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Marcelo Carneiro Leao

"Precisamos transformar a ciência em algo concreto para que as pessoas entendam que ela faz sentido no seu dia a dia"

Marcelo Carneiro Leão, Diretor do Cetene, afirma que o setor empresarial brasileiro não tem cultura de investir em pesquisa e pretende aproximar a ciência da indústria. Ao cunhar a expressão “do paper ao PIB”, defende que a produção científica vá além dos artigos acadêmicos e impacte o cotidiano da sociedade. Nesta entrevista ele também revela seus planos à frente do centro tecnológico. Quando em outubro do ano passado, o químico e ex-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Marcelo Carneiro Leão assumiu a diretoria do Cetene (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste), anunciou que atuaria na conexão entre ciência e indústria. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele analisa a ausência de cultura do setor privado brasileiro em investir na pesquisa, ao contrário de países da Europa e os EUA. Com uma carreira marcada pela inovação e pela pesquisa aplicada, Leão também comentou a distância entre a ciência e a sociedade que, para ele, é fruto da formação educacional e do fato de que os resultados dos temas pesquisados, muitas vezes, não se revertem em benefícios concretos para a população. A maioria acaba transformada em artigos para revistas científicas. “É preciso sair do paper para o PIB”, conclama o diretor do Cetene que também aborda as atividades realizadas no centro tecnológico e as perspectivas para ampliar a sua atuação para todo o Nordeste. Observamos uma distância entre a ciência e a sociedade, algo que ficou evidente na pandemia. Para agravar, uma pesquisa da OCDE revelou que o Brasil é o país onde as pessoas mais acreditam em fake news. Como o senhor avalia essa realidade? Sobre a crença nas fake news, acho que a primeira questão está nos processos educacionais no País. Primeiro, a ausência deles em algumas situações. Segundo, há uma desconexão do que é de fato a ciência e o que os conceitos científicos trazem para a sociedade. Fomos formados com a preocupação na construção de conceitos, definições, decorar datas, ou seja, um conhecimento desconectado do que poderia trazer de importância para a vida cotidiana. É preciso corrigir esse problema de formação, fazer com que as pessoas compreendam que a ciência, o conhecimento, é uma ferramenta fundamental para que possamos construir uma sociedade melhor, seja no desenvolvimento industrial, médico, enfim, todos os campos da ciência. Outro aspecto está no nível superior, em relação às pesquisas, à ciência mais aprofundada, que muitas vezes não chegam na ponta para resolver os problemas concretos da sociedade. Quando assumi a reitoria da Universidade Rural, em 2020, criamos o instituto IPÊ (Instituto de Inovação, Pesquisa e Empreendedorismo), cujo lema é tentar trabalhar os projetos e as pesquisas na perspectiva de uma hélice quádrupla, envolvendo o governo, a academia, a iniciativa privada e o terceiro setor. E o outro eixo, sobre o qual, inclusive, cunhamos a expressão do "paper ao PIB", ou seja, da pesquisa ao PIB, que é concebido num sentido amplo, não somente na questão de geração de renda per capita, mas melhoria de qualidade de vida das pessoas, da sociedade, geração de emprego, de renda etc. Precisamos transformar ciência em algo concreto para que as pessoas entendam que ela faz sentido no seu dia a dia, está presente nas roupas que usam, nos remédios, nos carros. O celular é um exemplo: 60% do iPhone foi desenvolvido com dinheiro público americano, é ciência pura, levou anos de pesquisa, de investimento do estado americano. Depois a Apple comprou a patente. Então, precisamos melhorar o sistema educacional, dar sentido ao conhecimento e integrá-lo às coisas concretas do cotidiano. Na sua posse, o senhor anunciou que atuaria na conexão entre ciência e indústria. Na verdade, observamos a falta de integração entre academia e o setor empresarial. Como o senhor analisa essa situação? Existem diferenças entre o Brasil e outros países. Nos Estados Unidos e na Europa, a pesquisa também acontece na iniciativa privada. Lá as indústrias, as grandes empresas, têm centros de pesquisas dentro do seus parques, porque entendem a sua importância para melhoria do produto que fabricam e para a atividade da empresa. No Brasil, não há essa cultura. Hoje mais de 90% da pesquisa brasileira é feita no setor público, fundamentalmente nas universidades federais e estaduais públicas e alguns centros de pesquisa. O grande desafio é aproximar pesquisas, governo, iniciativa privada e terceiro setor. Vou citar um exemplo de uma pesquisa que desenvolvemos no Cetene sobre o lúpulo, usado em cosméticos e cerveja. Hoje, 90% das cervejeiras brasileiras compram lúpulo da Inglaterra, dos EUA ou da Holanda. Estamos tentando desenvolver um produto que seja adequado ao nosso clima, para que possa ajudar a diminuir tal dependência. Os pesquisadores me apresentaram a proposta dizendo que haviam publicado em revistas científicas. Mas é preciso sair do paper para o PIB e transferir essa tecnologia para as empresas produtoras. Perguntei se eles haviam conversado com o ecossistema cervejeiro, inclusive, temos aqui a Heineken, a Itaipava. Eles disseram que não. Eu disse, “então, a pesquisa começou errada”. E isso acontece muito. Os pesquisadores desenvolvem uma pesquisa, alguns geram patentes, mas param por aí. O Brasil avançou, mas parou nas patentes. O País, hoje, é o 13º em produção científica do mundo, mas é apenas o 49º em inovação. Inovação é diferente de invenção. Algo que eu invento e patenteei é invenção, mas inovação, de fato, é quando transformo essa invenção em algo concreto e real que impacta na vida das pessoas e dos animais. No ecossistema de inovação, é preciso transformar a pesquisa mais básica, que acontece nas instituições públicas, em produto real e, para isso, é necessária a parceria da iniciativa privada, que é quem está lidando com o dia a dia desse produto. Assim, é possível direcionar a pesquisa a fim de encontrar uma solução para o problema da importação de lúpulo. Estamos reformatando a nossa lógica, vamos conversar com o ecossistema, desenvolver um lúpulo e, em seguida, reunir os governos dos estados do Nordeste, cooperativas de pequenos produtores, para os quais o Cetene vai fornecer as mudas de lúpulo. Esse pequeno produtor vai produzir

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Fiocruz pesquisa uso das práticas integrativas na pandemia

Qual o impacto da pandemia de Covid-19 e do isolamento social provocado por ela na rotina do brasileiro? Há pessoas que recorreram à homeopatia, meditação, yoga ou a outra prática integrativa e complementar em saúde para aliviar o estresse ou fortalecer o cuidado com o corpo? Para esclarecer esse cenário está em curso a pesquisa nacional Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19 (PICCovid). O estudo, considerado o mais amplo já desenvolvido no País sobre a temática, é uma iniciativa do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS/Fiocruz) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis, ligada ao Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase). Aplicada de forma on-line em todo território brasileiro, a pesquisa PICCovid pretende avaliar o uso das práticas integrativas (PICS) nos últimos meses, desde que o novo coronavírus começou a ser transmitido no país. O questionário pode ser acessado por computador, tablet ou celular, a partir do link http://bit.ly/PICCovid. Iniciada na última semana de agosto, a escuta já alcançou mais de 11 mil pessoas nas cinco regiões. No Brasil, são 29 PICS reconhecidas pelo Ministério da Saúde, aplicadas principalmente na Atenção Primária, nas unidades municipais. Recursos preventivos e terapêuticos, acupuntura, meditação, yoga, homeopatia, musicoterapia, plantas medicinais, reiki, entre outras, auxiliam, no SUS, na promoção da saúde, associadas a tratamentos convencionais.   O uso das terapias integrativas e complementares é orientado, na rede pública de saúde, geralmente para situações de estresse, para restabelecer o bem-estar físico e emocional, sem substituição aos protocolos definidos pela comunidade cientifica para tratamento da Covid-19. “Queremos identificar como tem sido o uso dessas terapias diante de sintomas da Covid-19, ou se a utilização está associada ao tratamento de doença crônica, ou como forma de autocuidado. As PICS têm ótimos resultados na saúde mental, para sintomas como ansiedade, insônia e estresse intenso, bastante comuns durante o isolamento”, descreve Cristiano Siqueira Boccolini, pesquisador em saúde pública do Laboratório de Informação em Saúde (LIS/Icict), coordenador da pesquisa. Para a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Islândia Carvalho, coordenadora executiva do ObservaPICS, o estudo vai esclarecer diferentes questões: “As respostas vão esclarecer como as pessoas adotam as práticas, se fazem sob alguma orientação. Os resultados devem auxiliar na implantação de políticas públicas”. Além de Cristiano Boccolini e de Islândia Carvalho, participam do estudo as pesquisadoras Patrícia Boccolini, professora da Unifase, e Cristina Rabelais, também do Icict/Fiocruz. “Os resultados da investigação devem fortalecer, com novas informações, a rede de pesquisa multidisciplinar para estudo e uso das PICS, trazendo à luz evidências sobre padrões de utilização das práticas”, observa Patrícia Boccolini. Mais informações: Questionário on-line da PICCovid: http://bit.ly/PICCovid https://www.icict.fiocruz.br/content/covid-19-pesquisa-quer-saber-como-brasileiros-lidam-com-isolamento-social  

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Eleição no Recife: estrutura, pesquisas e volatilidade

A candidatura vitoriosa de João Campos a prefeito pelo PSB no Recife foi embalada por uma mega estrutura de apoiamento, que consistiu de 12 partidos coligados, 40% do tempo de rádio e TV, uma base de 33 dos 39 vereadores da Câmara Municipal, de 15 deputados federais em uma bancada de 25, de 29 deputados estaduais, dos 49 da Assembléia Legislativa, de volumosos recursos financeiros do fundo eleitoral e de duas máquinas de governo comandadas pelo seu partido, a estadual e a municipal. O aparato da coligação fez lembrar de 2018, na corrida presidencial, quando boa parte dos analistas políticos prescrevia a reedição da antiga polarização PT versus PSDB pela sétima vez consecutiva, em face das estruturas que catapultavam as candidaturas destas duas agremiações. A aliança do PSDB, por exemplo, com mais oito partidos, gerou uma super engrenagem de captar votos, espraiada pelo País afora: 30% dos governadores, 54% dos prefeitos, 52% dos deputados federais, 41% dos deputados estaduais, 49% dos vereadores, 40% dos senadores, 48% do fundo eleitoral e 44% do tempo de rádio e TV. Na ocasião, como se sabe, esse “voto de estrutura”, não funcionou, o que não aconteceu agora no Recife. Aí se configurou uma importante vitória do candidato pessebista, mantendo a hegemonia do partido no estado e no município, bem como reforçando o domínio político da família Campos, além de pavimentar caminhos para o governo estadual em 2022. Apesar da estrutura e de seus méritos pessoais, o percurso de campanha do prefeito eleito não foi de todo tranqüilo, o que serve de alerta para o futuro, já que a população lhe emprestou confiança, mas de forma numericamente crítica. De fato, ainda que João tenha sempre liderado as pesquisas no primeiro turno, recebeu nas urnas uma votação aquém da esperada e registrou apenas 1,2% de diferença de votos válidos para a segunda colocada, sua concorrente de segundo turno, Marília Arraes (PT), e de somente 4,1% para o terceiro colocado, Mendonça Filho, do DEM. O segundo turno se iniciou com as seis primeiras pesquisas [Ibope (2), Datafolha (2), Ipespe e Big Data] mostrando a permanência de dificuldades no mencionado percurso e exibindo Marília à frente nas intenções de voto, exceto em um dos levantamentos do Ibope. Na reta final, no entanto, os dois postulantes se emparelharam em intenções de voto, e as quatro últimas pesquisas, realizadas entre sexta e sábado, vésperas do pleito, desfilaram algo inusitado em eleições: cravaram rigoroso empate numérico entre eles, 50% a 50% (Ipespe, Big Data, Ibope e Datafolha). O desfecho se afigurava imprevisível, projetando-se que a contenda seria decidida no photochart. Os resultados das urnas, todavia, foram bem diferentes dos levantamentos de véspera: João Campos teve 56,3% dos votos válidos e Marília Arraes ficou com 43,7%, números bem fora das margens de erro. Os candidatos restaram separados por nada menos que 12,5 pontos de percentagem. Há dois possíveis fatores explicativos para essa discrepância não captada pelos institutos. O primeiro é a elevada alienação eleitoral (abstenção + votos brancos e nulos), de cerca de 34%, com destaque para a abstenção no entorno de 21% (20% no primeiro turno). Nas pesquisas, uma proxy para esta variável é a quantidade de indecisos que, na média dos quatros levantamentos mencionados, registrou apenas 3%. O segundo é volatilidade do voto: os eleitores estão deixando para decidir em quem votar nos momentos finais do pleito, muitas vezes no próprio dia da votação. Isso se tem repetido eleição após eleição e, naturalmente, impõe dificuldades aos institutos, já que as pesquisas imediatamente anteriores ao dia do pleito têm dificuldade de apreender esse fenômeno. De fato, na primeira pesquisa do segundo turno no Recife o Datafolha detectou que 9% dos eleitores decidiram seu voto na véspera da eleição e 15% o fizeram no próprio dia (19% entre os eleitores de baixa renda). Uma parte dessa volatilidade deve-se à mudança de preferência do eleitor: dias antes na entrevista ele declina intenção de voto em determinado candidato e na hora da votação decide por outro. O grande desafio das pesquisas, então, é empreender esforços técnicos no sentido de aprimorar a coleta e o tratamento de informações, mediante refinamento de perguntas específicas nos questionários, cruzamentos, levantamentos qualitativos, etc., de sorte a captar alguns sinais do pensamento do eleitor que se mantém reticente em decidir seu voto antecedentemente ao dia do pleito. Enfim, o mais jovem prefeito do Brasil, de consagradora vitória, tem no desafio de administrar uma cidade complexa como a do Recife, com suas carências de infraestrutura e suas enormes desigualdades sócio-econômicas, a oportunidade de validar a confiança que lhe concedeu o eleitor.

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Eleições: Confira a pesquisa para o segundo turno no Recife

O segundo turno das eleições do Recife promete muitas emoções. Na primeira pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela TV Globo e pelo Jornal do Commercio, Marília Arraes lidera com 45% das intenções de votos e João Campos está com 39%. Como a margem de erro do levantamento é de 3% para mais ou para menos, eles estão no limite do empate técnico. A pesquisa indicou um percentual de votos nulos e brancos de 15%. Considerando apenas os votos válidos, Marília Arraes (PT) está com 53% e João Campos (PSB) tem 47% das intenções de votos. Os dados revelados pelo Ibope apontam que a petista é mais forte entre os eleitores mais jovens e escolarizados. João Campos tem mais força no eleitorado de baixa renda e menos escolaridade. O levantamento foi realizado com 1.001 eleitores da capital pernambucana entre 16 e 18 de novembro. . Gleide Ângelo não disputou, mas perdeu nas urnas Patrícia Domingos não foi a única delegada que perdeu nas urnas no último domingo. A deputada estadual Gleide Ângelo, mais votada nas eleições 2018 para a Alepe, apoiou 30 candidatos em municípios diferentes a vereadores, mas apenas dois dos seus indicados obteve vitória nas urnas. Dos 5 candidatos a prefeitos que receberam o apoio da delegada, apenas Nadeji Queiroz venceu em Camaragibe e Yves Ribeiro está no segundo turno em Paulista, os três demais ficaram pelo caminho. O resultado é mais um indicativo que o momento dos outsiders parece que parou em 2018. . Fernando Bezerra Coelho, Medonça e Delegada Patrícia ficam neutros O senador Fernando Bezerra Coelho e os dois principais nomes da direita nas eleições municipais, o ex-ministro Mendonça Filho (DEM) e a Delegada Patrícia (Podemos) já declararam que não apoiarão nem Marília Arraes, nem João Campos. Mendonça foi mais longe, informando que não irá as urnas no próximo dia 29. . Ferreiras e Armando Monteiro Neto embarcam na candidatura petista Enquanto Armando Monteiro Neto, do PTB, já tem um histórico de alianças com o PT, a grande surpresa ficou para o apoio dado dos Ferreiras à Marília Arraes. O PL de Anderson Ferreira e o PSC de André Ferreira embarcam na candidatura da petista. . Pastor Cleiton Collins declarou apoio para João Campos As candidaturas evangélicas parecem ter perdido o fôlego de eleições passadas, com votações menos expressivas em 2020. Mas furar as resistências das candidaturas de esquerda no segmento é um desafio dos dois postulantes no segundo turno do Recife. Um apoio importante para João Campos nesse cenário foi declarado pelo Pastor Cleiton Collins, do PP. O Partido Progressista já estava com o socialista no primeiro turno. Michele Collins, esposa do deputado, foi a vereadora mais votada em 2016, com 15.357 eleitores, mas fechou as urnas de 2020 com uma eleição mais apertada, com 6.823 votos.

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Seis em cada 10 brasileiros tiveram aumento no custo de vida na pandemia

Para 60% dos brasileiros, os gastos com alimentos, produtos e serviços para si e suas famílias aumentaram desde o início da pandemia do novo coronavírus. Este é o resultado da pesquisa Ipsos Essentials: Cost of Living Amid Covid-19, realizada pela Ipsos com 18 mil entrevistados – sendo 1.000 do Brasil – de 26 países. Enquanto seis em cada 10 notaram uma alta no custo de vida, 15% disseram que os gastos diminuíram e 25% não sentiram diferença alguma nas contas no fim do mês. O impacto da Covid-19 para a população brasileira é muito similar à média global. Considerando o total de participantes do estudo, 60% relataram aumento nos gastos, 12% perceberam uma diminuição e 29% disseram que os custos são os mesmos de antes da pandemia. O que pesa no bolso do consumidor? Na percepção dos entrevistados brasileiros ouvidos pelo levantamento, as compras de mercado – alimentação e produtos de limpeza – são as que mais alavancaram a alta nos custos durante a pandemia: 65% disseram ter tido gastos maiores nesses itens. Para 29%, permaneceram iguais e, para apenas 6%, os gastos diminuíram. Os custos fixos, como serviços de água, energia e gás, também estão entre os que mais cresceram, na opinião dos participantes do Brasil. Para 46%, houve aumento nessas contas, 45% disseram estar iguais e 9% tiveram diminuição nos gastos. Já o valor dispendido em impostos ficou maior para 33%, enquanto 7% relataram queda nos custos e 60% não notaram diferença. Em contrapartida, outras despesas ficaram menos custosas. É o caso dos gastos com transporte que, para 35% dos brasileiros, estão menores. Se mantêm os mesmos para 42% e aumentaram para 23%. Diminuíram também, para 34% dos entrevistados, os custos com roupas, sapatos e acessórios. Já 20% disseram que estão gastando mais e 46% não perceberam nenhuma mudança no bolso. O estudo on-line foi realizado com 18.000 entrevistados com idades de 16 a 74 anos em 26 países, entre os dias 22 de maio de 05 de junho de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,1 p.p..

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Empresas afirmam precisar de mais inovação no pós-pandemia

Pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as soluções inovadoras serão decisivas para o país enfrentar os efeitos da Covid-19 sobre a saúde da população e minimizarem os prejuízos sociais e econômicos. O levantamento destaca que, em uma segunda etapa, a inovação será decisiva para acelerar a retomada da atividade e do crescimento da economia no Brasil. Entre as mais de 400 empresas ouvidas, 83% afirmam que precisarão de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia. Os executivos das indústrias destacaram que a linha de produção é a área prioritária para receber inovações (58%), seguida pela área de vendas (19%). Essa percepção se dá ao mesmo tempo em que o setor produtivo sofre impactos negativos decorrentes das restrições impostas pela disseminação do novo coronavírus. Na pesquisa encomendada pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, 65% das médias e grandes empresas informam que tiveram sua produção reduzida ou paralisada devido à pandemia. Além disso, 69% garantem ter perdido faturamento. Parceria internacional – Para vencer essas limitações e impulsionar a cultura da inovação entre as indústrias brasileiras, a CNI anunciou nessa quarta-feira (1º/07) parceria estratégica com o SOSA, plataforma israelense com atuação global em inovação aberta, que tem centros de Inovação em Tel Aviv, Nova York e Londres. O acordo possibilitará que indústrias e startups no Brasil tenham acesso aos ecossistemas de tecnologia do SOSA, inaugurando um processo de engajamento e colaboração com as tecnologias 4.0 mais disruptivas em desenvolvimento fora do país. O lançamento da parceria pode ser acompanhado nesta quarta, a partir das 9h30, nas páginas da CNI no Youtube, Twitter, Facebook e LinkedIn. Impactos na produção – Os números da pesquisa mostram ainda que, no atual cenário, mudar se tornou imperativo. Entre as empresas consultadas, 68% alteraram de alguma forma seu processo produtivo (74% nas grandes e 66% nas médias), mas só 56% dessas consideram ter inovado, de fato, após essa mudança. Entre todas as empresas pesquisadas, 39% dizem que a mudança empreendida foi uma inovação. Entre as mudanças efetuadas, a mais citada diz respeito à relação com os trabalhadores (90%), depois vêm mudanças na linha de produção (84%), nos processos de venda (82%), na gestão (75%), na logística (62%), na cadeia de fornecedores (61%) e no controle de estoques (55%). Outro dado interessante mostra que a cultura da inovação já vem sendo praticada na maioria das empresas consultadas, entre as quais, 92% informaram que inovam. Dessas, 55% garantem que a inovação aumentou muito a produtividade – regionalmente, são as empresas do Centro-Oeste, relacionadas ao agronegócio, as que mais relatam muito ganho de produtividade (69%) em decorrência de inovações. Por outro lado, das empresas que inovam, só 37% dizem ter orçamento específico para inovação e 33% têm profissionais dedicados exclusivamente aos processos inovativos. Além disso, a falta de recursos e de pessoal qualificado para inovar foram citados pelos executivos que dizem dar importância média ou baixa à inovação. A pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa para a CNI revelou que só duas em cada dez empresas possuem programa ou estratégia de inovação aberta (30% entre as grandes empresas e 18% entre as médias). Dois terços das empresas consultadas disseram ter interesse em uma plataforma global de inovação e, dessas, 59% afirmaram que uma plataforma como essa ajudaria muito sua empresa a inovar. Informações sobre a metodologia – o Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, entre os dias 18 e 26 de junho, executivos de 402 empresas industriais de médio e grande portes, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas desses portes em todos os estados brasileiros. Dentro de cada Estado, a amostra foi controlada por porte das empresas (média e grande) e setor de atividade. Após a pesquisa, foi aplicado um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%.

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Pesquisa: entregadores de aplicativo trabalham muito e ganham menos na pandemia

Um estudo realizado por diversos pesquisadores do Brasil, entre eles a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco Vanessa Patriota, constatou a situação precária dos profissionais que atuam com delivery, diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A pesquisa, realizada com cerca de 300 trabalhadores de 29 cidades do Brasil, foi divulgada na revista jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano. “A pandemia evidenciou e agravou a precariedade dos trabalhadores de delivery, sobretudo os de aplicativo. Enquanto grande parte dos trabalhadores passou a realizar as atividades em casa, esses profissionais que trabalham com entrega foram ainda mais demandados, não só para entregas pontuais, como para realizar compras em grande volume também”, explica a procuradora do Trabalho Vanessa Patriota. De acordo com o estudo, mesmo com o aumento da demanda de entregas em domicílio, por conta do isolamento social, os trabalhadores passaram a ganhar menos, devido aos cortes em incentivos e bônus, além de ficarem mais expostos à doença. Em relação às jornadas, os resultados da pesquisa revelam que antes da pandemia os entregadores já desempenhavam longas jornadas de trabalho: 54,1% trabalhavam entre nove e catorze horas e 7,8% trabalhavam mais que quinze horas diárias. Durante a pandemia, as extensas jornadas foram mantidas. Cerca de 18,5% dos profissionais têm trabalhado entre nove e dez horas diárias; 19,3% entre onze e doze horas; 11,48% entre treze e catorze horas; e 7,4% em quinze horas ou mais. O quadro se agrava quando se observa que, durante a pandemia, 51,9% dos entregadores afirmaram trabalhar os sete dias da semana e 26,3% informaram laborar seis dias. Outra constatação da pesquisa foi que, em relação às medidas protetivas contra a Covid-19, são os próprios trabalhadores que têm tomado a iniciativa de providenciar e custear os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “De acordo com os entrevistados, a maior parte das empresas de delivery concentrou, apenas, nas orientações gerais sobre como prevenir a doença, desrespeitando as orientações do MPT”, coloca Vanessa Patriota. Dos entrevistados, 57,7% apontaram que não receberam nenhum tipo de apoio das empresas para diminuir os riscos de contaminação durante o exercício da atividade. Por outro lado, 96% dos entrevistados declararam que, em função da pandemia, adotaram, por conta própria, medidas de proteção, sendo o uso de álcool em gel a medida preventiva mais citada, seguida do uso de máscara. O medo de se contaminar durante as atividades laborais também é uma realidade desses trabalhadores. Cerca de 83% deles apontaram o receio na pesquisa. O dado constata o alto nível de tensão do trabalho. Do total que informou possuir medo de se contaminar, 39,5% afirmaram que receberam da empresa suporte para adoção de medidas protetivas, enquanto 60,5% declararam que não receberam nenhum tipo de auxílio. Apesar dos dados que constatam a precariedade do trabalho dos entregadores, para as empresas de entrega por aplicativo a pandemia foi bastante lucrativa. O estudo indicou que as entregas aumentaram cerca de 30% em toda a América Latina. No Brasil, houve um aumento de 24% no número de downloads de aplicativos de entrega, se comparado com o ano passado. Também houve uma grande quantidade de registro de novos.

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Para 85% dos brasileiros, proteção do meio ambiente deve ser prioridade pós-Covid-19

Uma pesquisa realizada pela Ipsos para o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, comprovou que a pauta da preservação ambiental não perdeu sua relevância, mesmo em um cenário de pandemia. Na opinião de 85% dos brasileiros, a proteção do meio ambiente deve ser uma prioridade do governo no plano de recuperação do país pós-Covid-19. O estudo ouviu participantes de 16 países, sendo 1000 no Brasil. A população que mais espera atitudes governamentais no que diz respeito à defesa do verde é a da China, com 91%. Em segundo lugar, estão, empatados, a Índia e o México, com 89%. Com 85%, o Brasil ficou em terceiro. Por outro lado, Alemanha (55%), Japão (61%) e a Rússia (62%) foram os países cujos entrevistados demonstraram menor interesse na pauta ambiental. Um dos motivos pelo qual a maioria esmagadora dos ouvidos brasileiros enxerga a relevância da proteção do meio ambiente no contexto atual pode estar relacionado à uma preocupação com o próprio bem-estar. No Brasil, 85% acreditam que problemas como degradação ambiental, poluição, desmatamento e mudanças climáticas representam uma séria ameaça à saúde. Novamente, os chineses estão no primeiro lugar – considerando 16 países – entre os que mais concordam com a premissa: são 93%. Em seguida vêm México, com 91%, e África do Sul, com 90%. Quem menos acredita que as questões ambientais podem gerar impacto na saúde são os Estados Unidos (77%), Austrália e Japão (ambos com 81%) e Canadá (83%). De quem é a responsabilidade? Apesar de a maior parte dos entrevistados brasileiros concordarem na importância da pauta verde para o futuro, os resultados do levantamento apontam para um paradoxo. Embora 85% defendam que o governo deve priorizar a preservação do meio ambiente na retomada pós-pandemia de coronavírus, 41% dos ouvidos no Brasil admitem que o tema da proteção ambiental não está na sua própria lista de prioridades no momento. Na Alemanha e na França, apenas 28% afirmam que não priorizam o tema. Na segunda posição, está o México, com 33%; a Espanha ficou em terceiro, com 35%. Na contramão destes países, os participantes da Índia (67%), da Itália (65%) e da Rússia (58%) apresentam maior descaso com o assunto atualmente. A pesquisa on-line foi realizada com 16 mil entrevistados de 16 países, no período de 21 a 24 de maio de 2020. A margem de erro é de 3,5 p.p..  

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Pesquisa: mais de 54% dos profissionais querem continuar em home office pós-pandemia

Fundação Dom Cabral, 9ª melhor escola de negócios do mundo, de acordo com ranking do jornal britânico Financial Times (edição 2020), divulga, em parceria com a Grant Thornton, a pesquisa “Covid-19 – Home Office – Trabalho Remoto”. A pesquisa analisa como colaboradores têm lidado com o trabalho em home office por conta do Coronavírus. O levantamento leva em consideração aspectos como a utilização das ferramentas de tecnologia para trabalhar, a maneira de lidar com a falta de interação pessoal com a equipe de trabalho, bem como com o espaço físico da onde se trabalha. Alguns destaques da análise são: 38% dos respondentes disseram sentir falta de interagir presencialmente com colegas de trabalho. Mais de 62% disseram concordar com a afirmação “Tenho que me encontrar com colegas de trabalho em outros locais (café, lojas, biblioteca, espaço de coworking) para poder continuar trabalhando remotamente”. “A ideia de fazer a pesquisa nesse período foi proposital: estávamos na segunda semana da quarentena e, portanto, faríamos o levantamento com as pessoas mais acostumadas ao home office, podendo opinar sobre o tema com mais propriedade”, explica Fabian Salum. “Além de levantar resultados e percepções quanto à prática do trabalho remoto, um dos principais objetivos nossos com a pesquisa é conseguir projetar cenários futuros dentro das empresas quanto a uma possível mudança ou implementação maior da prática do home office”, diz. Entre outros destaques do levantamento estão: quase 50% dos participantes disseram concordar totalmente com a afirmação “O espaço físico que dedico para o trabalho remotamente permite que eu produza remotamente”. Além disso, quando questionados com a pergunta “Após as medidas de prevenção, você tem a intenção de propor para seu gestor / líder a continuidade do trabalho remoto?” recebeu, dentro do universo de 669 respondentes, mais de 54,11% de respostas na opção “sim”. “Podemos afirmar que os participantes da pesquisa entendem que a prática de home office no contexto atual não pode ser contabilizada como um ambiente ideal, pois vive-se um momento imposto e não flexibilizado”, conta o professor. “Ainda assim é possível concluir que eles percebem a experiência do trabalho remoto como positiva, mas que é necessário mais reflexão e clareza na administração das tarefas do trabalho e de ordem pessoal, tanto do ponto de vista organizacional como no aspecto de relacionamento com as pessoas”, diz Fabian. “Estamos passando por um processo de mudança de cultura organizacional que exigirá principalmente das lideranças empresariais uma mudança de mindset na gestão do seu capital humano”, explica Ronaldo Loyola, sócio da área de Capital Humano, da Grant Thornton. “Esta pesquisa demonstrou que temos uma grande oportunidade a partir da retomada das atividades, mesmo com tantos desafios relacionados à Tecnologia, Pessoas, Produtividade, Ergonomia, dentre outros”, afirma. Sobre a pesquisa Idealizada pelo professor da área de Estratégia da Fundação Dom Cabral, Fabian Salum, em parceria com a Grant Thornton, ela alcançou 705 respondentes, sendo que a taxa de conclusão do questionário foi de 90%. Ou seja, ela possui 636 respostas válidas. As respostas foram obtidas por meio de um questionário eletrônico (e-survey) enviado para as bases de dados e de relacionamento da Grant Thornton e CRE-FDC. A pesquisa começou a ser veiculada entre os dias 23 de março e 5 de abril.  

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