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TRENO CAPA

Pesquisa Fecomércio-PE: mercado fitness se reinventa em Pernambuco com novos públicos e desafios de fidelização

Pesquisa da Fecomércio Pernambuco revela que a maioria dos alunos começou a treinar após 2020 e que cresce a presença de mulheres e pessoas acima dos 50 anos O mercado de academias em Pernambuco vive um momento de expansão e diversificação, impulsionado pela crescente valorização da saúde, do bem-estar e da estética corporal. É o que mostra a pesquisa especial realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) em parceria com o Sebrae-PE, com apoio do Cref-PE, do Sincad-PE e da Acad Brasil. O estudo ouviu mil pessoas no estado, entre usuários e não usuários de academias, e reuniu também as percepções de empresários e gestores do segmento, apontando mudanças significativas no comportamento dos consumidores e nos modelos de negócio do setor. De acordo com o levantamento, dois terços dos atuais frequentadores começaram a praticar atividades em academias entre 2020 e 2025, com destaque para o aumento de novos alunos nos últimos dois anos. O movimento reflete a consolidação de hábitos adquiridos no pós-pandemia, a ampliação da oferta de academias com modelos acessíveis e a popularização de programas corporativos voltados ao bem-estar dos colaboradores. A pesquisa demonstra ainda um aumento de mulheres e pessoas com mais de 50 anos nesse universo. Entre os usuários 50+, 15,2% iniciaram recentemente as atividades, enquanto outros 38,6% frequentam academias desde antes de 2020, um público que valoriza especialmente a manutenção da mobilidade e a prevenção de doenças crônicas. Já entre os jovens de 18 a 29 anos, 75% começaram a frequentar academias nos últimos cinco anos, configurando uma geração que busca modalidades variadas e experiências de treino mais digitais e interativas. Motivações As principais motivações para a prática incluem fortalecimento ou definição muscular (70,3%), emagrecimento (46,1%) e bem-estar mental (31%), sinalizando uma mudança na percepção do setor, que passa a ser visto não apenas como espaço de performance física, mas também de cuidado integral com a saúde. Outro dado relevante é que 44,9% dos usuários estão há até um ano na mesma academia, apontando para desafios de fidelização. A qualidade da estrutura física, a organização do espaço e o acolhimento dos profissionais aparecem como fatores mais valorizados pelos frequentadores, à frente até mesmo ao preço. A faixa de mensalidade considerada justa pela maioria dos entrevistados (58,1%) varia entre R$101 e R$200, reforçando que o diferencial competitivo está menos no valor cobrado e mais na experiência oferecida. Redes sociais e suplementação O estudo também revelou uma forte conexão entre o treino e o consumo de suplementos alimentares: 73,5% dos praticantes afirmam consumir produtos como creatina e whey protein, com um terço deles gastando mais de R$200 por mês. Além disso, metade dos usuários busca informações sobre saúde e atividade física nas redes sociais, evidenciando o papel estratégico das plataformas digitais na atração e retenção de clientes. Entre os não usuários, metade já frequentou academias anteriormente, sendo que 50% interromperam as atividades em 2024 ou 2025, indicando potencial de reengajamento. O levantamento evidencia também que 59,3% dos não usuários praticaram algum tipo de atividade física no último ano, especialmente caminhadas e corridas. Entre os inativos, 25% manifestam interesse em iniciar uma rotina em academias, mas o preço e a localização seguem como os principais fatores de decisão. Setor em transformação Do ponto de vista empresarial, o estudo destaca que o setor de academias em Pernambuco vem passando por transformações. Para os gestores ouvidos, houve um avanço na conscientização sobre os benefícios da atividade física e aumento da procura por modalidades como treinamento funcional, pilates, yoga, lutas e programas voltados ao público 50+. No entanto, o custo médio das mensalidades, que representa cerca de 10% do salário-mínimo, e a alta carga tributária ainda limitam o crescimento do setor. A expansão de grandes redes de academias de baixo custo também tem acirrado a concorrência, exigindo que os pequenos empreendedores busquem diferenciação por meio de nichos, atendimento personalizado e serviços integrados de saúde e bem-estar. Tecnologia e inovação O levantamento aponta ainda que as tendências tecnológicas devem transformar o segmento nos próximos anos. Ferramentas de inteligência artificial, aplicativos de treino, plataformas digitais e realidade aumentada são vistas pelos empresários como oportunidades de aprimorar a experiência dos clientes e ampliar o valor percebido pelos serviços. Para os especialistas, a integração entre tecnologia, personalização e acolhimento será determinante para fidelizar um público cada vez mais exigente e conectado. “O estudo evidencia que o mercado de academias vive um processo de transformação profunda, impulsionado por novos perfis de consumidores e por tendências que unem tecnologia, bem-estar e saúde. O grande desafio dos empresários pernambucanos é acompanhar esse movimento e ajustar seus modelos de negócio a uma realidade mais inovadora e competitiva. Trata-se de um setor com enorme potencial de crescimento, capaz de gerar empregos, movimentar a economia e contribuir para uma sociedade mais saudável”, destaca Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio.

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Alfabetismo funcional atinge 29% dos brasileiros desde 2018

Estudo mostra piora entre jovens e destaca desigualdades raciais e educacionais; especialistas alertam para urgência de políticas públicas integradas (Foto: Freepik) Apesar dos avanços tecnológicos e do crescimento da digitalização no Brasil, o país continua enfrentando um sério desafio educacional: 29% da população entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional, ou seja, não compreende frases simples nem realiza operações matemáticas básicas. O dado, divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), é o mesmo registrado em 2018, evidenciando uma preocupante estagnação. Segundo os responsáveis pela pesquisa, a situação atual exige um esforço mais amplo e contínuo de políticas públicas que enfrentem as desigualdades de forma estrutural. O levantamento, realizado entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 com mais de 2,5 mil brasileiros, revelou também um retrocesso entre os jovens: o analfabetismo funcional entre pessoas de 15 a 29 anos subiu de 14% para 16% no período. A pandemia, com o fechamento de escolas e a interrupção de aulas presenciais, pode ter contribuído para esse agravamento, segundo os pesquisadores. "Um resultado melhor só pode ser alcançado com políticas públicas significativas no campo da educação e não só da educação, também na redução das desigualdades e nas condições de vida da população", afirma Roberto Catelli, da Ação Educativa, uma das instituições coordenadoras do Inaf. A pesquisa também revelou disparidades alarmantes. Entre trabalhadores, 27% são analfabetos funcionais e apenas 40% têm níveis consolidados de alfabetização. Mesmo entre os que possuem ensino superior, 12% não conseguem interpretar textos ou resolver problemas simples. Quando se observa o recorte racial, as desigualdades se aprofundam: 47% dos amarelos e indígenas estão no nível mais baixo de alfabetismo, frente a 30% entre negros e 28% entre brancos. Esses dados escancaram a persistência da exclusão educacional em diferentes camadas sociais. O Inaf 2024/2025 foi correalizado por diversas instituições, entre elas Fundação Itaú, Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Unicef e Unesco. Pela primeira vez, o levantamento também avaliou a capacidade dos brasileiros de compreender e atuar em ambientes digitais, um passo essencial diante da crescente presença da inteligência artificial e das tecnologias no cotidiano. “A gente vai precisar melhorar o ritmo de como estão acontecendo as coisas porque estamos já em um ambiente muito mais acelerado”, alerta Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório Fundação Itaú. “Precisamos garantir que as crianças, os jovens, os adolescentes possam ter o aprendizado adequado para a sua idade”, completa. (Com informações da Agência Brasil)

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Pesquisa artística resgata a resistência de mulheres no contextos repressivos do passado e do presente

“Com-dor, mas sem medo” conecta história, performance e resistência de mulheres em quatro regiões de Pernambuco Mulheres, memória e arte se entrelaçam no projeto “Com-dor, mas sem medo: mulheres, memória, performance e política”, conduzido pelas artistas e pesquisadoras Silvia Góes e Roberta Ramos. A investigação percorre quatro macrorregiões de Pernambuco — Recife, Goiana, Caruaru e Afogados da Ingazeira — em uma escuta sensível das experiências de mulheres atravessadas pelos traumas e resistências da repressão política nas ditaduras militares sul-americanas, especialmente aquelas ligadas à Operação Condor, aliança repressiva firmada em 1975 entre regimes autoritários da América do Sul. A pesquisa é motivada por uma conexão pessoal e histórica: Silvia e Roberta nasceram no mesmo ano em que a Operação Condor se instaurou oficialmente e o feminismo ganhava força no continente. A partir dessa intersecção entre biografia e história coletiva, as artistas investigam as cicatrizes deixadas pela repressão e os modos como as mulheres resistiram — e resistem — por meio da arte, da memória e da escuta ativa. “A nossa pesquisa nasce do desejo de olhar criticamente para o passado a partir do presente que habitamos como mulheres, artistas e pesquisadoras...”, afirmam as criadoras. Com rodas de conversa, oficinas práticas e online, laboratórios de performance e uma apresentação pública de culminância, o projeto busca reconstruir narrativas silenciadas e revelar o corpo como território de resistência. As ações ocorrem entre maio e junho de 2025, com apoio de artistas locais e parcerias institucionais em cada município. A orientação é do diretor e pesquisador Rodrigo Dourado, com articulação regional da historiadora Karuna de Paula. Ao final, será produzido um registro audiovisual que sintetiza as memórias coletadas e os caminhos performativos percorridos. Mulheres interessadas podem se inscrever gratuitamente pelo e-mail com.dor.mas.sem.medo@gmail.com. SERVIÇO📍 Com-dor, mas sem medo: mulheres, memória, performance e política🗓️ Maio e junho de 2025📌 RMR, Zona da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco📨 Inscrições gratuitas: com.dor.mas.sem.medo@gmail.com🎭 Ações: rodas de conversa, oficinas, laboratórios e apresentação final pública

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Marcelo Carneiro Leao

"Precisamos transformar a ciência em algo concreto para que as pessoas entendam que ela faz sentido no seu dia a dia"

Marcelo Carneiro Leão, Diretor do Cetene, afirma que o setor empresarial brasileiro não tem cultura de investir em pesquisa e pretende aproximar a ciência da indústria. Ao cunhar a expressão “do paper ao PIB”, defende que a produção científica vá além dos artigos acadêmicos e impacte o cotidiano da sociedade. Nesta entrevista ele também revela seus planos à frente do centro tecnológico. Quando em outubro do ano passado, o químico e ex-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Marcelo Carneiro Leão assumiu a diretoria do Cetene (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste), anunciou que atuaria na conexão entre ciência e indústria. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele analisa a ausência de cultura do setor privado brasileiro em investir na pesquisa, ao contrário de países da Europa e os EUA. Com uma carreira marcada pela inovação e pela pesquisa aplicada, Leão também comentou a distância entre a ciência e a sociedade que, para ele, é fruto da formação educacional e do fato de que os resultados dos temas pesquisados, muitas vezes, não se revertem em benefícios concretos para a população. A maioria acaba transformada em artigos para revistas científicas. “É preciso sair do paper para o PIB”, conclama o diretor do Cetene que também aborda as atividades realizadas no centro tecnológico e as perspectivas para ampliar a sua atuação para todo o Nordeste. Observamos uma distância entre a ciência e a sociedade, algo que ficou evidente na pandemia. Para agravar, uma pesquisa da OCDE revelou que o Brasil é o país onde as pessoas mais acreditam em fake news. Como o senhor avalia essa realidade? Sobre a crença nas fake news, acho que a primeira questão está nos processos educacionais no País. Primeiro, a ausência deles em algumas situações. Segundo, há uma desconexão do que é de fato a ciência e o que os conceitos científicos trazem para a sociedade. Fomos formados com a preocupação na construção de conceitos, definições, decorar datas, ou seja, um conhecimento desconectado do que poderia trazer de importância para a vida cotidiana. É preciso corrigir esse problema de formação, fazer com que as pessoas compreendam que a ciência, o conhecimento, é uma ferramenta fundamental para que possamos construir uma sociedade melhor, seja no desenvolvimento industrial, médico, enfim, todos os campos da ciência. Outro aspecto está no nível superior, em relação às pesquisas, à ciência mais aprofundada, que muitas vezes não chegam na ponta para resolver os problemas concretos da sociedade. Quando assumi a reitoria da Universidade Rural, em 2020, criamos o instituto IPÊ (Instituto de Inovação, Pesquisa e Empreendedorismo), cujo lema é tentar trabalhar os projetos e as pesquisas na perspectiva de uma hélice quádrupla, envolvendo o governo, a academia, a iniciativa privada e o terceiro setor. E o outro eixo, sobre o qual, inclusive, cunhamos a expressão do "paper ao PIB", ou seja, da pesquisa ao PIB, que é concebido num sentido amplo, não somente na questão de geração de renda per capita, mas melhoria de qualidade de vida das pessoas, da sociedade, geração de emprego, de renda etc. Precisamos transformar ciência em algo concreto para que as pessoas entendam que ela faz sentido no seu dia a dia, está presente nas roupas que usam, nos remédios, nos carros. O celular é um exemplo: 60% do iPhone foi desenvolvido com dinheiro público americano, é ciência pura, levou anos de pesquisa, de investimento do estado americano. Depois a Apple comprou a patente. Então, precisamos melhorar o sistema educacional, dar sentido ao conhecimento e integrá-lo às coisas concretas do cotidiano. Na sua posse, o senhor anunciou que atuaria na conexão entre ciência e indústria. Na verdade, observamos a falta de integração entre academia e o setor empresarial. Como o senhor analisa essa situação? Existem diferenças entre o Brasil e outros países. Nos Estados Unidos e na Europa, a pesquisa também acontece na iniciativa privada. Lá as indústrias, as grandes empresas, têm centros de pesquisas dentro do seus parques, porque entendem a sua importância para melhoria do produto que fabricam e para a atividade da empresa. No Brasil, não há essa cultura. Hoje mais de 90% da pesquisa brasileira é feita no setor público, fundamentalmente nas universidades federais e estaduais públicas e alguns centros de pesquisa. O grande desafio é aproximar pesquisas, governo, iniciativa privada e terceiro setor. Vou citar um exemplo de uma pesquisa que desenvolvemos no Cetene sobre o lúpulo, usado em cosméticos e cerveja. Hoje, 90% das cervejeiras brasileiras compram lúpulo da Inglaterra, dos EUA ou da Holanda. Estamos tentando desenvolver um produto que seja adequado ao nosso clima, para que possa ajudar a diminuir tal dependência. Os pesquisadores me apresentaram a proposta dizendo que haviam publicado em revistas científicas. Mas é preciso sair do paper para o PIB e transferir essa tecnologia para as empresas produtoras. Perguntei se eles haviam conversado com o ecossistema cervejeiro, inclusive, temos aqui a Heineken, a Itaipava. Eles disseram que não. Eu disse, “então, a pesquisa começou errada”. E isso acontece muito. Os pesquisadores desenvolvem uma pesquisa, alguns geram patentes, mas param por aí. O Brasil avançou, mas parou nas patentes. O País, hoje, é o 13º em produção científica do mundo, mas é apenas o 49º em inovação. Inovação é diferente de invenção. Algo que eu invento e patenteei é invenção, mas inovação, de fato, é quando transformo essa invenção em algo concreto e real que impacta na vida das pessoas e dos animais. No ecossistema de inovação, é preciso transformar a pesquisa mais básica, que acontece nas instituições públicas, em produto real e, para isso, é necessária a parceria da iniciativa privada, que é quem está lidando com o dia a dia desse produto. Assim, é possível direcionar a pesquisa a fim de encontrar uma solução para o problema da importação de lúpulo. Estamos reformatando a nossa lógica, vamos conversar com o ecossistema, desenvolver um lúpulo e, em seguida, reunir os governos dos estados do Nordeste, cooperativas de pequenos produtores, para os quais o Cetene vai fornecer as mudas de lúpulo. Esse pequeno produtor vai produzir

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Fiocruz pesquisa uso das práticas integrativas na pandemia

Qual o impacto da pandemia de Covid-19 e do isolamento social provocado por ela na rotina do brasileiro? Há pessoas que recorreram à homeopatia, meditação, yoga ou a outra prática integrativa e complementar em saúde para aliviar o estresse ou fortalecer o cuidado com o corpo? Para esclarecer esse cenário está em curso a pesquisa nacional Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19 (PICCovid). O estudo, considerado o mais amplo já desenvolvido no País sobre a temática, é uma iniciativa do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS/Fiocruz) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis, ligada ao Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto (Unifase). Aplicada de forma on-line em todo território brasileiro, a pesquisa PICCovid pretende avaliar o uso das práticas integrativas (PICS) nos últimos meses, desde que o novo coronavírus começou a ser transmitido no país. O questionário pode ser acessado por computador, tablet ou celular, a partir do link http://bit.ly/PICCovid. Iniciada na última semana de agosto, a escuta já alcançou mais de 11 mil pessoas nas cinco regiões. No Brasil, são 29 PICS reconhecidas pelo Ministério da Saúde, aplicadas principalmente na Atenção Primária, nas unidades municipais. Recursos preventivos e terapêuticos, acupuntura, meditação, yoga, homeopatia, musicoterapia, plantas medicinais, reiki, entre outras, auxiliam, no SUS, na promoção da saúde, associadas a tratamentos convencionais.   O uso das terapias integrativas e complementares é orientado, na rede pública de saúde, geralmente para situações de estresse, para restabelecer o bem-estar físico e emocional, sem substituição aos protocolos definidos pela comunidade cientifica para tratamento da Covid-19. “Queremos identificar como tem sido o uso dessas terapias diante de sintomas da Covid-19, ou se a utilização está associada ao tratamento de doença crônica, ou como forma de autocuidado. As PICS têm ótimos resultados na saúde mental, para sintomas como ansiedade, insônia e estresse intenso, bastante comuns durante o isolamento”, descreve Cristiano Siqueira Boccolini, pesquisador em saúde pública do Laboratório de Informação em Saúde (LIS/Icict), coordenador da pesquisa. Para a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Islândia Carvalho, coordenadora executiva do ObservaPICS, o estudo vai esclarecer diferentes questões: “As respostas vão esclarecer como as pessoas adotam as práticas, se fazem sob alguma orientação. Os resultados devem auxiliar na implantação de políticas públicas”. Além de Cristiano Boccolini e de Islândia Carvalho, participam do estudo as pesquisadoras Patrícia Boccolini, professora da Unifase, e Cristina Rabelais, também do Icict/Fiocruz. “Os resultados da investigação devem fortalecer, com novas informações, a rede de pesquisa multidisciplinar para estudo e uso das PICS, trazendo à luz evidências sobre padrões de utilização das práticas”, observa Patrícia Boccolini. Mais informações: Questionário on-line da PICCovid: http://bit.ly/PICCovid https://www.icict.fiocruz.br/content/covid-19-pesquisa-quer-saber-como-brasileiros-lidam-com-isolamento-social  

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Eleição no Recife: estrutura, pesquisas e volatilidade

A candidatura vitoriosa de João Campos a prefeito pelo PSB no Recife foi embalada por uma mega estrutura de apoiamento, que consistiu de 12 partidos coligados, 40% do tempo de rádio e TV, uma base de 33 dos 39 vereadores da Câmara Municipal, de 15 deputados federais em uma bancada de 25, de 29 deputados estaduais, dos 49 da Assembléia Legislativa, de volumosos recursos financeiros do fundo eleitoral e de duas máquinas de governo comandadas pelo seu partido, a estadual e a municipal. O aparato da coligação fez lembrar de 2018, na corrida presidencial, quando boa parte dos analistas políticos prescrevia a reedição da antiga polarização PT versus PSDB pela sétima vez consecutiva, em face das estruturas que catapultavam as candidaturas destas duas agremiações. A aliança do PSDB, por exemplo, com mais oito partidos, gerou uma super engrenagem de captar votos, espraiada pelo País afora: 30% dos governadores, 54% dos prefeitos, 52% dos deputados federais, 41% dos deputados estaduais, 49% dos vereadores, 40% dos senadores, 48% do fundo eleitoral e 44% do tempo de rádio e TV. Na ocasião, como se sabe, esse “voto de estrutura”, não funcionou, o que não aconteceu agora no Recife. Aí se configurou uma importante vitória do candidato pessebista, mantendo a hegemonia do partido no estado e no município, bem como reforçando o domínio político da família Campos, além de pavimentar caminhos para o governo estadual em 2022. Apesar da estrutura e de seus méritos pessoais, o percurso de campanha do prefeito eleito não foi de todo tranqüilo, o que serve de alerta para o futuro, já que a população lhe emprestou confiança, mas de forma numericamente crítica. De fato, ainda que João tenha sempre liderado as pesquisas no primeiro turno, recebeu nas urnas uma votação aquém da esperada e registrou apenas 1,2% de diferença de votos válidos para a segunda colocada, sua concorrente de segundo turno, Marília Arraes (PT), e de somente 4,1% para o terceiro colocado, Mendonça Filho, do DEM. O segundo turno se iniciou com as seis primeiras pesquisas [Ibope (2), Datafolha (2), Ipespe e Big Data] mostrando a permanência de dificuldades no mencionado percurso e exibindo Marília à frente nas intenções de voto, exceto em um dos levantamentos do Ibope. Na reta final, no entanto, os dois postulantes se emparelharam em intenções de voto, e as quatro últimas pesquisas, realizadas entre sexta e sábado, vésperas do pleito, desfilaram algo inusitado em eleições: cravaram rigoroso empate numérico entre eles, 50% a 50% (Ipespe, Big Data, Ibope e Datafolha). O desfecho se afigurava imprevisível, projetando-se que a contenda seria decidida no photochart. Os resultados das urnas, todavia, foram bem diferentes dos levantamentos de véspera: João Campos teve 56,3% dos votos válidos e Marília Arraes ficou com 43,7%, números bem fora das margens de erro. Os candidatos restaram separados por nada menos que 12,5 pontos de percentagem. Há dois possíveis fatores explicativos para essa discrepância não captada pelos institutos. O primeiro é a elevada alienação eleitoral (abstenção + votos brancos e nulos), de cerca de 34%, com destaque para a abstenção no entorno de 21% (20% no primeiro turno). Nas pesquisas, uma proxy para esta variável é a quantidade de indecisos que, na média dos quatros levantamentos mencionados, registrou apenas 3%. O segundo é volatilidade do voto: os eleitores estão deixando para decidir em quem votar nos momentos finais do pleito, muitas vezes no próprio dia da votação. Isso se tem repetido eleição após eleição e, naturalmente, impõe dificuldades aos institutos, já que as pesquisas imediatamente anteriores ao dia do pleito têm dificuldade de apreender esse fenômeno. De fato, na primeira pesquisa do segundo turno no Recife o Datafolha detectou que 9% dos eleitores decidiram seu voto na véspera da eleição e 15% o fizeram no próprio dia (19% entre os eleitores de baixa renda). Uma parte dessa volatilidade deve-se à mudança de preferência do eleitor: dias antes na entrevista ele declina intenção de voto em determinado candidato e na hora da votação decide por outro. O grande desafio das pesquisas, então, é empreender esforços técnicos no sentido de aprimorar a coleta e o tratamento de informações, mediante refinamento de perguntas específicas nos questionários, cruzamentos, levantamentos qualitativos, etc., de sorte a captar alguns sinais do pensamento do eleitor que se mantém reticente em decidir seu voto antecedentemente ao dia do pleito. Enfim, o mais jovem prefeito do Brasil, de consagradora vitória, tem no desafio de administrar uma cidade complexa como a do Recife, com suas carências de infraestrutura e suas enormes desigualdades sócio-econômicas, a oportunidade de validar a confiança que lhe concedeu o eleitor.

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Eleições: Confira a pesquisa para o segundo turno no Recife

O segundo turno das eleições do Recife promete muitas emoções. Na primeira pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela TV Globo e pelo Jornal do Commercio, Marília Arraes lidera com 45% das intenções de votos e João Campos está com 39%. Como a margem de erro do levantamento é de 3% para mais ou para menos, eles estão no limite do empate técnico. A pesquisa indicou um percentual de votos nulos e brancos de 15%. Considerando apenas os votos válidos, Marília Arraes (PT) está com 53% e João Campos (PSB) tem 47% das intenções de votos. Os dados revelados pelo Ibope apontam que a petista é mais forte entre os eleitores mais jovens e escolarizados. João Campos tem mais força no eleitorado de baixa renda e menos escolaridade. O levantamento foi realizado com 1.001 eleitores da capital pernambucana entre 16 e 18 de novembro. . Gleide Ângelo não disputou, mas perdeu nas urnas Patrícia Domingos não foi a única delegada que perdeu nas urnas no último domingo. A deputada estadual Gleide Ângelo, mais votada nas eleições 2018 para a Alepe, apoiou 30 candidatos em municípios diferentes a vereadores, mas apenas dois dos seus indicados obteve vitória nas urnas. Dos 5 candidatos a prefeitos que receberam o apoio da delegada, apenas Nadeji Queiroz venceu em Camaragibe e Yves Ribeiro está no segundo turno em Paulista, os três demais ficaram pelo caminho. O resultado é mais um indicativo que o momento dos outsiders parece que parou em 2018. . Fernando Bezerra Coelho, Medonça e Delegada Patrícia ficam neutros O senador Fernando Bezerra Coelho e os dois principais nomes da direita nas eleições municipais, o ex-ministro Mendonça Filho (DEM) e a Delegada Patrícia (Podemos) já declararam que não apoiarão nem Marília Arraes, nem João Campos. Mendonça foi mais longe, informando que não irá as urnas no próximo dia 29. . Ferreiras e Armando Monteiro Neto embarcam na candidatura petista Enquanto Armando Monteiro Neto, do PTB, já tem um histórico de alianças com o PT, a grande surpresa ficou para o apoio dado dos Ferreiras à Marília Arraes. O PL de Anderson Ferreira e o PSC de André Ferreira embarcam na candidatura da petista. . Pastor Cleiton Collins declarou apoio para João Campos As candidaturas evangélicas parecem ter perdido o fôlego de eleições passadas, com votações menos expressivas em 2020. Mas furar as resistências das candidaturas de esquerda no segmento é um desafio dos dois postulantes no segundo turno do Recife. Um apoio importante para João Campos nesse cenário foi declarado pelo Pastor Cleiton Collins, do PP. O Partido Progressista já estava com o socialista no primeiro turno. Michele Collins, esposa do deputado, foi a vereadora mais votada em 2016, com 15.357 eleitores, mas fechou as urnas de 2020 com uma eleição mais apertada, com 6.823 votos.

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Seis em cada 10 brasileiros tiveram aumento no custo de vida na pandemia

Para 60% dos brasileiros, os gastos com alimentos, produtos e serviços para si e suas famílias aumentaram desde o início da pandemia do novo coronavírus. Este é o resultado da pesquisa Ipsos Essentials: Cost of Living Amid Covid-19, realizada pela Ipsos com 18 mil entrevistados – sendo 1.000 do Brasil – de 26 países. Enquanto seis em cada 10 notaram uma alta no custo de vida, 15% disseram que os gastos diminuíram e 25% não sentiram diferença alguma nas contas no fim do mês. O impacto da Covid-19 para a população brasileira é muito similar à média global. Considerando o total de participantes do estudo, 60% relataram aumento nos gastos, 12% perceberam uma diminuição e 29% disseram que os custos são os mesmos de antes da pandemia. O que pesa no bolso do consumidor? Na percepção dos entrevistados brasileiros ouvidos pelo levantamento, as compras de mercado – alimentação e produtos de limpeza – são as que mais alavancaram a alta nos custos durante a pandemia: 65% disseram ter tido gastos maiores nesses itens. Para 29%, permaneceram iguais e, para apenas 6%, os gastos diminuíram. Os custos fixos, como serviços de água, energia e gás, também estão entre os que mais cresceram, na opinião dos participantes do Brasil. Para 46%, houve aumento nessas contas, 45% disseram estar iguais e 9% tiveram diminuição nos gastos. Já o valor dispendido em impostos ficou maior para 33%, enquanto 7% relataram queda nos custos e 60% não notaram diferença. Em contrapartida, outras despesas ficaram menos custosas. É o caso dos gastos com transporte que, para 35% dos brasileiros, estão menores. Se mantêm os mesmos para 42% e aumentaram para 23%. Diminuíram também, para 34% dos entrevistados, os custos com roupas, sapatos e acessórios. Já 20% disseram que estão gastando mais e 46% não perceberam nenhuma mudança no bolso. O estudo on-line foi realizado com 18.000 entrevistados com idades de 16 a 74 anos em 26 países, entre os dias 22 de maio de 05 de junho de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,1 p.p..

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Empresas afirmam precisar de mais inovação no pós-pandemia

Pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as soluções inovadoras serão decisivas para o país enfrentar os efeitos da Covid-19 sobre a saúde da população e minimizarem os prejuízos sociais e econômicos. O levantamento destaca que, em uma segunda etapa, a inovação será decisiva para acelerar a retomada da atividade e do crescimento da economia no Brasil. Entre as mais de 400 empresas ouvidas, 83% afirmam que precisarão de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia. Os executivos das indústrias destacaram que a linha de produção é a área prioritária para receber inovações (58%), seguida pela área de vendas (19%). Essa percepção se dá ao mesmo tempo em que o setor produtivo sofre impactos negativos decorrentes das restrições impostas pela disseminação do novo coronavírus. Na pesquisa encomendada pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, 65% das médias e grandes empresas informam que tiveram sua produção reduzida ou paralisada devido à pandemia. Além disso, 69% garantem ter perdido faturamento. Parceria internacional – Para vencer essas limitações e impulsionar a cultura da inovação entre as indústrias brasileiras, a CNI anunciou nessa quarta-feira (1º/07) parceria estratégica com o SOSA, plataforma israelense com atuação global em inovação aberta, que tem centros de Inovação em Tel Aviv, Nova York e Londres. O acordo possibilitará que indústrias e startups no Brasil tenham acesso aos ecossistemas de tecnologia do SOSA, inaugurando um processo de engajamento e colaboração com as tecnologias 4.0 mais disruptivas em desenvolvimento fora do país. O lançamento da parceria pode ser acompanhado nesta quarta, a partir das 9h30, nas páginas da CNI no Youtube, Twitter, Facebook e LinkedIn. Impactos na produção – Os números da pesquisa mostram ainda que, no atual cenário, mudar se tornou imperativo. Entre as empresas consultadas, 68% alteraram de alguma forma seu processo produtivo (74% nas grandes e 66% nas médias), mas só 56% dessas consideram ter inovado, de fato, após essa mudança. Entre todas as empresas pesquisadas, 39% dizem que a mudança empreendida foi uma inovação. Entre as mudanças efetuadas, a mais citada diz respeito à relação com os trabalhadores (90%), depois vêm mudanças na linha de produção (84%), nos processos de venda (82%), na gestão (75%), na logística (62%), na cadeia de fornecedores (61%) e no controle de estoques (55%). Outro dado interessante mostra que a cultura da inovação já vem sendo praticada na maioria das empresas consultadas, entre as quais, 92% informaram que inovam. Dessas, 55% garantem que a inovação aumentou muito a produtividade – regionalmente, são as empresas do Centro-Oeste, relacionadas ao agronegócio, as que mais relatam muito ganho de produtividade (69%) em decorrência de inovações. Por outro lado, das empresas que inovam, só 37% dizem ter orçamento específico para inovação e 33% têm profissionais dedicados exclusivamente aos processos inovativos. Além disso, a falta de recursos e de pessoal qualificado para inovar foram citados pelos executivos que dizem dar importância média ou baixa à inovação. A pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa para a CNI revelou que só duas em cada dez empresas possuem programa ou estratégia de inovação aberta (30% entre as grandes empresas e 18% entre as médias). Dois terços das empresas consultadas disseram ter interesse em uma plataforma global de inovação e, dessas, 59% afirmaram que uma plataforma como essa ajudaria muito sua empresa a inovar. Informações sobre a metodologia – o Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, entre os dias 18 e 26 de junho, executivos de 402 empresas industriais de médio e grande portes, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas desses portes em todos os estados brasileiros. Dentro de cada Estado, a amostra foi controlada por porte das empresas (média e grande) e setor de atividade. Após a pesquisa, foi aplicado um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%.

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