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Brasil perde de Camarões mas avança como líder do Grupo G

(Da Agência Brasil) O Brasil acabou superado por 1 a 0, na tarde desta sexta-feira (2) no Estádio de Lusail, pela terceira rodada do Grupo G da Copa do Catar. Porém, mesmo com este revés a seleção brasileira garantiu a liderança da chave, e medirá forças com a Coreia do Sul nas oitavas de final. Entrar classificado para o último jogo da primeira fase deu ao técnico Tite a oportunidade de colocar todo time reserva contra Camarões. A estratégia já tinha sido utilizada nesta Copa por França e Portugal, ambos com resultados desastrosos. Um aviso que a comissão técnica nacional não levou a sério. No caso da seleção brasileira, mudar dez jogadores (apenas Fred foi mantido dos titulares da última partida), não alterou o domínio das ações e a maior posse de bola, mas, no fim das contas, o resultado foi o mesmo das outras grandes equipes: derrota vexatória com gol nos acréscimos. Apesar da derrota, o time até que começou melhor. Aos 13 minutos, cruzamento na área, Martinelli subiu sozinho e cabeceou alto, mas o goleiro Epassy deu um toquinho para córner. Foi o primeiro lance de perigo do Brasil no jogo. Aos 19 minutos, foi a vez de Camarões chegar com perigo, em um cruzamento para a área que o goleiro Éderson afastou de soco. Apenas aos 37 minutos a seleção voltou a atacar. Antony tentou chutar colocado, mas facilitou a vida de Epassy, que encaixou firme. Aos 45 minutos Martinelli resolveu fazer tudo sozinho, passou pela defesa e encheu o pé, mas o goleiro desviou para córner no melhor lance do Brasil. Aos 47, foi a vez de Éderson salvar o Brasil numa cabeçada precisa de Mbeumo. Uma defesa importantíssima. Com pouca movimentação, apostando nas bolas alçadas na área, o Brasil facilitou a vida da defesa camaronesa, que conseguia cortar as investidas. Assim, com Rodrygo partindo em velocidade sozinho, com Fabinho apelando para lances duros e Gabriel Jesus inoperante na frente, a seleção se acomodou com o empate em 0 a 0 durante os primeiros 45 minutos. Aliás, uma tônica da equipe de Tite nesta Copa do Mundo. O 1º tempo é sempre desperdiçado em estudos e poucas oportunidades de gols. O que sempre vem funcionando é a recuperação de bola, evitando qualquer contra-ataque de Camarões. O Brasil voltou sem objetividade na etapa final, com Antony muito individualista. E logo aos 5 minutos Aboubakar teve uma grande chance, chutando cruzado para fora do gol de Éderson. Ao mesmo tempo, com a contusão do lateral-esquerdo Alex Telles ocorria algo incrível com a seleção: dos quatro laterais que foram para a Copa, três já tinham se machucado. Apenas o veterano Daniel Alves, de 39 anos, permanecia inteiro. Aos 10 minutos, na primeira chegada, Martinelli arriscou de curva e mais uma vez o goleiro Epassy espalmou para córner, evitando o gol brasileiro. Na cobrança, Éder Militão teve uma ótima chance, mas Epassy defendeu em dois tempos. A posse de bola continuava sendo brasileira, mas as conclusões passaram a rarear. Os reservas que entraram (Éverton Ribeiro, Bruno Guimarães e Pedro) não conseguiram ter entrosamento, nem encaixaram boas jogadas. Aos 32 minutos, Camarões se soltou e o reserva Ntcham arriscou rasteiro de fora da área, mas o goleiro Éderson encaixou. E, enfim, aos 47 minutos, num cruzamento para a área, o experiente Aboubakar, atacante do Al Nassr (Arábia Saudita), testou certo, no canto da meta de Éderson, que nem se mexeu. Foi o gol da vitória de Camarões. O camisa 10 da seleção africana acabou expulso ao levar o segundo amarelo ao comemorar o gol tirando a camisa, mas foi o tiro de misericórdia numa seleção que em momento algum mostrou que poderia vencer a partida e levou uma mordida dos Leões Indomáveis. Na classificação final do Grupo G, o Brasil ainda assim terminou em primeiro lugar, com 6 pontos e 2 gols de saldo. A Suíça também fez 6 pontos e apenas um gol de saldo. Com isso, a seleção de Tite enfrentará a Coreia do Sul, a partir das 16h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira. Os suíços pegarão os portugueses na terça-feira, também às 16h. Ficha Técnica: BRASIL 0 x 1 CAMARÕES Data: Sexta-feira, 2 de dezembro de 2022 Local: Al Daayen (Qatar) Juiz: Ismail Elfath (Estados Unidos) Público: 85.986 Brasil: Éderson; Daniel Alves, Éder Militão, Bremer e Alex Telles (Marquinhos); Fred (Bruno Guimarães), Fabinho, Antony (Raphinha) e Rodrygo (Éverton Ribeiro); Gabriel Jesus (Pedro) e Martinelli. Técnico: Tite. Camarões: Epassy; Wooh, Fai, Ebosse e Tolo; Ngamaleu (Mbekeli), Anguissa, Moting, Kundé (Ntcham) e Mbeumo (Ekambi); Aboubakar. Técnico: Rigobert Song. Gol: No 2º tempo: Aboubakar (47).

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Brasil enfrenta Camarões com equipe alternativa hoje pela Copa do Mundo

(Agência Brasil) O técnico Tite deixou claro, em entrevista coletiva concedida ontem (1), que usará uma equipe alternativa na partida contra Camarões pela terceira rodada do Grupo G da Copa do Catar. As equipes se enfrentarão a partir das 16h (horário de Brasília) de hoje (2) no Estádio de Lusail. A decisão foi tomada porque a seleção brasileira já está classificada para as oitavas de final do Mundial. Além disso, será uma oportunidade de realizar observações durante uma partida. “Só posso mensurar quantos atletas posso utilizar em sequência com eles produzindo em campo. É uma oportunidade de alto nível de eles competirem. É um risco? Sim, mas uma oportunidade para mostrarem toda sua qualidade”, declarou o treinador. Para justificar a sua decisão de realizar experiências em um jogo com pontos em jogo, Tite citou o caso do atacante Rodrygo. O jogador do Real Madrid (Espanha) recebeu oportunidades nas duas partidas iniciais e deu provas de que pode ser uma peça importante para a equipe. “A referência do jogo é a referência importante. Não posso precipitar, o campo fala, a bola fala. Algum de vocês entendia definitivamente que o Rodrygo poderia ser utilizado tanto quanto foi? A bola fala, o campo fala! Então tenho que dar oportunidades aos atletas”. Quem tem presença confirmada na equipe titular diante de Camarões é Daniel Alves, que participou da entrevista. Aos 39 anos de idade, o lateral se tornará o jogador mais experiente a vestir a camisa da amarelinha em um Mundial de seleções da Fifa. “Isso é motivo de orgulho, motivo de estar aqui e ainda defender a seleção. São muitos anos de história e agora é hora de encerrar o ciclo dentro da seleção brasileira jogando uma Copa do Mundo. Para mim é uma satisfação muito grande”, declarou.

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"Repensar a cultura da empresa dentro da perspectiva da ODS agrega valor ao empresário"

Neste mês foi instalado em Pernambuco o HUB ODS do Pacto Global da Organização das Nações Unidas. A chegada dessa iniciativa acontece no momento em que há um debate em vários setores da sociedade sobre as mudanças climáticas, as questões de gênero e raciais e também sobre a ESG, as melhores práticas ambientais, sociais e de governança dentro das organizações. O HUB chega com a missão de envolver o empresariado com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecidos na Agenda 2030 da ONU. Cláudia Santos conversou com a coordenadora do HUB Eduarda Chaves a respeito de como pretende atuar para conquistar a adesão dos empresários pernambucanos. “Vamos conversar com o poder público e o setor privado para entender e definir junto com eles as métricas que possam estabelecer quais são os principais ODS críticos no nosso Estado”, planeja. Formada em administração, com 32 anos e experiência no terceiro setor, nos movimentos sociais e na iniciativa privada (na área de tecnologia e inovação), Eduarda acredita que um dos maiores desafios que vai enfrentar serão as resistências para modificar a mentalidade dos empresários mais conservadores. Porém, acredita que poderá mostrar aos gestores que eles têm muito a ganhar ao fazer mudanças na sua cultura organizacional. “Um grande exemplo é Luíza Helena Trajano, que implementou políticas para mulheres negras dentro da própria organização e, por isso, o valor do capital humano dela cresceu drasticamente”. Confira a seguir a entrevista. O que é o HUB ODS Pernambuco? O HUB é parte da iniciativa do Pacto Global, criado por Kofi Annan, então Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, no início dos anos 2000. O intuito era convocar as empresas a alinharem suas estratégias e operações aos Dez Princípios Universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. O Pacto Global entende que os países signatários devem convocar a iniciativa privada a aderir a esses conceitos universais que na Conferência da ONU de 2015 (COP 21) passa- ram a ser os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O Pacto Global atua nos países por meio de redes e a Rede Brasil do Pacto Global é a segunda maior do mundo. O Programa HUB ODS da Rede Brasil do Pacto Global tem como objetivo acelerar, por meio de parcerias regionais, o envolvimento do setor empresarial com a Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030 e os 17 ODS. O Brasil é um país de dimensões continentais e cada região apresenta culturas e realidades econômicas e sociais diferentes. Por isso, a Rede Brasil do Pacto Global percebeu que seria mais efetivo criar iniciativas em cada Estado, a partir dos HUBs, que pudessem entender e abranger o contexto de cada local, com suas nuances, dificuldades e potencialidades. Além disso, trabalhar com o empresariado daquele estado com o intuito de promover o incentivo para que as práticas empresariais sejam norteadas pelos ODS. O HUB foi criado pela Rede Brasil mas pode ser que outros países venham a incorporar essa ideia também. As empresas que fazem parte desse HUB não são necessariamente signatárias do Pacto Global. Mas o intuito é que todas, em algum momento, venham fazer parte do Pacto por ser uma iniciativa que colabora com a transformação social. Quais são as primeiras ações do HUB aqui em Pernambuco? Ainda estou montando o plano de ação. Assinamos a parceria com o IATI (Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação), que será a empresa receptora do Pacto e que vai alocar o HUB dentro dela. Mas a gente começou gigante, como foi dito por Carlo Pereira, o CEO da Rede Brasil do Pacto Global, durante o lançamento do HUB ODS Pernambuco. Fomos o primeiro HUB que já começou, no primeiro dia, com mais de 30 adesões, entre organizações, secretarias e iniciativa privada. Então houve, de fato, um sucesso nesse lançamento. Os próximos passos são: conversar com o poder público e o setor privado para entender e definir junto com eles as métricas que possam estabelecer quais são os principais ODS críticos no nosso Estado. Com certeza, a erradicação da fome é um deles. Em seguida, vamos entender dentro de cada perspectiva empresarial, dentro de cada setor da economia e até das organizações, das universidades, do terceiro setor também, quais são as ODS que eles precisam praticar mais, onde está o ponto crítico deles. Acredito que esses sejam os primeiros passos para definirmos as ações a se- rem realizadas e as temáticas que serão mais estimuladas. Durante o lançamento, a vice-prefeita Isabella de Roldão trouxe a temática da questão de gênero para o nosso Estado. Trata-se de tema forte, que pode ser mensurado pelos índices de violência contra a mulher que são muito altos em Pernambuco. Já a questão da saúde mental foi trazida na ocasião do lançamento pelo CEO da Rede Brasil do Pacto da ONU, Carlo Pereira, principalmente as psicopatologias do trabalho. É um problema muito discutido e antigo, existe desde quando começaram as primeiras indústrias, o filme Tempos Modernos já abordava isso. A síndrome de burnout já está enquadrada na CID (Classificação Internacional de Doenças) de número 11. Então essa temática da saúde mental acho que deve entrar também em pauta. Essas 30 empresas que já fazem parte do HUB pertencem a quais setores? É bem variado. Existem organizações do terceiro setor, secretarias do Governo do Estado e do município que aderiram ao Pacto, como a Secretaria de Meio Ambiente estadual, a Secretaria Municipal de Tecnologia e Inovação, além da Prefeitura de Vitória de Santo Antão, que já entrou em contato comigo e solicitou uma reunião. A iniciativa é voltada, de fato, para criar um link intersetorial, do primeiro, segundo e terceiro setor, mas ela foi criada, a princípio, nos anos 2000, para a iniciativa privada, para que esses líderes enxerguem e tragam os ODS para fazerem parte da cultura organizacional da sua empresa. Com relação ao setor privado, temos a adesão da Baterias Moura, empresas da construção civil, do setor de óleo e gás, do setor de energia elétrica que é a Neoenergia, do setor

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Desafio do Desenvolvimento da RMR é o equilíbrio social e econômico

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais Os potenciais e desafios da Região Metropolitana do Recife são tão extensos quanto a diversidade de atividades econômicas presentes nos seus 14 municípios. A RMR responde por aproximadamente 57% do PIB pernambucano, abrangendo simultaneamente os investimentos bilionários do Complexo Portuário-Industrial de Suape, o conjunto de fornecedores de referência global da Stellantis, em Igarassu, o parque tecnológico do Porto Digital e o robusto polo médico da capital. Esses são apenas alguns dos protagonistas da dinâmica dessa metrópole que, em contraponto, também apresenta taxas históricas de extrema pobreza, desemprego e indicadores preocupantes de moradia e mobilidade urbana. As tendências high tech e alguns problemas que se mantêm desde o período colonial convivem com poucas ruas de distância no mesmo território. Mesmo surfando em atividades de ponta, que nortearão os avan- ços globais nas próximas décadas, como a tecnologia digital ou a estruturação do polo de hidrogênio verde em Suape e de energias renováveis, o crescimento da RMR acontece em paralelo ao incômodo fenômeno da concentração de renda. “Desemprego, pobreza, miséria, violência urbana são a tatuagem da RMR. A região incha em termos populacionais, cresce economicamente, mas não se desenvolve e muito menos distribui a renda advinda desse crescimento. A concentração de renda, advinda do crescimento econômico da região, é um dos grandes problemas a ser enfrentado pelo novo governo”, aponta o economista Sandro Prado, conselheiro do Corecon-PE (Conselho Regional de Economistas). A DIFÍCIL FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES Com uma área restrita, o Recife não é um destino recomendado para atividades industriais, mas focadas nos serviços. Um dos esforços públicos e privados para elevar o valor agregado dessas atividades nas últimas décadas foi o investimento no parque tecnológico do Porto Digital. Além de contribuir para criar uma nova dinâmica e recuperação do Centro Histórico do Recife, esse polo conecta a capital pernambucana com a economia do futuro, em um setor intensivo em mão de obra. O gargalo, porém, é que a demanda é por profissionais com uma qualificação elevada. Romero Maia, gestor de pesquisas do IBGE, traça dois cenários bem distintos para o futuro da RMR. Ele avalia que a região, principalmente o Recife, Olinda e Jaboatão, já estão conectados à economia do futuro e antenados com as principais tendências globais. Porém, ao observar os indicadores sociais, ele constatou que a maioria da população atual estará excluída das oportunidades que serão geradas nessas cidades. “Uma minoria do Recife conseguirá atender as demandas das tendências globais do mercado e participar desse futuro da RMR. Mas, no mínimo, dois terços da população não terão condições de se inserir nisso. O desenvolvimento chegou aqui em uma velocidade que ainda não atingiu as outras regiões do Estado, mas só para quem conseguir aproveitá-lo”. De acordo com os dados do IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores desses dois terços da população mais pobre da Região Metropolitana do Recife é menor do que o das regiões de Maceió e de João Pessoa. “Se observarmos os que não trabalham, os índices da RMR também são maiores do que os dos nossos vizinhos. Hoje, a taxa de desocupação é de 17,2% (pessoas de 14 anos ou mais de idade, no terceiro trimestre de 2022). Se observarmos os indicadores educacionais, cerca de metade da população só tem até o ensino fundamental completo. Enquanto isso, as oportunidades que estão surgindo no Recife, na área de TI, exigem pelo menos uma formação específica tecnológica. Apenas 18% da população tem hoje ensino superior incompleto ou completo. Não chega a duas para cada 10 pessoas”. Para minimizar os dramas sociais no curto e médio prazo, Romero Maia defende que o único caminho é um programa de renda mínima, além de seguir investindo forte na educação da população, com formação gratuita e ligadas ao mercado de trabalho do futuro. “O que vai crescer no futuro são oportunidades em inteligência artificial, big data, metaverso. Há uma grande demanda por profissionais de programação. Outro segmento que é a grande aposta da geração de oportunidades é o hub logístico de Suape. Mas a população mais pobre não terá tempo para ter capacitação suficiente para participar desse desenvolvimento. Devido aos indicadores sociais da RMR, no futuro, provavelmente será necessário um programa de renda básica universal. Não tem nada mais atual. A inovação é inevitável, mas nunca gerou desconcentração de renda”. Diante desse desafio e dessa oportunidade, os esforços do Porto Digital, das organizações empresariais do polo e do poder público têm sido no sentido de acelerar a formação de mão de obra no setor de tecnologia. Mais recentemente, esse foco está voltado, inclusive, para a juventude de baixa renda do Recife, conforme defendeu Pierre Lucena, em recente entrevista à Revista Algomais: “Queremos levar o jovem de periferia para o Porto Digital” . As ações nessa direção estão no Embarque Digital, que é a grande aposta da Prefeitura do Recife para inclusão dessa população. Frente a esse cenário de distância entre as oportunidades da economia do futuro geradas no Recife e a reduzida qualificação da população que mora na RMR, o gestor do IBGE indica ser fundamental o desenvolvimento das demais regiões pernambucanas para abraçar parte dos profissionais que não conseguirão se inserir no mercado. “O desenvolvimento sustentável da RMR depende das demais regiões. Não só para atender a demanda de consumo no Recife mas, também, para abarcar a sua população que não encontrará trabalho na capital e nas cidades da região”. Em outras palavras, o gestor de pesquisas observa nas próximas décadas, caso haja um processo de desenvolvimento do Agreste, Zona da Mata e Sertão, haverá uma tendência de que parte das populações de baixa renda e baixa escolaridade migre para regiões do interior, onde a transição tecnológica tende a ser menos veloz. COMÉRCIO E SERVIÇOS Com uma intensa atividade comercial, seja nas centenas de lojas de rua ou nos diversos shoppings espalhados pela RMR, o varejo é um setor que requer atenção especial nas discussões sobre o desenvolvimento local. De acordo com Fred Leal, presidente da CDL Recife, os desafios de revitalização

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7 imagens do Recife na Copa de 1950

O clima é de Copa do Mundo, ainda mais após a primeira vitória rumo ao hexa no Catar. No meio dos festejos em verde e amarelo, a Pernambuco Antigamente resgata 7 imagens em preto e branco da Copa de 1950, quando o Recife foi o palco de algumas partidas. Ilha do Retiro, com uma capacidade bem menor que a atual(Foto do site História do Futebol) Registro de um gol Chileno no Recife, na Copa de 50, contra os Estados Unidos(Foto do site O preço de uma Copa, de um registro da Gazeta Esportiva Ilustrada) De acordo com o site Vozes da Zona Norte (com imagens do Diário de Pernambuco da época), as fotos abaixo são respectivamente de gols do Estados Unidos e do Chile, no Recife Torcida do Recife lota a Ilha do Retiro (Imagem do Diário de Pernambuco, na Hemeroteca da Biblioteca Nacional) Raro registro de Jules Rimet no Recife (Imagem do Diário de Pernambuco, na Hemeroteca da Biblioteca Nacional) No vídeo abaixo, é possível ver os sete gols desse dia na Copa do Mundo no Recife, no canal Futuro Sport Recife. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais

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Contra Sérvia, Brasil inicia jornada pelo hexa na Copa do Catar

Da Agência Brasil A caminhada do Brasil em busca do hexa começa hoje (24). A partir das 16h (horário de Brasília), a seleção de Tite mede forças com a Sérvia, no Estádio de Lusail, pela primeira rodada do Grupo G da Copa do Mundo. Brasileiros e sérvios se reencontram em uma Copa do Mundo quatro anos após se enfrentarem na primeira fase da edição anterior, na Rússia. Na ocasião, a equipe canarinho venceu por 2 a 0, com gols do zagueiro Thiago Silva (que faz parte da atual seleção) e do volante Paulinho. Os europeus, por sua vez, levaram a melhor na final do Campeonato Mundial sub-20 de 2015 (Nova Zelândia). A Sérvia ganhou por 2 a 1, na prorrogação (o meia Andreas Pereira marcou para os brasileiros). Do elenco campeão há sete anos, sete atletas estão no time que viajou ao Catar, entre eles os meias Sergej Milinkovic-Savic (eleito o terceiro melhor jogador do torneio) e Nemanja Maksimovic (autor do gol do título). Já o Brasil teve como titular o atacante Gabriel Jesus, chamado por Tite. A goleada por 5 a 1 sobre a Tunísia, no Parque dos Príncipes, em Paris (França), no último dia 27 de setembro, deu números finais ao ciclo de preparação da seleção brasileira, iniciado em 7 de julho de 2018, um dia após a derrota por 2 a 1 para a Bélgica, pelas quartas de final da Copa da Rússia. Foram 37 vitórias, dez empates e três revezes, com 80,6% de aproveitamento e um título, da Copa América de 2019, conquistado em solo verde e amarelo. Tite observou 87 jogadores no ciclo, sendo que 63 foram a campo. Foi na reta final da caminhada rumo ao Catar, porém, que o técnico brasileiro chegou à conclusão do time ideal (ou algo próximo disso), com a aposta na juventude de nomes como o meia Lucas Paquetá e dos atacantes Vinícius Júnior, Raphinha, Antony e Rodrygo, sob a batuta de Neymar, no terceiro Mundial da carreira do craque. Em entrevista coletiva na última quarta-feira (23), Tite evitou confirmar a escalação que mandará a campo nesta quinta, mas deixou claro que as variações táticas são aquelas conhecidas do torcedor. A principal dúvida é se o técnico escalará o meio-campo com Fred junto de Casemiro e Paquetá (como fez na maior parte dos últimos jogos) ou se repetirá a estratégia adotada na vitória por 3 a 0 sobre Gana, em Le Havre (França), no último dia 22 de setembro, com Neymar no papel de principal articulador de jogadas e um trio ofensivo à frente, com Vinícius Júnior titular ao lado de Raphinha e Richarlison. O provável Brasil terá: Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Lucas Paquetá e Neymar; Vinícius Júnior (Fred), Richarlison e Raphinha. Deles, apenas Alisson, Danilo, Thiago Silva, Casemiro e Neymar já atuaram em uma Copa do Mundo. Marquinhos foi convocado em 2018, mas ficou no banco. Na Sérvia, o técnico Dragan Stojkovic confirmou que terá Alexsandar Mitrovic à disposição, recuperado de uma contusão no pé sofrida no fim de outubro. O atacante do Fulham (Inglaterra) é a maior aposta ofensiva do time europeu, com nove gols em 12 jogos na temporada. O treinador, porém, admitiu que Filip Kostic é dúvida, já que o meia ainda não está 100% recomposto de uma lesão que sofreu defendendo a Juventus (Itália). Assim, a equipe sérvia deve ir a campo com: Vanja Milinkovic-Savic; Nikola Milenkovic, Milos Veljkovic e Strahinja Pavlovic; Andrija Zivkovic, Nemanja Gudelj, Sergej Milinkovic-Savic, Filip Mladenovic e Dusan Tadic; Alexsandar Mitrovic e Dusan Vlahovic. Além da Sérvia, o Brasil terá Suíça e Camarões pela frente no Grupo G. Os outros integrantes da chave também jogam nesta quinta, mas a partir das 7h, no Estádio Al Janoub, na cidade de Al Wakrah.

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agenda 2022

Agenda TGI discute perspectivas para o mundo, Brasil, Pernambuco e Recife

Na noite de ontem (22), a Agenda TGI, o principal evento empresarial de final de ano de Pernambuco, lotou o Teatro RioMar para tratar dos desafios de 2023 e das perspectivas para o mundo para o Brasil, para o Estado de Pernambuco e para o Recife. Francisco Cunha, consultor empresarial e sócio da TGI, tratou de assuntos chaves para entender 2022 e para refletir sobre o próximo ano, como as mudanças climáticas, a tensão entre China e Estados Unidos e os efeitos da Covid-19 na economia global. No Brasil, sobre a perspectiva da mudança de Governo, após a eleição de Luis Inácio Lula da Silva, Francisco Cunha ressaltou a necessidade de equilíbrio fiscal e social no País, que não suporta nem o desrespeito à saúde das contas públicas, nem a manutenção de uma população de famintos e em situação extrema de vulnerabilidade social. Acerca de Pernambuco, Francisco Cunha sinalizou os principais desafios do Estado nos próximos anos, mas também o equilíbrio fiscal alcançado. O consultor ressaltou o documento “Pernambuco Além da Crise: Propostas aos Candidatos ao Governo de Pernambuco”, elaborado durante a pandemia, com sugestões para a próxima gestão estadual. Entregue a todos os candidatos durante a eleição. Sobre o Recife, Cunha ressaltou a importância do cuidado ambiental, com projetos como o Parque Capibaribe, que cria um caminho de revitalização da capital pernambucana, como uma Cidade Parque. Uma das novidades da edição 2022 da Agenda TGI foram as apresentações culturais da Ária Social, que trouxe ao palco música e dança, inspirados no Movimento Armorial e com um repertório de Capiba. A cobertura completa do retorno dos eventos presenciais da Agenda TGI você confere na Algomais, em dezembro.

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Jose Claudio Oliveira

"Construir a imagem da empresa brasileira de TI não foi uma tarefa trivial"

José Cláudio, CEO da Procenge, empresa de tecnologia que chega aos 50 anos, fala do pioneirismo de atuar numa época em que depósito bancário era feito em papel e o voto colocado em urna de lona. Ele destaca inovações da companhia como ter desenvolvido a TED, a partir de determinações do Banco Central. Para quem cresceu com as facilidades de obter um extrato bancário com um simples toque no celular ou votar na urna eletrônica e conhecer o resultado da eleição horas depois, é difícil entender o cotidiano no Brasil antes dessas revoluções tecnológicas. A empresa pernambucana Procenge, que comemora 50 anos, foi testemunha e protagonista dessas transformações. Cláudia Santos conversou com o CEO da Procenge, José Cláudio Oliveira, que falou da trajetória pioneira da companhia desde os primórdios da então chamada “informática” no País. A empresa criou inovações como a TED (transferência eletrônica disponível) para o setor bancário. Bem-humorado e bom de prosa, o empresário conta passagens engraçadas como as ocorridas no tempo em que se fazia depósitos em papel nos bancos. Confira a entrevista. O que leva o Recife a ter tanto destaque na área de TI? Porque o Recife é uma cidade de mascate. O forte da sua economia sempre foi a prestação de serviços, o comércio. A TI também fornece serviços. Quando você acessa um App no seu celular, você quer o serviço que é oferecido dali. Outra coisa foi o pioneirismo da UFPE em desenvolver cursos nessa área. Mas quando comecei, não havia cursos no Recife na área de tecnologia da informação. Eu nem sabia o que era um computador quando estagiei numa revenda de tratores da Caterpillar. Fiquei curioso quando vi no almoxarifado peças da empresa que vinham de São Paulo, com uns cartõezinhos amarrados. Aqui, eles não serviam para nada, o pessoal jogava fora, mas fui informado que aquilo ali era como a fábrica fazia o controle de estoque das peças. Um dia fui mandado para fazer um curso na Caterpillar de São Paulo e lá compreendi o que eram aqueles cartões perfurados: uma forma de inserir e retirar dados do computador. Eles serviam para identificar se havia estoque das peças. Achei aquilo interessante, me intrigou e me instigou. Quando me formei, fiz um concurso na IBM e passei. O senhor se formou em que área? Em engenharia mecânica na Escola Politécnica de Pernambuco. Depois, na IBM, fiz um curso de vendas. Você aprendia tudo que tinha para aprender da companhia, mas sempre sob uma ótica de venda. Recebi a incumbência de atender o setor de engenharia, que não tinha uma grande quantidade de empresas, mas havia uma que era interessante, a Astep. Ela se tornou grande referência no Brasil e no exterior por ter usado, pioneiramente, um computador para fazer cálculos nas engenharias ferroviária e rodoviária. Na Astep descobriram ser possível usar o computador também para fazer a contabilidade da empresa, a folha de pagamento, o controle de tributos e financeiro. E entenderam que se era um serviço que eles estavam demandando, as outras empresas demandavam também. Havia, portanto, um mercado para esse serviço. Nesse meio tempo, fui promovido e transferido da IBM do Recife para a matriz no Rio de Janeiro. Nessa época, o governo implantou a reserva de mercado no setor e não atentou que esse negócio necessitava de conhecimento tecnológico, de gente e de experiência que não tínhamos. Mas, como era no tempo do governo militar, tentaram fazer a coisa na força. A IBM no Brasil ficou numa situação complicada e começaram um plano de transferência das pessoas no País. Por outro lado, tive notícias de que os diretores da Astep concluíram que as aplicações que haviam desenvolvido – hoje chamadas de backoffice das empresas – não eram o negócio deles, já que atuavam com cálculo de engenharia rodoviária e ferroviária. Então decidiram criar uma outra empresa para atuar nessa área, a Procenge e precisavam de pessoas que conhecessem o mercado da informática, como chamávamos na época. Fui convidado por eles para voltar ao Recife e assumir essa área. A Procenge tinha um modelo de gestão inovador que incentivava a participação dos colaboradores para opinar no andamento da empresa. A Astep também propôs vender as ações da empresa nascente para os funcionários se tornarem sócios. Nesse momento, em 1980, a Procenge fica independente da Astep e um grupo de 21 funcionários se torna acionista da empresa. É aí eu tenho uma participação mais ativa. Como foi a trajetória da empresa, que é conhecida por ser pioneira em várias tecnologias? Além dessa área de backoffice, começamos a trabalhar em projetos tão diferentes como a despoluição do Lago Paranoá até o sistema integrado de transporte do Recife. Nesse grupo de 21 pessoas, havia uma parcela diversificada de consultores, conhecedores de vários tipos de tecnologias e técnicas diferentes, o que fez com que nos aproximássemos desses projetos, tendo o diferencial, para a época, de usar o suporte de um computador. No Recife, nessa época, todas as linhas de ônibus ligavam um bairro ao Centro. Se você quisesse ir de Casa Amarela para Boa Viagem, tinha que sair de Casa Amarela, ir para o Centro e pegar outro ônibus para ir a Boa Viagem. Se você saísse de Camaragibe para Olinda, teria que ir para o Centro do Recife e, de lá, para Olinda. Desenvolvemos um projeto com uma pesquisa de origem e destino, investigando de onde as pessoas vinham e para onde queriam ir. Em cima disso, montou-se um modelo matemático processado no computador que determinou quais seriam as linhas mais propícias para o Recife ter. Criamo um sistema entre bairros, entre cidades da região metropolitana, racionalizando o transporte público e que praticamente criou a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que, até hoje, é a gestora do sistema de transporte subordinada ao Consórcio Metropolitano de Transporte Urbano. Trabalhamos também com sistemas bancários, em parceria com uma empresa de Blumenau. Desenvolvemos e aperfeiçoamos o sistema de controle de contas correntes porque nessa época não havia o teleprocessamento, era tudo feito no

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capa 200.3

Desafio do Desenvolvimento da Zona da Mata pernambucana

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais D a Zona da Mata pernambucana são produzidos dois dos principais produtos de exporta- ção do Estado: derivados da cana-de-açúcar e os carros. A monocultura da região passou a dividir o protagonismo na última década com a indústria automotiva e também de alimentos. Enquanto no norte a aposta do crescimento econômico é no adensamento da cadeia produtiva conectada à Stellantis, no sul estão em andamento investimentos importantes no turismo de sol e mar. Para o economista Sandro Prado, conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon), a recente industrialização da região é um fenômeno que contribui para reduzir o êxodo da juventude, mas o esforço pelo desenvolvimento da Zona da Mata deve ser ainda maior. “A região vem experimentando uma recente industrialização trazendo novas perspectivas através da diversificação das atividades produtivas, com destaque para o município de Goiana, porém ainda com uma empregabilidade aquém da necessária para reverter os altos índices de desemprego”. Ele considera que a formação econômica da região atrelada à atividade canavieira deixou traços marcantes na sociedade e na economia, com alguns desafios que ainda não foram superados. “A crise do complexo sucroalcooleiro iniciada nos anos 90, bem como os efeitos negativos que a sazonalidade do setor trouxe para o mercado de trabalho, deixaram muitos problemas. A região ainda possui uma elevada escassez de alternativas econômicas capazes de gerar emprego e renda para o grande contingente populacional o que, ainda hoje, provoca uma migração contínua dos jovens para a Região Metropolitana de Recife e para outros Estados”. *Leia a reportagem completa na edição 200.3: assine.algomais.com

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Bruno Bezerra CDL SCC

"É essencial melhorar a qualidade do urbanismo nas cidades do interior"

Infraestrutura viária, abastecimento de água e redução da violência urbana são alguns dos principais desafios elencados por Bruno Bezerra, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Cruz do Capibaribe, para o desenvolvimento do Agreste. Para além das questões econômicas, ele é uma das vozes que defende a melhoria da qualidade do urbanismo das cidades do interior. O crescimento econômico, sem o devido investimento em serviços e na organização dos municípios, é um filme recorrente em muitos pólos pelo País, como o de confecções. Integrande da ONG Bichos da Caatinga, ele destaca também a necessidade de cuidar do bioma e de promover a preservação ambiental na região. Quais os principais desafios para o desenvolvimento do agreste, na sua opinião? Quais as maiores demandas de infraestrutura da região? Nós temos problemas que precisam ser de fato tratados urgentemente como desafios estratégicos e não apenas como base para discursos eleitorais. Alguns desses problemas são básicos e se arrastam por décadas a fio, como é o caso do abastecimento d’água, um problema que é praticamente um ancião, desrespeitado por quase todos os governos na maior parte do tempo. Hoje um dos problemas mais graves de todo o interior de Pernambuco é a situação da nossa infraestrutura viária, que nos últimos anos foi negligenciada, provocando mortes, mutilações e ainda atrofiando o desenvolvimento do interior. Cada vez mais os negócios são digitais, mas o fluxo de produtos precisa de uma boa estrutura viária, tudo que nós não tempos em Pernambuco. A pauta deveria ser internet via fibra ótica, 5G e os avanços tecnológicos, mas seguimos travados com pautas miúdas, que discutem ações do tipo operação tapa-buracos. É muito atraso para um estado como Pernambuco, que sempre esteve na vanguarda. Outro desafio é a segurança, pois muitas cidades interioranas estão desprovidas de sossego em função dos altos índices de criminalidade. Existem desafios que não podemos esquecer como é o caso da capacitação profissional, além da desburocratização e simplificação do ambiente de negócios, especialmente da pequena empresa. Vale lembrar que 7 em cada 10 empregos no Brasil são gerados pela energia empreendedora dos pequenos negócios. Investir na pequena empresa é investir na geração de empregos, não tem mistério, mas tem muita omissão por parte dos governos. Sobre o polo de confecções, que é uma das grandes forças econômicas da região, quais as principais demandas empresariais para aumentar a competitividade? O grande desafio do pólo é seguir firme e forte popularizando a transformação digital. Costumo dizer que o problema não é o que a tecnologia pode fazer conosco, mas sim, o que podemos fazer com todo esse potencial tecnológico disponível hoje em dia. A transformação digital é uma mega oportunidade. Contudo, é uma transformação muito mais de pessoas do que de máquinas e sistemas de tecnologia da informação. É uma questão de mudança de atitude, de mentalidade, de fortalecer uma das nossas mais importantes habilidades: a capacidade de adaptação. Dito isso, é fundamental investir na capacitação das pessoas. É primordial criar políticas públicas para valorização das costureiras. E mais uma vez, é muito importante desburocratizar o ambiente de negócios. O Governo de Pernambuco precisa investir forte nas rodadas de negócios que existem hoje no Polo de Confecções, investir em eventos com o Estilo Moda Pernambuco (EMP) em Santa Cruz do Capibaribe e no Festival do Jeans de Toritama. Dinheiro para isso tem, o FUNTEC (Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Têxtil e de Confecções) é um tributo que tem uma boa arrecadação, sobretudo no agreste. Lamentavelmente, esse recurso não é reinvestido no Polo de Confecções como deveria. Mais uma vez precisamos citar as péssimas condições das estradas que tem atrapalhado muito o desenvolvimento do Pólo de Confecções, a falta d’água e os altos índices de violência, inclusive nas estradas, e de maneira alarmante em Santa Cruz do Capibaribe, a violência contra as mulheres. Nas duas últimas décadas, a região recebeu investimentos universitários, como a chegada de campus da UFPE e UFRPE. Essa contribuição da formação de mão de obra local já tem resultados no desenvolvimento regional? Os resultados já começam a impactar de maneira positiva nosso ambiente de negócios com a chegada de profissionais com melhor qualificação. Todavia, é necessário viabilizar uma maior interação da academia com o mercado, especialmente com a estrutura do Pólo de Confecções. Sendo o nosso principal desafio a capacitação de pessoas, o papel da universidade é estratégico nesse contexto. Isso sem falar na carência que temos de pesquisas do nosso ecossistema empreendedor. Nesse quesito a Universidade pode fazer a diferença. Para além da economia, quais as principais necessidades da região para promoção da qualidade de vida no agreste? Tenho dito que cuidar da cidade é a melhor forma de cuidar de si e de todos ao mesmo tempo. As cidades precisam ser boas para se viver, caso contrário, o desenvolvimento econômico não faz sentido algum. As cidades precisam ser pensadas e planejadas para potencializar o bem-estar das pessoas. É essencial melhorar a qualidade do urbanismo nas cidades do interior para que elas possam crescer promovendo a qualidade de vida na dinâmica urbana. É preciso melhorar e ampliar os serviços de saúde e, nesse contexto, temos a deficiência no saneamento básico, que é um problema gravíssimo. Melhorar cada vez mais a qualidade do ensino nas escolas públicas deve ser algo permanente. Investir em espaços de lazer e diversão para a população. Cuidar verdadeiramente do meio ambiente. Os dois principais rios do agreste, Capibaribe e Ipojuca, estão entre os mais poluídos do Brasil. O bioma Caatinga, que predomina no agreste, sofre impactos violentos em função do desmatamento e da ocupação desordenada e irregular das áreas rurais.

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