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"O ensino híbrido já é uma realidade na graduação brasileira"

O reitor Pedro Falcão fala sobre os desafios encarados pela Universidade de Pernambuco durante a pandemia e sobre os aprendizados que as instituições de ensino superior tiveram neste período. Ele foi um dos entrevistados na edição 187.3 da Revista Algomais e hoje publicamos na íntegra a entrevista concedida ao jornalista Rafael Dantas, em que ele tratou também sobre o futuro do ensino híbrido e acerca da importância das pesquisas e da aproximação da universidade com a sociedade. Quais os principais desafios e aprendizados da UPE nessa travessia da pandemia?  O maior desafio foi manter todas as atividades da Universidade, em todas as dimensões (ensino, pesquisa, extensão e gestão), com qualidade e equidade em cenários e contextos tão diversos. Somos uma instituição com estrutura multicampi (10 campi, 15 unidades de ensino, 3 hospitais universitários e 4 escolas de aplicação), espalhada em todas as macrorregiões do estado. Em cada região a pandemia se comportou de maneira diferente e isso precisou ser levado em conta na definição de nossas ações e atividades. O mais complexo, nesta nova configuração, foi realizar as atividades de ensino de graduação de forma remota, com caráter emergencial e com equidade em nossos 54 cursos de graduação presencial, tendo em vista que somos muito diversos e o nosso país é constituído por uma grande desigualdade socioeconômica, que também está presente na Universidade. Era preciso motivar os nosso quase 14 mil estudantes a não desistirem de suas formações em andamento e fazer com que o ensino chegasse com qualidade e de forma igualitária a todos eles. Foi preciso muito estudo, muito diálogo (dentro e fora da Universidade) e busca de recursos financeiros. Avançamos muito no uso de novas tecnologias na educação? Era preciso formar, capacitar os professores e os estudantes que não estavam habituados ao ensino na perspectiva tecnológica ou em ambientes virtuais. Para isso, desenvolvemos o ambiente http://www.upedigital.upe.br/ que foi o pontapé inicial nesta direção. Mas conseguimos, na medida do possível, retomar o ensino com a participação da maioria dos estudantes tanto no semestre suplementar não obrigatório (com adesão de 86% do corpo discente) como nos semestres de 2020 e de 2021 em curso. O maior aprendizado que temos tirado disso tudo é que a resiliência e a adaptabilidade, mais que nunca, estão presentes no contexto universitário. Essas características da atividade acadêmica nos instigaram a buscar alternativas e repensar modos de pesquisar, de ensinar e prestar serviços à sociedade. Uma prova disso são os registros no endereço eletrônico http://www.novocoronavirus.upe.br/ que reúne um conjunto de ações da universidade, principalmente no ano de 2020, desenvolvidas no contexto da pandemia da covid-19. Lógico que houve um avanço significativo, algo já comum em países desenvolvidos, no uso de tecnologias em cenários de educação. O Brasil estava, de certa forma, cristalizado em algo que ele já conhecia e fazia pouco uso, galgando nesta perspectiva. A impossibilidade da vivência presencial neste período fez com que as coisas caminhassem mais rápido, num curto espaço de tempo. Não é que não soubéssemos que ferramentas utilizar e como utilizá-las em cenários educacionais. Mas, não era algo massificado, presente em vários ambientes e formações distintas. A experiência radical do ensino remoto deve influenciar a universidade a adotar ao menos um modelo híbrido no futuro? Apesar dos impactos que essa experiência trouxe para todas as instituições, que vantagens o Sr. apontaria que podem ficar como um legado desse período? Primeiro é preciso entender a legislação que rege a formação no ensino superior no país, a partir. Coforme a política da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), só há duas possibilidades de um curso de graduação no Brasil: presencial ou à distância. Em cada uma dessas modalidades, já é previsto um percentual de 20% a 40% de atividades à distância nos cursos presenciais (dependendo da área e do curso, considerando-se as peculiaridades de cada formação) e isso também se aplicada nos cursos à distância, só que de forma presencial. Então o ensino híbrido já existe, já é uma realidade na graduação brasileira. Apenas isso não é massificado. Talvez seja algo que precisemos repensar em algumas disciplinas ou componentes curriculares de formação mais geral, presentes na maioria das graduações. Mas isso é papel que compete ao Núcleo Docente Estruturante – NDE de cada curso. A UPE já vem avançando nesta perspectiva. Já temos, por exemplos, cursos de graduação presencial que permitem aulas e atividades com disciplinas à distância dentro do percentual estabelecido. O que precisa ficar claro são as metodologias adotadas. São perspectivas atuação com metodológicas e de formação diferentes nas atividades presenciais e à distância. O ensino remoto emergencial não é ensino à distância! Uma das vantagens que vemos nesse processo é a diminuição das distâncias. Como dito antes, somo uma Universidade com estrutura Multicampi. O remoto possibilitou diminuir estas distâncias. Acredito, por exemplo, que há uma forte tendência que as reuniões de colegiado de curso, de conselhos, por exemplo, assim como muitos eventos acadêmicos, passem agora a ser realizados a partir desta perspectiva. A pandemia expôs a importância do papel social das universidades? Como a ampla exposição do avanço da ciência e até mesmo dos trabalhos de extensão pode influenciar a atuação da universidade nos próximos anos? Como a vacina, o uso de medicação e qualquer medida de profilaxia com relação à covid-19 dependeram e dependem da ciência, das pesquisas em andamento, claro que a universidade (que vinha sendo atacada maciçamente nos últimos tempos) ganhou destaque. A ciência se faz com base em evidências e isso foi, inclusive, um dos caminhos para enfrentarmos às fake news, por exemplo, que são montadas com base no “achismo”. A universidade caminha em várias direções e numa sociedade moderna e da informação, as respostas aos anseios são cada vez mais emergentes num curto espaço de tempo. Nesta direção, na Universidade, seja através da pesquisa ou da extensão, destaca-se a ciência, a pesquisa e a prestação de serviços como caminhos para enfrentamento da crise atual e das perspectivas de enfrentamentos futuros, que apresenta múltiplas faces e afligem o campo da saúde, sobretudo,

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Últimas semanas para conferir exposição Deuses Ocultos

A mostra “Deuses Ocultos” com obras do artista plástico David Alfonso entra nas suas últimas semanas na Arte Plural Galeria (APG), no bairro do Recife. Antes do encerramento, dia 30, ele participa de visitas guiadas à exposição, com um bate-papo interativo com o público. Na quinta-feira (21/9), às 17h30 e no sábado (23/10), às 14h30, o artista abordará o seu processo criativo pra a exposição, detalhando peculiaridades de cada obra e lembrando da inspiração que teve para criar as telas e desenhos que compõem a mostra. Deuses Ocultos reúne coloridas telas e trabalhos em preto e branco, nas quais o artista revela sua visão sobre divindades, mesclando o humano, a natureza e os animais. As visitas guiadas congregam até 20 pessoas e não há necessidade de agendamento. É recomendado, porém, chegar com antecedência para garantir a vaga, além da obrigatoriedade de serem seguidos os protocolos de segurança contra Covid-19. A APG fica na Rua da Moeda 140, Recife, no bairro do Recife. Telefone: (81) 3424-4431, e está aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Com curadoria da jornalista Olívia Mindêlo, “Deuses Ocultos” é a primeira exposição individual de David Alfonso, que já participou de diversas coletivas. “As pinturas dele são um chamado à contemplação e à descoberta. Evocando o gesto perdido de parar, ver e imaginar é que a obra desse artista cubano-pernambucano toma corpo; aliás, corpos”, ressalta ela.

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Família de capivaras é fotografada em passeio na Via Mangue

O nosso leitor Valdir Oliveira fotografou ontem (19) o passeio de uma família de Capivaras na margem da Via Mangue, em Boa Viagem, no Recife. O registro aconteceu nas proximidades da Rua Tenente João Cícero. As capivaras nos últmos meses têm aparecido com mais frequência nas proximidades do Rio Capibaribe. O nome do rio, por sinal, é uma referência a esses animais. Na fotografia é possível identificar ao menos quatro animais. É comum eles andarem em grupos, como em registros anteriores feitos em outros lugares na cidade.  

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Obras de requalificação da Pracinha de Boa Viagem começam hoje

Da Secretaria de Turismo de Pernambuco Considerada um dos equipamentos públicos mais queridos dos recifenses, a Pracinha de Boa Viagem se prepara para passar por requalificação, visando oferecer mais acessibilidade e conforto aos moradores e turistas que utilizam o espaço. As melhorias programadas para a atual intervenção buscam reestruturar a iluminação, os banheiros masculino e feminino e também implantar um novo piso na área das barracas de alimentação. Será inserido ainda no local um passeio específico, seguindo as normas de acessibilidade. A obra foi anunciada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, que finalizou o edital de licitação da intervenção para publicação em abril. “A Pracinha de Boa Viagem é um dos cartões-postais da nossa capital e ponto obrigatório de vista dos turistas que chegam a Pernambuco. Essas melhorias que começam a ser executadas trarão mais comodidade aos milhares de usuários que frequentam o local, que contarão com uma melhor infraestrutura”, destaca o secretário Rodrigo Novaes. Os investimentos para a requalificação da Pracinha são de pouco mais de R$ 840 mil, provenientes de emenda federal do deputado Felipe Carreras, via Ministério do Turismo. Além das reformas já citadas, está contemplada também a construção de estrutura metálica modular para abrigo da rede elétrica, a troca de postes e lâmpadas da praça para o modelo LED e o embutimento de toda a fiação elétrica. O prazo estimado para conclusão da requalificação é de três meses a partir do início da obra. “A ação é de suma importância para o Recife, sobretudo agora que começa a alta temporada em que recebemos muitos visitantes. Quero agradecer ao secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes, que terá a responsabilidade de acompanhar e de cuidar da obra que será executada pela Setur-PE a partir desta terça-feira (19). Tudo em prol da melhoria da cidade, tanto para quem comercializa quanto para quem visita”, comenta o Prefeito do Recife, João Campos. “Na Pracinha de Boa Viagem, as pessoas têm acesso ao nosso artesanato e também à nossa gastronomia. É um dos nossos atrativos turísticos mais visitados, e o anúncio de hoje é extremamente importante para a valorização desse espaço”, completou a secretária de Turismo e Lazer do Recife, Cacau de Paula.

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O Potencial da Energia Limpa Nesta Década

O POTENCIAL DA ENERGIA LIMPA NESTA DÉCADA. Por Marlos Macedo*   As políticas energéticas do Brasil respondem bem aos desafios de energia mais urgentes do mundo. O acesso à eletricidade em todo o país é quase universal e as energias renováveis ​​atendem a quase 45% da demanda de energia primária, tornando o Brasil um dos menores emissores de carbono do mundo.   A demanda total de energia primária dobrou no Brasil desde 1990, liderada pelo forte crescimento no consumo de eletricidade e na demanda por combustíveis para transporte, devido ao crescimento econômico robusto e à crescente classe média.   As grandes hidrelétricas respondem por cerca de 80% da geração de eletricidade doméstica, dando ao sistema elétrico uma grande flexibilidade operacional. A expansão contínua da energia hidrelétrica é cada vez mais limitada pelo afastamento e sensibilidade ambiental de grande parte do recurso remanescente, embora 20 GW de capacidade hidrelétrica estejam em construção na região amazônica. A dependência de outras fontes de geração de energia está crescendo, notadamente, o gás natural, eólica e bioenergia. Através de um sistema de leilões de contrato, o Brasil conta com um mecanismo para antecipar investimentos em nova capacidade de geração e transmissão, bem como para diversificar a matriz energética.   As ampliações na capacidade eólica global quase dobraram no ano passado, 2020, para 114 GW. Esse crescimento deverá desacelerar, um pouco, até 2022, mas os aumentos ainda serão 50% maiores do que a expansão média durante o período 2017 a 2019. As instalações solares fotovoltaicas, no mundo, continuarão a bater novos recordes, com expansões anuais previstas para chegar a mais de 160 GW até 2022. Isso seria quase 50% maior do que o nível alcançado em 2019 antes da pandemia, afirmando a posição da energia solar como o "novo rei" da mercados globais de eletricidade.   No caso dos biocombustíveis, uma esperança está em que a capacidade de produção global do óleo vegetal hidrotratado (ou HVO) duplique nos próximos dois anos, expandindo significativamente a capacidade de sua produção, a partir de resíduos e matérias-primas residuais, os quais também podem ser utilizadas na geração de energia elétrica, e atender as metas na redução do uso de combustíveis de origem fóssil.   As sociedades buscam mecanismos sustentáveis para manter-se em funcionamento já de alguns anos para cá, o que reflete na necessidade de investimentos e ações que tornem o convívio do homem com a natureza, uma tendência ao equilíbrio. Amparadas nos pilares econômicos, ambientais e sociais, políticas sustentáveis trarão melhor presença de fontes de energias ditas limpas, ou seja, com zero emissão de carbono, fazendo com que o consumo – cada vez maior desde recurso – impacte cada vez menos no meio ambiente. * Engenheiro formado pela UFPE, pós-graduado em engenharia de produção pela UNINTER e mestrando em engenharia de sistemas pela POLI/UPE, atualmente é secretário-geral da Associação Comercial de Pernambuco, professor universitário e  consultor para investimentos em energia.

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Gente & Negócios (18/10)

Startup pernambucana de performance digital desenvolve parceria com a Rappi A Jogga Digital, startup pernambucana de performance digital, desenvolveu uma parceria em grande escala com o aplicativo Rappi em São Paulo, Rio de janeiro e Norte e Nordeste. A startup está trabalhando, através de inteligência de dados e marketing digital, com o foco no aumento de pedidos e aceleração de negócios, como restaurantes, lanchonetes e mercados, que estão inseridas na plataforma de delivery. Os primeiros estados de atuação do projeto escolhidos pelo aplicativo são os de São Paulo, Rio de Janeiro e outros do Norte e Nordeste, com a expectativa de que, em pouco tempo, se estenda a outras capitais e cidades do país. . . Mercado aquecido Em tempos de instabilidade política e econômica, o pernambucano tem procurado encerrar o ano realizando um sonho antigo: conquistar a casa própria. O CEO da plataforma de buscas Expoimóvel, Thiago Donato, comenta que a empresa registrou aumento de 30% na busca por imóveis residenciais à venda na capital, entre abril e agosto. Uma tendência que deve continuar em alta até dezembro, por conta da perspectiva de aumento de juros e alta da inflação. . . Porto do Recife entre os três melhores do Prêmio ANTAQ 2021 O Porto do Recife recebeu o prêmio ANTAQ 2021 na categoria de “Maior evolução anual do Índice de Desempenho Ambiental – IDA 2020” em terceiro lugar. O IDA (Índice de Desempenho Ambiental) é avaliado pela ANTAQ anualmente através de 38 indicadores ambientais. O Porto do Recife ocupava a 19° posição do índice em 2019, chegando ao top três em 2020.  “Esse é um prêmio muito gratificante para o Porto do Recife pois além de reconhecer nossos esforços, também traz uma maior visibilidade para o ancoradouro. Chegar ao top três de desempenho ambiental mostra nossa preocupação com os impactos ambientais das operações portuárias e abre portas para novos negócios que tenham essa mesma preocupação”, afirmou o presidente do Porto do Recife, José Lindoso. A agenda ambiental institucional foi lançada no final de 2020 e foi um grande passo para a área ambiental do ancoradouro. O objetivo do documento é reunir ações voltadas para o meio ambiente dentro do ancoradouro, como educação ambiental, coleta seletiva, consumo consciente, entre outros. O porto conseguiu também a aquisição da estação meteorológica, que fornece informações atualizadas sobre o tempo, permitindo realizar o acompanhamento das variáveis climáticas locais e fornecer dados mais exatos para a navegação.

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Thales Castro avalia o cenário das Eleições 2022 em Pernambuco

O cientista político e professor da Unicap Thales Castro foi um dos entrevistados da edição 187.2 da Revista Algomais sobre o cenário das eleições 2022 em Pernambuco. Nesta entrevista concedida ao jornalista Rafael Dantas, ele avalia quem são os principais cabos eleitorais no Estado no próximo ano e aponta os temas que deverão ocupar o debate político local. Quais são as principais forças políticas que devem disputar o governo de Pernambuco em 2022? Devemos ter múltiplas forças de esquerda e direita como nas eleições do Recife em 2018 ou um cenário com menos candidaturas? Sobre esse primeiro momento de pré-candidaturas, a cultura política pernambucana recente se estrutura através muitos nomes. Esses nomes surgem no sentido de verificação da sua viabilidade. Então é uma forma inclusive de testar, em termos de recepção dessas candidaturas no processo de formação de coligações. No campo das eleições majoritárias há nomes que surgem como meteoros, mas também rapidamente desaparecem. Após as convenções partidárias, porém, eu antevejo uma eleição com menos nomes. No campo da esquerda temos o PSB liderando essa grande coalizão, referendada por Lula, mas que ao mesmo tempo ela está ambivalente através dessa força nordestina que é a do Ciro Gomes, que tenta emplacar uma terceira via. Isso fratura o eleitorado local. Ceará e Pernambuco são Estados importante aqui da região e Ciro Gomes é um um grande nome desse cenário político que pode fraturar a esquerda.  No âmbito da direita, da centro direita, Alberto Feitosa e a própria Delegada Patrícia Domingos são nomes que trazem um recall do eleitorado. É claro que isso é muito mutável. Não podemos esquecer também o nome da deputada Clarissa Tércio, que tem já de algum tempo determinado o seu campo de atuação, resvalando um pouco da agenda nacional. Esses são os nomes que a esquerda e a direita trazem em uma eleição mais coesa, de um cenário eleitoral diferenciado. Estamos na reta final da pandemia, com avanço da cobertura vacinal, recuperação lenta e gradativa dos segmentos socioeconômicos e recuperação do emprego. Esse é o cenário bem diferente de 2018, que respirava o antipetismo como frente quase única de competitividade eleitoral. Na sua opinião quais as principais forças e fragilidades da situação e das oposições em 2022 em Pernambuco? Eu acho que a grande força da esquerda é ter naturalmente o ex-presidente Lula, um grande líder popular, carismático, originário do estado de Pernambuco, levantando a bandeira da esquerda. Embora, repito, é uma bandeira que pode vir a ser um pouco ambivalente, em razão da força de Ciro Gomes, como sendo alternativa. Só que isso é apenas uma interpretação intuitiva, pois não sei se teremos uma terceira via. No cenário da cultura política brasileira não sei se teremos. De qualquer sorte, eu acho que a principal força da esquerda é justamente ter o ex-presidente voltando à cena. Qual é a fragilização das forças da esquerda? Justamente o sentimento do antipetismo, rejeição ainda muito muito estruturada nos principais centros urbanos aqui do estado de Pernambuco. A outra fragilização é ter bola dividida no sentido do próprio Ciro Gomes tentando abocanhar parte dessa tendência. Que temas você apostaria que devem ocupar um papel relevante nas eleições em Pernambuco no próximo ano? Os temas, as pautas, as agendas que certamente devem estar presentes tanto na esquerda quanto na direita são quase que uníssonos. A recuperação do emprego é certamente um tema comum e transversal. A diferença é como a direita e a esquerda apresentarão receituários para recuperação do emprego. Então, Pernambuco tem índices bem acima da média nacional de desemprego. Isso cresceu na pandemia. Então eu acho que a recuperação do emprego é o grande combustível para as agendas políticas e para as plataformas eleitorais. Aliado a essa temática econômica do emprego, nós temos a recuperação da própria atividade econômica, porque uma coisa é praticamente vinculada a outra. Na semana passada o Governo do Estado, atento a essa agenda, lançou um grande programa nacional de retomada estadual. A leitura que o Palácio do Campo das Princess faz está corretíssima. O outro tema também transversal preponderante será em relação a segurança pública, além de temas da agenda social, leia-se: moradia, educação, investimentos na infraestrutura médico-hospitalar. E o último tema, que não é um tema setorial, mas é muito simbólico e ideológico, digamos assim, que compõe o quadro político doutrinário. Eu me refiro especificamente sobre a relação do Governo Estadual com o Governo Federal. Como que se posiciona o candidato ou a candidata diante da agenda federal, nessa perspectiva conservadora, nacionalista, bolsonarista. Lula e Bolsonaro serão "cabos eleitorais" importantes para a eleição local? A eleição de presidente influencia muito na escolha do governador ou não? Sim, são os dois grandes cabos eleitorais. Bolsonaro é o Presidente da República, tem o poder de caneta, o poder de agenda, o poder da máquina. Ele chega em Pernambuco com um secto, inclusive com ministros que deverão ter apetite político em 2022, como é o caso do Gilson Machado, ministro do turismo. Então, ele é um cabo eleitoral fortíssimo. Veja a motociata dele em Toritama, Caruaru. Aquilo ali foi uma manifestação impressionante, a gente ainda está impactado com relação às manifestações maiúsculas do 7 de setembro. Por outro lado Lula é uma figura carismática das forças de esquerda, das bandeiras de esquerda, não todas necessariamente, mas de muitas. Presidente duas vezes, fez a sua sucessora lá em 2010. São dois cabos eleitorais maiúsculos nessa corrida eleitoral que vai tender, sim, a bipolaridade. Há uma tendência, sim, a hiperpolarização de uma sociedade já muito fragmentada e fraturada. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Dia do Professor: das ruas à universidade, um exemplo de paixão e superação

Todo professor carrega uma história de desafios e de conhecimentos. Seja na vida, na profissão, no dia a dia com os alunos, estando na sala de aula ou até mesmo remotamente. A partir dessa interação, surge a troca de experiências e de aprendizados. É uma construção de memórias e de vivências, que a contadora e professora Maristela Moura, do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), sabe bem como o que isso significa. Ela vem escrevendo uma trajetória ao longo do tempo e realizando o que tanto traz sentido à sua vida: ensinar. Mas quem a vê dando aula, nem imagina a sua história de superação. Hoje, com 30 anos na área da Contabilidade e professora universitária há 16 anos, sendo 11 de vivência na Unit PE, Maristela começou seu sonho de verdade nas ruas, quando pedia esmolas. Ela tinha vindo do interior, de Belém de Maria (na Mata Sul de PE), há 46 anos, para tentar a vida na capital. De lá pra cá, ralou muito. E cada esforço, cada minuto era valioso para seu aprendizado. Cada desafio vivido era, na verdade, um estímulo para ela seguir adiante. Ainda com mais força. Aos poucos, foi conquistando seu espaço e, com muita determinação e foco, construiu uma vida e carreira no Recife. “A contabilidade salvou a minha vida”. Esse é o resumo de tudo para Maristela, já que sua área de trabalho foi a responsável pelas mudanças principais na sua trajetória de forma geral. “A educação é amor e uma mudança de vida. A minha história é de superação, assim como a de outros professores". A educação em primeiro lugar Além de ensinar, ela também é empresária, mas a vida como educadora, para ela, ultrapassa todos os limites do amor e do carinho. “Eu tenho lojas na CEASA daqui de Pernambuco, além de lojas de roupa e de ração. Eu pago para administradores tomarem conta da minha vida, porque a educação está em primeiro lugar, porque eu acredito na educação e que nós podemos mudar nossas vidas”, salientou Maristela. Seu primeiro contato e lembranças com o Centro Universitário Tiradentes foi a partir de observações. “A Unit virou amor. Ela tem uma história linda na minha vida. Na rua, onde eu pedia esmola, tinha uma unidade da faculdade no bairro de Casa Amarela. Onde fui lá dar aula e devolver o que aquela comunidade tinha feito. Então, a Unit tem uma história na minha vida e um lugar no meu coração”, contou a professora. Maristela ensina no curso de Administração e é responsável por matérias das Ciências Contábeis: Contabilidades Básica, Introdutória, Tributária, Gerencial, Atuária e também Perícia. “São áreas incríveis, com muitas oportunidades para os contadores, com salários altíssimos”, ressaltou. Pandemia e Inovação Com o período pandêmico, várias mudanças aconteceram e Maristela precisou fazer adaptações e mudar o seu jeito de ensinar e de fazer suas atividades, além de, é claro, pensar em reinvenções. “Tive que aprender a trabalhar em plataformas como Meet, Teams e Zoom. Precisei me habilitar a conhecer, no mínimo, três a quatro sistemas. Com a internet no Brasil, que é muito arcaica, precisei aprender muita coisa”, contou. A professora se orgulha dos alunos e de suas turmas. Mesmo com a pandemia, o interesse, o contato e as participações não deixaram de acontecer. “Eu consigo ter 36 alunos em sala de aula, mesmo com tudo de forma remota. Isso é muito vitorioso. Às vezes, chega a 42 alunos, e são disciplinas difíceis, como a Contabilidade Atuária. Foram muitas mudanças de forma geral, mas, a cada dia, vamos melhorando”, revelou. Dia do Professor Neste Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, Maristela deixa uma reflexão de emoção e carinho, sentimentos que convivem com ela diariamente após a sua escolha de educar e compartilhar conhecimento. “Eu espero que essa chuva passe e que nós possamos voltar às salas de aula. Este ano eu fui dar uma aula em uma pós-graduação de forma presencial e me emocionei ao ir a uma sala de aula. Eu amo a educação. Ela mudou a minha vida, a da minha família e do ambiente que eu tinha e vivenciava. Também financeiramente e emocionalmente. A todos os meus colegas professores, eu passo meu respeito. Porque, afinal, ser professor é ter amor. Eu dedico só meu respeito a todos que estão lutando e sobrevivendo com isso”, dedicou Maristela. (Do site da Unit-PE)

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Rio Capibaribe em verso e na tela

Figura imponente em postais sobre o Recife, o Rio Capibaribe parece encarnar uma serpente que rasga e divide regiões em todos os sentidos. Testemunha ocular de quão desigual pode ser uma cidade, o rio cruza bairros ditos nobres e, seguindo o fluxo, desliza sob humildes palafitas. Imponência que, de longe, anuvia o que, de perto, faz arder nossas narinas: o odor acre de águas enfermas de poluição, contaminadas pela ação do homem de consciência e moral igualmente enfermas. Extremos que serviram de matéria prima a João Cabral de Melo Neto ao escrever o poema O Cão Sem Plumas, e, anos depois, inspiraram a cineasta Katia Mesel a produzir o curta-metragem Recife de Dentro pra Fora. O Cão Sem Plumas foi lançado em Barcelona, em 1950, antes da peça em versos, Morte e Vida Severina, trabalho mais conhecido do poeta, publicado cinco anos depois. O poema é dividido em quatro partes: a primeira e segunda recebem o título de Paisagem do Capibaribe. A terceira e quarta, Fábula do Capibaribe e Discurso do Capibaribe, respectivamente. Ainda que protagonista nos versos, o rio sempre tem sobre as margens a sombra do homem. A ligação rio-homem é intensa e íntima de tal maneira que os torna única essência, rio, homem, lama e pele. Recife de Dentro pra Fora estreou em 1997. Com trilha sonora de Geraldo Azevedo, passou por grandes festivais, ganhando prêmios como o de Melhor Documentário no Festival de Vitória, Melhor Fotografia em Gramado e o Prêmio Multishow de Melhor Trilha sonora no Festival de Brasília. É possível considerar o curta uma adaptação cinematográfica do poema de João Cabral, até porque, para ser classificada assim, a obra fílmica não precisa necessariamente ser fiel a cada estrofe do texto. O curta desvela, já no primeiro ato, detalhes da relação entre João Cabral e o Capibaribe, nas palavras do próprio poeta, que nasceu e viveu testemunha do correr das águas turvas e sujas do rio. Relação que, ouso dizer, não se deu por completa, pois, como revela, nunca se banhou naquelas águas. Protagonista de uma grande tragédia, o Capibaribe avança e atua para uma plateia que, por vezes, participa do espetáculo. Público que assume o arquétipo de antagonista ao lançar no rio o pior de si. Como fez João Cabral em O Cão Sem Plumas, Katia Mesel inverte o ponto de vista que agora é do rio e não do homem. O rio encara a cidade e geme de dor. O cão em decomposição boiando é metáfora perfeita para um rio que corre, porém sem vida.

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Câmara aprova valor fixo para cobrança do ICMS para combustíveis

O plenário da Câmara aprovou na noite de ontem (13) um projeto de lei que estabelece um valor fixo para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. A proposta foi aprovada por 392 votos a favor, 71 contra e 2 abstenções. O texto segue agora para análise do Senado. O substitutivo do relator, deputado Dr Jaziel (PL-CE), obriga estados e o Distrito Federal a especificar a alíquota cobrada do ICMS de cada produto pela unidade de medida adotada (litro, quilo ou volume) e não mais sobre o valor da mercadoria, como ocorre atualmente. A proposta torna, na prática, o ICMS invariável frente a oscilações no preço dos combustíveis e de mudanças do câmbio. Pelas estimativas apresentadas pelo relator, as mudanças estabelecidas pelo projeto devem levar a uma redução do preço final praticado ao consumidor de, em média, 8% para a gasolina comum, 7% para o etanol hidratado e 3,7% para o diesel B. "A medida colaborará para a simplificação do modelo de exigência do imposto, bem como para uma maior estabilidade nos preços desses produtos", disse o parlamentar. Cálculo Atualmente, o ICMS incidente sobre os combustíveis é devido por substituição tributária para frente, sendo a sua base de cálculo estimada a partir dos preços médios ponderados ao consumidor final, apurados quinzenalmente pelos governos estaduais. As alíquotas de ICMS para gasolina, por exemplo, variam entre 25% e 34%, dependendo do estado. No novo cálculo, as alíquotas serão definidas pelos estados e Distrito Federal para cada produto a partir da unidade de medida adotada, no caso o litro para os combustíveis. As alíquotas específicas serão fixadas anualmente e vigorarão por 12 meses a partir da data de sua publicação, mas não poderão exceder, em reais por litro, o valor da média dos preços ao consumidor final usualmente praticados no mercado considerado ao longo dos dois exercícios imediatamente anteriores, multiplicada pela alíquota ad valorem (percentual fixado em lei que será aplicado sobre a base de cálculo do tributo ) aplicável ao combustível em 31 de dezembro do exercício imediatamente anterior. Como exemplo, os preços médios de setembro da gasolina comum, do etanol hidratado e do óleo diesel corresponderam, respectivamente, a R$ 6,078, R$ 4,698 e R$ 4,728, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na forma do substitutivo, a alíquota seria calculada com base na média dos preços praticados de janeiro de 2019 a dezembro de 2020. Nesse período, os preços de revenda variaram de R$ 4,268 a R$ 4,483, no caso da gasolina comum; de R$ 2,812 a R$ 3,179, no caso do etanol hidratado; e de R$ 3,437 a R$ 3,606, no caso do óleo diesel. Acordo O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a aprovação do projeto foi resultado de um acordo com os líderes partidários. Lira disse que a proposta “circula desde o início da legislatura”, foi debatido em reuniões no Colégio de Líderes e se chegou a um acordo de procedimento com a oposição para que não houvesse obstrução na sessão desta quarta-feira. “O governo propôs unificar as tarifas de ICMS no Brasil em todos os estados – o que todos nós não concordávamos – e o que nós estamos votando é um projeto que cria uma média dos últimos dois anos e, sobre esta média, se multiplica pelo imposto estadual de cada estado, com total liberdade para cada estado”, disse.

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