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Confira 10 fotos do fim de semana no Carnaval do Recife

O frevo, o maracatu e uma diversidade de ritmos embalam o Carnaval do Recife já há dias. Selecionamos uma série de imagens do sábado e domingo da maior festa da capital pernambucana. Os passistas, blocos, caboclinhos e todos os tipos de foliões dão as cores do festejo. Confira! . Apresentações no Marco Zero (Foto: Mandy Oliver/PCR) . Foliões no Recife Antigo (Foto: Bruno Campos/PCR) . Apresentação no palco do Marco Zero (Foto: Mandy Oliver/PCR) . Passistas de frevo no show de Gabi Amarantos (Foto: Brenda Alcântara/PCR) . Palco do Marco Zero (Foto: Lara Valença/PCR) . Foliões no Recife Antigo (Foto: Lara Valença/PCR) . Foliões mirins (Foto: Leo Motta/PCR) . Foliões no Recife Antigo (Foto: Brenda Alcântara/PCR) . Fantasiado no Recife Antigo

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Folia sem assédio

Embora os crimes de violência física e sexual contra as mulheres aconteçam cotidianamente, no Carnaval eles se exacerbam. Os caminhos para solucionar esses problemas não são simples, entretanto, surgiram iniciativas de conscientização masculina, tanto da esfera pública quanto da própria sociedade civil com bons resultados. Uma delas, a campanha Não é Não! vem atingindo grande repercussão com uma ideia criativa no combate ao machismo. A fórmula é simples: produção e distribuição durante a folia de tatuagens temporárias da simbólica frase contra o assédio masculino, que existe desde 2017. Segundo Héllyda Cavalcanti, embaixadora da campanha em Pernambuco, o movimento surgiu no Rio de Janeiro quando um grupo de amigas se uniu, após uma delas sofrer um assédio. Elas resolveram arrecadar recursos para transformar em tatuagens. “No primeiro ano foi só no Rio, em 2018 a campanha foi crescendo, mais Estados aderiam, principalmente as capitais”, explica. A ideia do coletivo é discutir e combater o assédio masculino a partir das tatuagens.. . . A partir de 2019, cada Estado organizou sua própria campanha. “Pernambuco, no ano passado, arrecadou R$ 17 mil e pôde confeccionar entre 15 a 20 mil tatuagens”, destaca Héllyda. Este ano a campanha arrecadou R$ 14 mil por meio de financiamento coletivo. “Pretendemos distribuir 16 mil tatuagens no Carnaval do Recife e de Olinda”, planeja. O coletivo firmou parceria com a Secretaria da Mulher do Recife para distribuir as tatuagens. A embaixadora da campanha salienta ainda outra ação de combate à violência, a distribuição das fitas de sororidade. “São fitinhas rosas, falando que lutamos contra o assédio e que somos pessoas com as quais outra mulher pode contar. É como uma identificação no Carnaval. Se acontecer alguma coisa com uma foliã e encontrar alguém com a fita rosa, ela pode contar”. Rebeca Gouveia, produtora cultural, é uma foliã feminista que impõe respeito durante a folia. “Nunca precisei de ninguém para me defender, é uma questão de empoderamento mesmo”, afirmou segura. A produtora cultural observa uma mudança no comportamento masculino, ainda que lenta. “Há uma conscientização, porque eles sabem que se mexerem, vai ter problema. Com o Não é Não!, isso está sendo bem massificado na cabeça de algumas pessoas”, garantiu. . . No Recife, este será o quarto ano em que a secretaria lança uma campanha maciça de prevenção contra o assédio no Carnaval. “Esse crime está relacionado àquela coisa de beijar a mulher à força, de abordá-las sem o consentimento delas, praticando o assédio”, explicou a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa. Cida informa que a pasta promove, durante todo o ano e especialmente no reinado de Momo, uma série de ações educativas contra o machismo. “Saímos todos os anos com a versão renovada do manual O Pequeno Manual Prático De Como Não Ser Um Babaca, e sempre tem um novo personagem", informa. "Em 2019, a partir da influenciadora Alcione Alves, fizemos o manual Teile e zaga (bordão da influencer).” Esse material é produzido na versão online e impressa, além de ser distribuído em kits nos hotéis da cidade para os turistas. Outra iniciativa da secretaria é o Centro de Referência Clarice Lispector, acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica ou sexista, aberto no polo do Carnaval, com horário diferenciado. Na folia de Olinda, as ações já começaram. “Todo janeiro tem a campanha do ‘Basta!’, ano passado fizemos um apitaço que deu muito certo, por isso esse ano vamos realizar de novo”, relatou Verônica Brayner, secretária executiva da Mulher e Direitos Humanos. São distribuídos apitos para as foliãs para, em alguma tentativa de assédio, elas denunciarem e chamarem a atenção da população. A empreendedora Késia Melo ratifica a importância dessas iniciativas para as mulheres que gostam de curtir o Carnaval sem serem importunadas. “Ajuda demais. Os homens ficam mais coagidos diante dessa postura da mulher. Acho muito bacana por tentar criar essa estrutura de combate ao assédio, mas, infelizmente ainda persiste uma cultura machista na nossa sociedade”, lamentou Késia que acredita que, paulatinamente, as mulheres mudarão o cenário patriarcal tão enraizado na sociedade. Serviço: Não é Não! - @naoenao_ no Instagram,Secretaria da Mulher do Recife (81) 3355-9494; Liga, Mulher 0800-281-0107; Centro de Referência Clarice Lispector – 3355-3008/335-3009/3355-3010, Centro Especializado de Atendimento a Mulher (CEAM - Olinda) 3429 2707. *Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)

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Árvores, um remédio para o cidadão

*Por Rafael Dantas A urbanização descontrolada reduziu significativamente as áreas verdes das cidades nas últimas décadas. Em paralelo a esse fenômeno, diminuiu também a qualidade de vida dos seus moradores. Concreto, prédios, viadutos. Uma paisagem típica do processo de verticalização tomou as capitais e formou metrópoles. Calor, barulho, fumaça, aglomeração de gente e carros. Desconforto tipicamente urbano que aumenta o estresse, a ansiedade, mas também e traz outros males para o organismo. Em compensação, pesquisas científicas confirmam que frequentar parques e ou morar em áreas mais arborizadas traz inúmeros benefícios para a saúde física e psicológica. Márcia Pastor, 75 anos, nasceu na zona rural do município de Calçados. Sua infância no Agreste pernambucano foi marcada pelo contato com a natureza. Ela cresceu em meio a atividades agrícolas e passeios na vasta região arborizada da sua vizinhança. Depois, foi morar em Garanhuns, que também é repleta de parques públicos, e há 40 anos se mudou para o Recife. Apesar da vida na capital, ela mantém uma rotina quase diária de contato com o verde. Moradora do bairro da Jaqueira, ela caminha regularmente no parque vizinho à sua residência. “Gosto de contemplar a natureza, respirar um ar mais puro e ouvir o canto dos pássaros. Isso me deixa mais leve e traz muitos benefícios orgânicos”. . A atividade física associada ao contato com o verde urbano traz um diferencial para a condição de saúde de Márcia Pastor, na análise da sua geriatra, a professora da Unicap e membro da Câmara Técnica de Geriatria do Cremepe Carla Núbia Borges. “Viver em áreas verdes, fazer caminhadas nos parques, equilibra os níveis de glicose, além de melhorar a postura, a força e o tônus muscular. Há também uma redução das dores musculares e maior oxigenação pulmonar e dos tecidos do corpo”, afirma a médica. . . Mais que o simples bem-estar, estudos acadêmicos já comprovaram que a exposição da população às áreas verdes promove benefícios à saúde. Um estudo da Universidade de Miami, por exemplo, apontou que os moradores dos bairros mais arborizados da cidade apresentaram incidência de diabetes 14% menor e registram 13% a menos de casos de hipertensão. Os pesquisadores revelaram também que, em média, as pessoas vivem três anos a mais quando moram nas regiões com maior presença da natureza. Outro estudo acadêmico, da USP (Universidade de São Paulo), indicou que áreas verdes promovem a mitigação de ruídos, o filtro de poluentes atmosféricos, a regulação térmica, entre outras vantagens. Como resultado disso são decorrentes cinco benefícios principais para a saúde: redução da mortalidade por quaisquer causas, diminuição de doenças cardiovasculares, queda de sobrepeso e obesidade, baixa dos índices de morbidades psiquiátricas (incluindo depressão e ansiedade) e desfechos positivos na gravidez. Quem também dedica parte do seu dia às atividades nas áreas verdes do Recife e desfruta de algumas dessas benesses é o universitário Daniel Praxedes, 24. Ciclista, ele escolhe as ruas mais arborizadas da cidade para pedalar. Para baixar o peso e relaxar, ele também caminha nos parques da cidade. “Sempre vou para minhas atividades físicas ou para a faculdade de bicicleta. Costumo também andar pela cidade, principalmente nos bairros com mais árvores, como o Espinheiro. Quem não gosta de estar em lugares com o ar mais puro? Quem não se sente melhor em frequentar espaços mais bonitos? Quem não se sente melhor com menos calor? Chego em casa cansado pelo exercício físico, mas realizado pelo simples fato de estar bem, de ter tido um momento de prazer em um local para espairecer a mente”, conta Praxedes. O morador de Olinda, Adailson Machado, 77 anos, circula pelas áreas áridas e verdes da Região Metropolitana do Recife. Agrônomo, ele presta serviços em Aldeia, onde desfruta de um melhor conforto térmico e ar mais puro. Mas também frequenta o Centro da capital em transporte público e a pé, sofrendo com as altas temperaturas. “Quando chego em Aldeia, mesmo no ônibus, a diferença de clima é perceptível. No Recife, com exceção de regiões como na Jaqueira, a arborização é muito ruim. Não é muito convidativo, mas mesmo assim ando para todo lugar”, conta o idoso. O bem-estar relacionado à temperatura, mencionado por Daniel e por Adailson, é um dos fatores com grande impacto na saúde da população. De acordo com o patologista Paulo Saldiva, no livro Vida Urbana e Saúde: os desafios dos habitantes das metrópoles, as alterações mais extremas de temperatura nas cidades podem levar inclusive a aumentos no número de mortes. “É impressionante como os picos de dias mais quentes levam a um aumento expressivo da mortalidade, a qual passa despercebida, pois está ‘camuflada’ pelas doenças que exacerbaram, como os infartos do miocárdio e os derrames cerebrais. Considerando que somos afetados pelas variações de temperatura, temos que imaginar antídotos que aumentem a resiliência urbana às mudanças climáticas, notadamente quanto às ilhas de calor urbano”, escreveu Saldiva. O médico aponta que o recurso mais reconhecido para reverter esse cenário ainda é a ampliação das áreas verdes, com a recuperação dos espaços invadido pelo concreto. “A presença da vegetação faz com que a radiação solar seja absorvida pelas folhas das árvores e a vegetação rasteira, reduzindo a temperatura”, aponta Saldiva. Ele indica que pesquisas científicas realizadas em várias cidades do mundo apontaram que parques urbanos e mesmo florestas de "bolso" – instaladas em pequenos espaços disponíveis na cidade – e experiências como a instalação de telhados verdes conseguem reduzir a temperatura local e contribuir para a saúde. CONTRA A ANSIEDADE “Frequentar mais parques e praças disponíveis na cidade traz maior sensação de relaxamento e calma nas pessoas. São áreas que tendem a ser menos barulhentas, que expõe menos seus frequentadores ao estresse”, afirmou o doutor em neuropsiquiatria e ciências do comportamento e coordenador do mestrado profissional em psicologia social da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Leopoldo Barbosa. “Além desses benefícios emocionais, são espaços que propiciam contato com um maior movimento de pessoas e são também mais convidativos para se movimentar mais". . Por outro lado, ele avalia que a preocupação típica da vida nas

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Banca Guararapes é o templo dos quadrinhos

No Recife quem gosta de histórias em quadrinhos encontra reduto na Avenida Guararapes, número 223. Cravada entre o prédio dos Correios e o Edifício Sertã, antigo Cinema Trianon, a Banca Guararapes é o quartel general dos amantes da chamada nona arte na cidade. Além dos últimos lançamentos do mercado, a banca mantém raridades e um arsenal de títulos pernambucanos à venda. Capitaneando o espaço está Orlando Oliveira, 63 anos, um recifense alto e barbudo, com fios entre o branco e o loiro o que gerou o apelido de Odin (referência ao personagem de HQ Rei de Asgard e pai de Thor, o Deus do Trovão). Ele recebeu a banca de seu pai José do Patrocínio, que também era jornalista. Fã e incentivador dos gibis, Odin em meio à crise dos impressos e à ascensão do modelo digital, reparou uma curiosa tendência. “Percebi que a única coisa que não diminuía a venda física eram os quadrinhos, aí tive que me reinventar, juntar o digital com o impresso para faturar”, explicou. Foi nesse mesmo período que, seguindo a dica dos amigos, decidiu abrir uma conta no WhatsApp para informar os clientes a chegada de novas produções e realizar reservas. LEIA TAMBÉM História em quadrinhos made in PE . . HQ: Das bancas para a web . “Muito do que eu vendo, eu consigo direto de São Paulo. Tenho coisas que outras bancas não têm”, orgulha-se. “Por exemplo, agora no fim do ano foi relançado pela Panini (editora) o quadrinho Conan, uma HQ dos anos 80 que fez muito sucesso na época, mas foi um lançamento setorizado e só lançariam em São Paulo. A minha banca é a única do Recife que recebeu e já esgotou”, detalhou. Odin não só vende quadrinhos novos como usados e raridades também. De acordo com o dono da Banca Guararapes, existem no espaço muitos gibis que são objetos de desejo dos colecionadores. “A coisa deu certo de uma maneira que hoje já tenho três WhatsApps, dois lotados, aí abri o terceiro agora. Um de bate-papo sobre os quadrinhos e um de negócios sobre gibis entre os clientes”, relata. Assim como seus clientes, Odin também é um colecionador apaixonado de HQ, o que se mostra um diferencial na relação com quem frequenta sua banca. “Eu não sei o que seria de mim sem os quadrinhos”, resume Odin sobre sua relação com a nona arte. Talvez se o “Pai de Thor” não fosse mais um aficionado em gibis, a Banca Guararapes não tivesse ganho essa aura de templo sagrado dos HQs em Pernambuco. Dessa relação de proximidade com os clientes surgiu também um evento que é o maior orgulho, a verdadeira menina dos olhos de Orlando: a Feira Asgardiana de Quadrinhos. “Foi uma sugestão dos clientes. Organizei a primeira em 2016 e participaram umas 15 pessoas. Hoje, já vamos para nona edição e na última eu botei 100 mesas aqui”, comparou. “Já é um evento apoiado pela Prefeitura do Recife, Secretaria das Cidades e Secretaria do Turismo, a prefeitura nos ajuda demais e nós aglutinamos o público de quadrinhos de Pernambuco, inclusive com mesas para os quadrinistas locais”, defendeu. A feira já é um evento consagrado no calendário oficial dos leitores de HQ da cidade. O Recife vive uma espécie de era de ouro no mercado de gibis, Orlando atesta que nunca se viveu um momento tão bom e com tamanha produção de conteúdo autoral nas histórias. “Tem muita gente aqui fazendo quadrinhos, temos um cara muito importante como Thony Silas, que desenha pra Marvel e pra DC, também temos uma tradutora de HQ, Dandara Palankof, ela é extraordinária, e temos também Luciano Félix, que já fez capa da revista Mad, muita gente boa mesmo”, reitera. Por falar em Luciano Félix, o quadrinista corrobora a importância da Banca Guararapes tanto para os produtores de conteúdo quanto para os amantes da arte dos quadrinhos. “Para mim, nesse momento em que os impressos em geral estão perdendo o lugar para o digital, a Banca Guararapes é um oásis no deserto de cultura em que vivemos”, destacou. “Além disso, a Feira Asgardiana faz a ponte dos leitores com quem ainda tá interessado nos quadrinhos locais”, assegurou. “A Guararapes mostra que a pessoa que produz o quadrinho existe, o que pode até inspirar outras pessoas para que futuramente estejam ali trabalhando com essa arte”, destaca. Segundo o criador de histórias em quadrinhos, o fato de Orlando abrir espaço em sua banca para os produtores locais impulsionou a atividade na cidade. PONTO DE ENCONTRO Ernesto Barros, jornalista e crítico de cinema e histórias em quadrinhos do Jornal do Commercio, ressalta a força e a relevância de Odin para os gibis pernambucanos. “Orlando tem feito um trabalho no mínimo magistral, tanto na possibilidade de você ter acesso aos quadrinhos, como no apoio que dá aos quadrinistas locais”, ratificou. “A Banca Guararapes se tornou o principal ponto de encontro dos nossos artistas de quadrinhos e, além disso, ele realiza umas duas ou três feiras por ano que agregam todos os amantes de HQ, colecionadores, uma coisa incrível!”, elogia o jornalista do JC. De acordo com o jornalista, a Feira Asgardiana é um sábado diferenciado do que se tem atualmente no Recife Antigo, uma ideia do que poderia ser feito para revitalizar o Centro da cidade. “Eu acho que esse trabalho de Orlando tem crescido a cada dia e é uma das coisas mais importantes em torno da cultura de um modo geral, e especialmente ligado aos quadrinhos na cidade”, definiu. Apesar do excelente momento para os gibis, as bancas de revista, segundo Odin, não são vistas pelas editoras como um ponto atrativo de comércio. “Eu acho que o consumidor de quadrinhos gosta de comprar na banca, mas as editoras e distribuidoras não dão tanta importância a esse espaço”, lamentou. “O Recife já teve 800 bancas de revista, hoje não tem 200. Mas mesmo assim ainda é um canal de vendas e distribuição muito bom”, defende. Segundo Odin os distribuidores preferem entregar para as grandes redes

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Fintechs: A inovação chega à conta bancária

*Por Rafael Dantas Você já se aborreceu com o atendimento burocrático em um banco? Já reclamou das tarifas para um empréstimo ou de alguma operação de crédito? Ou já teve seu cadastro negado por alguma instituição financeira? Se a resposta for “sim”, você pode ser um cliente em potencial das fintechs. Elas são empresas que usam tecnologia de forma intensa e inovadora para oferecer serviços financeiros. Com as soluções que estão surgindo, essas startups prometem transformar o mercado dominado pelos bancos tradicionais. Algumas das fintechs mais famosas do Brasil são o Nubank, o PagSeguro e o Inter. Entretanto este é um segmento que já possui mais de 500 startups, segundo o último radar da FintechLab. O estudo identificou empresas de pagamentos, empréstimos, gestão financeira, investimentos, seguros, bancos digitais, entre outros. Pernambuco é o nascedouro de alguns desses players como a Neurotech, a PagueBem e o Z.ro Bank. . . Obadias Silva, 24 anos, morador da Comunidade do Iraque, no bairro da Estância, teve a solicitação de um cartão de crédito negada duas vezes. Trabalhador informal em um negócio familiar de fornecimento de refeições e lanches, ele era um dos 45 milhões de brasileiros desbancarizados. Até que um amigo o indicou para tentar uma instituição digital. “O banco aceitou meu cadastro e ofereceu apenas R$ 200 de crédito no começo. Quando fui usando o crédito e pagando em dia, esse limite aumentou muito”. > . Hoje, com um crédito de mais de R$ 2 mil, Obadias conta que esse acesso ao sistema foi muito importante para comprar os móveis da sua casa, quando se preparava para casar. Ele diz que nunca atrasou uma conta. Recentemente, a instituição que negou se acesso há uns dois anos tem insistido para que ele faça o cartão. Mas ele nem pensa duas vezes. “Não preciso mais. O meu atendimento hoje é superprático. Resolvo quase tudo pelo aplicativo do celular e não tem tarifas”, conta. Os primeiros clientes dessas empresas são justamente pessoas das classes C, D e E, de acordo com a pesquisa Fintechs de Crédito 2019, elaborada em parceria pela PwC e pela Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD). “Esse ainda é o principal público das fintechs. Mas há uma aceitação crescente de outras camadas sociais. O grande nicho que está sendo atendido neste momento é de um pessoal mais jovem e também dos excluídos do sistema bancário tradicional”, afirma o presidente da ABCD, Rafael Pereira. A empresária Beatriz Braga, 30, está no perfil dos que aderiram às fintechs pela qualidade dos serviços. Desde 2017, ela e a empresa em que é sócia, a Stay Hall, possuem uma conta em um banco tradicional e outra em um digital. “Há dois anos tive um problema que tinha que ser resolvido numa agência. Fui três vezes e não consegui. Estava cansada das tarifas e de enfrentar burocracia. Daí vi uma propaganda e decidi experimentar um banco digital. Hoje perco menos tempo e não pago mais por várias transações. O atendimento é fácil e muito ágil”, relata a empresária. Mesmo quem não tem uma conta em um desses novos bancos, provavelmente já usou algum serviço de uma fintech. Contribuir com uma vaquinha virtual em um site de crowdfunding ou passar o cartão em uma maquininha de pagamento são alguns exemplos. Muitas empresas do varejo ou mesmo seguradoras usam serviços dessas startups para fazer a análise de crédito de forma mais rápida dos seus clientes. Elas estão em todos os lugares, movimentando milhões. Só em concessão de empréstimos, os números de apenas 43 organizações entrevistadas pela PwC e ABCD apontam um volume aproximado de R$ 1,2 bilhão. Apenas o Nubank já possui uma carteira com 20 milhões de clientes e já é o sexto maior do País. De acordo com Luís Ruivo, sócio e líder de serviços financeiros da PwC Brasil, o movimento das startups acontece principalmente para resolver necessidades não atendidas pelo serviço tradicional e para gerar vantagens competitivas para os clientes. “Elas estão focadas na melhoria dos serviços e na redução de custos e de tarifas”. Com a aceitação crescente dos brasileiros e com a melhor regulação do setor, Ruivo aposta em algumas tendências para os próximos anos que deverão mudar ainda mais a forma como usamos os serviços do sistema financeiro. “O open banking, que está em discussão no Brasil, traz a expectativa de termos uma maior competição no mercado, com o crescimento dos bancos digitais. Outra tendência é de uma transformação nos meios de pagamentos, com o uso mais forte do QR Code por intermédio dos smartphones. No Brasil já há algumas experiências iniciais, mas essa já é uma forma de pagamento vastamente usada na China”, afirma o sócio da PwC. . LEIA TAMBÉM Pernambuco programando para o mundo . . A implantação do open banking no Brasil foi submetida à consulta pública pelo Banco Central. Trata-se do compartilhamento de dados e serviços do sistema financeiro por meio de uma camada de tecnologia padronizada. Na prática, isso permitirá que o cliente autorize a portabilidade ou histórico de crédito para uma nova instituição em que ele tenha interesse em abrir uma conta, por exemplo. Para os especialistas, isso abrirá caminho para uma série de novas startups criarem inovações e prestarem serviços. Os bancos tradicionais também se movimentam, de olho na dinâmica das fintechs em busca de inovação. Os maiores cases foram o lançamento do Cubo, pelo Itaú, e da inovaBra, pelo Bradesco, que são grandes espaços dedicados ao empreendedorismo e à inovação. “É um movimento claro dos bancos tradicionais se aproximarem das fintechs e empresas de inovação. Eles querem ter por perto possíveis futuros desafiantes para adquiri-los ou se reposicionar com novas alternativas. Além disso, muitos têm criados seus próprios bancos digitais ou comprado essas empresas para seu portfólio”, afirma Domingos Monteiro, CEO da Neurotech. . . Outros concorrentes nesse mercado são as grandes empresas de tecnologia, como a Amazon, o Google, a Apple e o Alibaba. “Essas gigantes estão atacando o mercado financeiro. Elas têm criado suas empresas de meio de pagamento e

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12 fotos da Ponte Maurício de Nassau Antigamente

No último domingo, o grupo Caminhadas Domingueiras realizou um passeio pelas pontes do Recife. Publicamos hoje uma série de fotos da primeira visitada pelo grupo, que foi também a pioneira no Recife. A Ponte Maurício de Nassau leva esse nome em homenagem ao príncipe holandês que foi responsável pela primeira construção, no ano de 1644, seu nome inicial era Ponte do Recife. Na sua inauguração é que houve o famoso episódio do Boi Voador, em que Nassau. "Segundo os historiadores, no dia 28 de fevereiro de 1644, data da inauguração da ponte do Recife, hoje conhecida como ponte Maurício de Nassau, o conde holandês Maurício de Nassau, que estava de partida da cidade, desejando a presença de grande público para homenagear o evento, mobilizou a população espalhando a notícia que faria "um boi voar" sobre a ponte. O conde utilizou-se de um couro de boi moldou-o em forma de um balão inflável, amarrado em cordas finas, sobre roldanas, controlado por marinheiros, que o fazia dar cambalhotas no ar", afirmou Regina Coeli Machado, da Fundaj. ..   As imagens são dos Acervos da Fundaj (Villa Digital) e da Biblioteca do IBGE. Clique nas fotos para ampliar. Nesta postagem, além das fotos da atual ponte, incluímos duas da Ponte Sete de Setembro (segunda versão) e duas imagens dos Arcos que ficavam nas extremidades da primeira ponte criada por Nassau. . De acordo com Regina Coeli Machado¹, da Fundaj, "Sua estrutura possuía uma parte levadiça que permitia a passagem de embarcações, através do pagamento de pedágio, cuja cobrança ficava a cargo de companhia holandesa". Na primeira versão da ponte havia arcos nas suas extremidades. O arco da Conceição ficava localizado no bairro do Recife e o Arco de Santo Antônio no bairro de Santo Antônio. Arco da Conceição . Arco de Santo Antônio Após uma série de reformas, a primeira construção foi substituída por uma estrutura de ferro e passou a se chamar de Ponte 7 de Setembro. Nas foto abaixo, registros do Acervo Josebias Bandeira, há uma aparência que nos faz lembrar da atual Ponte da Boa Vista. Ponte Sete de Setembro, em 1880 (Acerbo Benício Dias) Ponte Sete de Setembro, em 1880 (Acervo Josebias Bandeira) A atual estrutura foi erguida em 1917, sob a gestão do governo de Manuel Borba.  "A ponde construída por Nassau, chamada de Ponte do Recife, ela era muito mais extensa do que hoje se vê. Foi a primeira ponte de madeira sobre o rio Capiberibe e a primeira de grande porte no Brasil. Possuía uma parte levadiça para permitir a passagem de embarcações, um feito notável de engenharia para a época. Ela durou mais de duzentos anos tendo sido reformada três vezes", afirmou Joelza Ester Domingues². . . . . . . . . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) . Fontes: MACHADO, Regina Coeli Vieira. Ponte Maurício de Nassau.. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. DOMINGUES, Joelza Ester. https://ensinarhistoriajoelza.com.br/o-boi-voador-do-recife-existiu/ - Blog: Ensinar História.

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Da onde vem o fascínio das pessoas pelo Homem da Meia-Noite?

Por Yuri Euzébio É impossível ficar alheio à figura do Homem da Meia-Noite. O mais carismático boneco de Olinda possui uma legião de fãs, que veneram o calunga carnavalesco. Mesmo quem não gosta ou frequenta o Carnaval, admite fascínio e respeito pela aura mística da figura do lorde de Bonsucesso. Pouca coisa se conhece sobre as origens do misterioso calunga e isso faz parte do encantamento que exerce em todos. Mas sabe-se que o Homem foi fundado no dia de Iemanjá, 2 de fevereiro, de 1931, à meia-noite. Seis homens negros, dissidentes de outro bloco carnavalesco, o Cariri Olindense, não se sentindo contemplados, resolveram criar um bloco, segundo alguns, por rivalidade, que abriria o Carnaval de Olinda, já que o Cariri até então iniciava o festejo às cinco da manhã do domingo. O Homem da Meia-Noite passou a sair pontualmente à meia-noite do sábado. De acordo com Luiz Adolpho, atual presidente do clube, essa é apenas uma das versões. “Outros dizem que é apenas uma coincidência, porque meia-noite é a hora da mula sem cabeça, do lobisomem, talvez seja o horário mais místico do povo brasileiro”, supõe. “Acho que o que faz as pessoas se envolverem tanto com o Homem da Meia-Noite é a essência da história dele, é o que ele representa, quem cresceu em Olinda sente essa emoção desde pequeno”, assegura. “As crianças nas costas dos pais vendo aquele gigante passar, sentindo um misto de medo e emoção. Aí você cresce e o calunga invade sua casa”, disse o presidente. Como se pode notar, a história do gigante é permeada de mistérios, incertezas e versões diferentes. De acordo com Luiz, o Homem da Meia-Noite invadiu a casa das pessoas de uma forma cultural, mística e religiosa. “Há pessoas que chegam à frente do calunga e rezam, pedindo proteção, fruto dessa história da relação dele com a religiosidade”, garantiu. “Fruto também dessa vivência de quase 90 anos de trajetória, mas é muito difícil explicar o que acontece aqui, porque há também pessoas que acompanham o desfile e não acreditam em nada, então você só falar sobre as coisas é complicado”, pontuou o carnavalesco. O produtor cultural e designer Leo Antunes é um desses devotos apaixonados pelo calunga. Tudo ficou mais forte quando se mudou para o Sítio Histórico de Olinda. “O Homem da Meia-Noite existia no meu imaginário desde criança. Depois, quando eu fui morar no Bonsucesso, na mesma rua do calunga, começou todo um processo”, relembrou. “Fui sentindo como os vizinhos se preparam, existe toda uma expectativa que desemboca na noite do Sábado de Zé Pereira, então a minha paixão começou a se aprofundar”. A partir de sua vivência no bairro do calunga, Leo compreendeu toda a dimensão e densidade que o Homem tem. O boneco ganha essa aura mística a partir de sua relação com o território onde está. É o que acredita o produtor cultural. “Trabalho com cultura, já vi muita coisa acontecendo, mas realmente o Homem da Meia-Noite tem uma característica mais profunda e acho que é, principalmente, pela sua relação com a população dos bairros Bonsucesso, Amparo e Amaro Branco. São gerações e gerações de pessoas que se vinculam a esse símbolo, daí acontece a magia", afirma Leo. “Acho que é essa relação da tradição do Carnaval com a força popular”, opinou o morador de Bonsucesso. Segundo Leo, só quem participa do bloco pode sentir a energia que se dissipa na noite do desfile. Essa relação mística existe até antes do desfile. Ao trocar a sua roupa, todos os anos, o gigante passa por um sigiloso ritual simbólico dentro da sede que nunca foi relatado. “Realmente isso nunca foi mostrado, nem por imprensa, nem televisão, fotografia, nem quem está dentro pode tirar foto. Existe um grande pedido de proteção, de respeito ao que representa o Homem da Meia-Noite”, relatou um enigmático Luiz Adolpho. Segundo o presidente do clube, trata-se de uma cerimônia pessoal movida pela fé, mas sem cunho religioso específico. “Acho que o Homem da Meia-Noite é fruto de uma construção histórica. Tudo foi construído, passo a passo, ano a ano, quando ele invadia as ladeiras da cidade com aquela multidão apaixonada e, claro, o povo apaixonado de Olinda é o grande responsável por tudo isso”, reiterou. Para Luiz, se não houvesse essa multidão de apaixonados pelo Homem, ele seria mais um simples boneco como existem vários outros na cidade. A olindense Isadora Gibson, arquiteta, ilustradora e atriz, acredita que o Homem da Meia-Noite é a autoridade máxima do Carnaval da cidade e esse patamar foi conquistado a partir de uma soma de fatores. “Sou de Olinda, além de acompanhar o bloco desde nova, sempre ouvi muitas das histórias contadas por vizinhos e familiares. Vê-lo é sempre muito emocionante, de arrepiar, algo místico mesmo. Já teve ano em que acompanhei o bloco bem perto do boneco, e quando ele para, ninguém se atreve a dar mais nenhum passo à frente”, garantiu. “Para além do horário diferente, tradicionalismo e idade que o bloco tem, ele carrega a chave da cidade, entregando-a num ritual muito belo ao Cariri. Abre o Carnaval de Olinda em um processo quase religioso, como uma procissão”, comparou. Figuras ilustres da Cidade Eterna também mantêm uma forte relação com o calunga. A pintora Tereza Costa Rêgo após ficar viúva de Diógenes Arruda e ter vindo morar em Pernambuco, se instalou em Olinda e ao conhecer o Homem da Meia-Noite foi amor à primeira vista. Essa passagem está registrado em sua biografia Tereza Costa Rego: Uma mulher em três tempos, escrita pelo jornalista Bruno Albertim e editada pela Cepe. “Esse foi o momento de uma tristeza profunda. Vindo pra Pernambuco, me instalei em Olinda, nessa mesma casa em que vivo hoje. No começo, a casa não tinha janela, não tinha nada. Mas de lá de dentro, ouvi os clarins anunciando a passagem de um bloco. Corri para a calçada e quando abri a janela, ele estava sorrindo na minha frente. Nessa hora pensei: ‘perdi o marido, mas achei um namorado’. Sempre

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João Alberto: 50 anos de muitas histórias

Quando João Alberto assinou sua primeira coluna social no Diario de Pernambuco, o Brasil e o Estado viviam um cenário completamente diferente. O País estava sob o comando da ditadura militar. No esporte, a seleção de futebol se preparava ainda para o tricampeonato mundial. O Porto de Suape, uma das âncoras da nossa economia atual, nem estava no papel. Enquanto isso, no jornalismo, era o mais antigo impresso da América Latina quem estava inovando. O jovem repórter, que começou a escrever no Jornal da AABB e passou na redação do Diario pelas mais variadas coberturas, começava a se posicionar no colunismo social com o destaque que carrega por 50 anos. Nesse jubileu de ouro da sua atividade profissional, ele coleciona boas histórias. Responsável por uma das mais antigas colunas na imprensa brasileira, João Alberto começou a escrever um tanto por acaso, quando ainda era aluno da Escola de Cadetes no Ceará. Com facilidade nas disciplinas exatas, após um desentendimento com um professor, ele o desafiou: "o senhor ainda me dará uma nota 10 em redação". O professor topou o desafio. Sua turma se mobilizou para ajudar o “caçulinha” (era o mais novo do grupo) a atingir a meta. Ele foi aprovado com a nota máxima. Essa brincadeira na escola rendeu outros frutos, como o emprego no Banco do Brasil. Sim, João Alberto foi bancário por alguns anos. No concurso que ele prestou, o tema da redação foi o mesmo do desafio sobre a frase “Ordem e Progresso”. Aprovado, veio para o Recife, onde criou um jornal da classe, produzido com um mimeógrafo. Em um período que a AABB (clube dos funcionários do banco) tinha uma alta atividade social, João Alberto levava aquelas publicações para as grandes redações da cidade. Da circulação dos jornais na redação, surgiu o convite para um estágio no Diario e os primeiros passos da nova carreira. Por anos, dividiu a atividade jornalística com a de bancário. “Não tinha repórter setorizado. Eu fazia polícia, economia, corpo consular, muito aeroporto, onde entrevistávamos as pessoas importantes que desciam no Recife”, conta João Alberto. Aos 18 anos, chegou a ser preso numa pauta no terminal aéreo dos Guararapes, por furar um bloqueio estabelecido pela política aeronáutica. “O jornalismo na minha época era muito diferente. Havia muita gente nas redações. As matérias eram batidas na máquina de escrever, em uns papéis pautados. Era um jornalismo muito artesanal. Tudo mudou rapidamente com as novas tecnologias. Fui o primeiro jornalista a usar o computador em Pernambuco. Na época era uma coisa horrorosa! Um amigo prometeu me ensinar. Fiz um curso com ele e isso mudou muito nosso trabalho”, relatou. Antes da Era WhatsApp, ele chegou a fazer mais de 40 ligações por dia para fechar sua coluna. “E era uma dificuldade para conseguir linha para fazer um telefonema. Às vezes esperávamos até 15 minutos. Por isso, muito do nosso trabalho era ainda de um jornalismo pé no chão. Circulávamos pela cidade caminhando ou pelo Jeep do jornal”. Desse tempo, ele afirma sentir falta da convivência com as equipes. “Tinha mais calor humano.” Uma das pautas que ele não esquece foi quando colocou na cabeça que queria ganhar o Prêmio Esso. Ele reportou uma viagem de caminhão de uma transportadora do Recife até São Paulo levando cargas. “Foram 10 dias. Uma miséria, o caminhão atolava, não tinha onde dormir. Era uma verdadeira aventura. A reportagem foi bonita. Mas recebeu uma mísera menção honrosa (risos). Na época eram muitas menções honrosas”. Ele conviveu muito tempo também com a censura. Um major acompanhava a redação, que não permitia nenhuma publicação relacionada a Dom Helder Camara, por exemplo. Um período cheio de tensões, mas também de "causos". João Alberto conta que certa vez um fotógrafo colocou esporas, feitas com papel fotográfico, na bota do militar. “Esse major foi para o Cinema São Luiz sem perceber. À noite chegou decidido a prender o autor da brincadeira. Mas ninguém entregou”, contou entre risos. Também conta de forma humorada que os maiores problemas, quando editava um suplemento do Diario, eram os artigos de Ricardo Noblat, . “Noblat colocava nas entrelinhas tudo que era safadeza e toda segunda-feira eu ia para a Polícia Federal me explicar. Fui várias vezes graças a ele”, recordou. Se tem repórter que é resistente a novidades, João Alberto diz que sempre procurou ficar antenado com as tendências do que acontecia na comunicação. Sempre que viajava, comprava jornais, mesmo quando não conhecia o idioma. O objetivo era conhecer os formatos que estavam sendo testados mundo à fora. “Estou sempre me atualizando.” Além do jornal impresso e colunista da Algomais, ele buscou uma atuação multimídia. Escreve o blog, está nas redes sociais e na TV. Para o futuro, João Alberto revela que não tem mais sonhos. Realizado, ele diz que já cumpriu tudo o que sonhava para sua carreira. Ouça a nossa conversa com João Alberto, repleta de histórias engraçadas (uma inédita sobre um ex-governador do Estado), no primeiro episódio de 2020 do Pernambucast, o podcast da Revista Algomais.

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Porto Digital fecha 2019 com crescimento de 24%

O Porto Digital, um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil, fechou o ano de 2019 com faturamento quase 24% maior do que no ano anterior. O dado é parte do balanço divulgado, nesta terça-feira (28), pelo presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, e aponta para o crescimento contínuo das empresas em 2020 e abertura de mais postos de trabalho. “Apesar da crise que persiste no País, conseguimos bons resultados em 2019, o que demonstra a capacidade dos setores de tecnologia da informação e de economia criativa de ajudar na recuperação do Brasil e levar Pernambuco muito mais longe”, afirmou Pierre Lucena. Em 2019, o faturamento das empresas embarcadas no Porto Digital chegou a R$ 2,3 bilhões - valor 23,94% maior do que o registrado no ano anterior, de R$ 1,8 bilhão. Entre as que mais cresceram estão a In Loco, que participou do programa de incubação do parque e hoje é cotada a ser um unicórnio (termo que identifica startups que possuem avaliação de preço de mercado no valor de mais de 1 bilhão de dólares); a Insole, criada há pouco menos de sete anos e já é responsável por aproximadamente 10% dos sistemas de geração solar distribuída instalados no Brasil; e a Fusion, que tem um software para gestão de entregas com módulos integrados e foco na redução de custo e aumento de nível de serviço. O número de empresas também aumentou - passou de 319 em 2018 para 339 em 2019. Esse crescimento deve repercutir também na abertura de cerca de 3.200 vagas de emprego previstas para esse ano de 2020. Na lista das empresas com o maior número de colaboradores estão atualmente a Accenture, Avanade, Avantia, CESAR,Globo, Pitang, Serttel, Speedmais, Stefanini e Tempest. Ao todo, o parque terminou o ano de 2019 com 11.659 profissionais empregados. “Esse é o principal desafio não só do Porto Digital, mas em todo o mundo: a formação de capital humano para trabalhar em empresas de tecnologia. Por isso vamos acelerar ainda mais as parcerias e estratégias para fomentar e atrair mais estudantes e profissionais para a área de TIC”, indicou Pierre. A meta do Porto Digital é, até 2025, ter cerca de 20 mil colaboradores distribuídos em 500 a 600 empresas no parque, com faturamento anual de R$ 3,5 bilhões. Com a expansão proposta, o parque dobrará de tamanho em relação a 2018 - quando havia cerca de nove mil profissionais em 300 empresas, com faturamento anual de R$ 1,7 bilhão. Sobre o Porto Digital Instalado na área central do Recife, o Porto Digital atua nos eixos de produção de software e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Economia Criativa, além do foco no futuro das cidades por meio de prototipação com base em fabricação digital e internet das coisas (IoT). Reconhecido por sua territorialidade singular entre os ambientes de inovação, o Porto Digital é um parque urbano instalado no centro histórico do Bairro do Recife, mas já conta com áreas de expansão para os bairros de Santo Antônio, São José e Santo Amaro - o que totaliza uma área total de 171 hectares na capital pernambucana. A região ocupada pelo parque vem sendo requalificada de forma acelerada em termos urbanísticos, imobiliários e de recuperação do patrimônio histórico edificado - desde a fundação do parque tecnológico, em 2000, já foram restaurados mais de 138 mil metros quadrados de imóveis históricos. O Porto Digital é fruto e referência nacional de uma ação coordenada entre governo, academia e empresas, conhecido como modelo "Triple Helix". Essa iniciativa propiciou o ambiente necessário para fazer com que o Porto Digital se transformasse em um dos principais ambientes de inovação do País e fosse eleito, por três vezes, o melhor parque tecnológico do Brasil nos anos de 2007, 2011 e 2015 pela Associação Nacional de Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

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Daniel Queiroz: "O celular pode perder seu protagonismo"

Daniel Queiroz tornou-se presidente do Sinapro-PE (Sindicato das Agências de Propaganda de Pernambuco) e, mais recentemente, da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) numa conjuntura desafiadora. Além de enfrentar uma das mais longevas crises econômicas do País, a publicidade, como todo setor, enfrenta o turbilhão de transformações provocadas pelas novas tecnologias. Aos 42 anos, formado em administração de empresas e descendente de uma família empresarial que construiu a bem-sucedida agência Ampla, Daniel garante que só o conhecimento e o profissionalismo publicitário podem garantir a comunicação das marcas nestes tempos de mudanças constantes. Nesta conversa com Cláudia Santos, ele falou sobre o comportamento do consumidor, o futuro das mídias e preveniu que novas mudanças estão por vir e podem tirar o protagonismo do hoje onipresente smartphone. Como está sua gestão à frente do Sinapro? É a gestão de um time. Temos um histórico de uma liderança associativa sozinha. Isso nem é culpa do líder associativo, mas do ambiente empresarial que não se mobiliza em torno do bem comum. Meu discurso desde o início foi: vamos assumir juntos uma gestão para que mais pessoas façam algo por todos. Formamos a chapa Time Sinapro com 20 integrantes, como exige o estatuto. Assumimos, em prol do mercado, ações com um plano estratégico para ser executado em três anos de mandato, a partir de julho de 2018. O primeiro passo foi entender como funcionava a entidade no papel de interlocução das demandas do mercado e do ponto de vista operacional. Também atuamos na oferta de serviços que levassem às agências um domínio maior sobre as transformações que o negócio está vivendo. Criamos uma plataforma chamada Chacoalha, com o objetivo de dar uma chacoalhada no conhecimento. Ela consiste em levar para os profissionais das agências informações sobre o que cada meio está vivendo de mudanças e o que há de tendência. Não há nada parecido com que aconteceu nesses últimos anos. Podemos até fazer referência da mudança tecnológica com a chegada dos computadores, que estava mais ligada a produtividade e agilidade. Agora, vivemos uma mudança de comportamento. Precisamos entender como a comunicação pode atingir de maneira mais eficaz as pessoas diante dessas mudanças. Também inovamos no Prêmio de Propaganda de Pernambuco (PPP), que historicamente era um momento de aplaudir a produção publicitária feita ao longo do ano. Nessa última edição, antes da premiação, apresentamos 10 palestras com conteúdos relevantes sobre toda essa transformação. Foi um movimento muito bem aceito, que também gerou debates, conversas, análises. Em paralelo, percebemos que o Sinapro não tem uma estrutura para manter esse modelo vivo, independentemente da liderança que for eleita. Estamos organizando essa governança, preparando profissionais para que eles sejam os tutores e os executores do projeto que a diretoria pensa e lidera. Como as novas tecnologias impactaram o trabalho das agências? Agência e anunciante ainda estão aprendendo a lidar com todas essas transformações. Com as facilidades das redes sociais, alguns empresários passaram a acreditar que eles próprios poderiam fazer a sua comunicação e, até certo nível, isso é possível. Mas as empresas de até um determinado nível para cima requerem estratégia, conhecimento do impacto da mensagem e da relação da marca com o consumidor. Nesse caso é preciso um trabalho mais especializado. Vi uma frase que diz: “ficou muito fácil você chegar no coração do seu consumidor”, porque o mundo mobile permitiu isso por meio das redes sociais. O mais importante, porém, não é só chegar, é o que fazer quando você chegar lá. Continuo acreditando que só por meio de profissionais especializados é que os anunciantes vão conseguir saber o que fazer quando chegam no coração dos seus consumidores. Até porque, no mundo em que a gente está vivendo, a quantidade de mensagens é enorme. Se facilitou para você como empresário chegar no coração do seu consumidor, facilitou também para todos os seus concorrentes. Que mudanças a internet promoveu na publicidade? Antes, a comunicação era um caminho de uma via. Como marca, você comunicava e conquistava ou não as pessoas, aquilo ali já era o seu resultado final. Com o mundo mobile, o caminho é de duas vias, o consumidor é conquistado ou não e ele fala bem ou mal de você. E é bom que fale mesmo porque é falando que a gente vai aprendendo onde a gente está acertando ou não como marca. Mas ao mesmo tempo isso se tornou muito mais difícil porque o consumidor também fala sobre sua marca e não só você. E aí é onde está o segredo do que fazer quando chegar no coração do consumidor. A história do boca a boca nunca foi tão forte como agora em que a partir de uma simples pesquisa na internet sabe-se o que outras pessoas acham daquele produto que você está pensando em comprar. A tecnologia é um meio que veio transformar o comportamento e quem não souber lidar com esse comportamento não adianta ter o meio disponível porque não vai saber usá-lo. Como ficam as mídias tradicionais em meio a essas transformações? Elas continuam tendo relevância. São elas que trazem para a gente o ambiente confiável da informação. No mundo fácil da internet, a informação vem de todos os lados e de todas as formas, mas quando queremos checar alguma coisa, recorremos aos veículos tradicionais independentemente do tipo de plataforma em que estejam. Hoje, assisto a Globo no celular e no computador. Antes via só no canal 13 da TV. Eu só lia a Algomais, se eu recebesse a revista na minha casa, hoje sou impactado pela Algomais numa rede social, quando faço a assinatura no digital, quando ela cria um conteúdo no Youtube e ele for compartilhado chegando até a mim. As pessoas estão muito no embalo de uma visão no que veem aqui (aponta para o smartphone), mas o rádio continua existindo, o conteúdo impresso, se perdeu força no papel, está com força enorme em suas plataformas digitais principalmente por levar informação checada e consistente. Muita gente diz que não vê mais TV, mas esse meio recebe 60%

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