaCult une gastronomia, música e fotografia

A XepaCult - 1ª Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente está realizando uma série de eventos mensais com degustação gastronômica preparados com a xepa da feira orgânica por mestras cozinheiras indígenas e quilombolas. No sábado (09/09), acontece o segundo evento do projeto, das 11h às 16h, no Centro de Cultura Luiz Freire, sítio histórico de Olinda. O acesso ao evento e a degustação gastronômica são gratuitas. O projeto XepaCult tem o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) / Fundarpe / Secretaria de Cultura / Governo do Estado de Pernambuco. Nesta edição da XepaCult, a pesquisadora, produtora e ecozinheira Mônica Jácome convida as mestras cozinheiras de tradição Maria do Carmo Nascimento (Comunidade Quilombola Engenho Siqueira/Rio Formoso) e Maria Rosária Oliveira Santos (Aldeia Pankararu/Tacaratu) para cozinhar e preparar pratos “tradicionais” ou (re)inventados com alimentos orgânicos, que provavelmente seriam desperdiçados ao final da feira. Em panelas de barro, tradição e sustentabilidade se misturam a programação musical com Mestre Nado e exposição fotográfica “Refugo”, de Priscilla Buhr. No quintal amplo e arborizado do espaço, o público poderá degustar os pratos ao som da música de Mestre Nado que apresenta O Som do Barro, cantando e toca instrumentos artesanais feitos de barro ao lado dos percussionistas Sara e Micael Cordeiro (filhos do mestre) e Fábio Bacalhau. O repertório é diversificado com samba-canção, baião, ciranda,coco, valsa e bolero. A programação se completa com a exposição fotográfica “Refugo”, de Priscilla Buhr, montada no casarão do Centro Luiz Freire. Na série, a fotógrafa premiada apresenta um olhar sobre o alimento como metáfora da vida. No texto que apresenta o trabalho, Priscilla afirma “Nos preocupamos com as escolhas, com os sabores, as texturas, as cores, os cheiros, cuidamos do preparo, montamos da forma mais bonita, saboreamos e simplesmente não olhamos pros nossos restos. Não olhamos pro nosso lixo, não consideramos que possa existir beleza no que não nos serve mais”. A exposição é aberta neste sábado (09/09) e pode ser visitada até outubro, de segunda a sexta, das 14h às 18h. PROJETO - A XepaCult teve início em agosto e até 2018 promove 9 eventos, sempre no segundo sábado de cada mês. A programação conta com degustação gastronômica, música e exposição fotográfica. Para criar o projeto, a pesquisadora, ecozinheira e produtora Mônica Jácome se inspirou no movimento Slow Food, que defende a sociobiodiversidade alimentar e de valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos. Mônica atualmente é mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO com o projeto de dissertação "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Em busca dos sabores e saberes tradicionais, a pesquisadora Mônica Jácome e a fotógrafa Magda Silva colocaram os pés da na estrada para visitar quilombos e povos indígenas. Mônica e Magda foram do Litoral ao Sertão para convidar as mestras cozinheiras para participar da XepaCult. Em seis dias, visitaram as comunidades de matriz africana Palmeira (Glória do Goitá), Quilombo Chã-dos-Negros (Passira), Quilombo Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho), Engenho Siqueira (Rio Formoso), Quilombo Conceição das Crioulas (Salgueiro) e os povos indígenas Fulni-ô (Águas Belas), Pankararu (Tacaratu), Atikum (Carnaubeira da Penha) e Xukuru (Pesqueira). Antes do XepaCult, Mônica e Magda produziram a publicação “Cardápio de Histórias - Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco” sobre a comunidade Palmeira, em Glória do Goitá, formada por descendentes da escravaria do Engenho Palmeira. O livro foi lançado com o incentivo do Funcultura / Governo de Pernambuco. Atualmente, Mônica prepara a publicação "Histórias bem Temperadas: memórias e receitas das mulheres da Chã-dos-Negros", também com incentivo do Fundo de Cultura. Sobre Mônica Jácome Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO (2016-2017) com o projeto "Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Autora do livro “Cardápio de Histórias - Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco”. Integrante da 1ª turma de Eco-Gastronomia da Faculdade Arthur de Sá Erp (FASE), de Petrópolis/RJ (2014). Aluna de disciplinas isoladas dos cursos de Chef de Cozinha (2012 – 2013) e de Padaria-Confeitaria (2013 -2014) do Senac-Rio. Integrante do da Rede Internacional Slow-Food, desde 2014. Reside e trabalha há mais de 30 anos em Pernambuco, atuando como educadora popular e produtora cultural elaborando, produzindo e coordenando projetos culturais com jovens e mulheres, do meio rural e do meio urbano. Sobre Priscilla Buhr É recifense, jornalista e desde 2007 trabalha com fotografia. Pesquisa e realiza projetos com narrativas visuais motivadas pela compreensão e reconstrução do passado e trajetos emocionais. É ganhadora do Prêmio Brasil de Fotografia 2013 na categoria Revelação, integra o Clube de Colecionadores de Fotografia do MAMAM. Atuou como fotógrafa da Fundarpe, repórter fotográfica do Jornal do Commercio e Gerente de Fotografia da Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Foi uma das fundadoras do coletivo 7Fotografia, na condição de co-autora, editora e fotógrafa. Serviço XepaCult - 1ª Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente Degustação gastronômica, apresentação musical O som do barro com Mestre Nado e convidados, abertura da exposição fotográfica “Refugo”, de Priscilla Buhr. Dia 09 de setembro, das 11h às 16h Visitação da exposição: até 09 de outubro, de segunda a sexta, das 11h às 16h. Centro de Cultura Luiz Freire - Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Olinda - Pernambuco. Entrada e degustação gratuitas

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