Arquivos mulheres - Página 6 de 6 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Mulheres estão mais vulneráveis a desenvolver uma trombose

Dia 13 de outubro é o Dia Mundial da Trombose, que tem por objetivo conscientizar a população sobre os fatores de risco e a gravidade da doença, que se caracteriza pela formação de trombos – coágulos sanguíneos –, e pode resultar em obstrução e inflamações na parede dos vasos responsáveis pela passagem do sangue, podendo causar sérias complicações como AVC e embolia pulmonar e até levar à morte. Atualmente, a trombose é responsável por uma a cada quatro mortes no mundo¹,². No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que um ou dois habitantes a cada mil sofram de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Apenas no primeiro semestre de 2016, a trombose atingiu 65 mil brasileiros³. Há uma série de fatores que podem desencadear a trombose, dentre eles a idade avançada, sedentarismo, pacientes com insuficiência cardíaca, obesidade e imobilização. No caso das mulheres, a probabilidade de desenvolver uma trombose é ainda maior, visto que estão expostas a fatores que aumentam o risco de desenvolver coágulos: uso da pílula anticoncepcional, gestação e tratamento de reposição hormonal. De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), as mulheres que fazem uso de anticoncepcionais apresentam maior risco de ter trombose venosa. O risco é de duas a sete vezes maior entre mulheres da mesma idade que usam pílula, em relação àquelas que não fazem uso do medicamento. Quando gestantes, a chance de a mulher desenvolver a doença aumenta em 10 vezes em relação àquelas não gestantes. No período de pós-parto, durante aproximadamente 40 dias, esse risco chega a ser 15 vezes maior. As principais apresentações da trombose venosa são a trombose venosa profunda de membros inferiores e a embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo se aloja nos pulmões. O AVC – Acidente Vascular Cerebral ou TVC – trombose venosa cerebral, podem também ocorrer quando o trombo se aloja em vasos do cérebro – podendo ser fatal. A trombose venosa pode se apresentar com poucos sintomas e, por isso, é muitas vezes subdiagnosticada. É fundamental que o médico seja capacitado para reconhecê-la e, mediante suspeita diagnóstica, confirmá-la e tratá-la com urgência.

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Todas as Marias (Por Beatriz Braga)

A pior ligação que já recebi foi num domingo à noite quando ela, do outro lado da linha, procurava algum conforto do lado de cá. Entre gritos e choros, minha amiga tentava dimensionar a agressão do namorado que acabara de acontecer. “Um monstro”, concluímos. Não sei o que doeu mais: ouvir tudo aquilo ou vê-la voltando para o relacionamento um tempo depois. Ela é dessas mulheres cheias de energia, maravilhosa. O cara é daqueles boa-praça, que todos adoram, aparentemente um homem bacana. Provavelmente doeu mesmo foi quando percebi que estávamos enganadas. Ele não é um monstro. Monstros são anomalias, deformidades, seres contrários à natureza. Ele é um homem comum, “de bem”, desses que circulam nas festinhas, popular. E são exatamente caras como ele que protagonizam os piores dias da vida das mulheres ao meu redor. Não são corcundas, não têm caras peludas e não vivem em cavernas. No dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completou 11 anos. A mulher que deu nome à lei foi baleada pelo marido, ficou paraplégica e viu sua história servir de inspiração para milhares de brasileiras. No aniversário do marco, porém, os números não são bons. Segundo o Mapa da violência, há 13 feminicídios por dia no Brasil. Somos o quinto país que mais mata mulher no mundo. Em 2016, 503 mulheres sofreram agressão a cada hora. Em 61% dos casos, os algozes eram do seu círculo mais próximo de convívio (Datafolha). Nós não escolhemos dividir nossos travesseiros com monstros, mas infelizmente somos todos produtos de uma sociedade machista. Esses homens, em algum momento de suas criações, aprenderam a ver as mulheres como suas propriedades. A violência física normalmente vem depois que a agressão psicológica já causou sérios danos a quem sofre. Uma das várias faces do abuso é fazer com que a vítima se sinta culpada por aquela situação. A amiga lá de cima me disse: “Fui percebendo que ao lado dele eu ficava calada na frente de outras pessoas, porque tudo que eu dizia era motivo de briga”. De outra escutei dizer simplesmente “sou fraca” em uma conversa sobre amor. No livro “Vagina”, Naomi Woolf conta que uma das frases mais ditas por mulheres violentadas é que elas se sentem “um lixo”. Certa vez escutei de um ex-namorado que meu maior defeito era ter muitas opiniões. Essas opiniões são justamente o que fazem de mim quem eu sou. E por algum tempo me pus a pensar que havia algo errado com isso. Relacionamentos abusivos nos distanciam de nós mesmos. De repente, afundamos em um ciclo repetitivo de maus-tratos, desculpas, dependência e, o pior, culpa. Se você se considera a feminista, provavelmente já escutou alguma brincadeira sobre odiar homens. Eu não os odeio. Entre as cinco pessoas que mais amo, quatro são homens. Só que estamos cansadas. De enxugar tantas lágrimas. De ouvir tantas desculpas. De ter que lidar com tamanha quantidade de bobagens. De ver mulheres incríveis sofrendo por homens comuns. Trago, porém, uma boa notícia. Digo-lhes a cena que recentemente vi: um grupo de mulheres jovens, trabalhadoras e fortes conversando sobre as “fogueiras” que haviam pulado (lê-se: os namoros nocivos deixados para trás). A mulher do começo da coluna, hoje, cuida bem de suas feridas para redobrar a força redescoberta. E jamais se cala por nenhum outro homem. É difícil encontrar entre as mulheres que conheço as que não passaram por um relacionamento abusivo. No entanto, cada vez mais, é comum nos enxergarmos deixando-os ir embora. “Os homens vão ter que mudar porque as mulheres simplesmente não vão mais aceitar”, ouvi. O mundo ainda é um lugar perigoso para ser mulher. A denúncia e a renúncia de relacionamentos abusivos vêm com vários complicadores: dependência emocional, patrimonial, vergonha, humilhação... mas vai chegar a hora, e eu acredito muito nisso, que os homens não terão mais escolha: ou respeitam ou ficam sós. Entre homens e opiniões, ficaremos sempre com nossas ideias, roupas e boas escolhas. Estaremos sempre um passo à frente. E assim levaremos outras mulheres. Todas as Marias que, por bem, quiserem ir junto.

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Falta de vitamina D afeta mulheres com infertilidade

Levantamento realizado pelo RDO Diagnósticos Médicos, com 11 mil pacientes atendidas nos últimos 10 anos, mostra que a deficiência da substância está entre os fatores responsáveis pela dificuldade de engravidar Com a baixa exposição ao sol no inverno, pode ocorrer uma queda nos níveis de vitamina D no organismo. Importante em várias funções, como a absorção de cálcio e fósforo, a substância também é essencial na reprodução humana. Um levantamento realizado pelo RDO Diagnósticos Médicos, com 11 mil pacientes atendidas nos últimos 10 anos, mostra que 85% das mulheres com infertilidade sem causa aparente apresentam deficiência da vitamina. “A vitamina D é fundamental para implantação do embrião. A sua deficiência pode ser até causa de aborto”, afirma o Dr. Ricardo de Oliveira, diretor médico do RDO. Estudos têm apontado a relação entre a sua dosagem e a capacidade reprodutiva da mulher. Os baixos níveis da substância também estão relacionados a doenças autoimunes, infecciosas, cardiovasculares, cânceres, entre outras. Classificada por alguns pesquisadores como hormônio, ela é metabolizada no organismo pela exposição da pele ao sol. Um indício de seu efeito é observado na diminuição da fertilidade nas estações frias do Hemisfério Norte. “Quando morei em Boston, por exemplo, chamava a atenção a queda do índice de gestação no período do inverno, porque todo mundo estava com baixo nível de vitamina D”, explica o diretor do RDO. Tanto para quem quer engravidar, como para as gestantes, é indicada a avaliação dos níveis da no organismo e, se necessário, a reposição. “Uma dose de 28 mil unidades de vitamina D por semana para a gestante já diminuem as complicações pela metade”, orienta o Dr. Ricardo. O RDO oferece painéis de exames que incluem a avaliação da dosagem da vitamina D. Fonte de vitamina O ideal é tomar sol por pelo menos 30 minutos por dia, no começo da manhã ou final da tarde, com a maior parte do corpo descoberta, como pernas e braços. Alguns alimentos também podem ser fonte dessa vitamina, como bacalhau, salmão selvagem e ovos. Além disso, existe a suplementação de vitamina D prescrita por médico, em cápsula, gota, comprimido sublingual ou injeção. Sobre o RDO Diagnósticos Médicos Trata-se de um moderno centro de diagnósticos, que oferece atendimento totalmente personalizado e individualizado. Entre suas especialidades, o RDO realiza exames nas áreas de medicina laboratorial, incluindo imunologia, genética, medicina fetal, endoscopia digestiva, histeroscopia e medicina ultrassonográfica. O diferencial do RDO Diagnósticos Médicos é a investigação dos aspectos imunológicos da infertilidade em reprodução humana, principalmente os casos de perdas gestacionais repetidas, abortos recorrentes, falhas de implantação embrionária em ciclos de fertilização assistida (FIV/ICSI), infertiltilidade sem causa aparente (ISCA), nova área da medicina reprodutiva que contribui para o auxílio casais que desejam ter filhos. (Maxpress)  

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Mulher-Maravilha e o mundo dos homens (por Beatriz Braga)

“Você é mais forte do que acredita. Você é mais poderosa do que imagina”, diz a treinadora da Mulher-Maravilha no novo filme da DC Comics. Na trama, mulheres vivem reclusas em uma ilha e a heroína é destinada a acabar com a guerra no “mundo dos homens”. É a primeira vez que a personagem ganha um filme desde a criação do seu quadrinho em 1941. Na ilha de Themyscira, mulheres massacram invasores e acham homens desnecessários para o prazer. Quando vai ao mundo “real”, Diana (alter ego da protagonista) é coberta com roupas sufocantes para não despertar desejos, é assediada nas ruas e constantemente subestimada por ser mulher. Diana é autoconfiante. Aprendeu a ser ao ver as mulheres ao seu redor lutando, sendo líderes e comandando uma nação. Quando ouve que é preciso achar o “cara certo” para salvar o mundo, prontamente (e ironicamente) responde que ela “é o cara”. Ter autoestima é complicado quando crescemos ouvindo que mulher é o “sexo-frágil”. Um estudo conduzido na University College London mostrou que, apesar de não haver diferença de gênero quando se trata de inteligência, homens tendem a se perceberem mais inteligentes do que são e mulheres fazem o contrário ao redor do mundo. Elas subestimam suas habilidades, enquanto eles as inflam e ambos veem, erroneamente, seus pais, filhos e avôs como mais inteligentes que suas filhas, mães e avós. Mulheres se enxergam menos. Se acham feias, menos úteis e menos competentes, mesmo quando a verdade é o oposto. Eu vejo esse estudo dar as caras diariamente. Como fazer o contrário quando somos bunda e peitos antes de sermos mente? Onde “mulherzinha” é fraqueza e “ser homem” é bravura? O especialista em gestão indiano Raj Sisodia tem ecoado no mundo ao falar sobre a “liderança Shatki”, um equilíbrio de energias femininas e masculinas dentro das empresas. O nome homenageia a entidade indiana que é metade homem (Shiva) e metade mulher (Shatki). Na tradição indiana, todos os seres possuem as duas energias dentro de si, mas o mundo patriarcal desvaloriza as femininas (listadas como poder criativo, sabedoria e prosperidade) e valoriza as masculinas (como coragem, foco e agressão). Para Raj, as organizações do século 21 precisarão unir as duas energias, seja dentro das pessoas - permitindo os homens despertarem a energia feminina, por exemplo - e na empresa, com mais mulheres no topo. Não venho dizer que um mundo governado por mulheres seria o ideal. Unir as duas forças é o único caminho para empresas mais prósperas e um mundo mais equilibrado. Mulheres e homens. Gays, trans, cis, negros, índios, orientais, ocidentais, brancos... “Cada um está vivendo sua batalha” diz, no filme, o soldado que queria ser ator, mas “não tinha a cor certa”. Imagine só, se a batalha de um fosse sempre a batalha de todos. Uma humanidade que abarca todas as lutas não nos cansaria individualmente em falar apenas para quem nos entende. Mulher-Maravilha não é um filme isento de sexismos. Nossa heroína ainda salva o mundo seminua, para começar. Mas é o primeiro longa de quadrinhos dirigido por uma mulher, Patty Jenkins, que bateu recordes de bilheteria e limpou a barra da DC após os seus últimos fracassos. Além disso é, sim, uma visão feminina sobre o que é ser mulher “no mundo dos homens”. As protagonistas da minha infância não eram chamadas de heroínas. Eram princesas adormecidas, presas nos castelos, com vestidos pomposos demais para salvar o dia. Suas maiores ambições eram encontrar o príncipe. Enquanto eles se tornavam heróis, minhas princesas se enfeitavam e eram invejadas por irmãs mais feias, mais gordas e menos loiras. Eram sereias à espera de quem lhe desse pernas para andar. Não é à toa que passamos a vida ouvindo “já pode casar” quando fazemos algo bom. Agora podemos trocar para “já pode arrumar um emprego”, que tal? As luzes acenderam, olhei para o lado e vi minhas amigas. Mulheres-maravilha da vida real que haviam me alertado que precisamos dizer umas às outras que somos fortes e belas. Porque o mundo muitas vezes nos diz o contrário. Pensei na minha mãe, amazona-mor, guerreira que não larga o osso. Pensei em Daniela e Mariana e no nosso trabalho no ensino médio quando, na ocasião, enforcamos barbies e questionamos as histórias que nos eram contadas na infância. Pensei em todas as amazonas que me cercam. Quis dizer para cada uma: “Você é mais forte do que acredita. Você é mais poderosa do que imagina”. Porque são. E se a Mulher-Maravilha é, hoje, quem engrossa esse coro, eu abraço a personagem com orgulho. Pensando bem nas mulheres da minha vida, elas bem que poderiam governar o mundo. *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais    

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"Mudamos a realidade de mulheres"

Segundo a Secretaria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher de Itambé, o município tem um dos menores índices desse tipo de violência, porque 70% da população feminina conseguiu independência financeira. Uma das principais responsáveis por essa situação é a fábrica de confecção das marcas MM Special e Marie Mercié, fundada por Mércia Moura em pleno canavial. Nesta entrevista a Cláudia Santos, a empresária conta como driblou a cultura patriarcal da cana-de-açúcar e ergueu uma indústria que produz 32 mil peças por mês, cresceu 9% em plena crise e deu perspectivas para mulheres e crianças. Como foi a sua infância no campo? Minha família é da região de Timbaúba, São Vicente, Macaparana, na Zona da Mata Norte. Nasci no Recife, mas morava no engenho que era de meu pai. Antigamente quem era do interior tinha o costume de ter filho na capital. Mais tarde, voltei ao Recife para estudar. Sou neta e filha de coronel. Meu avô é Severino de Melo Cavalcanti, irmão de José Francisco Cavalcanti, que já foi governador do Estado, pai de Joaquim Francisco Cavalcanti e tio de Moura Cavalcanti, uma família bem tradicional de cana-de-açúcar. Meu pai, Pedro Francisco de Andrade Cavalcanti, era médico e trabalhava em Nazaré da Mata. A gente ia para o Recife estudar e nas férias e final de semana voltávamos para o engenho. Timbaúba era meu lar e o Recife minha casa para estudar. Eu não era muito fã de ficar em uma fazenda quando mais nova. Porém tinha um lado muito bom: meus avôs moravam numa casa enorme, tiveram sete filhas e lá havia uma sala de costura. Minhas tias sempre gostaram de costurar, fazer crochê e eu gostava de ficar com elas. Você chegou a fazer curso superior? Estudei no colégio Damas, onde a gente só concluía o científico se fizesse um curso profissionalizante. Como gostava de desenhar, resolvi fazer desenho técnico na Escola técnica estadual da Encruzilhada. Depois fiz vestibular para desenho industrial, passei em segundo lugar na UFPE. Minha mãe queria muito que eu estudasse, mas abandonei o curso, porque casei com Paulo Fernando Melo de Moura. Meu pai disse que eu deveria casar logo e eu estava muito apaixonada. Fui morar no Engenho Pangauá, que pertencia a meu sogro e fica em Itambé. Lá era muito bucólico, mas mal cuidado, apesar de muito produtivo, por que não havia uma presença feminina. O local não me encantou, mas fui. Em 1978, tive meu primeiro filho, depois mais dois. Lá a televisão não funcionava, e rádio dava sinal com muita dificuldade. Como começou a trabalhar com confecção? Primeiro comecei a trabalhar com galinhas (risos). Meu sogro chegou um dia com a novidade de que o Bandepe estava com uma linha de crédito muito boa para criação de aves. Acabei implantando vários galinheiros na fazenda. Mas como é que uma pessoa com tendências artísticas como eu vai cuidar de galinha (risos)? Eu não estava realizada. Um dia, minha mãe estava em casa vendo minha rotina e disse a meu marido, que não havia me criado para aquilo. Bem, eu tinha quatro tias que vendiam fardamentos em Timbaúba e no Recife e minha mãe me incentivou a fazer o mesmo. Minha tia Emília conhecia uma pessoa em Santa Cruz do Capibaribe que havia fechado uma confecção e tinha umas três máquinas para vender. Aí comprei os equipamentos com o dinheiro que ganhei com as galinhas e os instalei na casa grande do engenho do meu sogro, que ele não utilizava mais. Como começou a produção? Chamei Nelita, que era uma pessoa que morava perto do engenho e fazia roupas para meus filhos. Mas precisava de mais pessoas. O problema é que os maridos não deixavam as mulheres trabalhar fora. Mesmo assim, consegui convencer cinco delas. Contratei o Sebrae para dar apoio técnico, porque na Zona da Mata não tem cultura de confecção. Depois fundamos a nossa própria escola de costura, onde pagamos um salário para incentivar as mulheres a aprenderem uma profissão. Quando as primeiras começaram a trabalhar, logo surgiram outras querendo também entrar na fábrica porque viram que era rentável. Iniciar a atividade era difícil naquela época, anos 80, quando na região só havia plantação de cana. O curso de desenho me deu base para fazer os modelos, assim como os dias passados na sala de costura de minha avó. Mas eu não queria fazer fardamentos como minha tias. Preferi me especializar na produção de camisas femininas brancas clássicas. Havia uma grande demanda dessas peças. Bem, meu tio se casou com uma japonesa, Kiko, em São Paulo, que era operária de uma grande fábrica. Pedi a ela ideias de como comprar tecidos. Fui com ela para a Fenit (Feira Nacional da Indústria Têxtil), onde conheci Ieda Amaral que era a top da empresa Santista em pesquisa de tecido. Comecei a entender de moda, comprei livros e fiz cursos sobre o assunto. Então criei uma coleção inspirada nos anos 70, mas com as características nossas, usando pachwork, renda, gripi etc. A produção era pequena. Como começaram as vendas? Minha mãe sempre foi ousada, levou minhas peças para uma grande loja no Recife, a Ele & Ela, que pertencia a seu Assis Farinha. Ele gostou e disse que compraria toda a produção. Fiquei tão feliz! Nesse mesmo ano, o Sebrae promoveu a ida de pequenas empresas brasileiras para uma feira em Dusseldorf (Alemanha). Minha mãe me estimulou a ir. Mas quando falei com meu marido ele disse que só eu iria separada. Então minha mãe foi. Fomos a única empresa do Estado que vendeu na feira, rendendo matéria em jornais. No mesmo ano, aconteceu a Fenit e, no segundo dia da feira, vendemos toda a produção que equivalia a três meses. Pra gente foi um marco, não pela quantidade vendida, mas por sermos aceitas no mercado. Passei a vender para as lojas do bairro do Bom Retiro em São Paulo, que revendiam para o Brasil inteiro. Também participava de todas as Fenits e conquistei clientes fiéis em São Paulo. Eu

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Paridade salarial entre homens e mulheres só será alcançada em 170 anos, diz ONU

O especialista da ONU Mulheres Julien Pellaux alertou que se nada for feito, a paridade salarial entre homens e mulheres vai levar 170 anos para ser alcançada. Em entrevista à ONU News, em Nova York, nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Pellaux disse que as Nações Unidas estão “dando início a várias campanhas para promover esse assunto, que na verdade é um assunto político”. “Tem que ter vontade política, uma resolução política de querer mudar isso. As disparidades salariais entre os sexos não vão se fechar naturalmente. É preciso ter um impulso importante dos governos do mundo todo para (reduzir) essas disparidades," falou. Pellaux disse que as leis trabalhistas em muitos países prejudicam as mulheres. "É difícil acreditar: em mais de 155 países existem leis discriminatórias contra as mulheres em assuntos econômicos. Podem ser leis que tentam proteger as mulheres de certos trabalhos que podem ter consequências de saúde, mas que na verdade impedem as mulheres de encontrar os mesmos trabalhos que os homens. Ou podem ser leis, por exemplo, que impedem as mulheres de trabalhar na agricultura." Para o especialista da ONU, essas leis discriminatórias têm um papel muito grande na criação de disparidades entre homens e mulheres. Ele deixou claro que a disparidade salarial não discrimina e acontece em países ricos ou pobres e disse que, apesar das dificuldades, a expectativa da ONU Mulheres é alcançar a paridade salarial entre os sexos até 2030. Para atingir esse objetivo, a organização lançou uma campanha para acabar com as leis discriminatórias até 2021. A iniciativa conta com o apoio de diversos países e parceiros. A ONU Mulheres também quer impulsionar o empreendedorismo feminino e trabalhar com os governos para que as mulheres tenham maior participação nos contratos públicos. (Agência Brasil)

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Síndrome do Olho Seco: doença ocular afeta mais as mulheres

Olhos vermelhos, ardência, irritação, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, visão turva ao final do dia, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente ao computador são os sintomas mais comuns da Síndrome do Olho Seco. Este problema é mais comum nas mulheres, em um universo de 18 milhões de brasileiros que sofrem com a doença. A maior incidência feminina é comprovada por dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): três mulheres para cada homem sofrem com os sintomas de olho seco. Segundo oftalmologistas, dois fatores contribuem para a maior incidência da doença: contato da mucosa ocular com cosméticos e alterações hormonais que ocorrem com o passar dos anos, principalmente, as provenientes da menopausa, que são responsáveis pela redução da produção da lágrima. “A doença causa desconforto e se não tratada pode ocasionar sérios problemas, como o surgimento de úlceras de córnea e até mesmo o comprometimento grave da visão” explica Dra. Myrna Serapião dos Santos, oftalmologista e Ex-Chefe do Setor de Doenças Externas Oculares e Córnea do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP. Por ser uma doença crônica, a Síndrome do Olho Seco deve ser tratada continuamente, seguindo orientação do oftalmologista. Normalmente, o tratamento é feito pelo uso de lágrimas artificiais, que mantêm a superfície do olho hidratada por mais tempo. De acordo com a Dra. Myrna, a lubrificação do olho com lágrimas artificiais é a maneira mais eficaz de prevenção do surgimento e/ou agravamento dos sintomas do olho seco.

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Cirurgia bariátrica aumenta fertilidade

  Estudos recentes revelam que a cirurgia bariátrica - destinada a tratar obesos mórbidos - também pode auxiliar com o aumento da fertilidade na população masculina. “A relação direta existente é que a obesidade provoca um desequilíbrio na produção de hormônios responsáveis pela qualidade e quantidade do esperma. A perda ponderal promovida pela cirurgia bariátrica auxilia na regularização dessas funções e contribui com o aumento na fertilidade nos homens”, explica  Josemberg Campos, presidente da SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. O Instituto de Urologia e Rins, da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, realizou um dos principais estudos para avaliar as alterações no sémen e os níveis hormonais em homens antes e após nove a doze meses da realização de cirurgia bariátrica, com a técnica da gastrectomia vertical. Observou-se uma melhora considerável na fertilidade, com a perda de peso. Quarenta e seis pacientes foram divididos em três grupos de acordo com análise de esperma inicial: 28,3% com azoospermia (sem espermatozoides), 41,3% com oligospermia (espermatozoides inferiores a 15 milhões por ml) e 30,4% do grupo normal. A perda ponderal mostrou uma melhora percentual na contagem de testosterona em todos os grupos e significativa em homens com oligospermia. Uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que acompanhou durante dois anos 20 homens que passaram pela cirurgia bariátrica avaliou o impacto das modificações no estilo de vida e qualidade do esperma desses pacientes. No final, o estudo concluiu que a perda de peso promovida pela cirurgia bariátrica não só não interferiu com a qualidade do esperma dos pacientes como aumentou a qualidade de função sexual. Outro estudo feito com seis pacientes na Penn State Milton S. Hershey Medical Center, nos Estados Unidos, acompanhou os indivíduos durante um, três, seis e doze meses após a cirurgia bariátrica. Passado o período de um ano, detectou-se que os níveis de testosterona total urinário aumentaram significativamente três meses após a cirurgia e permaneceram assim ao longo do estudo. Não foi notada nenhuma alteração nos parâmetros do sémen ou concentrações de estrogênio no soro ou na urina. Embora seja um estudo com amostra pequena, as medidas repetidas de análise de sêmen do pré-operatório para até um ano da realização da cirurgia são novas. Ainda de acordo com os resultados o aumento dos níveis de testosterona é, provavelmente, responsável pela tendência para a melhoria da função erétil masculina observado no estudo. Mulheres podem engravidar Assim como nos homens o excesso de peso e a obesidade também prejudicam a fertilidade feminina e podem comprometer a gestação. Porém, já é notório, segundo a SBCBM, que a cirurgia bariátrica permite que as mulheres operadas possam realizar o sonho da gravidez com mais facilidade e ter uma gestação mais segura e saudável. Além disso, o tratamento cirúrgico da obesidade, de acordo com Josemberg Campos, diminui as chances da futura mãe ter diabetes gestacional, eclampsia, parto prematuro ou até mesmo aborto espontâneo. Estudos mostram que engravidar com grande excesso de peso aumentam os riscos de a criança sofrer com o mesmo problema. “Por segurança as mulheres que realizarem cirurgia bariátrica só poderão engravidar um ano e meio da realização da operação. Vale ressaltar que é preciso redobrar os cuidados na hora de manter relações sexuais. Nos três primeiros meses a mulher deve usar anticoncepcional e o parceiro preservativo, que serve de segurança extra para caso o corpo não absorva corretamente o remédio”, alerta Dr. Josemberg.

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