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Crianças lideram engajamento climático e ampliam espaço da agenda ESG nas escolas

Dados apresentados na Bett Brasil 2025 mostram que 73,4% das crianças entre 7 e 14 anos já se preocupam com a crise climática, revelando papel decisivo da educação ambiental no futuro do planeta A preocupação com o meio ambiente começa cedo. Segundo dados apresentados na Bett Brasil 2025, 73,4% das crianças de 7 a 14 anos já se dizem preocupadas ou muito preocupadas com as mudanças climáticas. O levantamento integra a Pesquisa Nacional sobre Mudanças Climáticas, realizada pelo Movimento Escolas pelo Clima em parceria com a Reconectta, e confirma o protagonismo da faixa etária mais jovem no ativismo ambiental. O dado reforça a importância de inserir a sustentabilidade como valor fundamental nas práticas pedagógicas. O tema ganhou destaque no painel “Do local ao global: Educação e ESG como estratégias para um mundo sustentável”, conduzido por Thaís Brianezi (USP e SECLIMA) e Edson Grandisoli (Escolas pelo Clima). Eles discutiram como a educação pode integrar políticas públicas, sociedade civil e setor privado em torno da agenda ESG. Thaís apresentou um projeto da Fapesp que articula educação ambiental e comunicação, com destaque para a formação de professores em escolas municipais de São Paulo e o uso da plataforma MonitoraEA para acompanhamento contínuo das ações. Edson Grandisoli reforçou a gravidade do cenário atual, em que seis dos nove limites planetários já foram ultrapassados, e destacou o papel otimista e mobilizador das crianças. “Quando analisados de forma conjunta, essa faixa dos 7 aos 14 anos é a que soma mais qualidades para encampar ações de ativismo climático, especialmente mulheres. Temos um público interessado nessa pauta, e precisamos aproveitar isso”, afirmou. A relação entre educação e ESG também foi debatida por Ewerton Fulini (Instituto Ayrton Senna) e Carmen Murara (Grupo Marista). Fulini lembrou que a educação é o ponto de partida da agenda ESG, pois é onde se formam valores e competências. Já Carmen destacou os dois compromissos centrais das instituições de ensino: a formação cidadã dos estudantes e a sustentabilidade do próprio produto educacional. “Todos precisam se envolver nessa pauta. É assim que ela começa, e é preciso darmos o exemplo”, concluiu. Serviço:A Bett Brasil 2025 segue até 1º de maio no Expo Center Norte, em São Paulo. Mais informações: www.bettbrasileducar.com.br. 4o

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Como a literatura pode ajudar crianças a lidarem com o luto

No Dia Nacional do Livro Infantil, psicóloga recomenda obras que ajudam a falar sobre a morte com sensibilidade e afeto Falar sobre a morte com crianças é um dos grandes desafios enfrentados por famílias e educadores, especialmente quando o assunto deixa de ser abstrato e passa a fazer parte da realidade. Neste 18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, a psicóloga Simône Lira, especialista em luto no Morada da Paz, propõe o uso da literatura como ferramenta para lidar com o tema de forma cuidadosa, verdadeira e acolhedora. “As crianças merecem respostas verdadeiras, dadas com afeto. Os livros são ferramentas poderosas para ajudar os pequenos a entender que a morte faz parte da vida e que é possível falar sobre isso com naturalidade”, destaca. A profissional lembra que, diferente dos adultos, as crianças ainda estão formando seus conceitos sobre a vida e a morte. Por isso, muitas vezes não conseguem nomear o que sentem diante de uma perda. Livros infantis que abordam o luto com empatia e delicadeza ajudam não só a dar nome às emoções, mas também a criar um espaço de escuta e expressão. "É uma leitura que convida os adultos a escutar com atenção e validar os sentimentos das crianças", complementa Simône, ao comentar o livro Vovô não vai voltar?, de Kitty Crowther. Para ajudar pais, cuidadores e professores nessa missão, Simône preparou uma seleção especial de obras, que vai desde publicações clássicas como O livro do adeus, de Georgina Lázaro, até materiais educativos como a cartilha O Luto Infantil da Turma do Vilinha, produzida pelo próprio Morada da Paz, com acesso gratuito. A curadoria evita metáforas confusas como “foi viajar” ou “virou estrelinha”, que podem dificultar a compreensão do luto. Entre os destaques estão Pode chorar, mas fique inteiro, de Eric Lindner, que valoriza a autenticidade emocional durante o processo de luto, e O pontinho da saudade, de Mariela Sigal, que traz uma metáfora visual para explicar a saudade de forma sensível. “É uma obra sensível que representa o silêncio e o vazio deixado pela perda, sem pesar o conteúdo”, comenta Simône sobre O dia em que o passarinho não cantou, de Blandina Franco. Serviço:🖍️ A cartilha O Luto Infantil da Turma do Vilinha está disponível gratuitamente em: bit.ly/turmadovilinha📚 As demais obras podem ser encontradas em livrarias físicas e online.

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Cães e crianças: como garantir uma convivência segura e cheia de afeto

Veterinária dá dicas valiosas para promover uma relação harmoniosa entre pets e os pequenos da casa Ter cães e crianças no mesmo ambiente pode gerar dúvidas entre os adultos responsáveis, especialmente quanto à segurança e ao bem-estar de todos. Afinal, enquanto os pequenos ainda estão aprendendo a interagir com o mundo ao redor, os pets, mesmo dóceis, podem se sentir ameaçados ou incomodados por brincadeiras mais intensas. A boa notícia? Com orientação e cuidados simples, essa convivência pode ser não apenas segura, mas extremamente afetuosa. A médica veterinária Fernanda Karollyne, preceptora do curso de Medicina Veterinária da Wyden, destaca que o primeiro passo para uma relação positiva é permitir que o pet se familiarize com o novo ambiente no próprio tempo, especialmente quando ele é recém-chegado. “Filhotes tendem a se adaptar com mais facilidade do que animais adultos. Uma boa prática é permitir que o cão sinta o cheiro da criança e explore o ambiente gradualmente, sem pressa e com interações controladas”, explica. Também é essencial observar os sinais emitidos pelo pet. Rosnados, dentes à mostra e tentativas de se afastar são alertas claros de que ele está desconfortável. Nessas situações, cabe aos adultos intervir, ensinando à criança como respeitar os limites do animal e interrompendo a interação para evitar acidentes. Em caso de mordida, a orientação é lavar imediatamente a área com água e sabão e procurar atendimento médico. Raças mais indicadas para conviver com crianças Fernanda ressalta que algumas raças são mais propensas a manter um bom relacionamento com os pequenos, devido ao temperamento afetuoso e paciente. Entre elas, estão o Shih Tzu, Labrador, Golden Retriever e Beagle — cães conhecidos pela personalidade brincalhona e pela facilidade em formar laços afetivos com as crianças. Promover uma convivência feliz entre cães e crianças é uma questão de atenção, respeito mútuo e construção de laços com carinho. Quando guiada com responsabilidade, essa relação pode se tornar uma das mais bonitas e inesquecíveis da infância.

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Especialista alerta sobre riscos da desidratação em crianças e idosos

Falta de hidratação pode causar tonturas, desmaios e exigir internação em casos graves A desidratação ocorre quando o organismo perde mais líquido do que recebe, comprometendo funções vitais. O problema é mais comum em crianças e idosos, especialmente em situações de diarreia, vômitos, esforço físico excessivo ou calor intenso. Os sintomas vão desde boca seca e tontura até quedas de pressão e desmaios em quadros mais graves. Segundo Maurício Cavalcante, neuropediatra da Hapvida, a desidratação pode evoluir rapidamente, principalmente em crianças, que possuem um metabolismo acelerado, e em idosos, que apresentam menor reserva hídrica e menor sensação de sede. “A ausência de hidratação adequada pode levar à queda da pressão arterial e sintomas como tontura e desmaios, especialmente ao se levantar”, alerta o especialista. Grupos de risco e cuidados essenciais Crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades precisam de atenção especial. Nos pequenos, o metabolismo acelerado e a dependência de cuidadores para o consumo de líquidos aumentam o risco de desidratação. Já os idosos tendem a sentir menos sede e podem ter dificuldades físicas ou cognitivas para se hidratar adequadamente. Para prevenir complicações, é essencial ingerir água regularmente, evitar exposição excessiva ao calor e, em casos de doenças que causam perda de líquidos, como viroses, buscar orientação médica. Além disso, algumas medicações podem aumentar a necessidade de hidratação, exigindo maior atenção. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico da desidratação é feito por meio de avaliação clínica e exames simples, como hemograma. Em casos graves, pode ser necessário monitoramento intensivo e exames mais detalhados. O tratamento básico inclui a reposição de líquidos, preferencialmente com água e soluções eletrolíticas. “Nos casos em que há vômito persistente, a reposição pode precisar ser feita por via intravenosa para evitar complicações mais severas”, explica Cavalcante. Manter a hidratação é um cuidado essencial para a saúde em todas as idades. Beber água regularmente e reconhecer os sinais iniciais da desidratação são passos fundamentais para evitar riscos mais sérios.

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Por que minha filha vai continuar usando o símbolo do quebra-cabeça para se identificar como autista

*Por Robson Menezes Em 1999, especialistas se reuniram para criar um símbolo que pudesse representar o autismo e servir como uma forma de identificação para os autistas. Assim nasceu a fita com o quebra-cabeça colorido. Porém, com o tempo, diversas críticas surgiram sobre esse símbolo, questionando sua adequação e origem. Entre as mais comuns estão: "Autista não tem peça faltando", "Autista não é mistério a ser desvendado" e "A fita foi criada sem a participação de autistas". Esses argumentos, por mais relevantes que sejam para um debate saudável, ignoram alguns pontos importantes sobre o significado do quebra-cabeça. É necessário esclarecer o que ele realmente simboliza. O quebra-cabeça não representa o autista como uma pessoa incompleta ou enigmática, mas, sim, as incógnitas que ainda cercam o autismo como condição. Questões como "Qual é a sua causa?", "Qual a sua origem?" e "Qual o melhor tratamento?" continuam sem respostas claras. O símbolo reflete os desafios que a ciência ainda enfrenta para entender plenamente o autismo. Já as cores presentes no símbolo do quebra-cabeça representam a diversidade do espectro autista. Sabemos que cada autista é único, com características e necessidades específicas. A pluralidade de cores traduz essa singularidade que faz parte da comunidade. Além disso, há um ponto histórico importante: Thomas A. McKean, diagnosticado com autismo aos 14 anos, participou das discussões que levaram à criação do símbolo, como relatou em uma publicação na plataforma medium.com Medium: Read and write stories.On Medium, anyone can share insightful perspectives, useful knowledge, and life wisdom with the world.medium.com . Isso demonstra que, ao contrário do que muitos acreditam, o símbolo não foi elaborado de forma unilateral ou sem a contribuição de quem vivencia o autismo. Ainda assim, muitas famílias e autistas passaram a adotar outros símbolos, como o infinito nas cores do arco-íris, que representa a neurodiversidade, abrangendo não apenas o autismo, mas todas as condições neurodivergentes, como TDAH, síndrome de Down e deficiências intelectuais. Em 2023, a Lei Federal 14.624/2023 oficializou o girassol como símbolo das deficiências invisíveis, incluindo o autismo, mas também outras condições, como a surdez, por exemplo. Apesar dessas alternativas, minha filha, Izabela Menezes, autista de 10 anos, continuará utilizando o símbolo do quebra-cabeça como forma de identificação. Para nós, ele representa não apenas sua história, mas também o reconhecimento global de que o quebra-cabeça é o símbolo principal da comunidade autista.  A mudança para outros símbolos, embora bem-intencionada, pode dividir esforços e enfraquecer a representatividade conquistada ao longo dos anos. O quebra-cabeça já é amplamente reconhecido e facilita a identificação imediata, o que pode ser crucial em situações práticas do dia a dia. A luta pela inclusão e pelos direitos dos autistas deve ser coletiva, com foco na união. Investir no fortalecimento de um símbolo que já possui alcance global é uma estratégia que beneficia toda a comunidade. Por isso, enquanto for possível, continuaremos levantando a bandeira do quebra-cabeça, não por falta de consideração aos outros símbolos, mas por acreditar que ele ainda é o mais eficiente em representar e dar visibilidade aos autistas. Robson Menezes, advogado especialista em Direito dos Autistas e pai atípico

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Doutores da Alegria levam a magia do Carnaval aos hospitais do Recife

Bloco Miolinho Mole celebra 18 anos com cortejos e campanha de doação. Foto: Rogério Alves Os Doutores da Alegria vão espalhar a alegria do Carnaval nos hospitais do Recife com a tradicional brincadeira da La Ursa. O bloco Miolinho Mole, em sua 18ª edição, traz o tema “A La Ursa quer folia, viva Doutores da Alegria!”, uma homenagem à cultura popular. O evento acontece entre os dias 24 e 27 de fevereiro, levando música, cores e diversão para crianças internadas e profissionais da saúde. A programação carnavalesca começa na segunda-feira (24) no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Na terça-feira (25), os palhaços seguem para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e o Procape. Na quarta-feira (26), a festa toma conta do Hospital da Restauração (HR), e na quinta-feira (27), o bloco finaliza a maratona no Hospital Barão de Lucena (HBL). Os cortejos começam às 9h30, exceto no HUOC, onde a folia inicia às 9h. “A brincadeira da La Ursa faz parte da nossa cultura popular, do nosso imaginário. O urso é uma figura que carrega muitas referências, inclusive do circo. Temos certeza de que assim como acontece em muitos bairros do Recife e de outras cidades do nosso estado, as crianças internadas também vão se divertir muito com a brincadeira do urso”, destaca Arilson Lopes, coordenador artístico da unidade Recife dos Doutores da Alegria. Além dos nove palhaços do elenco pernambucano, o cortejo contará com músicas cantadas e tocadas ao vivo, incluindo composições autorais e paródias de canções tradicionais do Carnaval pernambucano. A fantasia do urso, personagem central da festa, foi confeccionada pelo palhaço e bonequeiro Fábio Caio. Campanha de doação: apoio essencial para a continuidade do projeto O bloco Miolinho Mole também reforça a necessidade de apoio financeiro às atividades da associação. Em 2024, os Doutores da Alegria enfrentaram sua maior crise em mais de três décadas, com uma queda de 70% na arrecadação, o que levou à suspensão temporária das visitas hospitalares. Embora a rotina tenha sido retomada em 2025, os recursos ainda são insuficientes para manter as intervenções nos hospitais e o Curso Livre de Palhaçarias para Jovens, voltado para jovens em situação de vulnerabilidade social. Para contribuir com a manutenção do projeto, basta acessar o site www.doar.doutoresdaalegria.org.br.

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Conexão precoce: Crianças usam cada vez mais a internet

*Por Rafael Dantas As crianças estão tendo acesso às tecnologias cada vez mais cedo e por mais tempo. Em uma sociedade completamente mergulhada em um mundo virtual, os pais dessa geração de “nativos digitais” têm tido dificuldades para tirar os filhos dos ambientes online. O tempo excessivo nas telas dos celulares, tablets ou computadores provoca impactos e riscos que merecem atenção das famílias e também do poder público. Pesquisa do Cetic.br – centro de estudos vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, com o respaldo da Unesco – apontou que 95% das crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 17 anos, fazem uso da internet no território nacional. Predominantemente, a conexão se dá por meio de dispositivos móveis, com a grande maioria optando pelo uso do celular. O estudo constatou que 24% dos participantes da pesquisa afirmaram ter iniciado sua conexão com a internet antes mesmo de completarem 6 anos de idade. Essa proporção representa um notável aumento em relação a 2015, quando apenas 11% dos entrevistados indicaram ter começado a se conectar nessa faixa etária. O acesso precoce pode trazer problemas sérios relacionados ao desenvolvimento até motor das crianças, segundo a doutora em psicologia Itala Daniela. A professora da Faculdade Nova Roma, que integra o Grupo de Pesquisa Fenomenologia e Práticas Corporais da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, afirma que ao refletir sobre o impacto das tecnologias na infância, é importante atenção aos estágios de desenvolvimento infantil. “A criança precisa passar por experiências sensoriais, olfativas, perceptivas, para desenvolver aquilo que a gente chama de processos psicológicos básicos, que é a percepção, a sensação, a atenção, a linguagem, a memória, a emoção, a motivação. Isso vai desenvolver na capacidade de aprender e de construir inteligência”, explica a professora. “No momento em que a criança está exposta à tela, alguns desses processos psicológicos básicos, inclusive físicos, acabam por não ser desenvolvidos e estimulados como deveriam ser. O uso das tecnologias pode afetar inclusive a coordenação motora”, alerta. Itala explica que faz parte do desenvolvimento da criança viver experiências sociais e físicas típicas da infância, como brincar, correr, interagir com outras, ter estímulos sensoriais diversos. São processos de percepção, de equilíbrio, de desenvolvimento do movimento de pegar objetos, que vão influenciar no desenvolvimento motor fino e percepção de lateralidade (diferenciar direita e esquerda). “Tudo isso só é conquistado quando a criança é estimulada em cenários diversos de sociabilidade. No momento que a gente reduz essa interação à tela, estamos tirando tanto esse desenvolvimento físico, como esses múltiplos estímulos necessários para o desenvolvimento infantil e, portanto, para o desenvolvimento dos processos psicológicos básicos”, explicou a doutora em psicologia. A decorrência do tempo maior de telas – com os excessos de luminosidade e de informações –nesse período da vida geram dificuldades na atenção e no desenvolvimento psicomotor, neuromotor, neuromuscular. Os pequeninos começam a ser prejudicados até com a postura e com os movimentos repetitivos, que influenciam também a sociabilidade da criança, porque ela deixa de interagir com o meio e passa a interagir com uma tela. A professora afirma que isso afeta diretamente o desenvolvimento da maturação cognitiva, linguística e corporal. Professor da Universidade Federal de Pernambuco e da Cesar School, Luciano Meira, lembra que a Organização Mundial de Saúde recomenda zero tempo de uso para crianças até 2 anos de idade e no máximo uma hora diária – que ele considera até excessivo – para crianças dos 2 aos 6 anos de idade. “O uso excessivo do tempo e o mau uso têm provocado um conjunto de efeitos negativos, mas não estão limitados à adição de telas. As pessoas ficam excessivamente conectadas causando uma certa dependência, inclusive, já relatada também pela OMS, em que não se pode ficar sem essas coisas porque causaria ansiedade, eventos de depressão, distúrbios de sono”. MAIOR ATENÇÃO ÀS REDES SOCIAIS Luciano explica que os efeitos nos meninos e meninas têm sido diferentes, pelo tipo de consumo. Enquanto os garotos passam mais tempo proporcionalmente em jogos online, as garotas estão mais conectadas às redes sociais que ele considera perturbadoras da autoconfiança das pessoas, principalmente em crianças e adolescentes. Entre os fenômenos negativos que estão mais relacionados às redes sociais que a outras formas de consumo online estão a normalização da automutilação e a promoção de padrões de vida e de beleza que são irreais. “Há um efeito de promoção de um corpo supostamente perfeito, de uma vida supostamente perfeita, que obviamente não existem. Isso causa crises de autoestima. As meninas, segundo as pesquisas, estão mais conectadas. Todo mundo está submetido a algum tipo de estresse, sejam redes sociais ou jogos online. Embora as meninas estejam bem mais, porque acessam mais as redes sociais, que têm esse caráter degenerativo da autoestima das pessoas. Os meninos estão menos expostos a interações dessa natureza, porque acabam preferindo os jogos online, porém não estão isentos. Mas nos dois casos existe bullying cibernético”, destacou Luciano Meira. O docente explica que o mergulho nesse mundo virtual resulta na redução do tempo de exposição das pessoas a atividades face a face, com outras pessoas em ambientes criativos. Luciano alerta que diante desse cenário as chances de ter eventos de estresse emocional, de melancolia, de depressão, de ansiedade e de distúrbios do sono se acumulam, com fortes consequências sobre a saúde física, mental e intelectual das pessoas. PARA ENFRENTAR A DEPENDÊNCIA DAS TELAS Os pais estão no centro das soluções para reduzir o tempo de exposição das crianças às telas. A missão, porém, não é fácil, quando eles estão conectados, seja pelas redes sociais ou por trabalho em boa parte do dia. Itala destaca, inclusive, que o primeiro desafio é dos próprios pais compreenderem o uso saudável e os objetivos do acesso à web. Tanto deles, como dos seus filhos. “É a primeira geração de pais de crianças que nascem na era da tecnologia, no entanto esses pais também estão mergulhados nessa tecnologia. Tivemos um boom de mergulho tecnológico. Eles precisam primeiro entender os limites”. No contexto de pressões da vida

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felipe almeida bita

"Espero que a gente consiga conquistar mais famílias estrangeiras e ver o Bita levando alegria pelo mundo afora"

Felipe Almeida, Sócio da Mr. Plot, fala dos percalços enfrentados até conquistar o retorno dos investimentos com o Mundo Bita, hoje sucesso em várias mídias. Também comenta a participação de artistas da MPB nos clipes do personagem bigodudo e os planos para chegar ao mercado internacional. Um simpático bigodudo conquistou os corações de crianças e suas famílias e até dos grandes medalhões da música popular brasileira. Bita surgiu como um personagem de aplicativos de jogos para tablets voltados para a garotada da primeira infância. Não demorou muito para ele, em companhias dos demais personagens do Mundo Bita, atuar em clipes, DVD, séries de TV e curta-metragem. Já há alguns anos, eles saíram das telas e encantam plateias em shows por todo o País. Mas esse sucesso é fruto de muita persistência e criatividade dos sócios da empresa Mr. Plot, criadora da figura sorridente de bigodes alaranjados. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele conta como o disco O Grande Circo Místico, de Edu Lobo e Chico Buarque, inspirou a criação do Mundo Bita, fala da sua adaptação para as diversas plataformas, a participação de artistas como Caetano Veloso, Milton Nascimento e Alceu Valença em animações musicais e os planos de internacionalizar o negócio e levar o Bita a encantar o público de vários países. Como surgiu a ideia do Mundo Bita? Tínhamos uma empresa de TI, fundada em 2008, a Quarta Dimensão, e, mais ou menos em 2010, vimos a chegada dos tablets como uma tecnologia promissora. Como os sócios eram pais recentes, percebemos que o conteúdo para crianças nesses dispositivos no mercado do Brasil era de baixíssima qualidade. Tivemos a ideia de criar uma unidade de negócio um pouco pretensiosa, a Mr. Plot, que nasceu com o objetivo de criar conteúdo para tablets voltado para famílias com crianças na primeira infância. Começamos sem nenhum conhecimento sobre essa tecnologia e ou sobre o mercado. Não havia muitos dados ou referências, estávamos naquela onda de startup, tentando criar algo que pudesse ser escalável e global. Na primeira reunião fomos apresentados ao Bita porque um dos sócios, Chaps, tinha desenhado esse personagem para ilustrar o quarto da filha recém-nascida. Além do Bita, havia um grupo de personagens, baseado na temática circense, já que ele e sua mulher escutavam muito o disco O Grande Circo Místico. Nós simpatizamos com o “bigodudo” e enveredamos a criar conteúdo em cima desse protagonista. O primeiro aplicativo se chamou O Circo Mágico do Bita, lançado em 2011 na Apple Store. Qual era o conteúdo? A estratégia inicial era fazer dois aplicativos, um gratuito para o público conhecer e, outro, pago. O primeiro foi um sucesso, ficou no Top 3 da categoria infantil, mesmo sem nenhuma publicidade. Mas o pago tinha pouquíssimos downloads porque, na época, para comprá-lo era preciso um cartão de crédito internacional. Também sentimos na pele que o brasileiro não tinha a cultura de pagar por software, mesmo que fosse 99 centavos de dólar, quando havia tantos de graça. Depois lançamos o aplicativo ABC do Bita, mais voltado para linha educacional. Usamos a mesma estratégia: lançamos o aplicativo gratuito e só com as letras A; B; C; D; E. Para ter acesso ao aplicativo completo, era preciso pagar. Ele era divertido, bem aceito, mas essa segunda tentativa também não nos trouxe resultados. Mas percebemos que a gente estava conseguindo construir uma propriedade intelectual, mesmo sem saber o que era exatamente isso. Aí, começaram a acontecer coisas positivas: fomos incubados no Porto Mídia, incubadora para projetos de economia criativa do Porto Digital, saímos na lista dos 100 melhores aplicativos brasileiros da revista Época, e nem tínhamos assessoria de imprensa. Fomos citados na CBN, a revista Crescer, ninchada no mercado infantil, fez referência à qualidade do conteúdo do aplicativo. Com isso, vimos um pico no gráfico de downloads, o que nos mostrava que o negócio tinha um potencial. Como surgiram as canções? Ao percebermos que apesar disso tudo, não estávamos conseguindo o engajamento. Então, miramos no YouTube, que começava a ganhar força. Foi quando Chaps sugeriu: “vamos fazer umas músicas?”. A ideia era usar os personagens do Bita para fazer animações que, de certa forma, é uma extensão do que a gente já fazia, o aplicativo de jogo é considerado um conteúdo audiovisual. Ele apareceu com Fazendinha, Fundo do Mar e Como é Verde na Floresta. Foi uma grande surpresa descobrir que esse sócio era um grande talento como compositor. Ele já teve banda de garagem, como um hobby, não como forma de negócio. As músicas foram para o YouTube e fizeram sucesso? Não. O número de views não era expressivo mas não era tão baixo. Foi aí que entendemos que podíamos apresentar o conteúdo em DVD. Nosso diferencial sempre foi fazer conteúdo original, inédito, o que é difícil, porque o mercado usava conteúdos de domínio público. A indústria fonográfica ainda era forte em 2012. Também visamos a televisão. Nessa época uma lei foi sancionada e obrigava a TV fechada a veicular uma cota mínima de conteúdos nacionais. Conseguimos fechar um contrato com a Discovery Kids e com a Sony Music. Percebemos que o negócio do Mr. Plot era diferente porque nosso primeiro contrato foi em inglês e recebemos em dólar, uma coisa que a outra empresa desde 2008 não tinha alcançado. Foi aí que a Mr. Plot foi fundada oficialmente como empresa do audiovisual. O sucesso se deu por meio da televisão e do DVD que gravamos com a Sony Music. Vocês estão no mercado internacional? Em 2018 começou o processo de internacionalização. Fomos induzidos a focar mais no mercado da América Latina, inicialmente, por ser uma região mais próxima e para ter uma melhor aceitação. Começamos traduzindo o conteúdo para o espanhol e fazendo o lançamento no YouTube. Mas, ainda não conseguimos tracionar como o esperado. A pandemia atrapalhou. Começamos no ano passado um trabalho de investimento de mídia um pouco maior, estamos com uma empresa argentina fazendo a divulgação desse conteúdo. Sabemos que tem muito potencial, o mercado latino é tão grande quanto o

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DRA ANA ELIZABETH CRIANCA COMPORTAMENTO

"Depois da pandemia, as crianças estão desmotivadas e com dificuldade de acompanhar a aula"

Ana Elizabeth Cavalcanti, psicanalista integrante do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem), avalia o impacto da pandemia no desenvolvimento e na saúde mental das crianças e adolescentes, o estresse sofrido pelos pais e analisa os problemas provocados pelo retorno às aulas presenciais nas escolas. Passado o período mais intenso de isolamento e das aulas 100% online (medidas adotadas no auge da pandemia) ob- serva-se nos estudantes a dificuldade do convívio social, um comprometimento do aprendizado e, sobretudo na população adolescente, um aumento nos índices de depressão. Para conversar sobre esse impacto da crise sanitária da Covid-19 nas vi- das dos alunos, Cláudia Santos conversou, por videoconferência, com a psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, integrante do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem). Ela abordou a culpa dos pais por não corresponderem a um “ideal de família feliz” impossível de alcançar durante a situação de confinamento (como dar conta do trabalho remoto, da assistência ao ensino online dos filhos e do cuidado com a casa). A psicanalista tam- bém ressalta a dificuldade de crianças e adolescentes de se rea- daptarem às aulas presenciais e orienta como ajudá-los. Qual o impacto da pandemia no desenvolvimento da criança? O impacto é inquestionável e varia com a idade, a classe social, as condições que as crianças tiveram durante a pandemia. Uma pesquisa mundial da Unicef, na qual entrevistaram os pais, mostra que 63% deles tiveram perda financeira na pandemia e 6%, não tiveram o que comer. Aqui as pesquisas também apontam nessa direção. Isso gera insegurança, desespero, violência. Algo fundamental para ser levado em consideração é o confinamento, que implicava em você estar em casa com as crianças (aquelas que puderam ter essa condição). Algumas crianças ficavam em situações deploráveis, a violência doméstica explodia, em razão da convivência demasiada. Outro ponto crucial é a privação da escola. O Brasil foi o país que teve mais semanas sem aulas presenciais do mundo. Enquanto a média mundial foi de 20 semanas, nós chegamos a 70 semanas. Ficou muito visível o que representa a escola que, além da evidente função da educação formal, implica também, desde questões básicas de um espaço onde as crianças podem comer melhor, até a sua importância no desenvolvimento do contato social, da transmissão dos valores. De repente, elas se viram privadas de tudo isso. A escola é o espaço onde a criança vai aprender a lidar com as vicissitudes do seu desejo. Ela quer sempre fazer o que quer, objetalizar o outro. O que faz com que isso não se exacerbe é o exercício do convívio social. Somos todos agressivos? Sim. O que faz com que não nos matemos uns aos outros – até que se mata, mas não no nível de nos exterminarmos? É justamente esse exercício de relação entre as pessoas. Na escola acontece muito de um coleguinha morder o outro. O coleguinha chora, dizemos para a criança pedir desculpas. Depois, morde novamente e fazemos a mesma coisa. Esse é o exercício. A privação disso é expressa pela tendência ao isolamento. As depressões e as crises de ansiedade, sobretudo nos adolescentes, estouraram, assim como os índices de automutilação e suicídio. Para as crianças mais precoces, que estavam no infantil e na alfabetização, foi um desastre completo do ponto de vista afetivo emocional, porque sabemos a importância da escola nessa faixa etária. Existem crianças, por exemplo, que não falam e quando entram na escola começam a falar, em dois meses. Nas crianças com mais idade, vimos que todos esses componentes da sociabilidade da escola estavam lá presentes, mas houve também o comprometimento da educação formal. Os efeitos já são visíveis, mas serão ainda mais à proporção que o tempo passa. Do ponto de vista da saúde mental, pessoas de todas as idades foram atingidas. As mães que foram para a maternidade no auge da pandemia, não puderam ser visitadas, não contaram com o apoio dos familiares ou de outras pessoas, porque todos estavam confinados. Nas classes médias não tinha quem ajudasse na manutenção da casa. Tudo sobrou para os pais, que muitas vezes já tinham outra criança. Uma situação adversa para a chegada de um bebê. Os bebês que estavam confinados junto com os pais passaram a ver todas as outras pessoas que não estavam em casa – avós, tios, os primos, os amigos dos pais – mascarados. O rosto é uma referência importante porque é por ele que passam as mensagens afetivas. Esse foi um dos motivos que aumentou o número de diagnóstico equivocado de autismo. Se a criança está nesse contexto, privada de estimulação, sem conviver, sem ter acesso aos rostos humanos, é claro que farão uma sintomatologia como atraso de linguagem, irritabilidade, dificuldade de convivência, tendência a isolamento. Do meu ponto de vista fazer um diagnóstico de autismo nesse caso é um equívoco enorme. Outro componente fundamental é a presença das telas inclusive para bebês, numa situação muito especial porque os pais precisavam trabalhar, cuidar da casa, não havia maldade nisso. Qual o impacto da tela nas crianças? Sabemos que a exposição excessiva à tela coloca a pessoa numa situação de passividade. A criança desenvolve a linguagem e a capacidade de pensar na interação ativa, responsiva com outro. Na medida em que grande parte do seu tempo é ocupado pela tela, em que ela se coloca de forma passiva, com pouca capacidade de reagir a isso, é uma questão que preocupa. Outra consequência é a pouca aptidão para desenvolver relações na presença do outro, porque há uma tendência, não só nas crianças muito pequenas, mas também nas maiores e nos adolescentes, de ficarem naquele isolamento que a tela permite. No caso de crianças maiores, outra preocupação é a exposição a conteúdos que não são adequados. Temos visto muito na clínica o acesso a conteúdos difíceis, como pornografia e violência, que são acessados pela criança e absorvido por ela sem nenhuma mediação. A pandemia sobrecarregou os pais, que ficaram mais estressados, com home office, e por ajudar no ensino online dos filhos. Esse estado emocional dos

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“Até setembro, 70% da população elegível terá acesso à 1ª dose.”

Com o gradual aumento da oferta de vacina contra a Covid no Brasil, Eduardo Jorge da Fonseca, integrante dos Comitês de Vacinação contra o Coronavírus no Recife e em Pernambuco, acredita que até setembro, 70% da população brasileira candidata a receber a vacina contra Covid poderá imunizar-se. Outra boa notícia é a tendência de aumentar a variedade de vacinas eficazes e seguras para crianças. “O uso das vacinas em maiores de 12 anos já é autorizado para os imunizantes de plataforma RNA, como a vacina da Pfizer e da Moderna. Já existem estudos em conclusão, com resultados bem promissores em idades menores, inclusive com a CoronaVac”, informa o médico que é tutor de Medicina da FPS (Faculdade Pernambucana de Saúde) e médico do Imip. Mas essas boas notícias não significam que estamos prestes a vencer a batalha contra o coronavírus. Nesta entrevista à Cláudia Santos, Eduardo Jorge da Fonseca, que também é representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações, alerta para o risco da variante Delta, a possibilidade de surgirem novas mutações do vírus e a importância de continuarmos com as medidas de proteção contra a Covid-19. Como o senhor avalia a velocidade da vacinação em Pernambuco e no Brasil? Acreditamos que nos próximos meses haverá um incremento importante na cobertura vacinal com a garantia de um quantitativo de doses considerável. Tenho certeza de que até setembro, 70% da população elegível deverá ter tido acesso à primeira dose da vacina. No contexto dessa nossa realidade, qual o perigo que a variante Delta pode apresentar em termos de aumento de casos, de óbitos e de pacientes hospitalizados por Covid-19 no Estado e no País? A variante Delta apresenta maior transmissibilidade e isso é sempre um risco maior. Associado ao fato que para as vacinas atuais, a proteção para a variante Delta só acontece de forma adequada após a segunda dose. Entretanto, se continuar neste ritmo mais acelerado da vacinação, poderemos impedir uma nova onda. Quem está vacinado pode propagar a variante Delta? Para qualquer variante, a maioria das vacinas tem demostrado efetividade para as formas graves, porém não temos certeza se impede a transmissão da doença para outras pessoas. E qual o risco de surgimento de novas variantes? Este risco haverá sempre, enquanto a população não estiver vacinada com duas doses. Por isso que é tão relevante acelerar o processo de vacinação. Como estão os estudos para investigar a eficácia e a segurança das vacinas em crianças? O uso das vacinas em maiores de 12 anos já é autorizado para os imunizantes de plataforma RNA, como a vacina da Pfizer e da Moderna. Já existem estudos em conclusão, com resultados bem promissores em idades menores, inclusive com a CoronaVac.   Leia a entrevista completa na edição 185.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com  

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