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José Teles: "A história da música é muito contada do ponto de vista dos cariocas e paulistas"

No momento em que existe uma discussão sobre as diferentes narrativas dos acontecimentos, é interessante e oportuno o lançamento do livro Choro e Frevo, Duas Viagens Épicas, de José Teles (que pode ser adquirido pelo Whatsapp 81 98871-9261). Jornalista e crítico de música com anos de experiência em jornais, Teles é autor de vários livros sobre a história musical de Pernambuco. Sua mais recente obra descortina fatos pouco conhecidos ou que foram “inviabilizados” com o passar dos anos, muitas vezes, em razão do maior destaque dado à cultura do Sudeste. A começar pelas duas viagens mencionadas no título ocorridas nos anos 1950. Numa delas, um grupo de instrumentistas de Pernambuco percorre o trajeto do Recife ao Rio de Janeiro num Jeep, de 1951, para se encontrar com Jacob do Bandolim, então, já venerado como um craque do choro. Na casa do bandolinista uniram- se músicos cariocas e pernambucanos numa apresentação virtuosa. Um adolescente que assistia a tudo, ficou tão extasiado que decidiu ser também violonista: ninguém menos que Paulinho da Viola, que se impressionou, principalmente, com a performance de Chico Soares, o Canhoto. Outra “viagem épica” contada no livro foi a do bloco Vassourinhas para o Rio de Janeiro. Recebido com entusiasmo pelo povo e pela imprensa cariocas, o grupo porém enfrentou muita confusão na volta ao Recife. Antes, fizeram uma escala na Bahia, onde inspiraram Dodô e Osmar a criar o trio elétrico. Como surgiu a ideia de produzir este livro e como foi o processo de pesquisa? Nunca ninguém havia escrito essa história sobre essa viagem do Vassourinhas. Muitos escreveram no oba-oba, que a ida ao Rio e a Salvador foi um sucesso. Mas teve muita confusão. Eu escrevi uma matéria grande no Jornal do Commercio, tempos atrás, sobre o assunto. Na época até falei com uma pessoa que viajou junto com o Vassourinhas. Desde então, eu tinha a ideia de escrever esse livro. Um dia estava conversando com Amaro Filho (radialista, produtor cultural e documentarista) num bar na rua Mamede Simões, e ele me falou de uma outra viagem de chorões pernambucanos que foram num Jeep para um encontro com Jacob do Bandolim no Rio de Janeiro. Ele queria fazer um documentário sobre isso. Aí eu falei da ideia de fazer um livro da viagem do Vassourinhas. Então, pensamos: por que não fazer um livro sobre as duas viagens? O Vassourinhas já era uma lenda do Carnaval, conhecido no Brasil inteiro nos anos 1950. Existiam vários clubes com o nome de Vassourinhas pelas cidades. Era uma espécie de Flamengo (risos). A quantidade de matéria sobre a chegada do Vassourinhas na imprensa do Rio foi absurda. Decidi fazer o livro, mas, dessa vez, não conseguiu falar com ninguém que participou da viagem e o edital do Funcultura tinha um prazo para terminar. Já a viagem dos chorões foi muito pouco noticiada na imprensa. Mas, por sorte, Amaro encontrou-se com Chico, filho de João Dias, marido de dona Ceça. Ele foi na casa de Chico que forneceu um material enorme. O pai dele se correspondia com Jacob e tinha muita foto, gravação. Aí já foi um grande avanço. Depois, Amaro teve acesso ao diário de dona Melita (Conceição Melin), que era esposa do violonista Zé do Carmo. O diário dela já dava um livro, é muito meticuloso. Amaro também conseguiu falar com o pessoal de Jacob do Bandolim que mandou muito material pra gente, até as gravações feitas naquela noite que tinham Jacob falando quem era cada um dos chorões que tocavam. No livro você fala na quantidade de exímios violonistas pernambucanos e como eles influenciaram o choro e gente bamba como Pixinguinha, um fato que pouca gente sabe. Por que Pernambuco tinha tantos bons instrumentistas de violão? A história da música é muito contada do ponto de vista dos cariocas e paulistas. É sempre de lá pra cá e nunca daqui pra lá. Por exemplo, João Pernambuco foi um dos maiores violonistas do Brasil, influenciou vários artistas no Rio, como o próprio Pixinguinha. Sua influência na música que se fazia no Rio nas primeiras décadas do século 20 é imensa e o violão popular brasileiro se fundamenta na sua obra. Muitos expoentes do samba e do choro, como Pixinguinha e Donga beberam na fonte de João Pernambuco. A presença do violão na música do Brasil é uma história que nunca foi contada. Na verdade, os escravos sempre tiveram uma relação forte com o instrumento, porque na África não havia só tambor, mas também muito instrumento de corda. No livro, eu mostro anúncios de jornais sobre escravos fugidos, que ressaltavam o fato deles tocarem violão. Quando surgiram os blocos no Carnaval, eles desfilavam com muitos violões. Blocos como Apôs-Fum e das Flores, saíam com 70 violonistas, além de bandolim, banjo. Esses instrumentos eram muito comuns no Recife e havia muitos frevos compostos para eles. Havia um violonista daqui que era muito bom, que foi importantíssimo: Alfredo Medeiros. Eles foi para o Rio, por causa de uma perseguição do governador Agamenon Magalhães que o exonerou do cargo que ocupava no Tesouro Estadual. Era uma pessoa muito conhecida no Rio. No Recife havia dois programas de grande audiência com violonistas: o Clube das Cordas, na Rádio Clube de Pernambuco, e Quando os Violões se Encontram, na Rádio Jornal do Commercio. Já Rossini Ferreira, que participou da viagem até a casa de Jacob, era muito bom no bandolim. Ele trabalhava como administrador de um empresário pernambucano, que se mudou para o Rio e ele foi junto. No anos 1970 houve um movimento de revalorização do choro e em 1977 aconteceu o Concurso do Choro 77, do qual foi vencedor o grupo Amigos do Choro que Rossini integrava. O grupo concorreu com uma música do bandolinista pernambucano. Em seguida aconteceu o Festival Nacional do Choro, com muita gente experiente concorrendo e que teve grande cobertura da imprensa. E, mais uma vez, Rossini ganhou. Entre os chorões pernambucanos que viajam no Jeep está Ceça Dias. Quem era essa instrumentista e era comum mulheres

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"Há um problema de compreensão do que seja uma reforma tributária"

A reforma tributária, principal agenda econômica do Governo Federal no primeiro semestre de 2023, tem problemas de compreensão na análise do advogado Luiz de França, além de ser alvo de muitas disputas. Nesta entrevista, o sócio da França Advogados, escritório com bases no Recife e em São Paulo, que é pós-graduado em direito empresarial e em direito tributário, aponta os efeitos práticos esperados na economia, caso a reforma seja aprovada, e explica porque considera difícil a inclusão da revisão do imposto de renda da pessoa física neste momento. Quais os principais problemas da legislação tributária atual que a Reforma Tributária deveria buscar resolver, na sua opinião? Há um problema de compreensão do que seja uma reforma tributária. Enquanto os Estados Federados e a União discutem como ficará o financiamento da dívida pública pelos serviços que se desejam implantar, o contribuinte quer simplificação e o fim de bitributação em impostos da mesma natureza como IPI e ICMS, que são faces da mesma moeda, ou seja, o comércio praticado pela indústria e as demais situações equiparadas. O que leva a um acumulo de crédito pelas saídas e uma enorme engenharia para pagamento dos mesmos. Outro ponto, na mesma linha é a dupla função do PIS e COFINS e da CSLL que terminam por somar-se a contribuição do custeio para o INSS. Em tese, todos são para seguridade social, mas o PIS e a COFINS são - na prática - instrumentos de política fiscal A boa reforma deve visar a uniformização dos tributos acima apontados e a uniformidade de legislação do ICMS com o IPI e o PIS e a COFINS criando um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) federal/estadual. O ISS e demais tributos municipais devem ter uma legislação única e uniforme. Isso é o que se discute hoje no projeto do economista Bernardo Appy que integra hoje o governo federal, com função dentro do Ministério da Fazenda. A reforma em discussão tem como objetivo também a redução de tributos ou apenas a simplificação? Simplifica. Não há reduções. Haveria se na junção do IPI e do ICMS, por exemplo, fossem extirpados - de ambos - a figura da antecipação fiscal que termina por duplicar a obrigação de pagamento. Em alguns casos, o crédito antecipado, não pode ser utilizado pelo revendedor, o que gera acumulo de crédito e “malabarismos”fiscais numa tentativa de desovar estes créditos, na medida em que eles não podem ser “comercializados” no mercado, a exemplo dos precatórios e dos direitos creditórios que - de quando em quando - entram em politicas de parcelamento especial ou de transação individual. Quais os principais efeitos práticos para a economia na aprovação de uma reforma tributáriano País? Ela poderá desoxigenar as legislações estaduais conflitantes e permitir que haja uma simplificação no fluxo com o fim das antecipações e cobranças internas por ficções jurídicas dos impostos como no caso do ICMS, IPI, PIS e COFINS. Há muitos comentários sobre o cálculo do imposto de renda, que hoje atinge mesmo uma população com rendimentos bem limitados. Esse é um tema que pode entrar na pauta da Reforma Tributária ou ela tratará primordialmente das questões de maior interesse das pessoas jurídicas? A questão ai é a regressividade. O imposto sobre a renda, por uma conjugação de fatores - deixou de ser progressivo e passou a ser regressivo. Ou seja, a ausência de correção da tabela do imposto, a supressão de uma série de deduções ou sua limitação (despesas com educação por exemplo) levam a uma regressividade. Para se ter uma ideia disso, um aposentado que trabalhe de carteira assinada para não perder benefícios da legislação como 13º e férias remuneradas tem contra si o débito do INSS no salário (mesmo já estando aposentado) e sem descontos termina por sacrificar integralmente o 13º salário no pagamento do IRPF (imposto de renda pessoa física), a partir de uma faixa salarial de 5.000,00 Reais/mês, somados os rendimentos da CTPS e da aposentadoria. As grandes empresas e corporações por poderem ajustar as declarações da sua atividade operacional e se valerem de precatórios, direitos creditórios e base de calculo negativa do IRPJ e CSLL, muitas vezes tem base negativa na apuração dos impostos. Isso sem falar nos prejuízos operacionais e nos ganhos das operações financeiras do setor de finanças que somente se submetem ao IOF, o que gera seguramente a quebra do paradigma do Imposto sobre a Renda na sua característica central que é a disponibilidade jurídica e econômica para quem paga mais, a chamada progressividade. Mas mesmo assim, é irracional obrigar o segmento produtivos recolher 43% de seu resultado com PIS/COFINS/IRPJ e CSLL, mas isso não pode justificar as deduções ínfimas para os contribuintes pessoa natural/física. Pelo que está visto no campo da reforma atual, como ideação, estes temas não estão em discussão e a reforma perderá uma grande oportunidade. Mas, confesso que este ajuste não é tao simples em função das partilhas constitucionais obrigatórias entre União, Estados e Municípios quando o assunto são impostos. Em relação aos Estados, como Pernambuco, e aos municípios, há algum ponto de maior preocupação da reforma? Existe risco de perda de arrecadação ou a reforma tem a perspectiva de redistribuir melhor o recebimento dos tributos? Três aspectos aí. Primeiro, o Estado de Pernambuco tem campo para promover por si só um ajuste importante. Incentivos fiscais em vigor até 2032 podem e devem ter sua relação revista. Antecipações internas, simplificação das obrigações acessórias são a mola mestra que deve ser perseguida pelo atual secretário da fazenda, além de uma maior previsibilidade nos lançamentos contra os contribuintes, que hoje quase em sua totalidade estão ao crivo da subjetividade do auditor. Por outro lado, uma reforma no processo administrativo fiscal e a criação de um código Estadual de Defesa do Contribuinte podem colaborar para uma maior arrecadação com a definição de critérios mais previsíveis que indiquem o abuso no lançamento do Estado e promovam de forma perene uma arrecadação menos dependente de outras fontes de receitas primárias e derivadas e reduzam a litigiosidade dentro do Tribunal Administrativo do

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Eduardo Caldas: "Prioridade na Reforma Tributária é retirar a complexidade"

Simplificar é a principal meta da reforma tributária, tema que deverá pautar o congresso nacional no primeiro semestre de 2023. Essa é a análise de Eduardo Caldas, que é CFP® (planejador financeiro) e sócio do CMS Invest. No mercado e entre os especialistas não há uma expectativa de redução da carga de tributos. No entanto, há quase um consenso de que a redução da complexidade na arrecadação já será uma vitória importante para a economia do País. "A grande prioridade de fato é tirar a complexidade que existe hoje na questão tributária das pessoas jurídicas. Hoje são vários impostos e o que se busca é simplificar . Chamam o Brasil de manicômio tributário por conta da alta complexidade que existe. Isso tiraria um grande peso dos empresários." COMPLEXIDADE COMPLICA PRINCIPALMENTE EMPRESAS MENORES E MAIS JOVENS Eduardo Caldas conta que devido a essa alta complexidade muitas empresas menores, ou mesmo aquelas que estão em fase de crescimento, acabam tendo um custo operacional elevado para ter um financeiro alinhado às necessidades impostas pela legislação. "Na prática, é esperado que seja criado um novo imposto e dentro dessa caixa estariam IPI, PIS, Cofins, ISS… Todos que teoricamente empresa pagaria, só que reunidos em um único imposto". SIMPLIFICAÇÃO PODE ATRAIR INVESTIMENTOS O sócio da CMS Invest destaca que uma mudança na legislação que traga mais simplicidade ao sistema tributário brasileiro tem uma capacidade elevada de potencializar a atração de investimentos estrangeiros para o País. "Os investidores internacionais não conseguem entender como funciona o arcabouço tributário das empresas no Brasil. É mais fácil para o estrangeiro comprar participação e deixar a empresa brasileira tocar a operação do que uma corporação estrangeira vir e abrir uma unidade no País. Se trouxer simplificação, o nível de entendimento do investidor estrangeiro vai crescer e permitir que ele traga a empresa para cá." PREOCUPAÇÃO Um aspecto jurídico que acende o sinal amarelo para a classe empresarial, na opinião de Caldas, é a mudança de um detalhe na legislação, relativo ao chamado voto de qualidade. Trata-se de um mecanismo que era usado para o desempate em decisões do Carf, que é o tribunal administrativo responsável pelo julgamento dos recursos dos contribuintes contra autuações de cobrança de impostos feitas pela Receita Federal. Atualmente, as disputas nesses casos são decididas sempre favoravelmente aos contribuintes. "Esse aspecto traz uma preocupação porque não há um direcionamento claro ainda do Governo Federal. Há uma expectativa de haver simplificação, mas ainda não se tem uma especificidade de como irá funcionar efetivamente". *A reforma tributária foi tema também da reportagem de capa da semana da Algomais

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Quais as expectativa pela reforma tributária?

Os reparos dos prédios dos três poderes, pós-ataques do dia 8 de janeiro, ainda são tema dos noticiários, mas a reforma tributária deve drenar a atenção do Governo Federal, dos Estados e do parlamento. De interesse direto da classe empresarial, ao menos a simplificação da legislação atual poderá colocar um ponto final no que os especialistas chamam de “manicômio tributário”. Os mais otimistas estimam que apenas essa reforma tem a capacidade de elevar em 1% o PIB do País em 2023. Além da alta carga fiscal, uma das angústias dos empresários em relação aos tributos é a sua complexidade. São vários impostos, com regras e percentuais diferentes, a depender de cada ente da Federação, que estão em mutação constante. Há um investimento das corporações para verificar e auditar se tudo está atendendo à legislação. Simplificar esse emaranhado tributário, que muda de acordo com o setor e com a região em que se produz e a que se destina a mercadoria ou serviço, é a grande aspiração dos empresários em relação à da reforma em discussão. *Assine a Revista Algomais para ler a reportagem completa na edição 203: assine.algomais.com

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thales castro iperid

Thales Castro é eleito novo presidente do Iperid

O cientista político e cônsul de Malta, Thales Castro, foi eleito como novo presidente do Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (Iperid). O vice-presidente para a nova gestão é João Canto, que é um dos primeiros fellows do think tank. Rainier Michael, cônsul da Eslovênia e presidente fundador do Iperid, foi nomeado também como presidente de honra do instituto. "Os novos desafios desse período são realizar um evento internacional forte junto ao Japão no dia 2 de março, aumentar a base de fellows e ampliar a perspectiva do Iperid como entidade que vai consolidar seus quatro pilares: público-político-estatal, diplomático, do mercado privado e o acadêmico. Além disso, pretendemos também lançar o Iperid para o Futuro. Essas são as bases da nossa gestão", afirmou Thales Castro. Thales Castro é cônsul de Malta em Recife. Foi presidente da Sociedade Consular de Pernambuco entre 2010-2019. É doutor em ciência política e professor da UNICAP, coordenando o curso de Ciência Política. Foi eleito presidente do IPERID para o biênio, 2023-2024, em 16/01/2023. João Canto é internacionalista, especialista em logística e em inovação. Possui mais de 10 anos de experiência na área de comércio internacional, na iniciativa pública (Agência de Desenvolvimento Econômico-ADEPE e Complexo Industrial Portuário de Suape) e privada (Netuno, Fiepe e FCA). Atualmente é Consultor de Negócios de Exportação na Acumuladores Moura. Foi eleito vice-presidente do IPERID para o biênio, 2023-2024, em 16/01/2023.

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Museu de Cera Porto de Galinhas

Porto de Galinhas ganha museu com réplicas de personalidades

Atração chega para fortalecer o entretenimento do destino turístico pernambucano Porto de Galinhas conta com mais uma opção de passeio para toda família: museu de cera com réplicas de personalidades. Espalhados em 25 cenários ambientados, o local de mil metros quadrados conta com mais de 70 personagens nacionais e internacionais, em tamanho real e características idênticas. Há nomes que representam famosos da história, cinema, música, esportes, televisão e política. A opção que proporciona aos visitantes uma viagem pelo mundo atende o público que circula pelo famoso centrinho de Porto em busca de artesanato, ou culinária regional. A impressão é que as representações podem ganhar vida a qualquer momento. Fãs das grandes personalidades representadas no museu ficarão surpresas com a sensação de estarem frente a frente com seus ídolos. Já pensou em posar para foto ao lado da Rainha Elizabeth II? Ou entrar em uma cabine telefônica, como se estivesse em Londres? O visitante que mergulhar na experiência vai se deparar com a estátua de Amy Winehouse e ao fundo, a música, dela, por exemplo. Vai ver figuras do futebol como Pelé e Neymar lado a lado. A estátua do ex-presidente dos EUA, Barack Obama é outro destaque. Alguns inventores que marcaram a humanidade com suas criações também ganharam espaço no museu. Cenários e personagens infantis também fazem parte da experiência e encantam crianças e adultos com a atmosfera que faz com que as pessoas se sintam em um filme Marvel, com a sensação de estar em cima de um prédio ao lado do Homem Aranha, ou no fundo do mar ao lado do Aquaman ou na própria Fenda do Bikini com o Bob Esponja. Esses e outros personagens de filmes que fazem muito sucesso nas telinhas do mundo inteiro também estão presentes no museu.   SERVIÇO: Museu de Cera de Porto de Galinhas HORÁRIO: funciona todos os dias das 9h às 22h30 ONDE: rua Esperança, 163, centro de Porto de Galinhas, Ipojuca-PE. ENTRADA: adultos: R$49,99, | crianças de 3 a 12 anos: R$29,99 | acima de 60 anos: R$24,99. Estudantes apresentando carteira DNE dentro do prazo de validade: R$24,99. (Entre os dias 15 e 28 de fevereiro o Museu conta com uma condição especial para os moradores de Pernambuco. Os interessados devem apresentar comprovante de residência no nome do morador, cônjuge e filhos de até 18 anos. A entrada será de R$20,00 + 1kg de alimento não perecível. Os alimentos serão doados para entidades sociais da região.)

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Capa 202.2 janeiro

A saga dos venezuelanos em Pernambuco

Há 10 anos, Nicolás Maduro assumia o governo da Venezuela, poucos meses antes da morte do ex-presidente Hugo Chávez. A crise política e humanitária instalada no país vizinho, agravada a partir de 2018, trouxe para a América Latina uma das maiores ondas de migração do mundo, com pelo menos mil pessoas chegando a Pernambuco. *Por Rafael Dantas Os pernambucanos passaram a ouvir, nos últimos anos, de forma mais frequente, o idioma espanhol em sotaque venezuelano. A quantidade desses hermanos no Estado não se compara a outros lugares do País, como Roraima e São Paulo. No entanto, com o agravamento da crise humanitária na Venezuela, já são cerca de mil refugiados e migrantes venezuelanos morando em Pernambuco, segundo o Portal da Interiorização e do Projeto de Transferência de Renda, implementado pela Organização Internacional de Migrações. Nesta reportagem especial, ouvimos a história de três famílias que deixaram seu País para arriscar a sorte no Brasil em busca de uma esperança de futuro. Com milhares de quilômetros de distância da Venezuela, Pernambuco está longe de ser a primeira opção de saída para as pessoas que deixam o país pela dificuldade econômica e falta de perspectivas. O volume de migrantes e refugiados, no entanto, tem levado a um esforço de distribuir essa população no Brasil, num processo de interiorização desse contingente que chega por solo em Roraima. A nação presidida por Nicolás Maduro tem perdido tantos habitantes que só ficava atrás da Síria em número de refugiados e pessoas deslocadas do seu país até 2021, segundo o relatório da ACNUR (Agência das Nações Unidas para os Refugiados). Em 2022, ambos foram superados pela Ucrânia, após os ataques da Rússia. Embora a morte de Hugo Chávez já esteja prestes a completar 10 anos, a crise na Venezuela se acentuou entre 2017 e 2018. Coincidentemente, o período em que as famílias de Yelitza Flores, Pablo Alonzo e Ángel Berroteran começaram as suas batalhas para se estabelecerem no Brasil e em Pernambuco. DAS RUAS DE RORAIMA AO EMPREGO FORMAL NA RMR Yelitza Flores, aos 48 anos, decidiu sair do seu país. Sua filha mais jovem, Nayelis Macuare, foi a primeira a vir para o Brasil. Sem recursos para deixar sua terra natal, o reencontro com a filha, que lutava para se estabelecer aqui em Pernambuco, não foi fácil. Após ir de carona em carona de São José de Guanipa, que é conhecida como El Tigrito, até Pacaraima, cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela, Flores se deslocou ainda para Boa Vista, capital de Roraima. Mesmo após a maratona para chegar, ela quase abandonou a empreitada no Brasil. Os primeiros meses foram de muito sofrimento, dormindo em papelão na rua, pedindo dinheiro e catando lixo. Ela desistiu. Tentou voltar a pé para seu país, mas não aguentou a caminhada de tão cansada. Até que sua filha Nayelis Macuare conseguiu convencê-la a voltar para Boa Vista. Era a última gota de esperança de uma nova vida no Brasil. Após mais algumas semanas de penúria pelas ruas de Boa Vista, ela conseguiu enfim se cadastrar em um abrigo da ONU e posteriormente ser enviada em um voo para Pernambuco, juntamente com o marido e um filho. Ao chegar ao Estado, a família morou alguns meses em um sítio, que recebeu 30 famílias venezuelanas para um período de adaptação de um ano. Mesmo tendo deixado para trás os piores dias dessa jornada, a vida de uma estrangeira, que não domina o idioma português e já em meia idade, não era fácil. Em Pernambuco, quase dois anos após sua chegada, a participação em uma capacitação para encanadoras no Projeto Reinventar abriu a inesperada porta de emprego para Yelitza, já com 50 anos. Com o curso concluído, ela passou em uma seleção da BRK, a empresa responsável pela PPP do Saneamento da Região Metropolitana do Recife. Ela, que trabalhou por anos como cozinheira e serviços gerais em escolas públicas venezuelanas apenas para receber uma bolsa de alimentos, sem sequer salário, nem sonhava ter carteira assinada e emprego fixo. A saudade do seu país permanece. Embora esteja feliz em Pernambuco, por ter conseguido se estabelecer e trabalhar, ela guarda a tristeza de não ter se despedido da sua mãe, que faleceu na Venezuela. Sem poder participar da cerimônia fúnebre, Yelitza enviou os recursos para pagar um sepultamento digno para sua genitora. “Estando no Brasil, eu perdi a minha mãe. Não consegui vê-la morrer. É triste, é complicado você não poder ver partir a pessoa que te viu crescer. Eu era a caçula. Ainda bem que ela nunca soube do que eu passei no Brasil, de recorrer ao lixo para comer. Minha mãe seria enterrada em um saco preto, porque minha família não tinha dinheiro para comprar um caixão e a prefeitura não oferecia ajuda. Mas eu tive a oportunidade no Brasil de trabalhar e cobrir os gastos fúnebres de minha mãe, de maneira digna como ela era”, relembrou em lágrimas. No Brasil, ela se sente acolhida. Mesmo sem dominar ainda o idioma português, ela se comunica com todos os colegas de trabalho. Reconhece que há um esforço de todos de tentar compreendê-la. “Foi muita alegria ter um trabalho digno. Saindo do meu país sem nada, hoje não podemos dizer que estamos bem, mas já podemos viver e ajudar a família daqui e a que ficou na Venezuela”. Seus familiares estão em busca de empregos, como o marido e o filho mais velho, que está trabalhando como motorista de Uber na Região Metropolitana do Recife. Sua filha também trabalha na BRK, por meio do mesmo projeto, mas em Alagoas. Para o futuro, o sonho de Flores é típico da maioria dos brasileiros: ter a casa própria. Além dessa meta mais material, estão nos seus projetos a vinda de mais familiares para o Brasil. Uma esperança que é comum aos demais venezuelanos que se estabelecem por aqui. MÚSICO DE RUA COM SOTAQUE E GINGA VENEZUELANA Ángel Berroteran Gil (@berroteranflow), 22 anos, filho e neto de empregadas domésticas, andou muito, mais de 40 quilômetros, e

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"1821" revela o movimento que derrotou último governador português em Pernambuco

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Entre as diversas histórias pouco conhecidas de Pernambuco, o Movimento de 1821 é um dos nobres acontecimentos quase esquecidos. Menos lembrado que as revoluções de 1817 e 1824, que integram o mesmo contexto político de enfrentamentos das forças locais e portuguesas, ele guarda fatos curiosos e relevantes que costuram esse episódio que integra um dos períodos mais dinâmicos da política pernambucana. Dentre os livros lançados pela CEPE na Coleção Pernambuco na Independência, uma das obras inéditas se volta justamente para revelar os acontecimentos que romperam em Goiana e chegaram ao Recife para derrubar o último general português que comandou o Estado. 1821 - A "revolução" liberal em Goiana e a queda do general Luís do Rego , escrita pelo historiador Josemir Camilo de Melo presenteia os amantes da história com as narrativas que se confrontam nesse movimento. Apesar da distância de tempo, já superando 200 anos, e do pouco conhecimento popular sobre esse episódio, que culminou na Convenção de Beberibe, a Revolução de 1821 tem o privilégio de ter um conjunto de documentos históricos que apresentam esse conflito por pontos de vista opostos. Entre os destaques estão de um lado, um livro deixado pelo revolucionário Felipe Mena Calado da Fonseca com suas memórias, já escrito em sua terceira idade, além do jornal Segarrega, do mesmo autor. Do outro, o próprio Luís do Rego Barreto escreve a sua Memória Justificativa, ainda em 1822 sobre sua conduta em Pernambuco, com um destaque para esse enfrentamento final que levou a sua queda. O contexto que levou a deposição do general, o passo a passo do movimento que tomou inicialmente Goiana e avançou sobre o Recife e os detalhes da Convenção de Beberibe, que elevou Gervásio Pires à condição de governador de Pernambuco. Foram vários os enfrentamentos militares entre as forças revolucionárias e portuguesas durante a revolução. A tensão das negociações do governante para evitar o conflito e o grau de articulação dos revolucionários para desmontar as ações do governante português são algumas das preciosidades deixadas pelos documentos históricos e revelados no livro. Didaticamente, o autor demarca esse movimento em três períodos: de outubro de 1820 a agosto de 1821, quando chegam ao Brasil as primeiras notícias da Revolta do Porto; o segundo de agosto de 1821 até a assinatura da Convenção de Beberibe e eleição de Gervásio Pires, período em que aconteceram os embates mais duros entre o governante português e os revolucionários; e finalmente entre outubro de 1821 e novembro de 1822, quando chegam ao Estado as notícias da Independência do Brasil. Além de apresentar a trajetória de Mena Calado e a ascenção de Gervásio Pires, o livro destaca ainda um personagem de maneira mais especial: o goianense liberal Francisco de Paula Gomes dos Santos. O historiador o descreve como um "Patriota sem ambições, modesto e nobre". Josemir Camilo o apresenta como uma liderança que "depois de prestar serviços à independência do Brasil, e à união do império, desapareceu da cena política e morreu em sossegado retiro". O herói goianense foi sepultado em 1845 na Matriz de Santo Antônio, no Recife. Autoritarismo do general Luís do Rego, interesses pernambucanos, imperiais e portugueses, ressentimentos das prisões de 1817, da qual Mena Calado e Gervásio Pires foram alguns dos presos, e a circulação de ideias liberais são alguns dos elementos que fomentam o contexto da revolução, que aconteceu um ano antes da Independência do Brasil. Uma leitura que merece a atenção dos pernambucanos e dos brasileiros, dada a relevância dos acontecimentos no Estado naqueles anos para o cenário nacional. O livro pode ser adquirido nas lojas da Cepe e também no site da editora. 1821: A “REVOLUÇÃO” LIBERAL EM GOIANA E A QUEDA DO GENERAL LUÍS DO REGO. Sinopse: Resultado de pesquisa inédita, o relato de Josemir Camilo situa a atuação dos liberais de Goiana no movimento libertário que levou à formação da República instituída pelos pernambucanos em 1817, e como enfrentaram a violenta repressão que se seguiu. Sobre o autor: Josemir Camilo de Melo é historiador pela Universidade Católica de Pernambuco e possui mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco. É estudioso de História Regional do Brasil, atuando principalmente com história econômica (ferrovias, secas, escravidão), estudos afro-brasileiros, memória, patrimônio e cultura. É autor de "Mobilidade Social no Nordeste (1850-1900)" e "Uma Família de Engenheiros Ingleses no Brasil: De Mornay Brothers". *Rafael Dantas é jornalista, especialista em gestão pública, mestre em Extensão e Desenvolvimento Local. Na Algomais assina as colunas Pernambuco Antigamente e Gente & Negócios (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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felipe almeida bita

"Espero que a gente consiga conquistar mais famílias estrangeiras e ver o Bita levando alegria pelo mundo afora"

Felipe Almeida, Sócio da Mr. Plot, fala dos percalços enfrentados até conquistar o retorno dos investimentos com o Mundo Bita, hoje sucesso em várias mídias. Também comenta a participação de artistas da MPB nos clipes do personagem bigodudo e os planos para chegar ao mercado internacional. Um simpático bigodudo conquistou os corações de crianças e suas famílias e até dos grandes medalhões da música popular brasileira. Bita surgiu como um personagem de aplicativos de jogos para tablets voltados para a garotada da primeira infância. Não demorou muito para ele, em companhias dos demais personagens do Mundo Bita, atuar em clipes, DVD, séries de TV e curta-metragem. Já há alguns anos, eles saíram das telas e encantam plateias em shows por todo o País. Mas esse sucesso é fruto de muita persistência e criatividade dos sócios da empresa Mr. Plot, criadora da figura sorridente de bigodes alaranjados. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele conta como o disco O Grande Circo Místico, de Edu Lobo e Chico Buarque, inspirou a criação do Mundo Bita, fala da sua adaptação para as diversas plataformas, a participação de artistas como Caetano Veloso, Milton Nascimento e Alceu Valença em animações musicais e os planos de internacionalizar o negócio e levar o Bita a encantar o público de vários países. Como surgiu a ideia do Mundo Bita? Tínhamos uma empresa de TI, fundada em 2008, a Quarta Dimensão, e, mais ou menos em 2010, vimos a chegada dos tablets como uma tecnologia promissora. Como os sócios eram pais recentes, percebemos que o conteúdo para crianças nesses dispositivos no mercado do Brasil era de baixíssima qualidade. Tivemos a ideia de criar uma unidade de negócio um pouco pretensiosa, a Mr. Plot, que nasceu com o objetivo de criar conteúdo para tablets voltado para famílias com crianças na primeira infância. Começamos sem nenhum conhecimento sobre essa tecnologia e ou sobre o mercado. Não havia muitos dados ou referências, estávamos naquela onda de startup, tentando criar algo que pudesse ser escalável e global. Na primeira reunião fomos apresentados ao Bita porque um dos sócios, Chaps, tinha desenhado esse personagem para ilustrar o quarto da filha recém-nascida. Além do Bita, havia um grupo de personagens, baseado na temática circense, já que ele e sua mulher escutavam muito o disco O Grande Circo Místico. Nós simpatizamos com o “bigodudo” e enveredamos a criar conteúdo em cima desse protagonista. O primeiro aplicativo se chamou O Circo Mágico do Bita, lançado em 2011 na Apple Store. Qual era o conteúdo? A estratégia inicial era fazer dois aplicativos, um gratuito para o público conhecer e, outro, pago. O primeiro foi um sucesso, ficou no Top 3 da categoria infantil, mesmo sem nenhuma publicidade. Mas o pago tinha pouquíssimos downloads porque, na época, para comprá-lo era preciso um cartão de crédito internacional. Também sentimos na pele que o brasileiro não tinha a cultura de pagar por software, mesmo que fosse 99 centavos de dólar, quando havia tantos de graça. Depois lançamos o aplicativo ABC do Bita, mais voltado para linha educacional. Usamos a mesma estratégia: lançamos o aplicativo gratuito e só com as letras A; B; C; D; E. Para ter acesso ao aplicativo completo, era preciso pagar. Ele era divertido, bem aceito, mas essa segunda tentativa também não nos trouxe resultados. Mas percebemos que a gente estava conseguindo construir uma propriedade intelectual, mesmo sem saber o que era exatamente isso. Aí, começaram a acontecer coisas positivas: fomos incubados no Porto Mídia, incubadora para projetos de economia criativa do Porto Digital, saímos na lista dos 100 melhores aplicativos brasileiros da revista Época, e nem tínhamos assessoria de imprensa. Fomos citados na CBN, a revista Crescer, ninchada no mercado infantil, fez referência à qualidade do conteúdo do aplicativo. Com isso, vimos um pico no gráfico de downloads, o que nos mostrava que o negócio tinha um potencial. Como surgiram as canções? Ao percebermos que apesar disso tudo, não estávamos conseguindo o engajamento. Então, miramos no YouTube, que começava a ganhar força. Foi quando Chaps sugeriu: “vamos fazer umas músicas?”. A ideia era usar os personagens do Bita para fazer animações que, de certa forma, é uma extensão do que a gente já fazia, o aplicativo de jogo é considerado um conteúdo audiovisual. Ele apareceu com Fazendinha, Fundo do Mar e Como é Verde na Floresta. Foi uma grande surpresa descobrir que esse sócio era um grande talento como compositor. Ele já teve banda de garagem, como um hobby, não como forma de negócio. As músicas foram para o YouTube e fizeram sucesso? Não. O número de views não era expressivo mas não era tão baixo. Foi aí que entendemos que podíamos apresentar o conteúdo em DVD. Nosso diferencial sempre foi fazer conteúdo original, inédito, o que é difícil, porque o mercado usava conteúdos de domínio público. A indústria fonográfica ainda era forte em 2012. Também visamos a televisão. Nessa época uma lei foi sancionada e obrigava a TV fechada a veicular uma cota mínima de conteúdos nacionais. Conseguimos fechar um contrato com a Discovery Kids e com a Sony Music. Percebemos que o negócio do Mr. Plot era diferente porque nosso primeiro contrato foi em inglês e recebemos em dólar, uma coisa que a outra empresa desde 2008 não tinha alcançado. Foi aí que a Mr. Plot foi fundada oficialmente como empresa do audiovisual. O sucesso se deu por meio da televisão e do DVD que gravamos com a Sony Music. Vocês estão no mercado internacional? Em 2018 começou o processo de internacionalização. Fomos induzidos a focar mais no mercado da América Latina, inicialmente, por ser uma região mais próxima e para ter uma melhor aceitação. Começamos traduzindo o conteúdo para o espanhol e fazendo o lançamento no YouTube. Mas, ainda não conseguimos tracionar como o esperado. A pandemia atrapalhou. Começamos no ano passado um trabalho de investimento de mídia um pouco maior, estamos com uma empresa argentina fazendo a divulgação desse conteúdo. Sabemos que tem muito potencial, o mercado latino é tão grande quanto o

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convento franciscano

A história do primeiro frade negro

*Por Leonardo Dantas Silva Nasceu em 1609, de origem humilde, era conhecido pelo apelido de Pretinho. Com a invasão holandesa, em janeiro de 1630, logo apresentou-se ao comandante Henrique Dias (falecido em 1662), passando a integrar os exércitos nativos que, durante cinco anos fizeram parte as resistência luso-brasileira do Arraial do Bom Jesus. Durante 24 anos serviu à sua Pátria, pelejando ao lado dos guerreiros comandados pelo Governador dos Crioulos, Negros e Mulatos do Brasil, e, após a rendição de 26 de janeiro de 1654, resolveu ingressar na Ordem Franciscana dos Frades Menores no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda. Não consta a data do seu ingresso no Convento Franciscano de Olinda, mas, segundo Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695- 1769) era a ele atribuída uma vida religiosa, cuidando dos serviços interiores da casa, “de muita abstinência e sumamente caritativo”. Por mais que se dedicasse aos deveres da ordem, o frei Francisco de Santo Antônio, não conseguia sua promoção ao sacerdócio por conta de sua cor, sendo debalde todos os seus pleitos junto os seus superiores. O acidente da cor, como se atribuía na época, era causa impeditiva da conquista do sacramento da ordem sacerdotal. Vendo que todos os seus esforços seriam inúteis em Pernambuco, embarcou para Portugal com o objetivo de levar o seu desejo ao conhecimento do monarca D. Pedro II (1648-1706). Depois de suportar muitas grosserias das figuras da Corte, o Frei Pretinho, como era conhecido, consegue ser recebido pelo rei e, entre lágrimas de júbilo e agradecimento, recebe a ordem real determinando o seu ingresso no Noviciado do Convento Franciscano de Olinda, em 2 de agosto de 1689, quando contava com a idade de 80 anos. Seis anos depois, em data de 1º de agosto de 1695, celebra ele a sua primeira missa, no próprio Convento Franciscano de Olinda, mas vem falecer completando seu dilatado curso de vida gozando da fama de virtuoso e de santidade. Falecera Frei Francisco de Santo Antônio, com a idade de 86 anos, tornando-se, além de herói do Terço dos Henriques, o primeiro afrodescendente admitido como irmão professo no Brasil. Comenta Francisco Augusto Pereira da Costa: “Ele suportou heroicamente toda a oposição que lhe moveram, todos os embaraços que se lhes apresentaram, mas viu coroados os seus intentos, e viu triunfar a causa da igualdade e da fraternidade, e despeito dos prejuízos da época, dessa desigualdade que se procurou manter nas ordens religiosas”

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