Arquivos Mulheres - Página 6 De 8 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Mitos e verdades sobre a infertilidade

Muitas mulheres e muitos casais sonham com o dia em que terão filhos. Esse anseio, porém, pode ser afetado por problemas inesperados de infertilidade, além de uma gravidez tardia e outros fatores que diminuem as possibilidades de uma gestação natural. Segundo a ginecologista e especialista em reprodução assistida Cláudia Navarro, quando se consegue detectar a causa da infertilidade, cerca de 40% destas causas são atribuídas à mulher, 40%, ao homem, e 20%, a ambos. Para esclarecer dúvidas sobre infertilidade, a médica lista algumas questões comuns. Confira: 1 - Mulheres que usam continuamente pílulas anticoncepcionais para evitar a menstruação podem ter problemas futuros para engravidar? Não. Contraceptivos hormonais não diminuem a fertilidade. O uso da pílula, entretanto, seja continuamente ou com intervalos, pode mascarar problemas no ciclo menstrual. Segundo Cláudia Navarro, a contracepção hormonal pode ser uma ótima alternativa, mas deve sempre ser individualizada e prescrita por um médico após avaliação clínica criteriosa. 2 - Homens que usam roupas íntimas muito apertadas podem ter problemas de infertilidade? Sim! Embora os casos sejam raros, o aumento na temperatura provocada pelo uso de roupas apertadas, assim como o contato direto com altas temperaturas, pode afetar a qualidade da produção dos espermatozoides. “Outro problema que pode afetar a fertilidade é o excesso de tempo sentado, como ciclistas que praticam o esporte diariamente por longas horas, extraordinariamente motoristas que usam roupas apertadas e ficam muito tempo assentados, além daqueles que lidam diretamente com alguns tipos de produtos químicos”, lembra a especialista. 3 - O café pode aumentar a produção de espermatozoides? Mito! Embora alguns estudos digam que, em doses baixas ou moderadas, o café provoca um estimulo nas células lactato, um elemento essencial para a espermatogénese acontecer, não há nenhuma evidência cientifica que comprove isso. Pelo contrário, as evidencias mostram um resultado negativo do excesso da cafeína principalmente na fertilidade feminina. 4 - O uso do DIU pode gerar algum problema relacionado à fertilidade? Sim! A inserção do Dispositivo Intra uterino - DIU quando não realizada de maneira correta e pelo profissional habilitado, pode facilitar a entrada de bactérias no trato reprodutivo superior promovendo infecção nas trompas. A sequela destas infecções pode resultar em obstrução tubária com consequente infertilidade. “O procedimento para colocar o DIU deve ser feito por um ginecologista capacitado, e o acompanhamento deve ser constante”, alerta Cláudia Navarro. 5 - A obesidade pode levar à infertilidade? Sim! O excesso de peso pode provocar alterações hormonais que irão culminar com a anovulação crônica, que é a ausência de ovulação com consequente infertilidade. Além disto, aquelas pacientes que conseguem engravidar e que se encontram acima do peso, apresentam um maior índice de aborto e de complicações na gravidez. Segundo a médica, manter hábitos saudáveis de vida favorece o organismo como um todo, não somente a parte reprodutora. 6 - Mulheres que se submetem à quimioterapia podem ficar estéreis? Verdade! A quimioterapia pode provocar uma diminuição nas células germinativas tanto na mulher (óvulos) como no homem (espermatozoides), o que pode resultar em infertilidade. Hoje, com os altos índices de sobrevida no tratamento do câncer, tem se preocupado muito com a qualidade de vida dos sobreviventes E a manutenção da fertilidade destas pessoas já pode ser programada através do congelamento prévio dos gametas. “A técnica de congelamento de óvulos ou de sêmen é indicada para aqueles pacientes que irão se submeter ao tratamento contra o câncer, antes do início deste tratamento, para que possam considerar uma gravidez futura”, lembra a ginecologista. 7 - Mulheres que recorrem à fertilização in vitro terão gestação múltipla? Não. Com o avanço da tecnologia, a reprodução assistida tem ganhado cada vez mais precisão em seus resultados. “A técnica tem possibilitado formas eficientes para reduzir ao máximo a taxa de gemelaridade nas gestações”, afirma Cláudia Navarro. Sobre Cláudia Navarro Cláudia Navarro é ginecologista, especialista em reprodução assistida. A médica é diretora clínica da Life Search. Graduada em medicina pela UFMG em 1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atua na área de ginecologia e obstetrícia, com ênfase em reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.

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Ansiedade está presente em 50% das mulheres com endometriose, segundo pesquisa brasileira

De acordo com recente pesquisa feita pelo ginecologista Dr. Edvaldo Cavalcante, em parceria com o Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (GAPENDI), 50% das mais de 3 mil mulheres que responderam ao estudo foram diagnosticadas com o transtorno da ansiedade generalizada. Outras 34% receberam o diagnóstico de depressão e 50% de estresse. A pesquisa corroborou dados de vários estudos internacionais feitos ao longo dos anos, que mostraram que a endometriose pode levar ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, por exemplo. Segundo Dr. Edvaldo, a cronicidade da endometriose é o principal fator de risco para os transtornos mentais, juntamente com a dor pélvica crônica e a infertilidade. “Uma doença crônica, como a endometriose requer diversos cuidados com a saúde e causa preocupações que podem elevar o nível do estresse. A tensão já começa na busca pelo diagnóstico, que pode levar em média oito anos aqui no Brasil, de acordo com nossa pesquisa, sendo a média mundial sete anos. Passar por vários médicos pode ser desgastante, principalmente quando as queixas são desvalorizadas e há dificuldade em confirmar as suspeitas”, diz o médico. Impacto do diagnóstico Um momento que é de grande importância é o do diagnóstico, pois pode aumentar o estresse e a ansiedade. “Ao receber a notícia, a mulher se dá conta que tem uma doença incurável, que pode afetar diversos aspectos da sua vida, como o trabalho, os estudos, a vida social, o relacionamento e, para algumas, o sonho de ser mãe, por exemplo”, comenta a coordenadora do Gapendi, Marília Gabriela. “A notícia deve ser dada com muito zelo por parte do médico e é interessante que a mulher seja aconselhada a procurar ajuda psicoterápica para lidar com o impacto inicial do diagnóstico”, comenta Dr. Edvaldo. Entretanto, isso não é uma realidade no Brasil. A pesquisa mostrou que apenas 24% das entrevistadas foram orientadas a procurar um psicólogo/terapia e só 13% seguiram a recomendação. Lidando positivamente com a endometriose Os estudos também mostram que não são todas as mulheres com endometriose que irão desenvolver transtornos psiquiátricos por conta da doença. Existem fatores protetores e fatores de risco envolvidos na ansiedade e na depressão. "Há mulheres com histórico familiar destas doenças ou que já tinham o diagnóstico anteriormente ao da endometriose. Mulheres com histórico prévio de baixa autoestima e problemas com a imagem corporal também podem ter um risco maior quando o assunto é ansiedade”, comenta Dr. Edvaldo. Por outro lado, mulheres sem histórico familiar ou pessoal de ansiedade ou de depressão e que têm uma boa autoestima, assim como aquelas com relacionamentos afetivos estáveis podem estar mais protegidas, segundo os estudos. As pesquisas sugerem que, nestes casos, há maior facilidade em ressignificar o diagnóstico e reorganizar a vida para conviver com a doença. Dor é o principal fator de risco De todos os achados sobre o impacto da endometriose na saúde mental, o mais importante, segundo os estudos, é a gravidade da dor pélvica crônica. “Segundo a nossa pesquisa, 91% das brasileiras com endometriose sentem dor em algum momento, sendo que 34% delas sofrem durante 15 dias no mês, entre a ovulação e a menstruação. Certamente, conviver com a dor de forma crônica é o aspecto mais difícil de lidar na endometriose”, comenta Marília. Estratégias e recursos Veja agora algumas dicas que podem prevenir quadros de ansiedade e depressão, assim como podem ajudar a gerenciar o estresse e a lidar melhor com a endometriose: Procure ajuda: O aconselhamento de um terapeuta/psicólogo é fundamental no momento do diagnóstico e depois também. Cuide da alimentação: Há estudos que mostram que a alimentação ajuda muito no tratamento e no controle da dor. Procure um nutricionista para ajudar neste quesito. Pratique atividade física: Além de ajudar a controlar o peso, que pode aumentar por conta do tratamento da endometriose, a atividade física libera substâncias que levam ao prazer e ao bem-estar, diminuem o estresse e ajudam a controlar a ansiedade. Controle a dor: Converse com seu médico. O principal objetivo do tratamento é controlar a dor e isso é possível, seja por meio de cirurgia ou de medicamentos. Gerencie o estresse: encontre uma atividade que você goste de fazer, tenha momentos de lazer, pratique meditação ou qualquer hobby que ajude você a controlar a ansiedade o estresse. Compartilhe sua história: Compartilhar sentimentos, angústias, história pessoal ou dúvidas com outras mulheres que têm endometriose pode ser muito bom. Além do Gapendi, há vários outros grupos espalhados pelo Brasil.

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Tombos amorosos e o poder da amizade

*Por Beatriz Braga Há dez anos, em uma aula de francês, aprendi que a tradução para “se apaixonar” é “tomber amoureux”, sendo “tomber” o mais próximo possível do bom e velho ‘tombar’ em português. Amar é, pois, segundo o país mais romântico do mundo, um inevitável tombo. As personagens das séries que indico aqui provavelmente concordam com os franceses. A primeira é Midge, protagonista de The Marvelous Mrs Maisel (A Maravilhosa Senhora Maisel, em português, disponível na Amazon Prime Video) e Frankie e Grace, personagens centrais da produção da Netflix cujo título leva seus nomes. Midge é uma dona de casa na Nova York de 1958. Jovem, submissa e vive para o marido e filhos. Até que sofre uma desilusão amorosa e acaba se descobrindo uma talentosa comediante. A série narra sua jornada até o palco, onde usa seu papel de esposa de forma irônica e divertida. A premiada Mrs Maisel – da mesma criadora de Gilmore Girls - é a melhor dica que você vai receber nos últimos tempos. Frankie e Grace recentemente estreou sua quarta temporada. Jane Fonda e Lily Tomlin interpretam duas septuagenárias cujos maridos se revelam um par romântico e juntas vão se reerguendo. As duas séries trazem épocas emblemáticas na vida das mulheres comuns. A primeira vive os quase trinta, quando já é “obrigatório” se ter uma vida amorosa bem resolvida. O divórcio é um fracasso para Midge. Ela vive a época retratada por Betty Friedan, num dos livros precursores do movimento feminista -  A mística feminina - no qual relata o descontentamento das mulheres brancas e classe média dos anos 1950, que se descobriam infelizes dentro dos seus casamentos. As mulheres atuais podem se conectar com as angústias de Midge, afinal, o machismo não ficou preso ao passado. Já Frankie e Grace estão na idade não permitida. Envelhecer é um pecado num mundo antirrugas. Nada é bem-vindo: surpresas, amores, sexo, prazer e independência. E aqui estão elas fazendo vibradores desenhados especialmente para idosas. O que os dois roteiros têm em comum é a reinvenção após o tombo. Somos ensinadas a esperar de um relacionamento mais do que ele pode nos dar. Dizem, quando pequenas, que somos metades incompletas, panelas destampadas a procura da tampa perfeita. O outro se torna, então, nossa completude. Deve ser algo construído nas narrativas da nossa infância, quando as mocinhas e princesas tinham no centro das suas histórias a grande ambição de encontrar um amor. Enquanto o seu par lutava, corria atrás de dragões e vencia lutas impossíveis, ela esperava o seu final feliz ser conquistado por outra pessoa. O encontro era o fim e nunca o começo. Era ali, mocinha e mocinho, com os créditos subindo na tela, que a felicidade congelada simulava eternidade. E o depois? O que acontece quando o relacionamento se desgasta, falha ou não nos faz tão feliz como sonhávamos? Nos sentimos como a metade podre da laranja, muitas vezes incapazes de nos desfazer de um caso que já não dá mais certo. Lembro da linguagem amorosa francesa ao observar a rede feminina da qual faço parte. Das mulheres ao meu redor, as mais solitárias são aquelas que estão presas em relacionamentos tão desgastados e opressores que não sentem mais o peso do tombo. Como se o relacionamento fosse um contrato social com a garantia de um futuro bom, muitas vezes as promessas de “final feliz” se transformam em estagnação. O fim da busca da felicidade, do autoconhecimento, da liberdade, da independência e o pior de todos: o fim do amor próprio. Midge, Frankie e Grace são levadas ao recomeço. O outro delicioso ponto em comum das séries é que o combustível das protagonistas está em um elemento especial: a amizade com outra mulher. Enquanto a comediante em aspiração encontra força na parceria com uma funcionária de um bar de stand up comedy, Frankie e Grace tornam-se, uma para outra, a melhor das companhias. Dois novos casamentos que jamais significam o fim. A Maravilhosa Senhora Maisel e Frankie Gracie são daquelas séries que nos fazem sutilmente um carinho no coração. Nos sentimos bem ao ver a dupla de senhoras testando vibradores, dizendo não aos filhos e se libertando das pressões de uma juventude que já passou. Assim como quando assistimos Midge se descobrindo mais talentosa e inteligente que o marido, se permitindo rir da humilhação enquanto esposa traída, arrasando no palco e incomodando os machões. Deixemos que essas histórias sejam um incentivo para nós também. Sejamos velhas. Sejamos falhas. Sejamos desquitadas se for preciso. Tenhamos relacionamentos que signifiquem sempre parte do caminho e não o destino final. Tenhamos a audácia de querer mais da vida do que os planos que fizemos no passado. Tenhamos amigas-combustíveis. Tenhamos coragem de abandonar os nossos roteiros e inventar novos começos. A qualquer idade e status social. *Beatriz Braga é jornalista e empresária

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Eu não sou um homem fácil

*Por Beatriz Braga Você é homem e acorda num dia comum. Abre o guarda-roupa, põe uma calça justa o suficiente para apertar seus sacos. Hoje não é dia de vestir shorts, pois a sua perna “não está feita”. Vai ao trabalho e sua chefe - que fala de fluxo menstrual sem tabu - ignora seu trabalho e sugere troca de favores sexuais. Você é despedido por ser histérico. Sai em um encontro e a parceira reclama da perna peluda, diz que assim não dá pra ter tesão. Tudo que seu pai fala é sobre como você anda promíscuo e o relógio biológico está alarmando. O mundo está ao contrário e só você reparou. Essa é a trama de Eu não sou um homem fácil, primeira comédia francesa da Netflix. Damien sofre um acidente e acorda em um mundo onde os corpos masculinos são hipersexualizados. Mulheres são a maioria nos cargos de liderança e exercem profissões antes consideradas dignas de testosterona, como pintoras e açougueiras. Elas assobiam nas ruas, correm de peitos livres e dizem coisas como “do que você está reclamando? de ganhar presentes e mulheres carregando pesos para você?”. O filme é uma comédia francesa que acerta no tragicômico. O homem recém acordado era um machista mulherengo. Na sociedade às avessas, só aguenta as primeiras horas. No começo, acha graça das mulheres que fixam o olhar na sua bunda. Em pouco tempo, pede pra sair. Logo ele, macho alfa das arábias, torna-se “masculista” (respectivo para feminista no filme) e cheio de “mimimi”. Mulheres, vocês conhecem algum homem que aguentaria o tranco? O cara que estava noO cara que estava notopo da pirâmide, a pica das galáxias, de uma hora para outra, se encontra nafrente do espelho testando enchimento para bunda (porque rapidamente foiatingido pela pressão de ter um corpo perfeito, durinho e preenchido). O filme apela para os estereótipos. As mulheres da trama gostam de carros, futebol, arrotam e traem. Os homens são sentimentais e dependentes. Isso, no entanto, não me incomoda, porque também é uma provocação. Afinal, o mundo nos encaixa em fôrmas pré-definidas cada vez que abrimos os olhos. Dois pontos me chamaram a atenção no roteiro. O primeiro é a linguagem não verbal dos personagens. Falamos não apenas com palavras, mas nossa postura revela muito do que somos e do que achamos que merecemos ser. No filme, ao inverter os papéis, vemos mulheres mais eretas, de braços abertos, com pernas espaçadas e olhares indicando poder. A linguagem corporal implica que elas são os seres dominantes. Ao passo que vemos homens ineditamente se encolhendo, cruzando as pernas, curvando o tronco, olhando para baixo e ocupando menos lugar no sofá. O movimento que revela opressão, timidez e insegurança. As roupas que usamos estimulam essa dicotomia. Enquanto no mundo real os homens sambam em roupas confortáveis o suficiente para fazer o que quiserem com as pernas, mulheres se equilibram em saltos, saias, shorts e sutiens apertados. Além disso, estão sempre na trincheira sobre o que é vulgar, agradável, indecente e adequado. O ato dos homens abrirem as pernas no transporte público recebeu até nome: manspreading. Eles costumeiramente se expandem. As mulheres são ensinadas a se diminuírem. Na palestra “Sua linguagem corporal pode moldar quem você é”, a psicóloga americana Amy Cuddy fala sobre como a atenção às nossas posturas podem amenizar angústias. Ela cita as mulheres como mais propensas a se encolherem corporalmente, como consequência de uma sensação de inferioridade crônica. A dica dela é quase simples: moldar a linguagem corporal a nosso favor. Fingir que nos achamos poderosas até de fato convencermos a nós mesmas que somos. Mulheres, atenção: corpos erguidos, nariz pra cima e braços abertos para dizer ao mundo que sabemos do nosso valor. O outro ponto é uma lembrança. No filme, a sociedade - que tem como verdade inquestionável que Deus é uma mulher - acredita que a natureza concedeu o poder da gravidez ao sexo forte. Mulheres grávidas não são criaturas frágeis destinadas à reclusa de uma alcova, são seres ativos da sociedade. E não são mesmo? São quem aguenta a barra de gerar um ser e parir entre as suas pernas. Estejamos atentos para desmistificar a visão enraizada; afinal são elas que fazem o mundo girar; carregando no ventre a tarefa árdua de dar luz à Terra. Não vou mentir. Dá um certo prazer ver um homem branco e chauvinista ser ridicularizado porque suas angústias são consideradas exageros; ou no momento em que ele entende que assédio não é elogio, porque sentiu na pele o incômodo; e quando percebe que o problema do sexismo está em toda parte da sua vida, sem exceção. Mas a questão não é essa. Não queremos vingança. Não queremos corpos masculinos sendo tratados como objetos para o prazer feminino. Não queremos Magic Mike. Não temos inveja do papel que o homem ocupa na sociedade, nossa meta não é chegar ali. Queremos, sim, mulheres se sentindo confortáveis ao ocupar espaços. Queremos uma lista inquestionável de quereres, mas isso só será possível no meio termo de uma comunidade que reconhece e recusa suas vantagens imparciais. O filme fala de privilégios e da emergente necessidade de questionarmos as nossas posições. A lição é muito simples de entender e difícil demais para pôr em prática neste mundo piramidal: empatia. Colocar-se no lugar do outro. É assim que chegaremos ao equilíbrio. Quando eu, branca, imaginar a perspectiva do negro na rua ou no mercado de trabalho. Quando você, homem, imaginar-se acordando em um matriarcado. Calar-se diante do próximo. É pedir muito? Fica o questionamento: quem estará disposto a abrir mão do privilégio e ser ameaçado pelo desconhecido quando a contraproposta é “apenas” um mundo mais justo? Por Beatriz Braga

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Mulheres devem ter mais atenção aos cuidados com o coração

As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no Brasil, sendo responsáveis por cerca de 360 mil óbitos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E de cada dez que acontecem em decorrência de infarto, seis são de homens e quatro de mulheres, de acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Esse quadro faz com que especialistas alertem o público feminino sobre a importância de cuidar da saúde do coração. Os sintomas de um infarto na mulher costumam aparecer de forma mais discreta do que no homem, segundo o cardiologista Evandro Tinoco, do Hospital Pró-Cardíaco. Muitas vezes, não ocorrem dor no peito e formigamento no braço. “Sintomas como náusea, vômito, suor e problemas de respiração podem ser confundidos com uma crise de ansiedade ou passar despercebidos, o que faz com que a mulher demore a constatar a gravidade do caso”, alerta o médico. Os principais fatores de risco de doenças cardiovasculares nas mulheres são obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão, colesterol alto, situações frequentes de estresse (como a jornada dupla no mercado de trabalho e nas tarefas domésticas) e a menopausa, devido à mudança na produção do estrogênio, um hormônio que atua como protetor do coração. “Ações preventivas, como realizar uma avaliação clínica cardiometabólica, por exemplo, devem ocorrer ao longo da vida da mulher, sob a orientação de pediatras, clínicos gerais, ginecologistas, geriatras e cardiologistas. Se houver antecedentes familiares, recomendamos, em especial, realizar check-up a partir dos 35 ou 40 anos de idade, além de evitar os hábitos relacionados aos fatores de risco, com a busca de um estilo de vida saudável. Atualmente, no Brasil, as doenças cardiovasculares matam seis vezes mais mulheres do que o câncer de mama”, aponta Tinoco. Como diminuir os fatores de risco: Praticar atividades físicas; Manter uma alimentação rica em frutas e verduras; Controlar o colesterol; Não fumar.

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Porto Digital recebe mostra de filmes espanhóis dirigidos por mulheres

Com produções dirigidas exclusivamente por mulheres espanholas, a Mostra Espaço Feminino chega ao Porto Digital nesta terça (10) e segue até sexta-feira (13). Ao longo de quatro dias, serão exibidos três longa-metragens e uma série de curtas, sempre às 19h, no Auditório do Apolo 235. A entrada é gratuita. Todos os filmes serão exibidos com áudio original e legendas em português. Apesar do acesso gratuito, o público deve ficar atento à lotação da sala e chegar cedo à sessão. Os longas exibidos na mostra serão A noiva (La novia, 2015), Requisitos para ser uma pessoa normal (Requisitos para ser una persona normal, 2015) e María Moliner - Estendendo palavras (María Moliner. Tendiendo palabras, 2017). Confira a programação: Terça-feira (10), às 19h A noiva (2015) – Diretora: Paula Ortiz 93 min - Classificação: 16 anos - Gênero: Romance/Drama Sinopse: Adaptação de "Bodas de Sangue", de Lorca. Desde pequenos, Leonardo, o noivo e a noiva formam um triângulo inseparável, mas à medida que se aproxima a data do casamento, as coisas começam a se complicar entre ela e Leonardo, porque entre os dois sempre houve algo além de amizade. A crescente tensão entre eles é como um fio invisível, impossível de explicar, e tampouco romper. Quarta-feira (11), às 19h Requisitos para ser uma pessoa normal (2015) – Diretora: Letícia Dolera 81 min - Classificação: 7 anos - Gênero: Comédia romântica Sinopse: María de las Montañas é uma mulher de 30 anos a quem a vida não sorri: ela não tem emprego, foi expulsa de seu apartamento, não tem parceiro e vive longe de sua família. Em uma entrevista de trabalho lhe perguntam que tipo de pessoa ela é e, ao perceber que não cumpre nenhum dos requisitos para ser considerada "normal", ela começa a reunir esforços para isso: se tornar uma pessoa normal. Quinta-feira (12), às 19h María Moliner. Estendendo palavras (2017) – Diretora: Vicky Calavia 70 min - Classificação: Para todas as idades - Gênero: Documentário Sinopse: As palavras e suas definições, seu interesse intelectual mais profundo, são o veículo narrativo e poético deste documentário: palavras estendida, palavras que constroem pontes. Uma presença feminina nos conduz pelos feitos mais importantes da vida de María Moliner, destacando os termos que os definem, com definições dadas por ela em seu próprio dicionário. Através de uma narração com as palavras de Moliner, destaca-se uma forte personalidade, refletida em sua obra prima: o Dicionário de Uso do Espanhol. Sexta-feira (13), às 19h RIOT GIRLS: Curtas Sessão de curtas-metragens feitos por mulheres. - Miss Wamba (2017) – Diretora: Estefanía Cortés 17 min – Classificação: 7 anos – Gênero: Drama Sinopse: Uma mulher atormentada pelo passado encontra um velho com quem ela se conecta imediatamente. - Oasis (2014) – Diretora: Carmen Jiménez 15 min – Classificação: 16 anos – Gênero: Drama Sinopse: Nieves é contratado como zelador de um edifício semi-arruinado em Nova Iorque. O trabalho torna-se mais difícil do que ele imaginava quando descobre o segredo que um dos apartamentos esconde. - Sara a la fuga (2015) – Diretora: Belén Fuentes 15 min – Classificação: 12 anos – Gênero: Drama Sinopse: A jovem Sara vive há algum tempo em um abrigo para menores e não vê seu pai há anos. Ele prometeu vê-la, mas suas promessas não têm valor para Sara. As decepções foram tantas que, com 15 anos, ela aprendeu a lição muito bem: está completamente sozinha no mundo. Sua tutora, Núria, fará todo o possível para ajudá-la nesta situação dramática. - Waste = Lixo (2016) – Direção: DOSCABEZAS (Laura Sisteró, Alejo Levis) 16 min – Classificação: 7 anos – Gênero: Drama Sinopse: Uma pequena comunidade de jovens mulheres é marcada por uma série de estranhas regras e rituais, em que um lápis manipulado pelo líder do grupo atua como bastão e orienta ações e movimentos do grupo. Esta rotina é truncada com a morte de uma delas. Como resultado, o melhor e mais íntimo amigo da vítima se voltará contra o líder do grupo e suas imposições, o que desencadeará um confronto bruto e violento. Serviço Mostra Espaço Feminino: Mulheres diretoras no cinema espanhol De 10 a 13 de abril de 2018 – a partir das 19h Local: Auditório do Apolo 235 – Rua do Apolo, 235, Bairro do Recife (entrada pela Rua do Observatório)

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IFPE traz programação diversificada no mês das mulheres

Em referência ao Dia Internacional da Mulher (08), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) promove, durante o mês de março, uma programação especial. A cada semana, um tema diferente será abordado com o objetivo de mobilizar as pessoas para questões como desigualdade de oportunidades, luta por direitos, violência e representação das mulheres na sociedade. Com o lema “Volta às aulas sem machismo”, a mesa de abertura contará com a participação da reitora do IFPE, Anália Ribeiro, da estudante trans Nayanne Silva e da psicóloga da 1ª Vara de Violência Contra a Mulher da Capital, Santana Maria Silva. A mediação será realizada pela assistente social do IFPE Adiliane Batista. O evento acontece na quinta-feira (08), no auditório do Campus Recife, a partir das 14h. Já no dia 14 de março, duas palestras e uma peça teatral abordarão, no auditório do Campus Recife, o tema “Violências contra as mulheres”. Às 9h, a Juíza Titular da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Ana Cristina Mota, falará sobre Feminicídio. Já às 14h, Amanda Clark, do Centro de Referência Clarice Lispector, discutirá a Lei Maria da Penha. Ambas palestras serão realizadas no auditório do Campus Recife. A programação ainda contará, às 15h30, com a apresentação da peça GENI, promovida pelo Núcleo de Arte e Cultura do IFPE-Ipojuca. Com o tema “Lugar de mulher é onde ela quiser”, a terceira semana terá uma mesa redonda com Piedade Souza, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, Elizângela Marinho, do grupo de agricultoras Flores de Ximenes, e Renata Albertim do Mete a Colher. O debate acontecerá no dia 22 de março às 14h no auditório do Campus Recife e será mediado pela jornalista do IFPE Carol Falcão. Fechando o mês, no dia 28 de março, a programação destacará a “Sororidade e as Mulheres nas Artes”. Das 14h às 16h, no miniauditório do Campus Recife, será promovida uma sessão de curtas e debate com as cineastas Bruna Leite, Yane Mendes, Samara Maria e Tábata de Morais do MAPE (Mulheres do Audiovisual de Pernambuco). A mediação será da jornalista do IFPE Rafaela Vasconcellos. Já das 15h às 16h, a psicóloga do IFPE Taciana Haliday conduzirá uma roda de conversa sobre a temática da Sororidade no Jardim do Campus Recife. E, das 16h às 19h, haverá, no hall do Campus Recife, uma programação cultural, que contará com a participação das poetisas Amanda Timóteo, Bione, Mariana Ramos, Isabela Puente e Patrícia Naia do Slam das Minas PE, recital de cordel e apresentação musical. Também haverá uma exposição de Artes Visuais com obras só de mulheres estudantes do IFPE. Todos os eventos são gratuitos e abertos ao público. A iniciativa é uma ação conjunta da Diretoria de Assistência ao Estudante, Diretoria de Gestão de Pessoas, Pró-Reitoria de Extensão, Coordenação de Eventos, Assessoria de Comunicação do IFPE e Campus Recife.

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Evento do Porto Digital vai reunir mulheres desenvolvedoras de games

Durante três fins de semanas o Apolo 235, prédio de incentivo ao empreendedorismo inovador do Porto Digital, receberá um grupo de profissionais que ainda luta por valorização num mercado majoritariamente masculino: o desenvolvimento de games. O Portomídia Game Jam das Minas tem como objetivo reunir ilustradoras, designers, artistas, produtoras de trilha sonora, programadoras e desenvolvedoras para que, juntas, criem novos jogos, troquem experiências e se fortaleçam. No primeiro momento, no dia 24/02, será realizado um workshop sobre a ferramenta Unity. No fim de semana seguinte, entre os dias 2 e 4 de março, as participantes, já separadas em equipes, terão 48 horas seguidas para criarem, do zero, novos games. O último encontro está marcado para o dia 10, um fim de semana após, quando será realizado o recap, momento de troca de experiências e apresentação dos resultados. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 19 deste mês. No primeiro dia do evento, a professora de programação e desenvolvimento de jogos Tatyane Calixto irá ministrar um workshop sobre Unity para preparar os participantes. “Vemos poucas mulheres na indústria de tecnologia e de jogos. O Unity é uma engine muito utilizada para o desenvolvimento de jogos digitais e é indispensável para o público esperado”, comenta. Além de Calixto, todo o grupo de mentoras da Game Jam será feminino. A prioridade nas inscrições também é delas, mas os homens que quiserem participar também podem se inscrever, já que o objetivo principal é aprender e somar. Conhecimento prévio é importante, pois haverá um processo seletivo para a escolha dos participantes. Para Clara Vasconcelos, coordenadora de qualificação em economia criativa do Porto Digital, a Game Jam das Minas é uma ação de empoderamento estratégica para o parque tecnológico. "O evento engaja as mulheres do setor e garante visibilidade para essas profissionais. Além disso, a Jam também serve para desmistificar uma área cuja aptidão é vista como essencialmente masculina. Não temos só minas jogando, tem minas fazendo jogos e a Game Jam é uma oportunidade de fazer negócios e fortalecer as carreiras delas". Portomídia Game Jam das Minas Dia 24/02 (9h às 17h) - Workshop de Unity com Tatyane Calixto (30 pessoas) De 2 a 4/03 (começando às 9h do dia 02 até às 17h do dia 4) - Portomídia Game Jam das Minas (50 pessoas) Dia 10/03 (14h às 18h) – Recap Inscrições até 19/02 pelo link - seliga.ai/gamejamdasminas Resultado das inscrições: 21/02  

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Customização de roupas gera emprego e renda para mulheres em Olinda (PE)

Aquele jeans usado, velho ou fora de moda, e que teria como destino o lixo, é transformado em uma peça linda, moderna e estilosa pelas mãos das mulheres do “Projeto Top Três Reciclagem”, da cidade de Olinda (PE). A técnica usada na criação de roupas e acessórios é a customização. O projeto é fruto da reivindicação das moradoras da comunidade e das mães de crianças atendidas na creche da Associação Espírita Lar Transitório de Christie (AELTC), diante da necessidade de ter opções de gerar emprego e renda. Além de criatividade e inovação, o Top Três incentiva a cultura da reciclagem, com foco na sustentabilidade, uma vez que a atividade trabalha com o aproveitamento do que seria descartado. Em 2017, a associação recebeu da Fundação Banco do Brasil, R$ 49 mil, por meio do Programa Voluntariado BB-FBB. O recurso foi usado na compra de maquinário, material e na capacitação em corte e costura, customização, estratégia de vendas e empreendedorismo para 36 mulheres - adolescentes, jovens e adultas. Na lista de peças confeccionadas pelo grupo estão roupas, almofadas, tiaras, bolsas, agendas e chaveiros. Albina Gomes foi uma das atendidas. Ela conta que nunca havia trabalhado com artesanato ou até mesmo com costura e que o curso lhe abriu um leque de conhecimentos. “Eu não tinha ideia de quantas coisas poderíamos fazer com um jeans velho. As oportunidades de criação são muitas. O nosso desejo é que o projeto continue, porque a maioria das mulheres é muito carente e precisa dessa oportunidade”, disse. De acordo com Lígia Cabral, coordenadora do Top Três, toda matéria-prima para confecção das peças vem de doação e a reciclagem do jeans permite produzir uma diversidade de adereços e peças, que traz muitas possibilidades de negócios. A maioria das mulheres atendidas desconhecia a técnica de customização e até mesmo como funciona uma máquina de costura. Agora que dominam a técnica querem ir além. "Vejo nelas uma vontade imensa de aprender, de ter uma profissão e uma fonte de renda. Muitas já estão em busca de formalizar uma cooperativa para colocarem em prática o que aprenderam conosco”, declarou. O projeto contou, ainda, com a orientação da educadora e artesã, Sandra Garrido, presidente da Associação dos Artesãos do Município de Itambé (PE) - responsável pela criação dos croquis. Projeto Voluntariado BB-FBB – Edital aberto A nova chamada interna do Programa de Voluntariado BB-FBB está aberta. Os projetos sociais desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos que contam com a atuação de um voluntário e funcionário do Banco do Brasil podem se inscrever até o dia 16 de fevereiro. O Programa tem foco nas iniciativas voltadas a grupos que compõem a base da pirâmide social, públicos de políticas governamentais, em situação de vulnerabilidade social, principalmente jovens e mulheres. A ação terá investimento social de R$ 3 milhões para apoiar propostas com orçamentos entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Os voluntários interessados devem enviar, a uma agência do Banco do Brasil, uma proposta simplificada que descreva objetivo, valor proposto, público-alvo e número de participantes. O voluntário BB precisa estar cadastrado no Portal do Voluntariado.

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Uma lista incrível de livros escritos por mulheres

*Por Beatriz Braga Faltam duas semanas para 2017 acabar e percebo que ao caminhar em direção ao novo ano que bate na porta, carrego comigo as leituras fortes que fiz de mulheres poderosas nos últimos 12 meses. Suas palavras me colocaram para frente e me causaram pequenas e grandes revoluções pessoais. Com o suporte delas, fiz as pazes com meu corpo; com minhas celulites e “imperfeições”; aprendi a aceitar a minha biologia; tenho entendido que existe ganhos em ver o tempo se esvair das minhas mãos; e estou tentando reconhecer as origens e raízes machistas que me circundam, sendo esse o primeiro passo para transformá-las. Busco inspiração em livros escritos por mulheres e acredito que o ano que chega será melhor pelos frutos que colhi desses encontros. Deixo aqui, pois, a minha lista de obras que li e revisitei em 2017 e levarei na bagagem para um novo ciclo mais empoderado. Aproveitando o timing do fim de ano para, quem sabe, inspirar algum presente legal por aí. 1) PERDAS E GANHOS | Lya Luft A minha frase preferida do livro é essa aqui: “A felicidade é assim: cada um, a cada dia, aceita a que o mercado lhe oferece… ou determina a sua”. A citação fica mais poderosa depois da leitura que nos traz a sugestão deliciosa de receber a passagem do tempo de forma mais tranquila e sábia. Entender que a vida, a cada ano que passa, apesar das perdas, também significa uma sucessão de vantagens. A felicidade, para Lya, é possível quando aceitamos que ela também contempla a dor, a  crueldade e  a maldade ao nosso redor. Uma passagem autobiográfica, de reflexões, desabafos e conselhos. 2) LUA VERMELHA | Miranda Gray Me indicaram esse livro na Benção do Útero e é uma ótima fonte de autoconhecimento. Somos também o que acontece dentro de nós, sangue, ciclo e natureza. O livro nos ajuda a desmistificar os estigmas que recebemos ao longo da vida sobre nós mesmas: histéricas; a menstruação vista como tabu; vergonha, pudor e etc. Miranda Gray, a criadora da Benção - movimento que acontece durante a lua cheia no mundo inteiro - explora arquétipos do ciclo menstrual e nos oferece uma visão mais plena para enxergarmos a nós e outras mulheres. Aquela sábia conclusão de que uma mulher que se conhece é imbatível. 3) TOMATES VERDES FRITOS | Fannie Flagg Esse romance clássico foi meu grande companheiro em 2017. Leve, inspirador e uma delícia de ler. O livro conta a história do encontro de Evelyn, uma dona de casa frustrada, e Ninny, uma senhora falante que mora num lar para idosos. Juntas, elas vão revivendo histórias do passado de Ninny, que giram em volta da vida de uma casal de mulheres,  Idgie e Ruth, e o café do qual são proprietárias. O livro trata, com doses de leveza e melancolia, questões pesadas, como assédio, racismo, machismo e família. Daquelas leituras de dar saudade e uma ótima fonte de inspiração para avançar por cima dos padrões impostos pelo mundo. 4) A SHORT HISTORY OF WOMEN | Kate Walbert Comprei esse livro em uma viagem aos Estados Unidos e não encontrei indicações da versão traduzida para português na internet. “A short history of women” traz crônicas sobre cinco gerações de mulheres da mesma família, levando em conta os diferentes cenários que cada uma se encontrava, desde do ano de 1914 até o começo dos anos 2000. Amei a narrativa, pois me deu mais uma noção do que venho me deparando nas conversas feministas que tenho por aí: o poder da nossa ancestralidade. Somos também o legado das mulheres que vieram antes de nós, seus traumas, dores e conquistas. O livro começa com a história de uma mulher que morreu após fazer greve de fome em nome da causa sufragista e vai mostrando o quanto o eco de suas escolhas influenciaram a vida das mulheres da sua linhagem. Mãe e filhas, esse poderoso vínculo de fortaleza. 5) O SEGUNDO SEXO | Simone de Beauvoir Se você é mulher, em algum momento sente ou entende que o seu lugar do mundo é definido pela forma que o homem enxerga a sociedade. Somos julgadas e vistas através do olhar masculino sobre o que é feminilidade, poder e mundo. Entender, estudar e buscar as pistas dessa relação da mulher com a vida ao seu redor é munição necessária para começarmos a mudar o cenário. É exatamente o que esse livro de Simone de Beauvoir é: necessário. 6) VAGINA, UMA BIOGRAFIA| Naomi Wolf O livro Vagina, de Naomi Wolf, foi alvo de muitas polêmicas quando foi lançado. O objetivo principal da obra é reformular a forma pela qual a vagina é entendida na sociedade machista. Cérebro e vagina estão plenamente conectados no corpo da mulher e é preciso levar isso em conta, uma vez que a vagina tem importância fundamental na consciência feminina. A obra é baseada em estudos científicos e na própria vida da autora.  Além disso, outros assuntos entram em jogo como a pornografia e suas consequências, sexo tântrico, estupro e etc. Vale muito a pena ler e fazer uma viagem (sem volta) para dentro. 7) MONÓLOGOS DA VAGINA | Eve Ensler Um livro leve que você vai devorar em uma semana. A obra super reproduzida nos teatros do mundo inteiro traz crônicas baseadas em histórias reais emocionantes, trágicas, hilárias e simplesmente femininas. Dar voz às mulheres em suas diferentes peles e sensações. A vagina ocupa papel de origem e central na narrativa que nos leva a refletir sobre a maneira como ela é vista e tratada no mundo inteiro. Divertido, instigante e comovente. 8) UM TETO TODO SEU Virginia Woolf buscou entender porque as bibliotecas estavam abarrotadas de livros escritos por homens e a visão da mulher sobre o mundo era escassa. Neste livro, baseado em suas palestras em universidades, Virginia discorre sobre o quanto a posição das mulheres no mundo influencia na sua capacidade de trabalhar e escrever. Uma das comparações famosas que ela faz na obra é o que

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